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Objetivos
1. Estudar as infecções congênitas (toxoplasmose, rubéola, sífilis, infecção por
citomegalovírus e por herpes)
Referências
-http://plataforma.saude.gov.br/anomalias-congenitas/anomalias-infeccoes-congenit
as-selecionadas-guia-consulta-rapida.pdf
-Rubéola — Ministério da Saúde
-Toxoplasmose — Ministério da Saúde
-Catapora (Varicela) — Ministério da Saúde
-Medcurso Neonatologia volume 1
Conceitos iniciais
● Infecções congênitas: são infecções adquiridas antes do nascimento, no útero
da mãe, afetando o bebê durante a gravidez
● Infecções perinatais: ocorrem durante o parto e nas primeiras semanas após o
nascimento, muitas vezes relacionadas à exposição durante o nascimento ou
através do contato com a mãe, inclusive durante a amamentação
● Infecções pós-natais: são infecções que afetam o bebê após o nascimento,
geralmente devido à exposição a agentes infecciosos no ambiente
Sífilis congênita
Definição e contextualização
● É o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum a partir da
infecção materna
● Dados do ano de 2017 indicam que nos últimos anos, no Brasil, foi observado
um aumento no número de casos de sífilis em gestantes, congênita e adquirida
● As razões para este aumento incluem: aumento da cobertura de testagem,
ampliação do uso de testes rápidos, redução do uso de preservativo, resistência
dos profissionais de saúde à administração da penicilina na Atenção Básica,
desabastecimento mundial de penicilina, entre outros
● É de notificação compulsória
Transmissão
● A transmissão vertical do T. pallidum ocorre principalmente intraútero, mas
também é possível a contaminação do concepto durante passagem pelo canal
de parto, caso existam lesões ativas
Fisiopatologia
● As gestantes nas fases primária e secundária da doença apresentam risco de
transmissão vertical de 70 a 100% dos casos, taxa que se reduz nas fases
tardias da doença
● A transmissão pode ocorrer em qualquer fase da gestação, mas o risco aumenta
com o avanço da idade gestacional
● Uma infecção anterior não confere imunidade permanente, daí a importância da
investigação a cada gestação, mesmo quando há relato de doença prévia
● A maior parte dos diagnósticos feitos em gestantes ocorre na fase de sífilis
latente, quando não há manifestações clínicas. Logo, é fundamental a
realização de testes padronizados durante o pré-natal para a correta
identificação dos casos
● A infecção fetal pode ter graves consequências
● A infiltração placentária pode causar redução do fluxo sanguíneo para o feto e
levar a um quadro de crescimento intrauterino restrito (CIUR) ou óbito fetal
● A infecção intraútero leva a uma grande disseminação do microrganismo, de
forma análoga ao que ocorre na sífilis secundária
● Lesões cutâneas
→ São evidentes em até 70% das crianças infectadas
→ As lesões são tipicamente maculopapulares, com coloração
vermelho-acobreada, tornando-se mais amarronzada com o passar dos dias
→ Essas lesões são mais evidentes nas mãos e pés
→ É possível que sejam identificadas lesões desde o nascimento, que
costumam ser bolhosas e são denominadas de pênfigo sifilítico, também
acometendo a região palmoplantar
→ Essas bolhas podem se romper, evidenciando uma área desnuda, que
evolui com maceração e formação de crostas
● Rinite
→ Frequentemente é a primeira manifestação
→ Indica o acometimento do trato respiratório superior e cursa com secreção
nasal mucosa, que pode tornar-se sanguinolenta
→ A lesão inflamatória do trato respiratório poderá produzir também laringite e
choro rouco no RN
→ Todas as secreções mucosas são ricas em treponemas e altamente
infectantes
● Alterações ósseas
→ Acometem até 80% das crianças não tratadas
→ As lesões costumam ser múltiplas e simétricas
→ Mesmo sem tratamento, estas lesões costumam resolver-se
espontaneamente nos primeiros seis meses de vida da criança
→ A distinção entre sífilis congênita e adquirida pode, eventualmente, ser
difícil. As alterações ósseas são bastante úteis neste sentido, pois são
encontradas apenas na sífilis congênita
→ As alterações ósseas consistem em periostite e desmineralização da
cortical, acometendo principalmente a diáfise dos ossos longos, bem como
a osteocondrite, com acometimento articular
→ O sinal de Wimberger, visto na radiografia, caracteriza-se por uma rarefação
localizada na margem superior interna da tíbia bilateralmente, tendo como
significado uma inflamação da metáfise
→ A pseudoparalisia de Parrot é causada pela recusa da criança em
movimentar a extremidade (ela chora à manipulação de seus membros) e
