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CADERNO DE QUESTÕES
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SURCE 2022 - R1 DEZ 22 |3
QUESTÃO 01 QUESTÃO 03
Durante uma consulta, um paciente assintomático, de Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), uma mu-
32 anos, apresenta um ultrassom abdominal revelando lher de 65 anos é admitida com quadro de vômitos por
um cálculo da vesícula biliar de 3 cm. Qual deve ser a obstrução neoplásica pré-pilórica, desidratação e in-
conduta do cirurgião? gesta oral zero, aguarda transferência para um hospital
A) Solicitar tomografia para avaliar vesícula em por- terciário. Vem recebendo hidratação e suporte calórico
celana ou vegetação intravesicular, e assim, decidir por meio de soro glicosado a 5%. Após três dias de
quanto a necessidade de colecistectomia. espera, queixando-se de cefaleia refratária a dipirona,
apresenta episódio de convulsão. Qual a causa provável
B) Programar a cirurgia, já que esta apresenta poucos da crise convulsiva dessa paciente?
riscos, ao contrário do alto risco de desenvolvimen-
to de câncer a que esse paciente está exposto. A) Hiponatremia.
C) Descrever ao paciente os riscos potenciais da cole- B) Hiperglicemia.
cistectomia, bem como da preservação da vesícula C) Metástase em SNC.
com o cálculo, e ouvir a opinião do paciente quan- D) Alcalose metabólica.
to à conduta cirúrgica.
D) Sugerir ao paciente que por se tratar de um cálculo
assintomático em paciente jovem, ele deve aguardar QUESTÃO 04
apresentar os primeiros sintomas, antes de ser sub- Após tratamento neoadjuvante, uma paciente de 54
metido à colecistectomia. anos, com diagnóstico de adenocarcinoma tipo intes-
tinal de 2 cm no antro gástrico, realiza tomografia que
QUESTÃO 02 demonstra adenopatias em tronco celíaco, ausência de
metástases hepáticas ou ascite. Atualmente, apresen-
Um paciente de 25 anos, vítima de politrauma grave ta-se com bom estado geral e sem outras comorbida-
com TCE e choque hipovolêmico por fratura pélvica, é des. Para essa paciente, qual o próximo passo para o
submetido à cirurgia para controle de hemorragia. Du- seu tratamento?
rante a cirurgia, o anestesista opta por utilizar fluidos A) Gatrectomia parcial com linfadenectomia D1 e re-
aquecidos para infundir no doente. Qual a principal construção a BII.
vantagem dessa conduta?
B) Gatrectomia parcial com linfadenectomia D2 e re-
A) Preservar tecido cerebral por evitar hipoter- construção a BII.
mia extrema. C) Gatrectomia total com linfadenectomia D2 e re-
B) Diminuir o metabolismo e resposta inflamató- construção em Y de Roux.
ria exagerada. D) Gatrectomia subtotal com linfadenectomia D2 e
C) Aquecer o paciente para evitar tremores e conse- reconstrução em Y de Roux.
quente perda de energia.
D) Prevenir distúrbios de coagulação em consequência
de ação fibrinolítica.
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QUESTÃO 05 QUESTÃO 07
A suplementação com líquidos sem resíduos, ricos Homem de 56 anos portador de hepatopatia crôni-
em carboidratos (líquidos claros), apresenta vanta- ca devido ao consumo diário de bebidas alcoólicas é
gem quando ingeridos no preparo de pacientes para acompanhado no ambulatório de gastroenterologia por
cirurgias eletivas. Até quanto tempo antes da cirurgia ascite recorrente. O paciente apresenta sintomas rela-
é seguro a ingesta desse tipo de substância para um pa- cionados a “má digestão” e em certas ocasiões apresenta
ciente eutrófico ASA I que será submetido a uma cirur- dor abdominal e vômitos. Ultrassonografia abdominal
gia ortopédica? de rotina revela cálculos na vesícula biliar de aproxima-
A) 2h antes da cirurgia. damente 0,5 a 1 cm e fígado de aspecto cirrótico. O
gastroenterologista encaminha o paciente para avalia-
B) 6h antes da cirurgia. ção do cirurgião. Qual deve ser a conduta em relação
C) 8h antes da cirurgia. ao cálculo da vesícula biliar?
D) 12h antes da cirurgia. A) Classificar o paciente para transplante e então indi-
car a colecistectomia.
QUESTÃO 06 B) Observar o desenvolvimento de uma colecistite,
para indicar a cirurgia.
Uma paciente com púrpura trombocitopênica idiopá-
C) Indicar a colecistectomia aberta, para melhor con-
tica irá ser submetida a esplenectomia videolaparoscó-
trole de hemorragia.
pica. O médico orienta a aplicação de uma vacina 20
dias antes da retirada do baço. Qual doença deve ser D) Indicar a colecistectomia por videolaparoscopia,
prevenida através dessa vacina? para prevenir hérnias.
A) Tétano.
B) Hepatite. QUESTÃO 08
C) Pneumonia. Na emergência, um cirurgião atende menino de 10
D) Coronavirus. anos com dor testicular, há cerca de 4 horas, de início
súbito. Ao exame da hemibolsa escrotal esquerda, há
pouca mobilidade a palpação e desaparecimento do re-
flexo cremastérico. Não há disponível ultrassonografia
na região. Qual o diagnóstico provável?
A) Torção testicular.
B) Hidrocele escrotal.
C) Hematoma testicular.
D) Orquiepidimite infecciosa.
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QUESTÃO 09 QUESTÃO 11
Um jovem de 28 anos, atleta de natação, será subme- Um paciente de 85 anos apresenta dor abdominal agu-
tido a abdominoplastia após perder 45 kg por cirurgia da há 48h. A dor é difusa porém mais intensa em fossa
bariátrica, há 3 anos, e mudança em hábitos de vida. ilíaca direita (FID). HPP: DM e HAS compensadas
Qual das seguintes medidas apresenta maior impac- com medicações. A tomografia sem contraste sugere
to na prevenção de infecção do sítio cirúrgico para apêndice espessado, liquido em FID e pelve compa-
esse paciente? tível com apendicite. Qual deve ser a conduta para
A) Uso de drenos de sucção e remoção de pe- esse paciente?
los abdominais. A) Apendicectomia videolaparoscópica.
B) Tempo cirúrgico abreviado e uso criterioso B) Apendicectomia aberta infra-umbilical.
do eletrocautério. C) Drenagem percutânea e apendicectomia em
C) Uso de antibiótico profilaxia 1 h antes da realização 4 semanas.
da incisão. D) Colonoscopia, para avaliar neoplasia de
D) Suplementação preoperatória hipocalórica e com base apendicular.
alto teor de proteína.
QUESTÃO 12
QUESTÃO 10
Qual das seguintes características abaixo sugere uma
Um homem submetido a duodenopancreatectomia por via aérea difícil de ventilar/entubar?
neoplasia de pâncreas encontra-se no 6o pós-operatório A) Abertura da boca de 6 cm.
e está com dieta oral líquida 50 ml a cada 3h, associa-
da à nutrição enteral 1500ml/d. O paciente refere dor B) Cirurgia de artrodese cervical.
abdominal. Ao examinar o paciente, o médico percebe C) Distância tireomentoniana aumentada.
dor abdominal difusa e eliminação de secreção esverde- D) Visualização da úvula, no teste de Mallampati.
ada em ferida operatória. Diante do quadro, qual deve
ser a conduta médica?
A) Solicitar tomografia para avaliar a necessidade de
drenagem de coleções.
B) Abrir protocolo sepse e indicar laparotomia explo-
radora de urgência.
C) Alimentar o paciente por sonda nasoenteral com
dieta oligomérica.
D) Suspender a dieta, iniciar NPT e antibióticos e rea-
valiar após 24h.
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QUESTÃO 13 QUESTÃO 15
Paciente de 27 anos vem evoluindo há 3 dias com disú- Uma paciente de 54 anos queixa-se de dor e assimetria
ria e hematúria. Há cerca de 24h, houve piora do qua- abdominal do lado direito, logo abaixo da linha da cin-
dro com febre elevada, e calafrios. Deu entrada na emer- tura e lateral ao músculo reto abdominal. Ao exame,
gência com os seguintes parâmetros: PA 80x50mmHg, percebe- se a dor à palpação dessa região e leve abau-
FC: 120bpm. Qual a melhor conduta, nesse caso? lamento. Uma tomografia revela protrusão e conteúdo
A) Solicitar exames de sangue, sumário de urina e uri- abdominal entre as camadas musculares da parede ab-
nocultura para orientar terapêutica. dominal lateral, com aponeurose do músculo oblíquo
externo íntegra. A paciente refere cirurgia cesariana
B) Prescrever antibiótico empírico (quinolonas) por 7 prévia há 25 anos. Nega outras cirurgias. Qual a causa
dias e acompanhamento ambulatorial. da dor dessa paciente?
C) Indicar internamento hospitalar, antibiótico veno-
so, seguido de tomografia ou ultrassonografia. A) Hérnia incisional.
D) Administrar antitérmicos e hidratação, se ob- B) Tumor desmoide.
tiver boa resposta, iniciar antibiótico e progra- C) Hérnia de Spiegel.
mar retorno. D) Implante endometrial.
QUESTÃO 14 QUESTÃO 16
Um homem de 64 anos sofre queda do telhado en- Um paciente cirrótico de 56 anos é admitido na emer-
quanto realizava um conserto elétrico na sua casa. Uma gência com hematêmese importante. Os exames de-
ambulância foi acionada e o paciente levado para um tectaram uma queda de hemoglobina de 14g/dl (re-
centro de trauma. O paciente referia dor torácica à di- ferência de exame realizado 1 mês atrás) para 6g/dl.
reita, na projeção de escoriações da pele. Ao exame, es- Inicialmente, foi realizada a reposição volêmica e medi-
tava com estado geral comprometido, cianótico, fácies cado com inibidor de bomba de prótons, vasopressina
de dor, dispneico, sudoreico, hipotenso, com sensação e vitamina K. Aparentemente, apresenta uma remissão
de crepitação subcutânea torácica e ruídos abolidos em do sangramento e uma endoscopia foi solicitada. Qual
hemotórax direito. O que o emergencista deve fazer, das seguintes fontes de sangramento apresenta maior
nesse momento? risco de recorrência da hemorragia para esse paciente?
A) Solicitar o desfibrilador e avaliar arritmia cardíaca. A) Laceração de Mallory-Weiss.
B) Solicitar tomografia de tórax, para mensurar contu- B) Varizes gastroesofágicas.
são pulmonar. C) Gastropatia hipertensiva.
C) Infundir cristalóides e sangue total e oferecer oxigê- D) Úlcera Forrest IIb.
nio em máscara.
D) Descomprimir o tórax com agulha, seguida de dre-
nagem em selo d’água.
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QUESTÃO 17 QUESTÃO 20
Uma paciente de 35 anos está na sala de recuperação Homem de 64 anos, fumante, obeso (grau I), DM de
após uma tiroidectomia total. A saturação está cain- longa data e hipertenso, queixas de dor e fadiga nos
do abaixo de 80%, e a paciente apresenta voz rouca membros inferiores ao deambular, principalmente à
e estridulosa. Qual a conduta apropriada para reverter esquerda. Atualmente,refere piora com bastante limi-
essa situação? tação de caminhada e dor até em repouso no pé e pan-
A) Aplicação de máscara laríngea. turrilha esquerda alternando com dormência da região.
Qual deve ser o próximo passo para esse paciente?
B) Sedação e entubação orotraqueal.
C) Abertura da pele e planos musculares. A) Prescrever terapia farmacológica com Pentoxifilina.
D) Confecção de traqueostomia de urgência. B) Realizar a amputação da perna esquerda acima
do joelho.
C) Realizar procedimento endovascular para colocação
QUESTÃO 18 de Stent.
Uma paciente de 47 anos é investigada por “desmaios”. D) Realizar angioressonância ou angiotomografia de
Ela refere pouca tolerância ao jejum e sente necessidade membros inferiores
de alimentar-se com frequência de alimentos doces. Na
avaliação, foi detectada somente insulina alta e um nó-
dulo no pâncreas de 1cm, vista a tomografia. Demais QUESTÃO 21
exames sem alterações. Durante laparotomia, identifi- Homem, 70 anos, vem em consulta ambulatorial quei-
ca-se um nódulo avermelhado na superfície pancreática xando-se de dispneia progressiva nos últimos 2 meses e,
de 1cm à esquerda dos vasos mesentéricos sem relação agora, em repouso. Relata também edema de membros
com o ducto pancreático principal. Qual deve ser a es- inferiores e acorda com falta de ar durante a noite. É
tratégia cirúrgica? hipertenso e obeso. Fez um ECG, que revelou sinais
A) Enucleação do nódulo. de sobrecarga ventricular esquerda e um ecocardiogra-
B) Pancreatectomia central. ma, com FEVE = 65%, disfunção diastólica, pressão
sistólica na artéria pulmonar de 40mmHg e sinais de
C) Duodenopancreatectomia. aumento de pressões no enchimento do VE (E/e` >
D) Pancreatectomia corpo-caudal. 9). Está em uso de Losartana 50mg 2 vezes ao dia e
Hidroclorotiazida 25mg cedo. Ao exame físico: PA =
150 x 90mmHg, FC = 80bpm, crepitações pulmona-
QUESTÃO 19 res em terço inferior bilateralmente, ausência de sopros
Na investigação de um paciente com queixa de disfa- cardíacos, edema de membros inferiores de 2+/4+. LE-
gia, qual exame serve para orientar condutas clínicas GENDA: VE = Ventrículo Esquerdo; FEVE = Fração
e cirúrgicas, demonstrando pontos de estenose, estase, de Ejeção do VE. Qual é sua conduta inicial?
aspecto da mucosa e coleta de fragmentos. Qual dos A) Associar betabloqueador e diurético de alça e man-
exames atende a essa necessidade? ter o restante dos medicamentos.
A) Manometria de alta resolução. B) Orientar perda de peso, associar hidralazina via oral
B) Endoscopia digestiva alta. e encaminhar ao pneumologista.
C) Cintilografia esofágica. C) Introduzir antagonista da aldosterona e diurético
D) Esofagograma digital. de alça e manter os outros remédios.
D) Trocar tiazídico por diurético de alça e associar blo-
queador de canal de cálcio à receita.
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QUESTÃO 22 QUESTÃO 23
Homem de 70 anos, viúvo, aposentado e alcoolista di- Homem de 70 anos, hipertenso de longa data, é ad-
ário, vai à consulta médica para acompanhar Hiperten- mitido na emergência com dispneia aguda. Ao exame
são Arterial Sistêmica e Diabetes anteriormente conhe- físico, apresenta pressão arterial de 220x120mmHg e
cidas e controladas. Durante a consulta, fica evidente crepitações pulmonares bilaterais em dois terços in-
humor deprimido constante, fala em volume baixo e feriores. Considerando o diagnóstico mais provável,
pouco espontâneo. Relata perda do interesse na convi- quais medicamentos dentre os listados abaixo, devem
vência com os netos e nos jogos de futebol que costuma ser prescritos, prioritariamente.
acompanhar, insônia intermediária, perda de peso in- A) Morfina e Dobutamina.
voluntária por redução do apetite, e ideias de que é um
fardo para a família. Tem ideia de morte, achando que B) Morfina e Nitroglicerina.
pode ser um alívio, inclusive com pensamentos sobre C) Furosemida e Dobutamina.
suicídio, mas sem planejamento no momento. Qual D) Furosemida e Nitroglicerina.
a opção correta em relação ao manejo do paciente no
contexto descrito acima?
QUESTÃO 24
A) O uso de antidepressivo tricíclico deve ser evitado
pelo risco de morte em caso de ingestão em grande Homem de 35 anos apresenta quadro de tosse pro-
quantidade. dutiva com expectoração amarelada, há 2 dias, asso-
B) O médico deve evitar o uso de Inibidor de Recap- ciada a febre. Ao exame físico, apresenta crepitações
tação de Serotonina, pela possibilidade do aumento em base direita, estado confusional, pressão arterial
de risco de suicídio. 80x50mmHg e frequência respiratória de 26irpm. Ra-
diografia de tórax evidencia infiltrado alveolar em base
C) Como perguntar sobre ideias de suicídio pode in-
direita. Qual o tratamento inicial mais adequado para
duzir ou aumentar o risco de tentativa, tal questio-
esse caso clínico?
namento deve ser evitado.
D) O grau de preocupação é baixo e a intervenção mé- A) Expansão volêmica e antibioticoterapia.
dica deve ser pouco invasiva, pois o paciente está B) Hidrocortisona e expansão volêmica.
fora da faixa etária de maior incidência de suicídio. C) Noradrenalina e antibioticoterapia.
D) Noradrenalina e hidrocortisona.
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QUESTÃO 25 QUESTÃO 27
Homem de 36 anos, portador de epilepsia, em uso de Paciente feminina, 25 anos, em acompanhamento por
carbamazepina, chega ao departamento de emergência asma, desde a adolescência, no momento em uso de
com episódio convulsivo, após mais de cinco anos sem Budesonida inalatória 400 mcg duas vezes ao dia. Vem
crises dessa natureza. Está euvolêmico, ao exame físico. apresentando tosse e sibilância que cessam com o uso
Seus exames evidenciam dosagem de sódio de 110mE- de salbutamol inalatório, pelo menos três vezes por se-
q/L. Peso 60Kg. Qual a conduta imediata? mana, nos últimos quatro meses. Refere que neste perí-
A) Restrição hídrica de 1000ml/dia. odo acordou 2 vezes à noite com crise de asma. Negou
fatores precipitantes ou exposições ambientais relevan-
B) Reposição de 180ml de cloreto de sódio 3% em 3 tes ou novas. Neste contexto, a estratégia terapêutica
horas. preferencial seria:
C) Expansão volêmica com 1000ml de soro fisioló-
gico 0,9%. A) Associar Montelucarste oral uma vez ao dia.
D) Infusão de 500ml de cloreto de sódio 20% em B) Acrescentar Tiotrópio inalatório uma vez ao dia.
30 minutos. C) Adicionar Formoterol inalatório duas vezes ao dia.
D) Aumentar Budesonida inalatória para três vezes
ao dia.
QUESTÃO 26
Paciente, 26 anos, procura Unidade Básica de Saúde
com queixa de adinamia leve, gengivorragia durante
escovação e parestesias em mãos e pés. Refere que os
sintomas iniciaram há cerca de 6 semanas. Refere que
há 2 anos faz reposição de levotiroxina pois “”tireoide
deixou de funcionar””(sic). Ao exame físico, apresen-
tava palidez cutâneo- mucosa 2+/4+, língua despapila-
da, ausência de adenomegalias ou visceromegalias. Foi
solicitado hemograma que evidenciou hemoglobina
7,8g/dL hematócrito 22% VCM 118 leucócitos 4800
(neutrófilos 1580) plaquetas 42000/mm3 reticulócitos
38000. Considerando a principal hipótese diagnóstica,
que outros exames laboratoriais devem ser solicitados a
fim de confirmar o diagnóstico e qual alteração espera-
da nesses exames?
A) Desidrogenase láctica elevada, homocisteína dimi-
nuída e bilirrubina indireta elevada.
B) Teste de antiglobulina direta positivo, bilirrubina
direta elevada e homocisteína diminuída.
C) Ácido metilmalônico elevado, bilirrubina indireta
elevada e desidrogenase láctica elevada.
D) Índice de saturação de transferrina diminuído, fer-
ritina diminuída e desidrogenase láctica normal.
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QUESTÃO 28
Mulher de 50 anos, moradora de Fortaleza, sem co- QUESTÃO 30
morbidades, procura pronto- socorro referindo quadro
ACR, 82 anos, advogado aposentado, há 6 meses pas-
iniciado há 5 dias de febre alta, cefaleia, mialgia e dor
sou a apresentar esquecimento para fatos recentes, ten-
retrorbitária. Embora a febre tenha desaparecido após o
do passado a esquecer de pagar as contas da casa e teve
terceiro dia de doença, desde esta manhã relata exante-
sua energia cortada pela companhia elétrica. Relata que
ma difuso e pruriginoso e dor abdominal mal definida,
no fim da tarde é comum ver uma criança desconhecida
que não cede com analgésicos comuns. Ao exame: Es-
brincando na varanda de sua casa. Relata também sono
tado geral regular; Peso: 75 Kg. Pele: exantema mácu-
agitado com muitos pesadelos frequentes. A esposa in-
lo-papular difuso com “ilhas”” de pele normal; Pressão
forma que há dias em que ele está muito apático, ficando
arterial: deitada = 130 x 80 mmHg, sentada = 118 x 76
isolado, sem se comunicar. O exame físico é normal ex-
mmHg; Prova do laço: positiva; Abdome: semigloboso,
ceto pela presença de rigidez em roda denteada em pu-
flácido, moderadamente doloroso à palpação profunda
nho direito. Mini-exame do estado mental (MEEM) foi
em epigastro, mesogastro e hipocôndrio direito. Ruí-
25/30. Durante o MEEM respondeu que estava no con-
dos hidroaéreos presentes. Extremidades: boa perfusão
sultório de seu dentista, lembrou duas das três palavras
periférica, sem edemas. Considerando a principal hi-
solicitadas na evocação e errou três cálculos. Os exames
pótese diagnóstica para o caso, que conduta terapêutica
laboratoriais são normais, exceto por anemia leve obser-
imediata deve ser tomada?
vada no hemograma (Hb = 11g/dl; Ht 38%; VCM 100
A) Soro fisiológico a 0,9% 750 ml, endovenoso, em 1 fl; HCM 31 pg). A dosagem de vitamina B12 foi 259
hora. pg/ml (VR: 239 a 931 pg/ml). A Ressonância magnética
B) Soro fisiológico a 0,9% 1500 ml, endovenoso, em de crânio mostrou atrofia global leve e escala de atrofia
20 minutos. mesial temporal (MTA) de 1. Qual a principal hipótese
C) Soro de reidratação oral 1500 ml + Líquidos diver- diagnóstica para o caso clínico?
sos 3000 ml, por via oral, em 24 horas. A) Doença de Alzheimer.
D) Soro glicosado a 5% 3000 ml + Soro fisiológico a B) Doença de Parkinson.
0,9% 1500 ml, endovenoso, em 24 horas.
C) Demência por corpúsculos de Lewy.
D) Demência por deficiência de vitamina B12.
QUESTÃO 29
Homem de 18 anos é admitido na emergência com
quadro de redução do nível de consciência, náuseas,
vômitos e dor abdominal difusa. Apresenta glicemia
capilar de 300mg/dL e gasometria com acidose meta-
bólica. Com o objetivo de confirmar o diagnóstico da
emergência clínica em questão, qual exame deveria ser
solicitado?
A) Hemoglobina glicada.
B) Sumário de urina.
C) Lactato sérico.
D) Hemograma.
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QUESTÃO 31 QUESTÃO 32
Mulher, 70 anos, é trazida por familiares à emergên- Paciente masculino, 45 anos, dá entrada na emergência
cia com história de cinco dias de tosse seca e três dias com hematêmese volumosa, inédita, associada à lipoti-
de queda do apetite e apatia intensa. Tem história de mia. O mesmo encontra-se em acompanhamento por
insuficiência cardíaca congestiva. Apresenta-se alerta, cirrose de etiologia alcoólica e coronariopatia mas não
sem taquidispneia e SpO₂: 96% em ar ambiente. Nor- vem em uso de medicações. A equipe de plantão ini-
motensa e afebril. Ausculta cardíaca com ritmo regular ciou ressuscitação volêmica e foi realizada endoscopia
em 2 tempos e Fc: 90 bpm. Ausculta respiratória com que mostrou varizes de médio calibre sangrantes. Qual
crepitações bibasais mais intensas, à direita. O hemo- das opções abaixo descreve a medida mais adequada a
grama não mostra anemia, nem plaquetopenia e leuco- ser realizada nesse momento?
grama com 12.000/mm³ sem desvios. Proteína C rea- A) Realizar escleroterapia e prescrever carvedilol.
tiva 6,0 (normal até 0,5), Glicemia 110 mg/dl, Ureia
de 40 mg/dl , Creatinina 0,8 mg/dl, Sódio 133 mEq/L, B) Realizar ligadura de varizes e associar octreotide.
Potássio 3,9 mEq/L Swab nasal com painel viral ne- C) Iniciar beta bloqueador e administrar somatostatina.
gativo (SARS- Cov 2, Influenza, VSR e Rinovírus). A D) Administrar plasma fresco congelado e terlipressina.
radiografia de tórax em PA é mostrada na figura abaixo.
Neste contexto, e considerando o diagnóstico mais pro-
vável, a abordagem de escolha para essa paciente seria:
A) Cefepime + Azitromicina.
B) Ceftriaxona + Claritromicina.
C) Moxifloxacina + Azitromicina.
D) Amoxicilina/Clavulanato + Claritromicina.
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QUESTÃO 33 QUESTÃO 34
Homem, 33 anos, obeso, etilista, hipertenso em uso Homem, 70 anos, procura atendimento médico em Uni-
de hidroclorotiazida, com história de alta hospitalar, há dade Básica de Saúde devido a episódio de fraqueza em
24 horas, após colecistectomia, procura UPA com re- hemicorpo à direita e dificuldade na fala, durante 1 hora,
lato de dor intensa e alodínia em hálux esquerdo há 3 que aconteceram há duas semanas. Paciente procurou,
horas. Ao exame: Estado Geral Regular, fácies de dor, naquela ocasião, emergência médica onde fez tomografia
T:37,9°; abdome flácido e ferida operatória sem sinais de crânio e doppler de carótidas e vertebrais com laudos
flogísticos; sistema osteo- articular: edema, rubor e dor normais, exames de sangue que não mostraram altera-
à movimentação de hálux (vide imagem). Que conduta ções, e eletrocardiograma que mostrou fibrilação atrial.
está indicada neste momento? Paciente optou por não permanecer internado, saiu do
hospital sem nenhuma prescrição médica e veio à con-
sulta hoje, devido ao “”medo de sentir novamente os sin-
tomas”” e querendo saber qual o melhor tratamento que
deve fazer para evitar essa recorrência. Tem antecedente
de febre reumática com necessidade de troca valvar (vál-
vula metálica) há 5 anos, mas vinha em uso irregular de
suas medicações. No momento está sem utilizar nenhu-
ma. Pulso: 80bpm, PA:120x80mmHg. Exame neuroló-
gico sem alterações. Qual medicação está indicada para a
profilaxia secundária, nesse paciente?
A) Ácido acetil salicílico.
B) Clopidogrel.
C) Apixabana.
D) Varfarina
QUESTÃO 36 QUESTÃO 37
Mulher de 30 anos procura atendimento no posto Homem de 22 anos queixa-se de febre baixa e tosse
de saúde devido a episódios de cefaleia holocraniana seca, há 2 semanas, e nos últimos dias tem tido expec-
em aperto, desde os 20 anos. Durante os episódios, toração mucoide discreta. Refere que ha 24 horas apre-
a paciente deixa de fazer atividades cotidianas, assim senta dispneia, mesmo em repouso. Ao exame: estado
como prefere ficar em seu quarto com janela fechada geral comprometido, anictérico, hipocorado 1+/4+,
e sem barulho. Ao tentar fazer atividade física durante dispneico (frequência respiratória = 32 irpm). Presença
os episódios, relata piora dos sintomas com dor pul- de placas esbranquiçadas recobrindo palato e língua.
sátil em região temporal. Nega vômitos durante os Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular universal sem
episódios. Se não tomar analgésicos, a paciente refere ruídos adventícios. SatO2 em ar ambiente: 90%. Exa-
que fica até dois dias com dor. Faz uso de paracetamol mes iniciais: Hb 10,0 g/dL Leucócitos 5.200/mm3
1 grama durante os episódios e, em algumas ocasiões, Plaquetas 165.000/mm3 Desidrogenase láctica 672
faz uso deste medicamento mais de duas vezes ao dia U/L (VR = 140-271 U/L) TGO 20 U/L TGP 32 U/L
. Nos últimos meses, apresenta em média 8 crises ao Rx de tórax: tênue infiltrado intersticial peri-hilar bila-
mês. É portadora de Asma e tem exame físico e neu- teral; Teste rápido para HIV: reagente. Qual a condu-
rológico normais. Qual das medicações a seguir deve ta terapêutica recomendada para a principal hipótese
ser utilizada na paciente acima para diminuir a ocor- diagnóstica deste caso?
rência de crises de cefaleia? A) Anfotericina B.
A) Topiramato. B) Anfotericina B + Prednisona.
B) Naratriptano. C) Sulfametoxazol-Trimetoprim.
C) Propranolol. D) Sulfametoxazol-Trimetoprim + Prednisona
D) Dipiriona.
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QUESTÃO 38 QUESTÃO 39
Mulher, 24 anos, diagnóstico de diabetes mellitus tipo Mulher, 52 anos, procura a Unidade Básica de Saú-
1 aos 10 anos, em uso de insulina e losartana 50 mg/ de, por apresentar lesão pigmentada assintomática em
dia, e diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico aos 20 membro inferior, percebida há 8 meses (figura). A lesão
anos, em uso de hidroxicloroquina 400 mg/dia, pred- possui 0.9 cm de diâmetro e está localizada na região
nisona 5 mg/dia, e vitamina D3 1000UI/dia, relata há lateral da coxa direita. Em relação ao próximo passo
4 meses apresentar turvação visual, fadiga, dispneia aos na abordagem da lesão em questão, marque a alterna-
médios esforços e ganho de peso. Ao exame: anasarca e tiva correta.
