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Caso clinico
Abortamento
Introdução
• Definição: interrupção da gravidez antes de 22s ou com feto até 500g ou de 16,5cm (OMS – Wold Health
Organization, 1977);
• 4ª causa de mortalidade materna no Brasil;
• Hemorragias, infecções, perfurações de órgãos e infertilidade.
Causas:
• Alterações cromossômicas
• Alterações endócrinas
o Defeitos na fase lútea (o corpo lúteo não produz testosterona suficiente, com isso não é possível
sustentar uma gestação)
o Diabetes mellitus
o Tireopatias
o SOP
• Infecções
• Causas uterinas
o Sinequias uterinas (Síndrome de Asherman) – ao manusear o útero (pode ser por uma curetagem
uterina anterior) gera sinequias/traves, intra uterinas que não deixam com que o embrião se
implante;
o Miomas;
o Incompetência cervical – o colo uterino não da conta de se manter fechado, muitas vezes por
deficiência de colágeno e acaba de abrindo, geralmente antes da 20ªs;
17/08/2021 Ministrada – Dra. Juliana Bévena Rodrigues Lopes
o Malformações uterinas;
• Fatores autoimunes;
• Trombofilias hereditárias;
• Drogas e agentes nocivos;
o Tabagismo;
o Álcool;
o Cafeína.
• Traumas
Classificaçõa de tipos
• Precoce ou tardio
o Precoce → ate 12ªs (80% dos abortamentos);
o Tardio → 13ª até 20ªs – tambem pode ser até 22ªs, há convergencias de literatura quanto a isso;
Condutas terapeuticas diferentes, pois até a 12ªs normalmente ainda não se tem parte ossea, o utero ainda esta
muito pequeno (ainda nem saiu da pelve), com isso as minha condutas são menos “drasticas”, ou seja, não preciso
fazer a expulsão do feto para depois fazer a curretagem, diferente do abortamento tardio onde tenho que induzir a
expulsão.
• Espontaneo ou provocado:
o Espontaneo → causado por doenças da mãe ou or anormalidade do embriao ou feto;
▪ 10 a 15% de incidencia;
▪ Fatores de risco: idade materna e o nuemro de abortamento anteriores;
▪ Causas mais frequentes: anormalidades cromossomicas.
o Provocado → interrupção da gravidez causada por intervenção externa e intencional;
▪ Seguro ou inseguro.
Ameaça de abortamento
• Sangramento e dor abdominal;
• Ao exame físico:
o Especular → sangue coletado ou sangramento ativo de leve intensidade;
o Toque vaginal → Colo uterino impérvio;
o Toque vaginal combinado → útero com tamanho compatível com o atraso menstrual.
• Conduta: EXPECTANTE
o Não há conduta medica para alterar a evolução do quadro;
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o Repouso não demonstrou benefícios;
o Utilizar analgésicos se dor;
o Evitar relações sexuais durante a perda sanguínea;
o Retornar em caso de aumento do sangramento.
Essa paciente pode voltar a sangrar e evoluir para um abortamento completo caso haja evolução.
MISOPROSTOL (Cytotec)
• Utilização na área de obstetrícia:
o Indução de aborto legal;
o Esvaziamento uterino por morte
embrionária fetal;
o Amolecimento cervical antes de
abortamento cirúrgico (AMIU ou
curetagem);
o Indução de trabalho de parto
(maturação de colo uterino).
• Contraindicações do uso de Misoprostol
o Cesárea anterior;
o Cirurgia uterina previa;
o Paciente asmática;
o Uso concomitante de ocitocina;
o Placenta previa.
Abortamento incompleto.
• Forma clinica mais frequente;
• Diagnostico clinico;
• Sangramento e dor abdominal;
• Expulsa o concepto e permanece a placenta ou restos placentários;
• Ao exame físico;
o Colo dilatado;
o Útero menor que o esperado para a idade gestacional, pois é um útero que se encontra contraído;
o Estado geral dependo do grau de hemorragia.
• Conduta
o Abortamento farmacológico ou mecânico;
o Curetagem digital complementada pela curetagem;
o Levar em consideração idade gestacional (maior ou menor que 12s).
Conduta
• Expectante
o Normalmente em 3s do decesso do concepto → abortamento espontâneo;
o Riscos;
• Ativa
o Misoprostol ou curetagem uterina ou vácuo-aspiração;
o Se esvaziamento mecânico → preparar colo uterino (Misoprostol);
o Levar em consideração idade gestacional;
o Riscos.
