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Índice

Introdução..........................................................................................................................4
ITS.....................................................................................................................................5
Etiologia............................................................................................................................5
As Principais ITS...............................................................................................................6
Factores de Risco...............................................................................................................7
Fisiopatologia....................................................................................................................7
Quadro Cínico...................................................................................................................9
Conclusão........................................................................................................................13
Referências Bibliográficas...............................................................................................14
Introdução

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) estão entre os problemas de saúde pública


mais comuns em todo o mundo, com uma estimativa de 376 milhões de casos novos por ano
(OMS, 2019). As IST são transmitidas, principalmente, por contacto sexual sem o uso de
camisinha com uma pessoa que esteja infectada. Algumas IST podem não apresentar
sintomas, tanto no homem quanto na mulher. Por isso, mesmo fazendo sexo com uso de
preservativo, é recomendado procurar o serviço de saúde para testagem no mínimo uma vez
ao ano. Essas infecções, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir
causando outros problemas de saúde. O tratamento das IST quebra a cadeia de
transmissibilidade e impede a deterioração da saúde. Neste presente trabalho iremos abordar
alguns aspectos fundamentais sobre as ITS.

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ITS

As infecções sexualmente transmissíveis (IST ou ITS) são infecções causadas por vírus,
bactérias ou outros micróbios que se transmitem, principalmente, através das relações sexuais
sem o uso de preservativo com uma pessoa que esteja infectada, e geralmente se manifestam
por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.

Algumas IST podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. E isso
requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com
um profissional de saúde periodicamente. Essas infecções quando não diagnosticadas e
tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a
morte.

Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal) é o método mais eficaz
para a redução do risco de transmissão das IST, em especial do vírus da Aids, o HIV. Outra
forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado ou pelo
compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injectáveis. A Aids
e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebé
durante a gravidez, o parto. E, no caso da Aids, também na amamentação.

Etiologia

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros
microrganismos. A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser
adoptada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque
destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e
sintomas. A denominação ‘D’, de ‘DST’, vem de doença, que implica em sintomas e sinais
visíveis no organismo do indivíduo. Já as ‘Infecções’ podem ter períodos assintomáticos, ou
se mantém assintomáticas durante toda a vida do indivíduo, como são os casos da infecção
pelo HPV e o vírus do Herpes, detectadas por meio de exames laboratoriais. O termo IST é
mais adequado e já é utilizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). São transmitidas,
principalmente, por meio do contacto sexual (oral, vaginal e anal) sem o uso do preservativo
masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode
acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. De

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maneira menos comum, as IST também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo
contacto de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.

O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de
transmissão dessas infecções. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos
serviços de saúde do SUS. Se não tratadas adequadamente, podem provocar diversas
complicações e levar a pessoa, inclusive, à morte. As IST são um grave problema de saúde
pública, pois:

 Facilitam a transmissão sexual do HIV (vírus da AIDS);


 Quando não diagnosticados e tratados a tempo, podem levar a pessoa portadora a ter
complicações graves e incorrer em morte;
 Algumas IST, quando acometem gestantes, podem provocar o abortamento ou o
nascimento com graves malformações. Quando não tratadas adequadamente, as IST
podem causar sérias complicações, além do risco de pegar outras IST, inclusive o
vírus da AIDS. Essas complicações podem ser:
 Esterilidade no homem e na mulher (a pessoa não pode mais ter filho);
 Inflamação nos órgãos genitais do homem, podendo causar impotência;
 Inflamação no útero, nas trompas e ovários da mulher, podendo complicar para uma
infecção em todo o corpo, o que pode causar a morte;
 Mais chances de ter câncer no colo do útero e no pénis;
 Nascimento do bebé antes do tempo ou com defeito no corpo ou até mesmo a sua
morte na barriga da mãe ou depois do nascimento.

As Principais ITS

As IST’s são provocadas por uma quantidade de vírus, bactérias, parasitas unicelulares e
fungos. Há mais de 20 doenças diferentes, incluindo:

 Infecção por VIH/SIDA


 Vírus do papiloma humano (HPV)
 Clamídia
 Gonorreia
 Hepatite B
 Sífilis

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 Herpes genital
 Tricomoníase

Factores de Risco

 Contactos sexuais casuais;


 Relações sexuais com múltiplos parceiros;
 Utilização irregular ou não utilização do preservativo, isto implica a não utilização de
preservativo ao longo de todo ato sexual, o preservativo rasgar durante o ato;
 Início precoce da actividade sexual;
 Falta de cuidados de higiene, nomeadamente da área genital;
 Consulta tardia após surgirem os primeiros sinais ou sintomas;
 Não comunicação com os parceiros sexuais, para que estes se possam tratar o mais
precocemente possível, não afectando outras pessoas;

Jovens entre os 18 e os 24 anos são os grupos que apresentam mais comportamentos de risco
(consumo de álcool, drogas, parceiros sexuais causais e múltiplos parceiros). Logo, estes são
os grupos que apresentam maior risco de infecções.

