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Pré-natal
. Consultas
O número adequado de consultas no pré-natal seria igual ou superior a seis. Até a 34a as
consultas deverão ser mensais; depois, até a 36a semana, deverão ser quinzenais e, então,
semanais até o momento do parto.
. Suplementação
. Primeira consulta:
. Exame físico: dados vitais, exame físico geral (obstétrico, o exame do abdome, que inclui sua
inspeção, palpação, mensuração da altura uterina e ausculta dos batimentos cardíacos fetais
(BCF).
Exames:
Primeiro trimestre: • tipo sanguíneo e fator Rh; • teste de Coombs indireto nas pacientes Rh
negativo; • hemograma; • urina tipo I; • urocultura e antibiograma; • glicemia de jejum; •
exame parasitológico de fezes; • citologia cérvico-vaginal (Papanicolaou); • sorologia para
sífilis (VDRL), anti-HIV, hepatite B (HBsAg), hepatite C (HCV), toxoplasmose (IgG e IgM),
rubéola; • pesquisa de Chlamydia trachomatis; • ultrassonografia de primeiro trimestre. TSH
e T4 livre
Segundo trimestre: hemograma, TGO, hemograma, ultrassom morfológica
. Demais consultas:
. Vacinas: A mulher deve tomar vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR), caso não
seja imune a essas doenças. A vacina contra tétano e hepatite B deve ser administrada de
acordo com a carteira de vacinação.
Sífilis Gestacional
Transmissão
Classificação
Manifestações clínicas
Sífilis primária
Lesão circunscrita infectante (cancro duro), local por onde primariamente a bactéria penetrou
no organismo. Essa situação é mais observada em pacientes do sexo masculino e raramente é
diagnosticada em mulheres. Inicia-se com o cancro duro ou protossifiloma de 21 a 30 dias após
o contato infectante, representada por lesão geralmente única, indolor, como erosão ou
ulceração com bordas endurecidas em rampa, fundo limpo, eritematoso, com pequena
serosidade.
O cancro duro, se não tratado, persiste por 30 a 90 dias, regredindo espontaneamente sem
deixar cicatriz.
OBS:
. Em raros casos, o cancro duro não se desenvolve, seja pelo contágio por meio de transfusão
sanguínea ou em indivíduos que estavam em uso de antibióticos na época da contaminação,
mascarando o surgimento da lesão inicial.
Essas lesões, quando em áreas úmidas e de atrito como as pregas labiais e as regiões axilares,
inguinais e interglúteas, formam pápulas ou placas erosadas extremamente contagiosas,
chamadas de condilomas planos, que podem ser confundidos e tratados erroneamente como
condilomas acuminados induzidos pelo papilomavírus humano (HPV).
Observam-se, ainda, na mucosa genital e/ou oral múltiplas lesões erosadas com até 1 cm, em
placas arredondadas ou ovais, sem sintomas, denominadas placas mucosas. No acometimento
dos pelos, percebe-se: madarose, áreas de alopecia difusa no couro cabeludo ou com pelos
tonsurados, chamadas de alopecia em clareira. As unhas apresentam paroníquia ou anoníquia.
Todas essas lesões involuem com ou sem tratamento, não deixando sequelas.
Suas apresentações variam de acordo com a imunidade celular individual, podendo haver a
cura espontânea em até 60% dos casos.
O envolvimento do sistema nervoso central (SNC) na sífilis pode ser observado já nas fases
iniciais da infecção. Esse acometimento precoce, no entanto, dá-se por reação inflamatória da
bainha de mielina, não havendo destruição anatômica das estruturas neurais.
Por ser a sífilis uma doença sistêmica, logo após o contágio, sinais e sintomas neurológicos
inespecíficos e comuns, como cefaleia, insônia, ansiedade, obnubilação, preocupações
hipocondríacas e até mesmo alucinações, podem ocorrer não exclusivamente na fase tardia,
mas também, transitoriamente, na sífilis recente, especialmente na chamada fase secundária.