Técnicas de esvaziamento
Conduta
Curetagem uterina: envolver a dilatação do colo por meio das velas de Hegar (não obrigatoriamente) e o uso curetas
metálicas para raspar as paredes do útero.
Abortamento infectado.
• Sangramento “agudo”, escuto, tipo “lavado de carne”, com odor fétido;
• Se endométrio e o miométrio comprometidos:
o Bom estado geral;
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o Febre – 38ºC;
o Dor tipo colicar intermitentes;
o Dor moderada a mobilização do colo uterino e a palpação abdominal.
• Se avanço do processo infecioso → peritônio pélvico
o Estado geral comprometido: taquicardia, desidratação, mucosas descoradas;
o Temperatura mais elevada (39ºC ou >)
o Dor intensa → reação peritoneal;
o No toque vaginal; colo uterino aberto, saída de conteúdo purulento;
• SEPSE
Conduta
Técnicas de esvaziamento
Farmacológica – Misoprostol
• Vantagens:
o Custo acessível;
o Ausência da possibilidade de perfuração uterina e formação sinequial;
o Redução dos riscos de sequelas inerentes a dilatação do colo uterino;
o Eliminação do risco anestésico.
• Desvantagens
o Tempo de resolução;
o Efeitos colaterais até a expulsão (cólica, sangramento, náusea, calafrios);
o Necessidade eventual de complementação cirúrgica;
o Ansiedade pela espera.
• A aspiração pode ser realizara com bomba elétrica (aspiração a vácuo elétrica ou AVE) ou com vácuo manual
produzido por uma seringa (AMIU)
Definição
Gestação cuja implantação e desenvolvimento do ovo ocorrem fora da
cavidade corporal do útero.
• 95-98% - tubaria
• 70% - ampular
• 11% - fimbrial
• 3% - Ovariana
• <1% - cervical
• 1% - Abdominal
• >1% cicatriz de cesárea
Introdução
• Principal causa de mortalidade materna no primeiro trimestre da gestação;
• Responsável por 9% dos óbitos maternos durante o ciclo gravídico gravídico-puerperal;
• Aumento da incidência → fatores de risco!!
Fatores de risco
• Doença inflamatória pélvica, principalmente infecção
por Chlamydia;
• Cirurgia tubaria previa (esterilização feminina,
reanestomose tubaria;
• Infertilidade;
• Endometriose;
• Usuárias de dispositivo intrauterino (DIU);
• Anticoncepção de emergência;
• Tabagismo;
• Gravidez ectópica previa;
• Apor o primeiro quadro de gravidez ectópica → recorrência de 15%;
• Dois ou mais episódios prévios → recorrência de 25%.
A localização mais frequente é a tubaria (90% a 95% dos casos). Outros locais: porção intestinal da tuba, ovário, colo
uterino, cicatriz da cesárea e cavidade abdominal.
Quadro clinico
• GRAVIDEZ TUBAREA COMPLICADA (aborto ou ruptura)
o Dor abdominal sincopal e lancinante na ruptura tubaria e tipo cólica no aborto;
o Náuseas e vômitos;
o Ao exame físico;
▪ Sinais de estado hipovolêmico: palidez cutaneomucosa, taquicardia e hipotensãoarterial;
▪ Reação peritoneal, descompressão brusca dolorosa e diminuição dos ruídos hidroaéreos
intestinais;
▪ Toque vaginal: dor – grito de Douglas (sinal de Proust) e útero ligeiramente aumentado e
amolecido. Anexos com tumoração palpável (metade dos casos)
Diagnóstico
• Na suspeita clinicas → exames subsidiários;
• Ultrassom transvaginal → analisar a presença de massa anexial (hematossalpinge, anel tubário e embrião
vivo)
• β-HCG >2.000mUl/MI → gestação intrauterina deveria ser confirmada com USTV.
• Acompanhar evolução dos títulos da β-HCG;
• β-HCG aumenta da 35% ou mais a cada 48h na
gravidez tópica viável.
Tratamento cirúrgico
• Conduta padrão;
• Laparotomia é imperativa no abdome agudo hemorrágico com instabilidade hemodinâmica;
• Salpingectomia total (tipo Fritsch).
