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P R O F . R I C A R D O S I U F I
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AS M A B R Ô N Q U I CA
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PNEUMOLOGIA Prof. Ricardo Siufi | Asma Brônquica 2
APRESENTAÇÃO:
PROF. RICARDO
SIUFI
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Estrategista, seja muito bem-vindo(a) ao Curso de
Pneumologia do Estratégia MED! Meu nome é Ricardo Siufi, mais
conhecido como Siufi. Com muito orgulho, atualmente sou um
dos professores do time de Pneumologia do Estratégia.
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Assim como você, ao longo de minha carreira tive diversas
dúvidas. Acredite em mim, nossa jornada é mais sinuosa do que
você imagina!
No período do Ensino Médio, eu, na realidade, não sabia
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qual seria meu destino, mas minha única certeza era de que eu
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graduei em 2012!
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Estratégia
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PNEUMOLOGIA Prof. Ricardo Siufi | Asma Brônquica 3
muito claro em resolver questões como forma de sedimentação São Leopoldo Mandic (SLM), em Campinas, e curso MBA (Master
da teoria conquistada ao longo dos seis anos de graduação. Foi of Business Administration) Executivo em Gestão de Saúde no
bastante difícil, montei meu cronograma e por vezes precisei Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
refazê-lo, recorria a alguns resumos e não tinha materiais focados “Professor, mas era Nutrição, depois Cardiologia e, por fim,
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nas provas. De qualquer maneira, estudei resolvendo um bom Pneumologia. E, agora, gestão"?
montante de questões e provas ao longo do sexto ano e, assim, É exatamente nessa reflexão que eu queria chegar para
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fui aprovado em Clínica Médica na Universidade Estadual de deixar alguns recados para você:
Campinas (UNICAMP) e em primeiro lugar na Residência em 1 – A vida, assim como a Medicina, é cheia de verdades
Clínica Médica da Faculdade de Medicina de São José do Rio transitórias. Portanto erre, mas erre rapidamente, redirecione
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Preto (FAMERP). sua jornada e aprenda com seus erros. Essa máxima também é
Tranquei minha vaga, pois fiquei o ano de 2013 no válida para questões!
Exército Brasileiro (EB) em Brasília e, após, cursei Clínica Médica 2 – Independentemente do seu posto ou graduação, VOCÊ
na UNICAMP (2014-2015). Durante a Residência, pensei em é um exemplo para alguém. Portanto não se subestime.
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diversas especialidades e percebi que a verdade da Cardiologia 3 – Seja feliz em sua trajetória. Os desfechos podem
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Pneumologia na UNICAMP, onde também cursei meu mestrado. 4 – Viva SEU sonho. A vida é muito curta para vivermos
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E, assim, concluí minha formação em 2018. os sonhos dos outros. O melhor para o próximo pode não ser o
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Por quatro anos fui médico assistente da Unidade de melhor para você.
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Emergência Referenciada (UER) da UNICAMP, onde pude ver o Saiba que o Estratégia MED tem ciência de sua principal
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que, de fato, o interno espera de um preceptor e quais são as função: intermediar a realização do SEU SONHO.
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dores que enfrentamos durante a reta final. Até então, eu tinha Caso tenha alguma dúvida, estou à sua disposição no
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vivido a minha experiência e, nesse período, por quatro anos Fórum, ambiente em que compartilharemos experiências e
pude vivenciar a realidade de mais de 400 formandos. dúvidas que surgirão ao longo do caminho.
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@estrategiamed @estrategiamed
t.me/estrategiamed /estrategiamed
Estratégia
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PNEUMOLOGIA Asma Brônquica Estratégia
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SUMÁRIO
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4 .1 HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E FATORES DE RISCO 15
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4 .2 FENÓTIPOS 17
4 .3 ENDÓTIPOS 19
5.0 DIAGNÓSTICO 23
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5 .1 QUADRO CLÍNICO 23
5.2.1 ESPIROMETRIA 26
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5 .3
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IDENTIFICAÇÃO DE ATOPIA 32
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5 .4
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5 .5 SITUAÇÕES ESPECIAIS 39
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6.0 MANEJO 41
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6 .2
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6 .3 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 48
6 .4 TERAPIA FARMACOLÓGICA 54
7 .2 MANEJO 64
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8.0 EXACERBAÇÃO/CRISES DE ASMA 67
8 .1
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INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO 67
8 .2 ETIOLOGIA 67
8 .3 QUADRO CLÍNICO 68
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8 .4 EXAME FÍSICO 68
8 .6 DIAGNÓSTICO 70
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8 .7 DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 70
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8 .8 EXAMES COMPLEMENTARES 70
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8 .9 CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE 72
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8 .1 0 TRATAMENTO 73
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8.10.1.1 BRONCODILATADOR 73
8.10.1.6 ANTIBIÓTICO 75
8.10.1.8 MONTELUCASTE 76
8.11.1 OXIGENOTERAPIA 76
8 .1 2 REAVALIAÇÃO 77
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8 .1 4 CRITÉRIOS DE ALTA 81
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8 .1 3 ORIENTAÇÕES DE ALTA 81
Estrategista, imagine que você está Trouxe o exemplo para ficar claro quanto é importante nos
em uma reunião de família e que, em uma mantermos atualizados e reconhecermos o que foge do normal.
conversa com um de seus familiares, ele Ademais, estamos falando da doença respiratória crônica
diz para você que está bem de saúde e com mais comum no mundo, com prevalência de 1 a 18% no mundo
poucos sintomas da asma. Ele diz que, para e que, no Brasil, ainda mata mais de 2.000 pacientes ao ano!
ficar bem, praticamente livre da dispneia Aluno Estratégia MED, tenho um recado muito importante para
de base, precisa utilizar mais de um dispositivo ao mês do seu você: é impossível que você se forme, dê um plantão de pronto
broncodilatador de curta ação. Você checa as receitas e verifica atendimento e não atenda ao menos uma exacerbação de asma.
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que é o salbutamol 100 μg e que ele não utiliza nenhuma outra Observe que o tema pode estar presente tanto em uma
medicação. reunião familiar quanto no seu primeiro plantão depois de formado.
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Observe que seu familiar está “Mas, Siufi, e nas provas de Residência"?
se tratando exclusivamente com uma Estamos diante de uma
medicação que foi o pilar do tratamento das doenças mais cobradas nas
da doença por aproximadamente provas de pneumologia e que pode
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50 anos. No entanto, em estudos estar presente em diversas outras
recentemente publicados, foi frentes, como preventiva, pediatria, Figura 2. Fonte: Adaptado,
Figura 1. Dispositivo pMDI.
observado que o uso indiscriminado do obstetrícia e cirurgia geral. Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
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não podemos perpetuar a reação inflamatória brônquica no seu relevância dentro da pneumologia: a asma brônquica!
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familiar!
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Futuro Residente, revisei 373 questões sobre asma brônquica as provas tendem a seguir uma previsibilidade.
asma brônquica entre 2005 e 2021 e pude observar Se somados, os temas “diagnóstico”, “classificação de gravidade”,
que a incidência das questões tende a uma estabilidade “tratamento de manutenção” e “exacerbação” correspondem a
nos últimos anos e alguns temas são discretamente quase 70% de todas as questões sobre asma brônquica nas provas
previsíveis. Por isso vou mostrar o caminho para você. nos últimos 16 anos! Portanto já sei exatamente em que eu preciso
Diferentemente de frentes como doença pulmonar da sua atenção total.
obstrutiva crônica (DPOC) e pneumologia intensiva, no contexto da
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ASMA NAS PROVAS DE RESIDÊNCIA
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11%
21% Definição Classificação
5%
Epidemiologia Diagnóstico diferencial
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10%
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Diagnóstico Exacerbação
17%
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Grupos Especiais
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18%
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2%
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13% 3%
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Eu sei exatamente também onde evidências sobre asma x COVID-19. Embora esse tema ainda não
mora a sua insegurança dentro do livro que tenha sido cobrado, as evidências são robustas e podem estar
está por vir. Por isso, antes de abordar o presentes nas próximas provas.
diagnóstico e o tratamento de manutenção, Estrategista, eu tenho certeza de que, com uma boa leitura
vou revisitar alguns temas importantes para do nosso livro digital e uma atenção redobrada em nossas aulas na
seguir em frente com mais clareza. área do aluno, você estará preparado para responder a todas as
Ao final do livro, trago as últimas questões acerca do tema! Avante!
Figura 3. Fonte:
Shutterstock.
CAPÍTULO
1.0 INTRODUÇÃO
Estrategista, o livro que segue Na segunda metade do
dispensa apresentações e motivos para nosso livro, falaremos sobre
estudarmos. Afinal de contas, estamos exacerbação da asma brônquica,
diante da doença respiratória crônica e quero mostrar para você onde
mais prevalente no mundo! estão os principais erros da
De maneira didática, começarei prática clínica diária. Vou transitar Figura 6. Dispositivo pMDI +
com uma breve definição e, depois, também por um terreno um espaçador. Fonte: Shutterstock.
Figura 4. Fonte: Shutterstock. conversaremos sobre epidemiologia, pouco controverso na literatura, mas sempre trazendo informações
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fisiopatologia e, na sequência, fatores de risco. robustas para que possamos entrar em comum acordo com as
Após, entraremos em temas um pouco mais densos e que, principais bancas do país.
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por isso, tendem a cair mais nas provas de Residência Médica, Ao final do livro, trago uma página toda reservada para
como controle de doença e tratamento de manutenção. conversar com vocês sobre as últimas publicações acerca da
Vale lembrar que tudo o que for COVID-19 em pacientes asmáticos. As publicações são robustas e
falado aqui ao longo do livro é o que há
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podem perfeitamente cair nas provas.
de mais robusto na literatura, e trago as Estrategista, você sabia que, no país,
últimas evidências do documento GINA apenas 12,3% dos asmáticos têm a doença bem
(Global Initiative for Asthma) de 2021, controlada? Tenho certeza que não. Então venha
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documento que compila as principais comigo, que, no livro, vou apresentar a você muitas
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publicações dos últimos anos e serve de outras novidades de maneira didática e com muitos
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Figura 5. Fonte:
Shutterstock. recursos visuais para o seu completo aprendizado!
subsídio para o estudo da doença, inclusive
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CAPÍTULO
2.0 DEFINIÇÃO
A asma é uma doença heterogênea, Manifesta-se clinicamente por sintomas respiratórios intermitentes
caracterizada por inflamação crônica das vias e recorrentes, incluindo sibilância, dispneia, aperto no peito e
aéreas e limitação variável ao fluxo expiratório, tosse, que variam ao longo do tempo e em intensidade.
reversível espontaneamente ou com tratamento.
A asma é uma doença inflamatória crônica definida por história de sintomas respiratórios (sibilância,
dispneia, aperto no peito e tosse) que variam ao longo do tempo, associados à limitação variável ao fluxo
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expiratório.
o uso de medicações.
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Essa definição é baseada nas características típicas da consequentemente, dos sintomas respiratórios. Vale ressaltar,
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asma, previamente à instituição do tratamento de manutenção também, que a limitação variável ao fluxo aéreo pode se tornar
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CAPÍTULO
3.0 EPIDEMIOLOGIA
A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais milhões de brasileiros vivendo com a doença. Segundo dados do
comuns mundialmente, que afeta cerca de 1 a 18% da população Sistema de Informações Hospitalares (SIH), a asma é responsável
mundial, aproximadamente 330 milhões de pessoas, segundo por mais de 100 mil internações no SUS, com um custo anual de
estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Além disso, mais de 55 milhões de reais para o sistema de saúde pública do país.
a mudança de estilo de vida, com a globalização e urbanização, Estima-se, ainda, mais de 2.000 óbitos por ano no país associados
propicia o aumento da incidência da doença, com estimativa de à doença, bem como incontáveis atendimentos ambulatoriais e
mais 100 milhões de novos asmáticos em todo o mundo, até o ano de emergências e considerável absenteísmo e presenteísmo ao
de 2025. trabalho e à escola.
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Apesar de todos os avanços no conhecimento da fisiopatologia Como se pode notar no gráfico ao lado (Figura 7), retirado do
da doença, e da tendência temporal de redução da mortalidade por DATASUS, correspondente ao índice de internações por asma entre
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asma em todo o mundo, a doença ainda está associada à elevada 2005-2015, esse índice apresentou queda progressiva e significativa
morbimortalidade e causa importante sobrecarga social e pessoal, (62%). Entretanto o grande impacto da doença está nas internações
ocupando a 15ª posição entre as 25 doenças crônicas mundiais de emergência, que representam cerca de 95% desse total, com
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com o mais elevado índice de anos vividos com incapacidade (YLD alta repercussão para o paciente e o sistema público, que seriam
– years lived with disability). amplamente evitáveis com o adequado manejo ambulatorial e a
O Brasil está entre os países com maior prevalência de obtenção do controle da doença.
sintomas de asma, com estimativa de aproximadamente 20
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CAPÍTULO
4.0 FISIOPATOLOGIA
Apesar de ser definida e englobada como uma "única doença" entendimento aprofundado da fisiopatologia e dos mecanismos
– ASMA –, é uma comorbidade multifatorial e heterogênea, com envolvidos por trás de uma apresentação clínica, a doença passou a
resposta inflamatória, gravidade, história natural e resposta ser definida por diferentes fenótipos e endótipos.
ao tratamento variáveis em diferentes pacientes. Com o
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indivíduo (ou de uma patologia), que resultam da interação dos fatores epigenéticos com o genótipo e os
fatores ambientais não herdáveis.
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Endótipo é definido como uma integração de um processo patológico com as características clínicas
da doença. Portanto compreende um subtipo de uma determinada alteração, definido por um mecanismo
funcional ou fisiopatológico distinto.
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Apesar de diferentes vias fisiopatogênicas, a alteração na submucosa das vias respiratórias, que desencadeia uma
elementar da asma é a inflamação das vias aéreas, caracterizada resposta broncoconstritora exagerada a estímulos normalmente
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pela presença de células inflamatórias e seus produtos (eosinófilos, não nocivos, determinando os episódios de sintomas da doença,
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basófilos, mastócitos, linfócitos, macrófagos, neutrófilos e citocinas) reversíveis espontaneamente ou com tratamento (Figura 8).
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Entre as células brônquicas envolvidas na patogenia da asma, brônquico é resultante não só da contração do músculo liso, mas,
destacam-se as células epiteliais, as musculares lisas, as endoteliais, também, do edema da mucosa e da hipersecreção de muco (Figura
os fibroblastos, os miofibroblastos e os nervos. O estreitamento 9).
Apesar de ser a mais frequente, a inflamação da asma não é exclusivamente eosinofílica, podendo ser,
predominantemente, neutrofílica, mista ou paucigranulocítica.
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Edema de mucosa
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Contração do Hipersecreção
músculo liso de muco
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REDUÇÃO DO
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CALIBRE BRÔNQUICO
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A inflamação crônica das vias respiratórias é, direta ou indiretamente (por meio do remodelamento), responsável
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pelos sintomas, pelas anormalidades fisiológicas (limitação variável ao fluxo de ar e hiperreatividade das vias
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aéreas), pela gravidade da doença e pela ocorrência de riscos futuros em sua história natural.
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Figura SEQ Figura \* ARABIC 10. Representação esquemática da pequena via aérea de paciente com asma brônquica.
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Por sua vez, a persistência do processo inflamatório não como sintomas, limitação ao fluxo de ar e broncoconstrição,
controlado, resultando em ciclo vicioso de agressão e reparo, pode mesmo na ausência de gatilho desencadeador. Outras alterações
desencadear o remodelamento das vias respiratórias (irreversível) estão envolvidas na irreversibilidade da obstrução e incluem
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com depósito intersticial de colágeno na membrana basal, hipertrofia e hiperplasia de músculo liso, hiperplasia de células
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determinando a persistência de anormalidades clínicas e funcionais, caliciformes e hipertrofia das glândulas submucosas.
