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Contraceção hormonal

Como atua no organismo cada tipo de contraceção hormonal:

 Contraceção oral:
Pílula combinada:

A pílula contracetiva oral combinada age por três mecanismos importantes

Inibição da ovulação (principal efeito)

Atrofia do endométrio (impede a implantação do embrião)

Espessamento do muco do colo uterino (impede a entrada dos espermatozoides)

A maturação dos folículos necessita de hormonas da hipófise, a FSH e também a LH.


Normalmente surgem vários folículos ováricos (cada um com 1 oócito) em crescimento que, ao
aumentarem de tamanho, excretam estrogénios em cada vez maior quantidade que atuam por
feedback negativo na hipófise, havendo redução progressiva da libertação de LH e FSH. Os
vários folículos então competem por essas escassas hormonas, sendo que o maior folículo
(que tem maior superfície e, portanto, mais recetores para elas) é ativado suficientemente e os
menores degeneram. Esse folículo maior então produz cada vez mais estrogénio, até que em
altas concentrações ocorre conversão do feedback negativo em feedback positivo que leva à
excreção em massa de LH e FSH que estimulam o rompimento do folículo e a ovulação.

A administração de doses baixas, mas constantes de estrogénio e progesterona inibe a


produção de FSH e LH na hipófise, por feedback negativo enquanto todos os folículos são
ainda pequenos. A diminuição das concentrações de FSH e LH leva ao não desenvolvimento
dos folículos que surgem, já que nenhum deles é suficientemente grande para ter recetores de
FSH suficientes para não degenerar.

Entretanto, nem sempre a pílula é eficaz em impedir a ovulação. Quando ela não consegue
impedi-la e ocorre a fecundação, forma-se o zigoto, mas a pílula impede a sua nidação através
de alterações causadas à espessura do endométrio.
Pílula de progesterona:

A minipílula exerce seu efeito contracetivo de várias formas. Assim como na pílula de
estrogênio e progesterona, a minipílula também age impedindo a ovulação. Porém, esse efeito
supressor da ovulação da pílula só de progestina é bem mais fraco que os dos anticoncecionais
tradicionais.

A minipílula tem sucesso como método contracetivo porque ela exerce pelo menos mais dois
efeitos sobre o sistema reprodutor feminino, além da supressão da ovulação. São eles:

A pílula de progesterona torna o muco cervical mais espesso, dificultando a vida dos
espermatozoides, que não conseguem chegar às trompas para encontra o óvulo.

Mesmo que a mulher ovule e o espermatozoide consiga chegar ao óvulo para fecundá-lo, a
minipílula também age tornando a parede interna do útero mais fina, dificultando a
implantação do óvulo fecundado, impedindo assim o início de uma gravidez.

Pílula do dia seguinte:

Pílula com Acetato de Ulipristal: de venda livre em farmácia, toma única, a ser utilizada até 120
horas (5 dias) após a relação sexual de risco;

Pílula com Levonorgestrel: de venda livre, toma única, até 72 horas (3 dias) após a relação
sexual de risco.

A contraceção de emergência (CE) é um método para prevenir a gravidez, que pode ser
utilizado até 120 horas (5 dias) após relações sexuais consideradas desprotegidas, ou seja:

Quando não foi utilizado qualquer método contracetivo;

Quando ocorre falha do método utilizado ou uso incorreto do mesmo (ex: o preservativo
rompeu, saiu ou ficou retido na vagina, houve falha na toma da pílula, o DIU deslocou-se,
houve erro no cálculo do método do calendário...); e

Em situações de violação.

• Bloqueia ou atrasa a ovulação;

• Impede a fecundação;

• Impede a nidação;

 Implante:
O Implante é um método contracetivo hormonal de longa duração (3 anos). Não contém
estrogénios, sendo composto apenas por um progestativo (hormona semelhante à
progesterona).

O Implante vai libertando de forma gradual e continua, uma pequena quantidade de hormonas
para a corrente sanguínea.

Atua de duas formas:


Inibe a ovulação, isto é, impede que os oócitos ll se libertem dos ovários;

Torna mais espesso o muco cervical, dificultando a entrada dos espermatozoides no útero.

 Injeção:
Trata-se de um método contracetivo que consiste numa injeção intramuscular profunda, de
uma solução aquosa, constituída por um progestativo (acetato de medroxiprogesterona).

O progestativo é libertado lenta e progressiva no sangue, inibe a ovulação e altera o muco


cervical.

É administrado de 12 em 12 semanas, pelo que cada injeção tem efeito contracetivo durante 3
meses.

Vantagens/Desvantagens:
Contraceção oral hormonal :

Vantagens:

 Não interfere na relação sexual;


 Pode regularizar os ciclos menstruais e melhorar as dores menstruais ;
 Não afeta a fertilidade;
 Diminui o risco de Doença Inflamatória Pélvica (DIP);
 Reduz em 50% o risco de cancro do ovário e do endométrio;
 Diminui a incidência de quistos funcionais do ovário e a doença poliquística.
 Pode melhorar a acne;

Desvantagens:

 Algumas mulheres têm dificuldade em fazer a toma diária e regular da pílula; e


 Não protege contra as Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST).

Contraceção de emergência:

Vantagens:

 Único método que pode ser usado após a relação sexual para prevenir a gravidez;
 Reduzindo o número de gravidezes indesejadas, pode reduzir o número de abortos
provocados;

Desvantagens:

 Não é eficaz se a gravidez já estiver em curso;


 Pode causar náuseas e vómitos;
 Não protege contra DST;
Implante:

Vantagens:

 É um método adequado para quem pretende um efeito de longa duração e de elevada


eficácia;
 Não interfere com a relação sexual e não requer a toma diária;
 Não requer precauções adicionais em caso de vómitos e diarreia;
 Não interfere com a amamentação.
 Não tem os efeitos secundários do estrogénio;
 Rápido retorno aos níveis anteriores de fertilidade, após a remoção do implante;
 A maioria das mulheres não menstrua ou tem uma perda escassa de sangue irregular,
o que não tem implicação na sua saúde;
 Pode ser usado em qualquer idade;

Desvantagens:

 Não protege de DST;


 Necessita de um profissional treinado para a inserção e remoção;

Injeção:

Vantagens:

 Este método é bastante discreto e prático na sua utilização, uma vez que não interfere
na relação sexual e não obriga à toma diária, como sucede com os métodos de
contraceção orais;
 Pode melhorar a qualidade do aleitamento;
 Os riscos de desenvolver Doença Inflamatória Pélvica, gravidez ectópica ou carcinoma
do endométrio são menores;
 Reduz as perdas de sangue.
 Não tem os efeitos colaterais do estrogénio;

Desvantagens:

 Pode provocar irregularidades no ciclo menstrual;


 O retorno aos níveis de fertilidade é mais lento;
 Não protege contra DST;
 Não deve ser utilizado na adolescência pela interferência no ganho de massa óssea;
Taxas de eficácia da contraceção hormonal no controlo da natalidade:
(gravidezes em 100 mulheres/ano com o uso correto do método)

Contraceção oral hormonal: 0,3%


Contraceção hormonal – implante subcutâneo:0,05%
Contraceção hormonal injetável: 0,2%
Contraceção de emergência: 5 a 10 por 1000 mulheres

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