PA 150 x 80 mmHg. Exames complementares: hemo-
grama, PCR, TGO, TGP, TP: normais; VHS 28 mm/h
(VR 20 mm na 1 hora); Cr 1.5 mg/dl (VR 1,2 mg/
dl); Ur 60 mg/dl (VR 15-45 mg/dl); albumina 3.0 mg/
dl (VR 3.5-4mg/dl); Hb Glicada 6.6%; Colesterol to-
tal 250mg/dl (VR < 200mg/dl), LDL 140mg/dl (VR<
100 mg/dl); Triglicerídeos 300 (VR< 150 mg/dl); SU:
proteína 4+; proteinúria em 24h: 4g/24h; fator anti-
núcleo reagente 1:160 padrão pontilhado fino denso.
Sorologias HIV, anti- HBsAg, anti-HCV e VDRL: ne-
gativas. Que alteração na investigação complementar
confirmaria o diagnóstico mais provável?
A) Dosagem sérica elevada de CH50, C3 e C4.
B) Nódulos de Kimmelstiel-Wilson na biópsia renal.
C) Depósitos imunes subendoteliais focais glomerula-
res na biópsia renal.
D) Anticorpo anticitoplasma de neutrófilos reagente A) Encaminhar para cirurgião para realizar excisão
no padrão citoplasmático. com margens de 1 cm.
B) Acompanhar clinicamente a lesão com foto e visitas
periódicas semestrais.
C) Encaminhar para dermatologista para realizar der-
matoscopia e biópsia excisional.
D) Realizar biópsia incisional na própria unidade bási-
ca para elucidação diagnóstica.
16 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
QUESTÃO 40 QUESTÃO 41
Mulher de 42 anos teve alta hospitalar há 5 semanas, A fase crítica da infecção pelo vírus da Dengue pode
após internamento por pancreatite aguda grave. Esta- se seguir à fase febril, em alguns pacientes, que podem
va bem, clinicamente, quando voltou a apresentar dor evoluir para as formas graves. O aparecimento dos si-
abdominal, náuseas e vômitos, além de elevação das en- nais de alarme deve ser rotineiramente pesquisados nos
zimas pancreáticas. Qual a complicação mais provável, casos suspeitos. Dentre os principais sinais de alarme,
nesse momento? destacam-se: dor abdominal intensa (referida ou à pal-
A) Pseudocisto pancreático. pação) e contínua; vômitos persistentes; acúmulo de
líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
B) Coleções necróticas agudas. hipotensão postural e/ou lipotimia; hepatomegalia > 2
C) Trombose de veia esplênica. cm abaixo do rebordo costal; sangramento de mucosa;
D) Abcessos peripancreáticos agudos letargia e/ou irritabilidade; aumento progressivo do he-
matócrito. O que traduzem esses sinais de alarme?
A) Esses sinais podem traduzir o aumento da pneu-
monia causada pelo vírus, edema agudo de pulmão
e evolução para o agravamento clínico do paciente
com derrame pleural.
B) Esses sinais podem traduzir a instalação de insufi-
ciência cardíaca e hipertensão arterial, permitindo
a evolução para o agravamento clínico do paciente
com o potencial de choque ou derrame pericárdico.
C) Esses sinais podem traduzir o aumento da per-
meabilidade vascular acarretando hipertensão ar-
terial, o agravamento clínico do paciente para o
choque ou derrames cavitários pelo extravasamen-
to plasmático.
D) Esses sinais podem traduzir o aumento da permea-
bilidade vascular e evolução para o agravamento clí-
nico do paciente, com o potencial de evoluir para o
choque ou derrames cavitários pelo extravasamen-
to plasmático.
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QUESTÃO 42 QUESTÃO 44
Diante de um recém-nascido conduzido à mesa de re- Criança de 8 anos de idade, masculino, com qua-
animação, deve-se iniciar os passos da estabilização na dro clínico de obesidade com IMC acima de z-score
sequência adequada, com duração de no máximo 30 +3, presença de acantose nigricans em região cervical,
segundos. Qual das opções abaixo apresenta a sequ- obesidade central com circunferência abdominal acima
ência correta? de P90 para idade e sexo, estrias claras em abdomen e
A) Prover calor, fazer estímulo táctil, aspirar boca e na- membros inferiores, pressão sistólica acima de P90 para
rinas (se necessário) e enxugar. a idade, exames laboratoriais mostrando resistência à
insulina e triglicerídeos acima de 110 mg/dL. Obser-
B) Fazer estimulação táctil, posicionar a cabeça em vando o quadro clínico descrito, qual a assertiva correta
leve extensão, aspirar boca e narinas e secar. sobre os fatores associados à fisiopatologia da Síndrome
C) Prover calor, posicionar a cabeça em leve extensão, Metabólica?
aspirar boca e narinas (se necessário) e secar.
A) Hipertensão arterial e dislipidemia correlacionam-
D) Enxugar e aquecer, posicionar a cabeça em extensão, -se melhor com o próprio índice de massa corpórea
aspirar boca e narinas (se necessário) e estimular (IMC) do que com circunferência da cintura.
B) O aumento da circunferência abdominal, indicati-
QUESTÃO 43 va de acúmulo visceral de tecido adiposo, confere
um risco independente de doença cardiovascular.
Um casal de adolescentes traz seu filho de 6 meses à
C) Os índices de lesão orgânica subclínica refletem
Unidade de Saúde, preocupado se seu desenvolvimen-
menor risco de doença cardiovascular em adultos e
to está se dando de forma normal. O lactente nasceu
estão relacionados a aumento de IMC em crianças.
a termo e está em aleitamento materno exclusivo. Ao
examiná-lo, o médico orienta o casal em relação à aqui- D) A resistência insulínica associada à obesidade na
sição de novas habilidades pelo bebê. Aos 6 meses, o infância não exerce influência na fisiopatologia da
que se espera que um lactente com desenvolvimento síndrome metabólica e do diabetes melito tipo 2
normal seja capaz de fazer?
A) Arrastar-se e dar “”tchau””.
B) Engatinhar e bater palmas.
C) Ficar em pé com apoio e falar ao menos 1 palavra
com sentido.
D) Segurar um objeto com as duas mãos, levá-lo à boca
e rolar no leito
18 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
QUESTÃO 45 QUESTÃO 46
Paciente lactente de 1 ano e dois meses foi levado ao Criança de 1 ano e 4 meses vai iniciar atividades es-
ambulatório de Puericultura com quadro de lesões colares e a creche solicitou à mãe que levasse o cartão
papulares eritematosas pruriginosas e vesículas disse- de vacina, para verificação. Na avaliação, foi visto que
minadas em palmas das mãos, plantas dos pés, nos tinha as seguintes vacinas administradas até aquela
espaços interdigitais, antebraço, axilas e região glú- data: BCG e Hepatite B, 03 doses da poliomielite
tea. Mãe nega febre ou outros comemorativos e relata VIP, 02 doses da rotavírus, 03 doses da DTP+Hi-
estar apresentando quadro de prurido corporal há 3 b+HB (Penta), 02 doses da Pneumocócica 10 valen-
semanas. Nega contato do paciente com animais. De te, 02 doses da Meningocócica C (conjugada) e 01
acordo com o quadro clínico exposto, qual o diagnós- dose da Influenza. De acordo com o calendário de
tico e tratamento? vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS), quais
A) Pediculose / Ivermectina 200 mcg/kg em dose única. vacinas precisam ser administradas para que o cartão
vacinal fique atualizado?
B) Escabiose / Permetrina em loção cremosa a 1 ou
5%. A) Febre Amarela 1a dose; Pneumocócica conjugada
C) Miíase / Aplicação de vaselina sólida e retirada reforço; Meningocócica C conjugada reforço; Trí-
com pinça. plice Viral 1a dose; DTP 1o reforço; Poliomielite
1o reforço (VOP); Hepatite A 1 dose; Tetra viral
D) Larva migrans / Tiabendazol a 5%, 2x/dia, por (Tríplice Viral 2a dose + Varicela); Influenza 2a
2 semanas dose.
B) Febre Amarela 1a dose; Pneumocócica conjugada
3a dose e reforço; Meningocócica C conjugada 3a
dose e reforço; Tríplice Viral 1a dose; Pentavalente
1o reforço; Poliomielite 2o reforço (VOP); Hepa-
tite A 1 dose; Tetra viral (Tríplice Viral 2a dose +
Varicela); Influenza 2a dose.
C) Febre Amarela 1a dose e 2a dose; Pneumocócica
conjugada 3a dose; Meningocócica C conjugada 3a
dose; Tríplice Viral 1a dose; Pentavalente 1o refor-
ço; Poliomielite 1o reforço (VOP); Hepatite A 1
dose; Tetra viral (Tríplice Viral 2a dose + Varicela);
Influenza 3a dose.
D) Febre Amarela 1a dose; Pneumocócica conjugada
reforço; Meningocócica C conjugada reforço; Trí-
plice Viral 1a dose e 2a dose; DTP 1o reforço; Po-
liomielite 1o reforço (VOP); Hepatite A 1a dose e
2a dose; Tetra viral (Tríplice Viral 2a dose + Varice-
la); Influenza 3a dose.
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QUESTÃO 47 QUESTÃO 48
O Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de Mãe trouxe para avaliação no posto de saúde um lac-
2 anos trouxe uma atualização de Dez passos para Doze tente com 6 meses de idade, que apresentava, há 3 dias,
Passos para uma Alimentação Saudável, ampliando a im- febre, tosse seca, prostração intensa. Evoluiu com exan-
portância do conhecimento na manutenção da alimen- tema inicialmente na face que se estendeu pelo tronco
tação saudável no lactente. Qual recomendação é dada e membros, coriza abundante e hialina e os olhos hi-
pelo Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de peremiados. Na orofaringe apresentava-se hiperemiada
2 anos acerca da oferta da alimentação infantil? com manchas brancoazuladas e pequenas. Mãe relata
A) Não deve ser oferecido açúcar nem preparações ou que um tio havia chegado de viagem e estava com sin-
produtos que contenham açúcar à criança até 2 tomas semelhantes com suspeita de sarampo. Como
anos de idade. devemos proceder quanto ao bloqueio vacinal?
B) Podem ser oferecidos à criança menor de 2 anos, A) Caracterizando situação de surto, os contactantes
alimentos preparados em casa com pequenas quan- gestantes e crianças abaixo dos 6 meses de idade
tidades de açúcar. também devem ser vacinados.
C) Produtos ultraprocessados que não contenham B) A aplicação da vacina deve ser realizada no prazo
açúcar em suas preparações, podem ser oferecidos máximo de 5 dias, nos contactantes, apenas no caso
a partir de 1 ano de idade. confirmado de sarampo.
D) Para uma alimentação variada, oferecer à criança, C) Contatos com idade a partir dos 3 meses até 11
além de água própria para o consumo, sucos e ou- meses e 29 dias devem receber uma dose da vacina
tras bebidas açucaradas. tríplice viral válida para a rotina de vacinação.
D) A vacinação de bloqueio deve ser realizada no prazo
máximo de até 72 horas após o contato com o caso
suspeito ou confirmado de sarampo.
QUESTÃO 49
Um rapaz de 16 anos que vive numa favela com precá-
rias condições, sem instalações sanitárias, é atendido na
Unidade Básica de Saúde. Seus pais relatam um episódio
de crise convulsiva sem outros sintomas. Negam casos de
epilepsia na família. Qual das opções abaixo apresenta o
diagnóstico mais provável é compatível com esse caso?
A) Neurocisticercose.
B) Abcesso cerebral.
C) Encefalite aguda.
D) Meningite bacteriana
20 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
QUESTÃO 50 QUESTÃO 52
Uma criança de três anos de idade vem ao ambulatório A apresentação clínica do Covid-19 em criança guarda
com relato materno de que nos últimos 12 meses teve algumas peculiaridades que a diferenciam do quadro
seis infecções respiratórias, sendo que em vários destes clínico dos adultos. Assinale abaixo a opção que apre-
episódios fez uso de antibióticos com resposta satisfató- senta uma situação comum nos quadros suspeitos de
ria. Ao examinar a criança, o médico constata boa evo- Covid-19 em crianças.
lução do desenvolvimento pondero estatural e ausência A) A febre sempre está presente e dura apenas 2 dias.
de anormalidades no exame físico. Qual a interpretação
adequada para o problema que essa criança apresenta? B) Diarreia intensa acompanha praticamente todos
os casos.
A) Infecções respiratórias de repetição na infância, em sua C) A febre sempre está presente e ausência de sinto-
maioria, estão associadas a falhas na resposta imunológica. mas gastrointestinais.
B) São identificados como fatores de risco: ambiente D) A febre pode estar ausente e sintomas gastrointesti-
de creche, número de irmãos, poluição ambiental e nais podem estar presentes
tabagismo passivo.
C) Infecções respiratórias de repetição na infância re-
fletem imaturidade imunológica e maior exposição QUESTÃO 53
a microrganismos infecciosos durante os primeiros Na etapa inicial da anamnese do adolescente, com a
anos de vida. presença dos pais ou responsáveis, devem ser aborda-
D) Deve-se prosseguir investigação de doenças de base, dos o motivo da consulta e informações sobre história
seja de natureza aspirativa, doença cardíaca congê- pregressa e imunizações. A seguir, é importante pedir
nita, distúrbio neuromuscular, imunodeficiência licença aos pais para conversar a sós com o jovem.
ou malformação pulmonar. Alguns instrumentos possibilitam a triagem de situ-
ações de risco nessa faixa etária. Quais as situações
que devem ser rotineiramente pesquisadas atualmen-
QUESTÃO 51 te, possíveis de avaliação através desses instrumentos
Uma menina de 6 anos é trazida à Unidade Básica de padronizados de triagem?
Saúde com tosse persistente e cansaço há 48 horas e A) Uso de substâncias psicoativas, orientação sexual
febre há 24 horas. Os pais referem que é o terceiro epi- e delinquência.
sódio este ano. Fez uso de nebulizações com 2 gotas de B) Uso e abuso de meios eletrônicos, ações violentas e
salbutamol, xarope para tosse e amoxicilina, repetindo mau desempenho escolar.
receita anterior. Pais com sintomas compatíveis com
Rinite Alérgica. Qual o diagnóstico dessa paciente? C) Envolvimento em ações violentas, preferências se-
A) Sinusite Aguda. xuais e mau desempenho escolar.
D) Uso de substâncias psicoativas, uso e abuso de
B) Asma intermitente. meios eletrônicos e internet e depressão
C) Bronquite catarral aguda.
D) Amigdalites de repetição.
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QUESTÃO 54 QUESTÃO 56
Uma criança de três meses de idade, em aleitamento Uma criança de sete anos de idade chega à sala de emer-
materno exclusivo, apresenta história de sangramento gência com história de infecção intestinal há 2 sema-
intestinal de pequena monta e diarreia com muco e nas, e que após a melhora clínica passou a apresentar
sangue, estado geral satisfatório e ganho de peso ade- fraqueza muscular em ambos os membros inferiores
quado. De modo intermitente também apresenta có- acompanhados de dor e parestesia bem como de di-
lica intestinal, irritabilidade e choro excessivo. Qual a ficuldades de deglutição e constipação intestinal. Os
principal hipótese diagnóstica? reflexos tendinosos estavam ausentes. Qual a hipótese
A) Gastroenteropatia eosinofílica. diagnóstica mais provável?
B) Proctite ou proctocolite alérgica. A) Esclerose múltipla.
C) Enteropatia induzida por proteínas alimentares. B) Encefalite herpética.
D) Síndrome da enterocolite induzida por proteína ali- C) Polirradiculoneurite aguda.
mentar (FPIES). D) Encefalomielite disseminada aguda.
QUESTÃO 55 QUESTÃO 57
Uma criança de cinco anos de idade chega ao ambula- Na Atenção Básica de Saúde você atende uma puérpera
tório por apresentar dor óssea em membros inferiores, amamentando seu filho de 45 dias de vida. Ela informa
dificultando a deambulação e sem ceder facilmente aos suas dúvidas acerca do bem estar do filho por causa do
analgésicos habituais. Também apresenta dor toraco- ritmo de mamadas, do sono e do ganho de peso dele.
lombar e astenia. Ao exame físico, é identificado febre Qual a alternativa correta em relação a tais aspectos?
e hepatomegalia, esplenomegalia e linfonodomegalias
generalizadas. Qual a principal hipótese diagnóstica? A) Se a mãe estiver acima do peso é recomendável ini-
ciar dieta para emagrecimento e aumentar a ingesta
A) Leucemia linfoide aguda. de líquidos.
B) Leucemia mieloide aguda. B) Se o bebê dorme bem, está ganhando peso (curva
C) Mononucleose infecciosa. de crescimento revela percentil 15, a quantidade de
D) Artrite reumatoide juvenil. leite deve estar sendo suficiente para ele.
C) Essa puérpera deveria ter uma alimentação saudá-
vel, tomar líquidos em quantidade suficiente para
saciar a sede e incluir alimentos hipercalóricos.
D) Se após a mamada, a mãe percebe que o bebê
está satisfeito, mas ela ainda tem muito leite, de-
veria continuar oferecendo a mama até sentir que
elas esvaziaram.
22 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
QUESTÃO 58 QUESTÃO 60
No ambulatório, uma criança de 30 meses de idade Uma criança de 3 anos de idade chega ao ambulatório
apresenta alterações compatíveis com Transtorno do com relatos dos pais de que há cerca de três dias vem
Espectro Autista. Qual dos critérios abaixo certamente apresentando sintomas como como enurese, urgência
foram considerados como os mais importantes na defi- urinária, polaciúria, disúria, incontinência urinária
nição da hipótese diagnóstica com urina fétida e turva. Qual o diagnóstico ao qual
A) Capacidade limitada para fazer amizade com seus esses sintomas podem estar relacionados?
pares assim como algum prejuízo na capacidade de A) Cistite aguda.
iniciar ou manter uma conversação. B) Pielonefrite aguda.
B) Prejuízo limitado na espontaneidade de compar- C) Presença de ureter ectópico.
tilhar prazer, interesses ou realizações com outras D) Balanopostites e vulvovaginites
pessoas (p.ex., não mostrar, trazer ou apontar obje-
tos de interesse).
C) Prejuízo acentuado no uso de múltiplos comporta-
mentos não verbais, como contato visual direto, ex-
pressão facial, postura corporal e gestos para regular
a interação social.
D) Prejuízo limitado na atividade imaginativa, como
representação de papéis de adultos, personagens de
fantasia ou animais; falta de interesse em histórias
sobre acontecimentos imaginários
QUESTÃO 59
Os pais de uma criança de seis anos de idade vêm ao am-
bulatório com queixas de que a criança está com posturas
desafiadoras; recusa em aceitar ordens ou solicitações de
adultos, com os quais discute com frequência; e tendendo
a responsabilizar os outros pelos seus atos. Esses sintomas
ocorrem em casa e em outros espaços sociais. Diante desse
relato, qual a principal hipótese diagnóstica?
A) Transtorno de conduta.
B) Transtorno explosivo intermitente.
C) Transtorno de oposição desafiante.
D) Transtorno da personalidade antissocial.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 23
QUESTÃO 61 QUESTÃO 62
Correlacione a Tabela A, com Princípios e Diretrizes do Correlacione a Tabela A, com os Atributos Nucleares
SUS, e a Tabela B, que traz situações típicas da atuação da Atenção Primária, e a Tabela B,
médica na Atenção Primária. com exemplos de situações vivenciadas pelo médico na
Tabela A; (I) Longitudinalidade; (II) Hierarquização; Atenção Primária.
(III) Territorialização; (IV) Equidade. Tabela A;
Tabela B; (I) Acesso/Atenção ao primeiro contato;
( ) O médico da Atenção Primária recebe pacien- (II) Coordenação;
te contrarreferenciado da Atenção Terciária, após alta
hospitalar, constando relatório para o seguimento do (III) Longitudinalidade;
cuidado do paciente na Atenção Básica. (IV) Integralidade/Cuidado Abrangente;
( ) A Visita Domiciliar é uma ferramenta utilizada na Tabela B;
Atenção Primária para garantir atendimento a pacien-
( ) O médico acompanha suas famílias adscritas du-
tes na área adscrita que não podem se deslocar para a
rante todos os ciclos de vida daquela família: desde a
Unidade de Saúde.
chegada de um novo membro através do nascimento,
( ) O médico da Atenção Primária percebe que mui- até as crises decorrentes do falecimento de familiares.
tas famílias de uma mesma microárea apresentam qua-
( ) Durante um caso clínico complexo na APS, o mé-
dro de diarreia aguda nas temporadas de chuvas. Du-
dico referencia o paciente para ambulatório
rante a reunião ordinária de equipe, coleta informações
com sua Agente de Saúde sobre o saneamento e acesso especializado. Após dois meses, o paciente retorna com
a água tratada da microárea. a contrarreferência do especialista
( ) Durante o turno de HiperDia de sua ESF, o mé- focal trazendo o plano terapêutico e a programação dos
dico se depara com um paciente com quadro clínico futuros atendimentos no ambulatório
complexo, com multimorbidade e resposta inadequada de especialidades.
às propostas terapêuticas instituídas. Após afastar má-
-adesão, decide por encaminhar o paciente para ambu- ( ) O atendimento clínico na APS contempla o pa-
latório especializado. ciente com suas multimorbidades e a experiência sub-
jetiva do paciente em relação ao seu adoecimento.
Assinale a opção que traz a correlação correta, de cima
para baixo. ( ) Durante a reunião ordinária de equipe, é pactua-
do que sejam garantidas vagas de demanda espontânea
A) I; IV; II; III mesmo nos turnos de demanda programada. A inten-
B) I; IV; III; II ção é organizar a dinâmica da UAPS de forma a garan-
C) II; I; III; IV tir atendimento de casos agudos.
D) II; I; IV; III Assinale a alternativa que traz a ordem correta, de cima
para baixo.
A) II; III; I; IV
B) II; III; IV; I
C) III; II; I; IV
D) III; II; IV; I
24 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
QUESTÃO 63 QUESTÃO 64
A Participação da Comunidade é uma das Diretrizes do A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) foi for-
SUS. A Lei N° 8142, de 28 de mulada pela primeira vez em
dezembro de 1990, dispôs sobre a participação da co- 2006, sendo considerada um marco histórico na Aten-
munidade. Sobre Conselhos e ção Primária à Saúde no Brasil.
Conferências de Saúde, assinale a alternativa correta. Assinale a alternativa que contempla o principal objeti-
A) Os Conselhos e Conferências de Saúde terão sua vo da PNAB de 2006.
organização e normas definidas pelo Poder Legisla- A) Consolidar e qualificar a Estratégia Saúde da Famí-
tivo e autorizadas pelo Poder Executivo. lia (ESF) como modelo de atenção básica à saúde
B) Os Conselhos de Saúde têm poder consultivo e de e centro ordenador das redes de atenção à saúde
vistas em relação à prestação de contas. Quaisquer no SUS.
vetos em relação a prestações de conta implicam a B) Firmar compromisso entre os gestores do SUS, em
dissolução do Conselho e a formação de um novo, torno de prioridades básicas que apresentam impac-
de modo que as contas possam ser aprovadas. to sobre a situação de saúde da população brasileira.
C) Os Conselhos e Conferências de Saúde são forma- C) Garantir a universalidade do direito à atenção básica à
dos por representantes de entidades e dos movi- saúde, oficializado na Constituição Federal de 1988, e
mentos sociais dos usuários do SUS, de entidades com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
de profissionais de saúde, do governo, de entidades D) Promover reformas institucionais, com pacto en-
de prestadores de serviços de saúde, do CONASS, tre as três esferas (União, Estados e Municípios),
do CONASEMS e de entidades empresariais com para inovar processos e instrumentos de gestão da
atividade na área da saúde. Todos esses membros atenção básica à saúde e alcançar maior eficiência e
em mesma proporção. qualidade no SUS.
D) Conferência de Saúde é instância colegiada que se
reúne a cada quatro anos, com a representação dos
vários segmentos sociais, para avaliar a situação de
saúde e propor as diretrizes para a formulação da
política de saúde nos níveis correspondentes
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QUESTÃO 65 QUESTÃO 66
Os conceitos de Território e Territorialização estão in- Durante seu atendimento na demanda espontânea em
timamente relacionados às Diretrizes Organizacionais uma UBS, você atende Dona
do SUS, tais como Hierarquização e Descentralização, Marta, de 52 anos. Dona Marta vem com queixa de
sendo também uma das Diretrizes da Atenção Básica. “”angústia”” e traz o seguinte relato:
Assinale a alternativa que traz um conceito de território
e um exemplo prático. “”Doutor, desde agosto de 2019, quando minha filha ter-
minou o namoro com um rapaz, eu não consigo superar o
A) Território-Distrito: Um paciente grave é atendi- fim do relacionamento dela, porque ela perdeu a virginda-
do no setor de urgência de um hospital munici- de com esse rapaz. Doutor, eu durmo e acordo pensando
pal de baixa complexidade e, após estabilização, é nisso, eu não consigo tirar esse problema da minha cabe-
transferido para um hospital de referência de ou- ça. Eu já perdi 7 quilos, desde o fim desse relacionamento
tro município. deles dois. Eu reconheço que isso é ridículo, que não faz
B) Território-Área: Durante uma reunião de uma equi- sentido, que não me faz bem, mas eu não consigo nem
pe de saúde da família em uma UBS, uma agente mais ter relação com meu marido desde então. Eu não
comunitária traz a demanda de realizar uma ativi- consigo tirar esses pensamentos da cabeça. Eu cheguei ao
dade de educação em saúde com famílias acompa- ponto de escrever cartas sobre como a vida dele e da mi-
nhadas por ela, pois há um surto de escabiose em nha filha poderia ser. Eu só consigo melhorar essa angústia
uma determinada rua. se eu escrever. Eu já escrevi mais de 30 cartas.”
C) Território-Microárea: Um médico programa uma Considerando o relato de Dona Marta, assinale a alter-
visita domiciliar, para avaliar um caso de um pa- nativa com hipótese diagnóstica mais provável.
ciente que abandonou o tratamento para Tuber-
culose Pulmonar por diversas vezes, para entender A) Fobia Social.
fatores que possam estar impactando na adesão B) Transtorno Esquizoafetivo.
ao tratamento. C) Transtorno Obsessivo Compulsivo.
D) Território-Moradia: Durante a quadra chuvosa, D) Transtorno de Ansiedade Generalizada.
médicos de uma UBS realizam atendimentos de de-
manda espontânea de pacientes de todas as equipes
da estratégia saúde da família da unidade.
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QUESTÃO 67 QUESTÃO 68
Considere o texto abaixo para responder à questão. “As Durante sua primeira semana de atendimento em sua
mulheres são atingidas pela violência interpessoal de Unidade de Saúde, você participa de uma reunião de
modo singular, na maioria das vezes, por parceiros ínti- equipe envolvendo todas as equipes e gestores. Dentre os
mos ou familiares, envolvendo agressões físicas, sexuais pontos de fragilidade que são trazidos pela gestão, você
e também danos psíquicos. [...] [...] Estudos nacionais percebe que não constam pacientes com Hanseníase nas
e internacionais apontam entre os usuais fatores asso- microáreas das suas Agentes Comunitárias de Saúde.
ciados à violência por parceiro íntimo o consumo de Posteriormente, em uma reunião somente com sua equi-
substâncias psicoativas. [...] Adicionalmente relevante pe (enfermeira e agentes comunitários de saúde), você
se torna o consumo de medicamentos, realizado espe- decide reabordar a temática, trazendo algumas sugestões
cialmente por mulheres, e sua relação com os episó- para a Investigação Epidemiológica para o diagnóstico
dios de violência entre parceiros íntimos, o que pode precoce de casos. Assinale a alternativa que contempla
ser considerado um novo desafio para os profissionais um componente da Investigação Epidemiológica.
de saúde, [...] devido ao risco de corroborar para uma A) Busca ativa de todos os casos do território, incluin-
medicalização excessiva. Na América Latina, [...] o uso do antigos e novos casos.
de álcool pelo parceiro íntimo se insere entre as demais
características apresentadas pelas mulheres agredidas, a B) Vigilância de contatos somente de pacientes de
saber: coabitação com o parceiro sem casamento for- classe operacional Multibacilar.
mal; muitos filhos; não compartilhamento da tomada C) Vigilância de contatos de pacientes independen-
de decisão; disparidade no nível de instrução. Assim, o temente de classe operacional: seja Paucibacilar
consumo de álcool, especificamente, está incluído en- ou Multibacilar.
tre os riscos para a violência doméstica, principalmente D) Realização de atendimento com exame dermato-
se o padrão de consumo for elevado. [...].” SILVA, Va- neurológico para dermatoses e/ou neuropatias pe-
léria Nanci. “Violência e uso de substância psicoativas: riféricas de todos os moradores da microárea.
um estudo com mulheres usuárias de um serviço de
Atenção Primária à Saúde de São Paulo / Valéria Nanci
Silva. – São Paulo, 2008.
O texto faz referência a que fenômeno observado na
saúde pública?
A) Carga de doença.
B) Cascata de prescrição.
C) Determinantes Sociais de Saúde.
D) Barreiras geográficas da Atenção Primária.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 27
QUESTÃO 69 QUESTÃO 70
Durante seu acompanhamento com Edmilson, você Em uma de suas consultas com Edmilson, ele pergunta
nota que a baciloscopia antes de reiniciar a RHZE foi se pode conversar sobre outro problema. Considerando
positiva (3+), que a baciloscopia com 15 dias após rei- o cuidado integral, você explora essa nova demanda.
nício de tratamento persistiu positiva (1+), mas que ele Edmilson relata que namora Iraneide há três meses, e
ficou assintomático. A baciloscopia realizada após o estava tudo bem, porém sua exnamorada o procurou
primeiro mês de tratamento permaneceu positiva (1+). há 1 semana, e ele acabou se relacionando sexualmente
Em sua consulta, ao término do segundo mês de trata- com a mesma. Desde então, evoluiu com corrimento
mento, você atende Edmilson, que está assintomático e uretral. Relata ainda que nesse período, não teve relação
com baciloscopia negativa. Assinale a alternativa corre- sexual com Iraneide. Você orienta quanto ao diagnósti-
ta em relação ao seguimento clínico. co e riscos e Edmilson indaga sobre o tratamento. As-
A) Considerando a persistência de baciloscopia posi- sinale a alternativa com a opção terapêutica adequada.
tiva até o término do primeiro mês de tratamento, A) Aciclovir 200mg, 2 comprimidos, VO, 3x/dia por
estender a fase de ataque (RHZE) por um terceiro 7 dias.
mês e solicitar baciloscopias quinzenais.
