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Introdução

(gabs) As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são doenças causadas por microrganismos, cuja
principal via de transmissão é o contato sexual desprotegido, seja ele oral, anal ou vaginal). Seu alto
índice de disseminação está diretamente relacionado à falta ou à utilização incorreta do preservativo
seja ela masculina ou feminina. Esse fato pode estar relacionado à situação precária dos serviços de
saúde e à precariedade da educação sexual difundida tanto pelas escolas quanto pelos pais, além de
outras formas utilizadas pelos jovens para obter informações, como a internet ou até mesmo por trocas
de experiências entre eles. Sabe-se que a utilização de medidas que visam o controle de IST que não
abordam o contexto sociopolítico não geram resultados suficientemente positivos. Observa-se que as
práticas associadas à prevenção de IST devem levar em consideração a cultura da sociedade envolvida,
de forma que os saberes da comunidade sejam respeitados, e sua identidade cultural seja reconhecida.

(lopes)Apesar disso, o diálogo sobre assuntos relacionados às IST e ao sexo na sociedade moderna ainda
é muito dificultado devido aos estigmas envolvidos, associados principalmente à cultura e às crenças da
população. Tal fato dificulta que o assunto seja abordado tanto nas escolas como dentro do ambiente
familiar, o que pode resultar em um déficit no conhecimento dos adolescentes.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as IST têm aumentado gradativamente em
todo o mundo desde a década de 1990. Esse aumento pode estar associado à difícil detecção dessas
doenças, devido ao fato de grande parte das IST apresentarem sintomas sutis, tanto em homens quanto
em mulheres. Essas doenças também se relacionam diretamente a questões socioculturais e de gênero,
o que dificulta tanto a prevenção quanto o tratamento (FALAREMOS MAIS A DIANTE SOBRE A
PREVENÇÃO, O TRATAMENTO DE CADA UMA DAS INFEÇÕES)

(pedro)A organização mundial de saúde (OMS) calcula que no mundo, em cada ano, mais de 250
milhões de pessoas adquirem uma nova IST. Nos Estados Unidos são infetadas anualmente cerca de 20
milhões de pessoas e destas cerca de metade têm entre 15 e 24 anos.

Esta é a idade mais incidente devido

-Devido à imaturidade do seu corpo, têm maior suscetibilidade para adquirir IST`s, sobretudo as
mulheres jovens.

-Muitos têm dificuldade em aceder aos serviços de saúde, em expor as suas queixas ou dúvidas aos/às
técnicos/as de saúde, ou mesmo no pagamento das taxas moderadoras para a realização das análises
recomendados.

Os jovens de 15 a 19 anos estão em uma faixa considerada de maior risco para ISTs. Isso porque a
adolescência envolve o desejo de autonomia, com relações com múltiplas parcerias sexuais, uso menos
frequente de preservativos e uso de drogas durante a prática sexual.

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Para um melhor entendimento deste assunto iremos especificar as ist's mais comuns. (gabs)
O que é o VIH?

O VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) é um vírus que destrói o sistema imunitário da pessoa
infetada, isto é, destrói os mecanismos de defesa que nos protegem das doenças. O VIH penetra nas
células do sistema imunitário, integra-se no código genético (ADN) das células infetadas, multiplica-se e
provoca a sua destruição, libertando-se para infetar novas células.

Existem dois tipos de VIH: o VIH do tipo 1 (VIH-1) e o VIH do tipo 2 (VIH-2), sendo este o mais frequente
em África e o VIH1 o mais frequente no resto do mundo.

Como se transmite o VIH?

O vírus VIH encontra-se principalmente no sangue, no sémen, no líquido pré-ejaculatório, nos fluidos
vaginais de pessoas infetadas e também no leite materno. Assim, a transmissão do vírus ocorre quando
estes fluidos corporais entram diretamente em contacto com o corpo de outra pessoa pela via sexual
e/ou sanguínea, ou, no caso do leite materno, durante a amamentação.

Formas de transmissão do VIH:

1-Sangue e seus derivados

A principal transmissão ocorre através da partilha de agulhas, seringas e outros materiais utilizados no
consumo de drogas, que estejam infetados com sangue contaminado. Outros objetos que contenham
sangue não devem ser partilhados! É o caso das lâminas de barbear, piercings, instrumentos de
tatuagem e de furar as orelhas e alguns utensílios de manicura e/ou pedicura.