Fisiopatologia

As IST podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos ou verrugas anogenitais. São
alguns exemplos de IST: herpes genital, sífilis, gonorreia, infecção pelo HIV, infecção pelo
Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C.

A IST aparece, principalmente, no órgão genital, mas pode surgir também em outra parte do
corpo (ex.: palma das mãos, olhos, língua).

O corpo deve ser observado durante a higiene pessoal, o que pode ajudar a identificar uma
IST no estágio inicial. Sempre que se perceber algum sinal ou algum sintoma, deve-se
procurar o serviço de saúde. E, quando indicado, avisar a parceria sexual.

São três as principais manifestações clínicas das IST: corrimentos, feridas e verrugas
anogenitais.

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Corrimentos

 Aparecem no pénis, vagina ou ânus.


 Podem ser esbranquiçados, esverdeados ou amarelados, dependendo da IST.
 Podem ter cheiro forte e/ou causar coceira.
 Provocam dor ao urinar ou durante a relação sexual.
 Nas mulheres, quando é pouco, o corrimento só é visto em exames ginecológicos.
 Podem se manifestar na gonorreia, clamídia e tricomoníase.

A vaginose bacteriana e a candidíase vulvovaginal também causam corrimento, mas não são
consideradas IST.

Feridas

 Aparecem nos órgãos genitais ou em qualquer parte do corpo, com ou sem dor.
 Podem ser manifestações da sífilis, herpes genital, cancroide, donovanose e
linfogranuloma venéreo.

Verrugas anogenitais

 São causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV) e podem aparecer em forma de


couve-flor, quando a infecção está em estágio avançado.
 Em geral, não doem, mas pode ocorrer irritação ou coceira.
 HIV/aids e hepatites virais B e C

Além das IST que causam corrimentos, feridas e verrugas anogenitais, existem as infecções
pelo HIV e pelas hepatites virais B e C, causadas por vírus, com sinais e sintomas específicos.

Doença Inflamatória Pélvica (DIP)

 É outra forma de manifestação clínica das IST.


 Decorre de gonorreia e clamídia não tratadas.
 Atinge os órgãos genitais internos da mulher (útero, trompas e ovários), causando
inflamações.
 Algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas e
tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte.

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Quadro Cínico

Infecção por VIH/SIDA

A infecção aguda, também chamada de síndrome da infecção retroviral aguda ou infecção


primária, ocorre em cerca de 50% a 90% dos pacientes. Seu diagnóstico é pouco realizado,
em razão do baixo índice de suspeição, sendo, em sua maioria, retrospectivo. As
manifestações clínicas podem variar desde quadro gripal até uma síndrome, que se assemelha
à mononucleose.

Na fase seguinte (infecção assintomática) o estado clínico básico é mínimo ou inexistente.


Alguns pacientes podem apresentar uma linfoadenopatia generalizada persistente, “flutuante”
e indolor.

Na fase sintomática inicial (ou precoce) o portador de HIV pode apresentar sinais e sintomas
inespecíficos de intensidade variável, como sudorese nocturna, fadiga, emagrecimento e
trombocitopenia, além de processos oportunistas de menor gravidade, principalmente na pele
e nas mucosas, como candidíase oral e, nas mulheres, vaginal.

O aparecimento de infecções oportunistas (tuberculose, neurotoxoplasmose,


neurocriptococose) e algumas neoplasias (linfomas não Hodgkin e sarcoma de Kaposi) define
a aids em sua forma mais avançada.

Vírus do papiloma humano (HPV)

Sabe-se que, para que a infecção pelo HPV ocorra, é necessário que ele atinja as células da
membrana basal. Isso se dá por meio de microtraumas que ocorrem durante o contacto íntimo,
antes de entrar nas células epiteliais (queratinócitos).

Desse modo, a infecção do trato genital inferior pelo HPV é dividida em:

 Clínica: é a forma que se pode evidenciar a olho nu; são as verrugas genitais, também
denominadas de condilomas acuminados.
 Subclínica: seu diagnóstico só é possível por meio de recursos de magnificação (lente
de aumento, colposcopia e microscopia).
 Latente: é a identificação de sequências de DNA-HPV com técnicas de biologia
molecular. No geral, é feita em indivíduos com tecidos clínica e colposcopicamente
normais.

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Clamídia

Gonorreia

É distinto entre homens e mulheres. Normalmente nos homens apresenta-se como corrimento
de origem uretral, inicialmente mucoide, evoluindo para mais abundante e purulento. Pode
existir associação com disúria, prurido que se estende da fossa navicular por toda a uretra,
febre e sinais de infecções sistémicas.

Quando não tratada, se propaga por toda a uretra, levando ao surgimento de sintomas como
polaciúria, sensação de peso no períneo ou hematúria no final da micção.

As mulheres, em sua maioria, são assintomáticas e, na presença do corrimento, esse se origina


na endocérvice. A infecção aparente manifesta-se a partir da cervicite associada ao corrimento
vaginal, dispareunia e disúria, ou progredir para às trompas e ao endométrio, causando a
MIPA.