relaciona-se com as alterações ósseas e eventuais fraturas associadas
● Alterações neurológicas
→ O quadro de neurossífilis pode se desenvolver mesmo na ausência de
outras manifestações clínicas
→ Algumas crianças podem apresentar manifestações agudas nos primeiros
meses de vida, enquanto outras desenvolvem um quadro mais protraído,
com manifestações mais evidentes no final do primeiro ano de vida
(desenvolvimento de hidrocefalia, alterações nos pares cranianos e lesões
vasculares cerebrais)
● Lesões oculares
→ Pode haver a coriorretinite na fase aguda, com o fundo de olho
apresentando um aspecto de "sal e pimenta"
● Hepatomegalia
→ Pode estar relacionada com o desenvolvimento de insuficiência cardíaca ou
com infecção hepática e hematopoiese extramedular
→ A hepatite pode manifestar-se por aumento das aminotransferases
→ Sua ocorrência indica prognóstico mais reservado
→ Clinicamente, manifesta-se por icterícia por deficiência de excreção da BD
→ Pode acompanhar-se de esplenomegalia e distúrbios hemorrágicos
● Esplenomegalia
→ O aumento do baço é um dos achados mais frequentes na sífilis congênita,
sendo junto com a hepatomegalia a mais comum manifestação visceral da
doença
● Alterações renais
→ A lesão renal poderá apresentar-se como síndrome nefrótica ou síndrome
nefrítica associada a depósito de complexos imunes na membrana basal do
glomérulo
→ Ela geralmente aparece em torno do segundo ao terceiro mês
● Linfadenopatia
→ Pode haver adenopatia generalizada, com acometimento de linfonodos
epitrocleares
● Outras manifestações
→ Miocardite
→ Síndrome de má absorção
→ Desnutrição e falta de ganho ponderal
● Anormalidades dentárias
→ Dentes de Hutchinson = molares em formato de amora e incisivos medianos
deformados em forma de fenda
● Face
→ Maxilar curto
→ Nariz em sela, com ou sem perfuração do septo nasal; rágades (por fissuras
peribucais)
● Alterações oculares
→ Ceratite intersticial, coroidite, retinite, atrofia óptica com possível evolução
para cegueira.
● Alterações neurológicas
→ Lesão do VIII par craniano, levando à surdez (uni ou bilateral) e à vertigem
→ A sífilis poderá afetar a audição por lesão do VIII par, uni ou bilateral
→ Hidrocefalia
→ Deficiência intelectual
● A tríade de Hutchinson:
→ É composta por dentes de Hutchinson, ceratite ocular intersticial e surdez
→ É uma manifestação rara, mas que pode ocorrer tardiamente em crianças
acometidas por sífilis congênita
Avaliação laboratorial
● Pesquisa direta do treponema = não é comumente realizada
Avaliação sorológica
● Esses testes têm como base a demonstração de anticorpos contra o treponema.
Podem ser divididos em dois grandes grupos:
a) Testes treponêmicos
→ Detectam anticorpos específicos contra o treponema
→ Os testes treponêmicos disponíveis incluem: TPHA, FTA-Abs, ELISA e
testes rápidos
→ São de uso bastante limitado no período neonatal, posto que os
anticorpos maternos da classe IgG passam pela placenta e são
detectados na criança
→ Não há correlação entre os títulos encontrados e a presença ou não da
sífilis congênita
→ Ainda que existam testes treponêmicos capazes de detectar IgM no RN,
a sensibilidade dos mesmos é baixa
→ Quando realizados após os 18 meses, um teste treponêmico reagente
sugere a infecção, pois após este período não existe mais IgG materna
circulante
b) Testes não treponêmicos
→ Detectam anticorpos não específicos que têm como alvo a cardiolipina
(anticardiolipina), um material lipídico liberado por células danificadas
durante infecções, possivelmente incluindo a cardiolipina liberada por
treponemas
→ Os testes não treponêmicos disponíveis incluem o VDRL (Venereal
Diseases Research Laboratory), o RPR (Rapid Plasma Reagin) e
TRUST. No Brasil, o VDRL é o teste mais comumente utilizado
→ Estes testes devem ter seus resultados expressos em frações (1:2; 1:4;
1:8; 1:16...) e o acompanhamento destes títulos indicam a evolução
terapêutica
→ Deste modo, essa avaliação permite tanto o diagnóstico quanto o
seguimento terapêutico
→ É possível correlacionar os títulos encontrados no RN com a presença
ou a ausência de sífilis congênita, pois mesmo que ainda exista a
passagem de anticorpos maternos pela placenta, é possível
presumirmos se os mesmos são apenas de origem materna ou foram
produzidos pela criança a partir da análise da titulação
→ Por esta razão, um resultado reagente no teste não treponêmico em
crianças menores de 18 meses só deverá ser valorizado quando o título
encontrado for maior do que o materno em duas diluições
→ É sempre recomendado que uma segunda amostra seja coletada na
