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Giovanna Bertoldi, ATM23

Métodos Anticoncepcionais

Anticoncepção:
- Os métodos anticoncepcionais podem ser classificados em dois grupos
principais:

• Reversíveis: comportamentais; de barreira; dispositivos intra-uterinos;


hormonais; de emergência

• Definitivos: esterilização cirúrgica feminina (ligadura tubária); esterilização


cirúrgica masculina (vasectomia)

Comparação das taxas de falhas:


• Eficácia: varia de 1 em 100 a 20 em 100
mulheres que engravidam em um ano de uso

• Menos eficazes: uso de espermicidas


colocados na vagina após relação sexual;
método da “tabelinha”; uso de esponjas
vaginais; coito interrompido; uso de
preservativos (feminino ou masculino)

• Moderadamente eficazes: métodos injetáveis;


pílulas anticoncepcionais VO; adesivos
transdérmicos; uso de anéis vaginais; diafragma

• Altamente eficazes: esterilização (procedimento


cirúrgico - método permanente); DIU; implantes
intradérmicos

Lembrar: nenhum desses métodos isenta o uso de preservativos , devido ao risco


de IST

Benefícios não contraceptivos:


• Deve-se lembrar que
esses métodos não são
utilizados somente para
evitar uma gravidez,
mas possuem outras
aplicações e benefícios
não contraceptivos

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Mecanismo de ação dos contraceptivos:
- Principal eficácia contraceptiva: supressão da ovulação
• Inibição do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH)

• Inibição do hormônio luteinizante (LH)

• Inibição do hormônio folículo-estimulante (FSH)

• Inibição do aumento do LH no meio do ciclo

Principais classes de contraceptivos:


• Os anticoncepcionais orais (ACO) combinados representam o método
anticoncepcional mais utilizado em todo mundo

• Podem ser classificados pela dose estrogênica (pílulas de alta ou baixa dose) ou
pelo progestogênio (primeira, segunda ou terceira geração)

• Estrogênio mais utilizado: etinilestradiol - o que varia é a sua dose, que classifica
as pílulas como alta ou baixa dose

• Progestinas mais comuns: noretisterona; acetato de norestisterona;


levonorgestrel; desogestrel; norgestimato; drospirenona

Pílulas apenas de progestinas: minipílulas


• Produtos que contêm apenas progestina ou progesterona sintética, geralmente
noretisterona são tomadas diariamente em esquema contínuo

• Dosagem contínua baixa do fármaco

• Menos eficazes que as formas combinadas

• Podem produzir ciclos menstruais irregulares com maior frequência

• Pode ser usado em pacientes que estão amamentando

Pílulas apenas de progesterona: minipílulas

• Pílulas à base de progestogênio evitam a gravidez através de diferentes


mecanismos independentes

• Há 5 formas de ação:

1. Inibição da ovulação em aproximadamente metade dos ciclos

2. Diminuição dos picos de LH e FSH no meio do ciclo

3. Redução do deslocamento do óvulo nos tubos uterinos

4. Espessamento do muco cervical para impedir a penetração do espermatozóide

5. Alteração do endométrio, tornando-o desfavorável à implantação do óvulo

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• Posologia: 1 cp/dia, sempre na mesma hora - iniciar no primeiro dia do ciclo


menstrual

Anticoncepcionais orais combinados:


• Associação de um estrogênio e uma progestina

• Combinação monofásica: contém uma dose constante de estrogênio e


progestogênio, administrada durante 21-24 dias

• Combinação bifásica: apresentam duas doses diferentes de estrogênio e


progestogênio na mesma cartela

• Combinação trifásica: as pílulas apresentam variações triplas (três concentrações


diferentes de dosagem hormonal); a maioria tem uma dose constante de
estrogênio com doses crescentes de progestina administradas por três períodos
sucessivos de 07 dias

Combinação monofásica:

• Modo de usar: tomar 1cp/dia, sempre no mesmo horário; se 21cp: pausa de 7


dias; se 22cp: pausa de 6 dias

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Combinação bifásica:

Combinação trifásica:

Progestogenio injetável:

