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SIDA

Vírus da Imunodeficiência Humana

É uma doença que ataca o sistema imunológico devido à destruição dos glóbulos brancos
(linfócitos T CD4+). A Aids é considerada um dos maiores problemas da atualidade pelo seu
caráter pandêmico (ataca ao mesmo tempo muitas pessoas numa mesma região) e sua
gravidade.

A SIDA é um quadro clínico resultante da infecção pelo VIH, do qual se conhecem dois tipos: o
VIH 1 e o VIH 2.

Trata-se, portanto, de uma doença que se transmite pelo sangue e pelo contacto sexual - pelo
que qualquer pessoa pode ser infectada -, em que o VIH invade as células do sangue
responsáveis pela defesa do organismo contra outras infeções e alguns tumores,
comprometendo-a. Num doente com as defesas muito diminuídas, mesmo uma simples
infeção pode tornar-se fatal.

Os primeiros casos de síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA) foram relatados na


década de 80 e, actualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que
existam cerca de 36,9 milhões de pessoas infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana
(VIH).

Agente envolvido

A infecção da Aids se dá pelo HIV, vírus que ataca as células do sistema imunológico,
destruindo os glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). A falta desses linfócitos diminui a
capacidade do organismo de se defender de doenças oportunistas, causadas por
microorganismos que normalmente não são capazes de desencadear males em pessoas com
sistema imune normal.

Sintomas

A infeção pelo VIH no início é pouco perceptível porque os sintomas são ligeiros e confundíveis
com um quadro gripal ou de virose comum. Em cerca de 30% dos casos, ocorre, nos 10 a 15
dias após a infeção, um período febril, curto, sem características especiais, como se fosse uma
gripe.

Os primeiros fenômenos observáveis para Aids são fraqueza, febre, emagrecimento, diarréia
prolongada sem causa aparente. Na criança que nasce infectada, os efeitos mais comuns são
problemas nos pulmões, diarréia e dificuldades no desenvolvimento.

Fase sintomática inicial da Aids

Candidíase oral, sensação constante de cansaço, aparecimento de gânglios nas axilas, virilhas e
pescoço, diarréia, febre, fraqueza orgânica, transpirações noturnas e perda de peso superior a
10%

Infecção aguda da Aids

Sintomas de infecção viral como febre, afecções dos gânglios linfáticos, faringite, dores
musculares e nas articulações; ínguas e manchas na pele que desaparecem após alguns dias;
feridas na área da boca, esôfago e órgãos genitais; falta de apetite; estado de prostração; dores
de cabeça; sensibilidade à luz; perda de peso; náuseas e vômitos
Após a infeção, a SIDA tem um longo período de evolução silenciosa sem provocar a mais
pequena perturbação ou queixa. É o período durante o qual o vírus se instala, começa a invadir
e destruir os linfócitos (células responsáveis pelas nossas defesas) e a multiplicar-se. Durante
essa fase, o organismo compensa essa perda de células aumentando a sua produção e
tentando eliminar o vírus. A sua duração é muito variável (em média de 8 a 10 anos) e depende
da intensidade e gravidade da infeção, da capacidade de defesa do organismo e da ocorrência
de outras doenças que reduzam a capacidade de defesa. Durante este período, o paciente é
referido como sendo portador do vírus ou seropositivo, uma vez que as análises realizadas
nesta fase conseguem identificar sua a presença.

Mesmo sem sinais de doença, um portador do VIH pode infectar qualquer pessoa com quem
tenha contacto sexual.

No final desta longa fase silenciosa, as defesas do organismo entram em colapso e surgem
todas as complicações que definem a SIDA:

 Infeções por microrganismos comuns que aqui adquirem maior gravidade


 Infeções por agentes mais raros
 Alguns tipos de cancro que, em condições normais, não se conseguiriam desenvolver

Causas

O HIV pode ser transmitido pelo sangue, esperma e secreção vaginal, pelo leite materno, ou
transfusão de sangue contaminado. O portador do HIV, mesmo sem apresentar os sintomas da
Aids, pode transmitir o vírus, por isso, a importância do uso de preservativo em todas as
relações sexuais.

Sabendo disso, você pode conviver com uma pessoa portadora do HIV ou da Aids. Pode beijar,
abraçar, dar carinho e compartilhar do mesmo espaço físico sem ter medo de pegar o vírus da
Aids.

Quanto mais respeito e carinho você der a quem vive com HIV/Aids, melhor será a resposta ao
tratamento, porque o convívio social é muito importante para o aumento da auto-estima das
pessoas e, consequentemente, faz com que elas cuidem melhor da saúde.