B) Doxiciclina 100mg, VO, 1 comprimido, 2x/dia,
B) Considerando que o paciente evoluiu assintomáti- por 21 dias.
co e a baciloscopia está negativa, iniciar a fase de
manutenção (RH) por quatro meses e solicitar ba- C) Ceftriaxona 500mg, IM, dose única + Azitromicina
ciloscopia de escarro em periodicidade mensal. 500mg, 02 comprimidos, VO, dose única.
C) Considerando que o paciente evoluiu assintomáti- D) Ceftriaxona 500mg, IM, dose única + Doxiciclina
co e a baciloscopia está negativa, mas que o pacien- 100mg, VO, 2x/dia, por 14 dias + Metronidazol
te tem histórico de abandono de tratamento prévio, 250mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 14 dias.
estender a fase de ataque (RHZE) por um terceiro
mês e solicitar baciloscopia mensal.
D) Considerando que o paciente evoluiu assintomáti-
co e a baciloscopia está negativa, mas que o pacien-
te tem histórico de abandono de tratamento prévio,
estender a fase de manutenção (RH) por três meses
adicionais, totalizando sete meses de fase RH.
28 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
QUESTÃO 71
Em seu atendimento com Vanessa, com a finalidade de o relato da Vanessa trouxe as mesmas informações pre-
estabelecer um vínculo com uma paciente com contex- viamente já passadas pelo Dr. Marcos Júlio, assinale a
to familiar e social tão complexo, você resolve confec- alternativa que traz uma informação não contemplada
cionar um Genograma de Vanessa. Considerando que pelo Genograma ilustrado na Figura 1.
QUESTÃO 72 QUESTÃO 74
A revisão do prontuário de atendimentos prévios da Após você realizar as orientações de redução de risco,
Vanessa mostra que exames de pesquisa de anticoagu- quanto ao fumo, durante o aleitamento, você explora as
lante lúpico e anticorpo anticardiolipina foram solici- motivações de Vanessa de planejar voltar a fumar após
tados duas vezes, em intervalo maior que 12 semanas, o término da gravidez. Vanessa informa que fuma “para
com resultados persistentemente elevados. A partir das fazer companhia ao Edberto”. Após identificar Edberto
informações coletadas, assinale a alternativa com risco como um personagem chave para abordar o tabagismo
gestacional de Vanessa. de Vanessa, você agenda uma consulta para Edberto.
A) Alto risco. Durante a consulta com Edberto, através da entrevis-
ta motivacional, você identifica que ele se encontra no
B) Risco habitual. estágio Contemplativo. Qual abordagem, a partir da
C) Risco habitual com vulnerabilidades. entrevista motivacional, é a mais adequada nesse caso?
D) Não há informações suficientes para classificar o A) Tirar dúvidas e ajudar na escolha de melhor estraté-
risco gestacional. gia em busca da mudança.
B) Ajudar a perceber gatilhos para prevenir recaí-
QUESTÃO 73 das. Construir estratégias para enfrentar eventu-
ais gatilhos.
Durante a consulta de pré-natal, Vanessa informa que
fuma tabaco, ocasionalmente, e que pretende parar de C) Levantar dúvidas sobre sintomas e queixas do pa-
fumar durante a gestação, mas que vai voltar a fumar ciente sobre possível relação com tabagismo e au-
após o nascimento da criança. Considerando a redução mentar a percepção sobre riscos do hábito.
de riscos, como orientar uma mulher que amamenta e D) Desfazer a postura de ambivalência, inclinando a
que faz uso de tabaco? balança ao evocar riscos de não mudar e numerar
motivos para mudar. Fortalecer a autossuficiência.
A) Realizar abordagem cognitivo comportamental
básica e orientar a reduzir o consumo o máximo
possível. Se não for possível a cessação do tabagis-
mo por completo, orientar procurar fumar pouco
tempo antes da amamentação, para que o leite pro-
duzido não tenha vestígios de nicotina.
B) Realizar abordagem cognitivo comportamental
básica e orientar a reduzir o consumo o máximo
possível. Se não for possível a cessação do tabagis-
mo por completo, orientar procurar fumar após a
amamentação e não fumar no mesmo ambiente em
que a criança se encontra.
C) Informar que o tabagismo é contraindicação abso-
luta para a amamentação e, considerando a redução
de riscos, orientar a oferta de leite artificial.
D) Realizar abordagem cognitivo comportamental bá-
sica e contraindicar amamentação até que paciente
cesse completamente o tabagismo.
30 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
QUESTÃO 75 QUESTÃO 76
Em sua consulta com Edberto, ele refere que o medo A abordagem adequada frente à demanda, ilustra-
de desenvolver câncer de pulmão é uma das razões que da na questão anterior, de Edberto quanto a exames
o motiva a parar de fumar. Ele, então, pergunta se você de rastreio de câncer de pulmão configura que nível
pode solicitar algum exame de rastreio para câncer de de Prevenção?
pulmão nele. De acordo com recomendações nacionais A) Primária.
para o rastreio do câncer de pulmão, assinale a alterna-
tiva com a conduta adequada. B) Secundária.
C) Terciária.
A) Informar que até o momento não existe diretriz na-
cional governamental para o rastreamento de cân- D) Quaternária.
cer de pulmão, além de ele não ter indicação de
realizar o exame. QUESTÃO 77
B) Solicitar exame de radiografia simples de tórax para
Durante o exame físico de Edberto, você aferiu PA
acolher a demanda do paciente e avaliar seu risco de
= 162x114mmHg, IMC = 38kg/m² , circunferência
câncer de pulmão, sem recorrer a um exame onero-
abdominal = 110cm e glicemia capilar em jejum =
so e complexo.
158mg/dl. A ausculta cardíaca evidenciou frequência
C) Solicitar exame de tomografia de tórax de bai- cardíaca de repouso de 120bpm, ictus deslocado para o
xa energia para acolher a demanda do paciente e 6º espaço intercostal e com caráter propulsivo. Edberto
condicionar a solicitação do exame à cessação do ficou surpreso com o valor de sua pressão arterial, refe-
tabagismo de Edberto, ajudando na motivação da rindo que, apesar de não lembrar quando fora a última
parada do tabagismo. vez que teve a pressão arterial aferida, nunca havia che-
D) Informar que a diretriz ministerial brasileira prevê gado a esse nível pressórico. Ele, então, pergunta qual
que a tomografia de tórax de baixa energia está indi- significado clínico desse valor. Assinale a alternativa
cada no rastreamento de câncer de pulmão somente com a conduta correta.
na população considerada de alto risco: idade entre
A) Orientar que essa aferição isolada não implica diag-
50 e 80 anos e carga tabágica de pelo menos 30
nóstico de HAS, mas, em próximo atendimento,
maços-ano.
caso nível pressórico esteja maior que 140x90, será
dado o diagnóstico de HAS.
B) Orientar que essa aferição isolada não implica diag-
nóstico de HAS. Solicitar diário pressórico (MRPA)
para diagnóstico de HAS em próximo atendimento.
C) Diagnosticar e comunicar evento de Emergência
hipertensiva e encaminhar a serviço de Urgência e
Emergência para controle parenteral.
D) Informar que mesmo com somente essa aferição
isolada, considerando dados clínicos, o paciente
tem diagnóstico de HAS em medição única.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 31
QUESTÃO 78 QUESTÃO 79
Ainda na consulta de Edberto, foi verificada glicemia capi- Em um turno de demanda programada na Unidade,
lar em jejum de 158 mg/dl, e o mesmo questiona o signi- Vanusa, irmã de Vanessa, traz dona Benzarina para
ficado clínico desse achado. Corretamente, você responde atendimento. A consulta é para mostrar exames so-
que a glicemia capilar ainda não está validada para diag- licitados há seis meses. O registro no prontuário traz
nóstico, mas a glicemia capilar alterada sugere alteração “síndrome demencial com predominância de disfun-
no exame de glicemia sérica plasmática. Vendo que não ção executiva, sintomas neurológicos focais, síndrome
constam exames prévios no prontuário de Edberto, você, pseudobulbar e início precoce de alteração de marcha”.
então, solicita exames laboratoriais para avaliação meta- A ressonância nuclear magnética de crânio evidencia
bólica e agenda o retorno. Após um mês, Edberto retorna acometimento extenso de substância branca, no giro
com os exames complementares, que trazem glicemia de do cíngulo, no lobo temporal medial e no tálamo. As-
jejum de 160 mg/dl, HbA1c = 8,0%, Colesterol Total = sinale a alternativa com o diagnóstico mais provável.
270 mg/dl, HDL = 30 mg/dl, Triglicerídeos séricos = 300 A) Demência vascular.
mg/dl. Não havia alterações em eletrólitos, nem alterações
sugestivas de nefropatia diabética ou doença coronariana B) Demência de Alzheimer.
isquêmica. Assinale a alternativa que contempla a opção C) Demência frontotemporal (DFT).
terapêutica adequada quanto à hiperglicemia. D) Demência por corpúsculo de Lewy.
A) Orientar mudanças de estilo de vida (MEVs) e re-
torno em seis meses com os mesmos exames labora- QUESTÃO 80
toriais para nova avaliação.
Após o atendimento de dona Benzarina, Vanusa per-
B) Introduzir Metformina associada a MEVs. A asso-
gunta se você poderia fazer “uma consulta rapidinha”
ciação de um segundo antidiabético pode ser consi-
dela. Por Vanusa ser a cuidadora principal de sua mãe,
derada e pactuada individualmente.
quase não podendo vir à UAPS, e pela própria história
C) Iniciar a Insulinoterapia plena para o controle gli- clínica de AVC precoce de Vanusa, você acolhe a solici-
cêmico precoce de imediato. Depois, descalonar tação dela. Vanusa vem com queixa de sangramento re-
para terapia oral associada a MEVs. gular, mas intenso, desde menarca, que se intensificou
D) Iniciar terapia farmacológica em esquema de Insu- nos últimos 10 anos e passou a ser irregular.
linoterapia Basal Plus: (Insulinoterapia Basal + In-
Consultando o prontuário, você vê que a USG pélvi-
sulinoterapia Prandial + Hipoglicemiantes orais).
ca transvaginal realizada há seis meses não evidenciou
nenhuma alteração estrutural. Você realiza exame gine-
cológico, sem evidenciar nenhuma lesão vaginal e sem
nenhuma alteração em exame especular. Qual opção
terapêutica seria adequada para a queixa de sangramen-
to uterino de Vanusa?
A) Anticoncepcional oral combinado.
B) Dispositivo intrauterino (DIU) de cobre.
C) Dispositivo intrauterino com sistema de liberação
prolongada de levonorgestrel.
D) Encaminhamento para ambulatório de ginecologia
para programação de histerectomia eletiva.
32 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
QUESTÃO 81 QUESTÃO 82
Gestante, de 29 anos, com 34 semanas de idade gesta- Os Centers for Disease Control and Prevention (CDC)
cional, comparece à emergência preocupada por achar definem cuidado pré- concepcional como “um conjun-
estar com Covid-19, referindo adinamia, congestão na- to de intervenções que visam identificar e modificar ris-
sal e dispneia leve, principalmente ao deitar. Seu exame cos biomédicos, comportamentais e sociais para a saú-
mostrou saturação de oxigênio de 96% em ar ambien- de ou o resultado da gestação por meio de intervenções
te, frequência respiratória de 23 irpm, temperatura axi- profiláticas e terapêuticas ” (Johnson, 2006). Dentre
lar de 37,2 °C e ausculta pulmonar com murmúrios ve- os cuidados prestados durante o pré-natal destacam-se
siculares diminuídos nas bases bilateralmente. Marque o rastreio para a Diabetes Mellitus e a profilaxia desta
o item que contém sua hipótese diagnóstica e conduta. patologia. Desta maneira, é correto afirmar:
A) Síndrome gripal. Internamento hospitalar, monito- A) Estabelecer o diagnóstico do Diabetes Mellitus
rização e tratamento clínico até resultado de exames Gestacional (DMG) oferece a oportunidade de
confirmatórios de Covid-19. melhorar o prognóstico da gravidez, mas não reduz
B) Gestação fisiológica. Orientações a respeito de uso os fatores de risco associados ao desenvolvimento
de máscara, distanciamento social e sintomas de subsequente do diabetes tipo 2.
alarme para doença respiratória. B) O diabetes pré-gestacional merece ser identificado
C) Síndrome gripal. Coleta de secreções respiratórias na 1a consulta pré-natal, pois compromete a mãe e
para PCR-RT de covid-19 e liberação para isola- o feto. Mulheres diabéticas que desejam engravidar,
mento em domicílio usando oseltamivir. devem ser avaliadas apenas se apresentarem história
D) Síndrome respiratória aguda grave. Internamento de mal passado obstétrico.
para monitorização e interrupção da gestação por C) Grávidas de alto risco para diabetes que apresentam
cesárea, após corticoide para maturação pulmonar. no 1o trimestre valor da HbA1c ≥ 6% têm reduzi-
do valor preditivo para Diabetes Mellitus Gestacio-
nal. Mulheres com diabetes tipo 1 que pretendam
engravidar devem passar por avaliação da tireoide
pela determinação do TSH e do anticorpo anti-ti-
reoperoxidase (anti-TPO).
D) Toda mulher com Diabetes Mellitus Gestacional
(DMG) deve ser rastreada entre 6 e 12 semanas
após o parto pelo TOTG-75 g de 2h. Diabéticas
que planejam a gravidez, devem ser aconselhadas
a utilizar suplementação com ácido fólico 3 meses
antes da concepção e por 12 semanas depois, para
prevenir os defeitos do tubo neural (DTN).
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 33
QUESTÃO 83 QUESTÃO 84
A residente B.M.W. chega ao plantão obstétrico em hos- Paciente, 23 anos, G1P0A0, em seguimento pré-natal
pital terciário recebendo de seu colega médico, em pas- na Unidade Básica de Saúde, mostra-se preocupada acer-
sagem de plantão, a história da paciente N.A.S.A., 16 ca da dor durante o trabalho de parto e as formas mais
anos, primigesta com idade gestacional de 34 semanas, adequadas de seu alívio e aborda seu prenatalista sobre a
apresentando quadro de elevação dos níveis pressóricos, maneira mais indicada de se conduzir diante desta situa-
PA: 160x100mmhg, Ausculta Fetal com BCF: 180bpm, ção. Identifique a melhor orientação a ser dada.
dinâmica uterina ausente, em uso de sonda vesical de A) A pré-hidratação, acesso venoso periférico e manu-
demora, sem apresentar diurese nas últimas 3 horas tenção de decúbito lateral são obrigatórios durante
No momento da passagem do caso, a paciente encontra- todo o tempo em que a paciente estiver sob analge-
va-se em uso da 2a fase de sulfato de magnésio (MgSO4), sia peridural.
iniciado no momento de sua internação, motivada pelo B) A solicitação materna por analgesia farmacológica
quadro descrito em associação com cefaleia occipital, de parto não compreende indicação suficiente para
vômitos persistentes e alterações visuais (escotomas e sua realização. Avaliação e prescrição conjunta, de
amaurose). A conduta adequada a ser tomada é: obstetra e anestesista, deve ser sempre realizada e
A) Manter a infusão de sulfato de Magnésio 50%, todos os métodos não farmacológicos devem ter
visando prevenir crises convulsivas, AVC e edema sido esgotados previamente.
agudo de pulmão. C) Os métodos não farmacológicos de alívio da dor,
B) Administrar hidralazina 5 mg, EV, para tratar o tais como imersão em água, áudio- analgesia e aro-
pico pressórico e betametazona 12 mg, IM, para materapia, devem ser oferecidos à mulher antes da
promoção da maturação pulmonar fetal. utilização de métodos farmacológicos, pois consti-
C) Confirmar a vitalidade fetal pela ultrassonografia tuem intervenções não invasivas e sem descrição de
obstétrica com doppler e resolver a gestação via va- efeitos colaterais.
ginal, através de indução com misoprostol. D) Os métodos não farmacológicos de alívio da dor tais
D) Administrar nifedipina 20 mg, via oral, para tra- como imersão em água, áudio- analgesia, aromate-
tar pico pressórico e solicitar hematócrito, hemo- rapia, injeção de água estéril, estimulação elétrica
globina, contagem de plaquetas, creatinina, TGO, transcutânea e acupuntura, devem ser sempre ofere-
LDH, TP, TTPa, fibrinogênio e relação proteína cidos à parturiente, já que se tratam de intervenções
creatinina, para avaliar lesões de órgãos alvo. não invasivas e sem descrição de efeitos colaterais.
34 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
QUESTÃO 85 QUESTÃO 86
A prematuridade permanece, nos dias atuais, como Gestante de 34 anos, G1P0A0, realizou fertilização in
sério problema perinatal, sendo responsável por cerca vitro, comparece à segunda consulta de pré-natal com
de 75% de toda a morbidade e mortalidade neonatais ultrassom revelando gestação gemelar dicoriônica no
(Blencowe et al., 2013; ACOG, 2016). Com relação ao curso da 8ª semana. Qual das afirmativas não é verda-
Trabalho de Parto Prematuro, é correto afirmar: deira em relação a esta gestação?
A) O nifedipino é o fármaco de primeira escolha para A) 70-75% das gestações gemelares são dizigóticas, sendo
inibir o parto pré-termo, por apresentar as seguin- estas dicoriônicas e diamnióticas em 100% dos casos.
tes vantagens: via oral de administração, poucos B) O seguimento pré-natal desta gestação deve ser re-
efeitos colaterais e eficácia em reduzir as complica- alizado de forma mensal, até a 28ª semana, a cada
ções neonatais. A indometacina também pode ser 2-3 semanas a partir da 28ª semana e, semanal, a
utilizada, especialmente após a 32ª semana. partir da 36ª semana.
B) O uso de tocolítico visa prolongar a gestação por 48 C) Após a prematuridade, a complicação mais frequen-
h enquanto se aguardam os efeitos benéficos do cor- te da gravidez gemelar dicoriônica é a síndrome da
ticoide e se transfere a paciente para maternidade de transfusão feto fetal (STFF), sendo importante cau-
nível terciário. A manutenção do tratamento tocolí- sa de morbimortalidade perinatal.
tico acima de 48 h, também é eficaz em prevenir o D) O rastreamento ultrassonográfico da gestação ge-
parto prematuro e melhorar o prognóstico neonatal. melar dicoriônica, se faz entre a 11ª e 14ª semana
C) O sulfato de magnésio (MgSO) utilizado para a para datação e rastreamento de cromossomopatias
neuroproteção fetal está indicado na gestação entre e entre a 20ª e 22ª semana para avaliação detalhada
23+0 e 31+6 semanas quando há risco de parto nos da anatomia fetal e comprimento do colo. Após a
próximos 7 dias. A profilaxia antibiótica intrapar- 24ª semana, realiza-se a cada 30 dias para avaliar o
to (PAI) contra estreptococo do grupo B (GBS) é crescimento, o líquido amniótico e doppler fetal.
obrigatória, a menos que a cultura vaginorretal te-
nha sido negativa nas últimas 5 semanas.
D) O corticoide é capaz não só de reduzir a incidência
de Síndrome da Angústia Respiratória (SAR) como
também de outras complicações no recém-nascido,
tais como hemorragia intraventricular, retinopatia
da prematuridade, enterocolite necrosante, persis-
tência do canal arterial e, o que é mais importante,
a taxa de mortalidade neonatal. O repouso no leito
e a hidratação de nada servem para a prevenção do
parto prematuro.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 35
QUESTÃO 87 QUESTÃO 88
A.B.S., 16 anos, G1P0A0, moradora de rua, usuária de Primigesta, de 27 anos, comparece à emergência de ma-
álcool, tabaco, maconha e crack é trazida ao pré-natal ternidade em início da fase ativa do trabalho de parto.
de adolescente pelo serviço social, para acompanha- Apresenta RT-PCR para Covid-19 positivo do dia an-
mento. Identifique a melhor opção acerca dos efeitos terior. Informa quadro gripal há 6 dias, com adinamia,
do uso de drogas durante a gestação e melhor maneira odinofagia, anosmia e febre baixa. Nega dispneia. Ao
de abordagem dos sintomas de abstinência. exame, saturação de oxigênio de 98%. Paciente solicita
A) O uso de álcool durante a gestação está associado à direito a acompanhante e apresenta plano de parto que
maior ocorrência de parto prematuro, abortamen- deseja seguir. Suas orientações, levando em considera-
to e natimortos. Uma abordagem multidisciplinar, ção a pandemia do Covid-19, são:
com enfoque no tratamento psicossocial e compor- A) A Covid-19 é indicação para alterar a via de parto,
tamental, está indicada no intuito de cessar o uso sendo o parto cesáreo a via de parto mais indicada
durante o pré-natal, não sendo necessária a intro- nesse caso. Durante a realização da cesárea, o plano
dução de tratamento medicamentoso. de parto da paciente deve ser seguido, com direito a
B) O uso de crack durante a gestação está associado à acompanhante de sua escolha, bem como clampea-
maior ocorrência de parto prematuro, abortamen- mento oportuno do cordão umbilical.
to e fetos grandes para a idade gestacional. Uma B) Não só a gestante, mas também seu recém-nascido
abordagem multidisciplinar, com enfoque no tra- e seu acompanhante deverão ser isolados, de pre-
tamento psicossocial e comportamental, está indi- ferência em um quarto de alojamento conjunto.
cada, sendo necessário o início de tratamento me- Quando sozinhos no alojamento conjunto com o
dicamentoso no intuito de cessar o uso durante a recém-nascido, o uso da máscara não se faz necessá-
gravidez. rio pela puérpera e pelo seu acompanhante.
C) O uso de tabaco durante a gestação está associado C) Privilegiar o aleitamento natural, com liberação da
à maior ocorrência de baixo peso ao nascimento, prática da amamentação, desde que medidas que
parto prematuro, descolamento prematuro de pla- garantam a proteção, tanto da mãe quanto do re-
centa, abortamento, natimortos e malformações cém-nascido, sejam seguidas. Puérperas com disp-
congênitas. Uma abordagem multidisciplinar, com neia, podem retirar a máscara enquanto amamen-
enfoque no tratamento psicossocial e comporta- tam para conforto materno e melhora da saturação
mental, está indicada no intuito de diminuir ou de oxigênio.
cessar o uso durante o pré-natal. D) Priorizar o parto vaginal, por ser mais seguro a ges-
D) O uso de maconha durante a gestação está asso- tantes com Covid-19. Deve-se explicar à paciente
ciado à maior ocorrência de anemia durante a ges- e aos seus familiares sobre risco de contaminação e
tação, porém não demonstra interferência na pre- orientar que o isolamento é a medida mais segura.
maturidade e no peso fetal, ao nascimento. Uma No caso de o acompanhante permanecer, não deve
abordagem multidisciplinar, com enfoque no trata- circular nas demais áreas do hospital e precisa usar
mento psicossocial e comportamental está indicada máscara quando o fizer.
no intuito de cessar o uso durante o pré-natal, não
sendo necessária a introdução de tratamento medi-
camentoso.
36 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
QUESTÃO 89 QUESTÃO 90
Paciente de 22 anos, G1P0A1, comparece ao seu plan- MSS, 38 anos, G5P4A0, IG 40 semanas, apresentan-
tão em emergência obstétrica referindo sangramento do polidrâmnio é admitida no centro obstétrico com
transvaginal persistente desde curetagem uterina reali- feto cefálico, 3 contrações 50 segundos em 10 minutos,
zada há 45 dias por abortamento espontâneo. Ao exa- colo com 7 cm dilatação, bolsa das águas íntegras. Com
me, você percebe colo amolecido com orifício interno relação às medidas de prevenção da hemorragia pós-
entreaberto. Ela traz exames realizados hoje: beta-hCG -parto (HPP), nesta paciente, qual a afirmativa correta?
quantitativo de 12.000 mIU/ml e ultrassom transvagi- A) Acesso venoso calibroso, reserva de sangue e oci-
nal mostrando útero de 150cm³, endométrio de 4mm, tocina 10 unidades intramuscular, imediatamente
imagem heterogênea de limites indefinidos em pare- após o nascimento.
de miometrial anterior, apresentando fluxo vascular
de baixa resistência ao doppler. Sua principal hipótese B) Amniotomia, metilergometrina 0,2 mg intramus-
diagnóstica e conduta são: cular, imediatamente após o nascimento, seguida
de tração controlada do cordão umbilical.
A) Mola hidatiforme parcial. Realizar aspiração manu- C) Expressão do fundo uterino, associada à tração
al intrauterina. controlada do cordão umbilical, ácido tranexâ-
B) Neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). Reali- mico 1,0 g endovenoso e reserva de concentrado
zar histerectomia. de hemáceas.
C) Mola hidatiforme completa. Realizar aspiração ma- D) Obtenção de acesso venoso calibroso, elevação dos
nual intrauterina. membros inferiores, monitorização dos sinais vitais
D) Neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). Enca- e tônus uterino a cada 15 minutos, durante a pri-
minhar para quimioterapia. meira hora pós-parto.
QUESTÃO 91
Menina de 16 anos vem ao posto de saúde com sua
mãe com queixa de nunca ter menstruado. Refere ter
tido telarca e pubarca aos 10 anos, nega dor. Ao exame
físico, mamas Tunner IV, abdome, sem massas palpá-
veis ou pontos dolorosos, vulva com
pilificação ginecoide, Tunner IV, com clítoris, peque-
nos e grandes lábios normais, porém o introito vaginal
não permite a passagem de um cotonete. Qual o me-
lhor exame para auxiliar no diagnóstico diferencial?
A) Ultrassom pélvico.
B) Dosagem sérica de FSH e LH.
C) Dosagem sérica de Prolactina e TSH.
D) Dosagem sérica de estrogênio e progesterona.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 37
QUESTÃO 92 QUESTÃO 94
Mulher de 35 anos, casada, dois filhos de parto normal, Mulher de 30 anos, nuligesta, comparece ao setor de
procura atendimento na Unidade Básica de Saúde com emergência do hospital com quadro de atraso mens-
desejo de reiniciar contraceptivo oral. Refere enxaqueca trual de dois meses, dor abdominal difusa, tontura e
com aura, hipertensão em uso de medicação. Nega ta- sangramento vaginal discreto. Ao exame, nota-se pa-
bagismo. Informa ter ciclos menstruais regulares e nega lidez cutâneo-mucosa, sudorese, PA: 90 x 50 mmHg,
outras queixas ou comorbidades. Ao exame: Obesa FC: 140bpm, abdome doloroso à descompressão brus-
(IMC=30), PA: 130x90mmHg. Qual a melhor opção ca, principalmente em fossa ilíaca direita. Toque vagi-
contraceptiva para esse caso? nal com abaulamento e dor em fundo de saco poste-
A) Anel vaginal. rior. Realizou ultrassonografia pélvica transvaginal não
visualiza imagem de saco gestacional intrauterino e vê
B) Adesivo transdérmico. imagem anexial sugestiva de prenhez ectópica íntegra <
C) Dispositivo Intrauterino (DIU). 4 cm. Dosagem de ß-hCG = 2.500 UI/L. Hemogobi-
D) Contraceptivo oral combinado. na=7,0mg/dL e Hematócrito= 25%. Assinale a asserti-
va correta quanto à conduta mais adequada deste caso.
QUESTÃO 96 QUESTÃO 98
Mulher, 35 anos, G3P2A0, três cesáreas prévias, com Mulher, 45 anos, obesa, com queixa de perda de uri-
história de sangramento uterino de 9 dias de duração, na ao tossir, espirrar e ao caminhar. Realizou estudo
com intervalo cíclico mensal regular e de grande volu- urodinâmico que observou detrusor estável e pressão
me que extravasa do absorvente, desde última cesárea de perda à manobra de Valsalva de 42cmH2O. Qual a
ha 8 anos. Associado quadro de cólicas incapacitantes melhor opção terapêutica para tratamento da inconti-
em baixo ventre, progressiva, que intensifica nos pri- nência urinária?
meiros 3 dias de fluxo necessitando de AINEs. Refere A) Agente de preenchimento uretral.
anemia crônica e fraqueza. Realizou ultrassonografia
pélvica transvaginal que excluiu a possibilidade de leio- B) Colposuspensão retropúbica.
miomas e mostrou um útero aparentemente normal. C) Sling retropúbico.
Assinale a assertiva correta que corresponde à causa D) Colpoperineoplastia.
mais provável do sangramento uterino anormal.
A) Endometrite. QUESTÃO 99
B) Adenomiose.
Mulher, 85 anos, com queixa de bola na vagina. Ao
C) Coagulopatia.
exame físico, apresenta prolapso uterino estadio 4.
D) Anovulação crônica. Paciente hipertensa e diabética em uso de insulina e
não deseja procedimento cirúrgico. Qual melhor op-
QUESTÃO 97 ção terapêutica?
A) Pessário vaginal.
Mulher, multípara de 65 anos, com menopausa aos 50
anos, assintomática desde então. Sem comorbidades. B) Histerectomia total vaginal.
