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Métodos Contracetivos

O que são os métodos contracetivos?

Os métodos contracetivos são todos os recursos utilizados por homens e


mulheres para evitar a gravidez, formam assim uma barreira que impede que o
espermatozóide e o óvulo se encontrem e haja fecundação.

Existem cerca de 20 tipos, que podem ser simples, gratuitos, temporários ou


permanentes, de eficácia variada e que também podem ser usados para
prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

 Num passado próximo as infeções sexualmente transmissíveis eram mais


frequentes, contagiando uma população carente de métodos contraceptivos
(preservativo). A Herpes genital; Cancro mole; HPV; Doença Inflamatória
Pélvica (DIP); HIV (Sida) são as infeções mais comuns para pessoas que não
usam preservativo, o único que as previne.

 Existe um vasto leque de anticoncepcionais que impedem a fecundação do


espermatozóide, mas nem todos se adaptam ao estilo de vida de cada mulher.
Para que um método seja eficaz, é importante não avaliar somente os índices
de falha, mas também se há conforto, acessibilidade, riscos à saúde e até
mesmo se corresponde ao objetivo pretendido, que pode ser prevenir uma
gravidez momentaneamente ou então para sempre.
Estes podem ser divididos em cinco tipos básicos: comportamentais,
hormonais,de barreira, intrauterinos e definitivos.

- Os métodos comportamentais ou naturais baseiam-se em mudanças no


comportamento sexual e em relações em que o esperma não é colocado no
interior da vagina. Como por exemplo:

 O coito interrompido uma vez que se trata de uma mudança na prática


sexual do casal em que não há a utilização de algum produto ou
medicação. Caracteriza-se pela retirada do pênis do interior da vagina
no momento próximo à ejaculação, evitando, assim, que o sêmen entre
em contato com as genitais da mulher. O método possui um índice de
falha variável estimada em 30 gravidezes a cada 100 mulheres, sendo
que o motivo principal do insucesso é a falta de autocontrolo masculino.
É importante destacar que alguns pesquisadores afirmam que, antes
mesmo de ejacular, o líquido eliminado pode conter alguns
espermatozoides, aumentando, assim, o risco de falha. É importante
frisar que o coito interrompido é um método que pode ser usado por
qualquer pessoa, pois não possui contraindicação, além de ser uma
alternativa que não afeta a fertilidade do casal. Entretanto, como
desvantagem, destaca-se a não proteção contra doenças
sexualmente transmissíveis.

 O calendário, é um método contraceptivo comportamental que se


baseia em cálculos que permitem à mulher saber qual o dia da sua
ovulação. É um método que pode gerar muitas falhas, principalmente
se o ciclo menstrual da mulher em questão é desregulado. O ciclo
menstrual possui aproximadamente 28 dias e que o 1º dia do ciclo
corresponde ao 1º dia da menstruação. Na metade do ciclo, entre o 12º
e o 16º dia, ocorre a chamada ovulação, que é o momento em que o
óvulo é libertado das trompas de falópio. A mulher não deve ter relações
sexuais nos dias próximos ao período de ovulação, a não ser que outro
método contraceptivo seja usado nesse período. Este método não é
muito seguro principalmente para adolescentes, que costumam ter o
ciclo menstrual irregular, com períodos de ovulação que variam a cada
mês.

Método do muco cervical, também chamado de método de


Billings. Nele, a mulher determina o dia da ovulação observando
uma secreção produzida no colo do útero. Após a menstruação, a
mulher fica sem produzir secreção por um período que se estende
por três ou quatro dias. Após esse período, inicia-se a liberação de
uma secreção esbranquiçada (ou amarelada) e pegajosa que se
quebra se for esticada entre os dedos. Com o passar dos dias, ela
torna-se mais elástica e fluida, sendo possível esticá-la. Nesse
período, esse muco assemelha-se a uma clara de ovo, e a mulher
sente sua vagina mais úmida. Esse é o sinal da ovulação. A
consistência fluida do muco está relacionada com o ápice da
produção de estrógeno, não sendo recomendadas relações
sexuais nesse período. Para evitar qualquer erro de avaliação, o
correto é evitar qualquer relação assim que se inicie a liberação
do muco, mesmo que ele ainda não esteja fluido. uma vez que a
interpretação incorreta dos sinais pode fazer com que o método
apresente falhas. Se usado de forma adequada, a sua eficácia
pode chegar até 85%.