Atualmente, todo o sangue usado nas transfusões de sangue é testado antes de ser utilizado, pelo que
não se deve ter receio. Dar sangue também não tem perigo porque todo o material utilizado é
esterilizado e descartável.(desta forma icentivamos tambem a doação de sangue) Este tipo de material,
descartável e esterilizado, é também utilizado em todos os atos médicos e/ou cirúrgicos, como dar
injeções, fazer biopsias, colher sangue, no exame ginecológico etc.

2 – Relações sexuais e secreções sexuais (líquido pré-ejaculatório, esperma e secreções vaginais).

As secreções sexuais de uma pessoa infetada, mesmo que aparentemente saudável e com “bom aspeto”,
podem transmitir o VIH sempre que exista um contacto sexual (vaginal, oral ou anal) sem proteção.
Muitas vezes, basta uma relação sexual não protegida para podermos ser infetados/as. Por isso, protege-
te sempre!

3 – Gravidez

O VIH pode ser transmitido da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e/ou o aleitamento. Por isso,
é importante que faças o teste do VIH se pretendes engravidar ou se estás grávida.

Quando a mãe é seropositiva, ou seja, é portadora do VIH, as terapêuticas antiretrovirais ministradas


durante a gravidez, reduzem consideravelmente a probabilidade do bebé nascer infetado. Estes
tratamentos são também feitos durante o parto para que não haja transmissão da infeção ao recém-
nascido.

Como o vírus está presente no leite materno está contra indicada a amamentação pelas mulheres
seropositivas para o VIH.

O que é ser seropositivo/a?

Ser seropositivo/a não significa ter SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), mas sim que se é
portador/a do vírus.

Após o contágio, o VIH penetra nas células Linfócitos T Auxiliares (CD4+), que fazem parte do nosso
sistema imunitário, multiplicando-se e provocando a destruição daquelas células, cuja função é proteger-
nos de vários tipos de infeções (por vírus, bactérias, parasitas e fungos) e de alguns tipos de cancros.
Inicialmente o nosso organismo consegue repor as células destruídas, e o sistema imunitário fabrica
anticorpos contra o VIH, que permanece no organismo sem se manifestar, como se o vírus estivesse
“adormecido”. Durante esta fase, que pode durar meses ou anos, não há sinais e/ou sintomas de
qualquer doença, as pessoas infetadas com o VIH, são chamadas seropositivas, mas podem infetar
outras pessoas se tiverem comportamentos sexuais de risco.

Progressivamente o sistema imunitário vai enfraquecendo, o organismo fica incapaz de repor as células
destruídas torna-se débil, frágil, podendo contrair infeções muito variadas e/ou desenvolver
determinados tipos de cancro – esta é a fase de Síndrome de Imunodeficiência Adquirida ou SIDA.

Atualmente existe medicação que ajuda a retardar a evolução para SIDA, permitindo uma vida longa e
com qualidade. Os medicamentos diminuem a multiplicação do VIH o que leva à redução do número de
vírus nos fluídos corporais - diminuição da carga viral.

Quando uma pessoa é infetada com o VIH, torna-se seropositiva e pode infetar outras pessoas se tiver
comportamentos de risco.

O que é a SIDA?

A SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença que resulta da infeção causada pelo VIH
(Vírus da Imunodeficiência Humana) e está relacionada com a degradação progressiva do sistema
imunitário, podendo surgir anos após a infeção.

Uma vez instalado, o vírus invade e destrói um certo tipo de células do sangue (os Linfócitos CD4+), que
são responsáveis pela defesa do nosso organismo contra as infeções e alguns tipos de cancros. Na fase
de SIDA surgem infeções que não se manifestam quando a imunidade está mantida (infeções
oportunistas), as infeções vulgares revestem formas muito graves e difíceis de tratar e surgem alguns
cancros (sarcoma de Kaposi, linfomas e cancros pelo vírus do papiloma humano, HPV).

Quais os sintomas mais evidentes da doença?

São vários e não são específicos da SIDA, isto é, podem ser comuns a outras doenças:

Febre,

Manchas avermelhadas com relevo dispersas pela pele ou na cavidade oral,

Gânglios inchados na zona lateral do pescoço e axilas,

Dores musculares e/ou nas articulações,

Dor de garganta e/ou amígdalas inchadas,

Cansaço,

Perda de peso.