criança para a confirmação
→ As amostras do RN não devem ser obtidas no sangue de cordão, mas
sim do sangue periférico
Radiografia
● De ossos longos = tíbia, fêmur, úmero
● De tórax
Avaliação do líquor
● As alterações liquóricas sugestivas de neurossífilis congênita no período
neonatal são: > 25 células/mm3 , proteína > 150 mg/dl e VDRL reagente
● Na criança com mais de 28 dias, as alterações sugestivas de neurossífilis são: >
5 células/mm3 , proteína > 40 mg/dl e VDRL reagente
Exame de sangue
● Hemograma
● Perfil hepático
● Eletrólitos
Avaliação auditiva
Avaliação oftalmológica
Tratamento
● O ponto de partida inicial para a correta definição do tratamento da criança é a
avaliação da adequação do tratamento da gestante
● De acordo com os atuais manuais do Ministério da Saúde, para fins clínicos e
assistenciais, o tratamento materno adequado é caracterizado pelos seguintes
aspectos:
→ Início do tratamento até 30 dias antes do parto
→ Administração de penicilina benzatina
→ Esquema terapêutico apropriado para o estágio clínico e com intervalo entre
as doses respeitado
→ Avaliação quanto ao risco de reinfecção
→ Documentação de queda dos títulos do teste não treponêmico em duas
diluições (ex.: de 1:64 para 1:16) em três meses após a conclusão do
tratamento ou quatro diluições em seis meses após a conclusão do
tratamento
Acompanhamento
● Todos os RN tratados para sífilis congênita confirmada ou suspeita devem ser
acompanhados, para assegurar que o tratamento foi efetivo
● As avaliações devem ser mensais até o sexto mês e bimestrais do 6º ao 18°
mês
● Realizar teste não treponêmico com 1, 3, 6, 12 e 18 meses, interrompendo
quando se observar resultados negativos em dois exames consecutivos
● Nas crianças que foram adequadamente tratadas no período neonatal, deve-se
monitorar diminuição na titulação do teste não treponêmico aos três meses e
negativação aos seis meses de idade
● Diante das elevações de títulos sorológicos, da sua não negativação até os 18
meses, ou da sua persistência em títulos baixos, a criança deve ser reavaliada e
deve considerar retratamento ou nova investigação
● A qualquer momento, diante do surgimento de sinais clínicos, uma nova
avaliação clínica e laboratorial deve ser considerada
● Recomenda-se o acompanhamento oftalmológico e audiológico semestral por
dois anos
● Nos casos onde o liquor esteve alterado, deve-se proceder à reavaliação
liquórica a cada seis meses, até a normalização do mesmo. Caso as alterações
persistam, indica-se reavaliação clínica e laboratorial e retratamento
● Nos casos de crianças tratadas inadequadamente, na dose e/ou tempo
preconizados, deve-se convocar a criança para reavaliação clínica e laboratorial.
Havendo alterações, recomenda-se reiniciar o tratamento da criança conforme o
caso, obedecendo aos planos já descritos
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Rubéola
Definição
● A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, que é transmitida pelo
vírus do gênero Rubivirus, da família Togaviridae
● A doença também é conhecida como Sarampo Alemão
● Após 2009 aos dias atuais não foram confirmados mais casos de rubéola no
Brasil, indicando a interrupção da transmissão autóctone do vírus da rubéola,
denominado 2B
Transmissão
● Ocorre diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções nasofaríngeas
expelidas pelo doente
● O período de transmissibilidade é de 5 a 7 dias antes e depois do início do
exantema, que é uma erupção cutânea
● A maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e depois do início do exantema
Quadro clínico
● Febre baixa
● Linfoadenopatia retroauricular, occipital e cervical
● Exantema máculo-papular
● Esses sinais e sintomas da rubéola acontecem independente da idade ou
situação vacinal da pessoa
● O período de incubação médio do vírus é de 17 dias, variando de 14 a 21 dias
Tratamento
● Não há tratamento específico para a rubéola. Os sinais e sintomas
apresentados devem ser tratados de acordo com a sintomatologia e terapêutica
adequada, conforme cada caso
Prevenção
● É realizada feita por meio da vacina tríplice viral (Sarampo, Rubéola e
Caxumba)
● A vacina está disponível nos postos de saúde para crianças a partir de 12
meses de idade
Transmissão
● Ocorre pela via transplacentária
● Não ocorre através do parto nem da amamentação
Fisiopatologia
● A infecção intrauterina pode levar à reabsorção do embrião (quando a infecção
é muito precoce), abortamento espontâneo, natimorto, infecção da placenta sem
manifestações no feto ou infecção da placenta e do feto
