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Métodos contracetivos hormonais

São métodos contracetivos que funcionam através da utilização de hormonas que


inibem a ovulação, impedindo assim que haja fecundação. O efeito de proteção é
reforçado pelo aumento da espessura do muco cervical, o que dificulta a progressão
dos espermatozoides, além de alterações no revestimento do útero, impedindo que o
óvulo se consiga implantar.
A contraceção hormonal depende da manipulação de dois princípios biológicos:
estrogénio e progesterona. Existem diversas formulações que diferem tanto no tipo de
hormona como na dosagem, algumas com indicações terapêuticas. Por este motivo a
pílula não deve ser tomada sem supervisão médica. Os métodos hormonais estão
contraindicados na grande maioria dos casos, em doentes com cancro da mama.

Pílula combinada
Quando se fala de pílula, na maior parte dos casos está a falar-se de pílula
combinada. Tem esta designação por combinar o estrogénio e a progesterona em
pequenas quantidades. Geralmente é tomada durante 3 semanas, seguidas de uma
semana de intervalo, durante a qual se dá a menstruação. Já existem pílulas cuja
embalagem permite uma toma contínua de forma e diminuir os enganos no dia de
recomeçar. Recomenda-se que seja tomada sempre à mesma hora, ainda que atrasos
até 12 horas não afetem a sua eficácia. Quando os atrasos são maiores, é importante
recorrer temporariamente a outro contracetivo, nomeadamente ao preservativo.

Vantagens
 99,9% eficaz se tomada corretamente;
 Regula os ciclos e diminui a intensidade do fluxo menstrual;
 Diminui ou mesmo elimina as dores menstruais.
Desvantagens
 É desaconselhável a fumadoras com mais de 35 anos;
 Formalmente contraindicada em doentes hepáticas graves, em mulheres com
elevado risco cardiovascular (hipertensas não controladas, diabéticas) e com
risco tromboembólico aumentado;
 Perde eficácia quando há problemas gastrointestinais;
 Pode causar hemorragias entre as menstruações.

Os efeitos secundários incluem náuseas e secura vaginal.


O início da toma da pílula pode originar alguns efeitos secundários adversos,
que geralmente desaparecem espontaneamente após cerca de três meses. Os
possíveis efeitos podem abranger náuseas, tonturas, irritabilidade e sensação
de “barriga inchada” (efeitos estrogénicos), como também secura vaginal e
alterações de humor (efeitos progestagénicos), entre outros.

Manual – pág. 45
Pílula sem estrogénio
Contém apenas uma pequena quantidade de um progestagénio. É
recomendada a mulheres em fase de aleitamento ou que sofram de efeitos
secundários associados ao estrogénio. É tomada todos os dias, sem
interrupções, o que ajuda a evitar esquecimentos. Recomenda-se que seja
tomada sempre à mesma hora de forma a garantir a sua eficácia e a minimizar
as irregularidades do ciclo.

Vantagens
 99,5% eficaz se tomada corretamente;
 Diminui a intensidade do fluxo menstrual.
Desvantagens
 É desaconselhável em mulheres com doenças hepáticas graves, em casos de
doença cardíaca isquémica, acidentes vasculares cerebrais (AVC), e
episódio agudo de tromboembolismo;
 Perde eficácia quando existem problemas gastrointestinais;
 Pode causar hemorragias entre as menstruações, retenção hídrica e acne.

Adesivo
É colado à pele e liberta estrogénio e progestativo, que passam através da pele e são
absorvidos pela corrente sanguínea. Funciona de modo semelhante à pílula
combinada. O adesivo deve ser posto sobre a pela limpa e seca da barriga, das
nádegas ou da parte superior do corpo com exceção das mamas. Todos os dias se
deve verificar se as extremidades continuam bem coladas. O adesivo substitui-se de 7
em 7 dias, usando-se durante 3 semanas, seguidas de uma semana de intervalo,
durante a qual ocorre a menstruação.
Vantagens
 99,9% eficaz;
 Tem todas as vantagens associadas aos contracetivos orais;
 Não perde eficácia quando há problemas gastrointestinais nem altera a eficácia
de outros fármacos como os antiepiléticos;
 Funciona bem em pessoas com síndromas de má absorção intestinal;
 Vantajoso para pessoas menos disciplinadas.
Desvantagens
 O adesivo é visível;
 Está desaconselhado em todos os casos acima descritos em que a
contraceção hormonal não deve ser utilizada;
 Pode provocar irritações na pele;
 Menos eficaz em mulheres com mais de 90 kg.