Hepatite B

No exame clínico, é fundamental observar a faixa etária do indivíduo. Isso porque a idade
nos auxilia na suspeita diagnóstica. Por exemplo, é mais comum a transmissão vertical do
HBV, sendo a infecção pelo HCV durante o parto menos frequente. Além disso,
outros factores de risco para a hepatite como o uso de drogas injectáveis, a prática sexual
não segura e as condições sanitárias também devem ser observados. A hepatite de duas
formas: oligo/assintomática ou sintomática. Dessa maneira, pode ser classificada
como hepatite aguda, hepatite crónica e hepatite fulminante.

Sífilis

Pacientes com lesão genital devem ser avaliados para doenças sexualmente transmissíveis que
tendem a ocorrer juntas. Como é uma lesão ulcerada genital única indolor, a nossa principal
hipótese diagnóstica é sífilis primária.

Tricomoníase

O quadro clínico característico é o corrimento vaginal intenso, normalmente amarelo-


esverdeado, principal motivo de consulta das mulheres infectadas. Entretanto, o corrimento

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também pode ser bolhoso e espumoso, acompanhado de odor fétido que lembra um “peixe
cru”.

O prurido pode estar presente, normalmente, ocorrendo devido a uma reacção alérgica
à infecção pelo protozoário. Nesse caso, quando a inflamação é intensa, pode provocar
sinusiorragia (sangramento vaginal após relação sexual) e dispareunia (dor durante a relação
sexual).

E ainda, edema vulvar e disúria também podem estar presentes. No exame especular, pode ser
possível visualizar microulcerações no colo uterino, caracterizando o “colo em framboesa” ou
“colo em morango”.

O teste de Schiller, realizado com a aplicação de solução de iodo no colo uterino, pode ter
aspecto “tigróide”. Além disso, devido aos transudatos inflamatórios, há uma elevação do pH
vaginal, facilitando a proliferação de bactérias patogénicas. Por isso, pode-se estabelecer,
concomitantemente a tricomoníase, a vaginose bacteriana.

Herpes Genital

Quadro clínico: Primoinfecção x Recorrência

Infecção primária

A primoinfecção ou infecção primária corresponde ao primeiro episódio resultante do


contacto com o vírus, que ocorre cerca de 6 dias após o contacto. Pode ser assintomática,
porém quando sintomática é mais intensa e com sintomas mais graves.

Inicialmente têm-se os pródromos, que são os sintomas que indicam o início de uma doença
específica antes que os sintomas específicos da mesma surjam. Os pródromos são prurido,
ardência, parestesia, ardência e aumento da sensibilidade.

Após esses sintomas, observa-se o surgimento de lesões cutâneas na região genital, que se
iniciam como pequenas e múltiplas vesículas em região eritematosa, que posteriormente
se rompem, dando origem às úlceras. Essas lesões ulceradas são dolorosas e não sagram.
Após alguns dias forma-se uma crosta sobre a lesão e então ocorre a cicatrização.

Além dessa manifestação específica, pode notar-se também a linfadenomegalia inguinal


dolorosa bilateralmente e sintomas sistémicos como febre, mal estar, mialgia e astenia.

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Após o quadro, seja ele sintomático ou não, o vírus pode dirigir-se aos gânglios e ali alojar-se.

Recorrência (herpes recorrente)

A forma recorrente se dá quando aquele vírus que estava alojado no gânglio sofre uma
reactivação.

É mais branda que a infecção primária, ou seja, os sintomas são atenuados, até pelo fato de
já existir uma imunidade adquirida.

Assim como na primoinfecção, pode ser precedida pelos pródromos (prurido, ardência,
parestesia, hipersensibilidade, mialgias e fisgadas).

As lesões geralmente acometem o mesmo local acometido na primo-infecção.

Uma vez que o vírus está alojado, alguns fatores podem provocar a reativação viral, e assim
levar ao herpes genital recorrente.

Os principais fatores que podem levar a reativação são as infecções são, por exemplo, quadros
de febre prolongada, radiação ultravioleta (exposição solar), frio intenso, antibioticoterapia
prolongada, trauma local, estresse emocional e menstruação.

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Conclusão

Com tudo as IST podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas
anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de
pele. São alguns exemplos de IST: herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção
pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C. As IST
aparecem, principalmente, no órgão genital, mas podem surgir também em outras partes do
corpo (ex.: palma das mãos, olhos, língua).

O corpo deve ser observado durante a higiene pessoal, o que pode ajudar a identificar uma
IST no estágio inicial. Sempre que se perceber algum sinal ou algum sintoma, deve-se
procurar o serviço de saúde, independentemente de quando foi a última relação sexual. E,
quando indicado, avisar a parceria sexual.

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Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das


IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/infeccoes-sexualmente-
transmissiveis-0

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Disponível


em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/i/infeccoes-sexualmente-
transmissiveis-ist-1

Grupo de Incentivo à Vida (GIV). O que são IST? Disponível em: http://giv.org.br/ist/o-que-
sao-ist.htm

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