Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE DE ENGENHARIA
Harmônicas
António A. Simbe
3o Ano
Harmónicas
Docente:
Engo. Dembuenda
Introdução ........................................................................................................................................5
1. Frequência ............................................................................................................................... 6
2. Harmônicas ..............................................................................................................................6
6. Filtros .................................................................................................................................... 10
Corrente harmônica é uma corrente elétrica com frequência múltipla da original da rede (60
Hertz, chamada de frequência fundamental) e surgem nas instalações elétricas devido à presença
de cargas não lineares.
5
1. Frequência
Frequência é uma grandeza que faz referência à um número de acontecimentos em certo tempo.
2. Harmônicas
Harmônicas são componentes sinusoidais de uma tensão ou corrente alternada com frequência
igual ou múltipla inteira da frequência do sistema, 60 Hz, sendo que a ordem da harmônica é
contabilizada pelo número de vezes que a frequência da mesma é múltipla da fundamental.
Esta é algumas entre outras razões pelas quais a medição de harmônicas em instalações elétricas
é tão importante.
O aparecimento das harmônicas é avaliado pela THD (Total Harmonic Distortion), que surgiu
devido a necessidade de quantificar as harmônicas presentes no sistema. Existem três aspectos
que são considerados gerais se tratando de harmônicas, são eles:
3. As harmônicas de ordem ímpar são mais frequentes, de maior intensidade, gerando mais
problemas.
6
3. Harmônicas: O que causam?
As harmônicas interferem na maior parte dos componentes eléctricos, eletrônicos e também nos
condutores. Os indutores e capacitores têm a sua reatância dependente da frequência. Desta
forma, quando existem harmônicas na rede eléctrica, há uma variação nas reatâncias capacitivas
e indutivas.
Os motores também sofrem impacto quando o índice de qualidade da energia é baixo, devido a
alta quantidade de distorção harmônica. Harmônicas podem causar sobrecarga no condutor
neutro e diminuir a vida útil dos transformadores, capacitores, motores, dentre outros acima
citados.
A princípio, qualquer componente que utilize energia da rede eléctrica de forma não linear pode
causar harmônicas.
Forma não linear, refere-se à aparelhos que consomem energia durante apenas uma parte do ciclo
da onda como por exemplo, um dimmer.
Fontes chaveadas
Lâmpadas fluorescentes ou de LED
Computadores
Carregadores de celular
Eletrônicos em geral
Todos estes aparelhos causam harmônicas que se acumulam e se somam na rede eléctrica. A
distorção harmônica pode existir na tensão e na corrente.
Devido a algumas características físicas, as harmônicas mais comuns de aparecerem na rede são
as ímpares (terceira, quinta, sétima, etc.), sendo que normalmente a terceira é a maior, se
tornando a mais problemática.
7
O aparecimento das harmônicas, como elas são somadas à corrente fundamental, provoca perdas
de potência na rede e aumentam o nível de corrente e tensão na rede e nos aparelhos, causando a
diminuição da vida útil nos mesmos. Em casos graves de harmônicas, recomenda-se utilizar
"filtros de harmônicas".
É importante notar que cada uma dessas correntes harmônicas possuem ângulos de fase em cada
uma das frequências características, fazendo a soma escalar de diversas correntes harmônicas em
uma mesma frequência, não representando a corrente harmônica total nessa frequência no
circuito alimentador. Em outras palavras, se um determinado quadro de distribuição de
alimentação das cargas “A”, “B” e “C” que possuem em seus espectros correntes de 5ª
harmônica de 100A, 80A e 50A respectivamente, a corrente no alimentador geral não será
necessariamente de 230A, será necessário avaliar o ângulo de fase de cada uma dessas correntes
e proceder à soma vetorial.
Uma das formas de reduzir a circulação destas correntes harmônicas é filtrá-las, evitando, assim,
que as tensões dos barramentos sejam distorcidas pela alimentação das cargas não lineares.
8
frequência fundamental. Naturalmente, outras possibilidades de redução das distorções de tensão
são:
Nesta situação, cargas não lineares são relocadas na instalação, de modo a reduzir os valores de
distorção de tensão nos barramentos em que elas são conectadas.
A discussão sobre o quanto uma carga é distorcida deve considerar não somente a distorção total
de corrente (THDI), ou as correntes harmônicas relacionadas à corrente da componente
fundamental, mas também estas correntes harmônicas relacionadas à capacidade de corrente da
fonte (transformador, por exemplo).