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SAIBA MAIS: asma fatal: qual é o mecanismo fisiopatológico envolvido no desfecho fatal da doença?
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Ao contrário da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a asma não causa, normalmente,
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O paciente vítima de uma exacerbação fatal de asma apresenta como mecanismo desencadeador
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do óbito a hipoxemia grave e refratária, resultante da presença de tampões de muco nas vias aéreas que
impedem o fluxo de ar, compostos, principalmente, de eosinófilos e células epiteliais mucosas descamadas
em grande número. Mas não é comum a presença de lesões destrutivas do parênquima pulmonar.
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para a sua manifestação e estão resumidos não sendo possível predizer com segurança quais desses pacientes
na Tabela 1. persistirão com sintomas e quais entrarão em remissão de doença.
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Figura 13. Fonte:
Adaptado, Shutterstock.
Poluição ambiental
Obesidade
Tabela 1. Adaptado de UpToDate. Acesso: set. 2021.
Outro ponto importante a ressaltar é que, mesmo conhecendo os fatores de risco para a persistência de hiperresponsividade brônquica,
a prevenção primária (controle de fatores ambientais) ou a prevenção secundária (uso de corticoides inalatórios) não se mostraram capazes
de modificar a progressão da doença a longo prazo na infância.
As principais características utilizadas para prever se a sibilância recorrente na criança persistirá na vida adulta são:
- diagnóstico de eczema nos três primeiros anos de vida;
- pai ou mãe com asma;
- diagnóstico de rinite nos três primeiros anos de vida;
- presença de sibilância mesmo na ausência de infecção viral; e
- eosinofilia sanguínea > 3% (na ausência de parasitoses).
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Por sua vez, mesmo que na ausência de manifestação prévia, principalmente virais), obesidade, depressão, baixos níveis de
o surgimento dos sintomas na idade adulta está associado a uma função pulmonar (ou desenvolvimento pulmonar) e fatores
interação complexa de fatores genéticos e ambientais, como ambientais e ocupacionais/laborais.
exposições na infância (tabagismo passivo, infecções respiratórias,
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Os fatores que influenciam a asma podem ser divididos em:
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• idade (na infância mais comum em homens; persistência ou início na vida adulta mais comum em mul-
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heres);
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• obesidade.
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alérgenos;
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• sensibilizantes ocupacionais;
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• fumaça de cigarro;
• poluição ambiental;
• alimentos e medicamentos.
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CAI NA PROVA
(UNIRV – GO – 2019) Dentre as condições abaixo, qual não é fator de risco para asma?
A) Obesidade.
B) Predisposição genética.
C) Atopia.
D) Ar frio.
COMENTÁRIO:
Futuro Residente, muita calma nessa hora! Observe que a banca quer saber, entre as opções acima, qual não é um fator de risco para
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asma, não um gatilho para crises, como veremos na sequência.
Incorreta a alternativa A. A obesidade é um fator de risco bem estabelecido para a doença.
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Incorreta a alternativa B. Filhos de pais asmáticos (ambos) apresentam uma chance de 70% de serem asmáticos também. Quando apenas
um dos pais é asmático, os filhos apresentam uma chance aproximada de 30% de serem asmáticos.
Incorreta a alternativa C. A atopia, sensibilização e IgE aumentada são fatores de risco importantes para o desenvolvimento da asma.
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Muito embora o ar frio possa ser um gatilho importante e bem reconhecido da asma, como algumas outras
Correta a alternativa D.
variações sazonais, ele não é um fator de risco para a doença em si.
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4. 2 FENÓTIPOS
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Um fenótipo de uma doença como objetivo facilitar o entendimento das manifestações clínicas,
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haja, necessariamente, uma relação de 2021 e suas principais características estão resumidos na Tabela
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Fenótipos da asma
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- Os pacientes frequentemente têm menor resposta aos CIs.
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- Asma de início na vida adulta, mais comum em mulheres.
Asma de início - Geralmente sem sinais de atopia.
tardio - Os pacientes frequentemente requerem doses mais elevadas de CIs ou são relativamente
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refratários a eles.
Asma com - Pacientes com doença de longa duração, com provável remodelamento da parede das vias
limitação fixa ao aéreas.
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Asma e
- Apresentam pouco sinal de inflamação eosinofílica.
obesidade
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Tabela 2. Fenótipos da asma. Adaptado de Global Initiative for Asthma (GINA), 2021.
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CAI NA PROVA
(HOA – GO – 2020) São relativamente refratários ao tratamento com corticoides os indivíduos com:
COMENTÁRIO:
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De acordo com o estudo dos fenótipos, sabemos que pacientes que apresentam asma de início tardio tendem a ser de um espectro não
eosinofílico, por isso frequentemente requerem doses mais elevadas de CI ou eventualmente são refratários aos fármacos dessa classe
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farmacológica. No entanto, a questão gera dúvidas e merece discussão.
Vamos, juntos, avaliar as alternativas:
As asmas de início tardio são, em sua maioria, neutrofílicas, por isso tendem a ter menor
Correta a alternativa A.
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corticorresponsividade e, em alguns casos, refratariedade.
Incorreta a alternativa B. A alternativa é duvidosa, e sabemos que asma não alérgica frequentemente tem menor resposta
ao corticoide inalatório.
Incorreta a alternativa C. Mais uma alternativa duvidosa; no entanto, apenas a asma de início tardio apresenta refratariedade
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Incorreta a alternativa D. Conforme enfatizado em nossa tabela sobre os fenótipos da asma, a asma com obesidade
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apresenta menor resposta aos CIs, mas, segundo o documento GINA de 2021, entre os fenótipos apresentados, apenas a
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4. 3 ENDÓTIPOS
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Diferentemente dos fenótipos, os endótipos agrupam Os principais endótipos da asma brônquica estão resumidos
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características fisiopatológicas consistentes, como vias na Tabela 3, de acordo com publicação de 2020 da Sociedade
metabólicas, inflamatórias, imunológicas e de remodelação Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
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Endótipos da asma
- Geralmente apresentam asma de início tardio, com ausência de eosinofilia nas vias
Inflamação Th2 baixa aéreas e sistêmica. Responsividade diminuída aos corticoides. Não respondem às drogas
que inibem a inflamação T2.
Tabela 3. Adaptado de Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2020.
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ATENÇÃO! O principal aspecto em estudo, atualmente, para a compreensão da fisiopatologia da
asma consiste em associar os fenótipos aos endótipos mais prevalentes, incluindo a asma alérgica e não
alérgica na presença de resposta eosinofílica, além da asma neutrofílica, ainda pouco entendida.
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Duas vias distintas, alérgica e não alérgica (fenótipos), resultam em inflamação eosinofílica
(endótipo) das vias respiratórias na asma.
ASMA EOSINOFÍLICA ALÉRGICA --> resposta Th2 secundária à apresentação de alérgenos pelas
células dendríticas --> produção de IgE --> mediadores inflamatórios (histamina, heparina, serotonina) --> eosinofilia tissular,
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hiperplasia dos mastócitos, produção de muco pelas células caliciformes e hiperresponsividade das vias respiratórias.
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ASMA EOSINOFÍLICA NÃO ALÉRGICA --> liberação de citocinas após exposição a poluentes atmosféricos, vírus, bactérias
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e glicolipídios, independentemente de antígenos --> eosinofilia, hipersecreção de muco e hiperresponsividade das vias
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respiratórias.
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A HRVR (resposta broncoconstritora exagerada a diversos estímulos, como exercício, ar frio seco, alergênicos,
Có
CAI NA PROVA
(HFA – DF – 2020) A asma é uma doença inflamatória crônica e intermitente das vias aéreas, com prevalência estimada no
Brasil de 4,5 a 8,5%. No que diz respeito à fisiopatologia da asma, julgue o item a seguir.
A inflamação do tipo Th1 é predominante na asma alérgica.
A) Certo
B) Errado
COMENTÁRIO:
Estrategista, sabemos que a asma alérgica é o fenótipo mais comum e mais facilmente reconhecido e que a
Correta a alternativa B:
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história e o exame físico podem nos dar alguns preditores de que talvez a asma seja alérgica, tais como início
na infância e associação a antecedentes familiares de doença alérgica. A resposta inflamatória na asma tem algumas características citadas
anteriormente e que merecem destaque – incluem infiltração eosinofílica, degranulação de mastócitos, lesão intersticial da parede da via
co
aérea e ativação de linfócitos Th2 que produzem citocinas (IL-4 e IL-5), que são responsáveis pelo início e pela manutenção do processo
inflamatório. Por isso, a afirmativa está incorreta.
s.
(HFA – DF – 2020) A asma é uma doença inflamatória crônica e intermitente das vias aéreas, com prevalência estimada no Brasil de 4,5 a 8,5%.
No que diz respeito à fisiopatologia da asma, julgue o item a seguir.
A exposição a alérgenos e microrganismos pode precipitar a inflamação da submucosa e a hiperirritabilidade da musculatura lisa das vias
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aéreas.
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A) Certo
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B) Errado
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COMENTÁRIO:
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mucosa e submucosa, contração da musculatura lisa das vias aéreas e hipersecreção de muco. Portanto a afirmativa é
Có
considerada correta.
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(HFA – DF – 2020) A asma é uma doença inflamatória crônica e intermitente das vias aéreas, com prevalência estimada no Brasil de 4,5 a 8,5%.
No que diz respeito à fisiopatologia da asma, julgue o item a seguir.
Nos pacientes com asma, os níveis séricos de IgE estão frequentemente aumentados, sugerindo ativação crônica da imunidade humoral.
A) Certo
B) Errado
COMENTÁRIO:
a asma alérgica é o fenótipo mais comum e, no contexto da inflamação Th2 alta, os pacientes geralmente
Correta a alternativa A:
apresentam atopia, aumento de IgE com inflamação predominantemente eosinofílica. Portanto a afirmativa
é considerada correta.
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CAPÍTULO
5.0 DIAGNÓSTICO
Caro Estrategista, muita atenção desencadeantes), o médico está autorizado a iniciar o tratamento
neste conceito! específico. Os testes funcionais ficam reservados para os casos
O diagnóstico de asma deve ser em que há dúvida diagnóstica, com a identificação do distúrbio
baseado na presença de sinais e sintomas obstrutivo e sua reversibilidade.
compatíveis com a doença, incluindo a Entretanto, os testes funcionais apresentam outros
variação clínica, e, sempre que possível, benefícios além da confirmação diagnóstica, como a avaliação
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de componente de alergia.
Portanto, para pacientes com história clínica compatível realizados sempre que possível.
(sintomas e evolução característicos, com identificação de fatores
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ATENÇÃO!
Apesar de ser a principal forma de definir e comprovar obstrução variável ao fluxo expiratório, a
prova de função pulmonar (ou espirometria) NÃO É OBRIGATÓRIA PARA O DIAGNÓSTICO DE ASMA!
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5. 1 QUADRO CLÍNICO
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A asma manifesta-se, classicamente, com episódios recorrentes de sibilância, dispneia, opressão torácica e tosse, principalmente no
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período noturno ou pela manhã, ao despertar. Não se pode esquecer de que a maioria dos pacientes asmáticos tem outras manifestações
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Os sintomas são caracteristicamente episódicos, sendo sua gravidade variável ao longo do dia e do tempo
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(semanas, meses, anos), e incluem, principalmente, dispneia, sibilos, tosse, expectoração e opressão ou
desconforto torácico retroesternal.
Na investigação da doença, deve-se caracterizar a frequência, ou agravantes, uso de medicações para alívio dos sintomas,
a intensidade e o horário de surgimento dos sintomas (diário, medicações de controle da doença, tratamentos anteriores (eficazes
semanal, noturno provocando despertar, matinal, aos exercícios e ineficazes), exacerbações prévias e tratamentos requisitados,
etc.). É importante caracterizar, também, fatores precipitantes presença de comorbidades e história familiar.
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Caro Estrategista, um marco importante da asma é a melhora geralmente permanece assintomático ou oligossintomático,
co
dos sintomas, espontaneamente ou pelo uso de medicações embora, nas formas graves e/ou prolongadas da doença, os
específicas (broncodilatadores e/ou corticoides inalatórios ou sintomas possam ser contínuos.
sistêmicos). Além disso, durante o período intercrise, o paciente
s.
A anamnese do paciente com asma deve ser minuciosa e incluir os seguintes itens:
• sintomas respiratórios (características, frequência, intensidade, periodicidade etc.);
♥
respiratórias, irritantes específicos, tabagismo, atividades e exercícios físicos, medicamentos, emoções e situações
o
ub
• fatores de alívio (medicações de resgate, com dose e frequência, curso de corticoides sistêmicos e
tratamentos anteriores);
id
é
• comorbidades (rinite alérgica, rinossinusopatia crônica, eczema, doença do refluxo gastresofágico – DRGE, obesidade,
o
depressão, tabagismo);
nã
O exame físico do paciente asmático geralmente é O principal achado ao exame físico são os sibilos, que variam
inespecífico. A presença, ou não, de alterações ao exame físico está conforme a gravidade da obstrução, inicialmente audíveis somente
diretamente relacionada à presença de obstrução ao fluxo aéreo – na expiração forçada, posteriormente, na expiração não forçada,
período intercrise, assintomático, ou períodos sintomáticos ou de e, por fim, nos pacientes mais graves, podem ser audíveis na
exacerbações. inspiração e na expiração.
m
sons pulmonares contínuos.
co
ATENÇÃO, ESTRATEGISTA! Uma das maiores "pegadinhas de prova" costuma ser o achado de
s.
TÓRAX SILENCIOSO!
Em obstruções extremas, denominadas "quase fatais", os sibilos desaparecem em conjunto
com o som vesicular, caracterizando o silêncio respiratório, geralmente acompanhado
♥
sonolência.
ub
ro
id
Outras alterações ao exame físico incluem taquipneia, prolongamento do tempo expiratório e presença de tiragens, conforme a
é
Como já sabemos, a asma caracteriza-se por presença a forma mais conhecida e difundida.
de limitação variável ao fluxo expiratório, parcial ou totalmente Outro ponto importante (e que sempre é cobrado nas
me
reversível. Entretanto o que muitos não sabem é que a espirometria provas) é que, assim como os sintomas, a obstrução ao fluxo aéreo
não é a única forma de documentar tal limitação, apesar de essa ser pode estar ausente em pacientes nos períodos intercrises.
ATENÇÃO, ESTRATEGISTA!
ESPIROMETRIA NORMAL NÃO EXCLUI O DIAGNÓSTICO DE ASMA!
5.2.1 ESPIROMETRIA
m
Classificação da gravidade do DVO conforme VEF1 (% do previsto)
Leve
Moderado co ≥ 60%
41-59%
s.
Grave ≤ 40%
♥
Tabela 4.
eo
o
ub
Futuro Residente, tome cuidado! Os cortes da classificação identifica, na espirometria, por meio da resposta broncodilatadora
ro
dos cortes do documento GOLD, da DPOC! • Aumento em VEF1 de 200 mL (absoluto) e 12% (porcentagem
é
Outra característica marcante da doença é a presença de do basal) quando se compara os valores pré-broncodilatador e
o
nã
pós-broncodilatador.
reversibilidade, total ou parcial, da limitação ao fluxo aéreo, que se
a
dv
pi
Có
ATENÇÃO, ESTRATEGISTA!!
Classicamente, a asma comporta-se como um distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO)
me
VAMOS RELEMBRAR!
Obtemos, por meio da espirometria, volumes e fluxos aéreos derivados de manobras inspiratórias
e expiratórias máximas forçadas ou lentas. Sua principal característica é a reprodutibilidade, minimizando,
assim, a variabilidade interexaminador.
Os principais parâmetros obtidos nas manobras espirométricas são:
- CVF (capacidade vital): volume total de ar mobilizado durante uma manobra de expiração, após
uma inspiração máxima. Pode ser obtida por meio de manobras forçadas (CVF) ou lentas (CVL).
- VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo): volume de ar exalado no primeiro segundo da manobra
expiratória forçada.