O método do muco cervical é uma boa técnica para mulheres que não
se sentem à vontade com métodos de barreira e/ou apresentam
alguma restrição ao método hormonal. Que consiste após a Além
disso, apresenta como grandes vantagens a ausência de efeitos
colaterais e de contraindicações. Vale destacar, no entanto, que esse
método não oferece proteção contra doenças sexualmente
transmissíveis.

- Os métodos hormonais são medicamentos que contêm hormonas que


atuam evitando a ovulação ou dificultando a passagem do espermatozóide
através do espessamento do muco. Dentre os métodos hormonais, destacam-
se os contraceptivos orais combinados e os contraceptivos orais constituídos
apenas de progesterona.

 A pílula do dia seguinte, também conhecida por método de


anticoncepção de emergência, é um recurso utilizado após uma
relação sexual desprotegida. Como o nome indica, é um método
de emergência, não devendo ser usado regularmente. Deve ser
utilizada apenas em situações excepcionais, em que ocorreu, por
exemplo, o rompimento de um preservativo ou em casos de abuso
sexual, evitando assim uma gravidez indesejada. A pílula,
geralmente composta de progesterona, deve ser usada em um
período máximo de 72 horas após a relação sexual, uma vez que
após esse tempo os efeitos do medicamento podem não ser os
mesmos. Como esse método dependerá da fase do ciclo
menstrual em que a mulher se encontra para agir, ele pode ter
efeito na ovulação e também impedir o encontro do óvulo com o
espermatozóide e a consequente fecundação. A pílula dificulta a
fecundação, pois atua tornando o muco cervical espesso e altera o
pH do útero, o que dificulta o deslocamento dos espermatozóides.
Ela também atua dificultando a movimentação de espermatozóides
e óvulos nas tubas uterinas e interfere na formação do endométrio.
Alguns efeitos colaterais já foram descritos para a pílula do dia
seguinte, sendo que os principais são vômito e enjoo. Podem
ocorrer, em casos mais raros, dores de cabeça, dores nas mamas
e tontura, sendo que esses sintomas tendem a desaparecer ainda
nas primeiras 24 horas após a ingestão. Vale lembrar que quando
os vômitos ocorrem até duas horas após o uso da pílula, deve-se
repetir a dose. A grande vantagem desse método é que, ao evitar
uma gravidez indesejada, diminui-se o número de abortos
clandestinos e até mesmo de abandonos de bebês. Sendo assim,
é extremamente necessário que toda a população seja informada
acerca desse método. Não protege contra doenças sexualmente
transmissíveis. Esse é mais um motivo pelo qual não se deve usar
o método de forma incontrolada, sendo recomendado apenas em
casos de falhas dos demais métodos.

 As pílulas anticoncepcionais, ou contraceptivos orais, são hormonas


esteroides administrados para, principalmente, prevenir a gravidez.
Elas podem ser constituídas apenas por um tipo de hormonas
(minipílulas), os progestogênios, ou combinar dois
hormônios: estrogênios e progestogênios. As pílulas combinadas
podem trazer essas duas hormonas na mesma quantidade
(monofásicas) ou em dosagens diferentes (multifásicas). Tem a função
de impedir a produção dos hormonas que estimulam a ovulação e, por
isso, impossibilitam a sua ocorrência. Dessa forma, a pílula
anticoncepcional pode ser usada não apenas por quem deseja evitar a
concepção, mas também para suspender a ovulação por outros motivos,
como em problemas de saúde ou na busca por melhor qualidade de
vida. Embora seja um método bastante eficaz, o anticoncepcional não é
100% eficiente. É importante destacar que alguns fatores podem
contribuir para essa perda de eficácia, como esquecer de tomar a pílula
e o uso de certos medicamentos, principalmente em tratamentos
prolongados. Nesses casos, faz-se necessário o uso de outros métodos
contraceptivos complementares. Estudos mostram que as pílulas
anticoncepcionais são eficazes em tratamentos de miomas e cistos
uterinos, além de reduzirem os riscos de aparecimento de câncer de
útero e endométrio. Entretanto, elas apresentam alguns
efeitos secundários, como náuseas, dor de cabeça e sangramentos
intermenstruais, e complicações como trombose e acidente vascular
cerebral. Outros efeitos secundários, como inchaço e ganho de peso,
podem estar associados aos hábitos de vida das pacientes e, portanto,
devem ser avaliados. Muitas dessas complicações foram reportadas
principalmente por pacientes com histórico de tabagismo.
Diante disso, é importante destacar que o uso da pílula anticoncepcional
somente deve ser realizado com prescrição médica, pois é necessária
uma avaliação da mulher, seu histórico de doenças e hábitos de vida,
para determinar se está apta a utilizar esse tipo de método contraceptivo
e qual seria o tipo de pílula mais indicado.