Realiza exames ginecológicos regulares sem alterações. C) Fisioterapia do assoalho pélvico.
Apresenta sangramento uterino anormal há 3 dias em D) Colpoplastia anterior e posterior.
pequena quantidade de aspecto descrito como em bor-
ra de café. Nega dores abdominais ou quaisquer outras
queixas. Assinale a assertiva correta quanto ao diagnós-
tico mais provável para este caso de sangramento ute-
rino anormal.
A) Neoplasia intraepitelial endometrial.
B) Neoplasia intraepitelial cervical.
C) Adenocarcinoma de endométrio.
D) Atrofia endometrial.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 39
QUESTÃO 100
Paciente, 35 anos, realizou biopsia mamária de nódulo
compatível com hiperplasia ductal atípica. Não sabe re-
ferir história familiar pois foi adotada na infância. Pro-
cura ginecologista para realizar exames para prevenção
do câncer de mama. Assinale a assertiva correta quanto
à classificação de risco da paciente e adequada estraté-
gia de rastreamento com as recomendações do Colégio
Brasileiro de Radiologia e da Federação Brasileira de
Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
A) Risco intermediário: realizar mamografia anual +
Ultrassonografia (USG) pode ser solicitada de ma-
neira individualizada.
B) Risco intermediário: realizar mamografia anual +
Ultrassonografia e ressonância magnética comple-
mentares.
C) Alto Risco: realizar mamografia anual + Ultrasso-
nografia e ressonância magnética complementares.
D) Alto Risco: Mamografia e ressonância magnética
anuais a partir dos 30 anos.
40 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
SURCE 2022
CADERNO DE RESPOSTAS
42 |
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 43
nica, com infusão de líquidos livres de sódio (soro gli- Algumas equações de uso clínico para cálculo de dé-
cosado) em pacientes desidratados, causando diluição e ficit de sódio em paciente hiponatrêmico e déficit de
perda de sódio renal. água livre em paciente hipernatrêmico são apresenta-
das abaixo.
à mucosa (T1a), menores que 2cm, bem diferenciados Quanto ao tratamento quimioterápico, normalmente
(tipo intestinal), não ulcerados, sem invasão linfovas- está indicado a partir de T2 ou N+ para realizar a QT
cular ou linfonodal. neoadjuvante (lembrando que pacientes em urgência
Nesse caso do paciente descrito, vemos que há provável como obstrução ou sangramento não devem aguardar a
acometimento linfonodal pela adenopatia do tronco QT para iniciar o tratamento cirúrgico). O tratamento
celíaco, mas sabemos também que não há metástases adjuvante está indicado a partir de T3 ou N+.
identificadas durante o estadiamento nem ascite (que Vamos ver agora algumas particularidades quanto a
indicaria provável metástase com carcinomatose peri- abordagem mais frequente com gastrectomia com lin-
toneal). Nesse contexto de tumor que não pode ser res- fadenectomia D2. Tumores proximais (no corpo, fun-
secado endoscopicamente, porém ainda é ressecável e do ou cárdia) devem ser ressecados com gastrectomia
não metastático podemos realizar o tratamento clássico TOTAL, enquanto tumores mais distais (antro ou pi-
do câncer de estômago: gastrectomia com linfadenec- loro) admitem ressecções pouco menos agressivas com
tomia D2 com posterior reconstrução. gastrectomia SUBTOTAL (que não é sinônimo de
Em casos avançados e metastáticos o tratamento ci- gastrectomia parcial). A margem livre objetivada deve
rúrgico fica reservado para alguns poucos casos que ser maior que 5cm no tipo intestinal e maior que 8cm
respondem a QT de conversão: tumores previamente no difuso.
irresecáveis por invasão de estruturas nobres ou por A reconstrução mais realizada é com bypass em Y de
presença de carcinomatose peritoneal que apresentam Roux, que tem vantagem de evitar o refluxo alcalino,
regressão da invasão ou da carcinomatose após os ciclos porém há outras opções como Billroth I e Billroth II,
de QT, permitindo abordagem cirúrgica clássica. por exemplo.
48 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Take-Home Message:
Tratamento cirúrgico do câncer gástrico (não ressecável
endoscopicamente nem metastático)
Gastrectomia
- Fundo, cárdia, corpo: total
- Antro, piloro: subtotal
Linfadenectomia
- D2 na grande maioria
- D1 se tumor precoce não ressecado endoscopica-
mente ou paciente de alto risco cirúrgico
Reconstrução em Y de roux
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 49
Em casos de esplenectomia eletiva, devemos realizar a va- Em casos de urgência, podemos realizar imediatamente
cinação para esses agentes ao menos 2 semanas antes da a vacina pneumo 23, porém devemos esperar ao menos
cirurgia, com pneumo 23, haemophilus e meningo C. 2 semanas para administrar haemophilus e meningo C.
Comentários:
Dois problemas cirúrgicos mais frequentes em pacien-
tes cirróticos são hérnias (umbilical e inguinal) devido
ao aumento da pressão abdominal e colecistite.
O aumento da pressão causado pela ascite aumenta o
risco para 20% de hérnia umbilical, que são de difí-
cil manejo devido ao risco de rotura espontânea e alta
mortalidade associada. Correções eletivas desse tipo de
hérnia podem ser feitos com segurança em pacientes
Child A e B, com baixo risco de recorrência, e sem evi-
dência de risco aumentado em Child C nem em casos
de ascite refratária.
Idealmente, a correção eletiva da hérnia deve ser feita
quando a ascite foi reduzida ao mínimo. A mortalidade
desse procedimento ainda é de aproximadamente 14%.
52 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
A) INCORRETA - Em paciente estável com fístula já Não há dúvida que estamos diante de um quadro de
drenada, poderíamos solicitar TC para avaliar cole- apendicite, certo? A dúvida e a confusão nessa questão
ções ou líquido livre. se dá pelos diferenciais num quadro como este em pa-
ciente mais idosos.
B) CORRETA - Nosso paciente está com fístula não
drenada e peritonite, devemos abordar de urgência. Nesse pico de apresentação mais tardio da apendicite
C) INCORRETA - Outra forma de se abordar a fístula devemos nos atentar a possibilidade de um quadro de
do trânsito intestinal, porém não da biliodigestiva. neoplasia de apêndice associada à apendicite, normal-
mente cursando com quadro mais arrastado e insidioso
D) INCORRETA - Poderia ser uma abordagem ini-
de apendicite.
cial da fístula da anastomose do trânsito intestinal,
porém o aspecto bilioso nos direciona por fístula Esses quadros insidiosos podem se apresentar com cole-
da biliodigestiva. ções, e portanto como apendicites complicadas. Nesse
contexto podemos realizar a apendicectomia de inter-
valo com o objetivo de evitar ressecções desnecessárias
Take-Home Message: do cólon direito e permitir a identificação de possíveis
Fístulas de anastomose normalmente se manifestam neoplasias do apêndice associadas. Para essa aborda-
pelo 5o PO, e devem ser abordadas agressivamen- gem realizamos controle até estabilização do paciente,
te quando não drenadas ou quando o paciente esti- punção das coleções (> 4cm), antibioticoterapia e co-
ver instável. lonoscopia + TC de controle em 3 semanas e cirurgia
definitiva em 6 semanas.
Mas veja bem, não é esse o caso do nosso paciente.
QUESTÃO 11 Apesar da apresentação nessa faixa etária levantar sus-
Um paciente de 85 anos apresenta dor abdominal agu- peita para doença neoplásica, a TC demonstra apenas
da há 48h. A dor é difusa porém mais intensa em fossa uma apendicite não complicada, com pouco líquido de
ilíaca direita (FID). HPP: DM e HAS compensadas provável origem do processo inflamatório. Nesse con-
com medicações. A tomografia sem contraste sugere texto a melhor abordagem é a clássica: apendicectomia
apêndice espessado, liquido em FID e pelve compa- videolaparoscópica ou aberta (McBurney).
tível com apendicite. Qual deve ser a conduta para
esse paciente?
A) Apendicectomia videolaparoscópica.
B) Apendicectomia aberta infra-umbilical.
C) Drenagem percutânea e apendicectomia em
4 semanas.
D) Colonoscopia, para avaliar neoplasia de
base apendicular.
Resposta correta: Letra A
56 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Comentários:
Paciente com disúria e hematúria, jovem, muito prova-
velmente estamos frente a um quadro de ITU simples
(cistite, afebril), certo? A piora do quadro com febre
e calafrios indica ascensão da infecção, provavelmente
uma ITU complicada (pielonefrite, febril).
58 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Dentre os quadros apresentados, o que apresenta o en- achados de tamponamento cardíaco. Portanto frente a
fisema de subcutâneo é a lesão traqueobrônica central, essa suspeita nossa conduta inicial é a intubação seleti-
além do nosso paciente não apresentar desvio de estru- va para o lado não lesado para permitir uma ventilação
turas mediastinais sugestivas dos outros diagnósticos ou adequada do pulmão não lesado.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 61
QUESTÃO 16
Um paciente cirrótico de 56 anos é admitido na emer-
gência com hematêmese importante. Os exames de-
tectaram uma queda de hemoglobina de 14g/dl (re-
ferência de exame realizado 1 mês atrás) para 6g/dl.
Inicialmente, foi realizada a reposição volêmica e medi-
cado com inibidor de bomba de prótons, vasopressina
e vitamina K. Aparentemente, apresenta uma remissão
do sangramento e uma endoscopia foi solicitada. Qual
das seguintes fontes de sangramento apresenta maior
risco de recorrência da hemorragia para esse paciente?
A) Laceração de Mallory-Weiss.
B) Varizes gastroesofágicas.
C) Gastropatia hipertensiva.
Vamos às alternativas: D) Úlcera Forrest IIb.
A) INCORRETA - A localização da incisão não coin- Resposta correta: Letra B
cide com a descrição da localização da hérnia.
B) INCORRETA - É um tumor benigno porém inva- Comentários:
sivo que pode surgir na localização de incisões pré-
- Ia: úlcera com vaso sangrante em jato
vias. Não caracteriza-se por herniação de conteúdo
abdominal, mas por tecido neoplásico. - IQuadro clássico de hemorragia digestiva alta
C) CORRETA - Hérnia em localização típica na li- (HDA) com exteriorização por hematêmese. Todas
nha semilunar da parede abdominal. as alternativas apresentadas apontam possíveis etio-
logias para o sangramento, algumas mais ou me-
D) INCORRETA - Também uma possibilidade, po-
nos prováveis, porém todas possíveis. A etiologia
rém a clínica seria diferente e a localização na cica-
varicosa é responsável por até 20% das HDAs, e
triz da incisão. O exame de imagem não revelaria
mesmo em cirróticos as outras etiologias ainda tem
herniação de conteúdo abdominal.
grande importância, apesar das varizes esofágicas
serem responsáveis por grande parte das etiologias.
Take-Home Message:
Hérnia de Spiegel: ocorre na linha semilunar, de difícil - A questão pergunta sobre a recorrência do sangra-
diagnóstico necessitando de exame de imagem. O tra- mento nas etiologias citadas.
tamento é feito com tela pré peritoneal.
- A gastropatia hipertensiva caracteriza-se por um classificada com a classificação de Forrest para de-
sangramento multifocal, com padrão em mosaico, terminar a chance de ressangramento e a terapia in-
que ocorre em decorrência da pressão portal au- dicada.b: úlcera com sangramento em babação
mentada, sendo caracterizado por um sangramento - IIa: úlcera com vaso visível não sangrante
crônico, normalmente não exteriorizado. O trata-
mento é clínico com suporte e tratamento da hiper- - IIb: úlcera com coágulo aderido
tensão portal e suas casuas. - IIc: úlcera com ponto vermelho na base
- III: úlcera com base limpa
- A DUP continua a ser a causa mais prevalente de A chance de ressangramento é decrescente conforme
HDA. Normalmente quando há sangramento es- progredimos a escala, podendo chegar a 70-100% em
tamos diante de uma úlcera recente, que deve ser Ia ou < 3% em III.
Já a HDA varicosa é mais complexa, seja pela comor- tudos indicam evidência de benefício mesmo em
bidade do paciente que pelo próprio sangramento. cirróticos sem ascite)
Apresenta mortalidade de 20-40%, tendo altas taxas - Lactulona objetivando 2-3 evacuações pastosas ao dia
de recorrências e raramente cessam espontaneamen-
te. É responsável por 60-70% das HDA em pacien-
tes cirróticos.
Vamos às alternativas:
As varizes se formam quando o gradiente entre a porta A) INCORRETA - Por vezes autolimitada, não apre-
e veia cava inferior supera 10mmHg. Em pacientes com senta alta taxa de ressangramento.
suspeita de varizes esofâgicas devemos entrar com medi- B) CORRETA - É a causa com maior taxa de sangra-
das adicionais iniciais (mesmo que antes do diagnóstico mento e ressangramento.
definitivo) para controle de varizes esofágicas como: C) INCORRETA - Não se apresenta como hematêmese.
- Octreotide (terlipressina é uma opção para pacien- D) INCORRETA - Apresenta uma taxa de ressangra-
tes com suspeita de síndrome hepatorrenal) mento baixa (< 10%)
- Ciprofloxacino ou ceftriaxone para prevenção de
PBE em paciente cirrótico com HDA (alguns es-
64 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
vendo diminuição do retorno venoso que, por sua vez, Vamos às alternativas:
gera um edema da mucosa respiratória com consequen-
te obstrução. Nesse caso, a conduta é a reabordagem A) INCORRETA - A máscara laríngea não ajudaria
cirúrgica, com abertura imediata dos tecidos moles em nenhuma situação. Se fosse hematoma, deve-
(pele, subcutâneo, musculatura) de modo a evacuar o mos reabrir o pescoço e evacuar. Se fosse paralisia
hematoma. Veja, não adianta tentarmos intubar o pa- mediana de pregas vocais, precisaríamos de uma via
ciente nesse momento - devemos eliminar a causa do aérea definitiva.
desconforto. Muitas vezes, esses pacientes apresentam B) INCORRETA - A sedação para posterior intuba-
uma distorção e edema tão importantes que é muito ção apenas traria atraso na resolução do quadro. Es-
difícil a visualização da via aérea, impedindo uma ade- tamos frentes a uma situação de urgência! Não há
quada intubação orotraqueal, perdendo tempo precio- tempo para indução. Apesar de a IOT poder ser até
so na sua tentativa. Ou então tentada enquanto o paciente está na sala operatória,
não mais vai ser uma medida nesse momento, po-
2) houve lesão iatrogênica de ambos os nervos laríngeos
dendo retardar a conduta definitiva e promover um
inferiores (recorrentes) e as pregas vocais paralisaram
desfecho ruim.
em topografia mediana. Nesse caso, o paciente não
consegue promover a abdução das pregas vocais e abrir C) (IN)CORRETA - Essa conduta seria adequada
a glote para respiração. Geralmente essa complicação caso o paciente apresentasse um hematoma cervi-
é notada logo após a extubação - entretanto, ela pode cal. Quadro possível pela história e descrição.
ser clinicamente significativa após alguns minutos (ou D) (IN)CORRETA - Essa conduta seria adequada caso
quando o paciente está na RPA…). O que fazer quan- o paciente apresentasse paralisia bilateral de pregas
do isso ocorre? Corre para abrir novamente o pescoço e vocais em posição mediana por lesão de nervos la-
fazer uma traqueostomia de urgência! Agora, como po- ríngeos inferiores. Quadro possível pela história
demos discernir entre cenário 1 e 2? Através de algumas e descrição.
observações que a questão, infelizmente, não nos deu.
Se o paciente estava bem após a extubação e agora está
Take-Home Message:
com esse desconforto associado a abaulamento cervical,
devemos suspeitar de um hematoma cervical (afinal, o Questão ruim em seu essência, porém podemos apren-
pescoço é um local confinado, sem espaços “mortos” der bastante com ela. Ainda bem que a banca teve o
para o sangue se depositar, comprimindo estruturas bom senso de anular… Falou em pós-operatório recen-
quando acumulado e abaulando seu aspecto externo). te de tireoidectomia, insuficiência respiratória e agita-
Agora, se o paciente encontra-se com o pescoço sem ção psicomotora devemos sempre levantar a suspeita
abaulamentos, porém com uma história de extubação de hematoma cervical ou paralisia bilateral de pregas
um pouco mais “áspera”, pode ser que ambas as pregas vocais em posição mediana. Saberemos distinguir pela
vocais estejam paralisadas em posição mediana, tradu- história da extubação (se foi lisa ou não) e pela presença
zindo uma lesão nervosa bilateral. ou não de abaulamento cervical. Quando temos um
hematoma cervical, a conduta imediata é a abertura da
ferida operatória para evacuação dos coágulos. Quando
estamos diante de paralisia de prega vocal bilateral me-
diana, corre para a traqueostomia de urgência.
66 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
O paciente acima apresenta doença arterial obstrutiva D) CORRETA - Paciente com isquemia crítica e por-
periférica crônica com claudicação que evoluiu para is- tanto com indicação de revascularização, sem dados
quemia crítica (dor ao repouso ou lesão trófica). que indiquem necessidade de amputação primária
Enquanto claudicante, o paciente não tem indicação ou paliação. O próximo passo é um exame de ima-
de revascularização, pois o risco de piora da isquemia gem para avaliação anatômica da obstrução arterial
do membro com a intervenção é maior do que o bene- e definição de qual melhor forma de intervenção
fício, uma vez que há formação de circulação colateral (endovascular ou aberto com enxerto). Lembran-
que tende a compensar o membro. O paciente que tem do que antes de indicar o exame devemos realizar
apenas claudicação deve, portanto, seguir apenas com um bom exame físico vascular. Angiotomografia ou
o tratamento clínico. angiorressonância avaliam bem os territórios aor-
to-ilíaco e femoro-poplíteo. Se paciente apresenta
Já o paciente com doença arterial crônica periférica que pulsos poplíteos, USG Doppler e Arteriografia (pa-
evoluiu com isquemia crítica ( dor ao repouso e lesão drão-ouro) são os exames indicados.
trófica) tem indicação cirúrgica e deve ser estratificado
conforme mostrado no fluxograma abaixo do Guideli-
ne Europeu. São 3 os principais aspectos: QUESTÃO 21
Condições clínicas do paciente - avaliação do risco Homem, 70 anos, vem em consulta ambulatorial quei-
cirúrgico xando-se de dispneia progressiva nos últimos 2 meses e,
Grau de isquemia/infecção do pé - avaliação do risco de agora, em repouso. Relata também edema de membros
perda do membro e da probabilidade de benefício da inferiores e acorda com falta de ar durante a noite. É
revascularização hipertenso e obeso. Fez um ECG, que revelou sinais
de sobrecarga ventricular esquerda e um ecocardiogra-
Anatomia da obstrução arterial - exame de imagem dos ma, com FEVE = 65%, disfunção diastólica, pressão
membros inferiores sistólica na artéria pulmonar de 40mmHg e sinais de
A) INCORRETA - O tratamento clínico para pa- aumento de pressões no enchimento do VE (E/e` >
cientes com doença arterial obstrutiva periférica 9). Está em uso de Losartana 50mg 2 vezes ao dia e
crônica incluem prioritariamente: cessação do ta- Hidroclorotiazida 25mg cedo. Ao exame físico: PA =
bagismo, controle de comorbidades, AAS, estatina 150 x 90mmHg, FC = 80bpm, crepitações pulmona-
e exercício físico programado. A pentoxifilna é um res em terço inferior bilateralmente, ausência de sopros
derivado da xantina com ação anti-inflamatória e cardíacos, edema de membros inferiores de 2+/4+. LE-
vasodilatadora que pode ser utilizada para melhora GENDA: VE = Ventrículo Esquerdo; FEVE = Fração
dos sintomas dos pacientes claudicantes, mas não de Ejeção do VE. Qual é sua conduta inicial?
tem eficácia comprovada. Nesse caso também o pa- A) Associar betabloqueador e diurético de alça e man-
ciente apresenta isquemia crítica (dor ao repouso) ter o restante dos medicamentos.
tendo indicação de tratamento cirúrgico.
B) Orientar perda de peso, associar hidralazina via oral
B) INCORRETA - Não foram apresentados dados so- e encaminhar ao pneumologista.
bre as condições do paciente e/ ou do membro que
C) Introduzir antagonista da aldosterona e diurético
indiquem uma amputação primária (amputação
de alça e manter os outros remédios.
sem revascularização).
D) Trocar tiazídico por diurético de alça e associar
C) INCORRETA - O paciente ainda não teve uma
bloqueador de canal de cálcio à receita.
avaliação anatômica da obstrução arterial para defi-
nir qual melhor forma de intervenção (endovascu- Resposta correta: Letra D
lar ou aberto com enxerto).
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 69
A questão nos expõe um paciente com quadro de In- gue que sai de uma câmara cardíaca a cada batimento.
suficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada Portanto, podemos ir mais além desse conceito frio e en-
com se encontra descompensado (dispneia progressiva, tender que, em cada classificação segundo a FE temos
ortopneia). Como Insuficiência Cardíaca é uma doen- processos patológicos distintos ocorrendo no coração.
ça com várias classificações, vamos relembrá-las antes Na ICFEr há uma redução da contratilidade miocárdi-
de ir para o tratamento dessa condição! ca. Se menos sangue sai durante a sístole, o ventrículo
Podemos classificar a Insuficiência cardíaca da se- fica sobrecarregado, pois além do sangue que chegará, há
guinte maneira: uma sobra não ejetada! A conclusão disso é a dilatação
1) Pelo seu estágio de desenvolvimento: ventricular. Assim, um ventrículo que já não tinha um
miocárdio saudável, perderá cada vez mais tecido viável.
a. A: São os pacientes apenas em um risco de desen-
volvimento, sem evidentes alterações estruturais. Na ICFEp o problema não é na ejeção e sim no en-
Basicamente os pacientes portadores de síndro- chimento. As paredes ventriculares são tão rígidas que
me metabólica o enchimento diastólico é extremamente dificultado.
Mas a contração miocárdica é preservada.
b. B: São os pacientes que apresentam algum tipo de
alteração estrutural cardíaca, mas que não apre- Vejam que o problema da primeira é na sístole. O pro-
sentam sintomas. Por exemplo: pacientes com hi- blema da segunda, na diástole. Por isso que antigamen-
pertrofia ventricular, história prévia de IAM... te elas se chamavam IC sistólica e IC diastólica! Mas
esse termo está cada vez mais raro.
c. C: São os pacientes sintomáticos e com altera-
ções cardíacas estruturais Essa classificação é, sem dúvidas, a mais importante,
principalmente porque define o tipo de tratamento ins-
d. D: São os pacientes refratários ao tratamento tituído! Várias drogas aprovadas no contexto de uma
2) Classe funcional NYHA: (Essa classe funcional define ICFEr não são usadas em ICFEp.
o grau de SINTOMA de pacientes portadores de IC. 4) Classificação quanto ao perfil hemodinâmico
Pacientes nos estágios A e B possuem sintomas? Não!!
Então eles não são classificados com o NYHA!!) Essa classificação é mais utilizada em contexto de des-
compensações. São 4 tipos:
Paciente sem limitações durante
NYHA I Sem congestão Com congestão
atividades cotidianas
Sintomas leves durante as Boa
NYHA II B(Quente/
atividades diárias perfusão A (Quente/Seco)
Úmido)
NYHA III Dispneia aos pequenos esforços periférica
NYHA IV Dispneia ao repouso Má
perfusão L (Frio/Seco) C(Frio/Úmido)
periférica
3) Esse é um conceito relacionado com a evolução da
doença. O ponto de corte para classificarmos uma IC
baseado na FE é: O perfil hemodinâmico irá definir a lógica do trata-
1) FE preservada se valores acima ou igual a 50% mento da descompensação:
2) FE intermediária se valores entre 40 e 49% A (Quente/Seco): um paciente que não está congesto
e não está com má perfusão deve ser investigado para
3) FE reduzida se menor que 40% outras causas de dispneia!
Mas o que é fração de ejeção? É a porcentagem de san- B (Quente/Úmido): é o perfil hemodinâmico mais co-
70 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
mum! Como o paciente tem bom débito, o tratamen- 3) Espironolactona: aumenta sobrevida! Deve ser ini-
to é a diureticoterapia com furosemida venosa! Outra ciada em pacientes sintomáticos! Ou seja, diferen-
classe medicamentosa muito usada são os vasodilatado- temente das anteriores, essa não é iniciada de rotina
res (nitroprussiato e nitroglicerina) em pacientes assintomáticos.
L (Frio/Úmido): nesse perfil, o paciente não tem perfu- 4) Hidralazina + Nitrato: aumenta sobrevida! Com-
são adequada por causa do baixo débito. O carro chefe binação que substitui o IECA/BRA em pacientes
do tratamento é a dobutamina e a milrinona. intolerantes OU que se apresenta como opção em
D (Frio/Seco): como o paciente não apresenta conges- quem se apresenta sintomático mesmo com trata-
tão, mas está com baixo débito, uma hidratação parci- mento otimizado com as drogas acima!
moniosa deve ser instituída. 5) Ivabradina: aumenta sobrevida! Tem uma indicação
Para fecharmos o comentário, como a questão cobrou muito especifica! Eu preciso de um paciente em a)
dados da ICFEp , é importante uma boa noção do tra- Ritmo Sinusal 2)FC maior ou igual a 70 3) Sinto-
tamento ambulatorial das duas condições. As diferen- mático a despeito de um tratamento otimizado.
ças irão nortear a resolução da questão: 6) Sacubitril-Valsartan: aumenta sobrevida! Indicado
1) IECA ou BRA: aumentam a sobrevida! Devemos em pacientes otimizados com IECA/BRA que per-
iniciar em todos os pacientes!! Inclusive em pacien- sistem sintomáticos
tes apenas hipertensos (estagio A). Iniciar doses mais Quem ficou mais atento percebeu que os seis acima
baixas e titular até o máximo tolerado (interromper comprovadamente aumentam a sobrevida. Então que
o aumento se hipercalemia, hipotensão ou azotemia) drogas não aumentam a sobrevida?
a. Os BRAs são reservados a quem tem Contraindi- 1) Diuréticos: usado majoritariamente em pacien-
cação aos IECAs (angioedema ou tosse refratária) tes SINTOMÁTICOS.
2) Betabloqueador: aumenta a sobrevida! Devemos 2) Digoxina: usado em pacientes que se apresentem
iniciar em todos os pacientes com IC estabelecida. sintomáticos a despeito de terapia otimizada. Po-
a. Aqui mora uma das grandes pegadinhas da pro- rém nesse caso não houve aumento de sobrevida!
va. Nem todo betabloqueador é aprovado. Ape- a. A intoxicação digitálica é complicação comum,
nas: Bisoprolol, Carvedilol e Metoprolol. E para se manifestando principalmente por um quadro
dificultar mais ainda, não é qualquer conforma- gastrointestinal proeminente associado a arrit-
ção do metoprolol. É o SUCCINATO de Meto- mias. A hipopotassemia é um distúrbio que pode
prolol e não o TARTARATO. Acreditem ou não, gerar a intoxicação mesmo com doses adequadas!
isso já caiu em prova E a ICFEp??
b. Quem é melhor em fisiopatologia deve pensar: As drogas citadas acima (exceto Ivabradina e Sacubi-
mas se o betabloqueador reduz a frequência cardí- tril-Valsartan) podem ser usadas no sentido de controle
aca, ele não deveria piorar a IC? Isso é uma meia de fatores de risco (Fibrilação Atrial, Hipertensão), mas
verdade. Nas primeiras 8 a 12 semanas o betablo- os estudos relacionando o uso dessas drogas e aumento
queador realmente piora os sintomas. Por isso, de sobrevida ainda estão em andamento. Por enquan-
NÃO DEVEMOS INICIAR SE O PACIENTE to, Ivabradina e Sacubitril-Valsartan não são validados
ESTÁ DESCOMPENSADO. para essa entidade!
c. Por fim, lembrar das contraindicações dos beta-
bloqueadores: asma grave, hipotensão ou bradi-
cardia importante!
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Os fatores de risco mais associados à depressão são: se- Por fim, o paciente não pode ter apresentado nenhum
dentarismo, alcoolismo, má alimentação, idade avan- episódio de mania ou hipomania!!
çada. Além disso a prevalência é maior em mulheres do
que em homens (2:1)
O DSM-5 ainda separa uma situação especial: o luto!
O transtorno depressivo maior é uma doença com al- Ele descreve que o julgamento clínico nessa situação
tíssima taxa de recorrência é de extrema importância, devido à sobreposição dos
Vamos estudar alguns outros pontos do transtorno de- sintomas.
pressivo maior: 2) Classificação de gravidade
1) Critérios diagnósticos para o transtorno depres- Leve (5-6 sintomas): ou seja, o paciente apresenta
sivo maior “o mínimo” para o diagnóstico da doença. O pre-
E acordo com o DSM-5, fechamos o diagnóstico de juízo social é pequeno e o manejo mais simples.
depressão da seguinte maneira: Moderada: são os casos não classificados como leve
5 ou mais sintomas presentes por um PERÍODO ou grave
MÍNIMO DE 2 SEMANAS, sendo que pelo menos Grave (>8 sintomas): o paciente apresenta uma mi-
1 dos sintomas é humor deprimido ou perda de in- ríade de sintomas, com grande prejuízo social e de
teresse ou prazer. difícil manejo.