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Infecção por papilomavírus humano (HPV) (gabs)

A infecção pode ser diagnosticada com exames preventivos anuais no colo do útero, para monitorar o
aparecimento de possíveis lesões. O tratamento das verrugas genitais deve ser individualizado,
dependendo da extensão, quantidade e localização das lesões. Podem ser usados laser,
eletrocauterização, ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que melhoram o sistema de defesa do
organismo

Esta é uma das infeções de transmissão sexual mais comuns a nível mundial.

O vírus do papiloma humano engloba mais de 200 vírus relacionados. Os tipos de HPV transmitidos
sexualmente enquadram-se em duas categorias:

HPV de baixo risco: não causam cancro, mas podem causar verrugas nos órgãos genitais e ânus

HPV de alto risco: podem causar cancro

Quais são os sintomas?

O HPV provoca frequentemente uma infeção silenciosa em que muitos dos infetados não têm sintomas
nem sinais óbvios. Por vezes as verrugas estão presentes, mas não são visíveis por se encontrarem numa
parte interna do corpo ou por serem muito pequenas.

Como se transmite?

As infeções genitais por HPV são, geralmente, transmitidas por via sexual, através do contacto com a
pele ou a mucosa. Menos frequentemente, o vírus é transmitido durante o parto.

A infeção por HPV é mais frequente nos mais jovens e nos primeiros anos após início da atividade sexual,
sendo a infeção de transmissão sexual mais frequente nestas idades.

CURIOSIDADE

Na população sexualmente ativa, 50 a 80% dos indivíduos adquirem infeção por HPV nalguma altura da
sua vida, apesar de, na grande maioria dos caos, não haver evolução para doença sintomática.

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Gonorreia (gabs)

A gonorreia é uma infeção sexualmente transmissível provocada por uma bactéria designada Neisseria
gonorrhoeae (Ng), que pode infetar o epitélio da uretra, o colo do útero, o ânus e a orofaringe.

Como se transmite?

A gonorreia transmite-se principalmente pelas relações sexuais desprotegidas (sexo vaginal, oral e anal)
com uma pessoa infetada, tanto homens como mulheres.

Nas grávidas, a infeção pode passar para o recém-nascido no momento do parto, infetando os olhos e
provocando uma forma especial de conjuntivite - ophtalmia neonatorum.

Como se manifesta?

As mulheres são maioritariamente assintomáticas. Quando existem sintomas, estes podem ser:

Corrimento vaginal, por vezes abundante, de cor diferente do habitual e com algum cheiro,

Dor e ardência ao urinar,

Sangramento fora dos períodos menstruais,

Dor nas relações sexuais.

Nos casos mais graves a doença pode causar complicações severas como endometrite, salpingite,
doença inflamatória pélvica (DIP), infertilidade e gravidez ectópica.

Nos homens os sintomas são mais comuns e a infeção manifesta-se por uretrite:

Corrimento uretral, amarelo esverdeado, por vezes abundante e com cheiro.

Dor e ardência ao urinar.

Dor nos testículos.

As complicações nos homens são infeção da próstata (prostatite) ou do epidídimo (epididimite).


Quando a infeção gonocócica se localiza no ânus pode haver sinais de proctite: dor ao evacuar e/ou fezes
com sangue ou pus.

A infeção da orofaringe é assintomática.

Qual o período de incubação da infeção?

Período de incubação: 2 a 5 dias.

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Clamídia genital (lopes)

A clamídia genital é uma das doenças de transmissão sexual mais frequentes e a sua incidência tem
vindo a aumentar

CURIOSIDADE

Num estudo realizado em Portugal, verificou-se uma prevalência global de infeção de cerca de 3%, com
um predomínio no género masculino (83,3%).

Quais são os sintomas?

Alguns tipos de bactérias dessa infeção são transmitidos durante a gravidez e podem causar conjuntivite
ou pneumonia no recém-nascido. Outros provocam lesões genitais que são mas comuns em países
tropicais.

Nos homens, a infeção genital é habitualmente assintomática. Os indícios podem ser dor ou sensação de
queimadura inespecíficas nos testículos.