• Acetato de medroxiprogesterona: é um contraceptivo administrado via IM ou


SC a cada 3 meses

• Não deve ser continuado por mais de 2 anos (a menos que a paciente seja
incapaz de tolerar outra opção contraceptiva)

• Desvantagens: aumento da massa corporal; amenorreia; retorno da fertilidade


pode demorar vários meses após descontinuação; pode haver perda óssea e
predispor a osteoporose e/ou fraturas

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Depo-provera 150mg/ml:
• É um anticoncepcional injetável (progestina sintética) de ação prolongada, que
deve ser administrado IM em intervalos de 12-13 semanas (no máximo a cada 13
semanas - 91 dias

• Mecanismo de ação: inibição das gonadotrofinas pituitárias (FSH e LH);


diminuição dos níveis sanguíneos de ACTH e de hidrocortisona; diminuição de
testosterona circulante; diminuição dos níveis de estrogênio circulante

Mesigyna:
• Deve ser sempre administrado por via IM profunda (de preferência na região
glútea - ou no braço, como alternativa)

• A primeira injeção deve ser administrada no primeiro dia do ciclo menstrual

• Intervalo de 30 dias (27-33 dias)

Adesivos transdérmicos:
• Contém estradiol e o progestogênio norelgestromina

• Modo de usar: um adesivo contraceptivo é aplicado a cada semana, durante 3


semanas, no abdome, torso superior ou nas nádegas; nenhum adesivo é usado
na quarta semana, e ocorre o sangramento de retirada

Implantes de progestina subdérmico:


• Após colocação subdermal, o implante de etonogestrel proporciona
contracepção por cerca de 3-5 anos. Ex.: Norplant

• O implante é praticamente tão confiável quanto a castração, e o efeito é


totalmente reversível quando removido cirurgicamente

• O hormônio impede os ovários de liberarem óvulos, mas também torna o muco


cervical mais espesso, dificultando a motilidade do esperma ao redor do útero e a
fertilização em óvulos

• Principal efeito adverso: sangramento menstrual irregular e cefaleia

Dispositivo Intrauterino (DIU):


• Artefatos de polietileno, os quais podemos adicionar cobre ou hormônios (quando
inseridos na cavidade uterina, exercem sua função contraceptiva)

• DIU com levonorgestrel: causa supressão dos receptores de estradiol no


endométrio, atrofia endometrial e inibição da passagem do espermatozóide
através da cavidade uterina

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• DIU de cobre: feito de polietileno e revestido com filamentos e/ou anéis de cobre.
Atualmente os modelos TCu-380 A (10 anos) e MLCu-375 (5 anos) são os mais
usados

• DIU que libera hormônio: feito de polietileno e libera, continuadamente, pequenas


quantidades de levonorgestrel (5-7 anos)

Anéis vaginais:

• Anel vaginal contendo etinilestradiol e etonogestrel


• Possui eficácia, contraindicações e efeitos adversos similares aos dos
contraceptivos orais

• Modo de usar: o anel é inserido na vagina e permanece por 3 semanas, quando


deve ser removido; nenhum anel é usado na 4a semana, quando ocorre o
sangramento de retirada

Pílula do dia seguinte:

• A contracepção de emergência usa dosagens elevadas de levonorgestrel


(preferido) ou etinilestradiol + levonorgestrel
• Para eficácia máxima, a contracepção de emergência deve ser feita logo que
possível após relação sexual desprotegida, preferencialmente dentro de 72h

• Atua inibindo a ovulação, interferindo na capacitação espermática e


possivelmente na maturação do ciclo
• Não interrompe a gravidez em andamento, pois não tem efeito após implantação
completa

• O mecanismo de ação varia de acordo com o ciclo menstrual em que a pílula é


administrada

• Se na primeira fase do ciclo: antes do pico de LH, a CE altera o crescimento


folicular, impedindo ou retardando a ovulação por muitos dias

• Se na segunda fase do ciclo: após ocorrida a ovulação, a CE atua impedindo a


fecundação - alteração do transporte dos espermatozoides e do óvulo pelas
Trompas de Falópio, modificando o muco cervical e interferindo na capacitação
espermática

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