Humor deprimido pela maior parte do dia, quase 3) Subtipos
todos os dias seja por informação do paciente seja
por observação de terceiros. O DSM-5 especifica inúmeros subtipos, mas que no
fundo mais ajudam na noção clínica geral do doente do
Redução importante no interesse ou no prazer em que determinam prognóstico ou resposta ao tratamen-
realizar a maior parte das atividades do dia (tam- to. Os mais conhecidos são:
bém por informação do paciente ou por observação
de terceiros) Melancolia: que é a tristeza extrema
Perda de peso não relacionada à dieta, perda de Associado a ansiedade: quando há 2 dos seguintes
apetite ou ganho de peso (>5% em 1 mês) sintomas: tensão, sensação de que algo ruim acon-
tecerá, medo de perder o auto-controle, inquietude
Insônia ou hipersonia
Atípico: ocorre se o paciente apresenta melhora em
Agitação ou retardo psicomotor eventos positivos, sensibilidade maior a eventos de
Fadiga ou sensação de estar sem energia rejeição interpessoal...
Sensação de inutilidade ou culpa excessiva Psicótico: quando há também delírios e alucinações
Diminuição da capacidade de concentrar 4) Tratamento
Pensamentos de morte recorrente (com ou sem ide- O objetivo do tratamento é a restituição das funções
alização de plano de suicído) sociais com a remissão do quadro depressivo ou pelo
Esses sintomas, além disso, devem causar prejuízo so- menos com uma resposta parcial. Existem, para a ava-
cial e não devem ser causados por causas orgânicas ou liação dessa resposta, algumas escalas:
medicamentosas além de não ser melhor explicada por Montgomery-Asberg
outras condições psiquiátricas como: desordem esqui- PHQ-9 (Patient Health Questionnaire)
zoafetiva, esquizofrenia ou outros distúrbios psicóticos.
Escala de Hamilton
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 73
i. Pensamentos de morte recorrente (com ou sem • A lógica fisiopatológica descrita acima é a do EAP
idealização de plano de suicído) CARDIOGÊNICO. Porém existe um tipo de EAP
não cardiogênico. Nesse caso a PERMEABILIDADE
CAPILAR está aumentada! Dentre as causas dessa ou-
tra classificação se incluem: TEP, SDRA, infecções...
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 75
0 1 2 3 4
PaO2/ PaO2/FiO2 PaO2/FiO2
PaO2/FiO2
Pulmão (Ventilação) PaO2/FiO2 >400 FiO2 301- 101 a 200 com 100 com
300
400 suporte suporte
101 000 – 51 000 – 100 21 000 – 50
Coagulação (plaquetas) >150 000 20 000
150 000 000 000
Fígado (bilirrubina) <1,2 1,2 – 1,9 2 – 5,9 6 – 11,9 >12
Sob uso de
Sob uso de
Sob uso de dopamina
dopamina >
dopamina > 15mcg/
5mcg/kg/min,
Cardiovascular (PA) Sem hipotensão PAM < 70 <5mcg/ kg/min,
noradrenalina
kg/min ou noradrenalina
<0,1mcg/kg/
dobutamina >0,1mcg/kg/
min
min
SNC (Glasgow) 15 13-14 10-12 6-9 <6
Rim (Creatinina) <1,2 1,2-1,9 2 – 3,4 3,5 – 4,9 >5
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 77
OBS: Antigamente era usada, para definição de sepse, gulograma, Proteínas totais e frações, glicemia, fun-
o SIRS, que é mais sensível. É bom ter em mente sua ção hepática, gasometria arterial. Todos esses exames
definição, pois o SOFA não é consenso em todos os tem por finalidade acessar e auxiliar no diagnóstico
locais, apesar de seguramente ser bem mais usado hoje! das disfunções orgânicas e da gravidade da sepse.
Variáveis do SIRS: • Expansão volêmica com 30mL/kg de cristaloide em
• Tax < 36°C ou >38°C caso de hipotensão ou lactato > 4 devendo ser ad-
ministrado nas primeiras 3h da admissão
• FC > 90bpm
• Em caso de não resposta à expansão volêmica, ini-
• FR > 20 ciar vasopressores para manter PAM > 65.
• Global de leucócitos >12 000 ou <4 000 • Estabelecer monitorização contínua (débito uriná-
3) Apresentação clínica rio, PAM, oximetria, estado mental), avaliando a
necessidade de monitorização invasiva com PIA e
Pacientes com sepse suspeita ou documentada tipi-
cateter venoso central.
camente se apresentam com hipotensão, taquicardia,
febre e leucocitose. À medida que avança, sinais de Não precisamos esperar 3 horas para avaliar a resposta
choque (pele fria e cianótica) e as disfunções orgânicas ao volume. Como fazemos a expansão volumétrica em
previamente descritas aparecem. bolus, já podemos ter ideia logo na primeira hora se
aquele paciente irá responder! Em caso de manutenção
Sinais e sintomas capazes de localizar o foco infeccioso
dos sintomas de má perfusão, o início dos vasopressores
podem estar presentes (tosse, dispneia, secreção em fe-
está indicado. O objetivo é manter a PAM 65mmHg
rida operatória).
• Primeiro agente: NORADRENALINA
Importante ressaltar que essa evolução natural da sepse
é devido um choque distributivo. Os fatores inflama- • Segundo agente: VASOPRESSINA. Se o choque
tórios causam uma vasodilatação periférica potente que tiver um importante componente cardiogênico
extravasa parte do líquido intravascular para o inters- ou há uma hipoperfusão persistente (evidenciada
tício. A consequência é uma importante má perfusão SvcO2 <70%), a adição de DOBUTAMINA pode
periférica e lesão tecidual. ser considerada.
4) Manejo Agora vem outro ponto fundamental: qual antibiótico?
Tempo é extremamente importante no manejo da Essa é uma decisão mais complexa, pois deve ser, dentro
sepse! Portanto, a partir do momento que o pacien- do possível, individualizada. Devem ser consideradas as
te pisa no pronto-socorro, temos 1h para começarmos seguintes variáveis para a decisão: 1) Suspeita do foco
antibioticoterapia (por isso o valor do qSOFA , que 2) Microbiologia envolvida 3) Fatores de risco para in-
identifica sem demora pacientes mais graves!). Vejam o fecção multirresistente 4) Alergias 5) Imunossupressão
que devemos fazer nessa primeira hora: associada... Vejam, portanto, a importância de coletar
as culturas! Apesar de terem alta taxa de falsos-negati-
• Coletar culturas ANTES do início do antibiótico
vos, o isolamento de um determinado patógeno é capaz
>> 2 hemoculturas com pesquisa de aeróbicos e
de guiar a antibioticoterapia!
anaeróbicos. Urocultura, cultura de ferida operató-
ria, de liquido peritoneal devem ser solicitadas de Outras medidas:
acordo com a suspeita • Corticoides: reservado para o choque séptico re-
• Solicitar Lactato >> aproveitar para coletar também: fratário aos vasopressores. O usado nesses casos é a
hemograma, PCR, Ionograma, Função Renal, Coa- hidrocortisona
78 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
• Transfusão sanguínea: guardada para pacientes 6) Vasopressores estão indicados se não houver respos-
com Hb < 7, salvo exceções como hemorragia ati- ta (NORADRENALINA, VASOPRESSINA e em
va ou isquemia miocárdica (pacientes nesses gru- casos selecionados DOBUTAMINA)
pos devem ser transfundidos quando os valores de 7) Antibiótico deve ser individualizado
Hb estiverem < 9)
• Uso de IBP para profilaxia de úlceras de estresse em
pacientes com fatores de risco para sangramento QUESTÃO 25
• Enoxaparina profilática para TVP Homem de 36 anos, portador de epilepsia, em uso de
carbamazepina, chega ao departamento de emergência
Vamos às alternativas: com episódio convulsivo, após mais de cinco anos sem
crises dessa natureza. Está euvolêmico, ao exame físico.
A) CORRETA Ambas fazem parte do pacote de 1h e Seus exames evidenciam dosagem de sódio de 110mE-
são as primeiras medidas! q/L. Peso 60Kg. Qual a conduta imediata?
B) INCORRETA Hidrocortisona é reservada para
choques refratários A) Restrição hídrica de 1000ml/dia.
C) INCORRETA Não iniciaremos noradrenalina sem B) Reposição de 180ml de cloreto de sódio 3% em
antes tentar a expansão volumétrica 3 horas.
D) INCORRETA Nenhuma das duas representa a pri- C) Expansão volêmica com 1000ml de soro fisioló-
meira medida! gico 0,9%.
D) Infusão de 500ml de cloreto de sódio 20% em
30 minutos.
Take-Home Message:
1) Sepse é um conjunto de disfunções orgânicas po- Resposta correta: Letra B
tencialmente fatal causada por uma resposta imune
desregulada a um processo infeccioso. Paciente portador de epilepsia que evolui com qua-
dro de convulsão sempre deve levantar a hipótese de
2) Choque séptico, por sua vez, é a sepse que demanda má adesão ao tratamento ou uso drogas de reduzam o
necessidade de vasopressores para manutenção de limiar convulsivo. Porém a questão nos dá um sódio
PAM > 65 mesmo após expansão volumétrica ade- baixíssimo de 110mEq/L. Esse valor é mais do que su-
quada ficiente para desencadear por si só a crise convulsiva,
3) Identificação rápida prognóstica: 2 ou mais pontos portanto revisaremos aqui aspectos da hiponatremia.
no qSOFA 1) Definições
a. FR 22 irpm Hiponatremia é um sódio abaixo de 135 e normalmen-
b. Alteração do estado mental te é causado por uma incapacidade de excretar água
corretamente. Em pacientes saudáveis, a ingesta de
c. PAS 100mmHg água não leva à hiponatremia porque a inibição reflexa
4) 6 parâmetros do SOFA: Glasgow, plaquetas, PaO2/ da secreção de ADH garante a excreção de agua e ga-
FiO2, Bilirrubina, PA e Creatinina rante a estabilidade.
5) Dentro de 1h da chegada do paciente: culturas e RL 2) Classificação
(incluindo lactato), inicio de ATB e expansão volu- Hiponatremia hipovolêmica: para que isso ocorra
métrica se hipotensão ou lactato alto! devemos ter perdas importantes de líquidos as-
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 79
sociada ao recebimento de líquidos hipotônicos. O tratamento é a elevação do sódio usando solução hi-
Essas perdas podem ser extrarrenais (diarreia, vô- pertônica de NaCl 3%, afim de aumentar o sódio num
mitos) ou renais (hipoaldosteronismo). Para dife- ritmo de 1-2mEq/L/h até o máximo de 4-6mEq/L.
renciarmos uma da outra medimos o sódio uriná- Vamos usar do exemplo da questão para fazermos um
rio: está <20 nas extrarrenais e >20 nas renais. passo a passo:
Hiponatremia hipervolêmica: nesse caso, há mui- PASSO 1: Cálculo do déficit de sódio.
to líquido, mas não há tanto sódio que compense! Deficit = 0,6 x Peso x (Na alvo – Na atual)
Nessa classificação temos a DRC, A IC descom-
pensada, a Síndrome Nefrótica e a Cirrose! Como o paciente tem 60kg e Na de 110 com alvo de
116 nas próximas 6h, teremos:
Hiponatremia euvolêmica: o grande representan-
te é o SIADH. Como o problema é a secreção Deficit = 216 mEq
inapropriada do ADH, há uma retenção de água PASSO 2: Converter os mEqs em gramas de NaCl (1g
livre sem que curse com uma aumento importante = 17mEq)
da volemia. Outras causas de hiponatremia euvo-
Deficit em gramas = 216/17 = 12,7g
lêmica incluem: hipotireoidismo e a insuficiência
adrenal secundária PASSO 3: Calcular quanto de hipertônica teremos
que utilizar:
o Causas de SIADH: Carbamazepina, Tricíclicos,
AINES grande parte das neoplasias (destaque para 3g NaCl --------- 100mL de solução
Oat Cells de pulmão), Pneumonias, Meningites... 12,7g NaCl ------ ?
Feita essa pequena explanação, nós já podemos identi- Resultado: Aproximadamente 420mL em 6h ou
ficar qual a provável etiologia da hiponatremia do pa- 70mL/h
ciente da questão: SIADH pelo uso de Carbamazepina.
Para não fugirmos muito do foco da questão, iremos >> Após essas medidas iniciais, iniciamos o tratamento
detalhar agora o tratamento para o quadro de hipona- de manutenção que certamente será necessário nesse
tremia sintomática grave, que é o caso! caso, já que se trata de um SIADH. Damos preferência
à restrição hídrica porque é uma causa que não é re-
Uma hiponatremia se manifesta principalmente com um solvida de imediato. Importante respeitar os limites de
quadro neurológico (convulsões, rebaixamento do sen- 8-10mEq/L em 24.
sório, confusão mental). Vamos entender como isso se
dá. A queda de sódio cria, no sangue, uma solução mais Um último conceito! Falamos muito dos limites para
hipotônica. Há, nesse momento, um extravasamento de a elevação do sódio. Qual o problema em se elevar de-
líquido causando um edema celular. Porém o cérebro mais?? Em hiponatremias de curso crônico (>48h) o
não é capaz de suportar esse aumento celular, levando ao SNC se adapta numa tentativa de não sofrer com o
quadro conhecido por encefalopatia hipo-osmolar. edema celular que descrevemos acima. Quando cor-
rigimos o sódio rápido demais, uma situação inversa
O segundo órgão que sofre com esse mecanismo osmó- acontece: o meio extracelular hipertônico “suga” a água
tico é o pulmão. O edema nas células alveolares leva a das células, causando uma quebra da barreira hemato-
um aumento da sua permeabilidade, causando edema encefálica e, consequentemente, uma lesão da mielina:
de pulmão. É a chamada Síndrome da Desmielinização Osmóti-
3) Tratamento da hiponatremia sintomática grave ca! Em hiponatremias muito agudas isso não costuma
ocorre porque o mecanismo de compensação ainda não
Uma hiponatremia é considerada grave quando se en-
foi estabelecido.
contra <120-125.
80 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
esse valor se encontra acima de 110 há uma espe- Feito isso, vamos aprofundar no caso clínico da ques-
cificidade grande para anemia megaloblástica. tão: Anemia Megaloblástica
c. HCM: Hemoglobina corpuscular média. Quan- A causa de uma anemia megaloblástica é um defeito na
do está abaixo de 28 temos as anemias HIPO- formação do DNA. A conclusão disso é um atraso na
CRÔMICAS. Quando está entre 28 e 32 temos divisão celular, criando células muito grandes. Como
as anemias NORMOCRÔMICAS. Acima de 32 as duas principais causas são carências (de ácido fólico
temos as anemias HIPERCRÔMICAS. e de vitamina B12), não há aumento da produção de
d. RDW: É o chamado índice de anisocitose. hemácias, portanto é o principal exemplo de anemia
Ele é capaz de medir a diferença de tamanho MACROCÍTICA e HIPOPROLIFERATIVA.
nas hemácias Muito cuidado com um achado laboratorial comum de
2) Contagem de reticulócitos aparecer nas anemias megaloblásticas e que pode gerar
dúvida: MARCADORES DE HEMÓLISE AUMEN-
a. Reticulócitos são hemácias jovens. A contagem TADOS. Ora, se há um déficit de produção de DNA, a
de reticulócitos é uma medida usada para clas- taxa de destruição das hemácias também aumenta, mas
sificar a anemia em HIPERPROLIFERATIVA isso não a torna uma doença hemolítica!
e HIPOPROLIFERATIVA. Qual a lógica? Se
há algum tipo de prejuízo medular (ausência de Existe um achado muito clássico em sangue perifé-
matéria prima, destruição da medula óssea) não rico e que adora cair em prova: achado de neutrófi-
haverá altas taxas de reticulócitos, pois não have- los hipersegmentados:
rá sua produção. Caso a gênese da anemia sejam
perdas externas (sangramentos, hemólise) a me-
dula prontamente responde com uma acelerada
reposição de hemácias. Como essa produção ace-
lerada não é capaz de amadurecer todas as célu-
las, a contagem de reticulócitos aumenta.
b. Qual o valor de referência? 0,5% a 2,0% OU de
30 a 100 mil (há divergências). Muito cuidado
com anemias profusas e porcentagens!!! Se há
pouca massa eritrocitária, a porcentagem de re-
ticulócitos pode estar falsamente aumentada!!
i. Para consertar isso, há uma fórmula que
deve ser aplicada. Chama IRC (Indíce de
Reticulócitos Corrigido) que é calculado
por Hb/15 x % de Reticulócitos >> Um
valor normal é menor que 2% Outro achado típico da anemia megaloblástica é a pre-
ii. Se a questão ainda for chata ela não vai sença dos macro-ovalócitos (grandes eritrócitos ovais)
te dar o valor da hemoglobina, apenas do As provas exploram as diferenças entre a deficiência de
hematócrito. Aí a fórmula é Reticulócitos folato e a deficiência de vitamina B12. Essa tabela resu-
= Ret x Ht/40, sendo que se o valor do me essas diferenças:
hematócrito for abaixo de 30%, ainda di-
vidimos o valor por 2.
82 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Vejam que o paciente em questão apresenta manifesta- Essa cinética, apesar de poder ser solicitada em todas
ções neurológicas, sendo a deficiência de B12 o diag- as anemias, é muito mais útil na avaliação das anemias
nóstico mais provável. Já deduzimos, portanto, que os microcíticas!
valores tanto de homocisteína e de ácido metilmalôni-
co estarão altos. Como as opções citam itens da cinética Vamos às alternativas:
do ferro, deem uma revisada!
A) INCORRETA Quase completa! Mas vimos que a
Ferritina: reflete os estoques de ferro no corpo. homocisteina é elevada!
Num contexto de perda crônica de ferro, esse va-
B) INCORRETA O teste da antiglobulina é também
lor é o primeiro a se reduzir.
conhecido como Coombs! Ele é positivo nas ane-
TIBC (ou Capacidade total de Ligação do Fer- mias hemolíticas secundárias a doenças autoimu-
ro): representa a concentração máxima de ferro nes. O índice de reticulócitos baixo nessa questão
que as proteínas séricas (principalmente a trans- faz a nossa suspeita cair sobre a anemia carencial
ferrina) podem ligar quando seus sítios estão e não sobre a anemia hemolítica, que cursa com
completamente saturados (Soma dos sítios liga- índice de reticulócitos altos.
dos, medida pelo ferro sérico + os sítios livres) C) CORRETA Homocisteina, acido metilmalónico e
Ferro sérico marcadores de hemólise elevados!!
Indice de saturação da transferrina: Ferro Séri- D) INCORRETA Além de não ter depleção dos esto-
co/TIBC ques de ferro, o LDH está aumentado
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 83
De maneira geral essa obstrução é reversível Piora dos sintomas a noite ou pela manhã
porque “basta” dilatar os brônquios. Porém sa- Sintomas desencadeados por alguma exposição
bemos que, com o tempo, a constante exposi- previamente citada
ção a esses fatores inflamatórios pode levar ao
remodelamento brônquio, gerando pelo menos A suspeita reduzirá se:
em parte um fator de irreversibilidade. O paciente se apresentar isoladamente com tosse
Mas quais são os fatores de risco?? Produção crônica de catarro
Esse é um tema bastante debatido, afinal é estimado Dor torácica
que no mundo existam por volta de 235 milhões de pa-
O exame físico normalmente não apresenta alterações.
cientes portadores de asma. Alguns itens são consenso:
As principais alterações incluem: sibilos, tórax silencio-
História familiar positiva e fatores genéticos so (em quadros de asma MUITO graves!!), hipertimpa-
Prematuridade nismo, uso de musculatura acessória e redução do FTV.
Atopia (extremamente bem documentada) 3) Diagnóstico
Exposição a alérgenos: poeira, mofo, animais do- Há 2 critérios importantes: quadro clínico compatí-
mésticos vel + confirmação de obstrução brônquica variável e
reversível.
Exposição ao tabagismo
3.1) Espirometria
Infecções respiratórias
Como temos um distúrbio OBSTRUTIVO poten-
Exposição ocupacional cialmente REVERSÍVEL, então temos que dar um
2) Quadro clínico jeito de visualizar ambas as condições numa espiro-
Como dissemos na definição, a asma é caracterizada metria!
por sibilos, tosse, esforço respiratório e limitação ao O distúrbio obstrutivo é identificado por um Índice
fluxo expiratório que aparecem em crises. Ou seja, ti- de Tiffeneau (VEF1/CVF) < 75-80% em adultos e
rando pacientes muito graves, a pessoa apresenta crises <85% em crianças.
de sintomas mais do que sintomas contínuos. Ótimo, mas como resolvemos a questão da rever-
Dessa forma, podemos estabelecer alguns fenótipos sibilidade?? Fazemos a chamada prova broncodila-
que nos auxiliam na suspeita clínica: tadora! Após definir que há o distúrbio obstrutivo,
Asma alérgica: é a mais comum. Se inicia na in- administramos um beta-2-agonista e repetimos a
fância e é relacionada com história familiar po- espirometria após 20 min, na expectativa de reverter
sitiva e atopia. a obstrução!
diagnóstico positivo. Esse teste é feito com apare- po, poderá ser elevada ou reduzida, a depender de quão
lhos portáteis! controlado o paciente está.
3.3) Melhora da função pulmonar após início do A primeira avaliação deve conter:
tratamento Confirmação diagnóstica
Mesmos valores da prova broncodilatadora após 1 Avaliar fatores de risco modificáveis e comor-
mês do início do tratamento bidades
3.4) Broncoprovocação Avaliar a técnica de uso dos inaladores
Após administração de metacolina, se houver Reavaliamos os pacientes entre 3-6meses após uma
uma queda do VEF1>20% também fechamos o mudança de etapa e se o paciente apresentar asma par-
diagnóstico. cialmente controlada ou não controlada, subiremos
uma etapa!
4) Avaliação do controle da asma Entendendo as 5 etapas:
Essa parte é fundamental para o tratamento! É aplicado ETAPA 1: Corticoide inalatório em dose baixa + for-
um questionário simples com as seguintes perguntas e moterol sob demanda
interpretação: Outras opções: CI + SABA por demanda
Sintomas diurnos mais de 2x por semana? ETAPA 2: Corticoide inalatório em dose baixa + for-
Despertar noturno devido a asma? moterol sob demanda.
Necessidade de terapia de resgate Outras opções: Montelucaste + SABA sob demanda
> 2x por semana?
ETAPA 3: Corticoide inalatório em dose baixa + for-
Qualquer limitação de atividade por
moterol em baixa dose de manutenção
causa da asma?
Outras opções: dose média de CI + SABA sob demanda
A dengue é uma doença febril causada por um dos qua- Atenção agora pessoal! Dengue é uma doença traiçoeira
tro tipos de vírus da família dos Flavivirus: DENV-1, que pode variar desde um quadro clinico leve até um
DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Esse vírus é transmiti- choque refratário.
do pelas fêmeas do gênero Aedes, sendo o grande repre- • Dengue clássica: caracterizada por febre alta de
sentante o Aedes aegypti. É uma doença que se apresen- início abrupto, seguida de cefaleia, mialgia, pros-
ta com surtos epidêmicos intercalados com períodos de tração, artralgia, anorexia, astenia, dor retrorbital,
endemia. Os picos vem se tornando cada vez maiores, náuseas, vômitos, exantema e prurido cutâneo. A
sendo que ultimamente ocorrem a cada 3-5 anos. Há doença tem uma duração média de 5 a 7 dias.
um grande dinamismo sobre o subtipo predominante.
• Febre hemorrágica da Dengue: os sintomas ini-
88 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
der do estado geral do paciente, tanto a conduta diag- tamos em um período epidêmico ou não, pedi-
nóstica quanto terapêutica irá se alterar. mos os exames específicos! Além disso, hemogra-
Então, frente a um caso suspeito de dengue, a pri- ma e transaminases são obrigatórios! Exames de
meira pergunta que devemos fazer é: HÁ SINAIS imagem como Radiografia de tórax e ultrassono-
DE ALARME? grafia de abdome são interessantes para avaliar
derrames cavitários.
• NÃO HÁ SINAIS DE ALARME: Pesquisamos en-
tão presença de sangramentos espontâneos de pele 3 Internação por mínimo de 48h
ou induzidos, condições clínicas, risco social ou co- 3 10mL/kg de soro fisiológico na primeira hora
morbidades: de admissão!!
Dengue A: Sem Sinais de alarme, sem condições espe- o Manter 10mL/kg durante a segunda hora,
ciais, sem risco social e sem comorbidades. até avaliação do hematócrito. Sem melho-
3 A conduta diagnóstica nesse caso só é solicitar isola- ra dos parâmetros podemos repetir a fase
mento viral ou sorologia em períodos não epidêmi- de expansão por 3x
cos e o hemograma nesse caso é a critério médico! o Em caso de melhora, passamos à fase de
3 O tratamento é ambulatorial com hidratação manutenção:
oral com 60mL/kg/dia sendo 1/3 com solução 3 25mL/kg em 6h seguido de 25ml/kg em 8 horas
salina de 2/3 de líquidos caseiros se houver melhora clínica
Dengue B: Sem sinais de alarme, com petéquias espon- Dengue D: Sinais de choque
tâneas ou induzidas pela prova do laço ou presença de:
menores de 2 anos ou maiores de 65, gestantes, HAS, Taquicardia
DM, DPOC, DRC, hepatopatias, doenças autoimunes Extremidades frias
ou doenças hematológicas Pulso fraco e filiforme
3 O hemograma, a partir de agora, é obrigatório. Enchimento capilar lento (>2 segundos)
Outros exames são de critério médico. PA convergente
3 Devemos manter o paciente hidratando no hos- Taquipneia
pital até o resultado dos exames: Oliguria (<1,5 mL/kg/h)
o Em caso de hematócrito normal, o trata- Hipotensão arterial
mento será ambulatorial com reavaliação Cianose
diária e agendar retorno em até 48h ou
imediatamente se sinais de alarme
3 Os exames complementares são os mesmos da
o Em caso de sinal de alarme: Conduzir como fase C
grupo C
3 Expansão volêmica com 20mL/kg em até 20 min
• HÁ SINAIS DE ALARME: Nesses pacientes deve- podendo repetir 3x. Se o paciente melhorar, pode-
mos evitar a retirada dos derrames cavitários, salvo mos retornar à conduta do grupo C.
quando estiverem causando a sintomatologia vigente.
3 No caso de resposta inadequada com persistência
Dengue C: Presença de qualquer sinal de alarme que de choque avaliar:
descrevemos no texto mais acima.
o Se o hematócrito estiver em ascensão utili-
3 A partir desse grupo, independentemente se es- zar reposição volêmica com albumina
90 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
A) Cefepime + Azitromicina.
B) Ceftriaxona + Claritromicina.
C) Moxifloxacina + Azitromicina.
D) Amoxicilina/Clavulanato + Claritromicina.
Resposta correta: Letra D
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 95
Essa radiografia demonstra uma consolidação em lobo b. Staphylococcus aureus: pneumatoceles (disten-
superior que cria uma espécie de curva, como se estivesse sões do alvéolo levando ao aparecimento de cis-
pesando sobre o lobo inferior. O nome desse quadro é tos) e derrame parapneumônico
pneumonia do lobo pesado, ou Pneumonia de Friedlan- Feito o diagnóstico, temos que nos perguntar basica-
der e tem como agente causador a K. pneumoniae mente 2 coisas: com o que tratar e onde tratar.
3) Microorganismos anaeróbios: lembrar sempre em Podemos tratar um paciente em domicílio, na unidade
pacientes com rebaixamento do sensório, doenças de internação ou na UTI. Usamos de alguns escores
degenerativas. São os microorganismos causadores prognósticos para nos ajudar na definição:
de Pneumonia aspirativa.
CURB-65:
a. Pegadinha clássica de prova: qual o diagnósti-
co de um paciente que se apresenta no pronto
socorro com quadro de dessaturação, dispneia
e história de aspiração de conteúdo gástrico há
4 horas? NÃO É PNEUMONIA!!! Trata-se de
uma pneumonite, que algumas bancas gostam de
chama-la pelo seu epônimo: Síndrome de Men-
delson. Uma pneumonia demanda tempo. O pa-
tógeno precisa de instalar no parênquima, então
demora um tempo.
b. Mais um detalhe sobre Pneumonia aspirativa: é
muito mais comum no pulmão direito e, mais
especificamente, no segmento posterior do lobo
superior e no segmento superior do lobo infe-
rior. Qual a lógica? Meramente uma questão de Confusão mental
facilidade e gravidade, afinal o brônquio direito Ureia > 43
é mais retificado. FR > 30
4) Mycoplasma Pneumoniae: essa é queridinha das PA < 90/60
picuinhas de prova, pois se relaciona com algumas Idade maior que 65 anos
manifestações pouco comuns. No geral, se a ques-
tão te apresentar alguma complicação aparente-
mente sem relação com a pneumonia em si, há uma O CURB é o mais simples, sendo essa a interpretação:
boa chance de a resposta ser a M. pneumoniaie
1) 0 ou 1: Paciente candidato ao tratamento ambu-
a. Fenômeno de Raynaud latorial
b. Steven-Johnson 2) 2: Considerar internação
c. MIRINGITE BOLHOSA 3) Acima de 3: Internar, sendo que acima de 4 é indi-
5) Para não fugir mais da questão em si, alguns outros cação de CTI
microorganismos e algo que se deva guardar: Nossa paciente pontuou 1!! Portanto, ela é uma forte
a. Legionella pneumophila: ar condicionado // candidata ao tratamento ambulatorial
Quadro grave // SIAD Pessoal, MUITA ATENÇÃO na hora de aplicar esco-
res em prova. As questões normalmente cobram bom
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senso associado!! Vocês não vão mandar um paciente Para concluir, a Sociedade Americana de Doenças In-
em choque séptico ou intubado para a internação em fecciosas propõe critérios para a decisão de internação
enfermaria só porque eventualmente ele pode não pon- ao CTI (1 maior ou 3 menores). Os critérios são bem
tuar mais de 4 no CURB. Pelo mesmo raciocínio você mais lógicos:
não mandará para casa um paciente institucionalizado, 1) Critérios maiores: (vamos combinar que esses cri-
sem via oral adequada ou sem apoio familiar só porque térios são universais para a admissão em CTI, não
o mesmo pontuou 0 no CURB!!! Bom senso. necessariamente em pacientes com PAC)
Existe outro escore chamado PSI/PORT. Ele é muito a. Instabilidade hemodinâmica
mais completo e complexo, porém muito menos práti-
co. São as seguintes variáveis: b. Insuficiência respiratória
Take-Home Message:
1) O primeiro passo em pacientes com HDA é estabi-
lização clínica
2) O passo seguinte é uma terapia endoscópica (escle-
roterapia ou ligadura elástica) + terapia medicamen-
tosa (octreotide ou somatostatina ou terlipressina)
3) Profilaxia secundária: Norfloxacino para PBE e Be-
tabloqueador para ressangramento
A) Cloridrato de amiodarona endovenoso e ablação A fibrilação atrial é a arritmia mais comum, principal-
posterior. mente nos idosos. Ela é gerada por incontáveis pontos
B) Cloridrato de amiodarona endovenoso e anticoa- de estímulo atriais que geram um verdadeiro curto cir-
gulação. cuito atrial. Porém apenas parte deles são passados ao
C) Tartarato de metoprolol endovenoso e anticoa- nó AV. Como há uma verdadeira anarquia de estimulo,
gulação. o ritmo cardíaco fica irregular!
