Você está na página 1de 18

Sífilis

O que é sífilis?
► A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva
do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar
várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária,
secundária, latente e terciária).
► A infecção por sífilis pode colocar em risco não apenas a saúde do adulto,
como também pode ser transmitida para o bebê durante a gestação. O
acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal
previne a sífilis congênita e é fundamental.
► Cerca de 64.300 casos de sífilis adquirida foram registrados no Brasil somente
no primeiro semestre de 2021, segundo dados atualizados do Ministério da
Saúde. O número é 16 vezes maior do que em todo o ano de 2010, quando
3.936 pessoas foram diagnosticadas com a doença.
Quais são os sinais e sintomas?
► Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com cada estágio da doença,
que se divide em:
► Sífilis primária: Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria
(pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que
aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias e
é chamada de “cancro duro”.
► Normalmente, ela não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar
acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.
► Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.
Sífilis secundária:
► Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do
aparecimento e cicatrização da ferida inicial.
► Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo
palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias.
► Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo.
► As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de
tratamento, trazendo a falsa impressão de cura
Sífilis latente – fase assintomática
► Não aparecem sinais ou sintomas.
► É dividida em: latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia
(mais de um ano de infecção).
► A duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento
de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
Sífilis terciária:
► Pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção.
► Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas,
ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
► Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer
e desaparecer, mas continuar latente no organismo. Por isso é importante se
proteger, fazer o teste e, se a infecção for detectada, tratar da maneira
correta.
Como é feito o diagnóstico?
► O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS,
sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo,
30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Esta é a principal
forma de diagnóstico da sífilis.
► O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento das IST, do HIV/Aids e das
Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde
(DIAHV/SVS/MS) como parte da estratégia para ampliar a cobertura
diagnóstica da doença. Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra
de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste
laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico.
Como é feito o tratamento da sífilis?
► O tratamento de escolha é a penicilina benzatina (benzetacil), que poderá
ser aplicada na unidade básica de saúde mais próxima de sua residência.
► Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o
mais rápido possível, com a penicilina benzatina. Este é o único
medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical, ou seja, de passar a
doença para o bebê.
► Administração de penicilina benzatina.
► Início do tratamento até 30 dias antes do parto.
► Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis.
► Respeito ao intervalo recomendado das doses.
O que é sífilis congênita?
► A sífilis congênita é uma doença transmitida para criança durante a gestação (transmissão
vertical). Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e,
quando o resultado for positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual,
para evitar a transmissão.
► Recomenda-se que a gestante seja testada pelo menos em 3 momentos:
► Primeiro trimestre de gestação
► Terceiro trimestre de gestação
► Momento do parto ou em casos de aborto
► A sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois
anos de vida da criança.
► Quais são as complicações da sífilis congênita?
► Aborto espontâneo
► Parto prematuro
► Má-formação do feto
► Surdez
► Cegueira
► Deficiência mental
► Morte ao nascer
ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO NO
TRATAMENTO DA SÍFILIS
► A Assistência de Enfermagem precisa ser feita em torno das gestantes e
parceiros com o desenvolvimento de atividades conduzidas pelo enfermeiro,
propiciando uma melhor qualidade, com acompanhamento da sífilis na
consulta Pré-Natal, ações associadas à educação em saúde, monitorando de
casos da enfermidade, fazendo sempre a notificação para um tratamento
necessário dos parceiros sexuais, orientando na realização de exames
sorológicos para propiciar possibilidades de cura.
DOENÇA INFLAMATÓRIA
PÉLVICA

(DIP)
Doença inflamatória pélvica (DIP)

► A doença inflamatória pélvica (DIP) se caracteriza por processos inflamatórios agudos ou