- Relação VEF1/CV: razão entre o volume expiratório forçado no primeiro segundo e a capacidade vital, sendo muito
m
importante para o diagnóstico de um distúrbio obstrutivo. Para isso, podemos considerar tanto o VEF1/CVF quanto o VEF1/CV.
Além dos valores obtidos, para a correta análise da espirometria, SEMPRE devemos avaliar as curvas fluxo-volume e
co
volume-tempo (Figura 18).
Os principais distúrbios espirométricos cobrados em prova estão resumidos na tabela 5.
s.
♥
eo
o
ub
ro
id
é
o
nã
a
dv
pi
Có
me
Figura 18. Curva fluxo-volume e volume-tempo. Ambos os traçados são da prova de função pulmonar ou espirometria.
Asma, DPOC,
Normal
Obstrutivo ↓↓ ↓ fibrose cística e VEF1/CVF < 0,7
ou ↓
bronquiectasias
Doenças fibrosantes e
Redução proporcional
Restritivo ↓ ↓ Normal deformidades de caixa
VEF1 e CVF
torácica graves
Formas avançadas
m
VEF1/CVF < 0,7 com
Misto/combinado ↓ ↓↓ ↓ de fibrose cística;
CVF muito reduzida
co
associação de doenças
Tabela 5. Principais distúrbios espirométricos, exemplos e algumas dicas de prova. Autoria própria.
s.
ATENÇÃO, ESTRATEGISTA! MAIS UMA VEZ!
Na espirometria clássica de um paciente com diagnóstico de asma, devemos ter a presença de dois aspectos:
♥
Entretanto já sabemos que espirometria normal NÃO DESCARTA o diagnóstico de asma, principalmente se
ro
CAI NA PROVA
(SUS BA – BA – 2020) Mulher, 32 anos, com queixa de tosse, dispneia, sobretudo à noite ou nas primeiras horas da manhã.
Relata que os sintomas são relacionados a odores fortes, exercício físico e ocorrem duas vezes na semana. Apresentou
sintomas semelhantes durante a primeira gestação há quatro anos. Considerando esse caso clínico, a alternativa que
contém o exame complementar a ser solicitado é
A) Espirometria.
B) Polissonografia.
C) Eletrocardiograma.
D) Tomografia de tórax.
m
E) Endoscopia digestiva alta.
co
COMENTÁRIO:
Aluno Estratégia MED, veja que, quando observamos as alternativas, podemos inferir que a questão nos cobra conceitos acerca do
diagnóstico diferencial de nossa paciente, certo? Então veja que nossa paciente apresenta sintomas compatíveis com asma brônquica
s.
e que cursaram com piora durante a gestação e são relacionados a odores fortes. Logo, qual é o exame que devemos lançar mão para a
investigação diagnóstica da doença? Espirometria!
Correta a alternativa A. Devemos solicitar, na suspeita de asma brônquica, espirometria pré e pós-broncodilatador.
♥
eo
o
Incorreta a alternativa B. A questão deveria fornecer mais dados, como circunferência cervical aumentada, hipersonia diurna e roncos
ub
Incorreta a alternativa C. Aparentemente, o eletrocardiograma não diagnosticaria nenhuma das causas de dispneia da paciente.
Incorreta a alternativa D. A paciente apresenta sintomas compatíveis com doença de via aérea, não doença parenquimatosa, por isso, no
id
é
Incorreta a alternativa E. A paciente para quem, classicamente, solicitaríamos endoscopia digestiva alta seria a paciente com sintomas
de refluxo, como pirose e regurgitação, associados a algum sintoma atípico ou sinal de alarme, como emagrecimento ou anemia não
a
dv
explicada.
pi
Có
A) Redução do VEF1 (volume expiratório forçado em um segundo), redução da relação VEF1/CVF (capacidade vital forçada) e redução do
FEP (fluxo expiratório de pico).
B) Redução do VEF1, aumento da relação VEF1/CVF e redução do FEP.
C) Aumento do VEF1, aumento da relação VEF1/CVF e aumento do FEP.
D) Aumento do VEF1, redução da relação VEF1/CVF e redução do FEP.
COMENTÁRIO:
Questão interessante, que nos cobra os achados à espirometria no contexto da asma brônquica, mas, antes de buscarmos a alternativa
correta, reitero que uma espirometria pré e pós-broncodilatador normal não exclui o diagnóstico da doença. Vamos avaliar as alternativas:
A asma caracteriza-se como uma doença obstrutiva, que pode ou não apresentar resposta ao
Correta a alternativa A.
broncodilatador, com redução do pico de fluxo expiratório.
Incorreta a alternativa B. No grupo das doenças obstrutivas, o esperado é que tenhamos uma diminuição na relação VEF1/CVF.
Incorreta a alternativa C. No grupo das doenças obstrutivas, o esperado é que tenhamos uma diminuição na relação VEF1/CVF.
Incorreta a alternativa D. O esperado na asma é que observemos um VEF1 reduzido, com resposta após a administração do broncodilatador.
m
co
5.2.2 HIPERRESPONSIVIDADE DAS VIAS RESPIRATÓRIAS (HRVR)
Nesses casos, o diagnóstico de asma pode ser confirmado pela com teste positivo.
o
ub
presença de hiperresponsividade das vias respiratórias (HRVR). Vale ressaltar, entretanto, que a presença de teste de
ro
O método utilizado para a determinação de HRVR é o teste broncoprovocação positivo confirma a presença de HRVR, e não
de broncoprovocação, que pode ser realizado pela inalação de necessariamente de asma! Por sua vez, se negativo, em paciente
id
é
Ou seja, um teste negativo com metacolina ou histamina, em indivíduos sintomáticos, exclui o diagnóstico
de asma como causa desses sintomas.
m
CAI NA PROVA
co
(UNIMED RIO – RJ – 2020) São compatíveis com o diagnóstico funcional da asma:
COMENTÁRIO:
o
ub
Em um primeiro momento, a questão pode parecer confusa, concorda? Mas veja com calma e observe que, com os temas abordados,
ro
Incorreta a alternativa A. A asma faz parte do espectro das doenças obstrutivas, logo o esperado é que tenhamos relação VEF1/CVF
o
diminuída e eventualmente normalização no pós-broncodilatador, e isso não é o que foi dito pela questão.
nã
Perfeito! No diagnóstico funcional de asma, podemos observar uma redução do PFE, que é considerado
Correta a alternativa B.
a
positivo quando apresenta uma variabilidade diurna > 20% do melhor do paciente ou do predito, ou
dv
pi
Incorreta a alternativa C. Aqui, podemos observar uma pegadinha, mas não cairemos nela! Observe que, no teste de broncoprovocação, o
esperado é que tenhamos uma redução do VEF1, no entanto a alternativa falou após o uso de broncodilatador. A questão requer atenção.
me
Incorreta a alternativa D. A diminuição do PFE é esperada, assim como um aumento do VEF1 após o uso do broncodilatador.
5. 3 IDENTIFICAÇÃO DE ATOPIA
m
Vale reforçar, entretanto, que não se trata de exame ficam reservados, geralmente, para a investigação específica, como
imprescindível para a investigação, não é exame específico para na asma relacionada ao trabalho. Lembre-se de que alimentos
co
a asma e, se negativo, não exclui esse diagnóstico (apenas esse raramente induzem asma.
fenótipo).
s.
Investigação de atopia: dosagem de IgE sérica total ou específica (RAST) ou por testes cutâneos
com aeroalérgenos (prick test).
♥
eo
o
ub
ro
Outra pesquisa relacionada à atopia/eosinofilia (lembre-se de que elas não são sinônimos!) refere-se à medida de inflamação das vias
aéreas e, indiretamente, à dosagem de eosinófilos no sangue periférico.
id
é
o
nã
a
dv
pi
Có
me
m
- FRAÇÃO EXALADA DE ÓXIDO NÍTRICO (FENO): níveis elevados da fração de óxido nítrico exalado
(FeNO) podem ser biomarcadores de eosinofilia nas vias aéreas e úteis para o tratamento da asma. Todavia,
co
Figura 21. Fonte:
é um método pouco acessível.
s. Shutterstock.
RESUMINDO!
1. Sintomas compatíveis:
♥
eo
Estrategista, o assunto é recorrente e normalmente os sintomas compatíveis são fornecidos no contexto de um quadro clínico. Mas, em
algumas situações, as perguntas podem ser mais diretas. Veja como o tema foi cobrado:
CAI NA PROVA
(HOA – GO – 2020) Assinale a alternativa incorreta sobre os achados que sugerem fortemente o diagnóstico de asma:
COMENTÁRIO:
Futuro Residente, leia novamente quais são os sintomas compatíveis no quadro que fiz para você, logo acima. Ao ler novamente,
m
conseguiremos responder à questão.
Correta a alternativa A. Uma característica do diagnóstico de asma é a presença de mais de um dos sintomas classicamente atribuíveis à
co
doença, sobretudo sibilância, tosse, opressão torácica e dispneia.
A produção crônica de escarro é compatível com bronquite crônica e outras doenças pulmonares, e o
Incorreta a alternativa B.
principal diagnóstico diferencial aqui é com bronquiectasias.
s.
Correta a alternativa C. Uma das principais características da asma brônquica é a piora no período noturno e, eventualmente, também no
início da manhã.
Correta a alternativa D. A variabilidade dos sintomas ao longo do tempo, em frequência e intensidade, é marca registrada da doença.
♥
eo
o
ub
A) Tosse
o
nã
B) Aperto no peito
C) Rouquidão
a
dv
pi
D) Falta de ar
Có
COMENTÁRIO:
me
Aqui não tem como fugir – precisamos decorar os quatro sintomas cardinais da asma brônquica. Com eles, conseguiríamos assinalar a
alternativa incorreta. Vamos recordar – opressão torácica, dispneia, tosse e sibilância.
Incorreta a alternativa A. A tosse é um sintoma característico da asma.
Incorreta a alternativa B. A opressão torácica é um sintoma característico da asma.
A rouquidão deve ser um sinal de alarme e devemos ficar atentos para diagnósticos diferenciais. Vale lembrar
Correta a alternativa C.
que ela pode também ser complicação do tratamento com corticoides inalatórios.
Caro Estrategista, estamos diante de um dilema de asma é bastante amplo e inclui não só doenças pulmonares/
importante! Apesar de a história clássica de asma ser de respiratórias, como a DPOC, bronquiectasias, HRVR, estenose
fácil diagnóstico, nem todos os pacientes manifestam de traqueia, mas também insuficiência
o quadro clínico típico, ou não compreendem a cardíaca, disfunção de cordas vocais,
variação de sintomas, fatores desencadeantes ou fístula traqueoesofágica, aspiração de
agravantes e fatores atenuantes, dificultando o diagnóstico clínico corpo estranho, infecções respiratórias
da doença. Além disso, outro aspecto comum na prática médica é a recorrentes, DRGE, bronquiolite, aspergilose
simplificação das queixas de dispneia e sibilância, associada a um broncopulmonar alérgica (ABPA), pneumonia
eosinofílica, tumor carcinoide, entre outros.
m
fácil acesso às medicações inalatórias (as famosas "bombinhas"),
Figura 22. Fonte:
elevando-se a taxa de diagnósticos incorretos de asma. Na Tabela 6, estão descritos os principais
Shutterstock.
co
Isso posto, vale relembrar que o diagnóstico diferencial diagnósticos diferenciais da asma brônquica.
•
o
vascular
id
• Tuberculose
é
• Cardiopatias
o
nã
• Imunodeficiências
a
dv
pi
• Rinossinusite
Có
• DPOC e outras doenças obstrutivas das vias aéreas inferiores (bronquiolites, bronquiectasias e fibrose
e adultos
cística)
• Doenças difusas do parênquima pulmonar
• Insuficiência cardíaca diastólica e sistólica
• Doenças da circulação pulmonar (hipertensão e embolia)
Tabela 6. Diagnóstico diferencial de asma brônquica, segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o tratamento da asma brônquica
de 2012.
SAIBA MAIS: aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA) – o que você deve saber.
É uma complexa reação de hipersensibilidade em resposta à colonização das vias aéreas pelo Aspergillus fumigatus que ocorre
quase de maneira exclusiva em pacientes asmáticos ou portadores de fibrose cística. A prevalência da doença em pacientes asmáticos
é de 1-5% e os principais sinais e sintomas são exacerbações frequentes da doença e, em casos mais graves, episódios de obstrução
brônquica, febre e expectoração de “plugs” (tampões) mucosos acastanhados, momento em que pode ocorrer também a hemoptise.
As alterações laboratoriais são eosinofilia, aumento da IgE sérica e a presença de anticorpos anti-Aspergillus (IgE e IgG).
A principal característica imagiológica é a presença de bronquiectasias cilíndricas em fundo de saco (“em dedo de luva”), de
alta densidade e com predomínio em campos médios pulmonares. O diagnóstico requer uma condição predisponente (asma ou
fibrose cística) associada à detecção de anticorpos séricos anti-Aspergillus + teste cutâneo (RAST).
O tratamento é baseado em corticoterapia e, em casos selecionados (pacientes exacerbadores), lançamos mão de terapia
m
antifúngica com itraconazol ou voriconazol.
co
“Siufi, achei aprofundado demais o tópico sobre ABPA... isso cai em prova”?
Estrategista, se foi cobrado em prova, estará presente nos nossos livros digitais! Veja como foi cobrado:
s.
CAI NA PROVA
(CEPOA – RJ – 2020) Paciente de 28 anos, asmático, procura o estabelecimento de saúde referindo que, no último mês, teve restrição
♥
de atividade física devido a cansaço e teve sintomas diurnos, tendo sido necessário tratamento pelo menos duas vezes por semana. No
eo
o
C) Hemoptise e regurgitação de material (plugs acastanhados) podem sugerir coinfecção por Aspergillus fumigatus.
o
D) Este paciente apresenta risco mais baixo em relação à população em geral de desenvolver catarata.
nã
COMENTÁRIO:
a
dv
pi
Có
Veja que interessante a maneira com a qual a questão aborda diversos temas distintos, mas com uma interface interessante com a asma
brônquica.
Vamos avaliar as alternativas:
me
Incorreta a alternativa A. A presença de comorbidades, como o refluxo, ansiedade, entre outras, pode ser responsável pelo controle
inadequado da doença. Porém o tratamento do refluxo não tem impacto nos sintomas da asma.
Incorreta a alternativa B. O uso de anti-inflamatório pode ser o desencadeador da crise asmática, em especial o AAS e os inibidores
da COX-1. Nos casos dos COX-2 seletivos, a possibilidade está reduzida, no entanto os inibidores não previnem recorrência da asma e,
inclusive, podem piorá-la, igualmente, em algumas situações.
A alternativa é a mais correta, no entanto vale lembrar que é uma reação de hipersensibilidade em resposta
Correta a alternativa C.
à colonização pelo Aspergillus spp., não uma coinfecção.
Incorreta a alternativa D. Pacientes que fazem uso crônico de corticoide, seja oral, seja inalatório, têm risco aumentado de desenvolver
glaucoma e catarata, principalmente pelo efeito adverso das medicações.
Outros exames complementares, apesar de não serem de outras patologias ou mesmo monitorização de complicações
utilizados diretamente para o diagnóstico de asma, são solicitados agudas, incluindo radiografia de tórax, ECG, ecocardiograma e,
de rotina para avaliação de diagnósticos diferenciais, exclusão eventualmente, broncoscopia ou laringoscopia.
m
RADIOGRAFIA DE TÓRAX:
Em pacientes com asma controlada ou em períodos intercrises, pode ser completamente normal. Porém é
co
importante para exclusão de complicações e diagnósticos diferenciais, incluindo, pneumomediastino, pneumotórax,
atelectasia e pneumonia.
Pacientes com doença grave, com remodelamento ou em crise podem apresentar hiperinsuflação (retificação
do diafragma e espaço retroesternal aumentado) e trama brônquica aumentada.
s.