● Esta infecção fetal poderá resultar em vários tipos de malformações,
dependendo da fase da gestação em que ocorreu a viremia
● A infecção adquirida após o quarto mês de gestação (cerca de 18 semanas), em
geral, não se encontra associada a malformações fetais, nem à persistência do
vírus
● Algumas crianças infectadas durante a vida intrauterina podem não apresentar
malformações evidentes ao nascimento, mas, em longo prazo, desenvolvem
perda auditiva e comprometimento intelectual
● Na presença de infecção fetal, o vírus pode ser excretado nas secreções
nasofaríngeas, sangue, urina e fezes por longos períodos
Tratamento
● Não existe tratamento medicamentoso para a síndrome da rubéola congênita
● A catarata e a cardiopatia são as manifestações clínicas passíveis de correção
cirúrgica
Prevenção
● A principal forma de prevenção da doença é a vacinação, porém a vacina não
pode ser administrada em grávidas e, deste modo, as mulheres devem estar
protegidas antes da concepção (caso não esteja, ela deve aguardar 1 mês para
engravidar)
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Toxoplasmose
Definição
● É uma infecção causada por um protozoário chamado Toxoplasma Gondii
(parasita intracelular obrigatório), encontrado nas fezes de gatos (hospedeiro
definitivo) e outros felinos, que pode se hospedar em humanos e outros animais
(hospedeiros intermediários)
● É uma das zoonoses mais comuns em todo o mundo
● É de notificação compulsória
● Os casos agudos são, geralmente, limitados e com baixas incidências
● A fase aguda da infecção tem cura, mas o parasita persiste por toda a vida da
pessoa e pode se manifestar ou não em outros momentos, com diferentes tipos
de sintomas. Ele pode se depositar no organismo em forma de cistos em
tecidos, como músculos e cérebro. Esses cistos podem ficar latentes por toda a
vida da pessoa e, em alguns casos, reativar-se, resultando em uma infecção
crônica
● A taxa de incidência da infecção crônica pode variar em diferentes faixas
etárias. Assim, ela é geralmente baixa até os cinco anos de idade, pois muitas
vezes a infecção ocorre na infância e o sistema imunológico a controla. A partir
dos 20 anos, a taxa de incidência pode começar a aumentar, talvez devido a
reativações da infecção latente ou a novas infecções
Transmissão
● Via oral (ingestão de alimentos e água contaminados, carnes mal passadas)
● Congênita
● Formas raras: por inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental,
transfusão sanguínea e transplante de órgãos
● É importante saber que o contato com gatos e felinos não causa a doença. O
risco está no contato com as fezes contaminadas de felinos, no consumo de
água contaminada ou alimentos mal lavados ou mal cozidos
Quadro clínico
● A maioria das pessoas infectadas pela primeira vez não apresenta sintomas e,
por isso, não precisam de tratamentos específicos
● No entanto, a doença pode trazer complicações, como sequelas pela infecção
congênita (transmitida da gestante para o bebê), toxoplasmose ocular,
toxoplasmose grave e toxoplasmose cerebral
Tratamento
● A toxoplasmose normalmente evolui sem sequelas em pessoas com imunidade
adequada, desta forma não se recomenda tratamento específico, apenas
tratamento para combater os sintomas
● Pacientes com imunidade comprometida ou que já tenham desenvolvido
complicações da doença (cegueira, diminuição auditiva) são encaminhados para
acompanhamento médico especializado
Toxoplasmose congênita
● A infecção congênita ocorrerá após infecção materna primária durante a
gestação, podendo eventualmente resultar da reativação da infecção latente em
mulheres imunodeprimidas
● A reinfecção de mulheres imunocompetentes durante a gestação é incomum
Fisiopatologia
● Ao adquirir a infecção primária, a mãe infecta o seu feto em 17-65% das vezes
pela via transplacentária
● Quanto mais precoce a idade gestacional, menor é a probabilidade de
transmissão, porém mais grave é o quadro clínico
● O contrário ocorre no final da gestação, quando há uma maior probabilidade da
infecção, porém com consequências menos graves
● Depois de replicar-se ativamente na placenta, a parasitemia atinge praticamente
todos os sistemas orgânicos do feto, com exceção da hemácia
● Os locais mais acometidos são as túnicas oculares e o sistema nervoso central
● No cérebro, encontramos áreas de necrose, acompanhadas de processos
inflamatórios perivasculares, que sofrem calcificação precoce
● A tétrade de Sabin
→ É caracterizada por coriorretinite, calcificações intracranianas, hidrocefalia