9
6. Filtros
I. Filtros passivos
Os filtros activos, apesar de terem a mesma função dos passivos, são concebidos por
equipamentos eletrônicos que injetam correntes harmônicas defasadas adequadamente daquelas
geradas pelas cargas, de modo que, ao se somarem, se cancelem. Enquanto os filtros passivos são
normalmente dependentes e especificados pelos valores dos indutores, capacitores e elementos
de manobra que os compõe, os filtros activos são especificados pelos “amperes” que irão filtrar.
O entendimento do filtro activo pode ser o de uma “máquina de corrente eléctrica”, em que são
geradas não só correntes harmônicas em diversas frequências em função da presença de cada
uma delas, como na própria frequência fundamental, que poderão servir para equilibrar as
correntes nas fases, ou até mesmo para adiantar as correntes da frequência fundamental em
relação à tensão, melhorando, assim, o factor de potência.
Pelo exposto, a solução de escolha entre filtros activos e passivos dependerá fundamentalmente
da aplicação relacionada ao custo-benefício da escolha.
10
i. Percepção dos efeitos
Nos Transformadores:
Nos capacitores:
Operação inadequada dos elos fusíveis devido o aumento da corrente eficaz relacionado a
presença de harmónicas.
11
Nos equipamentos electrónicos:
Sensíveis a distorção harmónica da tensão quando a utilizam em tensoes de referência para a sua
operação (ex: conversores estáticos, reguladores de tensão).
Estes indicadores são indispensáveis para a determinação das acções corretivas requeridas.
O fator de potência define-se como a relação entre a potência activa (P) e a potência aparente (S).
FP
No jargão eléctrico, o factor de potência é frequentemente confundido com o cosseno phi (cos φ),
cuja definição é:
Onde:
12
Interpretação do valor do factor de potência
Define-se como a relação entre o valor pico do sinal de corrente ou de tensão (Ip ou Up) e o
valor eficaz (rms).
Para um sinal senoidal, o factor de crista é igual a √2. Para um sinal não senoidal, o factor de
crista pode ter um valor superior ou inferior a √2.
Este factor é particularmente útil para detectar a presença de valores de crista excepcionais com
relação ao valor eficaz.
O factor de crista típico de correntes absorvidas por cargas no lineares é muito maior que √2;
pode tomar valores iguais a 1,5 ou 2, chegando inclusive ao valor de 5 em casos críticos.
Um factor de crista muito elevado implica sobre intensidades pontuais importantes. Estas
sobreintensidades são detectadas pelos dispositivos de proteção de tempo instantâneo, como
disjuntores, que podem ser a origem de desligamentos indesejados.
A potência activa “P” de um sinal distorcido por harmônicas é a soma das potências activas
correspondentes às tensões e intensidades da mesma ordem.
13
A decomposição da tensão e a intensidade em seus componentes harmônicas pode ser escrita
como:
Nota:
A potência reativa define-se somente para a fundamental e vem dada pela equação:
14
Consequentemente, na presença de harmônicas, a relação S2 = P2+Q2 não é válida.
Cada aparelho que causa harmônicas tem suas próprias correntes harmônicas com amplitudes e
defasagens diferentes.
Estes valores, sobretudo a amplitude de cada ordem harmônica, são essenciais para a análise da
distorção harmônica.
15
Valor eficaz
O valor eficaz de corrente ou de tensão pode ser calculado em função dos valores eficazes das
diferentes ordens de harmônicas:
16
Esta definição cumpre com a norma IEEE 519-2.
A THDr representa o grau de distorção harmônica total com relação ao sinal total, enquanto a
THDf indica a distorção harmônica total com relação à componente fundamental.
Nota 2: a THDr (de tensão ou corrente) sempre é inferior a 100%. Esta permite medidas
analógicas dos sinais, mais simples, mas quando o sinal é pouco distorcido, o resultado é muito
parecido ao de THDf. Além disso, não está bem adaptado para o caso de sinais muito deformados,
já que não pode ultrapassar o valor de 100%, contrariamente à THDf.
Esta equação é equivalente à mostrada a seguir, a qual é mais directa e fácil de utilizar quando se
conhece o valor eficaz total:
17
9. Relação entre o fator de potência e a thd
Em consequência:
Portanto:
O indicador essencial é a THD, um valor que reflete o nível de distorção nas ondas de
tensão e corrente.
O espectro dá uma imagem do sinal deformado.