crônicos que ocorrem na vagina e colo do útero, por proliferação de micro-organismos que
adentram acometendo os órgãos do trato genital superior, que são: útero, tubas uterinas
e ovários.
► Em grande parte dos casos, a doença se manifesta em decorrência de uma infecção
sexualmente transmissível – com frequência a gonorreia e a clamídia – adquirida por meio
de relações sexuais desprotegidas.
► A falta de rápido diagnóstico e tratamento, ou o tratamento inadequado dos casos da
doença, aumentam o risco de severas complicações, com consequências extremamente
negativas para a saúde da mulher, além dos custos econômicos e sociais.
► A incidência de DIP é extremamente difícil de determinar, pois grande parte dos casos
ocorre de forma insidiosa e são assintomáticos ou oligossintomáticos, sendo detectados,
principalmente, pelas sequelas que ocasionam quadros mais graves.
Causas da doença inflamatória pélvica
► A doença inflamatória pélvica é geralmente causada por bactérias da vagina. Mais comumente,
as bactérias são transmitidas durante a relação sexual com um parceiro que tem uma doença
sexualmente transmissível. As bactérias sexualmente transmissíveis mais comuns são:
• Neisseria gonorrhoeae, que causa a gonorreia
• Chlamydia trachomatis, que causa a infecção por clamídia
• mycoplasma genitalium
► Essas bactérias geralmente se disseminam da vagina para o colo do útero (a parte inferior do
útero que se abre para a vagina), onde elas causam infecção (cervicite). Essas infecções podem
permanecer no colo do útero ou se espalhar para cima, causando a doença inflamatória pélvica.
► Também ocorre comumente em mulheres que tem vaginose bacteriana. As bactérias que
causam a vaginose bacteriana normalmente residem na vagina. Elas causam sintomas e se
espalham para outros órgãos somente se aumentam em número (supercrescimento).
► Com menos frequência, a mulher é infectada durante um parto normal, um aborto ou um
procedimento médico, como uma dilatação e curetagem (D e C) ou cirurgia ginecológica,
quando ocorre a introdução de bactérias na vagina ou quando as bactérias que normalmente
residem na vagina são movidas para dentro do útero.
► Muito comum nas mulheres em idade fértil, que mantêm relações desprotegidas com múltiplos
parceiros ou com parceiro sabidamente infectado.
Sinais e sintomas
► Dor abdominal
► Dor pélvica
► Dispareunia (dor que ocorre durante a relação sexual)
► Corrimento vaginal
► Disúria ou polaciúria (dor e desconforto ao urinar, urinar pouco e com
frequência)
► Sangramento uterino anormal
► Febre, fadiga e vômitos.
Como é feito o diagnóstico?
► Exame abdominal; Exames laboratoriais.
► Exame especular; Toque vaginal bimanual.
► Exame de gravidez, para descartar gravidez ectópica.
► O médico suspeita da presença de doença inflamatória pélvica se a mulher tiver dor na parte
inferior do abdômen ou se ela tiver um corrimento vaginal inexplicado, especialmente se ela
estiver em idade fértil ou se o corrimento tiver pus. A dor sentida na região pélvica durante o
exame pélvico aponta para o diagnóstico.
► Uma amostra é normalmente coletada do colo do útero com um cotonete e analisada para
determinar se a mulher tem gonorreia ou uma infecção por clamídia. Mesmo que esses exames não
detectem a presença de gonorreia ou infecção por clamídia, ainda assim a mulher pode ter uma
doença inflamatória pélvica.
► A ultrassonografia da pelve é feita se a dor impede um exame físico adequado ou se mais
informações são necessárias. Ele pode detectar abscessos nas trompas de Falópio e ovários ou uma
gravidez tubária.
► Se o diagnóstico ainda for incerto, ou se a mulher não responder ao tratamento, é possível que o
médico realize um procedimento laparoscópio para visualizar o interior do abdômen e para obter
uma amostra de líquidos para exame. Em geral, esse procedimento é capaz de confirmar ou
descartar uma doença inflamatória pélvica.
Como é feito o tratamento?
► Caso a doença seja detectada no início, o tratamento pode ser feito com antibióticos, como
Ceftriaxona, Doxiciclina e Metronidazol. No entanto, em casos mais agudos da infecção,
pode ser necessária a internação da mulher para a administração de antibióticos
endovenosos e monitoramento da infecção.
► Hidratação e analgesia.
► A remoção do DIU não deve ser, necessariamente, realizada nos casos leves e moderados da
doença inflamatória pélvica, mas deve ser considerada caso a usuária deseje fazê-lo ou se
não houver melhora clínica após 72 horas da antibioticoterapia, ou, ainda, em casos de
doença inflamatória pélvica severa.
► Na presença de abscesso tubo-ovariano ou pélvico, drenar se necessário.
► Manter acompanhamento clinico e bacteriológico durante 4-6 semanas após fim do
tratamento.
► Durante o tratamento, é importante ficar em repouso e manter abstinência sexual. Após o
prazo, manter o uso de preservativos em todas as relações sexuais
► O parceiro deve ser tratado também, mesmo que não apresente sintomas, a fim de evitar a
recontaminação da paciente que está em tratamento.
Complicações
Retardar o início do tratamento da doença inflamatória pélvica pode representar risco aumentado
de desenvolver distúrbios irreversíveis, incluindo:
► 1) Gravidez ectópica (também conhecida por gravidez tubária, ocorre quando o tecido
cicatricial que se formou nas tubas uterinas impede que o óvulo fertilizado alcance o útero);
► 2) Peritonite;
► 3) Infertilidade; A DIP pode causar a formação de tecido cicatricial nas trompas de Falópio. Esse
tecido cicatricial pode impedir que a mulher engravide.
► 4) Formação de abscessos em diferentes órgãos pélvicos e no trato reprodutivo;
► 5) Dor pélvica crônica.
Referências
SÍFILIS: o que é sífilis. Ministério da saúde: Governo do estado, 24 nov. 2020. Disponível
em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sifilis. Acesso em: 26 ago.
2022
MENEZES, Maria et al. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente
Transmissíveis 2020: doença inflamatória pélvica: Brazilian Protocol for Sexually
Transmitted Infections 2020: pelvic inflammatory disease. Scielo, 15 mar. 2021.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/HWSZjGFSwFpsWnSnxTSVL7g/#. Acesso
em: 23 ago. 2022.
DOENÇA Inflamatória Pélvica (DIP): o que é, agentes etiológicos e epidemiologia. Sanar
flix, 21 jul. 2019. Disponível em: https://www.sanarmed.com/doenca-inflamatoria-pelvica.
Acesso em: 23 ago. 2022
SÍFILIS. Paraná governo do estado: Secretaria da saude, 2018. Disponível em: https://
www.saude.pr.gov.br/Pagina/Sifilis. Acesso em: 26 ago. 2022.

Você também pode gostar