♥
CAI NA PROVA
eo
o
ub
(HOA – AC – 2020) Mulher de 56 anos de idade, no 4º dia de pós-operatório de neoplasia maligna de colo uterino, durante esforço para tossir
ro
apresentou dor súbita em hemitórax direito, dispneia, chiado e escarro hemoptoico. Qual a hipótese diagnostica mais provável?
id
é
B) Crise de broncoespasmo.
nã
C) Broncopneumonia.
a
E) Tromboembolismo pulmonar.
Có
COMENTÁRIO:
me
Estrategista, eu tenho certeza de que muitos candidatos caíram do cavalo ao associar o “chiado” presente na pergunta à asma brônquica
e, assim, assinalaram a alternativa B.
Veja, estamos diante de uma mulher no pós-operatório, com neoplasia em atividade, com dispneia e dor torácica SÚBITA, associadas
a escarro hemoptoico! A paciente é de alta probabilidade pré-teste para tromboembolismo pulmonar, por isso deve realizar uma
angiotomografia. O recado é: não se deixe levar quando ler “sibilo” ou “chiado” no seu enunciado.
Incorreta a alternativa A. Não observamos um passado de cardiopatia nem sintomas congestivos. Ademais, a ausculta pulmonar cursaria
com crepitações finas, não sibilância.
Incorreta a alternativa B. Observe que outras condições nosológicas podem cursar com sibilância, e é exatamente esse o motivo de eu ter
incluído a questão aqui.
Incorreta a alternativa C. O quadro de broncopneumonia, classicamente, manifesta-se com tosse associada à expectoração amarelada,
febre e dor torácica ventilatório-dependente.
Incorreta a alternativa D. As metástases pulmonares, em sua maioria, são assintomáticas, mas podem cursar com dor torácica se periféricas
ou eventualmente com tosse, se em contato com via aérea. Mas o fato a que devemos ficar atentos no caso de nossa paciente é o nexo
temporal entre o pós-operatório e a queixa.
m
co
Por serem duas doenças que se caracterizam se que aproximadamente 20% dos pacientes com DPOC possam
por obstrução ao fluxo aéreo, elas compartilham apresentar, também, hiperreatividade brônquica, tornando a
várias características clínicas e funcionais, além diferenciação entre asma e DPOC ainda mais difícil.
de fatores de risco/agravantes em comum, As principais diferenças que merecem destaque entre as
s.
principalmente em adultos tabagistas, o que duas doenças são explicadas na Tabela 7.
dificulta a distinção entre as duas doenças. Além disso, calcula-
♥
eo
o
Como forma de evitar confusões de nomenclatura ou mesmo manejo das patologias, as sociedades
ub
médicas mundiais (incluindo os consensos GINA e GOLD) passaram a evitar o termo ACOS (Asthma COPD
ro
overlap syndrome) ou síndrome de sobreposição asma-DPOC como uma única entidade, reforçando que,
id
devem ser abordadas como duas entidades diferentes, com fenótipos, mecanismos fisiopatológicos e
o
nã
manejo distintos.
a
dv
pi
Có
Asma DPOC
me
• Doença inflamatória crônica com obstrução • Doença inflamatória crônica geralmente caracterizada
reversível ao fluxo aéreo; por obstrução irreversível ao fluxo aéreo;
• Hiperreatividade brônquica e inflamação • Enfisema progressivo e aprisionamento aéreo;
eosinofílica; • Inflamação por neutrófilos, macrófagos e linfócitos T
• Inflamação mediada por eosinófilos e linfócitos T CD8+;
CD4+; • Terapêutica baseada em broncodilatação e controle de
• Terapêutica baseada em corticoides. exacerbações.
Tabela 7. Adaptado de GINA e GOLD 2021.
5. 5 SITUAÇÕES ESPECIAIS
Asma Pode ser dividida em asma ocupacional (AO) ou asma agravada pelo trabalho. Implicam aspectos
relacionada médico-legais e requerem notificação por meio da comunicação de acidente de trabalho (CAT).
m
ao trabalho - Asma ocupacional: paciente previamente hígido desenvolve a doença após exposição laboral.
(ART) - Asma agravada pelo trabalho: paciente previamente asmático apresenta piora dos sintomas/
co
controle da doença após a exposição ocupacional.
- Diagnóstico: requer o diagnóstico de asma (hiper-responsividade brônquica) e a comprovação do
nexo causal (início ou agravamento dos sintomas após exposição laboral).
- Caracteristicamente, apresenta piora das medidas de VEF1, do PFE ou no teste de broncoprovocação
s.
inespecífica no período de trabalho com relação a períodos de afastamento do trabalho.
• Variantes de asma
eo
• Asma ocupacional
id
ART
é
ASMA
dv
OCUPACIONAL sensibilizante)
Có
- Obstrução transitória das vias aéreas após o exercício vigoroso; tipicamente, inicia-se 2 a 4 minutos
me
após o exercício, com picos de 5 a 10 minutos e resolução espontânea após cerca de 20 a 40 minutos.
Algumas vezes, a crise pode perdurar por mais de 1 hora ou haver uma resposta tardia após 4 a 10
Asma
horas.
induzida pelo
- Pode ser evidenciada pela queda no volume expiratório forçado em um segundo (VEF1) e por outros
exercício (AIE)
parâmetros espirométricos, idealmente por meio do teste do exercício.
- Diagnósticos diferenciais incluem excesso de treino, respiração disfuncional, disfunções laríngeas e
doenças cardíacas.
Tabela 8. Situações especiais para o diagnóstico de asma. Adaptado de GINA 2021.
CAI NA PROVA
(UNICAMP – SP – 2020) Homem, 48a, relata dispneia aos grandes esforços há dois anos e chiado no peito há seis meses.
Nega episódios semelhantes anteriormente. Atualmente faz móveis por encomenda na garagem de sua residência, local
pouco ventilado. Trabalhou como carpinteiro em uma fábrica de móveis por 12 anos. O DIAGNÓSTICO É:
A) Asma brônquica.
B) Asma relacionada ao trabalho.
C) Asma ocupacional.
D) Pneumonite alérgica.
COMENTÁRIO:
m
Aluno Estratégia MED, o conceito é reincidente em prova. Portanto vamos deixar claro novamente: asma ocupacional e asma agravada
co
pelo trabalho são dois espectros de doença dentro da ART.
Observe que nosso paciente começou a apresentar sintomas há dois anos... ele era previamente hígido e desenvolveu sua doença após
exposição laboral. Portanto o nosso diagnóstico é de asma ocupacional!
Incorreta a alternativa A. Observe a pegadinha da banca. Se estivéssemos desatentos, certamente responderíamos a alternativa A e
s.
passaríamos para a próxima questão.
Incorreta a alternativa B. Dentro do espectro da ART, estamos diante de um caso de asma ocupacional. A alternativa também é uma
pegadinha, deixa dúvidas e certamente a questão foi alvo de críticas e teve alto percentual de erro.
♥
eo
Correta a alternativa C. Nosso paciente era hígido e apresentou sintomas após uma exposição laboral compatível.
o
ub
Incorreta a alternativa D. Pneumonite alérgica, ou alveolite alérgica extrínseca, é a atualmente chamada pneumonite por hipersensibilidade,
ro
doença menos comum e que requer alterações na tomografia de tórax e, também, na broncoscopia, com presença de linfocitose no lavado
id
é
broncoalveolar, e cujos sintomas tendem a ser mais proeminentes e eventualmente associados à febre. O tema será abordado em nosso
o
livro “miscelânea”.
nã
a
dv
pi
Có
me
CAPÍTULO
6.0 MANEJO
Caro Estrategista, o principal objetivo do desfavoráveis da asma: exacerbações,
manejo do paciente com asma é a obtenção limitação crônica ao fluxo de ar das vias
e manutenção do controle da doença, que respiratórias (LCFR) e efeitos adversos do
compreende o controle dos sintomas atuais tratamento.
e a prevenção ou minimização de preditores Futuro Residente, a doença não tem
de desfechos desfavoráveis da doença, inflamação das vias cura. No entanto, atualmente, dispomos
respiratórias e, possivelmente, piora da qualidade de vida. de um amplo arsenal terapêutico para
Controle dos sintomas atuais: ausência ou minimização de obtermos o adequado controle dela. Em
m
sintomas diurnos, sintomas noturnos, como despertares em razão outras palavras, a asma brônquica deve
da asma, uso de medicação de resgate e limitação da atividade ser tratada com a menor quantidade de
co
física. medicação possível para obter o melhor
Figura 23. Fonte:
Prevenção ou minimização de preditores de desfechos Shutterstock. controle da doença.
s.
MANEJO AMBULATORIAL DA ASMA
Medidas específicas de controle ambiental para reduzir a exposição domiciliar e ocupacional a gatilhos
desencadeadores de sintomas da asma, como poeira, fumaças e gases tóxicos, animais de estimação e poluição, entre
♥
eo
outros.
o
ub
ro
Introdução precoce de tratamento com anti-inflamatórios, que são os fármacos de escolha, entre os quais estão os CIs,
id
isoladamente ou em associação.
é
o
nã
Educação dos asmáticos sobre natureza e evolução da doença, controle ambiental, tratamento e reconhecimento
precoce das exacerbações, utilização adequada e correta dos dispositivos inalatórios prescritos no tratamento.
a
dv
pi
Có
Cada paciente deve receber um plano de ação personalizado por escrito com:
1. Tratamento de manutenção.
me
m
O controle da asma pode ser mensurado exacerbações e de perda acelerada da função
co
por diversos instrumentos validados e adaptados pulmonar.
para o Brasil, incluindo o ACQ (Asthma Control A escala da GINA, por ser mais simplificada, é
Questionnaire), o ACT (Asthma Control Test) e a mais utilizada atualmente (e, consequentemente, a
a escala de controle da GINA. Independente do mais cobrada em prova!) e classifica a doença em três
s.
instrumento utilizado pelo médico, ele deve ser realizado de forma níveis – asma controlada, asma parcialmente controlada e asma
sistematizada em toda consulta médica (pelo menos a cada 3 a 6 não controlada –, avaliados em relação às últimas quatro semanas.
meses). Os principais parâmetros, assim como o grau de controle de
♥
deve ser feita a cada 3-6 meses para estimar o risco futuro de
ub
ro
Parâmetros
é
ATENÇÃO! Vale ressaltar que, mesmo que os sintomas estejam controlados, a asma deve ser considerada
não controlada se houver história de exacerbação nas últimas 4 semanas!
Estrategista, segundo documento publicado pela Sociedade involuntários (falta de acesso ao tratamento ou dificuldade no uso
Brasileira de Pneumologia em 2020, a principal causa de falta de do dispositivo).
controle da asma é a baixa adesão ao tratamento, decorrente de Veja como isso pode ser cobrado na sua prova:
fatores voluntários (medos e mitos sobre o tratamento) e de fatores
m
CAI NA PROVA
co
(SUS – SP – 2021) A gravidade da asma durante a gestação é classificada de maneira dinâmica, de acordo com o grau de controle. Considera-
se asma controlada aquela que preenche todos os critérios de controle; asma parcialmente controlada é aquela com um ou dois critérios
alterados; e, quando houver três ou mais critérios alterados, considera-se asma não controlada.
s.
São critérios atuais de controle:
A) despertar noturno; leve limitação das atividades físicas; sintomas respiratórios menos de uma vez por semana; necessidade de uso de
medicação de resgate menos de quatro vezes por semana; e VEF1 menor que 80%.
♥
eo
B) ausência de despertares noturnos; ausência de limitação das atividades físicas; sintomas respiratórios menos de uma vez por semana;
o
ub
necessidade de uso de medicação de resgate menos de uma vez por semana; e VEF1 normal.
ausência de despertares noturnos; ausência de limitação das atividades físicas; sintomas respiratórios menos de duas vezes por semana;
ro
C)
necessidade de uso de medicação de resgate menos de duas vezes por semana; e VEF1 normal.
id
é
D) três despertares noturnos; leve limitação das atividades físicas; sintomas respiratórios menos de quatro vezes por semana; necessidade
o
de uso de medicação de resgate menos de quatro vezes por semana; e VEF1 menor que 60%.
nã
E) dois despertares noturnos; leve limitação das atividades físicas; sintomas respiratórios menos de três vezes por semana; necessidade de
a
uso de medicação de resgate menos de três vezes por semana; e VEF1 menor que 80%.
dv
pi
Có
COMENTÁRIO:
Estrategista, não se assuste! Mesmo a questão sendo de 2021, os conceitos presentes nela estão desatualizados! Sabemos que os itens
me
que são levados em consideração para aferir o controle da doença são despertares noturnos, limitação das atividades físicas, sintomas
respiratórios e necessidade de medicação de resgate!
“Siufi, mas e o VEF1?”
Já não está presente nos documentos atuais. A banca deixou na alternativa correta um conceito desatualizado, mas vamos considerá-la
correta, mesmo com esse adendo.
Incorreta a alternativa A. Se o paciente teve despertar noturno, ele não teve controle da doença.
Incorreta a alternativa B. Veja que sintomas diurnos e medicação de resgate podem ocorrer até duas vezes por semana, não menos de
uma, como presente na alternativa.
Mesmo com o adendo sobre o VEF1, é a alternativa mais correta, já que traz adequadamente os outros
Correta a alternativa C.
critérios de controle da doença.
Incorreta a alternativa D. O paciente tem sintomas respiratórios e usa medicação de resgate menos de quatro vezes por semana.
Incorreta a alternativa E. O paciente tem sintomas respiratórios e usa medicação de resgate menos de três vezes por semana.
(SUS BA – BA – 2020) A alternativa que contém os critérios recomendados pelas Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
para classificar o controle da asma em acompanhamento ambulatorial é
m
B) número de sintomas semanais e frequência do uso de broncodilatador de resgate semanal.
C) pico de fluxo expiratório maior que 70% e presença de sintomas durante as atividades físicas.
co
D) frequência de procura a serviço de pronto atendimento e quantidade de corticosteroide inalatório usado para manutenção.
E) faltas escolares semanais e necessidade de corticosteroides inalatórios associados a broncodilatador de longa duração.
COMENTÁRIO:
s.
Estrategista, controle de doença é sempre um tema "quente" para as provas, visto que uma boa parcela dos candidatos tende a confundir
controle com gravidade da doença. Vamos avaliar as alternativas:
Incorreta a alternativa A. A frequência no uso de corticoide sistêmico não está relacionada ao controle da doença, mas sim à gravidade,
♥
eo
o
Correta a alternativa B. A alternativa contempla dois dos critérios utilizados. Revise nossa tabela sobre controle da doença.
id
é
Incorreta a alternativa C. Provas funcionais (PFE e espirometria) não fazem mais parte do controle da doença de acordo com a SBPT e o
o
documento GINA.
nã
Incorreta a alternativa D. Ambas não são métricas aferidas para quantificar o controle da doença, muito embora sejam importantes na
a
anamnese do paciente.
dv
pi
Incorreta a alternativa E. O absenteísmo, muito embora seja importante na doença, não é critério de controle.
Có
me
(AMRIGS – RS – 2021) Paciente de 20 anos, portador de asma brônquica, vem à consulta médica referindo tosse seca diurna e despertares
noturnos frequentes por falta de ar, caracterizando uma doença não controlada. Dos fatores abaixo, qual seria o motivo mais comum para o
descontrole da doença?
COMENTÁRIO:
Aluno Estratégia MED, essa é uma questão direta sobre descontrole da doença.
Incorreta a alternativa A. Figura entre as primeiras causas, mas não é a principal.
Incorreta a alternativa B. É uma das causas de descontrole e, em algumas situações, requer abordagem cirúrgica, no entanto não figura
entre as principais.
