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HARDTOPICS PLANEJAMENTO FAMILIAR

O QUE CAI?
Indicações e contra-indicações.

VISÃO GERAL
definição. Anticoncepção é o uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir que o
relacionamento sexual resulte em gravidez.
métodos reversíveis. Comportamentais, de barreira, dispositivos intrauterinos, hormonais e os de
emergência.
métodos definitivos. Cirúrgicos, esterilização cirúrgica feminina e masculina.
critérios de eligibilidade da OMS. 4 categorias.
categoria 1. O método pode ser utilizado sem qualquer restrição.
categoria 2. Contraindicações relativas leves: os benefícios são maiores que os malefícios. Pode-
se usar o método, com supervisão.
categoria 3. Contraindicações relativas graves: os malefícios são maiores que os benefícios. O
método pode ser usado somente quando não houver alternativa aceitável para a paciente, e
assegurada rigorosa supervisão.
categoria 4. O anticoncepcional é totalmente contraindicado.

MÉTODOS COMPORTAMENTAIS
o que são. Métodos naturais de anticoncepção, baseados no reconhecimento do período fértil; exemplos:
tabelinha (ogino-knaus), muco cervical (billings), coito interrompido.
como são utilizados. Abstinência durante o período em que pode haver gravidez ou sêmen não é
depositado na vagina.
vantagens. Gratuitos, sem malefícios, conhecimento do corpo pela mulher, sem efeitos colaterais, não há
demora para retorno fertilidade.
desvantagens. Ausência proteção ist’s, eficácia altamente dependente do usuário, menor eficácia.

MÉTODOS DE BARREIRA
o que são. Materiais que impedem a ascensão do espermatozoide. Podem ser utilizados pelo homem ou
pela mulher; agem como obstáculos mecânicos. Exemplos: preservativo (masculino e feminino), diafragma,
espermicidas, capuz cervical, dispositivos intrauterinos.
preservativos masculinos. Vantagens: praticamente sem efeitos colaterais (raras alergias), proteção
ist’s; desvantagens: dependente usuário, menor eficácia.

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HARDTOPICS PLANEJAMENTO FAMILIAR

preservativo feminino. Vantagens: autonomia da mulher, praticamente sem efeitos colaterais (raras
alergias), proteção ist’s; desvantagens: dependente usuário, menor eficácia.
espermicida. Age dentro da vagina, comprometem vitalidade dos espermatozoides e impedem acesso ao
trato genital superior; apresentação: cremes, geleias, comprimidos, tabletes e espuma; mais utilizadas:
nonoxinol-9, menfengol, cloreto de benzalcôneo, etc.
nonoxinol-9. Agente surfactante sobre a membrana dos espermatozoides, matando-os. Na
dependência de sua apresentação, agem fisicamente, bloqueando o trajeto a ser cumprido pelo
espermatozoide.
baixa eficácia. Deve ser usado com outro método de barreira.
reações alérgicas. Lesão epitelial e maior chance de ist’s (e HIV ??).
diafragma. Diversos tamanhos: adaptação vaginal.
pré-requisitos. Tomada de medida da vagina pelo médico e treinamento da paciente para
colocá-lo.
contraindicação. Puerpério (modificações gravídicas causam mudança no organismo da mulher,
requer nova avaliação), ou muitas oscilações de peso.
recomendação. Seja usado em associação com espermicida.
críticas. Alteração da flora vaginal, aumentando vaginoses; aumento do risco de infecções
urinárias; não pode ser usado por mulheres com alterações anatômicas (prolapsos, pela
dificuldade de adaptação); reação alérgica.
dispositivo intrauterino. Medicados com cobre ou com levonorgestrel (LNG).
eficácia. Não depende da usuária, com alta confiabilidade. O DIU com LNG tem uma eficácia
maior, sendo a taxa de falhas no primeiro ano de uso igual a zero.
mecanismo de ação. Reação inflamatória no endométrio: alterações histológicas e bioquímicas
importantes que interferem na fisiologia normal da espermomigração e fertilização do óvulo.
íons de cobre. Prejudicam a vitalidade e a motilidade espermática e diminuem a sobrevida do
óvulo no trato genital. Aumento da produção de prostaglandinas e inibição de enzimas
endometriais, afetando o transporte de espermatozoides.
LNG. Pouco absorvido, efeitos sistêmicos são desprezíveis ou inexistentes. Agem localmente, com
atrofia do endométrio e espessamento no muco cervical; reação de corpo estranho a ação do
progestógeno no endométrio: decidualização e atrofia glandular. A ovulação pode ser inibida.
elegibilidade - categoria 4. Gravidez confirmada ou suspeita; infecção pósparto ou pós-aborto;
doença inflamatória pélvica (DIP) atual ou recente (nos últimos três meses); cervicite purulenta;
sangramento genital de natureza desconhecida; tuberculose pélvica; antecedente de episódios de
DIP repetidos; câncer genital ou pélvico; alterações anatômicas do útero que possam
comprometer o correto posicionamento do DIU.
elegibilidade - categoria 3. Sangramento menstrual aumentado, puerpério imediato e até o
28º dia de pós-parto, comportamento de risco para ist’s, AIDS, doença trofoblástica benigna.