Assim pega HIV/Aids

 Sexo na vagina sem camisinha


 Sexo oral sem camisinha
 Sexo anal sem camisinha
 Uso de seringa por mais de uma pessoa
 Transfusão de sangue contaminado
 Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação
 Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

Assim não pega HIV/Aids

 Sexo desde que se use corretamente a camisinha


 Masturbação a dois
 Beijo no rosto ou na boca
 Suor e lágrima
 Picada de inseto
 Aperto de mão ou abraço
 Sabonete/ toalha/ lençóis
 Talheres/ copos
 Assento de ônibus
 Piscina
 Banheiro
 Doação de sangue
 Pelo ar

Para que o VIH se possa desenvolver e proliferar e, assim, causar doença, tem de ter acesso à
corrente sanguínea, uma vez que no exterior, fora das células, ele é rapidamente destruído.

As principais formas de transmissão deste vírus são as seguintes:

i. Produtos e derivados do sangue.

Esta via é, actualmente, muito rara porque todos os dadores de sangue fazem testes
laboratoriais para este vírus.

ii. Utilização de agulhas contaminadas.

Este cenário é impossível em estabelecimentos de saúde, onde todas as agulhas são


descartáveis, mas pode ocorrer no contexto da toxicodependência através da partilha de
seringas e agulhas. Graças a diversas medidas de informação, esta via de transmissão tem
vindo a ser substancialmente reduzida.

iii. Contacto sexual.

Qualquer relação sexual não protegida, heterossexual ou homossexual, pode ser uma forma de
transmissão deste vírus.

iv. Gravidez.

É possível a transmissão do vírus numa mulher grávida infectada aos seus filhos. Um
tratamento apropriado durante a gravidez reduz de forma muito significativa esse risco. A
contaminação no momento do parto ou durante a amamentação é muito menos provável.

Diagnóstico

O diagnóstico é simples e baseia-se na análise da saliva ou sangue onde se podem encontrar


anticorpos conta o VIH.

De um modo geral, nas primeiras semanas após a infecção esses testes são ainda negativos.
Contudo, têm sido desenvolvidos novos testes que permitem um diagnóstico mais rápido, logo
nos primeiros dias após a infecção, o que é importante, pois a eficácia do tratamento será
tanto maior quanto mais precocemente a infeção for detectada.

Além de permitirem confirmar a presença de infecção, os testes laboratoriais são importantes


na definição da evolução da SIDA e na seleção dos melhores medicamentos para a tratar.

Tratamento

Não existe ainda uma cura para a SIDA. Trata-se de um vírus com uma enorme capacidade de
multiplicação e que sofre inúmeras mutações que dificultam o tratamento porque, com
frequência, tornam o vírus resistente aos medicamentos em curso.
O número de medicamentos disponíveis para controlar esta infeção é actualmente muito
significativo e, na maioria dos casos, é possível manter uma boa qualidade de vida durante
muito tempo.

A eficácia do tratamento depende da precocidade do diagnóstico e de um controlo médico


regular que permita avaliar, a cada momento, a manutenção da resposta aos medicamentos
selecionados.

Prevenção

Não existe ainda nenhuma vacina eficaz contra este vírus.

A Aids não tem cura, mas os portadores do HIV dispõem de tratamento oferecido
gratuitamente pelo Governo. Ao procurar ajuda médica, em um dos hospitais especializados
em DST/Aids, o paciente terá acesso ao tratamento anti-retroviral. Os objectivos do tratamento
são prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente com Aids, pela redução
da carga viral e reconstituição do sistema imunológico.

Para evitar a transmissão da Aids, recomenda-se uso de preservativo durante a relação sexual,
uso de seringas e agulhas descartáveis, teste prévio no sangue a ser transfundido e uso e luvas
quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente contaminados. As gestantes
devem fazer o teste de aids e começar o pré-natal o mais cedo possível.

Na prevenção não devem ser considerados grupos de risco, mas sim comportamentos de risco
e, por isso, uma correcta informação e o uso do bom senso permitem, em muitos casos,
manter este vírus à distância.

A prevenção inclui a adoção de medidas como:

 Uso de preservativo
 Evitar o contacto direto com sangue ou produtos seus derivados
 Fazer o teste do VIH

Como usar o preservativo de forma correcta:

Preservativo masculino

I. Abra a embalagem com cuidado - nunca com os dentes - para não furar a camisinha.
II. Coloque a camisinha somente quando o pênis estiver ereto.
III. Aperte a ponta para retirar o ar e desenrole a camisinha até a base do pênis.
IV. Só use lubrificante à base de água. Evite vaselina e outros lubrificantes à base de óleo.
V. Após a ejaculação, retire a camisinha com o pênis duro, fechando com a mão a
abertura para evitar que o esperma vaze da camisinha.
VI. Dê um nó no meio da camisinha e jogue-a no lixo.
VII. Nunca use a camisinha mais de uma vez, usar a camisinha duas vezes não previne
contra doenças e gravidez.