Incorreta a alternativa C. Deve ser uma pergunta sistemática na anamnese do paciente asmático, mas não é a principal.
m
(UFG – GO – 2020) Paciente do sexo feminino, de 32 anos, com diagnóstico de asma desde a infância. Faz uso de medicação inalatória de
co
forma contínua e regular. Há cerca de quatro semanas, apresentou piora dos sintomas, com dispneia, chiado no peito e tosse seca cerca de
duas vezes por semana, necessitando de uso de medicações de resgate inalatório também duas vezes por semana. Alega ter acordado à noite
apenas uma vez nesse período por dispneia. E mantém sem alterações suas atividades diárias em casa e no trabalho. Conforme avaliação do
controle da GINA 2019, como avaliar essa paciente?
s.
A) Asma não controlada.
B) Asma bem controlada.
C) Asma parcialmente controlada.
♥
eo
D) Asma intermitente.
o
ub
COMENTÁRIO:
ro
id
é
Amigo(a), vou trazer mais uma questão para ressaltar a importância do tema. Não tem escapatória, você
Correta a alternativa C.
o
precisa decorar como deve ser aferido e quantificado o controle da asma brônquica.
nã
Após a avaliação e definição do controle da doença, devemos Os principais fatores de risco para as exacerbações da doença
partir para o segundo item, que objetiva prevenir riscos futuros para são descritos na Tabela 10, que deverá ser revisitada quando
os pacientes: exacerbações e efeitos adversos das medicações. falarmos novamente sobre exacerbações.
m
Uso frequente de broncodilatador de resgate
co
Gestação
s.
Comorbidades: psiquiátricas, obesidade, alergia alimentar e sinusite crônica
A gravidade da asma refere-se à quantidade mínima de não tratadas, uso incorreto do dispositivo inalatório e não adesão
tratamento necessário para manter o controle da doença e só ao tratamento.
pode ser realizada de maneira retrospectiva, geralmente após 12 De acordo com o documento GINA 2021, a gravidade da
meses de tratamento/seguimento do paciente, e após a exclusão asma é definida como asma leve, moderada e grave. Veja a Tabela
de causas importantes de descontrole, tais como comorbidades 11:
m
Leve Controlada nas etapas 1 e 2.
co
Moderada Controlada nas etapas 3 e 4.
O documento GINA de 2021 não separa a asma leve em da chamada “asma intermitente” ainda podem apresentar
o
“intermitente” e “persistente leve” pelo fato de essa classificação exacerbações graves, e o risco pode ser reduzido por tratamento
ub
ser arbitrária e não baseada em evidência, como era feito baseado em corticoterapia inalatória.
ro
CONTROLE: expressa a intensidade com que as manifestações da asma estão suprimidas pelo
Có
tratamento. É variável em dias ou semanas, sendo influenciado pela adesão ao tratamento ou pela exposição
a fatores desencadeantes. A doença pode ser classificada em controlada, parcialmente controlada e não
me
controlada.
GRAVIDADE: refere-se à quantidade de medicamento necessária para atingir o controle. Reflete uma característica intrínseca
da doença, mas pode ser alterada lentamente com o tempo. A doença pode ser classificada em doença leve, moderada e grave.
m
incorreto. Corresponde a 17% do total de pacientes e não significa que “o paciente é difícil”.
Asma grave: é um subgrupo dos pacientes portadores de asma de difícil controle, um recorte. Representa a asma que
co
permanece não controlada a despeito da boa adesão terapêutica, com dose máxima otimizada de CI + LABA e manejo de
fatores contribuintes. O diagnóstico de asma grave é retrospectivo. Corresponde a 3,7% dos pacientes.
Estrategista, cuidado! A asma não pode ser chamada de asma grave se melhora de maneira expressiva com o controle
de fatores contribuintes, como melhora da técnica inalatória e melhora da adesão terapêutica.
s.
♥
eo
o
ub
6. 3 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
ro
id
Caro Estrategista, chegamos a um ponto primordial da corticosteroides inalatórios (CI) passou a ser o pilar central do
é
doença! Por muito tempo, o tratamento medicamentoso da asma tratamento da asma, permitindo melhor controle de sintomas e, a
o
nã
tinha como objetivo central aliviar sintomas, tendo como pilar longo prazo, podendo preservar a função pulmonar e prevenir ou
medicamentoso o uso de broncodilatadores. Entretanto, desde atenuar o remodelamento das vias aéreas, mesmo nos pacientes
a
dv
pi
2019, houve uma mudança significativa na base do tratamento com quadros leves e/ou intermitentes.
Có
e no direcionamento para o controle do processo inflamatório Futuro Residente, a partir de agora, falaremos
presente nas vias respiratórias. constantemente alguns nomes que costumam ser confundidos.
Isso posto, a introdução precoce de anti-inflamatório com Portanto, sugiro que decore a Tabela 12, que segue:
me
Principais fármacos inalatórios, com suas respectivas classes farmacológicas e principais representantes.
m
SAMA Brometo de Ipratrópio
Muscarínico de Curta Ação)
co
Long-Acting Muscarinic Antagonist (Antagonista
LAMA Tiotrópio, Glicopirrônio, Umeclidínio
Muscarínico de Longa Ação)
- Por segurança, não se recomenda mais o tratamento de manutenção com uso isolado de beta-2-agonista
ro
- Apesar de aliviar os sintomas, o uso isolado de SABA não protege o paciente de exacerbações. Pelo
o
contrário, o uso excessivo de SABA (> 3 canisters no ano) está associado a um maior risco de exacerbações, e o uso
nã
(na asma leve), seja para tratamento de manutenção diário, dose de corticoide inalatório, para reduzir o risco de exacerbação,
Có
Desde então, o tratamento de controle da asma é dividido em etapas de I a V, nas quais a dose de
CI está presente desde a etapa 1 e é aumentada progressivamente, e/ou outros tratamentos de controle
são adicionados.
O tratamento medicamentoso da asma é dividido em cinco de tratamento da asma em que o paciente se encontra deve ser
etapas (ou steps), sendo o paciente alocado em uma dessas etapas avaliada em toda consulta e ajustada conforme as mudanças que
de acordo com o tratamento atual e o seu nível de controle. A etapa vão ocorrendo de forma dinâmica (“step-up” ou “step-down”).
ATENÇÃO!
“STEP-DOWN”: redução na dose das medicações após obtenção de controle da doença por pelo menos
três meses, desde que a função pulmonar tenha alcançado um platô. Uma observação importante é que, para
considerarmos o “step-down”, devemos escolher o momento ideal, ou seja, o
paciente deve estar na ausência de infecção respiratória, idealmente não deve
estar viajando e deve estar fora do período de gestação. Por isso há o período mínimo de três meses,
sem período máximo.
“STEP-UP”: adição de dose ou de medicação nova ao tratamento prévio em decorrência da
perda do controle, caracterizada pela recorrência ou piora dos sintomas que requer doses repetidas
de broncodilatadores de alívio por mais de dois dias, ou por exacerbação da doença.
m
Figura 24. Fonte: Shutterstock.
co
Os fármacos disponíveis para o tratamento Apesar de muitas vezes iniciarmos o tratamento da doença
da asma a longo prazo podem ser divididos em três de acordo com critérios de gravidade (utilizados previamente, mas
categorias: medicações de controle, medicação já em desuso), devemos ressaltar que a manutenção deve ser
de alívio ou resgate e medicações adicionais para baseada fundamentalmente no estado de controle da doença
s.
o manejo da asma grave. conforme apresentado.
(evidência A) - etapa II
dv
se apresentar algum fator de risco (evidência A) - etapa III (evidência A) - etapa III
para exacerbações
Estrategista, como esses são conceitos novos e que mudaram recentemente na literatura, vou trazer para você um resumo de cada
etapa e algumas particularidades.
Tratamento de escolha? Dose baixa de CI + mais foi alterada desde o documento GINA do ano
formoterol, se necessário, para alívio dos sintomas e, de 2019.
se necessário, antes do exercício físico. É sabido que pacientes que utilizam
Para quem? Pacientes com sintomas menos SABA regularmente apresentam maior risco de
que duas vezes por mês e sem fator de risco para exacerbações (se 3 ou mais dispositivos/ano) e,
exacerbações – grupo pouco frequente na prática clínica. inclusive, maior mortalidade (se mais de 1 dispositivo ao mês).
m
O que não deve ser feito? SABA em monoterapia, LABA em Também sabemos que pacientes com sintomas infrequentes
monoterapia ou, isoladamente, como medicação de resgate. tendem a não aderir ao tratamento com CI, por isso acabam sendo
co
Por quê? Estrategista, aqui está a etapa do tratamento que
s. expostos ao risco do tratamento com SABA isoladamente.
necessidade de medicação de resgate duas ou mais vezes nas comparados com CI diário e diversos estudos demonstraram que
id
O que não deve ser feito? Xantina de manutenção (teofilina) uma dose substancialmente menor de CI quando comparada com
o
nã
não deve ser utilizada, visto que tem uma eficácia discreta, no pacientes com CI diário.
entanto seus efeitos colaterais são comuns e, em altas doses, Um adendo importante é que a dose máxima diária de
a
dv
pi
podem ser ameaçadores à vida, como taquiarritmia ou estado de formoterol deve ser de 72 μg.
Có
m
6.3.5 STEP 5 (ETAPA 5)
co
Tratamento de escolha? Adicionar tiotrópio (LAMA) ao Estrategista, eu sei que você está pensando
tratamento do step 4 e encaminhar para centro de referência para que vai ter de decorar todos os STEPS, mas fique
fenotipar a asma. tranquilo, porque os sistematizei para você no
Para quem? Pacientes de quaisquer idades com sintomas fluxograma que segue, com todas as etapas descritas,
s.
persistentes ou exacerbações a despeito da correta técnica inclusive o seu tratamento preferencial e as opções
inalatória e da boa adesão terapêutica à etapa (step) 4. O paciente terapêuticas.
na etapa 5 deve ser necessariamente encaminhado ao especialista. Vale lembrar que o fluxograma 1 foi adaptado de acordo
O que não deve ser feito? Não devemos subestimar a com a recomendação da Sociedade Brasileira de Pneumologia
♥
eo
gravidade e não devemos prescrever corticoterapia oral de maneira e Tisiologia, em documento publicado em 2020 e alinhado à
o
ub
sistemática para os pacientes, mas apenas em casos selecionados, recomendação presente no documento GINA.
ro
visto que há uma gama de efeitos colaterais. Vale ressaltar também que uma outra classe farmacológica
Obs.: o tiotrópio pode ser adicionado em dispositivos
id
separados para pacientes com idade superior ou igual a 6 anos ou receptores de leucotrienos (LTRA), que reduzem a inflamação,
o
nã
em um mesmo dispositivo (terapia tripla) para pacientes com idade os sintomas e a frequência de exacerbações e não foram citados
maior ou igual a 18 anos. anteriormente, visto que, atualmente, não fazem parte da terapia
a
dv
Felizmente, uma menor parcela dos pacientes é portadora de escolha em nenhuma das etapas, sendo uma opção interessante
pi
Có
Preferencial
ETAPA V CI dose alta + LABA, adicionar Tiotrópio
Fenotipar: anti-lgE ou anti-IL5 ou anti-IL4R
Opções
Adicionar corticoide oral em dose baixa
Preferencial
CI dose média + LABA + SABA de resgate ou
ETAPA IV CI dose média +Formoterol de manutenção
+ CI dose baixa + Formoterol de resgate
m
Opções
co
Preferencial
ro
TODOS OS ASMÁTICOS
Controle ambiental + rever controle de asma e risco futuro regularmente
Fluxograma 1. Etapas do tratamento da asma. Adaptado de Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2020.
CAI NA PROVA
(HOA – AC – 2020) A associação de corticoide inalatório com broncodilatador de longa duração é considerada prima linha no tratamento de
manutenção de asmáticos moderados e graves. Sobre esse tratamento pode-se afirmar que:
COMENTÁRIO:
m
Essa questão é extremamente atual e cobra conhecimentos sobre a MART therapy, ou seja, terapia de manutenção e resgate com o
co
mesmo fármaco – CI + formoterol.
Para pacientes com doença moderada a grave, que são pacientes com doença na etapa III em diante, a terapia com CI + formoterol deve
ser utilizada conforme terapia MART.
Incorreta a alternativa A. Deve ser cogitado o “step-down” mas, claro, depende de diversas variáveis. Ademais, se o paciente estiver na
etapa V e migrar para a etapa IV, deve ser mantido, mas o CI deve estar em menor dose.
s.
Incorreta a alternativa B. A combinação tem impacto na inflamação crônica das vias aéreas e diminui exacerbações.
Incorreta a alternativa C. A terapia tem impacto na redução de exacerbações.
Para pacientes nas etapas III em diante, a terapia com CI + formoterol deve ser utilizada como manutenção
Correta a alternativa D.
♥
eo
e resgate.
o
ub
6. 4 TERAPIA FARMACOLÓGICA
nã
a
dv
pi
Os fármacos controladores para o tratamento da asma são os corticosteroides inalatórios associados a LABA, montelucaste, tiotrópio
e teofilina. Os CIs são os fármacos de primeira escolha para o tratamento da asma em todas as etapas do tratamento da doença.
me
A GINA recomenda, com grau de evidência A, que a associação contendo formoterol inalado +
CI possa ser utilizada como tratamento de manutenção e como medicação de resgate!
Atualmente, existem diversos tipos de CIs, os quais diferem distintas de acordo com o dispositivo inalatório utilizado.
entre si em suas propriedades farmacológicas e farmacocinéticas, Na Tabela 13, estão correlacionadas as doses de cada um
potência, disponibilidade e tamanho médio das partículas etc. Além dos corticoides inalatórios, bem como o que significam doses baixa,
disso, um mesmo corticosteroide pode apresentar propriedades média e alta.
Dica estratégica: DECORE a dose da budesonida. Ela costuma ser a única a ser cobrada.
m
Dipropionato de beclometasona (CFC) 200-500 > 500-1.000 > 1.000
co
Dipropionato de beclometasona (HFA) 100-200 > 200-400 > 400
Furoato de mometasona
é
o
nã
A falha na resposta aos CI deve ser considerada verdadeira (LABA) ao CI (estratégia preferencial), aumentar a dose dos CIs ou
Có
apenas após exclusão de não adesão ao tratamento, erro diagnóstico, acrescentar um antagonista de leucotrienos (LTRA).
dose inadequada, exposição ambiental e/ou ocupacional, uso de A associação CI + LABA está indicada para pacientes
me
medicamentos que possam piorar o controle da asma e exclusão sintomáticos a despeito do uso isolado de CI ou da associação
de comorbidades, as quais podem piorar a asma. Um dado CI + SABA, ou com história de pelo menos uma exacerbação no
interessante é que os tabagistas e ex-tabagistas precisam de último ano. Vale ressaltar que o uso dessa combinação é mais
doses maiores para terem os mesmos efeitos terapêuticos dos eficaz do que o uso isolado de CIs + SABA de resgate e é superior
corticoides inalatórios. à terapia de combinação CIs + LTRA no que diz respeito à redução
Se, depois de analisar esses fatores, a asma permanecer de exacerbação, à qualidade de vida, aos sintomas, ao controle e à
não controlada usando doses baixas de CIs, há três opções função pulmonar.
iniciais para alcançar o controle com o incremento do tratamento Os principais representantes da classe dos beta-2-agonistas
farmacológico: adicionar um broncodilatador de longa ação inalatórios são representados na Tabela 14.
O uso isolado de LABA é contraindicado na asma, com aumento da mortalidade a longo prazo!
B-2-agonistas inalatórios
• Salbutamol
B-2-agonista de curta ação (SABA) • Fenoterol
• Terbutalina
m
• Formoterol
co
B-2-agonista de longa ação (LABA)
• Salmeterol
• Indacaterol
B-2-agonista de ultralonga ação (ultra LABA)
s.
• Olodaterol
• Vilanterol
Tabela 14. Resumo dos beta-2-agonistas inalatórios. Adaptado de Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2020.