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HARDTOPICS PLANEJAMENTO FAMILIAR

elegibilidade - categoria 2. Adolescência, anemias, miomas uterinos e malformações anatômicas


uterinas que não comprometem a cavidade do útero, episódio isolado de DIP, vaginite, endometriose,
dismenorreia, doença valvular cardíaca complicada.
elegibilidade - categoria 1. Mais de quatro semanas de puerpério normal, após aborto de primeiro
trimestre sem complicação, idade maior de 35 anos, hipertensão arterial sistêmica, diabetes melito,
doença tromboembólica, cardiopatia isquêmica, cardiopatia valvular sem complicação, doenças hepáticas,
obesidade e hiperlipidemias, antecedente de gravidez ectópica, antecedente de DIP com gravidez
subsequente, cefaleias, doenças de mama, epilepsia, antecedente de cirurgia abdominal e/ou cesárea.
Tempo de uso. Cobre - 12 anos. LNG – 5 anos (talvez por mais tempo).
riscos e paraefeitos. Na inserção: dor; reação vagal; perfuração uterina; sangramento; laceração da
cérvice e bacteremia transitória. Durante uso: dor pélvica crônica, dismenorreia, sangramentos anormais,
expulsão espontânea e a falha contraceptiva, com gestação ectópica.

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HARDTOPICS MÉTODOS NÃO HORMONAIS

O QUE CAI?

Indicações e contra-indicações e legislação.

TIPOS DISPONÍVEIS

tipos. Contraceptivos orais combinados ou só com progestógenos; injetável – combinados (mensais) ou só


de progestogeno (trimestral); implantes de progestógenos; anéis vaginais combinados; adesivos cutâneos
combinados.
hormônios usados. Estrógenos e progestógenos.
estrógenos. Etinilestradiol. É inativo e necessita ser metabolizado à etinilestradiol no fígado para tornar-
se ativo.
metabolismo do lipídeos. Diminui colesterol total e LDL e aumenta HDL.
metabolismo glicídico. Discreto aumento glicemia e triglicerídeos.
ação hepática. Aumento da síntese várias proteínas e enzimas; aumento de fatores de
coagulação (V e VII), com aumento coagulabilidade sanguínea, compensado parcialmente pelo
aumento siíntese antitrombina III; aumento da síntese do substrato da renina: ação na pressão
arterial; aumento na síntese da SHBG, consequente efeito antiandrogênico; retardo na circulação
intrahepática da bile, colestase intra-hepática.
progestógenos. Derivados da 17-oh-progesterona (como medroxiprogesterona e ciproterona). Derivados
da 19-nortestosterona (como norestisterona e gestodene); derivado da espironolactona (drospirenona).
efeitos. estrogênico; antiestrogênico; progestacional; antigonadotrófico; androgênico;
antiandrogênico; mineralocorticoide; antimineralocorticoide; glicocorticoide; antiglicocorticoide.
poder contraceptivo. potencial antigonadotrófico (capacidade de bloquear a secreção
apropriada das gonadotrofinas hipofisárias).
maior poder antigonadotrófico. Ciproterona e drospirenona (poder antiglicocorticoide,
semelhante ao da espironolactona).

metabolismo do lipídeos. Maior ou menor grau de influência negativa, favorecendo o aumento do


colesterol total e do LDL e uma diminuição do HDL (depende do potencial androgênico).
metabolismo glicídico. Ação indireta, provocando aumento resistência insulínica (maior potencial
androgênico).
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HARDTOPICS MÉTODOS NÃO HORMONAIS

combinados orais. Composição: monofásicos, bifásicos, trifásicos; pílulas atuais: maioria