Nas mulheres, é também frequente a infeção não causar quaisquer sintomas. Em algumas pacientes,
surge a doença inflamatória pélvica, que se pode complicar sob a forma de infertilidade, gravidez
ectópica ou oclusão das trompas.

Como se transmite?

Como todas as outras a clamídia genital é transmitida por via sexual. As pessoas sexualmente ativas e,
sobretudo, as que têm diversos parceiros sexuais apresentam um risco mais elevado de contraírem esta
patologia.

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Hepatite B (lopes)

A Hepatite B é uma infeção viral que ataca o fígado e pode causar doença aguda ou crónica. O Vírus da
Hepatite B (VHB) é extremamente contagioso, sendo as suas principais vias de transmissão: os fluidos
genitais (esperma e secreções vaginais), fluidos corporais (sangue, urina e saliva), e o leite materno.
É a mais perigosa de todas as hepatites, pois o risco de morte por cirrose ou/e cancro do fígado é muito
elevado. No entanto, a infeção pode, em determinados casos, ser eliminada pelo organismo. Mais de
90% dos adultos saudáveis que são infetados com Hepatite B recuperam e libertam-se do vírus no
período de 6 meses.

São considerados comportamentos de risco:

-Relações sexuais vaginais sem preservativo masculino ou feminino

-Sexo oral /anal não protegido

-Partilha de seringas

-Partilha de objetos pessoais como escovas de dentes ou lâminas de barbear

-Manuseamento de agulhas infetadas em contexto hospitalar

O vírus pode sobreviver fora do organismo pelo menos 7 dias. Durante este período, o vírus pode
provocar infeção se entrar na corrente sanguínea de uma pessoa que não esteja protegida pela vacina.

O período de incubação do vírus é em média de 75 dias, mas pode variar de 30 a 180 dias. O vírus pode
ser detetado 30 a 60 dias após a infeção e persiste por períodos de tempo variável.

Sintomas

Em 90% dos casos a Hepatite B é assintomática, ou seja, a pessoa não apresenta sintomas.

Também na fase aguda da infeção, a maior parte das pessoas não apresenta sintomas. No entanto,
algumas têm doença aguda com sintomas que duram várias semanas, incluindo: febre, fadiga extrema,
náuseas, vómitos, dor abdominal, dores nas articulações, erupções na pele e posteriormente icterícia
(pele e olhos amarelados), urina escura e fezes claras.

Em algumas pessoas, a Hepatite B pode causar doença crónica no fígado, que pode desenvolver mais
tarde cirrose ou cancro no fígado.

Existem outros exemplos como tricomoníase, pendiculose púbica, escabiose e molusco contagioso.

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PREVENÇÃO (lopes)

Todas estas infeções possuem as mesmas formas de prevenção, estas sendo a utilização o preservativo,
masculino (externo) ou feminino (interno) em todas as práticas sexuais, que impliquem a passagem de
fluidos corporais de uma pessoa para outra e especificamente na Sida não se pode partilhar objetos que
possam estar contaminados com sangue, nomeadamente, agulhas e seringas, lâminas de barbear,
escovas de dentes;

TRATAMENTO

Relativamente ao seu tratamento:

Cada infeção tem um tratamento diferente, algumas são tratadas com antibióticos como é o caso da
clamídia, da gonorreia e da sífilis, outras são tratadas com medicamentos antivirais como acontece com
a herpes genital, já no caso da HPV há uma vacina para o tratamento da infeção, mas ainda assim nem
todas têm solução como é o caso da SIDA que apesar de não existir cura para a mesma existem
medicamentos antirretrovirais que conseguem baixar a quantidade de vírus para valores mínimos e
atrasar a evolução da doença, proporcionando aos/às seropositivos/as uma vida mais longa e com
qualidade.

Estudo das Ist’s em portugal

O Departamento de Doenças Infeciosas, está a promover o primeiro estudo sobre a prevalência em


Portugal continental de quatro microrganismos responsáveis por infeções sexualmente transmissíveis
(IST).

O conhecimento da frequência destas quatro infeções sexualmente transmissíveis em Portugal tem


como objetivo implementar futuras ações de prevenção.

O estudo é dirigido a jovens com idades entre os 18 e os 24 anos, a população que apresenta maior
risco de desenvolvimento de complicações clínicas graves decorrentes das referidas IST, como a
infertilidade.