Anel
Trata-se de um anel flexível e macio, de pouco mais de 5 cm de diâmetro, que
é introduzido na vagina e liberta hormonas. As hormonas são absorvidas
diretamente através das paredes da vagina, o que permite que as doses
hormonais sejam mais baixas que as da pílula ou do adesivo. É introduzido
como um tampão e deve ser retirado depois de três semanas. Um novo anel
deve ser introduzido exatamente uma semana mais tarde. Na semana de
intervalo ocorre a menstruação.

Vantagens
 99,9% eficaz;
 É fácil de usar;
 Só se põe uma vez por mês;
 Baixa dose de hormonas;
 As vantagens são em tudo idênticas às do adesivo.
Desvantagens
 Está desaconselhado em todos os casos acima descritos em que a
contraceção hormonal não deve ser utilizada;
 Muito raramente há a sensação da presença de um corpo estranho.
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Implante
O implante, de plástico flexível, tem cerca de 4 cm de comprimento e 2 mm de
espessura. É colocado pelo médico debaixo da pele, geralmente do braço, usando um
anestésico local. Contém progestativo e é eficaz durante três anos.
Vantagens
 99,9% eficaz independentemente do perfil da utilizadora. A sua eficácia é
comparável à esterilização cirúrgica;
 Só precisa de ser mudado de 3 em 3 anos;
 Pode ser utilizado nos casos em que os estrogénios estão contraindicados;
 Não perde eficácia quando existem problemas gastrointestinais;
 Não se nota.
Desvantagens
 A menstruação tende a ficar mais irregular;
 As contraindicações são sobreponíveis às das pílulas só de estrogénios.
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Existe também a injeção que pode ser usado por grávidas

Pilula do dia seguinte

A pílula do dia seguinte (contraceção de emergência) é o único método que pode ser
utilizado após a relação sexual para prevenir a gravidez não desejada.

A pílula do dia seguinte deve ser tomada nas primeiras 48 horas após a relação sexual
e apenas quando o método contracetivo habitual falha ou foi esquecido.
A eficácia é tanto maior quanto mais precocemente for tomada a pílula.

A pílula do dia seguinte não é um método contracetivo e só deve ser utilizado


excecionalmente. Não previne a gravidez que possa resultar de uma relação sexual
posterior à toma da contraceção de emergência (CE), mesmo que no dia a seguir.
A pílula do dia seguinte pode ter consequências como:

 dor de cabeça
 náuseas
 vómitos
 fadiga

Após alguns dias podem surgir dor nas mamas, uma pequena hemorragia vaginal e
antecipação da menstruação.

É também possível que a menstruação fique desregulada por algum tempo.

A contraceção de emergência atua pelos mesmos mecanismos que a “pílula de toma


regular”. A pílula do dia seguinte atrasa ou impede a ovulação e previne a fertilização
ou a implantação. Se já estiver grávida, a medicação não interrompe a gravidez.

A pílula do dia seguinte deve ser tomada dentro das 72 horas após as relações
desprotegidas e no máximo até ao 5º dia, sendo que quanto mais cedo for tomada,
maior a sua eficácia.

A pílula do dia seguinte não é abortiva e não causa um desenvolvimento pré-natal


alterado.

Estes métodos contracetivos podem ser eficazes apenas para prevenir a gravidez, mas
não previne as IST’s, como tal deve ser conjugado com outros métodos contracetivos
mais propriamente os de barreira.

Devido à grande eficácia os métodos contracetivos hormonais podem ser utilizados

https://www.lusiadas.pt/blog/prevencao-estilo-vida/saude-sexual/pilula-10-factos-saber

https://www.sns24.gov.pt/tema/saude-sexual-e-reprodutiva/pilula-do-dia-seguinte/

https://www.lusiadas.pt/blog/prevencao-estilo-vida/saude-sexual/metodos-contracetivos-
vantagens-desvantagens

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