D) Cardioversão elétrica com 100 J e anticoagulação. 1) Quem tem FA?
Tema importantíssimo! Os principais fatores de risco envolvem algum tipo de
agressão ao átrio:
Resposta correta: Letra C
3 Doença isquêmica
Analisando o eletrocardiograma dado: temos ausência 3 Doenças inflamatórias (pericardite, miocardite)
de onda P + QRS estreito + Intervalo RR irregular. Es- 3 Doenças de depósito (amiloidose, fibrose secun-
tamos diante de uma Fibrilação Atrial! dária a idade)
104 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
3.1) Estratégia de cardioversão FA com início em menos de 48h: o racional é que não
houve tempo para a formação de trombos, portanto a
Pode ser feita ou pela cardioversão elétrica sincronizada cardioversão pode ser imediata. Porém:
(200J se monofásico ou 120J se bifásico) ou por meio
de antiarrítmicos (os dois mais usados são a amiodaro- CHA2DS2-VASc 3 na mulher ou 2 no homem, iremos
na e a propafenona) não só realizar anticoagulação imediatamente antes da
cardioversão como serão pacientes de uso crônico.
3 A propafenona, inclusive, é a droga utilizada na
estratégia chamada pill-in-the-pocket. Ou seja, CHA2DS2-VASc de 2 na mulher ou de 1 no homem:
após reversão com segurança em ambiente intra- avaliar individualmente
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 105
c. Cada sintoma dure no máximo 60 min Quem são esses pacientes? Cefaleia frequente (>4 por
mês) ou prolongada (>12h); cefaleia que causa impor-
d. Pelo menos 1 sintoma de aura é unilateral tante impacto social; contraindicações ou refratarieda-
e. Pelo menos 1 sintoma de aura é positivo de às terapias agudas; cefaleia relacionada à menstrua-
ção; risco de abuso de medicação.
f. É acompanhado ou seguido de cefaleia
Três grandes classes de primeira linha:
Vejam que se há aura, não são necessários 5 episódios
de enxaqueca. Bastam 2. 3 Betabloqueadores: propranolol e atenolol
4) Tratamento 3 Antidepressivos: Amitriptilina e venlafaxina
Primeiro passo é a identificação dos gatilhos. Como a 3 Anticonvulsivantes: Topiramato e Valproato
maior parte deles é relacionado com sedentarismo, es- A escolha recairá sobre condições associadas e contrain-
tresse e alimentação, cuidados nesse sentido tendem a dicações! Por exemplo, não usaremos betabloqueadores
espaçar os episódios de crise em pacientes com asma grave. Preferiremos amitrip-
4.1) Abortivo tilina ou venlafaxina em pacientes com transtorno de
ansiedade associados...
3 Pacientes com sintomas leves: AINEs, Dipirona
e Paracetamol Em Março de 2022 houve a publicação de uma meta-
nálise sobre uma droga chamada erenumabe, um an-
3 Pacientes em início da crise severa: Triptanos! Os
tagonista do receptor do peptídeo relacionado ao gene
dois mais disponíveis em nosso meio são o Su-
da calcitonina (CGRP). Ele se mostrou seguro, sendo,
matriptano e o Naratriptano. São antagonistas
portanto, uma opção de segunda linha!
seletivos dos receptores serotoninérgicos 5-HT1.
Sua eficácia é bem maior quando administrada
no início da crise!
108 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Vamos às alternativas:
A) INCORRETA Não é a droga de escolha
B) INCORRETA Idem letra A!
C) INCORRETA??
D) CORRETA??
Vejam bem... A questão não nos deu os parâmetros de
3) Diagnóstico hipoxemia grave, portanto não poderíamos responder
se o paciente em questão tem a necessidade ou não de
PCP é fortemente suspeitada se: 1) Clínica sugesti-
prednisona. A oximetria não é usada para essa defini-
va 2) CD4 < 200 3) Hipoxemia desproporcional 4)
ção, apesar de poder ser uma inferência do que acha-
1-3-beta-D-glucano elevado 5) Infiltrado peri-hilar
ríamos na gasometria. De qualquer forma, prova não
na radiografia
é hora de inferências. Essa questão foi corretamente
O diagnóstico definitivo vem com o isolamento do anulada, porém guardem essa dica: na hora da prova
agente. 2 métodos são excelentes: lavado broncoalveo- escolham a opção com maior lógica clínica e deixem
lar e biópsia (seja transbrônquica, seja aberta) para brigar depois!
O agente é corado pelo método Giemsa e pelo pra-
ta-metenamina
110 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
3) Edema (não raramente anasarca)>> Devido a dimi- d. O padrão de lesão mais visto em biópsia
nuição da pressão oncótica sanguínea se chama Glomeruloesclerose Difusa. A
4) Hipercolesterolemia/Hipertrigliceridemia >> Devi- expansão mesangial nodular, que também
do a uma tentativa hepática de aumentar os níveis pode ser encontrada na biópsia, recebe o
proteicos. Como as lipoproteínas são de grande nome de Nódulos de Kimmelstiel-Wilson!
peso molecular, elas são retidas. e. Tratamento é feito com 1) Medidas dieté-
Apesar de não apresentar albumina <2,5, ela já está ticas com máximo de proteína de 0,8g/kg/
abaixo do valor de referência, além de apresentar os ou- dia 2) Controle da dislipidemia 3) Inter-
tros componentes! rupção do tabagismo
Bom, agora vem a pergunta de milhões: de onde vem i. Destaque para uso de drogas inibidoras do
essa síndrome nefrótica? Afinal, essa paciente apresenta sistema renina angiotensina aldosterona que,
2 condições que agridem o rim: 1) Diabetes Mellitus 2) se iniciadas em fase sem doença renal crônica
Lúpus Eritematoso Sistêmico estabelecida são NEFROPROTETORAS
a. Uma das principais causas de doença renal a. Todo paciente com LES deve ser triado
crônica (há divergências se a principal cau- para acometimento renal com função re-
sa no Brasil seria ela ou a hipertensiva) nal e EAS. A principal manifestação clínica
é a proteinúria. Porém, uma franca síndro-
b. O mecanismo de lesão é majoritariamen- me nefrótica pode acontecer!
te glomerular. Portanto o grande exame de
rastreio é a dosagem de albumina na urina. b. A biópsia renal é indicada em todos os
Isso é feito com a relação albumina/creatini- pacientes que apresentem alterações nes-
na maior que 30mg/g. Além disso, como há ses exames, pois modifica o tratamento.
uma chance razoável de evolução para DRC, Pacientes com altas taxas de fibrose não se
devemos medir a TFG periodicamente. beneficiam tanto de terapias agressivas!
Take-Home Message:
1) Constituintes da síndrome nefrótica:
QUESTÃO 39
a. Proteinúria importante (>3g ao dia) Mulher, 52 anos, procura a Unidade Básica de Saú-
de, por apresentar lesão pigmentada assintomática em
b. Hipoalbuminemia (2,5g) >> Afinal há a perda membro inferior, percebida há 8 meses (figura). A lesão
proteica na urina possui 0.9 cm de diâmetro e está localizada na região
c. Edema (não raramente anasarca)>> Devido a di- lateral da coxa direita. Em relação ao próximo passo
minuição da pressão oncótica sanguínea na abordagem da lesão em questão, marque a alterna-
tiva correta.
d. Hipercolesterolemia/Hipertrigliceridemia >>
Devido a uma tentativa hepática de aumentar os
níveis proteicos. Como as lipoproteínas são de
grande peso molecular, elas são retidas.
2) Nefropatia diabética:
a. O mecanismo de lesão é majoritariamente
glomerular
b. A evolução natural da doença é: HIPERFIL-
TRAÇÃO >> MICROALBUMINÚRIA >>
MACROALBUMINÚRIA
c. O padrão de lesão mais visto em biópsia se cha-
ma Glomeruloesclerose Difusa. A expansão me-
sangial nodular, que também pode ser encontra-
da na biópsia, recebe o nome de Nódulos de
Kimmelstiel-Wilson!
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 113
a. Se não houver suspeita de infecção, a con- ocorre em tromboses que se estendem à veia porta),
duta pode ser expectante. No entanto, em deve-se começar anticoagulação mesmo com a pos-
caso de infecção, é necessária a necrosecto- siblidade da necrose pancreática se tornar necro-he-
mia e antibiótico. morrágica. Esplenectomia profilática não é rotina!
C) Pseudocisto pancreático: é a coleção fluida persistente. 3) Complicações sistêmicas
É uma complicação crônica, ocorrendo após a quarta Quando acontecem, essas tendem a ser durante a
semana. Clinicamente ele se manifesta com dor abdo- fase aguda da pancreatite e indicam maior severida-
minal, náuseas, vômitos, elevação persistente de en- de: Coagulação Intravascular Disseminada; Falência
zimas pancreáticas. Se o mesmo infectar, chamamos Renal; Choque...
de abcesso pancreático. A conduta é expectante se o
paciente se apresentar assintomático ou drenagem se Vamos às alternativas:
houver sintomas ou complicações associadas.
D) Trombose venosa portoesplenomesentérica: chega a A) CORRETA Excelente! Volta da sintomatologia
acontecer em aproximadamente 50% dos pacientes após 4 semanas e sem febre
com pancreatite aguda necrotizante e é rara na au- B) INCORRETA Não pensamos em quadros agudos
sência de necrose. O tratamento deve ser focado na devido o tempo de 5 semanas
pancreatite, sendo que isso pode resultar na resolu- C) INCORRETA Normalmente é assintomática
ção espontânea da trombose. Se o paciente apresen- D) INCORRETA Não pensamos em infecção nesse caso
ta grande sintomatologia (que normalmente apenas
Take-Home Message:
COMPLICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONDUTA
Mais comum Conservadora OU
Coleção fluida peripancreática Maioria é reabsorvida Punção e antibiótico se houver
A persistência forma os pseudocistos infecção
Expectante se não houver
Ocorre em até 4 semanas infecção OU
Necrose pancreática
Pode se infectar Necrosectomia + Antibiótico se
infecção
Se sem sintomatologia, apenas
Ocorre após 5 semanas
expectante OU
Retorno de sintomatologia após alta
Pseudocisto pancreático Drenagem em caso de
A infecção do pseudocisto ganha o
sintomatologia antibiótico em
nome de abcesso
caso de infecção
O tratamento da pancreatite
Trombose de veia esplênica Assintomática se discreta
costuma ser suficiente
116 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Material Adaptado de: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
das Doenças Transmissíveis. Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança, 5.ed. - Brasília 2016.
Qual a fisiopatologia da doença para investigarmos os Entendido a etiopatogenia da doença, fica mais claro
sinais de alarme citados pela questão e orientados pe- entender porque pesquisamos sinais de choque, derra-
los fluxogramas de manejo da doença? A “Febre he- mes cavitários, manifestações hemorrágicas e hipoten-
morrágica da dengue”, como antigamente chamada, são. E também porque o tratamento da dengue grave
ou da dengue com sinais de alarme e/ou choque, estão é baseado em hidratação vigorosa via endovenosa, com
relacionados tanto com o tipo de sorotipo quanto fa- controle do risco hemorrágico e da hemoconcentração.
tores do hospedeiro, que desencadeiam uma resposta
imunológica anômala, com liberação de citocinas in- Vamos agora analisar
flamatórias e imunocomplexos, que levam ao aumento as alternativas:
da permeabilidade vascular, com consequente extrava-
samento de líquido para o interstício, queda da pressão A) - Incorreta. O vírus da dengue raramente atua no
arterial e manifestações hemorrágicas. parênquima pulmonar, causando pneumonia. O
edema agudo e o derrame pleural podem estar asso-
A diminuição do volume intravascular gera hemo-
ciado ao extravasamento de líquido para o interstício
concentração, má perfusão tecidual e hipóxia. O ex-
relacionadas à liberação de citocinas inflamatórias
travasamento de líquido pode gerar hepatomegalia e
derrames cavitários. B) - Incorreta. Como ocorre extravasamento de líqui-
do para o terceiro espaço, os pacientes tendem a
Além disso, há trombocitopenia e disfunção plaquetá- hipovolemia e, portanto, hipotensão. A origem do
ria associada, com maior risco para sangramentos. choque é pela perda de líquido intravascular.
118 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Os passos iniciais devem ser feitos para todos os re- Assim, vamos analisar as
cém-nascidos (RNs) que têm indicação de ser levado à alternativas:
mesa de reanimação, que são:
A) - Incorreta. Não há necessidade de fazer o estímulo
- Prematuros < 34 semanas
tátil nos passos iniciais
- Hipotonia B) - Incorreta. Não há necessidade de fazer o estímulo
- Apneia ou respiração irregular. tátil nos passos iniciais
Lembrando que qualquer uma das indicações citadas C) - Correta. Aquecer, posicionar, aspirar (se necessá-
acima já são suficientes para o clampeamento imediato rio) e secar.
do cordão umbilical e ser levado à mesa e feitos pas- D) - Não há necessidade de fazer o estímulo tátil nos
sos iniciais. passos iniciais
Os passos iniciais se baseiam em resolver obstrução de
vias aéreas altas e hipotermia, que podem ser fatores Take-Home Message:
envolvidos no desconforto respiratório e/ou hipotonia
1) As indicações para levar um RN ao berço são: pre-
e devem ser feitos em até 30 segundos. Gosto de usar o
maturidade (<34 semanas), hipotonia e respiração
mnemônico “APAS” para relembrar os passos iniciais,
irregular/apneia
já que ao trazer um RN ao mundo, estamos trazendo “a
paz” (desculpem pela péssima piada). 2) Os passos iniciais da reanimação neonatal devem ser
feitos em até 30 segundos
A = aquecer.
3) Os passos iniciais são: “APAS” Aquecer Posicionar
Provemos calor posicionando o RN em campos aqueci-
Aspirar (se necessário) Secar
dos, no berço com fonte de calor radiante, para manter
a normotermina (36,5 - 37,5 ºC)
P = posicionar. QUESTÃO 43
Posicionamos o pescoço em leve extensão a fim de Um casal de adolescentes traz seu filho de 6 meses à
manter a permeabilidade das vias aéreas. Podemos co- Unidade de Saúde, preocupado se seu desenvolvimen-
locar um coxim subescapular para ajudar. to está se dando de forma normal. O lactente nasceu
A = aspirar (se necessário) a termo e está em aleitamento materno exclusivo. Ao
examiná-lo, o médico orienta o casal em relação à aqui-
Quando há sinais de obstrução de vias aéreas, está
sição de novas habilidades pelo bebê. Aos 6 meses, o
indicada aspiração com sonda da bocas e, em segui-
que se espera que um lactente com desenvolvimento
da, das narinas
normal seja capaz de fazer?
S = Secar.
A) Arrastar-se e dar “”tchau””.
Para manter a normotermia, é importante secar o cor- B) Engatinhar e bater palmas.
po do RN e desprezar os campos úmidos.
C) Ficar em pé com apoio e falar ao menos 1 palavra
com sentido.
D) Segurar um objeto com as duas mãos, levá-lo à
boca e rolar no leito
Resposta correta: Letra D
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 121
Temos aqui uma questão simples sobre desenvolvimen- xação do olhar, sorriso social, sustentação do pescoço
to neuropsicomotor das crianças, exigindo do candida- até as atividades motoras mais complexas, como andar
to relembrar os principais marcos dos 6 meses de idade. e correr sem apoio. Para relembrar todos esses marcos,
Lembrando que o desenvolvimento motor da criança trago aqui a tabela presente na Caderneta da Criança,
ocorre de maneira crânio-caudal, começando com a fi- do Ministério da Saúde:
Vejam que os principais marcos colocados aos 6 meses - 3 meses: sustenta a cabeça
de idade são: - 4 meses: leva objetos à boca
- Busca ativa por objetos - 6 meses: senta com apoio; leva objetos de uma mão
- Leva objetos até a boca para outra; balbucia
- Localiza o som - 8 meses: senta sem apoio; engatinha/arrasta-se; “dá
- Muda de posição (rola sobre superfície plana) tchau”; fale duas palavras
Outros marcos que valem a pena relembrar: - 12 meses: anda com apoio
1) Resistência à insulina: o excesso de ácidos graxos cir- arterial, a medida de circunferência abdominal é
culantes associado à maior quantidade de tecido adi- usada como critério diagnóstico para a síndrome.
poso está relacionado com resistência à ação da insu-
lina, necessitando de maior secreção desse hormônio 3) Dislipidemia: O aumento do fluxo de áci-
para manter níveis normais de glicemia. Está relacio- dos graxos livres no fígado aumenta a produ-
nado com maior risco de DM tipo II no futuro ção de lipoproteínas de densidade muito alta
. (VLDL), resultando em aumento de LDL e tri-
2) Obesidade: Tanto a obesidade devido ao aumen- glicérides, aumentando o risco de aterosclero-
to de gordura no subcutâneo quando a obesida- se e eventos cardiovasculares. Além disso, com o
de visceral estão relacionados com maior núme- aumento de TG, pode haver redução do HDL.
ro de ácidos graxos livres circulantes, porém na
obesidade visceral, os derivados de lipídios são 4) Hipertensão arterial: relacionada à resistência insu-
liberados diretamente na circulação portal, alcan- línica e aumento de ácidos graxos livres circulantes
çando o fígado e alterando mais intensamente Relembrado os principais fatores relacionados à etiopa-
seu metabolismo de produção de glicose, síntese togenia da síndrome metabólica, vamos relembrar os
lipídica e secreção de proteínas pró trombóticas. critérios diagnósticos, sendo que o utilizado pela So-
Como a obesidade visceral tem risco indepen- ciedade Brasileira de Pediatria são os da International
dente para resistência insulínica e hipertensão Diabetes Federation (IDF):
O diagnóstico é feito com pelo menos três critérios dos Take-Home Message:
cinco apresentados, sendo obrigatório o aumento da 1) Os principais pilares da fisiopatologia da síndrome
circunferência abdominal. metabólica são: resistência insulínica, acúmulo de
O tratamento é feito com orientações de mudança de gordura visceral, dislipidemia e hipertensão.
estilo de vida, com ajuste da alimentação e inclusão de 2) O diagnóstico na pediatria é feito a partir dos
atividade física regular. Além disso, são usadas medi- 10 anos de idade, preenchendo 3 dos 5 critérios
cações que atuam diminuindo a resistência insulínica, diagnósticos, que são aumento da circunferência
como a metformina. abdominal (CC ≥ p90) E mais dois outros crité-
Relembrado os principais aspectos da síndrome, vamos rios entre:
analisar as alternativas: 1) hipertensão arterial sistêmica (PAS ≥ 130
A) - Incorreta. Falso. A circunferência abdominal em ou ≥ PAD 85 mm Hg)
crianças, assim como em adultos é um preditor in- 2) hipertrigliceridemia (≥ 150 mg/dL )
dependente de resistência insulínica, concentração
sérica elevada de lipídios e pressão arterial. 3) HDL baixo (< 40 mg/dL)
B) - Correta. A circunferência abdominal está rela- 4) glicemia de jejum elevada (≥ 100).
cionada com acúmulo de gordura visceral, que
correlaciona-se com aumento da resistência insu-
línica, hipertensão e dislipidemia e, portanto, de QUESTÃO 45
eventos cardiovasculares.
Paciente lactente de 1 ano e dois meses foi levado ao
C) - Incorreta. O IMC aumentado está relacionado ambulatório de Puericultura com quadro de lesões
com maior quantidade de ácidos graxos livres cir- papulares eritematosas pruriginosas e vesículas disse-
culantes, mas não se correlaciona à gordura visceral minadas em palmas das mãos, plantas dos pés, nos
e toda a etiopatogenia da doença. espaços interdigitais, antebraço, axilas e região glú-
D) - Incorreta. A resistência insulínica é um dos prin- tea. Mãe nega febre ou outros comemorativos e relata
cipais componentes da fisiopatologia da síndro- estar apresentando quadro de prurido corporal há 3
me metabólica. semanas. Nega contato do paciente com animais. De
acordo com o quadro clínico exposto, qual o diagnós-
tico e tratamento?
A) Pediculose / Ivermectina 200 mcg/kg em dose única.
B) Escabiose / Permetrina em loção cremosa a 1 ou 5%.
C) Miíase / Aplicação de vaselina sólida e retirada
com pinça.
D) Larva migrans / Tiabendazol a 5%, 2x/dia, por
2 semanas
Resposta correta: Letra B
ços interdigitais, axilas, região glútea e antebraço. O que - Lesão elementar: vesículas, pápulas, crotas e
não podemos deixar de pensar? Nas ectoparasitoses e, “túneis” pruriginosas, com progressão da área
especialmente, em escabiose! Vamos entender o porquê? acometida
Antes de nos aprofundarmos na escabiose, vamos re- - Locais preferências: locais “quentes”: áreas flexo-
lembrar os principais aspectos das ectoparasitoses: ras, coxas, virilha, mamas, interdigitais
- Piora dos sintomas á noite e após banho
1) Pediculose: o famoso “piolho”. Quadro clínico é de - Epidemiologia: contato com pessoas com prurido
prurido em couro cabeludo, com lêndeas nos fios
dos cabelos e, às vezes, a visualização do próprio pio-
lho adulto. Tratamento com permetrina shampoo
Temos aqui uma questão bem direta, que exige do can- 3º mês: Meningocócica C
didato relembrar toda a carteirinha de vacinação até 1 4º mês: Pentavalente, Pneumo10, VIP, rotavírus
ano e 4 meses, para saber quais são as vacinas faltantes.
Vamos relembrar o calendário do Programa Nacional 5º mês: Meningocócica C
de Imunização (PNI) de 2021: 6º mês: Pentavalente, VIP. A partir dos 6 meses, influenza
Vamos relembrar cada mês. Deixarei grifada àquelas 9º mês: Febre amarela
que a criança de nossa questão recebeu. 12º mês: Pneumo10, MeningoC, Tríplice viral (Saram-
Ao nascimento: BCG e Hepatite B (1ª dose) po, caxumba e rubéola)
2º mês: Pentavalente (DTP/Hib/Hep B), Pneumo10, 15º mês: VOP, Tretra viral (tríplice + varicela), hepatite
VIP, rotavírus A e DTP
128 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
1) Período de infecção: duração de cerca de 1 sema- 3) Remissão: Melhora dos sintomas, exantema pode
na. Inicia com febre acompanhada de tosse, coriza, se tornar escurecido e com descamação furfurácea
conjuntivite e fotofobia. Por volta do 3º dia, sur- O diagnóstico pode ser feito com anticorpos especí-
ge o exantema maculopapular morbiliforme com ficos para sarampo (IgM e IgG) ou teste de detecção
áreas de confluência, de evolução craniocaudal direta do vírus, como PCR no sangue e/ou urina.. Em
casos de surto instalado, o diagnóstico pode ser feito
2) Período toxêmico – período onde ocorrem as com- pelo quadro clínico compatível e vínculo epidemioló-
plicações, principalmente nas crianças menores do gico. O tratamento é feito com base em sintomáticos
que 2 anos. e vitamina A, já que alguns estudos apontam redução
da morbimortalidade.
Em relação ao bloqueio vacinal, ele é realizado de ma-
neira seletiva, levando em consideração a idade e esque-
ma vacinal do paciente, como resume a tabela abaixo:
A) - Incorreta. Por se tratar de vacina de vírus vivo ate- C) - Incorreta. A vacina está contraindicada para me-
nuado, a vacinação não é recomendada para gestan- nores que 6 meses de idade
tes e crianças menores de 6 meses. D) - Correta. Conforme vimos, a vacinação deve ser
B) - Incorreta. O bloqueio vacinal pode ser feito em até 3 feita em até 72h após contato com caso suspeito
dias após contato com caso confirmado ou suspeito ou confirmado
132 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
• Uma ou mais infecções respiratórias mensais; 4. Abscessos de repetição ou ectima (infecção bac-
teriana da pele);
• Três ou mais infecções anuais do trato respiratório
inferior 5. Dois ou mais episódios de infecção sistêmica gra-
ve (meningite, osteoartrite, septicemia);
Dessas crianças, cerca de 50% são saudáveis. Da outra
metade, cerca de 30% apresentam alguma condição alér- 6. Infecções intestinais de repetição/diarréia crônica;
gica, 10% alguma doença crônica como doença do reflu- 7. Asma grave, doenças do colágeno ou doen-
xo gastroesofágico e apenas 10% apresentam algum tipo ça autoimune;
de imunodeficiência. No geral, essas infecções cursam 8. Efeito adverso ao BCG e/ou infecção
com melhora espontânea, sem grandes complicações. por micobactéria;
Ocorrem devido ao aumento da exposição a agentes in-
fecciosos do meio ambiente nos primeiros anos de vida. 9. Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada
à imunodeficiência;
Cabe ao pediatra uma avaliação completa do quadro
clínico, para identificar os casos de possível imunodefi- 10. Histórico familiar da doença
ciência. Para isso, é importante avaliar:
1) Identificar alguma doença de base:
Agora vamos analisar
as alternativas:
Há doenças crônicas que podem facilitar a ocorrência
de IRR, como refluxo gastroesofágico, fibrose cística, A) - Incorreta. A maioria das infecções respiratórias de
asma, rinite alérgica. repetição na infância são autolimitadas e ocorre em
crianças saudáveis, por fatores de risco e imaturida-
2) Identificar fatores de risco:
de imunológica
Algumas situações aumentam o risco de desenvol- B) - Correta Como vimos, frequentar creche, polui-
vimento de IRR, como frequentar creches, irmãos ção, tabagismo e domicílio com grande quantida-
mais velhos no domicílio, exposição à tabagismo, de de pessoas são fatores de risco
poluição atmosférica, domicílio com muitas pessoas
C) - Correta. Há uma hipogamaglobulinemia na infân-
cia, que tende a se normalizar com 4-5 anos. Além
3) Reconhecer a imaturidade do sistema imunológi- disso, ocorre aumento na exposição de patógenos
co adaptativo nos primeiros anos de vida:
134 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
D) - Incorreta Apenas 10% das crianças apresentam duração inalatório nas crises. A questão exige que o
alguma doença crônica de base, sendo avaliado na candidato escolha a hipótese diagnóstica mais provável.
anamnese e exame físico. Entre as alternativas, fica relativamente fácil definir que
Como há duas alternativas corretas, a questão é asma intermitente, por exclusão, já que amigdalites
foi anulada. de repetição e sinusites não cursam com desconforto
respiratório por ser uma infecção de vias aéreas altas.
Take-Home Message: Em relação à bronquite catarral aguda, que é um sinô-
1) As infecções respiratórias de repetição são carac- nimo para o quadro de bronquiolite, geralmente ocorre
terizadas por: em crianças pequenas (até 1 ano de idade), não sendo
• Seis ou mais infecções respiratórias por ano; um quadro recorrente. Vamos relembrar os critérios
diagnósticos da asma e seu quadro clínico para enten-
• Uma ou mais infecções respiratórias mensais; der melhor a questão.
• Três ou mais infecções anuais do trato respirató- A asma é uma doença inflamatória crônica, caracteri-
rio inferior zada por sinais e sintomas, recorrentes ou persistentes,
2) Seus fatores de risco são: frequentar creches, irmãos de obstrução de vias aéreas, relacionados à hiperres-
mais velhos no domicílio, exposição à tabagismo, ponsividade brônquica e desencadeados por fatores
poluição atmosférica, domicílio com muitas pes- como exercício físico, alérgenos e infecções virais. Es-
soas ses sintomas são tosse, chiado no peito, dor torácica e
dificuldade respiratória. A obstrução ao fluxo aéreo é
3) Metade das crianças com IRR são saudáveis, apenas
difusa, variável e reversível espontaneamente ou com
10% apresentam alguma imunodeficiência primária
tratamento. É uma condição multifatorial determinada
pela interação de fatores genéticos e ambientais.
QUESTÃO 51 O diagnóstico em crianças é difícil pela limitação em
realizar a espirometria, que é definido por limitação
Uma menina de 6 anos é trazida à Unidade Básica de ao fluxo aéreo com padrão obstrutivo (VEF1/CVF <
Saúde com tosse persistente e cansaço há 48 horas e 0,80) e/ou resposta ao broncodilatador (aumento no
febre há 24 horas. Os pais referem que é o terceiro epi- VEF1>12%). Assim, usamos índices preditivos para
sódio este ano. Fez uso de nebulizações com 2 gotas de tentar entender a probabilidade de se tratar de uma
salbutamol, xarope para tosse e amoxicilina, repetindo asma alérgica diante de um sibilante recorrente. O ín-
receita anterior. Pais com sintomas compatíveis com dice mais conhecido são os critérios de Castro-Rodri-
Rinite Alérgica. Qual o diagnóstico dessa paciente? guez, definidos abaixo:
A) Sinusite Aguda.