Globalmente, as doenças sexualmente transmissíveis estão a aumentar, representando uma ameaça


internacional para a saúde pública. A clamídia, a gonorreia e a sífilis são assintomáticas e, se não forem
tratadas, podem conduzir a complicações no sistema reprodutivo e na saúde neonatal. Consta-se que a
Estratégia Global da Organização Mundial da Saúde para as doenças sexualmente transmissíveis prevê,
até 2030, reduzir em 90% a incidência de novos casos Ist.

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A importância do conhecimento sobre infeções sexualmente transmissíveis pelos adolescentes


e a necessidade de uma abordagem para lá das concepções biológicas.(gabs)

A incidência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) é um problema de saúde pública mundial.


Estatísticas apontam que 1/3 dos portadores de HIV/AIDS são jovens de 10 a 24 anos. Sendo estes os
disseminadores de conhecimento para as gerações futuras, faz-se necessário investir em programas de
educação sexual, visando à prevenção e melhora no quadro mundial de IST. Foi realizado numa
universidade um estudo com o objetivo de promover uma educação sexual de melhor qualidade e que
consistiu em gerar discussões visando estimular o pensamento crítico e a autonomia dos alunos acerca
do tema e complementar a ação da escola na promoção de uma educação sexual de qualidade. Foram
realizadas palestras e dinâmicas sobre IST, gravidez, métodos contraceptivos e sexo. As dinâmicas
basearam-se em afirmativas que os adolescentes julgariam como corretas ou incorretas, prosseguidas
por discussão. Os resultados mostraram um conhecimento superficial dos alunos sobre as doenças em
questão, o que pode ser resultado do não aprofundamento do tema, associado ao estigma que o
envolve. Conclui-se que investir em educação sexual de qualidade é o caminho para a solução deste
problema.

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A homossexualidade e a incidência de IST'S

O impacto do HIV (doença mais comum) (gabs)

No contexto global da epidemia do HIV/SIDA, é significativo o grupo dos Homens que têm sexo com
outros homens (HSH) porque envolve sexo anal, uma prática sexual que, quando nenhuma proteção é
usada, implica um risco elevado de transmissão pelo HIV, mais do que a prática de sexo vaginal
desprotegido.

Historicamente, a SIDA foi descoberta entre jovens gays assumidos, nos Estados Unidos da América e,
durante nos últimos 30 anos, são consistentes os níveis de infeção de HIV nesta comunidade em muitas
zonas do globo.

As ONG's (organizações não governamentais) que representam os HSH têm desempenhado um papel
muito ativo na resposta a esta infeção, é o caso, por exemplo dos EUA e do Brasil, em que muito têm
feito para chamarem a atenção para este problema, não só disponibilizando serviços específicos para
evitar novas infeções como para ajudar aqueles que já estão infetados. Pressionar os governos para que
os direitos humanos vigorem sobre esta comunidade, é o esforço que se destacou, principalmente, no
Brasil, de um grupo de homens assumidamente gays nos primeiros anos da infeção.

Em muitos países, no entanto, os HSH são menos visíveis pois o sexo com outros homens é
estigmatizado, oficialmente negado e criminalizado. Isso é um facto constado e provado que estas ações
contribuem para uma maior vulnerabilidade à infeção pelo VIH, pois torna quase impossível, conseguir
chegar até esta população campanhas e ações de prevenção ao VIH e as outras IST's. Em lugares onde a
homossexualidade não é aceitável, os HSH, muitas vezes, escondem-se dos seus amigos e das suas
famílias para evitar perseguições. Muitos são casados e com compromissos assumidos e isso pode
significar a transmissão do HIV às suas parceiras, caso estejam infetados.

Nos EUA, um estudo revelou que 1 em cada 5 HSH foram infetados pelo HIV. As estatísticas oficiais
deste país mostra que a taxa de novas infeções entre os HSH é 44 vezes superior do que em qualquer
outro grupo populacional. Neste país, os jovens têm sido identificados como os mais vulneráveis à
infeção. Em Portugal são apontadas prevalências auto reportadas entre os 7,7% e 10,2%.