Preservativo feminino

I. Segure a camisinha com o anel externo pendurado para baixo.


II. Aperte o anel interno e introduza na vagina; com o dedo indicador, empurre a
camisinha o mais fundo possível (a camisinha deve cobrir o colo do útero).
III. O anel externo deve ficar uns 3 cm para fora da vagina - não estranhe, pois essa parte
que fica para fora serve para aumentar a proteção (durante a penetração, pênis e
vagina se alargam e então a camisinha se ajusta melhor).
IV. Até que você e o seu parceiro tenham segurança, guie o pênis dele com a sua mão para
dentro da sua vagina

Perguntas frequentes

Quando utentes se fazem às unidades sanitárias para saberem sobre o SIDA eles vem com
propósito de aprender e esclarecer dúvidas, das quais, algumas delas estão a baixo ilustradas,
são elas, as mais frequentes:

a. A prática da masturbação com parceiro eventual implica risco de contágio pelo


HIV/Aids?

Não havendo troca de sangue, sêmen ou secreção, a prática da masturbação a dois não implica
qualquer risco de infecção pelo HIV/Aids.

b. Qual o risco de contágio por HIV/Aids com objectos cortantes como aparelhos de
barbear, brincos, alicates e piercings?

Atualmente, a maioria dos aparelhos pérfuro-cortantes fabricados, como seringas, máquinas


de tatuar, aparelhos para colocar brincos ou piercings, são feitos com materiais descartáveis,
que não podem ser usados mais de uma vez. Em caso de dúvida, sugerimos perguntar no local
sobre os materiais utilizados. O risco de contaminação da HIV/Aids no contacto do sangue com
a pele e mucosa oral é menor do que a exposição percutânea (injecção), porque há maior
quantidade de células-alvo suscetíveis à infecção pelo HIV/Aids na corrente sanguínea. Além
disso, na pele e na mucosa oral existem barreiras imunológicas e não-imunológicas que
conferem um determinado grau de proteção, uma vez que estes lugares estão em permanente
contato com o meio externo e com microorganismos.

c. Mesmo com a ausência de ejaculação durante o acto sexual é possível ser infectado
pelo vírus da Aids?

Apesar de o vírus da Aids estar mais presente no esperma, essa não é a única forma do vírus
ser transmitido em uma relação sexual. Há, também, a possibilidade de infecção pela secreção
expelida antes da ejaculação ou pela secreção da vagina, por exemplo. Os factores que
aumentam o risco de transmissão do HIV/Aids, nesses casos, são:

 Imunodeficiência avançada
 Relação anal receptiva
 Relação sexual durante a menstruação e presença de outras doenças sexualmente
transmissíveis como cancro mole, sífilis e herpes genital.

d. O beijo, no caso de um dos parceiros ter feridas ou fissuras na boca, é uma via de
contágio da Aids?

Segundo estudos, não há evidências de transmissão do vírus da Aids pelo beijo. Para que
houvesse possibilidade de transmissão, seria necessário que houvesse uma lesão grave de
gengiva e sangramento na boca. O HIV pode ser encontrado na saliva, porém as substâncias
encontradas nela são capazes de neutralizá-lo. Práticas como beijar na boca, fumar o mesmo
cigarro, tomar água no mesmo copo, não oferecem riscos.

e. A prática do sexo oral sem proteção implica risco de infecção pelo HIV?

Se comparado a outras formas de contágio (sexo vaginal, sexo anal e compartilhamento de


seringas, por exemplo), o risco relacionado ao sexo oral é baixo. Contudo, oferece riscos
maiores para quem pratica (ou seja, o parceiro activo), dependendo fundamentalmente da
carga viral (quantidade do vírus no sangue) do indivíduo infectado e se há presença de
ferimentos na boca de quem pratica (gengivites, aftas, machucados causados pela escova de
dente). Caso não haja nenhum ferimento na boca, o risco de contágio é menor. Isto se explica,
talvez, pela acidez do estômago, que pode tornar o vírus da Aids inativo, quando deglutido. No
entanto, na prática de sexo oral desprotegido, há o risco de se contrair herpes, uretrite,
hepatite B, ou HPV, independente da sorologia do parceiro.

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