CRITÉRIOS MAIORES:
B) Asma intermitente.
- História pessoal de dermatite atópica
C) Bronquite catarral aguda.
D) Amigdalites de repetição. - História parental (1º grau) de asma
CRITÉRIOS MENORES:
Resposta correta: Letra B
- História pessoal de rinite alérgica
Temos aqui uma questão que traz uma criança de 6 - Eosinofilia > 4%
anos, em seu terceiro episódio de sibilância, com his-
tória de quadro infeccioso prévio ao desconforto respi- - Crises de sibilância fora de quadros infecciosos
ratório. Costuma fazer uso de beta-2-agonista de curta A classificação da asma vai depender dos sintomas di-
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 135
ários, frequência das crises, necessidade de internação e uso de medicação broncodilatadora, conforme mostra a
tabela abaixo:
Tabela retirada do III Consenso de Asma reas altas que persistem com febre e rinorreia impor-
da Sociedade Brasileira de Pediatria tante por mais de 5 dias ou com evolução bifásica.
Assim, a criança da questão apresentada apresentava B) - Correta. Conforme vimos, enquadra-se em qua-
quadros de sibilância esporádicos (< que 1 vez por se- dro de asma intermitente
mana), geralmente associado a um quadro infeccioso, C) - Incorreta. A bronquite aguda é um quadro que
com boa resposta ao broncodilatador, classificando-se ocorre em lactentes, com obstrução da saída de
como asmática intermitente. ar por acúmulo de secreção nas vias aéreas de pe-
queno diâmetro
Vamos analisar as alternativas: D) - Incorreta. Os quadros de amigdalite de repetição
A) - Incorreta. Sinusite é um quadro com cefaleia, não cursam com desconforto respiratório pela to-
rinorreia purulenta e geralmente com uma das 2 pografia alta, nem respondem à broncodilatador.
apresentações clínicas clássicas: infecção de vias aé-
136 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Além da apresentação clínica clássica, a infecção por e, mais tardiamente, como a síndrome inflamatória
covid pode se manifestar em suas formas mais graves, multissistêmica (MISC), conforme está definida pelas
como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tabelas abaixo:
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 137
Relembrada as formas de apresentação clínica da CO- Temos aqui uma questão conceitual sobre a consulta
VID-19, vamos analisar as alternativas: com o adolescente, questionando ao candidato quais
A) - Incorreta.. A febre pode estar presente, mas não é são as principais questões que devem ser abordadas,
critério obrigatório pensando em situações de potencial risco ao paciente
especialmente quando realizamos a consulta sem a pre-
B) - Incorreta. A diarreia pode estar presente, especial- sença dos pais ou responsáveis.
mente nos pacientes pediátricos, mas não é a forma de
apresentação mais comum nem critério diagnóstico O Ministério da Saúde define a adolescência como o
C) - Incorreta A febre não é obrigatória na definição de período determinado pela Organização Mundial da
caso suspeito Saúde (OMS), que caracteriza o período de 10 e 20
anos incompletos. Esse período é caracterizado por im-
D) - Correta Conforme vimos, sintomas gastroin- portantes transformações físicas – crescimento como
testinais sem febre podem ocorrer na população um todo e surgimento da puberdade, evidenciada pelos
pediátrica caracteres sexuais secundários – reorganização psíquica,
peculiaridades afetivo-sexuais, comportamentais, so-
QUESTÃO 53 cioculturais, espirituais, com busca de projetos de vida
e outra percepção do mundo.
Na etapa inicial da anamnese do adolescente, com a
Apesar de vivenciarem questões semelhantes, os ado-
presença dos pais ou responsáveis, devem ser aborda-
lescentes são seres complexos e heterogêneos, sendo
dos o motivo da consulta e informações sobre história
necessária uma consulta que consiga abordar os aspec-
pregressa e imunizações. A seguir, é importante pedir
tos físicos, psíquicos, sociais, culturais, sexuais e espi-
licença aos pais para conversar a sós com o jovem.
rituais. De maneira prática, realizamos a avaliação em
Alguns instrumentos possibilitam a triagem de situ-
três momentos:
ações de risco nessa faixa etária. Quais as situações
que devem ser rotineiramente pesquisadas atualmen- - Consulta com o adolescente e seus familiares
te, possíveis de avaliação através desses instrumentos - Consulta com o adolescente a sós
padronizados de triagem?
- Consulta com o responsável a sós
A) Uso de substâncias psicoativas, orientação sexual
e delinquência. Esses três momentos são necessários para entender o
ambiente familiar que o adolescente convive, a dinâ-
B) Uso e abuso de meios eletrônicos, ações violentas e
mica da família, as demandas do próprio paciente e
mau desempenho escolar.
da família e, principalmente na consulta a sós com o
C) Envolvimento em ações violentas, preferências se- paciente, identificar situações de possível risco. Para
xuais e mau desempenho escolar. isso, há um instrumento denominado “HEADSS”, re-
D) Uso de substâncias psicoativas, uso e abuso de centemente atualizado para “HEEADSSS”, que avalia
meios eletrônicos e internet e depressão todas as possíveis situações de risco, conforme mostra
a tabela abaixo:
Resposta correta: Letra Anulada
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 139
Relembrada a técnica de consulta com o adolescente, Uso e abuso de eletrônicos: deve ser avaliada
vamos analisar as possibilidades da questão: Ações violentas: deve ser avaliada
Uso de substâncias psicoativas: deve ser avaliada Mau desempenho escolar: deve ser avaliado
Orientação sexual: deve ser avaliada Depressão: deve ser avaliada
Delinquência: não sabemos o que a questão define Assim, todas as alternativas são cabíveis de ser correta e
como “delinquência”, mas poderia se enquadrar em si- a questão foi anulada.
tuações de violência talvez.
140 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Vamos analisar as alternativas: liferativa. Entre leucemia linfoide aguda (LLA) e leuce-
mia mieloide aguda (LMA), qual escolher?
A) - Incorreta. A gastroenteropatia eosinofílica cursa
com perda de peso e outros sintomas gastrointesti- As leucemias são o grupo de câncer mais comum na
nais associados infância, representando cerca de 30% dos casos, sendo
que 80% são de LLA e cerca de 15-20% das LMA.
B) - Correta. Diarreia mucosanguinolenta sem com-
A leucemia mieloide crônica corresponde apenas a 5%
prometimento do estado geral deve ser suspeitado
dos casos, sendo seu pico de incidência na 4-5ª década
de APLV
de vida. O pico de incidência da LLA ocorre entre os
C) - Incorreta A enteropatia induzida por proteínas 2 e 4 anos e a LMA é mais frequente em crianças com
alimentares cursa com perda ponderal menos de 1 ano de idade e em adolescentes.
D) - Incorreta. Na “FPIES”, ocorre um importante
O quadro clínico vai depender do grau de infiltração
comprometimento do estado geral
medular e da extensão da doença extramedular, mas seus
principais achados são: astenia, febre, linfoadenomega-
Take-Home Message: lia, hepatoesplenomegalia associado a eventos hemorrá-
gicos. A dor óssea é um sintoma frequente (25-40%),
1) Lactente com diarréia mucosanguinolenta, sem
principalmente em membros inferiores, que pode ser tão
comprometimento do estado geral ou perda de
intensa impedindo a deambulação. Nos casos de infiltra-
peso, deve ser suspeitado por APLV
ção articular, a doença pode ser confundida com doen-
ças reumatológicas, mas quando associada a mais de um
parâmetro alterado no hemograma, sugere a presença de
QUESTÃO 55
uma neoplasia maligna e não de doença reumatoide.
Uma criança de cinco anos de idade chega ao ambula- Entre as alterações em exames complementares, po-
tório por apresentar dor óssea em membros inferiores, demos citar anemia, plaquetopenia, leucocitose, neu-
dificultando a deambulação e sem ceder facilmente aos tropenia, presença de blastos em sangue periférico. O
analgésicos habituais. Também apresenta dor toraco- diagnóstico definitivo é feito com exame citomorfo-
lombar e astenia. Ao exame físico, é identificado febre lógico do sangue periférico ou de aspirado de medu-
e hepatomegalia, esplenomegalia e linfonodomegalias la óssea, sendo imprescindível o estudo imunofenotí-
generalizadas. Qual a principal hipótese diagnóstica? pico para determinar o prognóstico e o tratamento a
A) Leucemia linfoide aguda. ser implementado.
B) Leucemia mieloide aguda. Relembrado os principais aspectos das leucemias na in-
C) Mononucleose infecciosa. fância, vamos analisar as alternativas:
D) Artrite reumatoide juvenil. A) - Correta. A LLA é o tumor mais comum da infância
B) - Incorreta. Apesar de se tratar de um quadro de
Resposta correta: Letra A
leucemia, pela prevalência maior da LLA, a LMA
não seria a principal hipótese diagnóstica
Temos aqui uma criança com astenia, febre e hepatoes-
plenomegalia associado à linfoadenomegalia. Até aqui, C) - Incorreta. A mononucleose cursa com hepatoes-
ficamos em dúvida se estamos diante de uma doença plenomegalia febril associado à linfoadenomegalia,
linfoproliferativa ou quadro infeccioso, como uma mas não cursa com acometimento ósseo
“mono-like”. Contudo, com o dado de dor óssea, tanto D) - Incorreta. A artrite reumatóide juvenil, apesar da dor
em membros inferiores quanto em região toracolom- óssea, não cursa com hepatoesplenomegalia febril
bar, nos fazendo pensar mais em uma doença linfopro-
142 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Essas lesões não podem estar relacionadas ao uso de D. Não são satisfeitos os critérios para Transtorno da
substâncias ou condições clínicas, como TCE. Conduta (TC) e, se o indivíduo tem 18 anos ou
Transtorno de Oposição desafiante mais, não são satisfeitos os critérios para Trans-
torno da Personalidade Antissocial
São crianças jovens, caracterizado essencialmente por
um comportamento provocador, desobediente ou per- Transtorno de personalidade antissocial
turbador e não acompanhado de comportamentos de- O transtorno de personalidade antissocial é caracteri-
lituosos ou de condutas agressivas ou dissociais graves zado por pessoas que carecem de empatia, tendendo
A. Critério Geral: a insensibilidade, cinismo e desdém ao sentimento,
direito e sofrimento alheio. Donos de uma personali-
Os pacientes devem apresentar um padrão de compor- dade arrogante, inflada, autoconfiante ou convencido.
tamento negativista, hostil e desafiador durando pelo Propensos a prisões sucessivas e abuso de substâncias,
menos 6 meses, durante os quais quatro (ou mais) das lícitas e ilícitas, sem sinais de arrependimento, ou ra-
seguintes características estão presentes: cionalização precária de seus atos.
Humor raivoso: O seu diagnóstico é feito a partir dos 18 anos, Ter evi-
(1) frequentemente perde a paciência dências de transtorno de conduta antes dos quinze anos
de idade, agressão a pessoas, animais, destruição de pro-
(2) frequentemente é sensível ou facilmente in-
priedade, fraude, roubo ou violação a regras, são com-
comodado
portamentos característicos de um desvio de conduta
(3) com frequência é raivoso e ressentido
Relembrada as características de cada transtorno, po-
Comportamento questionador e desafiante: demos avaliar que a criança citada tem um comporta-
(4) frequentemente questionado figuras de autorida- mento não só desobediente, mas desafiador, sem causar
de (adultos) delitos ou violações graves de regras, sendo compatível
com Trasntorno de Oposição Desafiante.
(5) frequentemente desafia acintosamente ou se re-
cusa a obedecer a regras ou pedidos de figuras de A) - Incorreta. Não há delitos ou agressões graves para
autoridade caracterizar transtorno de conduta
B) - Incorreta. Não há história de explosões de raiva
(6) frequentemente incomoda deliberadamente ou-
tras pessoas C) - Correta. A criança tem comportamento provoca-
dor, sem causar delitos
(7) frequentemente culpa os outros por seus erros
D) - Incorreta. Além de ser um diagnóstico dado para
Índole vingativa: maiores de 18 anos, mas não delitos ou agressões
(8) foi malvado ou vingativo pelo menos duas vezes à terceiros.
nos últimos 6 meses
Outros Critérios: Take-Home Message:
B. A perturbação do comportamento causa prejuízo Crianças que são desobedientes e provocadoras, com
clinicamente significativo no funcionamento so- comportamentos vingativos, hostis e agressivos, preju-
cial, acadêmico ou ocupacional . dicando o convívio familiar e com terceiros, mas sem
cometer delitos ou agressões graves, são classificadas
C. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente
como transtorno de oposição desafiante.
durante o curso de um Transtorno Psicótico ou
Transtorno do Humor
148 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
A) CORRETA. O Pacto pela Vida definiu como Tem como marco o fortalecimento da Atenção primá-
prioridade: “consolidar e qualificar a estratégia ria à Saúde (APS) e sua constituição como porta de
Saúde da Família como modelo de Atenção Básica entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS),
e centro ordenador das redes de atenção à saúde sendo o ponto de partida para a estruturação dos sis-
no Sistema Único de Saúde (SUS)”, que é consi- temas locais de saúde. Sua prioridade era, em concor-
derado norteador da publicação da PNAB 2006. dância com Pacto pela Vida: “consolidar e qualificar a
B) INCORRETA. O enfoque da PNAB 2006 foi que estratégia Saúde da Família como modelo de Atenção
as prioridades que apresentam impacto sobre a situ- Básica e centro ordenador das redes de atenção à saúde
ação de saúde da população brasileira fossem vistas no Sistema Único de Saúde (SUS).
a partir da Atenção Básica como porta de acesso
para o sistema e centro ordenador deste.
Take-Home Message:
C) INCORRETA. A PNAB 2006 levou em conta
princípios do SUS, como a universalidade explici- A PNAB de 2006 traz a redefinição dos princípios ge-
tada, levando em conta as diretrizes do Pacto em rais, responsabilidades de cada
Defesa do SUS. Mas o principal objetivo era o for- esfera de governo, infra-estrutura e recursos necessários,
talecimento da Atenção Primária como ponto de características do processo de trabalho, atribuições dos
partida para estruturação dos sistemas. profissionais, e as regras de financiamento, incluindo
D) INCORRETA. A PNAB 2006 aponta para a rede- as especificidades da estratégia Saúde da Família. Seu
finição de responsabilidades de cada esfera de go- principal marco foi “consolidar e qualificar a estratégia
verno na gestão, mas o principal objetivo foi trazer Saúde da Família como modelo de Atenção Básica e
a regulamentação da Atenção Básica para colocá-la centro ordenador das redes de atenção à saúde no Siste-
como centro ordenador das redes. ma Único de Saúde (SUS) ”.
Explicação:
A construção da Política Nacional de Atenção Básica
de 2006 se fundamentou nos eixos transversais da uni-
versalidade, integralidade e eqüidade, em um contexto
de descentralização e controle social da gestão, princí-
pios assistenciais e organizativos do SUS, consignados
na legislação. Traz como proposta a redefinição dos
“princípios gerais, responsabilidades de cada
esfera de governo, infra-estrutura e recursos necessários,
características do processo de trabalho, atribuições dos
profissionais, e as regras de financiamento, incluindo as
especificidades da estratégia Saúde da Família.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 155
portamentais que influenciam a ocorrência de proble- A) INCORRETA. Deve ser feita vigilância dos casos
mas de saúde e seus fatores de risco na população. novos e dos seus contatos. Os casos antigos, se já
tiverem sido adequadamente manejados clinica-
mente, além de ter sido feita investigação de seus
Take-Home Message: contatos adequada, não precisariam da busca ativa.
Não se esqueça dos Determinantes Sociais de Saúde B) INCORRETA. A vigilância dos contatos indepen-
(DSS). São fatores sociais, econômicos,culturais, ét- de da forma clínica do caso com o qual tiveram
nico-raciais, psicológicos e comportamentais que in- contato.
fluenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus C) CORRETA. Considera-se como contato intrado-
fatores de risco na população. miciliar toda pessoa que more ou já morou nos
últimos 5 anos com indivíduos apresentando han-
seníase, independente de sua forma clínica. To-
QUESTÃO 68 dos os contatos devem ser convocados para fazer o
Durante sua primeira semana de atendimento em sua exame dermatoneurológico.
Unidade de Saúde, você participa de uma reunião de D) INCORRETA. Não é necessário convocar todos os
equipe envolvendo todas as equipes e gestores. Dentre os moradores, apenas os contatos intradomiciliares.
pontos de fragilidade que são trazidos pela gestão, você Explicação:
percebe que não constam pacientes com Hanseníase nas
O M. leprae (conhecido também como bacilo de Han-
microáreas das suas Agentes Comunitárias de Saúde.
sen) é um bacilo álcool-ácido-resistente com afinidade
Posteriormente, em uma reunião somente com sua equi-
por células cutâneas e células dos nervos periféricos.
pe (enfermeira e agentes comunitários de saúde), você
A sua transmissão ocorre pelas vias aéreas superiores a
decide reabordar a temática, trazendo algumas sugestões
partir de pessoas com as formas multibacilares (MBs)
para a Investigação Epidemiológica para o diagnóstico
da doença, sem tratamento. É necessário o contato
precoce de casos. Assinale a alternativa que contempla
prolongado com indivíduos doentes multibacilares não
um componente da Investigação Epidemiológica.
tratados para contrair a doença.
A) Busca ativa de todos os casos do território, incluin-
Considera-se como contato intradomiciliar toda pessoa
do antigos e novos casos.
que more ou já morou nos últimos 5 anos com indi-
B) Vigilância de contatos somente de pacientes de víduos apresentando hanseníase, independente de sua
classe operacional Multibacilar. forma clínica. Todos os contatos devem ser convocados
C) Vigilância de contatos de pacientes independen- para fazer o exame dermatoneurológico.
temente de classe operacional: seja Paucibacilar
ou Multibacilar.
D) Realização de atendimento com exame dermato-
neurológico para dermatoses e/ou neuropatias pe-
riféricas de todos os moradores da microárea.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 159
A) INCORRETA. O que se leva em consideração para ca insatisfatórias, entre outros. O abandono prévio
passar da fase de ataque para a de manutenção é a de tratamento não indica prolongamento da fase
baciloscopia do segundo mês. de manutenção.
B) CORRETA. Tanto para casos novos quanto para D) INCORRETA. Conforme explicação da alterna-
retratamento após abandono de tratamento pré- tiva C.
vio de tuberculose, o paciente deve realizar trata- Explicação:
mento com RHZE por dois meses, seguindo para
fase de manutenção com RH caso baciloscopia do Tanto os casos novos de tuberculose quanto os casos de
segundo mês negativa. A baciloscopia deve ser pe- retratamento (recidiva e reingresso após abandono que
dida mensalmente no seguimento. apresentem doença ativa) em adultos e adolescentes (≥
10 anos de idade) devem seguir o seguinte esquema
C) INCORRETA. O prolongamento da fase de ma- básico, conforme o quadro apresentado. Esse esquema
nutenção em geral é feito na atenção secundária é válido para a maioria das apresentações clínicas (pul-
em casos como baciloscopias de acompanhamen- monares e extrapulmonares), exceto a forma meningo-
to negativas, com evolução clínica e/ou radiológi- encefálica e ostearticular.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 161
O prolongamento da fase de manutenção deve ser defi- isoladamente, com boa evolução clínica e radio-
nido, idealmente, na referência da Atenção Secundária lógica. É necessário investigar a possibilidade de
para tuberculose. Algumas indicações para a ampliação TB resistente;
do tempo de tratamento são: › pacientes com apresentação radiológica eviden-
› pacientes com baciloscopias de acompanhamen- ciando múltiplas cavidades, especialmente se
to negativas, com evolução clínica e/ou radioló- exibem baciloscopia positiva ao final do segundo
gica insatisfatórias; mês de tratamento. É necessário investigar a pos-
› pacientes com baciloscopia positiva (com poucos sibilidade TB resistente.
bacilos) no quinto ou sexto mês de tratamento, O seguimento deve ser feito de acordo com o seguin-
te quadro:
162 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Take-Home Message:
Uretrite se apresenta com disúria e corrimento uretral,
na maior parte dos casos. O tratamento de escolha é
feito com Ceftriaxona, 500 mg, IM dose única +azi-
tromicina, 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose única.
Em algumas localidades, ainda é possível usar Cipro-
floxacina, mas não em São Paulo, Minas gerais e Rio de
Janeiro. Fiquem atentos.
QUESTÃO 71
Em seu atendimento com Vanessa, com a finalidade de o relato da Vanessa trouxe as mesmas informações pre-
estabelecer um vínculo com uma paciente com contex- viamente já passadas pelo Dr. Marcos Júlio, assinale a
to familiar e social tão complexo, você resolve confec- alternativa que traz uma informação não contemplada
cionar um Genograma de Vanessa. Considerando que pelo Genograma ilustrado na Figura 1.
O genograma deve conter: ao menos três gerações; querda para a direita; uma legenda explicando os sím-
nomes dos familiares; idade dos membros; mortes (in- bolos utilizados.
cluindo idade de morte e causa); doenças significativas Veja a figura a seguir, que contém alguns símbolos con-
dos familiares; nascimentos listados em ordem, da es- vencionados no genograma:
166 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Figura adaptada de: “Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Volumes: Princípios, Formação e Prática.
Gusso, G; Lopes, JMC; Dias, LC – 2ª edição - 2019”
A) INCORRETA. A puérpera deve ser orientada a orientar procurar fumar após a amamentação e não fu-
procurar fumar após a amamentação, caso não con- mar no mesmo ambiente em que a criança se encontra.
siga, realmente, cessar por completo o tabagismo.
B) CORRETA. Aconselhamento comportamental é
a principal intervenção para a cessação do tabagis- Take-Home Message:
mo e a prevenção de recaídas durante a gestação A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no
e o puerpério. Se não for possível a cessação do feto, redução de peso, menor estatura, além de altera-
tabagismo por completo, orientar procurar fumar ções neurológicas. O risco de abortamento espontâneo
após amamentação e num ambiente diferente po- é maior nas mães que fumam. O cigarro é associado a
dem ser medidas de redução de danos. efeitos deletérios nos recém-nascidos, incluindo aumen-
C) INCORRETA. Tabagismo não é contraindicação to do risco para doenças respiratórias e otite infecciosa,
absoluta para a amamentação. Se não for possível síndrome da morte súbita, transtornos comportamen-
cessação, a puérpera deve ser estimulada a reduzir tais e comprometimento cognitivo. Aconselhamento
o consumo e não fumar no ambiente em que a comportamental é a principal intervenção para a ces-
criança está. sação do tabagismo e a prevenção de recaídas durante
D) INCORRETA. Tabagismo não é contraindicação a gestação e o puerpério. Devem ser orientadas a redu-
absoluta para a amamentação. zir o consumo o máximo possível. Se não for possível
a cessação do tabagismo por completo no puerpério,
Explicação: orientar procurar fumar após a amamentação e não fu-
É importante, na abordagem do tabagismo durante o mar no mesmo ambiente em que a criança se encontra.
pré-natal, esclarecer que, quando a mãe fuma durante
a gravidez, “o feto também fuma”. A nicotina provoca
aumento do batimento cardíaco no feto, redução de QUESTÃO 74
peso, menor estatura, além de alterações neurológicas.
Após você realizar as orientações de redução de risco,
O risco de abortamento espontâneo é maior nas mães
quanto ao fumo, durante o aleitamento, você explora as
que fumam.
motivações de Vanessa de planejar voltar a fumar após
É comum que as mulheres consigam manter a absti- o término da gravidez. Vanessa informa que fuma “para
nência ou a redução do tabagismo durante a gestação, fazer companhia ao Edberto”. Após identificar Edberto
mas há uma frequente “compensação” após o parto, como um personagem chave para abordar o tabagismo
com aumento do uso nos primeiros 6 meses. Essa re- de Vanessa, você agenda uma consulta para Edberto.
caída, infelizmente, acaba ocorrendo em um momento Durante a consulta com Edberto, através da entrevis-
muito importante para a vinculação mãe-bebê. Mulhe- ta motivacional, você identifica que ele se encontra no
res que fumavam antes da gestação são mais propensas estágio Contemplativo. Qual abordagem, a partir da
ao desmame precoce, a fim de voltar a fumar. O cigar- entrevista motivacional, é a mais adequada nesse caso?
ro é associado a efeitos deletérios nos recém-nascidos,
A) Tirar dúvidas e ajudar na escolha de melhor estraté-
incluindo aumento do risco para doenças respiratórias
gia em busca da mudança.
e otite infecciosa, síndrome da morte súbita, transtor-
nos comportamentais e comprometimento cognitivo. B) Ajudar a perceber gatilhos para prevenir recaí-
Aconselhamento comportamental é a principal inter- das. Construir estratégias para enfrentar eventu-
venção para a cessação do tabagismo e a prevenção de ais gatilhos.
recaídas durante a gestação e o puerpério. Devem ser C) Levantar dúvidas sobre sintomas e queixas do pa-
orientadas a reduzir o consumo o máximo possível. Se ciente sobre possível relação com tabagismo e au-
não for possível a cessação do tabagismo por completo, mentar a percepção sobre riscos do hábito.
170 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
D) Desfazer a postura de ambivalência, inclinando a nefícios de cessação; envolva familiares/ rede de apoio e
balança ao evocar riscos de não mudar e numerar aborde problemas de saúde mental (depressão/ansieda-
motivos para mudar. Fortalecer a autossuficiência. de) que possam estar presentes em conjunto.
3.Preparação: a pessoa inicia algumas mudanças, faz
A) INCORRETA. Essa abordagem é indicada para a planos, cria condições favoráveis para a mudança, revisa
pessoa em fase de preparação para a ação de parar tentativas passadas (nos próximos 30 dias). Na aborda-
de fumar. gem, coloque-se à disposição para acompanhar e mar-
B) INCORRETA. Essa abordagem é indicada a pessoa car uma data para parar deixar de fumar nos próximos
nas fases de preparação para para parar de fumar ou 30 dias. Informe sobre a síndrome de abstinência, seus
de ação e manutenção, em que a pessoa já parou sintomas,e sua duração, assim como sobre a “fissura”.
de fumar. Ajuda a escolher a melhor estratégia para a mudança.
C) INCORRETA. Essa abordagem é indicada para a 4. Ação: a pessoa implementa mudanças no ambien-
pessoa em fase de pré-contemplação. te e no comportamento, dedica tempo e energia para
D) CORRETA. Quando a pessoa está em fase de con- que ocorra e se mantenha a mudança (que ocorreu há
templação, é importante abordar a ambivalência, menos de 6 meses). Na abordagem, parabenize pelo es-
reforçar riscos e benefícios de parar de fumar e forço, reforce os benefícios que está tendo e aborde abs-
fortalecer a motivação/autossuficiencia. tinência/fissura e métodos para prevenção de recaída.
Explicação: 5. Manutenção: é a continuação do trabalho iniciado
A mudança de comportamento é um verdadeiro desa- no estágio de ação, para que a pessoa consiga manter os
fio para a promoção de saúde. Nesse processo, a mo- ganhos que teve com a mudança e prevenir a recaída
tivação é um aspecto chave. No estudo da abordagem nos velhos hábitos (nesse estágio, a mudança ocorreu
motivacional, são definidos alguns estágios para mu- há mais de 6 meses).
dança de hábito, dentro do chamado modelo transte- Uma pessoa pode transitar por esses estágios, progre-
órico, que são muito usados no processo de cessação dindo ou regredindo devido a diversos fatores, intrín-
de tabagismo: secos e extrínsecos.
1.Pré-contemplação: nesse estágio, a pessoa não consi- A entrevista motivacional é uma conversa voltada para
dera a possibilidade de mudança e isso não é motivo de o fortalecimento da motivação de uma pessoa, visando
preocupação para ela. Na abordagem, identifique que ao seu comprometindo com uma mudança. Tem como
razões e medos impedem a pessoa a pensar em deixar principal objetivo resolver a ambivalência, que é o con-
de fumar. Estimule a pensar sobre o assunto, forneça flito psicológico existente quando há a necessidade de
material educativo, identifique se a pessoa conhece decidir entre dois caminhos possíveis. Trata-se de uma
os riscos de adoecimento relacionados ao tabagismo, e intervenção breve que pode
se esse tipo de argumento é relevante para ela, forneça
essas informações, assim como sobre os benefícios de
parar de fumar. Volte a abordar na próxima consulta.
2.Contemplação: a pessoa admite que tem um proble-
ma, encontra-se ambivalente com relação à mudança
e considera adotar mudanças (nos próximos 6 meses).
Na abordagem, pergunte razões/motivações para parar
de fumar, identifique medos e barreiras e aborde-os;
aborde ambivalência; reforce riscos do tabagismo e be-
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 171
A) INCORRETA. Prevenção primária, nesse caso, da entre as pessoas não doentes sobre o surgimento de
seria abordagem para cessação do tabagismo, que uma doença que ameace sua qualidade de vida, esti-
atua no fator de risco para câncer de pulmão antes mulando atitudes (lucrativas para alguns setores) para
que a doença se instale. reduzir esse risco.