ou microcefalia e deficiência intelectual
● Podemos encontrar outras alterações, como: hepatoesplenomegalia,
linfadenopatia, icterícia, trombocitopenia, anemia, pneumonite, miocardite,
síndrome nefrótica e alterações ósseas
● IgA antitoxoplasma
→ A detecção de IgA antitoxoplasma também é possível e sua interpretação
segue a mesma lógica daquela do achado de IgM
→ Nos casos em que não se detecta IgA e/ou IgM, o diagnóstico poderá ser
estabelecido pelos incrementos dos títulos de IgG ao longo do primeiro ano
de vida ou persistência de anticorpos após o momento esperado para o
desaparecimento da IgG materna
● Radiografia simples de crânio
→ As calcificações intracranianas difusas, sem localização característica,
constituem-se em um achado característico da toxoplasmose congênita
→ Essas calcificações aparecem a partir do 3° mês de vida em
aproximadamente 30% dos pacientes, sendo a maior parte diagnosticada
até os dois anos de vida
Tratamento
● Todos os RN e lactentes com toxoplasmose congênita, independentemente da
presença de manifestações clínicas, devem ser tratados desde o nascimento até
o final do primeiro ano de vida
Acompanhamento
● As crianças com diagnóstico de toxoplasmose congênita comprovada devem
realizar avaliações oftalmológicas semestrais até a idade escolar, mantendo-se
exames anuais a seguir
● É possível o surgimento de novas lesões de retina ou recidiva de lesões já
cicatrizadas a qualquer momento da vida
● Nas crianças assintomáticas, nascidas de mulheres com diagnóstico possível ou
inconclusivo, deveremos realizar o acompanhamento sorológico a cada dois
meses
→ Caso seja observado o aumento nos títulos de IgG, o tratamento será
iniciado
Prevenção
● As mulheres suscetíveis devem ser identificadas antes e após a concepção e
receber orientações específicas para a prevenção da infecção
● As gestantes devem ser submetidas aos testes sorológicos de forma periódica,
para identificação da ocorrência de infecção aguda durante a gestação
→ A toxoplasmose aguda durante gestação sempre será tratada, com o intuito
de evitar a transmissão materno-fetal e, caso a infecção fetal já tenha
ocorrido, reduzir os danos acarretados ao RN
→ Os medicamentos empregados para estes fins incluem a espiramicina, que
parece reduzir a ocorrência de transmissão vertical, e a associação de
sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico, quando a infecção fetal é
confirmada ou altamente suspeita
Citomegalovirose congênita
Definição
● O Citomegalovírus (CMV) pertence à família Herpesviridae e, além de ser o
maior membro desta família, é altamente espécie-específico, sendo o homem o
seu único reservatório
● Da mesma forma que ocorre com outros membros desta família, após a
infecção primária, há o estabelecimento de um período de latência, sendo
possível a reativação do vírus endógeno latente ou reinfecção por exposição a
diferentes cepas
● As taxas de soroprevalência para esta infecção viral são bastante elevadas na
idade adulta, principalmente nos países em desenvolvimento
Transmissão
● As crianças podem ser contaminadas precocemente de três modos:
→ Durante a vida intrauterina (infecção congênita)
→ Pela exposição às secreções genitais durante o parto (intraparto)
→ No período pós-natal precoce, pelo leite materno
→ A distinção entre uma infecção congênita e as infecções perinatais é
importante em termos de prognóstico e determinação do seguimento das
crianças em longo prazo
Fisiopatologia
● A infecção latente pode sofrer reativação e é possível a reinfecção
● Deste modo, a infecção fetal é possível mesmo quando estamos diante de uma
gestante previamente imune para o CMV, diferentemente do que ocorre em
outras infecções
● A maior gravidade da infecção sobre o feto ocorre quando a transmissão ocorre
em fases iniciais da gestação, ao passo que a maior probabilidade de
contaminação se dá no último trimestre
● A infecção congênita encontra-se associada à eliminação do vírus pelo RN em
sua urina e saliva durante vários anos. Isso pode contribuir para a transmissão
do agente infeccioso a outras pessoas
Exames de imagem
● Quando o RN é sintomático, é comum a presença de lesões cerebrais, passíveis
de identificação nos exames de neuroimagem
● As lesões incluem lisencefalia (superfície cerebral lisa) com afilamento do córtex
cerebral, hipoplasia cerebelar, ventriculomegalia, calcificações periventriculares,
atraso na mielinização, alterações de substância branca, distúrbios de migração
neuronal, como a polimicrogiria e ocasionalmente esquizencefalia, cistos
periventriculares e hipoplasia cerebelar. As calcificações periventriculares são