♥
eo
reduzem a inflamação, os sintomas e a frequência de exacerbações, terapêutica controladora de segunda escolha no tratamento da
ro
mas são preteridos em relação aos LABAs para o manejo da asma asma, devendo ser sempre usada em associação a um CI. Vários
não controlada. O único fármaco dessa categoria atualmente efeitos colaterais estão relacionados com sua utilização, como
id
é
comercializado no Brasil é o montelucaste sódico (10 mg/dia). sintomas gastrintestinais, manifestações neurológicas e arritmias
o
cardíacas.
a
dv
pi
CAI NA PROVA
Có
(PUC – PR – 2020) José Vitor, 26 anos, com diagnóstico de Asma, em uso de Budesonida 400 μg ao dia, refere episódios de broncoespasmo
me
3 vezes na semana com necessidade de uso de salbutamol de resgate. Queixa-se também de acordar durante ao menos uma vez na semana
com tosse e dispneia.
Após confirmar boa aderência e uso correto dos dispositivos, a estratégia mais adequada para esse paciente, segundo as recomendações
atuais da Global Initiative for Asthma (GINA 2019), é
COMENTÁRIO:
Observe como tem sido cobrado nos últimos anos. Nosso paciente já tem diagnóstico de asma e está em uso de CI dose baixa, no entanto
sem controle da doença – apresenta despertares noturnos. Está na etapa III. Qual seria o esquema preferencial na etapa III? CI dose
baixa + formoterol. Como nosso paciente já está em uso de budesonida dose baixa (400 μg/dia), nosso passo é adicionar formoterol ao
tratamento de base.
Vamos avaliar as alternativas:
Incorreta a alternativa A. O tiotrópio entrou como tratamento nas últimas diretrizes e deve ser adicionado ao CI dose alta + LABA apenas
na etapa V.
Incorreta a alternativa B. A prednisona deve entrar como esquema terapêutico na exacerbação e deve ser aventada em pacientes com
sintomas diários, limitantes e despertares diários, que devem iniciar o seu tratamento diretamente na etapa IV, o que não é o caso de
m
nosso paciente.
Incorreta a alternativa C. Um corticoide não tem evidência de superioridade quando comparado ao outro. Portanto, em algumas situações,
o que deve ser aventado é o ajuste de dose, não a troca de princípio ativo.
co
Para alocar nosso paciente na etapa III do tratamento, devemos adicionar formoterol ao tratamento para
Correta a alternativa D.
que, assim, seja tratado adequadamente com CI dose baixa + formoterol.
Incorreta a alternativa E. Muito embora seja terapia alternativa na etapa III, quando associado a SABA por demanda desde que entre 400
s.
e 800 μg, esse não é o tratamento de escolha.
♥
eo
(FMABC – SP – 2019) Qual a principal classe de medicamento utilizado para o tratamento em longo prazo de Asma Persistente?
o
ub
C)
é
D) Metilxantinas
o
nã
COMENTÁRIO:
a
dv
pi
Estrategista, pode parecer que já caiu o bastante, mas as bancas insistem em cobrar um conceito que sempre reforçamos no Estratégia
Có
MED: o fármaco mais importante para o tratamento da doença estável é o corticoide inalatório!
Ademais, atualmente, o documento GINA advoga que não separemos mais a doença em intermitente x persistente.
me
Incorreta a alternativa B. Em algumas ocasiões, LABAs devem ser combinados aos CI para terapia de resgate + manutenção. No entanto,
na doença estável em monoterapia, são contraindicados, pois aumentam a mortalidade a longo prazo – em última análise, você só
broncodilata, mas a reação inflamatória segue lá!
Incorreta a alternativa C. Os SABAs são os fármacos mais importantes no contexto das exacerbações. No entanto, no tratamento de resgate,
desde o documento GINA publicado em 2019, não devem ser utilizados em monoterapia, sob um risco de aumento de exacerbações e, em
algumas situações, aumento na mortalidade.
Incorreta a alternativa D. As xantinas (aminofilina, teofilina) têm um fraco potencial broncodilatador e um péssimo perfil de segurança,
por isso têm seu uso cada vez mais restrito.
m
co
Asma grave – opções de terapia adicional
Tiotrópio Anticolinérgico de longa ação (LAMA). Indicado em adição a CI + LABA, na dose de 5 μg/dia.
s.
Anticorpo monoclonal anti-IgE. Indicado para asma alérgica grave, com dose variável de acordo
Omalizumabe
com peso (20-150 kg), e IgE sérica total (30-1.500 UI/mL), subcutânea, a cada 2 ou 4 semanas.
Anticorpo monoclonal anti-IL-5 (inibe ativação eosinofílica). Indicado na asma grave eosinofílica
♥
eo
Mepolizumabe (eosinófilos no sangue periférico ≥ 150 células/μL no momento da avaliação ou ≥ 300 células/μL
o
Benralizumabe sangue periférico ≥ 300 células/μL), na dose de 30 mg, subcutânea, a cada 4 semanas durante as
o
Anticorpo monoclonal antirreceptor da IL-4. Indicado para o tratamento da asma grave com
a
dv
pi
inflamação T2 alta, caracterizada por eosinófilos e/ou fração exalada de óxido nítrico elevados,
Dupilumabe
Có
na dose de 400 mg por via subcutânea, seguida de 200 mg em semanas alternadas, ou uma dose
inicial de 600 mg, seguida de 300 mg administrados a cada 2 semanas.
me
Anticorpo monoclonal anti-IL-5. Indicado na asma grave eosinofílica (eosinófilos sanguíneos >
Reslizumabe
400 células/μL), na dose de 3 mg/kg de peso, intravenosa, a cada 4 semanas.
Corticoide oral Opção terapêutica para pacientes não elegíveis para uso de outras medicações na etapa 5.
baixas doses Atualmente, é a última opção, em decorrência de frequentes efeitos adversos.
O uso é controverso e pode estar relacionado a efeitos adversos. Pode ser opção na etapa 5, na
Azitromicina
dose de 500 mg três vezes por semana durante 12 meses.
Tabela 15. Opções de terapia adicional na asma grave – adaptado de SBPT 2020 e GINA 2021.
Veja como o tema pode estar presente na sua prova. Não se assuste com a quantidade de questões condensadas ao final do tópico
“tratamento farmacológico da asma estável” – uma boa parte delas aborda conceitos como controle da doença e diagnóstico conjuntamente.
CAI NA PROVA
(FMP UNIFASE – RJ – 2020) Em relação a tratamento de controle da asma, pode-se afirmar que:
A) A teofilina é recomendada para quaisquer pacientes que tenham asma leve a moderada que receberam medicações de controle tais
como esteroides inalatórios e leucotrienos com controle adequado, podendo ser considerada terapia coadjuvante para minimizar
m
exacerbações.
B) Em paciente com asma alérgica moderada a grave com níveis elevados de IgE sérica e que estão recebendo corticosteroides inalatórios,
co
o tratamento com omalizumabe melhora o controle da asma mesmo quando as doses de esteroides inalados são diminuídas.
C) Agentes com propriedade de estimular a síntese de leucotrienos, como montelucaste e o zafirlucaste entre outros, são medicações
efetivas para o controle do paciente com asma persistente leve ou moderada, podendo ser associado a esteroides inalados para asma
mais grave.
s.
D) Corticosteroides inalados têm mesmo impacto sistêmico que os esteroides sistêmicos para um dado nível de efeito terapêutico e são
tratamentos eficazes de controle para melhora da função pulmonar e prevenção das exacerbações asmáticas em pacientes com asma
leve.
♥
COMENTÁRIO:
eo
o
ub
Incorreta a alternativa A. As xantinas estão progressivamente perdendo seu espaço e não devem ser indicadas de maneira sistemática.
ro
São raras as questões que cobram a etapa V da doença, mas o mais importante é saber que, atualmente,
Correta a alternativa B.
id
o tratamento é baseado em CI dose alta + LABA + tiotrópio e, em paralelo, devemos fenotipar o paciente e
é
Incorreta a alternativa C. O montelucaste é um antagonista do receptor dos leucotrienos, não um agente com propriedade de estimular
a
a sua síntese.
dv
pi
Incorreta a alternativa D. Os corticoides inalatórios estão presentes em todos os espectros da doença e são os fármacos mais importantes
Có
A) Os corticoides inalatórios e os inibidores de leucotrienos são classes consideradas como tratamento de controle e prevenção de
exacerbações.
B) Montelucaste assim como budesonida, beclometasona e fluticasona são corticoides inalatórios.
C) Formoterol é um broncodilatador beta-agonista de longa duração, assim como o fenoterol.
D) Montelucaste é um inibidor da ação de leucotrienos e é considerado tratamento modificador da história natural da asma.
E) Uso de fenoterol e ipratrópio diários são terapias modificadoras de doença.
COMENTÁRIO:
“Mas questões que cobram classe farmacológica na asma e DPOC são batidas, não caem mais...”. Foi cobrado em 2020 e, quanto mais
m
fármacos estiverem disponíveis, mais a temática será abordada.
Ambas as classes são drogas de controle e prevenção de exacerbação. Veremos adiante que a corticoterapia
co
Correta a alternativa A.
inalatória vem ganhando espaço no tratamento de exacerbação também.
Incorreta a alternativa B. O montelucaste é um antagonista de receptores de leucotrienos (LTRA). Os demais são corticoides inalatórios.
Incorreta a alternativa C. Alternativa parcialmente correta. O formoterol é de longa ação, no entanto o fenoterol é de curta ação.
s.
Incorreta a alternativa D. É um antagonista de receptor de leucotrienos e reduz a inflamação, os sintomas e a frequência de exacerbações.
Incorreta a alternativa E. São fármacos que são reservados para o tratamento das exacerbações, como veremos adiante.
♥
eo
o
(USP – SP – 2021) Mulher de 28 anos de idade vem à unidade básica de saúde para acompanhamento por asma brônquica, diagnosticada
ub
aos 10 anos de idade. Há 2 meses tem crises de falta de ar e tosse seca que melhoram com uso de salbutamol inalatório. Há 45 dias, teve
ro
uma crise mais intensa de dispneia associada a chiado, para a qual precisou de atendimento de emergência em Pronto-Socorro. Após a alta,
id
é
persiste com sintomas diurnos três vezes na semana, com limitação para atividades diárias e sintomas noturnos esporádicos. Fez uso somente
o
de prednisona 40 mg/dia por uma semana após a alta hospitalar. Nega outros sintomas. No exame clínico, está em bom estado geral, corada,
nã
hidratada, FC: 80 bpm, FR: 16 ipm, PA: 122x86 mmHg. Ausculta pulmonar com murmúrios vesiculares presentes e sibilos expiratórios. O
a
restante do exame clínico é normal. Trouxe espirometria feita há 1 semana, com os seguintes resultados após o uso de broncodilatador: VEF1/
dv
pi
CVF: 0,68, VEF1: 70% do predito, com variação pré para pós-broncodilatador de 290 mL (14%).
Có
Considerando o atual estágio de controle da asma da paciente, qual é o tratamento de primeira linha para o caso, de acordo com o Global
Initiative for Asthma Treatment?
me
A) MANUTENÇÃO/Formoterol + budesonida
RESGATE/Formoterol + budesonida
B) MANUTENÇÃO/Montelucaste
RESGATE/Fenoterol
C) MANUTENÇÃO/Formoterol + budesonida
RESGATE/Fenoterol
D) MANUTENÇÃO/Montelucaste
RESGATE/Formoterol + budesonida
COMENTÁRIO:
Futuro Residente, observe que nossa paciente já tem diagnóstico de asma brônquica. Observe também que a banca não nos forneceu
nenhuma informação acerca do tratamento que a paciente está em uso para saber se iniciamos um tratamento ou se fazemos o chamado
“step-up”.
Veja que nossa paciente apresenta sintomas diurnos três vezes na semana e sintomas noturnos esporádicos, com uma exacerbação
recente. No entanto, como sua apresentação foi em exacerbação e está sem tratamento, devemos iniciar tratamento com CI dose média
+ formoterol de manutenção + CI dose baixa + formoterol de resgate, diretamente na etapa IV do tratamento.
Com base no documento GINA 2019, fica postulado que não há tratamento de manutenção sem
Correta a alternativa A.
corticoterapia inalatória e que, também, podemos fazer manutenção e resgate com CI + formoterol,
inclusive para pacientes na etapa IV.
m
Incorreta a alternativa B. O montelucaste, um LTRA, não deve ser utilizado em monoterapia.
co
Incorreta a alternativa C. Se utilizarmos uma estratégia baseada em CI + formoterol, devemos utilizar uma estratégia baseada também
em CI + formoterol no resgate.
Incorreta a alternativa D. Não devemos utilizar o formoterol em monoterapia para tratamento de manutenção.
s.
(HOS – SP – 2020) Mulher, 44 anos, asmática, não apresenta sintomas respiratórios ou limitação para as suas atividades
do dia a dia há, pelo menos, 4 meses. Nega despertar noturno por sintomas de asma. Encontra-se em uso de formoterol
12 μg, associado à budesonida 800 μg a cada 12 horas. A conduta, nesse momento, deve ser:
♥
eo
o
B) reduzir a budesonida para 400 μg, a cada 12 horas, e manter a dose do formoterol.
ro
C) suspender o formoterol.
id
D) reduzir a budesonida para 200 μg, a cada 12 h, e o formoterol também, pela metade da dose.
é
E)
nã
COMENTÁRIO:
a
dv
pi
Estrategista, para você não pensar que as questões só cobram introdução de uma nova terapia farmacológica, dê só uma olhada no
Có
conceito cobrado pela questão – “step-up” x “step-down”. Observe que nossa paciente apresenta controle de doença há mais de três
meses, portanto devemos fazer o “step-down”.
Primeiro passo: identificar em qual etapa do tratamento a paciente está – dose alta de CI + formoterol (etapa V).
me
Segundo passo: lembrar-se do tratamento na etapa anterior – CI dose média (budesonida 400-800 μg/dia) + formoterol manutenção e
resgate com CI dose baixa + formoterol (etapa IV).
Incorreta a alternativa A. Seria uma alternativa terapêutica dentro da própria etapa V.
Incorreta a alternativa C. O “step-down” deve ser de etapa por etapa, ou “step” por “step”, e, assim, não devemos pular nenhum deles.
Portanto, o tratamento da paciente ainda requer um broncodilatador de longa ação.
Incorreta a alternativa D. Seria uma alternativa terapêutica, mas apenas na etapa III.
Incorreta a alternativa E. A dose é baseada no CI, não no formoterol.
(PSU – MG – 2020) Mulher, 19 anos de idade, procura a UBS por quadro de "chiado no peito" desde a infância, com piora nos últimos meses.
Refere tosse seca e "chiado" cerca de 2 a 3 vezes por semana, precisando fazer uso de salbutamol. Acorda à noite com dispneia, cerca de
uma vez por semana. Nega outras comorbidades e uso de outras medicações. Exame físico sem alterações no momento da consulta. Traz
espirometria de 2 anos atrás, com diagnóstico de asma brônquica. Indique o tratamento mais adequado para o paciente nesse momento.
COMENTÁRIO:
m
Observe que algumas questões seguem a mesma linha – fornecem um quadro de um paciente virgem de tratamento e solicitam o
tratamento inicial baseado no controle ou eventualmente cobram o acréscimo ou retirada de tratamento em curso.
co
Observe que nossa paciente faz uso apenas de SABA por demanda e apresenta despertares noturnos uma vez por semana, e com sintomas
em 2-3 dias por semana.
Veja que, de acordo com a literatura atual, nossa paciente deveria iniciar o seu tratamento na etapa III por ter sintomas noturnos e, assim,
seria candidata a CI dose baixa + formoterol de manutenção e resgate. Logo, seguindo as recomendações atuais da literatura, esse seria o
s.
tratamento mais adequado para a nossa paciente.
Incorreta a alternativa A. O tratamento com SABA isoladamente está relacionado a um aumento nas exacerbações e, em alguns casos,
sobretudo em pacientes que fazem um uso mais pronunciado do SABA, com aumento na mortalidade.