Embora os números apresentados deem uma ideia do impacto do VIH entre os HSH pelo mundo, os
dados são ainda extremamente escassos em muitos países. Isto acontece, principalmente, porque os
HSH não têm ainda identidade social diferenciada e, são, contados como parte da população em geral.
Outra preocupação é a relutância dos governos em reconhecer os HSH e, por consequência, em
monitorizá-los. Tem sido sugerido que em locais onde os HSH são um grupo, particularmente
estigmatizado, os governos e as Organizações não-governamentais se unam pois é a forma mais eficaz de
chegar até esta comunidade.

Outro fator que enviesa as estatísticas é que nem sempre é possível saber como é que um homem se
infetou. Se ele tem relações sexuais também com mulheres, pode muito bem reportar que o HIV lhe foi
transmitido pela mulher (ou mesmo que ele só tenha relações sexuais com homens, pode mentir com
medo de ser estigmatizado). Isto pode, definitivamente, distorcer os números e desta forma afetar
qualquer tipo de análise.

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· Passos a se fazer caso tenhamos uma IST (pedro)


Procura o/a médico/a, faz as análises que ele/a recomendar e completa os tratamentos indicados, pois a
infeção pode permanecer, mesmo que os sintomas desapareçam, se não completares o tratamento.
Evita as relações sexuais enquanto estiveres a fazer o tratamento, para não transmitires a infeção e não
te infetares de novo.
Informa a(s) pessoa(s) com as quais tiveste sexo de que podem estar infetadas e que devem ir ao médico
e fazer análises, mesmo que se sintam saudáveis e não tenham sintomas

· Como evitar contrair uma doença sexualmente transmissivel


A forma mais segura de te protegeres é não ter sexo, seja vaginal, anal ou oral (abstinência).
Só deves ter sexo quando decidires e deves dizer “não” se não queres fazê-lo. Deves conversar com o/a
teu/tua parceiro/a sobre o que podem ou não fazer durante as práticas sexuais, de forma a sentirem-se
ambos confortáveis e seguros.
Se tiveram parceiros sexuais anteriores devem fazer as análises de rastreio das IST`s antes de iniciar
qualquer contacto sexual (sexo vaginal, anal ou oral).
Devem obter previamente preservativos e aprenderem a colocá-los e retirá-los corretamente.
O preservativo (masculino ou feminino) ou o dental dam (barra de latex), devem ser usados sempre que
tiverem sexo (vaginal, anal ou oral), do princípio ao fim do contacto e devem colocar um preservativo
novo se tiverem novo contacto.
Os casais heterossexuais devem ter cuidados adicionais para prevenir uma eventual gravidez, escolhendo
e utilizando de forma correta e consistente um método contraceptivo, associado ao uso de preservativo.
Ambos/as os/as parceiros/as devem manter-se monogâmicos, sem contactos sexuais com outras pessoas
que podem ser fonte de contágio de uma infeção sexualmente transmissível.
Devem evitar o consumo de álcool e outras drogas que podem induzir comportamentos de risco (não
recurso ao preservativo, sexo com outros/as parceiros/as).
Certifica-te de que fizeste as vacinas disponíveis, que te protegem de algumas IST`s – a vacina contra o
HPV e as vacinas das Hepatites

· Uso do preservativo masculino como uma forma de prevenção ( o que


énecessario saber sobre o mesmo)
Utiliza o preservativo sempre que tiveres relações sexuais, logo no início, antes de qualquer contacto.
Para o sexo oral usa os preservativos mais finos.
Para o sexo anal usa sempre os mais fortes.
Em cada novo contacto sexual usa um novo preservativo.
Coloca o preservativo com o pénis em erecção, certifica-te de que não ficou ar na parte terminal e, no
final, retira-o com cuidado, dá um nó e deite-a no lixo.
Abre a embalagem com cuidado, não utilizes as unhas, os dentes ou objectos cortantes.
Utiliza lubrificantes de base aquosa (à venda nas farmácias). A vaselina e os produtos oleosos podem
danificar o látex dos preservativos, retirando-lhes eficácia.
Guarda os preservativos num locai seco e fresco, não exposto ao sol.
Tem atenção ao prazo de validade, inscrito na embalagem

· O que se segue após a descoberta de uma IST ( em termos sociais)