bem peculiares e costumam estar descritas nos enunciados
Exames laboratoriais
● Testes sorológicos
→ São realizados apenas mediante alguma suspeita materna ou fetal
(alteração ultrassonográfica sugestiva)
→ Eles têm papel limitado na avaliação da infecção congênita pelo CMV e
possuem baixa sensibilidade e especificidade quando comparados aos
métodos de identificação viral
→ Mesmo quando é feita a detecção de IgM anti-CMV sérica no RN, está
indicada a confirmação da infecção por meio da detecção viral
● Identificação do vírus
→ Para avaliação do feto, realiza-se a detecção do DNA viral pelo método
PCR a partir coleta do líquido amniótico
→ É realizada por métodos de isolamento viral (ainda considerado o método
padrão-ouro convencional) ou por métodos moleculares (técnica de PCR; é
um método alternativo e rápido, que apresenta sensibilidade e
especificidade semelhantes às do isolamento viral, com a vantagem de
resultados mais rápidos)
→ A detecção do vírus na urina e/ou na saliva do RN nas primeiras três
semanas de vida é o marcador definitivo da infecção congênita por este
vírus
→ A identificação do vírus após este período até pode ser pela infecção
congênita, mas também pode estar relacionada com infecção adquirida no
período perinatal (intraparto) ou pós-natal precoce
● Exame de sangue
→ É comum o achado de trombocitopenia, aumento das aminotransferases
séricas e da BD
● Análise do líquor
→ Está indicada em todas as crianças infectadas, ainda que assintomáticas
● Avaliação auditiva
→ Recomenda-se a realização do potencial evocado da audição ao
nascimento, e também com 3, 6, 12, 18, 24, 30 e 36 meses
→ A partir dessa idade, audiometria infantil condicionada a cada seis meses
até seis anos de idade
● Avaliação oftalmológica
→ Deve ser realizada por meio de fundoscopia ocular no momento do
diagnóstico
Tratamento
● Há controvérsias na literatura quanto à indicação e validade do tratamento da
infecção congênita pelo CMV, haja visto a necessidade de terapia por tempo
prolongado e os efeitos tóxicos do tratamento
● Os principais critérios de inclusão citados pelo MS para tratamento são:
→ RN sintomáticos com evidências de envolvimento do SNC incluindo
calcificações intracranianas, microcefalia, atrofia cortical, surdez
neurossensorial, liquor anormal e coriorretinite
→ Quadro de síndrome sepsis-like viral
→ Pneumonite intersticial por CMV, excluídas outras etiologias
→ Idade inferior a um mês na ocasião do diagnóstico
Acompanhamento
● As crianças com infecção congênita, ainda que assintomáticas, podem
desenvolver sequelas, em especial a surdez neurossensorial e alterações do
desenvolvimento neuropsicomotor
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Varicela
Definição
● Conhecida popularmente como catapora, é uma doença infecciosa, altamente
contagiosa, mas geralmente benigna, causada pelo vírus Varicela-Zoster
● Manifesta-se com maior frequência em crianças e com incidência no fim do
inverno e início da primavera
● Uma vez adquirido o vírus Varicela, o indivíduo fica imune à catapora. No
entanto, esse vírus permanece no corpo durante toda a vida e pode ser
reativado, causando o Herpes-Zoster, conhecido também como cobreiro
Transmissão
● O contágio acontece por meio do contato com o líquido da bolha ou pela tosse,
espirro, saliva, ou seja, contato direto ou de secreções respiratórias
● Indiretamente, é transmitida por meio de objetos contaminados com secreções
de vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados
● Raramente, a catapora (varicela) é transmitida por meio de contato com lesões
de pele
● O período de incubação do vírus Varicela, causador da catapora, é de 4 a 16
dias
● A transmissão se dá entre 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões de pele
e até 6 dias depois, quando todas as lesões estiverem na fase de crostas
● Importante: deve-se afastar a criança da creche ou escola por 7 dias, a partir do
início do aparecimento das manchas vermelhas no corpo
Quadro clínico
● Em crianças, geralmente é benigna e autolimitada
● Em adolescentes e adultos, em geral, o quadro clínico é mais exuberante
● A principal característica clínica é o polimorfismo das lesões cutâneas que se
apresentam nas diversas formas evolutivas (máculas, pápulas, vesículas,
pústulas e crostas), acompanhadas de prurido
● As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo, se
espalham e se transformam em pequenas vesículas cheias de um líquido claro.
Em poucos dias o líquido escurece e as bolhas começam a secar e cicatrizam.
