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Infectologia vol. 3
SIC CLÍNICA
MÉDICA
Autoria e colaboração
2
Neste capítulo, serão abordadas as principais doenças
infecciosas que causam hepatoesplenomegalias crô-
nicas: a leishmaniose visceral e a esquistossomose. A
primeira é causada por protozoários do gênero Leish-
mania, transmitida pela picada do mosquito Lutzomyia
longipalpis, causando inicialmente febre, diarreia e dor
abdominal inicialmente, evoluindo posteriormente com
emagrecimento e hepatoesplenomegalia. O tratamento
Hepatoesple-
de escolha é feito com antimonial pentavalente (Glucan-
time®). Já a esquistossomose é uma afecção causada
pelo platelminto Schistosoma mansoni, cuja transmissão
ocorre pela penetração ativa de cercárias na pele quando
nomegalias
o indivíduo nada em "lagoas de coceiras". Os sintomas
envolvem febre, diarreia e tosse seca, além de dermatite
cercariana e pneumonite intersticial eosinofílica na fase
crônicas
aguda e hepatoesplenomegalia associada, muitas vezes,
a ascite na fase crônica. O tratamento de escolha é feito
com praziquantel ou oxamniquina. A leishmaniose visce-
ral é doença de notificação compulsória em todo o Brasil,
enquanto a esquistossomose é doença de notificação
compulsória em áreas não endêmicas no país.
28 sic infectologia
1. Introdução
Este capítulo tem como função reunir as 2 doenças infecciosas que
causam mais hepatomegalia e esplenomegalia no Brasil: leishmaniose
visceral e esquistossomose. Exatamente por causar sintomas e sinais
pareados, uma serve de diagnóstico diferencial para a outra em vários
aspectos. Por esse motivo, a apresentação de ambas no mesmo capí-
tulo facilita a comparação e o entendimento.
Estágio infec- Dura desde o momento em que o mosquito pica o animal infectado, com a transformação no
tante ou estágio intestino do mosquito de amastigotas em formas infectantes, as promastigotas. Estas são
no mosquito transmitidas em uma nova picada.
Começa no momento da picada do inseto, com a transmissão de promastigotas, que serão logo
Estágio no ser
fagocitadas. A partir daí, haverá a transformação em amastigotas, que se dividirão em vários
humano
tecidos do corpo, principalmente gânglios e medula.
Durval A. G. Costa
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Este capítulo, sobre parasitoses intestinais, aborda as
principais doenças presentes nesse grupo, divididas em
parasitoses causadas por helmintos (como ascaridíase,
ancilostomose, teníase e cisticercose) e causadas por
protozoários (como a amebíase e a giardíase). A maio-
ria dos ciclos é oral-fecal e está associada a condições
de higiene e saúde precárias, como falta de saneamento
básico. Alguns vermes apresentam fase de amadure-
cimento pulmonar, denominada ciclo de Loss, causada
pelos seguintes parasitas: Necator americanus (neca-
Parasitoses
toríase), Ancylostoma duodenale (ancilostomíase),
Strongyloides stercoralis (estrongiloidíase) e Ascaris
lumbricoides (ascaridíase). O diagnóstico geralmente é
intestinais
feito quando se encontram os ovos ou cistos dos para-
sitas no microscópio, e o tratamento é feito comumente
com o uso de mebendazol, albendazol, ivermectina etc.
124 sic infectologia
1. Introdução
As parasitoses intestinais são infecções prevalentes em populações as-
sociadas a situações de aglomeração e péssimas condições sanitárias.
A gravidade da evolução de uma parasitose depende da situação clínica
Tabela 1 - Classificação
Helmintos
- Ancilostomíase;
- Ascaridíase*;
- Enterobíase;
- Estrongiloidíase;
- Teníase;
- Cisticercose;
- Himenolepíase;
- Tricuríase;
- Toxocaríase.
Protozoários
- Amebíase*;
- Giardíase.
Parasitas oportunistas**
- Isospora belli (isosporíase);
- Cryptosporidium spp.;
- Microsporum spp.
Outros
Cólera
* Mais prevalentes dentro de suas classes.
** Estes parasitas são causadores de infecções em imunodeprimidos e
serão devidamente abordados no capítulo de infecção pelo HIV.
Figura 1 - Raio x de tórax de paciente com síndrome de Loeffler por Ascaris lumbri-
coides. Atente-se que o raio x poderia representar uma pneumonia atípica, eosino-
fílica ou ainda viral, as quais são os principais diferenciais
Importante
Os parasitas intestinais
que apresentam ciclo
pulmonar (ciclo de Loss)
são: Necator americanus
(necatoríase), Ancylos-
Figura 2 - Tomografia computadorizada de tórax mostrando também um padrão
intersticial. Apesar de a eosinofilia estar presente no lavado e na biópsia transbrôn- toma duodenale (ancilos-
quica, pode não estar presente no hemograma. Apesar de parecer que a imagem tomíase), Strongyloides
está desfocada, o padrão intersticial na pneumonia eosinofílica pode ser muito mais stercoralis (estrongi-
extenso do que em outras doenças intersticiais
loidíase) e Ascaris lum-
bricoides (ascaridíase).
Os parasitas que causam ciclo de Loss são apenas 4: Necator amer-
icanus, Ancylostoma duodenale, Strongyloides stercoralis e Ascaris As iniciais formam o
lumbricoides. Eventualmente, pode haver síndrome de Loeffler com o anagrama NASA, o que
Toxocara canis, apesar de esse helminto não possuir obrigatoriamente facilita a memorização.
ciclo pulmonar.
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