Incorreta a alternativa B. Nossa paciente deve iniciar o seu tratamento na etapa III e, nela, uma alternativa terapêutica (opção) é o
♥
eo
tratamento com CI dose média + SABA por demanda, não CI em baixa dose.
o
ub
Correta a alternativa C. É a alternativa que melhor responde a nossa questão, mas vale lembrar que a paciente está na etapa III.
ro
A) A espirometria é o método para a avaliação do grau de obstrução ao fluxo aéreo e a resposta ao uso de broncodilatador
Có
de curta duração.
B) Os corticoides inalados permanecem como os mais efetivos anti-inflamatórios para o tratamento da asma,
me
demonstrando melhora da função pulmonar, redução da hiper-responsividade brônquica, redução dos sintomas e
da gravidade das crises.
C) As crises de asma são episódicas e estão associadas à obstrução das vias aéreas, porém o processo inflamatório é persistente mesmo
fora do período das exacerbações.
D) Os antileucotrienos são medicamentos antagonistas dos receptores cisteínicos dos leucotrienos e que promovem melhora da função
pulmonar e apresentam efeito broncodilatador. São úteis principalmente em menores de 6 meses de idade.
COMENTÁRIO:
Mais uma questão sobre o tratamento farmacológico da doença, mas que mescla alguns outros conceitos importantes na prática clínica
da asma brônquica. Vamos avaliar as alternativas.
Correta a alternativa A. Perfeito. É um exame reprodutível e disponível que mede fluxos e volumes pulmonares e deve ser o primeiro
exame utilizado para aferir a resposta ao SABA.
Correta a alternativa B. Como falamos, o corticoide inalatório é o pilar do tratamento no contexto da doença estável.
Correta a alternativa C. O paciente percorre um longo processo fisiopatológico para que, então, seja deflagrada uma exacerbação. Um
exemplo disso é que alguns pacientes, felizmente uma minoria, cursam com importante prejuízo na função pulmonar, inflamação das vias
aéreas e, ainda assim, permanecem oligossintomáticos ou, eventualmente, assintomáticos. Trataremos do assunto adiante.
Os LTRA não devem ser utilizados em crianças menores que seis anos. Por isso o documento GINA utiliza
Incorreta a alternativa D.
m
esse corte de idade para a confecção de suas recomendações.
co
(UFRJ – RJ – 2020) No tratamento da asma alérgica moderada a grave o anticorpo monoclonal a ser utilizado é
A) infliximabe.
s.
B) omalizumabe.
C) adalimumabe.
D) natalizumabe.
♥
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E) cetuximabe.
o
ub
COMENTÁRIO:
ro
Após fenotipar o doente e confirmar a presença de fenótipo alérgico, podemos lançar mão, desde que o
id
é
Correta a alternativa B:
paciente esteja na etapa V, de diversas medicações, entre elas o omalizumabe (nome comercial XOLAIR®),
o
primeiro anticorpo monoclonal utilizado para uso clínico no contexto da doença grave.
nã
Os demais fármacos apresentados nas alternativas não são utilizados no contexto da asma e são abordados nas matérias específicas, em
a
dv
CAPÍTULO
7. 1 INTRODUÇÃO
O controle da asma durante a gestação geralmente se altera, e devemos lembrar a regra do “um terço” – vide Figura 27.
CONTROLE DA ASMA NA
GESTAÇÃO - REGRA DO “1/3”
m
1/3 melhora
co
1/3 piora 1/3 não muda
s.
Figura 27. Controle da asma durante a gestação – “regra do 1/3”. Adaptado de GINA 2021.
cessação ou redução das medicações de a piores desfechos para o binômio materno-fetal (trabalho de
é
manutenção pela preocupação da mãe e/ parto pré-termo, baixo peso ao nascer, aumento da mortalidade
o
nã
7. 2 MANEJO
me
Muito embora haja uma preocupação geral acerca das quando a segurança daquela medicação não foi provada de maneira
medicações para asma durante a gestação, as vantagens do inequívoca.
tratamento da asma marcadamente superam quaisquer riscos das CI, beta-agonistas, montelucaste e teofilina não estão
medicações de manutenção e resgate (evidência A). associados a um aumento na incidência de malformação fetal.
Por isso, utilizar as medicações para obter um controle CI reduz risco de exacerbação durante a gestação e
adequado da doença e prevenir exacerbações é justificado, mesmo descontinuá-lo durante a gestação aumenta significativamente o
risco de exacerbações, ambas com evidência A. • Corticoterapia sistêmica deve ser evitada. No entanto,
Em linhas gerais: como as exacerbações respiratórias podem cursar com
• Devemos evitar o “step-down” durante a gestação. hipoxemia fetal, deve ser adotada, se necessário.
• CI não deve ser interrompido. Veja como o tema pode ser cobrado na sua prova:
CAI NA PROVA
(SUS – SP – 2021) Com referência à asma, é correto afirmar:
A) os corticosteroides inalatórios são contraindicados para tratar asma crônica sintomática, seja em adultos ou crianças.
m
B) dificilmente o ambiente de trabalho pode desencadear ou agravar asma preexistente.
C) na gestante com asma, é preconizado o uso de corticosteroides sistêmicos.
co
D) um dos fatores precipitantes da exacerbação da asma é o exercício físico.
E) a asma na gestante não deve ser tratada, pois os medicamentos disponíveis trazem efeitos colaterais graves.
COMENTÁRIO:
s.
Estrategista, veja como, por vezes, as questões de asma podem misturar conceitos da asma no adulto, pediátrica e na gestante:
Incorreta a alternativa A. Os corticoides inalatórios são os principais fármacos no contexto da asma estável e não só podem como devem
♥
eo
Incorreta a alternativa B. O ambiente de trabalho pode desencadear asma brônquica (asma ocupacional) ou mesmo piorar os sintomas
ub
em paciente previamente asmático (asma agravada pelo trabalho). Ambas as entidades fazem parte de um espectro de doença um pouco
ro
Incorreta a alternativa C. A corticoterapia sistêmica na gestante deve ser evitada ao máximo. Entretanto, no contexto da exacerbação da
é
Como veremos na sequência, as infecções respiratórias virais são a principal etiologia das exacerbações da
Correta a alternativa D.
doença. No entanto as exacerbações podem ocorrer em diversos cenários, desde a exposição a um alérgeno
a
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pi
até a poluição do ar externo. Vale lembrar que os exercícios, como vimos anteriormente, são um importante gatilho para asma e podem
Có
precipitar exacerbações.
Incorreta a alternativa E. Um descontrole da asma na gestação está associado a prejuízos importantes para o binômio materno-fetal, por
me
(UFAL - AL - 2021) Para gestantes com asma persistente, o melhor tratamento isolado é:
A) Beta-2-agonista inalatório.
B) Corticoide inalatório.
C) Montelucaste.
D) Aminofilina oral.
COMENTÁRIO:
Estrategista, sei que, nessa altura do campeonato, você sabe que não existe mais a subdivisão em asma intermitente, persistente leve,
moderada e grave. De qualquer maneira, conseguiríamos responder à questão, visto que o fármaco de escolha no tratamento da asma
estável é o corticoide inalatório e ele não apresenta nenhuma contraindicação na gestação, pelo contrário – não deve ser interrompido.
m
Incorreta a alternativa A. Não existe tratamento de doença estável sem ao menos um corticoide inalatório. Ademais, uma estratégia
baseada em SABA em monoterapia aumenta o risco de exacerbação e, a depender da dose, até de mortalidade.
Correta a alternativa B.
co
Os CIs são os fármacos de escolha no tratamento da doença estável.
Incorreta a alternativa C. Muito embora esse fármaco não esteja associado a um aumento na incidência de malformação fetal, não é um
s.
bom tratamento isoladamente.
Incorreta a alternativa D. As xantinas não são fármacos de escolha no tratamento da asma nem na terapia combinada, muito menos em
monoterapia.
♥
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nã
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Có
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CAPÍTULO
8. 1 INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO
As exacerbações da asma são episódios que requer uma alteração no seu tratamento e podem ocorrer
caracterizados por uma piora dos sintomas, em pacientes com doença preexistente ou eventualmente como
tais como dispneia, tosse, sibilância, primomanifestação da doença.
opressão torácica e piora progressiva da A doença tem grande impacto em saúde pública e é uma
função pulmonar. As exacerbações da das principais causas de hospitalização no Sistema Único de Saúde
m
doença representam uma alteração no status usual do paciente (SUS), por isso preciso de toda a sua atenção.
8. 2 ETIOLOGIA
Alergia alimentar
Poluição do ar externo
me
8. 3 QUADRO CLÍNICO
O quadro clínico do paciente pode variar em um espectro Alguns pacientes podem relatar redução da tolerância aos
m
grande de manifestações, desde um paciente oligossintomático exercícios e, eventualmente, fadiga como principal sintoma.
com piora no PFE até um paciente em franca insuficiência Os sintomas da doença por vezes são inespecíficos e uma
co
respiratória, com rebaixamento do nível de consciência. avaliação inicial pormenorizada é importante; assim, devemos fazer
Os sintomas classicamente atribuíveis à crise asmática são perguntas voltadas para considerarmos diagnósticos diferenciais
dispneia, sibilância, opressão torácica e tosse e podem estar como bronquite aguda, bronquiectasia exacerbada, exacerbação
aguda da DPOC, pneumonia, entre outras.
s.
presentes isoladamente ou, eventualmente, em associação uns
com os outros ou somados aos achados da(s) doença(s) de base A gravidade do paciente é estratificada de acordo com
do paciente. achados ao exame clínico e será abordada na sequência.
♥
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8. 4 EXAME FÍSICO
ro
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O exame físico deve abordar: • Sinais de condições alternativas que eventualmente podem
é
• Sinais e sintomas inerentes à gravidade da exacerbação, explicar a dispneia, tais como insuficiência cardíaca, corpo
o
nã
• Fatores complicadores, como sinais sugestivos de anafilaxia, um importante aprisionamento aéreo, a ponto de cursar até com
pneumonia, atelectasia, pneumotórax ou pneumomediastino. algumas complicações. Veja o quadro “saiba mais” que segue.
Có
me
m
co
8. 5 FATORES DE RISCO – ASMA FATAL
Alguns pacientes estão sob risco aumentado monitorização do PFE e com um adequado plano de automanuseio,
s.
de asma ameaçadora à vida e de crise asmática com orientações de procurar o pronto atendimento mais próximo
potencialmente fatal. É extremamente importante a ao menor sinal de alarme.
identificação desses pacientes e o reconhecimento Os principais fatores de risco para óbito relacionado à doença
precoce de sinais de deterioração clínica baseado na são resumidos na Tabela 17, adaptada de GINA, 2021.
♥
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ub
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Histórico de asma quase fatal, com necessidade de intubação orotraqueal e ventilação mecânica invasiva
o
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8. 6 DIAGNÓSTICO
As exacerbações representam uma mudança nos sintomas Futuro Residente, na fase aguda, a medida da função
de base e na função pulmonar do paciente quando comparados pulmonar é um indicador mais confiável da gravidade das
ao seu basal. A queda no fluxo expiratório pode ser quantificada exacerbações do que os sintomas do paciente.
pela medida da função pulmonar (pico de fluxo expiratório – PFE) Uma minoria dos pacientes tem uma baixa percepção da
comparada com o prévio do paciente ou com o percentual do valor limitação ao fluxo aéreo e pode ter um declínio importante na
predito. função pulmonar sem sequer ter alguma alteração sintomática.
8. 7 DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
m
Devemos diferenciar as exacerbações da asma de diversas um paciente com suspeita de crise asmática devem ser exacerbação
co
outras condições que cursem com dispneia súbita e eventualmente aguda da DPOC, edema agudo de pulmão, tromboembolismo
com sibilância associada. pulmonar agudo, corpo estranho e disfunção de prega vocal.
As principais condições que devem ser lembradas ao avaliar
s.
SAIBA MAIS: síndrome de Hamman – você já ouviu falar?
A síndrome é caracterizada pela ocorrência súbita de pneumomediastino espontâneo e pode ocorrer em diversas situações,
como em exercícios físicos de alta intensidade, tosse importante ou utilização de drogas inalatórias. A sua incidência é baixa (1:30.000
♥
eo
pacientes) em pacientes que dão entrada no setor de emergência e ocorre principalmente em pacientes na segunda década de vida
o
ub
Os achados clínicos mais comuns são dor torácica, dispneia súbita, estridor e disfagia ou disfonia.
Estrategista, veja que dado interessante: a condição não é exclusiva de pacientes asmáticos!
id
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nã
a
8. 8 EXAMES COMPLEMENTARES
dv
pi
Có
em casos selecionados e as principais indicações aplicam-se no serem realizados são explicitados na tabela
contexto da avaliação de diagnósticos diferenciais, avaliação de 18, adaptada do documento GINA de 2021.
m
Não é recomendada de rotina. A coleta deve ser considerada em pacientes com PFE
co
ou FEV1 < 50% do predito ou em pacientes sem resposta ao tratamento inicial ou
que apresentem deterioração clínica. A oxigenoterapia suplementar, se indicada, não
Gasometria arterial
deve esperar o resultado da gasometria arterial. Durante a exacerbação, a PaCO2 é
frequentemente baixa (< 40 mmHg). Sinais como fadiga e sonolência sugerem uma
s.
elevação da PaCO2 e que a abordagem da via aérea pode ser necessária.
Deve ser monitorizada de perto e tem importância especial na faixa etária pediátrica.
Saturação menor do que 92% é um preditor de necessidade de internação hospitalar.
♥
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Oximetria de pulso Saturação menor do que 90% indica necessidade de tratamento mais agressivo, e, no
o
ub
Deve ser realizado na suspeita de infecção. Vale lembrar que podemos observar um
Hemograma
o
Deve ser solicitado para pacientes com comorbidade cardiovascular, uso de diuréticos de
dv
pi
sistêmicos.
Tabela 18. Resumo com os principais exames na exacerbação aguda da asma. Adaptado de GINA 2021.
me
8. 9 CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE
m
Intensidade das exacerbações
co
Achado Muito grave (insuficiência
Leve a moderada Grave
respiratória)
Cianose, sudorese
s.
Impressão clínica Sem alterações Sem alterações
Moderada Intensa
♥
Retrações acentuadas
é
ausentes acentuadas
o
nã
Estrategista, um ponto importante requer atenção. GINA, publicado em 2021, como veremos adiante no fluxograma de
A tabela com classificação de gravidade de acordo com a tratamento das exacerbações, principalmente o valor da frequência
intensidade das exacerbações apresentada a você é adaptada cardíaca e da oximetria de pulso.
de acordo com o documento publicado em 2012 pela Sociedade Portanto não se assuste ao checar, ao final do capítulo, o
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). No entanto, alguns nosso fluxograma com valores discretamente divergentes, e saiba
valores divergem um pouco dos valores propostos pelo documento que as questões não cobraram as divergências até então.
8. 1 0 TRATAMENTO
m
um dos temas mais cobrados no contexto das visto que a estratégia é baseada nas medicações de alívio (ou
exacerbações da doença! resgate) previamente apresentada nas etapas.
co
É importante que você saiba que a asma Após uma adequada estratificação de risco, a principal
pode ser tratada em três níveis de assistência: terapia inicial consiste em administrações de repetidas doses de
Figura 30. Fonte: 1. Pelo próprio paciente ou com a ajuda broncodilatador inalatório de curta ação, introdução precoce de
Shutterstock. de cuidadores, em ambiente domiciliar.
s.
corticoterapia sistêmica e controle da oxigenoterapia suplementar,
2. Em âmbito ambulatorial e/ou na atenção primária à saúde. caso o paciente tenha indicação. O objetivo aqui é a rápida melhora
3. No departamento de urgência e emergência, no contexto
da obstrução ao fluxo aéreo e da hipoxemia, controlando, assim, a
intra-hospitalar.
via inflamatória fisiopatológica e prevenindo recaídas.