Tratamento clinico
• Expectante
o Evolução espontânea para abortamento tubário e reabsorção, sem sangramento importante ou
ruptura da tuba → estudo inconclusivos sobre tal conduta;
o Critérios
▪ Valores iniciais baixos da β-HCG
▪ Declínio dos títulos de β-HCG em 48h
▪ Ausência de saco gestacional
▪ Período prolongado desde a DUM
MEDICAMENTOSO
Metotrexato (MTX) é um antagonista do ácido fólico → inativa a diidrofolato redutase e a síntese de novo das
purinas pirimidinas e, portanto, no DNA celular;
• Protocolo de doses múltiplas: aplicação IM de MTX na dose de 1mg/kg (nos dias 1, 3, 5 e 7) alterando com
leucovorina (ácido folinico) na dose de 0,1 mg/kg (nos dias 2, 4, 6 e 8)
o Acompanhamento → β-HCG no dia da aplicação inicial e sempre antes da próxima dose
o Se diminuir mais que 15% nesse intervalo, não é necessária uma nova dose de MTX
o Outro ciclo de quatro doses deve ser iniciado no 14ª dia se β-HCG 40% acima do valor inicial (dia 0)
Epidemiologia
• Prevalencia da mola hidatiforme (MH): 23 a
1.300/100.000 gravidez
• Formas malignas: 2,5 a 7/100.000 gestacoes
• Brasil: 1 caso de gravidez molar em cada 200 a 400
gestacoes
Fatores de risco
• Idade materna superior a 35 anos
• Historia previa de DTG
• Extremos de idade – discre aumento de risco em mulheres <20 anos
Quadro clinico
• Suspeita-se da gravidez molar no sangramento vaginal em gestação incipiente
associada a presença de β-HCG elevado no sangue materno
• Confirmação: exame ultrassonográfico e estudo anatomopatológico de material
abortado
• Sangramento vaginal de repetição e intensidade variável
• Útero aumento de volume para a idade gestacional
• Cistos tecaluteinicos – 20% dos casos → hiperestimulação ovariana resultante de
níveis elevados do β-HCG
• Náuseas e vômitos
• Hipetireoidismo
• Sinais de pré-eclâmpsia antes da 20ªs de gestação
• Eliminação de vesículas hidrópicas pela vagina
Diagnostico
• Anamnese
o Atraso menstrual
o Sangramento vaginal → indolor, entre a 4º e a 16ºs, presente entre 75% e 95% dos pacientes
Exame físico
• Útero aumento para a idade gestacional
• Exame pélvico → presença de cistos tecaluteinicos dos ovários, uni ou bilaterais → podem meoluir para
abdome agudo
• Pressão arterial alterada → pré-eclampsia precose
• Hipertireoidismo → taquicardia, hipertensão arterial, tremores finos, intolerância ao calor, fraqueza
muscular, sudorese, reflexos hiperativos, perda de peso e ansiedade.
Exames complementares
• Dosagem quantitativa de → níveis mais elevados do que os esperados para a idade gestacional de uma
gestação normal
• Ultrassonografia → 90% dos diagnósticos
MHC – USG
• Eco endometrial hiperecoico, preenchido por imagens hipoanecogenicas,
irregulares, centrais ou margeando o miométrio, ausência de embrião-feto
• Identificação de útero aumentado
• Policistose de ovários (múltiplos cistos simples de 4 a 8cm, anecogenicos, geralmente bilaterais)
• Vesículas → até 8ª semana tamanho <2mm, podendo alcançar 10mm a vários cm próximos a 18ªsemana
Exame histopatologico
Forma mais comum de confirmação do diagnostico de MH
Tratamento
Esvaziamento uterino e seguimento pós-molar
Aspiração intrauterina – técnica de escolha para o esvaziamento molar → menor risco de perfuração uterina,
infecção e permanência de restos molares na cavidade uterina.
Informações importantes
• Paciente com Rh negativo necessitam receber a imunoglobulina anti-Rh após esvaziamento uterino
• Em mulheres com 40 anos ou mais e numero de filhos definido → histerectomia (HTA) – reduz a ocorrência
de NTG pós-molar
• A HTA elimina o risco de invasão local, mas não previne a disseminação de tecido trofoblasto (metástase) →
seguimento pós-molar cuidadoso após o procedimento
Temos que fazer o seguimento com o β-HCG para saber se evolui para doença trofoblastica gestacional (neoplasia
pós-molar)
Conduta
• Exame clinico e ginecológico
Quando precoce não apresenta manifestações clinicas → assintomática – se não fizermos o seguimento ela só vai
ser notada quando já existir metástases
Na falta de seguimento pós-molar rigoroso → NTG suspeitada na fase de doença avançada com metástases