 O adesivo anticoncepcional, também chamado de patch, é um


material aderente que deve ser colado na pele da mulher e permanecer
na mesma posição por uma semana. Esse método contraceptivo possui
em sua fórmula a combinação de duas hormonas: progestogênio e o
estrogênio, que são liberados na circulação de forma contínua por sete
dias. O primeiro adesivo deve ser colocado no primeiro dia da
menstruação. Os adesivos vêm em três unidades para serem usados de
forma consecutiva. Após as três semanas de uso, é necessário fazer
uma semana de pausa. Pode ser colocado em diversos locais do corpo,
como no braço, na barriga, nas costas ou nas nádegas. Evite colocar na
região das mamas. A cada nova aplicação mude o adesivo de posição.
Caso haja descolamento total ou parcial do adesivo durante menos de
24 horas, recoloque o mesmo adesivo (se permanecer aderido) ou cole
um novo adesivo, para evitar a perda da eficácia. Se o anticoncepcional
estiver descolado por mais de um dia, será necessário colar um novo
adesivo e reiniciar um novo ciclo. Também se aconselha realizar um
método de barreira por sete dias (camisinha). Não há flutuações
hormonais e a eficácia contraceptiva se mantém mesmo que haja atraso
de até dois dias na substituição do adesivo. É um método contraceptivo
muito eficaz e possui poucos efeitos colaterais, entre os quais dores de
cabeça, cólicas menstruais leves e náuseas. Para mulheres acima do
peso é possível que ocorra redução na eficiência desse método
contraceptivo. Desse modo, para estas mulheres, é recomendado um
outro método contraceptivo.

O implante contraceptivo é uma pequena cápsula de 4 cm de comprimento e


2 mm de diâmetro, contendo a hormona etonogestrel. Este dispositivo é
semelhante a um palito de fósforo em seu tamanho, e tem como função impedir
a liberação do óvulo no ovário, além de alterar a secreção de muco no colo do
útero, dificultando a entrada de espermatozoides. Introduzido embaixo da pele
por meio de um aplicador descartável, o implante contraceptivo tem eficácia
garantida. A ação média do implante contraceptivo é de até 3 anos. Contudo,
existem dispositivos que podem durar 6 meses e também 1 ano. De fácil
inserção e remoção, o implante contraceptivo pode ser retirado caso a mulher
tenha a vontade de engravidar. O retorno de sua fertilidade ocorre rapidamente
após a remoção. Para além disso existe também a possibilidade de ser usado
como tratamento para dismenorreia (cólica e outros desconfortos na
menstruação).

- Os métodos de barreira impedem fisicamente que o espermatozóide


encontre o óvulo, funcionando, portanto, como barreiras mecânicas. Como
exemplos desse método: e o anel vaginal.