É possível ter uma vida saudável e prazerosa depois da descoberta de uma infecções sexualmente
transmissíveis (IST). Com informação e responsabilidade, as doenças podem ser contidas. Além disso,
muitas delas têm cura, e quanto mais precoce o diagnóstico, mais facilitado fica o tratamento.
O diagnóstico de uma IST pode trazer desconforto, baixa autoestima e ansiedade. Alguns casais
enfrentam, ainda, crises de confiança quando descobrem uma doença
Descobrir sobre uma IST pode ser muito dificil e é por isso que durante estes momentosd é crucial ter
calma e buscar o apoio de pessoas de confiança, que podem ajudar a emfrentar esta situação. É
importante ter em mente que todas as pessoas estão sujeitas a pegar uma IST, e essas chances
aumentam muito com comportamento de risco – como ter relações sexuais sem o uso de preservativo.
Abrir mão do preservativo, mesmo em uma relação estável, é estar suscetível ao contágio por doenças
que, às vezes, nem a outra pessoa sabe que tem.

· IST num relacionamento


Um erro comum de pessoas com ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) é ter vergonha de contar ao
parceiro. Embora essas e outras infecções genitais sejam frequentemente associadas à infidelidade.
É possivel no entanto que algumas bactérias ou vírus transmitidos pelo sexo sejam resquícios de
relacionamentos anteriores, já que microrganismos podem ficar incubados no organismo por meses até
se manifestarem. Seja qual for o caso, o diagnóstico de uma IST não deve ficar guardado a sete chaves: é
necessário não apenas buscar assistência médica, mas também comunicar aos(s) parceiros(s) para que
sejam testados
A comunicação com o outro lado é importante para interromper a cadeia de transmissão. "Se uma
pessoa recebe o diagnóstico de uma IST e faz o tratamento, mas tem aquela parceria regular e o parceiro
não busca assistência, a chance dela se infectar de novo é muito alta. Em outras palavras, vira um ciclo
sem fim", resume Brenda Hoagland, infectologista do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do
INI/Fiocruz (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz)

Para Hoagland, esse é um assunto que, na verdade, deveria ser discutido pelo casal antes
mesmo de iniciar o sexo. Contudo existe ainda um taboo no início dos relacionamentos ou
mesmo numa situação de sexo casual de discutir o que chamamos de status sorológico da
pessoa, ou seja, perguntar se ela está com os testes em dia e se por acaso trata alguma IST.
Qualquer pessoa pode fazer a testagem para descobrir se tem algumas ISTs e, se tiver uma vida
sexual ativa, deve realizá-la ao menos anualmente, recomenda Hoagland. Tesets

· IST´s em Portugal
Em Portugal, os dados sobre os agentes causais e prevalência de infeções sexualmente transmissíveis são
escassos ou inexistentes. A maioria das IST não apresenta sintomas, o que significa que, geralmente, os
indivíduos desconhecem que estão infetados e transmitem essa infeção a outras pessoas. Na população
jovem, estas infeções assumem um carácter mais preocupante, dado que, quando não são
atempadamente diagnosticadas e tratadas, podem provocar consequências negativas, sobretudo para a
saúde reprodutiva, causando infertilidade ou patologias no recém-nascido.
Cerca de 2,7% da população portuguesa com 18 ou mais anos está infetada por chlamydia trachomatis e
2,4% tem sífilis.
Os dados constam do Inquérito Serológico Nacional (ISN) 2015-2016, levado a cabo pelo Instituto
Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e que, pela primeira vez, incluiu o estudo da prevalência de
Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST).
O ISN 2015-16 apurou uma prevalência de 2,7% para a infeção por chlamydia trachomatis (vulgarmente
conhecida como clamídia), o que “está em consonância com as estimativas europeias de prevalência
para a faixa etária avaliada neste estudo (18 a 35 anos)”, segundo os autores.
A seroprevalência para a bactéria treponema pallidum, que causa a sífilis, foi de 2,4%.
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Conclusão (gabs)

Atualmente existem diversos serviços de rastreio do VIH (anónimos, confidenciais e gratuitos) que
prestam aconselhamento e informação sobre a infeção VIH e efetuam a análise sem necessidade de te
identificares ou apresentares qualquer tipo de documento ou relatório médico - os Centros de
Aconselhmento e Deteção Precoce do VIH - CAD

Para mais informações, telefona para a Sexualidade em Linha (800 222 003).

Ficar infetado/a ou não com o vírus do VIH depende de ti! Depende do que fazes, não de quem és!

Posso fazer o teste ao VIH sendo menor de idade?

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