Anticoncepcionais hormonais e cirúrgicos
 Índice de Pearl (IP): número de falhas do método
contraceptivo a cada 100 mulheres/ano
 Método eficaz: IP < 1
ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS
 Estrogênio: inibe FSH e bloqueia desenvolvimento
folicular
 Progesterona: inibe LH e o pico de LH e a ovulação,
espessa o muco cervical, promove atrofia endometrial e
compromete a motilidade tubária
Estrogênio
 Etinil-estradiol (principal)
 Pílulas de baixa dose: 20-35 µg
 Pílulas de muito baixa dose: 15 µg
 Mesmo risco tromboembólico das duas doses, a
redução melhora apenas os efeitos colaterais
 Valerato de estradiol e 17-beta-estradiol: mais
semelhantes ao estrogênio endógeno
Progestogênios
 1ª geração: noretisterona e medroxiprogesterona
o Efeito androgênico
o Pioram discretamente o perfil lipídico (diminui
HDL e aumenta o LDL)
o Maior risco tromboembólico
 2ª geração: levonorgestrel
o Mais seletivo ao receptor de progesterona
o Menor risco tromboembólico
o Discreto efeito androgênico e nos lipídeos
 3ª geração: gestodeno e desogestrel
o Mais seletivos ao receptor de progesterona
o Melhora perfil lipídico e efeito androgênico
mínimo
o Maior risco tromboembólico que os de 2ª
 4ª geração: drospirenona, dienogestel e nomegestrol
o Maior efeito androgênico e maior risco
tromboembólico que as de 3ª
 Risco de eventos tromboembólicos
o Maior no primeiro ano de uso e durante trocas
o O risco de eventos usando pílula é menor que o
risco fisiológico durante a gravidez
 Benefícios do uso
o Diminui risco de CA ovário e endométrio
o Diminui dismenorreia primária e SPM
o Diminui aparecimento de cistos funcionais
o Diminui endometriose e anemia
o Diminui biodisponibilidade de testosterona devido
a aumento de SHBG (melhora acne)
 Uso correto e prolongado pode causar atrofia
endometrial: sem sangramento entre as pausas
FORMAS DE APRESENTAÇÃO
 ACO combinado (etinil-estradiol + P)
 Injetável mensal (valerato de estradiol + P)
 Adesivo transdérmico (etinil-estradiol + P)
 Anel vaginal (etinil-estradiol + P)
 Injetável trimestral (P)
 Pílula de progestogênio isolado (P)
 Implante subdérmico (P)
CONTRAINDICAÇÕES PARA MÉTODOS
HORMONAIS
Categorias OMS para contraindicação de método
1. Método usado sem restrições
2. Benefícios > riscos
3. Riscos > benefícios
4. Formalmente contraindicado
Contraindicações para o uso de estrogênio
 HAS descontrolada ou risco tromboembólico
 Risco cardiovascular e de AVC
 Idade > 35 anos e tabagismo
 Sangramento não diagnosticado
 DM há mais de 20 anos e vasculopatia
 CA mama prévio contraindica qualquer hormônio
 Enxaqueca com aura (fenômeno vascular)
 Cirrose hepática grave e tumores hepáticos
 Hepatite viral aguda
 Colestase relacionada ao ACO
GIN
 Epilepsia se uso de indutores fortes da CYP3A4
(carbamazepina, topiramato, fenitoína, fenobarbital) é
contraindicação para uso de qualquer método oral ou
que utilize etinil-estradiol. Quando em uso de
lamotrigina, não deve ser usado qualquer tipo de
estrogênio. O ácido valproico não interage com os
anticoncepcionais
 LES com anticorpos antifosfolípides positivos
 Apenas rifampicina e rifabutina diminuem o efeito do
anticoncepcional
 Gravidez
MODO DE USAR
Pílula anticoncepcional oral de 28 dias começa sempre no 1º
dia da menstruação e segue:
 Usar 21 comprimidos e parar 7 ou
 Usar 24 comprimidos e parar 4 ou
 Uso contínuo. Se houver sangramento de escape é só
fazer a pausa de 4-7 dias e continuar
 Não precisa combinar com outro método para aumentar
a segurança se iniciou no 1º dia do ciclo
Contracepção de emergência
Levonorgestrel 1,5 mg. O ideal é usar dentro das 24h após
a relação sexual, mas há eficácia até 120h (5 dias)
Puerpério
 Contraindicar uso de estrogênio: pode agir no receptor
de prolactina e diminuir produção de leite
Injetável trimestral (P)
 Medroxiprogesterona
 Anticoncepcionais hormonais e cirúrgicos GIN

 Único método que não permite retorno imediato à  Amamentação possui função anticoncepcional: induz
fertilidade amenorreia devido hiperPRL e hipoestrogenismo por ~
 O tempo de retorno depende do peso (mulheres mais 6 meses após o parto
magras voltam a ovular mais rápido)  Após esse período, introduzir método com
progestogênio exclusivo ou métodos não hormonais
GRUPOS ESPECIAIS
 Adolescentes: não usar ultrabaixa dose ou injetável MÉTODOS CIRÚRGICOS
trimestral, pois diminui ganho de massa óssea
 Métodos definitivos (irreversíveis), que podem ser
 Pacientes obesas (> 90 kg) não devem usar adesivo
feitos nas mulheres (laqueadura tubária) ou nos homens
transdérmico, pois o excesso de tecido adiposo pode
(vasectomia)
diminuir a absorção hormonal e elevar a sua taxa de
 Métodos permitidos em:
falhas
o > 25 anos OU com 2 filhos vivos
 Pacientes em tratamento de TB com rifampicina:
o Consentimento informado assinado no mínimo
preferir injetável combinado mensal
60 dias antes da cirurgia
 Não utilizar injetável trimestral em caso de SUA
o Mulheres com risco de morte materna se
 Injetável trimestral pode causar retenção hídrica
houver nova gestação, desde que testemunhado
 Pacientes com CA mama prévio: não podem usar
em cartório e assinado por 2 médicos
nenhum hormônio, indicar DIU de cobre
 É proibida a realização de laqueadura durante o
 Pacientes com enxaqueca com aura: utilizar apenas
parto, cesariana e aborto, exceto se comprovada
progestogênio, mas com risco de aumentar a
necessidade por sucessivas cesarianas anteriores
frequência das crises
 Epilépticas: preferir via não oral

LARCS
 Métodos reversíveis de longa duração
 DIU, SIU e implante

IMPLANTE SUBDÉRMICO (P)

 Duração de 3 anos
 IP 0,05 (menor de todos)
 Levonorgestrel exclusivo
 Pode aumentar SUA e diminuir libido
 Como todo método de progestogênio isolado, pode
aumentar irregularidade menstrual
 Pode ser inserido no pós-parto imediato
 O retorno da fertilidade é imediato após a retirada

AMAMENTAÇÃO