B) INCORRETA. Prevenção secundária seria a re-
alização de um exame capaz de realizar detecção
precoce do câncer de pulmão, com benefício claro Take-Home Message:
para redução de mortalidade. Não foi essa a condu- A prevenção primária é aquela que atua nos fatores
ta tomada no caso de Edberto, em que não havia de risco, antes do adoecimento. A secundária atua na
indicação de solicitação de exame para rastreio de fase precoce da doença, assintomática. A terciária atua
acordo com as diretrizes nacionais. em fase mais avançada da doença, para evitar compli-
C) INCORRETA. Prevenção terciária seria atuação cações. São termos bastante cobrados nos concursos
para prevenção de complicações de uma doença de residência.
já instalada. Não é o caso, Edberto tem um fator
de risco, que é o tabagismo, mas não tem doen-
ça instalada. QUESTÃO 77
D) CORRETA. A partir do momento em que se evi- Durante o exame físico de Edberto, você aferiu PA
tou a solicitação de um exame não indicado, que = 162x114mmHg, IMC = 38kg/m² , circunferência
foi o caso do exame para rastreio de câncer de pul- abdominal = 110cm e glicemia capilar em jejum =
mão, realizou-se a prevenção quaternária. 158mg/dl. A ausculta cardíaca evidenciou frequência
Explicação: cardíaca de repouso de 120bpm, ictus deslocado para o
6º espaço intercostal e com caráter propulsivo. Edberto
O termo prevenção primária refere-se a medidas que
ficou surpreso com o valor de sua pressão arterial, refe-
são realizadas para evitar as causas de adoecimento, ou
rindo que, apesar de não lembrar quando fora a última
fatores de risco, antes que a doença se instale.
vez que teve a pressão arterial aferida, nunca havia che-
A prevenção secundária abrange medidas que têm a fi- gado a esse nível pressórico. Ele, então, pergunta qual
nalidade de realizar detecção e intervenção precoces de significado clínico desse valor. Assinale a alternativa
um problema ou doença. com a conduta correta.
Já a prevenção terciária tem como foco a prevenção de A) Orientar que essa aferição isolada não implica diag-
complicações de uma doença ou problema existente, nóstico de HAS, mas, em próximo atendimento,
por meio de tratamento e reabilitação. caso nível pressórico esteja maior que 140x90, será
A prevenção quaternária é um conjunto de ações feitas dado o diagnóstico de HAS.
para identificar pacientes em risco de supermedicaliza- B) Orientar que essa aferição isolada não implica diag-
ção, protegendo-os do risco de uma intervenção médi- nóstico de HAS. Solicitar diário pressórico (MRPA)
ca invasiva. para diagnóstico de HAS em próximo atendimento.
A desprescrição é o processo de revisão e análise da pres- C) Diagnosticar e comunicar evento de Emergência
crição de medicamentos, levando à modificação de do- hipertensiva e encaminhar a serviço de Urgência e
sagens, substituição ou eliminação de alguns fármacos. Emergência para controle parenteral.
D) Informar que mesmo com somente essa aferição
O disease mongering pode ser traduzido como “co-
isolada, considerando dados clínicos, o paciente
mercializar a doença”. Trata-se da fomentação de uma
tem diagnóstico de HAS em medição única.
preocupação generalizada, indiscriminada e inadequa-
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 173
Explicação: QUESTÃO 80
A demência vascular está entre as principais causas de Após o atendimento de dona Benzarina, Vanusa per-
demência no Brasil. É importante ressaltar que a mino- gunta se você poderia fazer “uma consulta rapidinha”
ria dos casos tem uma história clássica de AVE ou sinais dela. Por Vanusa ser a cuidadora principal de sua mãe,
de hemiparesia. quase não podendo vir à UAPS, e pela própria história
Em geral, as primeiras manifestações de demência vascu- clínica de AVC precoce de Vanusa, você acolhe a solici-
lar são a disfunção executiva do tipo “lentificação do ra- tação dela. Vanusa vem com queixa de sangramento re-
ciocínio”, que muitas vezes não é trazida como problema gular, mas intenso, desde menarca, que se intensificou
pela família, a incontinência urinária do tipo urgência e nos últimos 10 anos e passou a ser irregular.
a apraxia de marcha. O déficit de memória é despropor- Consultando o prontuário, você vê que a USG pélvi-
cionalmente pequeno, se comparada a outras etiologias ca transvaginal realizada há seis meses não evidenciou
de demência. A apraxia de marcha inclui a marcha de nenhuma alteração estrutural. Você realiza exame gine-
passos curtos e a falência em iniciar a marcha (chama- cológico, sem evidenciar nenhuma lesão vaginal e sem
da de festinação) ou ainda qualquer outra anormalidade nenhuma alteração em exame especular. Qual opção
neurológica da marcha que não exclusivamente atáxica. terapêutica seria adequada para a queixa de sangramen-
O diagnóstico deve ser estabelecido quando um indi- to uterino de Vanusa?
víduo com quadro demencial apresentar algum dos se- A) Anticoncepcional oral combinado.
guintes achados:
B) Dispositivo intrauterino (DIU) de cobre.
• Sinal de lesão cortical focal ou em outro domínio, C) Dispositivo intrauterino com sistema de liberação
como linguagem ou visuoespacial, após episó- prolongada de levonorgestrel.
dio agudo.
D) Encaminhamento para ambulatório de ginecologia
• História confirmada de AVE para programação de histerectomia eletiva.
• Apraxia de marcha do tipo pequenos passos de
início insidioso (na ausência de outras causas A) INCORRETA. Devido ao antecedente de AVC
de parkinsonismo) de Vanusa, o anticoncepcional oral combinado é
• Exame de imagem confirmando ao menos uma nível 4 (contraindicado) de acordo com classifica-
área de necrose causada por AVE e/ou leucoaraiose ção da OMS.
periventricular significativa B) INCORRETA. O DIU de cobre não é usado para
tratamento de sangramento uterino anormal. Pelo
contrário, muitas vezes é associado com aumento
Take-Home Message: de sangramento menstrual.
A demência vascular está entre as principais causas de C) CORRETA. O DIU com liberação de levonor-
demência no Brasil. É importante ressaltar que a mino- gestrel pode ser usado para tratamento de sangra-
ria dos casos tem uma história clássica de AVE ou sinais mento uterino anormal na ausência de lesão estru-
de hemiparesia. tural, quando há suspeita de disfunção ovulatória.
Em geral, as primeiras manifestações de demência vas- D) INCORRETA. Não há indicação de histerectomia
cular são a disfunção executiva do tipo “lentificação do nesse caso. Foi afastada presença de lesão estrutural.
raciocínio”, incontinência urinária do tipo urgência e a
apraxia de marcha. O déficit de memória é despropor-
cionalmente pequeno.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 177
Explicação:
No planejamento familiar e mesmo no uso para tra-
tamento de sangramento uterino anormal, é sempre
importante lembrar as indicações e contraindicações
dos métodos contraceptivos. Nessa questão, esse era
o principal conhecimento cobrado, uma vez que, na
ausência de lesão estrutural, poderia ser usado tanto o
contraceptivo oral combinado quanto um método com
progestágeno isolado.
A OMS criou uma classificação de indicação e con-
traindicação de contraceptivos, em que os métodos são
classificados como seguros (C1), provavelmente segu-
ros (C2), provavelmente inseguros (C3) ou contraindi-
cados para a situação em análise (C4).
Vamos destacar as seguintes contraindicações (C4) para
contraceptivo combinado (oral, injetável ou mesmo
em adesivo ou anel vaginal): Mulheres amamentando;
tabagistas de 15 ou mais cigarros ao dia; Hipertensas
não controladas ≥ 160/100mmHg; enxaqueca com
aura; antecedente ou quadro atual de: TVP, TEP, AVE,
doença coronariana.
Segue tabela para análise:
178 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Resposta correta: Letra B • Síndrome Gripal = febre + algum outro sintoma res-
piratório
Para definição de Síndrome Gripal, considera-se o in- • SRAG = febre com sinais de alarme
divíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado • Modificações fisiológicas respiratórias durante a
por febre (mesmo que referida) acompanhada de tos- gravidez incluem aumento da frequência respirató-
se ou dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: ria e congestão nasal, mas não alteram sinais vitais
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 179
Os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) 92 - 125 ⇒ diabetes mellitus gestacional (DMG)
definem cuidado pré- concepcional como “um conjun- >125 ⇒ diabetes prévio
to de intervenções que visam identificar e modificar ris-
Entre 24 e 28 semanas está indicado o Teste Oral de
cos biomédicos, comportamentais e sociais para a saú-
Tolerância à Glicose (TOTG), onde se avalia a glicemia
de ou o resultado da gestação por meio de intervenções
de jejum, após isso, a paciente ingere 75g de glicose e
profiláticas e terapêuticas ” (Johnson, 2006). Dentre
é submetida a nova aferição da glicemia em 1 hora e
os cuidados prestados durante o pré-natal destacam-se
2 horas.
o rastreio para a Diabetes Mellitus e a profilaxia desta
patologia. Desta maneira, é correto afirmar: Glicemia de jejum:
A) Estabelecer o diagnóstico do Diabetes Mellitus <92 ⇒ normal
Gestacional (DMG) oferece a oportunidade de 92 - 125 ⇒ DMG
melhorar o prognóstico da gravidez, mas não reduz
os fatores de risco associados ao desenvolvimento >125 ⇒ diabetes prévio (overt diabetes)
subsequente do diabetes tipo 2. 1h após:
B) O diabetes pré-gestacional merece ser identificado <180 ⇒ normal
na 1a consulta pré-natal, pois compromete a mãe e
o feto. Mulheres diabéticas que desejam engravidar, ≥ 180 ⇒ DMG
devem ser avaliadas apenas se apresentarem história 2h após:
de mal passado obstétrico.
<153 ⇒ normal
C) Grávidas de alto risco para diabetes que apresentam
no 1o trimestre valor da HbA1c ≥ 6% têm reduzi- ≥ 153 a 199 ⇒ DMG
do valor preditivo para Diabetes Mellitus Gestacio- ≥ 200 ⇒ diabetes prévio.
nal. Mulheres com diabetes tipo 1 que pretendam O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é uma do-
engravidar devem passar por avaliação da tireoide ença com prevalência progressivamente maior entre as
pela determinação do TSH e do anticorpo anti-ti- gestantes, uma vez que diversos fatores de risco para seu
reoperoxidase (anti-TPO). desenvolvimento estão mais prevalentes na população,
D) Toda mulher com Diabetes Mellitus Gestacional tais como sobrepeso e obesidade. No que se refere ao
(DMG) deve ser rastreada entre 6 e 12 semanas impacto para a gestação em si, não há associação com
após o parto pelo TOTG-75 g de 2h. Diabéticas malformações fetais pois é uma doença que se desen-
que planejam a gravidez, devem ser aconselhadas volve na gravidez, podendo ocorrer, por exemplo, após
a utilizar suplementação com ácido fólico 3 meses 12 semanas (período crítico para embriogênese).
antes da concepção e por 12 semanas depois, para
prevenir os defeitos do tubo neural (DTN). Quanto às malformações, em geral, as condições pré-
-existentes são as que mais chamam atenção e preocu-
Resposta correta: Letra D pam, como é o caso de DM tipo 1 e 2. Nestes casos
está indicada a suplementação de ácido fólico antes da
Um dos exames obrigatórios no pré-natal é a dosagem concepção (03 meses), devendo ser mantida até, pelo
de glicemia de jejum, idealmente, no primeiro trimes- menos, 12 semanas de gestação, com intuito de preve-
tre. Este exame é muito importante para diagnóstico nir defeitos do fechamento do tubo neural. Além disso,
de diabetes mellitus gestacional, bem como avaliação é imperativo que os níveis glicêmicos estejam bem con-
clínica de pacientes diabéticas prévias. trolados a fim de minimizar os riscos para o concepto.
180 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
segura. No caso de o acompanhante permanecer, da pela via de parto, clampeamento tardio do cordão
não deve circular nas demais áreas do hospital e umbilical ou contato pele a pele, amamentação ou
precisa usar máscara quando o fizer. alojamento conjunto – desde que as medidas de pre-
caução sejam mantidas.
Resposta correta: Letra D
Não só a gestante que testou positivo, mas também seu
O atendimento de gestantes em trabalho de parto e recém-nascido (RN) e seu acompanhante deverão ser
com COVID19 é sempre desafiador. Devemos estra- isolados, de preferência em um quarto de alojamento
tificá-las conforme a gravidade para oferecimento ade- conjunto. Importante orientar puérperas e acompa-
quado do suporte e assistência. nhantes da necessidade de usar máscara o tempo todo,
a fim de garantir a segurança do RN e da equipe. A
amamentação deve ser estimulada, porém, reforçando
a segurança do RN a partir do uso adequado de más-
caras pela mãe e, de preferência, em ambiente arejado.
A OMS entende que os benefícios do aleitamento ma-
terno superam largamente o baixo risco da transmis-
são vertical.
A gestante que teve RT-PCR positivo com sintomas
há mais de 10 dias e que passe 24 horas de resolução
de febre sem uso de medicamentos antitérmicos e re-
missão dos sintomas respiratórios deve ser considerada
recuperada da covid-19 e, ao internar em trabalho de
parto, pode ser atendida em área NÃO covid-19 e em
alojamento conjunto.
Vamos às alternativas
A) INCORRETA: a via de parto é obstétrica, respei-
tando o quadro clínico da paciente; não há superio-
ridade da cesárea em relação ao parto vaginal para
minimização de riscos de transmissão vertical.
B) INCORRETA: o uso de máscaras deve ser estimula-
do o tempo todo no alojamento conjunto, a fim de
proteção da gestante, de seu acompanhante, do RN
e da equipe, mesmo quando estiverem sozinhos.
C) INCORRETA: dispneia é um critério para que a
paciente seja estratificada, ao menos, como caso
moderado de COVID, portanto, deverá ter medias
de suporte, como O2 suplementar. A simples reti-
Em relação à via de parto de pacientes com COVID, rada de máscara não resolve o problema.
dá-se preferência pela via vaginal desde que as con- D) CORRETA: deve-se manter o isolamento no
dições clínicas da gestante permitam, uma vez que quarto durante todo o período de internação
as evidências disponíveis mostram que a transmissão da paciente.
vertical existe, mas é pouco frequente, e não é afeta-
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 189
• A transmissão vertical pode ocorrer, porém não é A estabilização ou ao aumento da concentração de hCG
comum após esvaziamento molar aumenta em muito a possibili-
dade de diagnóstico de neoplasia trofoblástica gestacio-
• Os benefícios do aleitamento materno superam o nal (desde que afastada a possibilidade de gravidez).
baixo risco de transmissão pelo leite
Critérios diagnósticos da Neoplasia Trofoblásti-
• Puérpera internada com COVID deve permanecer ca Gestacional:
isolada, junto ao seu acompanhante e RN (em alo-
jamento conjunto) durante toda a internação da • Pelo menos 4 valores estáveis de hCG, por no míni-
mesma, se as condições clínicas dela permitirem. mo 3 semanas, nos dias 1, 7, 14 e 21
• Elevação dos títulos de hCG em pelo menos 10%,
por no mínimo três valores ao menos por 2 sema-
QUESTÃO 89 nas, nos dias 1, 7 e 14
Paciente de 22 anos, G1P0A1, comparece ao seu plan- • Diagnóstico histológico
tão em emergência obstétrica referindo sangramento • Evidência de doença metastática
transvaginal persistente desde curetagem uterina reali-
zada há 45 dias por abortamento espontâneo. Ao exa- Após diagnóstico da neoplasia trofoblástica gestacio-
me, você percebe colo amolecido com orifício interno nal é preciso realizar a pesquisa de metástases a fim de
entreaberto. Ela traz exames realizados hoje: beta-hCG definir estadiamento e tratamento adequados. Exames
quantitativo de 12.000 mIU/ml e ultrassom transvagi- principais incluem: hemograma, função renal, função
nal mostrando útero de 150cm³, endométrio de 4mm, hepática, ultrassonografia transvaginal/pélvica com do-
imagem heterogênea de limites indefinidos em pare- ppler e radiografia de tórax.
de miometrial anterior, apresentando fluxo vascular O tratamento para NTG se dá com a quimioterapia,
de baixa resistência ao doppler. Sua principal hipótese com destaque ao metotrexato. Procedimentos cirúrgi-
diagnóstica e conduta são: cos (novo esvaziamento uterino ou histerectomia) en-
A) Mola hidatiforme parcial. Realizar aspiração manu- tram como coadjuvantes na terapêutica, especialmente
al intrauterina. nos casos de pacientes com doença refratária à terapia
clínica. Quando implementado o tratamento adequa-
B) Neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). Reali-
do, há altas chances de cura.
zar histerectomia.
C) Mola hidatiforme completa. Realizar aspiração ma- Vamos às alternativas:
nual intrauterina.
D) Neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). Enca- A) INCORRETA: questão traz descrição de uma
minhar para quimioterapia. imagem heterogênea em região intrauterina a qual
é compatível com nodulação/tumor (fluxo ao do-
Resposta correta: Letra D ppler). Nas doenças trofoblásticas gestacionais be-
nignas, após o adequado esvaziamento uterino, não
A gravidez molar é um dos diagnósticos diferenciais se espera novas imagens intrauterinas.
das hemorragias de primeira metade da gestação. As B) INCORRETA: a cirurgia no tratamento da neo-
manifestações clínicas são sangramento transvaginal de plasia trofoblástica gestacional entra como terapêu-
repetição (aspecto de suco de ameixa/framboesa), útero
190 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
Mulher de 30 anos, nuligesta, comparece ao setor de • BHCG sérica ≤5.000 e crescente em duas dosagens
emergência do hospital com quadro de atraso mens- consecutivas (acima de 10%) em duas dosagens
trual de dois meses, dor abdominal difusa, tontura e consecutivas (24h a 48h)
sangramento vaginal discreto. Ao exame, nota-se pa-
lidez cutâneo-mucosa, sudorese, PA: 90 x 50 mmHg,
Conduta expectante está indicada:
FC: 140bpm, abdome doloroso à descompressão brus-
ca, principalmente em fossa ilíaca direita. Toque vagi- • Estabilidade hemodinâmica
nal com abaulamento e dor em fundo de saco poste- • Desejo de procriação
rior. Realizou ultrassonografia pélvica transvaginal não
visualiza imagem de saco gestacional intrauterino e vê • Gestação ectópica íntegra de até 4cm no maior diâ-
imagem anexial sugestiva de prenhez ectópica íntegra < metro
4 cm. Dosagem de ß-hCG = 2.500 UI/L. Hemogobi- • Ausência de atividade cardíaca do produto conceptual
na=7,0mg/dL e Hematócrito= 25%. Assinale a asserti-
BHCG sérica ≤5.000 e decrescente em duas dosagens
va correta quanto à conduta mais adequada deste caso.
consecutivas
A) Laparoscopia ginecológica de urgência.
A salpingectomia é indicada:
B) Metotrexate 50 mg / m2 intramuscular dose única.
• Instabilidade hemodinâmica
C) Dosagens seriadas de ß-hCG sérico quantitativo e
manter paciente internada. • Gestação ectópica rota.
D) Metotrexate 1,0mg/Kg intramuscular (dia 1) + Áci- • Hemorragia continua após a salpingostomia.
do folínico 0,1mg/Kg via oral (dia 2).
• Local de implantação muito danificado ou necrosado
Resposta correta: Letra A • Sem desejo futuro de procriação
Uma gestação ectópica rompida é uma emergência • A gestação ectópica representa uma falha do proce-
cirúrgica porque causa hemorragia materna e risco dimento de esterilização anterior.
de morte; o diagnóstico imediato é essencial devido
choque hipovolêmico, além de intensa dor abdominal Vamos às alternativas:
(sangue é um importante irritativo peritoneal). A) CORRETA: paciente se encontra instável e com
O tratamento da gestação ectópica depende de diversos anemia aguda. A cirurgia está indicada
fatores, entre eles o estado hemodinâmico da paciente, B) INCORRETA: tratamento medicamentoso só em
integridade da tuba e do seu desejo de novas gestações. casos de ectópica íntegra em paciente estável o que
Pode ser clínico (medicamentoso ou expectante) ou, não é o caso em tela
ainda, cirúrgico (laparotomia/laparoscopia). C) INCORRETA: paciente em estado grave, não deve
O uso de metotrexato está indicado para pacientes com: ser realizada medida expectante
• Estabilidade hemodinâmica D) INCORRETA: igual letra B
• Desejo de procriação
• Gestação ectópica íntegra de até 4cm no maior
diâmetro
196 | DEZ 22 SURCE 2022 - R1
• Tratamentos conservador e medicamentoso apenas Os principais mais comumente associados são os sintomas
em casos selecionados, especialmente com paciente associados são dismenorreia, dor pélvica crônica ou dor
estável, tamanho de massa até 4cm acíclica, dispareunia de profundidade, alterações intesti-
nais cíclicas (distensão abdominal, sangramento nas fezes,
• Sempre que a paciente estiver instável, deve-se pro- constipação, disquezia e dor anal no período menstrual),
ceder com tratamento cirúrgico alterações urinárias cíclicas (disúria, hematúria, polaciúria
e urgência miccional no período menstrual) e infertilidade.
A) INCORRETA: a endometrite é um quadro infec- • Lembrar do PALM COEIN sempre que estiver
cioso, geralmente pós parto. A paciente em tela não diante de sangramento uterino anormal
apresenta nenhum critério para que se pense em • Adenomiose = dismenorreia intensa + sangramento
processo infeccioso. menstrual aumentado
B) CORRETA: apesar de não estarem eviden- • Coagulopatia como causa de sangramento mens-
tes alterações ultrassonográficas significativas, trual aumentado deve ser pensado em meninas que
a adenomiose é causa clássica de sangramento desde a menarca têm aumento do fluxo.
uterino anormal, cursando, ainda, com dismenor-
reia intensa.
C) INCORRETA: coagulopatia é um distúrbio con- QUESTÃO 97
gênito, portanto, esperaríamos história de aumento
do volume de sangramento desde sempre e não só Mulher, multípara de 65 anos, com menopausa aos 50
após o parto, especialmente em paciente que não anos, assintomática desde então. Sem comorbidades.
faz uso de medicação cronicamente. Realiza exames ginecológicos regulares sem alterações.
Apresenta sangramento uterino anormal há 3 dias em
D) INCORRETA: paciente apresenta ciclos regu-
pequena quantidade de aspecto descrito como em bor-
lares, portanto, é impossível que tenha anovula-
ra de café. Nega dores abdominais ou quaisquer outras
ção crônica.
queixas. Assinale a assertiva correta quanto ao diagnós-
tico mais provável para este caso de sangramento ute-
rino anormal.
SURCE 2022 - R1 DEZ 22 | 199
Resposta correta: Letra D • Todo sangramento pós menopausa merece ser in-
vestigado incialmente com USG para avaliar eco
Na pós menopausa, as principais causas de sangramen- endometrial
to uterino anormal, em ordem decrescente, são atrofia • Investigação intrauterina está indicada se eco endo-
endometrial/endometrite e terapia de reposição hor- metrial >4mm em não usuárias de TRH ou >8mm
monal (empatados em 1ºlugar), câncer de endométrio em usuárias de TRH
e pólipos endometriais/cervicais. • Padrão ouro para investigação endometrial é histe-
O exame inicial a ser solicitado deve ser a US transva- roscopia com biópsia
ginal, para avaliação da cavidade endometrial. O valor
de normalidade do eco endometrial é de até 4mm se a
paciente não faz uso de terapia de reposição hormonal QUESTÃO 98
(TRH) ou até 8mm se a mesma fizer uso de tal tera-
Mulher, 45 anos, obesa, com queixa de perda de uri-
pêutica. Se houver espessamento endometrial, o exame
na ao tossir, espirrar e ao caminhar. Realizou estudo
padrão-ouro para avaliação da cavidade endometrial é
urodinâmico que observou detrusor estável e pressão
a histeroscopia com biópsia dirigida, podendo ser uti-
de perda à manobra de Valsalva de 42cmH2O. Qual a
lizado a curetagem uterina ou biópsia com Pipelle, na
melhor opção terapêutica para tratamento da inconti-
ausência da disponibilidade da histeroscopia.
nência urinária?
A hiperplasia endometrial pode ser considerada uma
A) Agente de preenchimento uretral.
lesão precursora de câncer de endométrio. Deve ser sus-
peitada quando a espessura endometrial for >4mm em B) Colposuspensão retropúbica.
mulheres sem terapia de reposição hormonal (TRH) e C) Sling retropúbico.
>8mm quando há TRH. D) Colpoperineoplastia.
A) INCORRETA: deve-se pensar em neoplasias de A incontinência urinária (IU) de esforço ocorre quan-
endométrio quando houver espessamento endome- do há perda involuntária de urina durante aumento da
trial o que não foi exposto na questão. pressão abdominal, sem contração do detrusor (espir-
B) INCORRETA: não há descrição de exame físico ro, tosse, risada etc). Pode ocorrer por hipermobilidade
para pensar, como primeira hipótese, em alteração (defeito anatômico) ou defeito esfincteriano intrínseco.
no colo do útero O estudo urodinâmico é capaz de definir objetivamen-
C) INCORRETA: igual letra A te as funções vesical e uretral. Compreende algumas
D) CORRETA: atrofia endometrial é a principal cau- fases de urofluxometria, cistometria e estudo miccio-
sa de sangramento pós menopausa em pacientes nal, podendo fazer diagnóstico diferencial dos quadros
não usuárias de TRH de incontinência: IU esforço por defeito esfincteriano
ou por hipermobilidade, hiperatividade detrusora, IU
mista (esforço + hiperatividade) etc.
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O tratamento conservador deve ser sempre encorajado, D) INCORRETA: a colpoperineoplastia está indica-
com destaque aos exercícios de Kegel para fortaleci- da como tratamento de defeito do corpo perine-
mento do assoalho pélvico, podendo ser feitos isolados al, logo não há relação com incontinência urinária
ou em conjunto com biofeedback, estimulação elétrica de esforço.
e/ou cones vaginais. Para as gestantes e puérperas, con-
siste no tratamento padrão. Take-Home Message:
O uso de medicamentos para incontinência urinária • Incontinência urinária de esforço deve ser tratada
por esforço tem papel secundário. A imipramina é um com exercícios pélvicos com ou sem cirurgia
antidepressivo tricíclico com efeitos alfa-adrenérgicos
que pode auxiliar contração do esfíncter uretral, entre- • Primeira linha de tratamento cirúrgico é a colocação
tanto pode complicar com retenção urinária (percebida dos slings (faixas livres de tensão)
como bexigoma). A duloxetina também tem sido útil • Uso de agentes preenchedores de uretra é medida
para aliviar os sintomas da IUE. de exceção
A utilização de faixas vaginais livres de tensão (slin-
gs) é atualmente considerada o procedimento padrão
para incontinência urinária de esforço (IUE), poden- QUESTÃO 99
do ser por via transobturatória ou retropúbica. Tra- Mulher, 85 anos, com queixa de bola na vagina. Ao
dicionalmente eram indicadas para IUE causada por exame físico, apresenta prolapso uterino estadio 4.
defeito esfincteriano, entretanto, hoje em dia são in- Paciente hipertensa e diabética em uso de insulina e
dicadas, também, para hipermobilidade e na refrata- não deseja procedimento cirúrgico. Qual melhor op-
riedade de outros procedimentos. Apresentam taxas de ção terapêutica?
cura semelhantes ou superiores ao tratamento cirúrgi-
co tradicional. A) Pessário vaginal.
B) Histerectomia total vaginal.
A injeção dos chamados agentes de preenchimento na
submucosa é um método minimamente invasivo, dis- C) Fisioterapia do assoalho pélvico.
ponível para tratar mulheres. com IUE decorrente de D) Colpoplastia anterior e posterior.
defeito esfincteriano intrínseco e ausência de mobilida-
Resposta correta: Letra A
de uretral. Está indicada na refratariedade cirúrgica ou
em pacientes com contraindicação à cirurgia.
O tratamento cirúrgico dos prolapsos genitais depende
de qual estrutura está prolapsada, mas em geral pode
Vamos às alternativas: ser feito por via vaginal. No de cúpula, esta é fixada no
A) INCORRETA: os preenchedores de uretra não são promontório ou no sacro ou, ainda, colpocleise para
primeira linha de tratamento, além disso, há neces- idosas sem atividade sexual. O de parede vaginal ante-
sidade de avaliação de uretra fixa para sua utilização rior pode-se usar a colporrafia para correção da fáscia
pubovesicocervical (cirurgia de Kelly Kennedy). O de
B) INCORRETA: a cirurgia de colpossuspensão re-
parede posterior, faz-se a colporrafia corrigindo a fáscia
tropúbica já foi muito utilizada para o tratamen-
retovaginal. No caso de prolapso uterino pode-se fazer
to de incontinência urinária de esforço, entretanto
histerectomia com reconstrução do assoalho.
hoje, os slings apresentam melhores resutados pós
operatórios e menores taxas de recorrência A colpocleise é um procedimento obliterativo (fecha-
C) CORRETA: os slings são, atualmente, a primeira mento da vagina), ideal para pacientes mais idosas e/ou
linha de tratamento para IUE clinicamente comprometidas, sem desejo de atividade
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Vamos às alternativas:
A) INCORRETA: a lesão é de alto risco e não de risco
intermediário
B) INCORRETA: igual letra A
C) INCORRETA: deve-se optar entre a ressonância e
a ultrassonografia, não as duas simultaneamente
D) INCORRETA: o início do rastreamento deve ser
feito logo após o diagnóstico e não só a partir dos
30 anos.
Take-Home Message:
• Rastreamento de câncer de mama em pacientes de
alto risco deve ser feito com mamografia anual +
ressonância nuclear magnética, se necessário
• A ultrassonografia das mamas atualmente é o exame
de segunda escolha para complementação diagnós-
tica, quando a ressonância não está disponível
• Hiperplasia ductal atípica é lesão precursora de cân-
cer de mama (alto risco).
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