 Preservativo masculino é a mais utilizada entre a população. É um


método que, além de diminuir os riscos de uma gravidez, confere
proteção contra doenças sexualmente transmissíveis. O preservativo é
feito de látex, uma borracha flexível que reveste o pénis durante a
relação sexual. Ela impede o contacto direto do pénis com a vagina, com
o ânus ou com a boca, impedindo, assim, a transmissão de DSTs e a
passagem do espermatozóide. Por fazer com que o esperma fique
retido, é considerado um método de barreira. Quando usado
corretamente, confere uma proteção contra a gravidez de 95%.
 Preservativo feminino, é um método contraceptivo que além de
prevenir a gravidez, confere proteção contra algumas doenças
sexualmente transmissíveis (DST) e contágio da SIDA. É feita em
poliuretano, um material relativamente mais fino que o preservativo
masculino, porém igualmente resistente. Esta bolsa tem forma cilíndrica,
está lubrificada e contém dois anéis, um em cada extremidade. O anel mais
pequeno deve ser introduzido na vagina até à parte mais profunda, como se se
estivesse a colocar um tampão ou um diafragma. O anel maior – juntamente
com uma pequena parte do preservativo - deve permanecer no exterior da
vagina, estendido sobre os grandes lábios da vulva. Deve ser sempre
colocado antes da penetração ou antes do pénis ter contacto com a
vagina ou a vulva. É importante destacar que este preservativo
apresenta grande lubrificação em seu interior, o que facilita a
penetração do pênis. Vale destacar que ela apresenta diversas
vantagens em relação ao preservativo tradicional. Dentre elas,
podemos citar que: pode ser colocada até 8 horas antes da relação
sexual, não há necessidade de ser retirada imediatamente após a
ejaculação e é uma alternativa para quem é alérgico a látex.

 O diafragma é um método contraceptivo de barreira que atua


impedindo que espermatozoides cheguem até a trompas de
falópio e que ocorra a fecundação. Quando colocado
adequadamente, o diafragma cobre parte da parede vaginal
anterior e o colo do útero. Ele possui um anel flexível, recoberto por
uma membrana de silicone ou látex, que é colocado no colo do útero. O
bom uso do método é o que garante a proteção contra uma gravidez
indesejada. A taxa de gravidez é de 6% a 21% em mulheres que fazem
uso do diafragma. Em virtude de seu formato de cúpula, ao ser colocado
no interior da vagina, o diafragma cobre o colo do útero e impede a
passagem do espermatozoide. Apesar de ser uma técnica simples, é
necessário que um médico faça uma medição para determinar qual é o
diafragma mais adequado para a paciente, uma vez que existem
diversos tamanhos. É importante destacar que a medida ideal do
diafragma pode mudar após o parto, abortos e quando a mulher
apresenta ganho ou perda de peso acentuada.

 O espermicida é um método contraceptivo que funciona matando os


espermatozóides. Essa substância química é colocada no interior da
vagina, próxima à região do colo do útero, momentos antes da relação
sexual. Encontrado na forma de cremes, geleias, comprimidos, tabletes
e espumas, ele pode ser usado sozinho ou então em combinação com
outros métodos contraceptivos, tais como diafragmas e preservativos.
Possui eficácia relativamente baixa quando comparado com outros
métodos. Normalmente, há 29 gravidezes a cada 100 mulheres, se
usado isoladamente. Geralmente os espermicidas são feitos a partir de
uma substância chamada nonoxinol-9. Sua ação determina a ruptura
da membrana das células dos espermatozoides, fazendo com que eles
morram ou então diminuam seu movimento, impossibilitando a
fecundação. O espermicida apresenta algumas desvantagens, sendo a
principal delas a falta de proteção contra as doenças sexualmente
transmissíveis. Além disso, pesquisas sugerem que alguns tipos
podem aumentar o risco de infecção pelo vírus da AIDS. Os
espermicidas também podem gerar alguns efeitos colaterais, como
irritações e lesões. Também foram relatados casos de infecção urinária,
principalmente em mulheres que fazem uso de espermicida por mais de
1 vez ao dia. Apesar de todas essas desvantagens, o método apresenta
suas vantagens. Os espermicidas aumentam a lubrificação vaginal,
podem ser usados sem prescrição médica e serem colocados antes da
relação sexual, não excedendo nunca o período de uma hora.