monofásicas, diferentes doses de etinilestradiol (15 a 50 mcg) e diferentes progestógenos.
ação. Influência no eixo neuroendócrino: alteram estimulação ovariana pelas gonadotrofinas, interferem
nos mecanismos de feedback. Promovem bloqueio gonadotrófico (especialmente do pico de LH), impedindo
ovulação; ações do progestágeno: espessamento do muco cervical, hipotrofia do endométrio.
eficácia. Depende da correção do uso; taxa de falhas 0,5/100 mulheres-ano.
efeitos colaterais. Dependência da suscetibilidade da usuária; dose de estrógeno; tipo e dose de
progestógeno; via de administração.
efeitos colaterais dos estrogênios. Náusea; aumento das mamas (ductos e gordura); retenção de
líquido; ganho de peso rápido e cíclico; leucorreia (ectrópio + cervicite); evento trombótico; AVC; adenoma
hepatocelular; câncer hepatocelular; aumento de colesterol na bile; crescimento de miomas;
telangiectasias.
efeitos colaterais dos progestágenos. Aumento do apetite e ganho lento de peso; depressão,
fadiga, cansaço; diminuição da libido; acne e pele oleosa; aumento do tamanho das mamas (tecido
alveolar); aumento dos níveis de ldl-colesterol; diminuição dos níveis de hdl-colesterol; efeito
diabetogênico (aumento da resistência insulínica) e prurido.
efeitos colaterais dos estrógenos e dos progestógenos. Sensibilidade mamária; cefaleia;
hipertensão arterial e infarto do miocárdio.
contraceptivos orais apenas com progestógenos. Vários tipos de pílulas: noretisterona (350 µg),
levonorgestrel (30 µg), desogestrel (75 µg); indicados em condições em que se deve evitar o uso de
estrógeno.
forma de uso. Um comprimido diariamente, de forma ininterrupta, mesmo se menstruada. Início
em qualquer momento, em qualquer dia do ciclo ou do puerpério (exceto nos primeiros 30 dias de
puerpério).
mecanismo de ação. Alteração do muco cervical, hipotrofia/atrofia endometrial, bloqueio
ovulatório (mais alta dose – desogestrel 75 µg).
efeitos colaterais. Irregularidade menstrual, podendo ocorrer amenorreia.
contraceptivos hormonais injetáveis. Combinados (mensais) ou exclusivamente de progestógeno
(trimestral).
combinados. Utilizados em injeções mensais com primeira injeção até o quinto dia do ciclo e as
seguintes, a cada 30 dias; o mecanismo de ação é o mesmo das pílulas combinadas; efeitos
colaterais: menstruações em ciclos mais curtos (estrogênio da formulação é metabolizado mais
rapidamente), mastalgias tonturas e aumento de peso; eficácia é muito alta.
progestógeno exclusivo. Acetato de medroxiprogesterona de depósito – 150 mg (3/3 meses);
age bloqueando ovulação por meio grande efeito antigonadotrófico. Gera atrofia do endométrio e
amenorreia; efeitos colaterais: sangramentos irregulares discretos ou abundantes, outras
manifestações dos progestógenos. Retorno mais demorado da fertilidade. Efeitos antiestrogênicos
reversíveis.

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HARDTOPICS METODOS NÃO HORMONAIS

implantes. Bastões com progestógenos exclusivos (LNG ou etonogestrel); inserção na face interna do
braço menos ativo. 3 a 5 anos uso.
ação. Inibição da ovulação, alteração do muco cervical e atrofia endometrial.
eficácia. Alta, com taxa de falhas, no primeiro ano de uso, é de 0,2% e ao final do quinto ano é
de 1,5%.
efeitos colaterais. Sangramentos irregulares, amenorreia, e demais efeitos dos progestógenos.

pílulas vaginais. Pílulas do tipo monofásico, com 50 µg de etinilestradiol e 250 µg de levonorgestrel,


para serem usadas na vagina, diariamente, ao invés de serem ingeridas pela boca; usadas no mesmo
regime das orais, início no quinto dia do ciclo, inserção de um comprimido por dia por 21 dias, com pausa
de sete dias.

anel vaginal. Anel flexível que contém etonogestrel e etinilestradiol; colocação na vagina, devendo
permanecer por três semanas; deve ser retirado e dado pausa de sete dias, após o que deve ser colocado
um novo anel; age inibindo a ovulação, e tem índice de pearl de 0,65. É de fácil colocação por ciclo, e os
hormônios não têm primeira passagem no fígado.
adesivos cutâneos. Selos que contêm 750 µg de etinilestradiol e 6,0 mg de norelgestromina. A
norelgestromina é um metabólito primário do norgestimato, e é metabolizada, no fígado a levonorgestrel;
adesivo deve ser substituído a cada semana, por três semanas consecutivas, seguindo-se uma semana de
pausa, sem o adesivo. Age inibindo a ovulação, não tem primeira passagem hepática e as contraindicações
são as mesmas das pílulas.
contracepção de emergência. Utilização de medicamentos ou dispositivos após uma relação
desprotegida.

método de Yuzpe. Combinação de 100 µg de etinilestradiol e 500 µg de LNG tomados em duas


vezes, intervalo de 12 horas. Uso antes de 72 horas do coito desprotegido, o mais cedo possível
após essa relação. Efeitos colaterais: náusea e vômito; contraindicação: gravidez conhecida.

LEGISLAÇÃO

esterilização. Lei do planejamento familiar (9.263/1996) sofreu alterações:


1. permitida a esterilização voluntária em homens ou mulheres com capacidade civil plena, maiores de 21
anos OU, pelo menos, dois filhos vivos;
2. prazo de 60 dias entre a expressão do desejo da esterilização e sua realização;
3. necessidade de esclarecimento sobre outras opções de contracepção que sejam reversíveis;
4. não se pode fazer esterilização por outro procedimento que não seja LT ou vasectomia;
5. em pessoas incapazes, a esterilização só pode ser feita mediante autorização judicial.

ATENÇÃO. Não é mais necessária a autorização do cônjuge; agora é possível a realização do procedimento no pós-
parto imediato.

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