Este processo causa muita coceira, que pode infeccionar as lesões devido a
bactérias das unhas ou de objetos utilizados para coçar
● Evolução das manifestações:
1. Período prodrômico
→ Inicia-se com febre baixa, cefaleia, anorexia e vômito, podendo durar de
horas até 3 dias
→ Na infância, esses pródromos não costumam ocorrer, sendo o exantema
o primeiro sinal da doença
→ Em crianças imunocompetentes, a varicela geralmente é benigna, com
início repentino, apresentando febre moderada durante 2 a 3 dias,
sintomas generalizados inespecíficos e erupção cutânea
pápulo-vesicular que se inicia na face, couro cabeludo ou tronco
(distribuição centrípeta)
2. Período exantemático
→ As lesões comumente aparecem em surtos sucessivos de máculas que
evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e crostas
→ Tendem a surgir mais nas partes cobertas do corpo, podendo aparecer
no couro cabeludo, na parte superior das axilas e nas membranas
mucosas da boca e das vias aéreas superiores
→ O aparecimento das lesões em surtos e a rápida evolução conferem ao
exantema o polimorfismo característico da varicela: lesões em diversos
estágios (máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas), em uma
mesma região do corpo
→ Nos adultos imunocompetentes, a doença cursa de modo mais grave do
que nas crianças, apesar de ser bem menos frequente (cerca de 3%
dos casos). A febre é mais elevada e prolongada, o estado geral é mais
comprometido, o exantema mais pronunciado e as complicações mais
comuns podem levar a óbito, principalmente devido à pneumonia
primária
Complicações
● As principais complicações da catapora, nos casos severos ou tratados
inadequadamente, são:
→ Encefalite = inflamação aguda no SNC, que provoca a inflamação do
cérebro. Se não for tratada, pode ser fatal. Afeta principalmente bebês,
crianças e adultos com o sistema imunológico comprometido
→ Pneumonia
→ Infecções na pele e ouvido
● Pessoas com catapora não devem ter contato com recém-nascidos, mulheres
grávidas ou qualquer indivíduo que esteja com a imunidade baixa (como
pessoas com AIDS ou que estejam realizando quimioterapia), já que a doença
pode ser mais grave nestes grupos
Varicela congênita
Definição
● A infecção primária da mulher pelo Vírus Varicela-Zóster (VVZ) e o
desenvolvimento de varicela podem levar à infecção fetal
Fisiopatologia
● Essa infecção ocorre quando a mãe contrai varicela durante o 1° ou 2° trimestre
da gravidez, uma vez que a transmissão transplacentária do vírus é mais
comum nesses estágios
● Ocorre a propagação do VZV pelo corpo do feto após a infecção inicial da mãe
● Os mecanismos subjacentes às manifestações clínicas da varicela congênita
são complexos e não totalmente compreendidos, mas as áreas
preferencialmente acometidas podem ser explicadas pelos seguintes fatores:
→ Sistema Nervoso Central:
-O VZV é conhecido por sua afinidade pelo SNC
-Após a infecção da mãe, o vírus pode atravessar a barreira placentária e
entrar na circulação fetal
-Ele pode então migrar para o sistema nervoso do feto, onde pode causar
lesões no SNC
-Isso ocorre porque o vírus tende a infectar células neuronais, levando a
lesões cerebrais e medulares em áreas específicas
→ Pele:
-As lesões cutâneas características da varicela também são comuns na
varicela congênita
-O vírus se dissemina pela corrente sanguínea, resultando na formação de
vesículas na pele do feto
-Essas vesículas podem se manifestar em qualquer parte do corpo, mas
áreas preferenciais podem estar relacionadas à distribuição dos vasos
sanguíneos ou áreas de pele mais sensíveis.
→ Outros órgãos:
-Além do SNC e da pele, o VZV pode afetar outros órgãos, como pulmões,
fígado e intestino
-As áreas preferenciais de acometimento nesses órgãos podem depender
da distribuição vascular e da capacidade do vírus de infectar células
específicas em cada órgão
Tratamento
● Como a lesão causada pelo vírus não progride no período pós-parto, não está
indicado tratamento antiviral para pacientes com síndrome da varicela congênita
● A imunoglobulina antivaricela tem sido uma medicação utilizada algumas vezes
em mães suscetíveis expostas ao VVZ. Entretanto, os estudos com esta medida
não garantem a proteção fetal
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Transmissão
● A transmissão neonatal ocorre, na maior parte dos casos, durante a passagem
do RN pelo canal de parto, sendo rara no período antenatal
● Assim, a infecção deve ser considerada como uma infecção perinatal e não
congênita
● A infecção congênita é rara e acontece principalmente após a infecção primária
pelo HSV, com viremia e infecção fetal por via hematogênica (transplacentária)
Fisiopatologia
● A transmissão do HSV para o feto geralmente ocorre durante o parto vaginal,
quando o bebê entra em contato com lesões ativas ou secreções maternas
infectadas pelo vírus
● Durante o parto, há uma potencial viremia materna transitória, que permite a
disseminação do vírus no corpo da mãe e, em alguns casos, a passagem do
vírus para o feto
● Após a infecção do feto, o vírus penetra nas células da pele ou das mucosas do
bebê, estabelecendo a infecção persistente no corpo do bebê. Isso significa que