- Os dispositivos intrauterinos são estruturas colocadas no interior da


cavidade do útero que atuam impedindo a chegada dos espermatozoides às
trombas de falópio. Como exemplo: podemos citar o Sistema de Libertação
Intrauterino de Levonorgestrel (SIU-LNG) e o Dispositivo Intrauterino de Cobre
(DIU-Cu).
 O DIU (dispositivo intrauterino) é um dos métodos contraceptivos
mais utilizados em todo o mundo, correspondendo a cerca de 150
milhões de pessoas que adotaram esse procedimento como forma
de evitar gravidezes indesejadas e possuir mais autonomia quanto
ao planeamento familiar e controle do momento mais adequado
para se ter um filho. Esse dispositivo pode ser do tipo hormonal,
composto pelas hormonas levonorgestrel, ou não hormonal,
revestido por cobre. Os dois dispositivos causam alterações no
ambiente do útero que dificultam a motilidade e sobrevivência dos
espermatozóides nessa região e, portanto, evitam o processo de
fertilização e o possível desenvolvimento do zigoto. A eficácia do
DIU corresponde a 99%, e as taxas de falha são extremamente
baixas, é um método reversível e de longa duração. Os possíveis
efeitos colaterais, como aumento do fluxo menstrual e cólicas,
estão entre as principais desvantagens. Ao contrário do que
algumas pessoas pensam, não é necessário passar por um
procedimento cirúrgico para implantação do DIU.

 DIU não hormonal

- DIU de cobre: é formado por uma estrutura plástica em forma de “T”


envolto por vários fios de cobre na haste central, sendo possível também
a presença de cobre na haste horizontal. Esse dispositivo é livre de
hormônios, e a contracepção é garantida pois os iões de cobre liberados
causam uma inflamação no tecido que reveste o útero (endométrio),
resultando em alterações que impedem a fecundação do
espermatozóide. Os iões liberados também afetam os espermatozóides e
diminuem sua capacidade de movimentação dentro do útero.

- DIU de prata: apesar do nome, o DIU de prata é um DIU de cobre mas


que apresenta também prata em sua composição. A combinação da
prata com o cobre tem o objetivo de diminuir o risco de oxidação e
fragmentação do cobre no organismo. De uma forma geral, o mecanismo
que evita a fertilização é o mesmo que ocorre no DIU de cobre.

 DIU hormonal
Popularmente comercializado com o nome Mirena, esse dispositivo é
revestido por uma hormona chamada levonorgestrel, similar à
progesterona, que causa alterações no muco cervical, o que torna o
ambiente mais difícil para os espermatozóides se locomoverem, além de
gerar alterações na camada do endométrio, diminuindo o fluxo menstrual.

 Desvantagens do DIU

A principal desvantagem do uso do DIU e um dos principais motivos de


sua retirada são alguns efeitos colaterais que podem acontecer.

- Aumento do fluxo menstrual e cólicas: esses efeitos colaterais


normalmente envolvem a menorragia, que é o sangramento vaginal intenso
durante o período menstrual, e também a dismenorreia, que são cólicas
intensas durante o período menstrual. É importante destacar que esses efeitos
colaterais não ocorrem em todos os casos e podem variar de indivíduo para
indivíduo.

- Desconforto: outra desvantagem é a sensação de desconforto que algumas


pessoas podem experimentar durante a inserção do dispositivo. Como forma de
minimizar essas questões é possível optar por realizar o procedimento com
sedação de forma que nenhum desconforto seja sentido.

- Dificuldade de acesso pelo SUS: a dificuldade no acesso ao DIU através do


sistema de saúde pública é uma das desvantagens na escolha desse método
contraceptivo já que existem algumas barreiras que dificultam o acesso da
população a ele, como a disponibilização do dispositivo apenas através de
indicação médica e a obrigatoriedade da realização de diversos exames antes
da sua inserção.