O espectro (decomposição em frequência do sinal) dá uma representação diferente dos
sinais eléctricos, e permite avaliar a distorção.
18
10. Selecção de equipamentos
Pode-se obter uma indicação geral da distorção de um sinal visualizando a corrente ou a tensão
em um osciloscópio.
Quando a forma de onda não é senoidal, o sinal é distorcido por harmônicas. Os picos de tensão
e corrente podem ser visualizados na tela.
É importante ter em conta que com um osciloscópio não é possível quantificar com exatidão as
componentes harmônicas.
Implementados com uma tecnologia antiquada, estes dispositivos são compostos de um filtro
passa-faixa combinado com um voltímetro de valor eficaz.
Na fonte de alimentação.
No conjunto de barras do quadro de distribuição principal.
Em cada uma das saídas do quadro de distribuição principal.
Quando se tomam as medidas, é necessário ter informação precisa das condições, em particular o
estado das baterias de capacitores (em serviço/horas serviço).
Os aparelhos mostram tanto os efeitos instantâneos das harmônicas quanto os que são produzidos
em longo prazo.
Uma análise correta requer valores integrados sobre tempos, que vão de alguns segundos a
alguns minutos, para períodos de observação na rede, alguns poucos dias.
20
12. Análise de resultados
Medição preventiva:
Medição de identificação:
Para determinar a origem de uma perturbação e pensar soluções para corrigir o problema.
Para controlar que as soluções implementadas realmente produzem o efeito desejado.
A partir dos resultados de THD, factor de potência e factor de crista, pode-se chegar a algumas
conclusões a respeito. Por isso são dados como referência os seguintes indicadores:
I. A THD de tensão
Um valor de THDu inferior a 5% pode ser considerado normal. Praticamente não existe
risco de mau funcionamento nos equipamentos.
Um valor de THDu compreendido entre 5% e 8% indica uma distorção harmônica
significativa. Podem ocorrer funcionamentos anômalos nos equipamentos.
21
Um valor de THDu superior a 8% revela uma distorção harmônica importante. Os
funcionamentos anômalos nos equipamentos são prováveis. Una análise profunda e um
sistema de atenuação tornam-se necessários.
Para identificar a carga que causa a distorção, a THD de corrente deve ser medida na entrada e
em cada uma das saídas dos diferentes circuitos.
Um valor de THDi inferior a 10% pode ser considerado normal. Praticamente não existe
risco de funcionamento anômalo nos equipamentos.
Um valor de THDi compreendido entre 10% e 50% revela uma distorção harmônica
significativa. Existe o risco de que aumente a temperatura, o que implica o
sobredimensionamento dos cabos e das fontes.
Um valor de THDi superior a 50% revela uma distorção harmônica importante. É
provável o funcionamento anômalo dos equipamentos. Uma análise profunda para um
sistema de atenuação é necessário.
O fator de crista utiliza-se para caracterizar a amplitude de um gerador (ou alternador) para
proporcionar intensidades instantâneas de valor elevado. Os equipamentos informáticos, por
exemplo, absorvem intensidades muito distorcidas, onde o factor de crista pode ser 3 ou mais.
22
13. Conclusão
As harmônicas nesse caso são os sinais de frequências múltiplas inteiras misturadas ao sinal de
60 Hz. Existem harmônicas pares que acontecem quando a frequência fundamental da harmônica
(60 Hz), é multiplicada por um número par. Também temos as harmônicas ímpares, que são
formadas pela frequência fundamental (60 Hz), multiplicada por um número ímpar.
Assim as harmônicas são ordenadas de acordo com o múltiplo que dá origem à elas, sendo a
harmônica fundamental de 60Hz, a 2ª harmônica de 120 Hz, a 3ª harmônica de 180 Hz e assim
por diante. Por isso é comum ouvir 2ª harmônica, 3ª harmônica, etc.
A quantidade e amplitude de cada harmônica é um dos parâmetros que usamos para medir a
qualidade da energia elétrica, ou seja, quanto mais harmônicas pior é a qualidade da energia
elétrica na rede!
23
Referências bibliográficas
Waldir Teodoro Júnior Waldir Teodoro Júnior Supervisor de elétrica na Constech Engenharia
Publicado em 16 de mar. de 2016
www.feis.UNESP.br/lqee
https://www.leonardo-energy.org.br/wp-content/uploads/2018/02/Doc-21-3-Cap-2-Medicao-de-
Harmonicas-apostila.pdf
www.tudo_sobre_harmonicas..br