O tratamento em âmbito domiciliar requer engajamento e
♥
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8.10.1.1 BRONCODILATADOR
m
do predito ou do melhor pessoal em 3-4 horas evidências atuais não favorecem
após o início da exacerbação. o uso de SABA em outra via que
co
Um dado interessante é que a via de escolha é a com não seja a inalatória (evidência
dispositivo com aerossol dosimetrado (pMDI) associado a um A).
Figura 32. Nebulizador. Fonte:
espaçador (Figura 31), já que apresenta melhora da função pulmonar Shutterstock.
semelhante à nebulização (Figura 32), sem aerolizar o ambiente
s.
8.10.1.1.2 ANTAGONISTA MUSCARÍNICO DE CURTA AÇÃO (SAMA)
♥
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O SAMA, em especial o brometo de ipratrópio, tem o potencial de reduzir exacerbações em pacientes com exacerbações moderadas
o
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a graves quando tratadas no departamento de emergência e em combinação com SABA, com evidência A.
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Deve ser prontamente administrado, Por que deve ser utilizado? Acelera a resolução da
sobretudo em pacientes em deterioração exacerbação e previne recaídas.
me
No departamento de emergência, altas doses fornecidas de uma exacerbação grave é fator de risco de
na primeira hora após a admissão reduzem a necessidade de exacerbações futuras e terapias contendo CI
internação em pacientes que não estão recebendo corticoide reduzem significativamente o risco de óbitos
sistêmico (evidência A). Quando concomitante com corticoide relacionados à asma ou de hospitalizações
sistêmico, as evidências são conflitantes. (evidência A).
Figura 33. Fonte:
Deve ser prescrito no momento da alta, visto que a ocorrência Shutterstock.
m
8.10.1.4 SULFATO DE MAGNÉSIO
co
Não deve ser utilizado de maneira rotineira. No entanto, quando administrado em dose única, 2 gramas com tempo de infusão de 20
s.
minutos, reduz hospitalizações em um subgrupo de pacientes.
Paciente candidato: VEF1 < 25-30% do predito na admissão e falência ao tratamento inicial, com hipoxemia
♥
persistente.
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O seu uso não deve ser recomendado no manejo das exacerbações, visto sua eficácia discreta e seu péssimo perfil de segurança, sendo
a dose tóxica próxima à dose terapêutica.
a
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Có
O seu uso intravenoso está associado com efeitos adversos graves e potencialmente fatais, particularmente em pacientes em
uso de teofilina de manutenção.
me
8.10.1.6 ANTIBIÓTICO
As evidências não recomendam o uso de terapia antimicrobiana de rotina para exacerbação aguda de asma, exceto se houver uma
forte evidência de infecção, por exemplo, febre com escarro purulento ou consolidação com broncograma na radiografia de tórax.
8.10.1.8 MONTELUCASTE
As evidências na exacerbação são limitadas, tanto a via oral quanto a endovenosa. Por isso o medicamento não deve ser utilizado de
rotina.
m
8. 1 1 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
co
Futuro Residente, caso tenha alguma dúvida quanto aos dispositivos de delivery de oxigênio, ventilação mecânica não invasiva ou
s.
ventilação mecânica invasiva, vou dar uma sugestão a você: revisite o nosso livro digital de pneumologia intensiva.
♥
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8.11.1 OXIGENOTERAPIA
ub
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Deve ser administrada via máscara Em pacientes com exacerbações graves, a meta oximétrica
ou cânula nasal de baixo fluxo, e sua a meta entre 93 e 95% esteve associada a melhores desfechos fisiológicos
id
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oximétrica é de 93-95%, de acordo com as últimas do que oxigênio a 100%, com evidência B.
o
nã
evidências.
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Oxigênio não deve ser administrado caso um oxímetro de pulso não esteja disponível.
me
“Devido à pequena amostra dos estudos, não oferecemos nenhuma recomendação. Caso a VMNI seja
tentada, o paciente deve ser monitorizado de perto (evidência D) e a modalidade não deve ser cogitada
em pacientes agitados e em hipótese alguma os pacientes devem ser sedados para receberem a VMNI
(evidência D).”
O tema já foi alvo de polêmica em algumas bancas, mas, nos últimos anos, a literatura converge para tal conduta. Por isso, caso a banca
m
indique, temos argumentos de sobra para interpor um recurso, a depender da referência utilizada.
8. 1 2 REAVALIAÇÃO
é
o
nã
Os pacientes devem ser constantemente reavaliados, com recomendações e espectros diferentes de pacientes. E é exatamente
titulação da oxigenoterapia e prescrição de medicamentos de por isso que fiz o Fluxograma 2 que segue, adaptado de acordo com
a
dv
pi
resgate. A função pulmonar deve ser reavaliada após uma hora a evidência mais recente na literatura: o documento GINA 2021.
Có
de tratamento intensivo e pacientes que evoluem com piora Antes de começar a ler, preciso que você saiba que, se o
clínica à despeito do tratamento otimizado (broncodilatador seu paciente chegou SONOLENTO, CONFUSO ou COM TÓRAX
e corticoterapia) devem ser reavaliados quanto à necessidade SILENCIOSO (SILENTE), devemos prosseguir com intubação
me
de acesso à via aérea e transferência para ambiente de terapia orotraqueal em sequência rápida, preferencialmente com
intensiva. fármacos com potencial broncodilatador na indução, como
Futuro Residente, você deve estar confuso, já que são tantas quetamina e propofol.
Não Sim
m
co
LEVE A MODERADA GRAVE
- Orientado - Orientado ou agitado
- Dispneia ausente ou leve - Dispneia moderada
- Frases completas - Frases incompletas
s.
- Retrações musculares leves ou - Utilização de musculatura acessória
ausentes - Sibilos localizados ou difusos
- Sibilos ausentes - FR aumentada (> 30 irpm)
- FR normal ou aumentada - FC > 120bpm
- FC < 120bpm - PFE < 50% previsto ou melhor do
♥
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- SpO2 90 - 95%
ro
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SABA SABA
o
- Ipratrópio
nã
Reavaliação frequente
Nova avaliação funcional em 1h
Em caso de piora, considerar UTI
Considerar alta se houver melhora clínica com PFE 60-80% do predito ou
melhor do paciente
Fluxograma 2. Manejo das exacerbações de asma no departamento de urgência, segundo Global Initiative for Asthma (GINA), 2021.
Futuro Residente, veja como o tema pode estar presente na sua prova:
CAI NA PROVA
(FMJ – SP – 2020) O Global Initiative for Asthma (GINA) atualiza periodicamente as estratégias em relação ao tratamento da asma. As últimas
recomendações indicam que
A) o sulfato de magnésio, anteriormente utilizado para casos refratários, está contraindicado nas crises de asma.
B) os agentes antileucotrienos devem ser usados para controle das crises, na refratariedade aos beta-2-agonistas.
C) a radiografia de tórax deve ser realizada em todos os pacientes com crise de asma que necessitem procurar o pronto-socorro.
D) o uso de corticoide inalatório na primeira hora de crise em pacientes que não fazem uso de corticoide oral, diminui o risco de internação.
E) pico de fluxo expiratório entre 60 e 80%, após medidas iniciais na crise de asma, indica internação hospitalar.
m
COMENTÁRIO:
co
Incorreta a alternativa A. Ainda que restrito, o sulfato de magnésio ainda guarda o seu espaço no contexto das exacerbações, mas em
s.
casos selecionados.
Incorreta a alternativa B. Os antileucotrienos, independentemente de sua via de administração, não devem ser utilizados nas exacerbações.
Incorreta a alternativa C. A radiografia deve ser realizada apenas em casos selecionados, como suspeita de complicações ou se temos
suspeita de algum diagnóstico diferencial, sobretudo em pacientes idosos, ou para pacientes sem resposta ao tratamento.
♥
eo
Correta, mas vale lembrar que a alternativa está incompleta. Estaria totalmente correta se trouxesse o
Correta a alternativa D.
o
Incorreta a alternativa E. O PFE de 60-80% do predito é um bom sinal e deve ser, conjuntamente com outros fatores, um dos critérios de
alta.
id
é
o
nã
A) os corticoides inalados são indicados em doses elevadas e associados ao beta-2-agonistas de longa duração.
Có
D) o uso de sulfato de magnésio IV pode reduzir a necessidade de internação nos pacientes que não respondem aos broncodilatadores e ao
uso de corticoide sistêmico.
COMENTÁRIO:
Veja que, a partir do momento em que construímos uma base sólida de conhecimento dentro das exacerbações da doença, as questões
fluem de maneira orgânica. Vamos avaliar as alternativas:
Incorreta a alternativa A. Atualmente, a corticoterapia inalatória em altas doses tem conquistado o seu espaço no contexto agudo, mas
associada aos SABA, na urgência.
Incorreta a alternativa B. É uma boa opção no contexto da anafilaxia, não de maneira sistemática na exacerbação da asma.
Incorreta a alternativa C. Os mucolíticos não têm seu espaço nas exacerbações da doença, tanto é verdade que não são nem citados pelo
documento GINA de 2021.
Quanto utilizado e bem indicado em casos selecionados, o sulfato de magnésio, 2 gramas administrado
Correta a alternativa D.
em um período de 20 minutos, pode reduzir a necessidade de internação hospitalar, e seu uso deve ser
reservado aos pacientes com VEF1 < 25-30% e falência ao tratamento inicial, com hipoxemia persistente.
“Siufi, gostei bastante do fluxograma, mas vi que ele é para mas precisamos ficar atentos aos sinais de alarme e, sobretudo,
manejo no setor de urgência. Como devemos proceder com o
m
saber quando devemos transferir nosso paciente para um
atendimento na atenção primária ou ambulatoriais?” departamento de urgência. Veja a Tabela 20:
co
Em suma, devemos agir de maneira bastante semelhante,
Pico de fluxo expiratório menor ou igual a 50% do predito ou do melhor resultado pessoal, ou paciente incapaz de
a
dv
pi
Tabela 20. Indicações de transferência do paciente para o departamento de urgência, segundo GINA 2021.
8. 1 4 CRITÉRIOS DE ALTA
Certo, já sabemos como cuidar do paciente em diversos cenários, mas e a alta tanto da atenção primária à saúde quanto do departamento
de emergência?
Resumi para você, na Tabela 21, que segue, as principais recomendações:
Critérios de alta
m
Saturação periférica de O2 > 94%.
co
O paciente tem condições de continuar o tratamento ambulatorialmente
Tabela 21. Critérios de alta do paciente com exacerbação de asma, segundo GINA 2021.
s.
8. 1 3 ORIENTAÇÕES DE ALTA
Os pacientes que cursaram com melhora clínica e funcional podem geralmente dar continuidade nos cuidados em regime domiciliar, a
♥
eo
não ser que o paciente apresente alguma comorbidade que requeira internação hospitalar
o
ub
ro
Medicação de alívio: manter conforme estratégia adotada. Se necessário, manter dose regular de SABA por poucos
o
nã
Medicação de controle: iniciar conforme explicado no manejo, ou realizar o “step-up”, não sem antes checar técnica
inalatória e adesão terapêutica.
Có
Prednisolona: continuar dose equivalente de 50 mg/dia até completar 5-7 dias. Orientar quanto aos efeitos adversos
me
da corticoterapia sistêmica.
CAI NA PROVA
(SCMSP – SP – 2019) Um paciente de 22 anos de idade, pedreiro, com antecedentes de rinite e eczema desde a infância, referiu episódios
transitórios de dor torácica, associados à dispneia e a chiado cerca de três vezes ao mês, com melhora significativa após uso de salbutamol,
em repetidas doses. Porém, referiu piora progressiva nas últimas semanas, desde que iniciou tratamento para dorsalgia. Há dois dias, teve
dificuldade para falar palavras, sendo então encaminhado ao pronto-socorro. Ao exame físico, apresentou sibilos inspiratórios e expiratórios,
FR de 32 irm, FC de 122 bpm e SO₂ de 88% em ar ambiente. Com relação a esse caso hipotético, assinale a alternativa correta.
m
D) Deve ser indicada prednisolona 1 mg/kg via oral por um período de cinco a sete dias, após exacerbação aguda.
O sulfato de magnésio deve ser instituído inicialmente, em conjunto com corticoide sistêmico e beta-agonista de curta duração.
co
E)
COMENTÁRIO:
s.
Amigo(a), eu particularmente adoro essa questão quando falo sobre exacerbação aguda da doença, pois ela consegue unir diversos
conceitos – desde classificação da exacerbação, passando por alvos terapêuticos importantes e até conversando um pouco sobre o
seguimento pós-alta. Vamos avaliar as alternativas.
Incorreta a alternativa A. Estrategista, saturação < 90%, FR > 30 irpm e FC > 120 bpm (GINA, 2021), estamos diante de uma exacerbação
♥
eo
grave da doença.
o
Incorreta a alternativa B. Como estamos diante de uma exacerbação grave, o esperado é um PFE menor ou igual a 50% do predito. Talvez
ub
Correta a alternativa D. Perfeito! Tanto a dose quanto a duração da corticoterapia estão corretas.
nã
Incorreta a alternativa E. O sulfato de magnésio deve ser indicado em casos selecionados e deve ser administrado na dose de 2 g em 20
a
dv
pi
minutos.
Có
Um adendo importante é que a questão foi cobrada pela FUNCHACRE (AC), no mesmo ano, de maneira idêntica, apenas coma a alternativa
E suprimida.
me
CAPÍTULO
• Pacientes portadores de asma brônquica apresentam um risco aumentado de infectar-se ou, se infetados, de
desenvolver formas graves?
m
Aparentemente os asmáticos não apresentam risco aumentado de infectar-se, e revisões sistemáticas
mostraram que pacientes portadores de asma leve a moderada, com adequado controle da doença, não
co
apresentam risco de desenvolver formas mais graves da doença.
Não. Em 2020, diversos países observaram uma redução das exacerbações e isso pode ser explicado pelo isolamento social, bem como
pelo distanciamento social e pelo uso de medidas protetivas, como a lavagem de mãos, o adequado uso de álcool e o uso de máscaras.
ro
id
Ademais, os pacientes portadores da asma brônquica devem seguir algumas recomendações no contexto da
é
pandemia:
o
• Os pacientes devem utilizar suas medicações regularmente, especialmente os corticoides inalatórios. A terapia
nã
• Devemos nos certificar de que todos os pacientes tenham um plano de automanuseio, se apresentarem
dv
pi
exacerbações.
Có
• Asmáticos e todos os outros pacientes devem evitar a administração de medicamentos via Figura 36. Fonte:
nebulização sempre que possível, para reduzir a aerolização do meio, caso o paciente esteja Shutterstock.
infectado.
me
• Para fins de controle de infecção, devemos evitar a realização de espirometria para pacientes com suspeita de
COVID-19 ou doença confirmada.
m
Copie o link abaixo e cole no seu navegador
para acessar o site
co
s. https://estr.at/zCMZ
♥
eo
o
ub
ro
id
é
CAPÍTULO
m
5. Papi A, Fabbri LM, Kerstjens HAM, Rogliani P, Watz H, Singh D. Inhaled long-acting muscarinic antagonists in asthma - A narrative review.
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co
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dv
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29768149
m
co
s.
♥
eo
CAPÍTULO
o
Querido Estrategista, este livro foi confeccionado com muito carinho e é extremamente rico em recursos visuais como figuras, tabelas
é
Foi muito bom ter a sua companhia até aqui e saber que leu todo o livro sobre asma brônquica e entendeu que a temática é extremamente
importante, não só nas provas de Residência Médica, mas também para fins de saúde pública!
a
dv
pi
Não deixe de complementar o seu aprendizado com as aulas que gravei para você e que estão na área do aluno.
Có
Como falei anteriormente, tivemos transições recentes na literatura, mas, claro, aluno Estratégia MED fica sempre
por dentro das últimas novidades!
Com materiais extremamente atualizados e na vanguarda do ensino pré-Residência, o Estratégia MED apresenta a
me
m
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s.
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Có
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