o vírus pode permanecer latente em células do sistema nervoso, como os
gânglios nervosos
b) Forma neurológica
→ Geralmente, ocorre durante a 2a ou 3a semana de vida
→ O RN desenvolve letargia, irritabilidade, convulsões, crises de apneia e
febre alta
→ As lesões cutâneas são observadas em 60% das vezes
→ As convulsões são de difícil tratamento e controle
→ A avaliação do líquor revela pleocitose à custa de células
mononucleares, glicose relativamente baixa e proteína moderadamente
elevada
c) Forma disseminada
→ É a forma mais grave e cursa com o envolvimento de múltiplos órgãos,
de forma semelhante a um quadro de sepse de origem bacteriana
→ As lesões graves apresentam sintomas já nos primeiros 5-11 dias de
vida
→ Há acometimento hepático, pulmonar, neurológico, cutâneo e adrenal
→ A mortalidade ultrapassa 80% e as lesões cutâneas nem sempre são
evidentes, o que pode dificultar mais o diagnóstico
Avaliação laboratorial
● Exame de sangue
→ Apresenta neutropenia e queda de plaquetas
→ As transaminases e bilirrubinas estarão elevadas
● Identificação viral
→ A cultura do vírus em células teciduais, a partir de amostras de sangue,
material das lesões, liquor, urina, fezes, secreções nasais, oculares,
orofaríngeas e secreção genital materna, constitui-se no melhor método
para o diagnóstico
→ O isolamento do vírus em um RN nos primeiros dias de vida é um critério
diagnóstico importante da infecção intrauterina
● Testes sorológicos
→ Têm valor limitado
● O raspado das vesículas deve ser analisado por anticorpo fluorescente (direto)
Tratamento
● Os RN com infecção pelo VHS devem ser isolados pelo risco de transmissão
nosocomial da infecção
● O aciclovir é a droga de escolha para o tratamento. A duração do tratamento é
definida pela forma clínica encontrada
Prevenção
● Durante a gestação, a mulher que teve infecção prévia de herpes genital, deve
utilizar aciclovir a partir da 36a semana para que na data do parto as lesões
estejam cicatrizadas
● O parto cesáreo é recomendado para gestantes infectadas com lesões ativas
como medida de profilaxia
● Entretanto, essa medida diminui sua eficácia caso a bolsa esteja rota há mais de
quatro horas
● Na ausência de lesões ativas, a via de parto é controversa
● Entretanto, a maioria dos especialistas concorda que a criança pode nascer por
parto normal
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Transmissão
● Picada do mosquito Aedes aegypti
● Transmissão vertical = a passagem transplacentária pode levar ao
estabelecimento de uma infecção congênita
● Via contato sexual
● Hemotransfusão
Fisiopatologia
● A infecção congênita ocorre quando a gestante é infectada pelo ZIKV durante a
gravidez, resultando na transmissão do vírus para o feto em desenvolvimento
● O Zika vírus pode atravessar a barreira placentária
● O vírus tem uma forte afinidade por tecidos neurais, o que significa que tem uma
propensão especial por infectar células do sistema nervoso
● Além do sistema nervoso, o Zika vírus também pode ter tropismo por outros
órgãos, como o coração e o fígado. Isso significa que o vírus pode infectar
células nesses órgãos, o que pode levar a problemas cardíacos e hepáticos em
bebês afetados
● Desproporção craniofacial
→ Nem todas as crianças terão microcefalia, mas podem ter algum grau de
comprometimento do seu crescimento craniano evidenciado por uma
desproporção craniofacial (discrepância entre o tamanho da face e do crânio)
→ Algumas crianças podem apresentar uma protuberância na região occipital, com
redundância de pele na região
● Hipertonia
→ Algum grau de hipertonia é comum nos primeiros dois ou três meses de
vida, mas as crianças com a infecção congênita pelo ZIKV podem
apresentar uma hipertonia mais acentuada
● Alterações visuais
→ Por alterações na retina ou no sistema nervoso central)
● Alterações auditivas
Exames de imagem
● Os achados de neuroimagem incluem calcificações corticais, subcorticais;
malformações corticais; padrão simplificado de giro; alterações migratórias;
hipoplasia do tronco cerebral, cerebelo e ventriculomegalia
● Ultrassonografia transfontanela
→ Está indicada para crianças com fontanela ainda aberta, o que se verifica
geralmente até os seis meses de idade
→ Esta deve ser a primeira opção, dada a alta carga de radiação associada
com o exame tomográfico
Avaliação laboratorial
● Diversos exames inespecíficos são solicitados, tais como hemograma e
dosagens séricas de aminotransferases séricas, bilirrubinas, ureia e creatinina,
lactato desidrogenase e outros marcadores de atividade inflamatória (proteína
C-reativa, ferritina)
● Os exames específicos atualmente disponíveis são:
→ Teste de rápido IgM/IgG (método de imunocromatografia qualitativa), que é
um teste de triagem
→ Sorologia IgM e IgG (método ELISA)
→ PCR para RNA viral (teste padrão-ouro), que poderá ser realizado em
sangue, soro ou urina
Tratamento
● Não há tratamento específico para microcefalia ou para as demais sequelas
neurológicas e sensoriais associadas à infecção congênita pelo ZIKV
● As terapias de suporte e reabilitação são dirigidas aos problemas motores
(fisioterapia motora, terapia ocupacional, psicomotricidade), de linguagem
(fonoaudiologia) e cognitivos-comportamentais (psicologia, psicopedagogia)