- Os métodos definitivos são aqueles em que são feitos processos


cirúrgicos que promovem a esterilização, que pode ser do homem ou da
mulher. São exemplos de métodos definitivos:
 A laqueadura, também chamada de ligadura das trombas de
falópio, é um procedimento cirúrgico bastante eficaz, com
índice de falha de apenas 2%. Entretanto, para adotá-lo, é
necessário ter absoluta certeza da decisão. Normalmente o
arrependimento ocorre em razão da vontade de ter um novo filho
ou então por causa do início de um novo relacionamento. Para a
realização do procedimento, que dura em torno de 40 minutos, é
necessária a abertura da cavidade abdominal. A laqueadura
consiste no fechamento das trombas de falópio para
interromper a passagem do óvulo e do espermatozóide, impedindo
a fecundação. Para que o encontro dessas duas células não
aconteça, a tuba uterina é cortada e amarrada ou, então,
cauterizada. Após a realização do procedimento, são necessários
alguns cuidados, recomenda-se que os primeiros três dias após a
laqueadura a mulher fique em repouso e só retome as atividades
físicas após uma semana. É importante também conversar com o
médico a respeito da prática sexual. Assim como qualquer
cirurgia, essa técnica pode ocasionar algumas complicações.
Apesar de ser um tema de bastante controvérsia entre os médicos,
alguns pesquisadores afirmam que podem ocorrer alterações no
ciclo menstrual, desenvolvimento de endometriose, além de risco
aumentado de gravidez ectópica e câncer de mama. Além disso,
podem ocorrer problemas psicológicos na mulher, que muitas
vezes não está preparada para tal decisão. Vale destacar que a
mulher que fez laqueadura pode sim ter filhos novamente.
Para isso, é necessário realizar um processo conhecido como
fertilização in vitro ou então procurar um médico para que seja
realizada uma reversão da laqueadura. Nesse último caso, o
sucesso está relacionado com as condições da tromba de falópio
e, diferentemente da vasectomia, o tempo pós-cirurgia não é um
fator que determina sucesso da reversão.
 A vasectomia é uma cirurgia que se baseia no corte dos canais
deferentes, que são ductos que levam os espermatozoides até a uretra.
Feito esse corte, as extremidades são então bloqueadas e o
espermatozoide não consegue se juntar ao restante do sêmen, que é
eliminado sem o gameta masculino. A cirurgia é feita utilizando-se
anestesia local e os cortes realizados no escroto são bem pequenos. É
importante que os homens saibam que em nenhum momento o
procedimento é realizado na região do pênis, que não sofre
nenhum corte. É recomendado que, após a cirurgia, o homem
descanse por pelo menos dois dias e não mantenha relações sexuais
nesse período. Durante os primeiros 60 dias após a cirurgia, recomenda-
se a utilização de outros métodos para evitar a gravidez. Após esse
período, deverão ser realizados também espermogramas para avaliar se
a cirurgia foi realizada com sucesso e o sêmen não apresenta
espermatozoides Apesar de ser um procedimento simples, enfrenta
muitos preconceitos por parte dos homens, que muitas vezes
preferem incentivar a parceira a realizar o procedimento de esterilização.
O medo está principalmente ligado à desinformação e ao preconceito. O
principal ponto de temor dos homens está no mito bastante enraizado
de que a vasectomia provoca impotência sexual. Essa ideia não é
verdade, pois o homem continuará tendo ereções e ejaculando,
entretanto, o líquido não apresentará espermatozoides. Vale destacar,
no entanto, que muitos homens ficam abalados psicologicamente após o
procedimento, o que afeta diretamente a capacidade de ereção. A
vasectomia é bastante segura e possui índice de falha de 0,9 a
2,0%. Normalmente as mulheres que engravidam de seus parceiros
após o procedimento não obedeceram à recomendação de uso de
proteção contra a gravidez. Além da alta eficiência, a vasectomia
apresenta outras vantagens como método contraceptivo, tais como a
ausência de grandes efeitos colaterais e a diminuição da
responsabilidade da mulher no que diz respeito à proteção contra a
gestação. Vale destacar que, apesar de ser considerado um método
contraceptivo definitivo, a cirurgia pode ser revertida em um
procedimento chamado de vasovasostomia. Entretanto, essa técnica
é delicada e, quanto maior o tempo entre a vasectomia e a cirurgia de
reversão, menores são os índices de sucesso. A reversão é comum, por
exemplo, em homens que pretendem iniciar uma nova família a partir de
um novo casamento ou então em razão do desejo da parceira de ter um
novo filho. O arrependimento da cirurgia é maior em homens que
realizaram o procedimento antes dos 30 anos de idade.

O método mais adequado depende de cada pessoa, que deve avaliar os seus
efeitos colaterais, a dificuldade de consegui-lo e de manuseá-lo.

É importante destacar que os métodos contraceptivos devem ser avaliados com


cada paciente. A dificuldade de uso e até mesmo o valor do método são fatores
que estão diretamente relacionados com o uso incorreto e, consequentemente,
com o aumento da sua falha. A paciente deve sentir-se bem com o método
escolhido, assim como o seu parceiro.

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