Nas gestações infectadas não tratadas, ocorre óbito fetal ou morte neonatal precoce, além de
provocarem várias alterações anatômicas no feto.
Notificação Compulsória
. Sífilis adquirida
. Sífilis em gestante: todos os casos de mulheres diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal,
parto e/ou puerpério devem ser notificados como sífilis em gestantes
. Sífilis congênita:
- Todo recém-nascido, natimorto ou aborto de mulher com sífilis não tratada ou tratada de
forma não adequada. Tratamento adequado: Tratamento completo para estágio clínico da
com penicilina benzatina, e INICIADO até 30 dias antes do parto.
- Toda criança com menos de 13 anos de idade com pelo menos uma das seguintes situações:
•Títulos de teste não treponêmicos do lactente com título quatro vezes maior do que o título
da mãe, em pelo menos duas diluições de amostras de sangue periférico, coletadas
simultaneamente no momento do parto;
•Títulos de testes não treponêmicos ainda reagentes após 6 meses de idade, em crianças
adequadamente tratadas no período neonatal ou testes treponêmicos reagentes após 18
meses de idade sem diagnóstico prévio de sífilis congênita, pois após esse tempo os anticorpos
maternos transferidos passivamente já terão desaparecido da circulação sanguínea da criança
Nesta situação, deve ser sempre afastada a possibilidade de sífilis adquirida em situação de
violência sexual.
OBS:
. Quando o teste rápido for utilizado como triagem, nos casos reagentes, uma amostra de
sangue venoso deverá ser coletada e encaminhada para a realização de teste não
treponêmico.
Tratamento
Para o seguimento do paciente, os testes não treponêmicos (por exemplo: VDRL) devem ser
realizados mensalmente nas gestantes.
Reação de Jarish-Herxheimer: consiste em endotoxemia causada pela destruição maciça dos
treponemas com liberação de lipopolissacárides bacterianos. Ocorre mais na fase
exantemática da sífilis recente após a primeira dose do antibiótico. Geralmente exige apenas
medicações sintomáticas como analgésicos e antitérmicos comuns, involuindo
espontaneamente em 12 a 48 horas, não se justificando a interrupção do esquema
terapêutico. Expressa-se como exacerbação das lesões, febre, calafrios, cefaleia, náuseas e
artralgias. Em gestantes, deve-se estar alerta para a possibilidade de desencadeamento de
trabalho de parto pré-termo pela liberação de prostraglandinas;
OBS: bebês com suspeita de sífilis congênita, incluindo crianças que nasceram de mães que são
soropositivas para a sífilis e não tratados com penicilina com mais de 30 dias antes do parto,
devem ser tratados com penicilina cristalina na dose de 50.000 UI/kg/dose, por via intravenosa
(EV), a cada 12 horas (nos primeiros sete dias de vida) e a cada 8 horas (após sete dias de vida),
durante 10 dias; ou penicilina G procaína 50.000 UI/kg, dose única diária, intramuscular (IM),
durante 10 dias;
•Resposta imunológica adequada: teste não treponêmico não reagente ou queda na titulação
em duas diluições em até seis meses para sífilis recente e queda na titulação em duas diluições
em até 12 meses para sífilis tardia, nesse caso, a persistência de resultados reagentes em
testes não treponêmicos e quando descartada nova exposição de risco durante o período
analisado, é chamada de “cicatriz sorológica” (serofast) e não caracteriza falha terapêutica.
Sífilis e HIV
Em todo paciente com sífilis ou com outra DST, deve-se oferecer, enfaticamente, sorologia
anti-HIV, bem como marcadores para hepatites.
Retorno da atividade sexual: após a regressão das lesões cutaneomucosas, que, se dá, na
maioria dos casos, de duas a três semanas depois de completado o tratamento.
Prevenção: preservativo, realização de três exames VDRL, sendo dois durante o pré-natal (na
primeira consulta e na transição entre o segundo e o terceiro trimestre gestacionais) e um no
momento do parto.