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SÍNDROME DO OVÁRIO MICROPOLICÍSTICO (SOMP)

● A SOP é uma das condições clínicas mais comuns dentre as disfunções endócrinas
que afetam as mulheres em idade reprodutiva.
● Prevalência: 6 a 16%.
● Principais características: Hiperandrogenismo (o lÍquido com androgênios fica
acumulado no folículo)
● Anovulação crônica (deixa o ciclo irregular)
● Descrita por Stein-Leventhal em 1935: amenorreia e forma policística dos ovários.
● O consenso de Rotterdam foi publicado em conjunto com a ASRM ESHERE e
revisado em 2012:
o Hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial.
o Oligo-amenorreia.
o Critérios de ultrassom.
⮚ Ovários com > 10 mm3: volume aumentado. Ou > igual a 20
folículos.
o Presença de pelo menos 2 dos 3 critérios.
● A irregularidade menstrual que acompanha a síndrome é crônica, com início
precoce e tende:
o Normalização com a idade.
o Ao consumo folicular.
o À diminuição da reserva ovariana.

SOP
● Frequente
● Crônica
● Se auto perpetua
● Eixo endócrino e metabólico
● Complexa e heterogênea
CAUSAS
● Hiperativação do sistema relacionado ao estresse.
● Liberação hipotalâmica do hormônio liberador da corticotrofina (CRH).
● Diminuição do tono dopaminérgico hipotalâmico.
● Alterações nos pulsos de liberação do GnRH.
● Resistência à insulina com hiperinsulinemismo.
● Hipersensibilidade das células ovarianas às gonadotrofinas.
● Ação local anormal dos moduladores (amplificadores e atenuadores) das gonadotrofinas.
ESTUDOS RECENTES: HIPÓTESE GENÉTICA
● Mutações nos genes ligados à esteroidogêneses (CYP 17, CYP 11ª)
● Mutações ao metabolismo dos carboidratos (receptor de insulina)
● Mutações associadas na regulação e ação das gonadotrofinas
FISIOPATOLOGIA
● Anovulia (SOMP)
● Stress / depressão
● Prolactina / insulina
● Obesidade (leptina)
● Disfunção endometrial
● Pós parto, aborto, medicamentos, ???
● Anovulação por retro controle inadequado
● Hiperandrogenismo
● Genética (autossômica)
● Resistência periférica à insulina
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
● Oligomenorreia ou amenorreia.
● Seborreia/acne.
● Obesidade.
● HAS.
● Esterilidade.
● Hirsutismo.
RISCOS
● Infertilidade.
● Ca de endométrio.
● Abortamento.
● Obesidade.
● Resistência à insulina, intolerância à glicose e DM.
● Dislipidemia.
● Doenças cardiovasculares.
● Apneia obstrutiva do sono.
OBS: a testosterona materna não passa pela placenta e fornece risco de gerar genitália ambígua no feto. A
testosterona elevada apresenta risco para a mulher.
QUADRO CLÍNICO
● Irregularidade menstrual
● Esterilidade conjugal
● Hiperandrogenismo
● Obesidade
DIAGNÓSTICO
● Clínico.
● Ultrassom
● Dosagem LH/FSH.
● Dosagem de andrógenos.
● Dosagem de prolactina.
● Resistência à insulina.
● Dosagem E1/E2.
E1 e E2: estrona, estrogênio.
TRATAMENTO CLÍNICO
● Objetivos:
o Restabelecer a função menstrual.
o Se a mulher quer engravidar, é induzir a ovulação.
● Progestágenos 2ª fase:
o Progesterona natural (100)
o Medroxiprogesterona (10)
o Noretisterona (10)
o Nomegestrol (5)
o Didrogesterona (10)

Essas pílulas nem sempre fornecerão contracepção completa.


● Contraceptivo oral
o Regulação do ciclo menstrual.
o Inibição das gonadotrofinas.
o Aumento da SHBG.
o Inibição dos estrógenos não bloqueados.
o Melhora da acne/seborreia.
o Melhora do hirsutismo.
o Melhora a aparência ovariana.
o Proteção endometrial/ovário.
o Diminuição do risco aterogênico.
● Estrogênio
o Etinilestradiol
● Progestogenio
o Derivados da 19-nortestorenoa
⮚ Levonorgestrel
⮚ Noretisterona
⮚ Gestodeno
⮚ Desogestrel (Etonogestrel)
⮚ Norgestimato (Norelgestromina)
o Derivados da 17-hidroxiprogesterona
⮚ Acetato de ciproterona
⮚ AMP
⮚ Dropirenona
⮚ Megestrol
⮚ Clormadinona
* Se a paciente tem muito androgênicos, deve-se encolher um progestogênio com menos androgênio.
● Contraceptivos
o Orais combinados
o Orais progestogênios
o Injetáveis trimestrais
o Adesivo
o Vaginal (comp, anel)
● Indução de ovulação
o Citrato de Clomifene (50)
o Gonadotrofinas (H.M.G, FSH-u, FSH-r)
o H.C.G.
o Insulino sensibilizante
● Resistência à insulina
o Hiperinsulinemia e Hiperandrogenismo
o Agentes insulino-sensibilizantes:
⮚ Rosiglitazona (4)
⮚ Pioglitazona (15)
⮚ Metformina (500)
⮚ Aumenta uso glicose intestinal
⮚ Aumenta uso periférico da glicose
⮚ Inibe gliconeogênese hepática
⮚ Aumenta sensibilidade insulínica
⮚ Corrigir a obesidade / andrógenos
⮚ Reverter função menstrual
⮚ Reverter função ovulatória
⮚ Favorecer a gravidez / aborto
⮚ Facilitar ação do indutor
*7 a 10% das mulheres melhoram a função ovariana após emagrecer
● Combater o hiperandrogenismo
o Anti-androgênos:
⮚ Contraceptivo oral
⮚ Ciproterona
⮚ Espironolactona
⮚ Flutamina
⮚ Finasterida
✔ A finasterida é TERATOGÊNICA
● Distúrbios associados
o Controle da obesidade
o Agonista da Dopamina:
⮚ Bromoergocríptina (2,5)
⮚ Cabergolina (0,5)
⮚ Lisurida (0,2)
TRATAMENTO CIRÚRGICO
● Ressecção em cunha (Taller) – tira um terço de cada ovário.
● Cauterização ovariana.
● Vaporização a laser.
● Múltiplas biópsias.
● Ooforectomia unilateral.
Obs.: O tratamento da SOP é clínico!
INTERCORRÊNCIAS
● Hiperplasia/CA de endométrio.
● Hemorragia disfuncional.
● Taxa de abortamento.
● Síndrome de hiperestimulação.
● Doença cardiovascular/diabetes.
TRATAMENTO – MEDIDAS GERAIS ADJUVANTES
● Dieta hipocalórica, hipolipídica
o Reduz a hiperinsulinemia.
o Diminui os níveis de LH.
o Reduz testosterona T e L.
o Aumenta níveis SHBG.
o Diminui ácidos graxos livres.
o Restaura a ciclicidade ovariana.
● Mudança de hábitos, estilo de vida
● Estimular a perda de peso (> ou = 7%)
● Técnicas de relaxamento, domínio do stress
● Antidepressivos, ansiolíticos
● Aconselhar uso de medidas cosméticas
LINHA DE ORIENTAÇÃO NA PCOS
● É síndrome, não há critério diagnóstico único
● É diagnóstico de exclusão
● É condição de risco para várias doenças crônicas
● Tem população heterogênea: magros, obesos, hirsutos, não hirsutos

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