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INTRODUÇÃO

As DST são definidas como um grupo de doenças venéreas clássicas


(sífilis, gonorréia, linfogranuloma venéreo, cancro mole e donovanose) e um
número crescente de síndromes e entidades clínicas (uretrites não-
gonocócicas, herpes genital, vaginites, etc), que têm como traço comum de
importância epidemiológica a transmissão durante a atividade sexual. No
entanto, podem ser classificadas em: doenças essencialmente transmitidas por
contato sexual (sífilis, gonorréia, cancro mole, linfogranuloma venéreo e uretrite
por Chlamydia sp.), doenças freqüentemente transmitidas por contato sexual
(donovanose, condiloma acuminado, uretrites não-gonocócicas/não clamídicas,
herpes simples genital, tricomoníase, candidíase genital, fitiríase, hapatite B e
Aids), e doenças eventualmente transmitidas por contato sexual (escabiose,
pediculose, molusco contagioso, shiguelose e amebíase).

As mudanças sócio-sexuais das últimas décadas têm mudado o perfil


das doenças sexualmente transmissíveis (DST), transformando seu controle
em desafio para a saúde pública em todo o mundo. O maior número de
adolescentes e adultos jovens que vivenciam sua sexualidade com maior
liberdade e as mudanças econômicas que levaram à concentração da
população de baixa renda nos perímetros urbanos - onde as condições de
saúde, quase sempre, são precárias, o nível de instrução é baixo e nem
sempre é fácil o acesso aos serviços de saúde - têm elevado o número de
casos novos de doenças nessas duas populações. Além disso, há pessoas
denominadas grupos-núcleo por estarem assumindo papel preponderante
como disseminadores das infecções dentro de algumas comunidades e
populações fechadas, em virtude de suas práticas sexuais de risco e do grande
número de parceiros, como descrito por Yorke et al. (1978), Rothemberg (1983)
e Potterat et al. (1985).

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1- DEFINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS

1.1- DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), atualmente chamadas


de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), são infecções transmitidas,
principalmente, por meio do contato sexual com uma pessoa infectada.

Anteriormente, preferia-se adotar a denominação de Doenças


Sexualmente Transmissíveis, entretanto, doença remete a sintomas e sinais
visíveis, o que nem sempre é observado nesses casos, sendo algumas
infecções assintomáticas por toda a vida.

Adler (2004) descreve as doenças sexualmente transmissíveis como


sendo infecções cujo principal meio de transmissão é o contacto sexual.
Westheimer & Lopater (2004) especificam que uma doença sexualmente
transmissível é qualquer doença que pode ser transmitida de uma pessoa para
outra através do contacto sexual, como contacto oral-genital, contacto oral-
anal, relações sexuais anais, ou qualquer outro tipo de comportamento sexual.

Segundo a Associação para o Planeamento da Família (APF), as


infecções sexualmente transmissíveis (IST´s) são o agente que pode
desencadear as doenças sexualmente transmissíveis (DST´s). Muitas vezes
estas designações são entendidas como sinónimos, mas, como destaca a APF,
o importante é saber que a principal via de transmissão são as relações
sexuais. Neste sentido, a designação “doenças sexualmente transmissíveis”
(DST´s) reflecte maior expressividade e objectividade. Por outro lado, a
designação “infecções sexualmente transmissíveis” apesar de mais
abrangente, revela-se imprecisa, pois muitos germes podem ser transmitidos
causando a infecção, podendo, no entanto não mostrar sinais ou sintomas, ou
seja, a doença (Rodrigo & Mayer-da-Silva, 2003). A antiga terminologia de
“doenças venéreas” é, hoje em dia, raramente utilizada (Westheimer & Lopater,
2004)

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1.1.1- Transmissão

Doenças sexualmente transmissíveis (DST) são transmitidas pelo


contato sexual com pessoa contaminada sem que haja a devida proteção.
Qualquer tipo de relação, seja ela anal, oral ou vaginal, pode ocasionar uma
DST.

1.1.2- Sintomas

Normalmente as DSTs apresentam sintomas como ardência ao urinar,


corrimentos, coceiras, feridas, bolhas e verrugas na região genital. Vale
destacar, no entanto, que cada doença apresenta um sintoma diferente, sendo
algumas, inclusive, assintomáticas. Apenas uma avaliação médica poderá
confirmar um diagnóstico.

1.1.3- Prevenção

A maneira mais eficaz de prevenir-se contra uma DST é utilizar a


camisinha em todas as relações sexuais. Também é importante tratar o doente,
diminuir o número de parceiros e nunca compartilhar materiais como agulhas e
seringas. Como algumas doenças são transmitidas no momento do parto, é
importante destacar a importância de um pré-natal rigoroso.

Outro ponto importante é nunca deixar de avisar o parceiro a respeito de


uma DST, pois assim se evita que ele tenha complicações em decorrência da
doença, além de interromper o ciclo de transmissão. Se o parceiro não tem
conhecimento da doença e, assim, não recebe tratamento correto, há sérios
riscos de reinfecção.

1.2- AS PRINCIPAIS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DSTS)

Dentre as principais DST’s, podemos citar:

 Aids
 Cancro mole
 Clamídia
 Gonorreia

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 Donovanose
 Condiloma acuminado
 Hepatites virais
 Herpes
 Sífilis
 Tricomoníase

1.2.1- Cancro mole ou bubão

Cancro mole ou bubão: é causado pela bactéria Haemophilus ducrey.


Nesse caso, surgem várias feridas nos genitais (que são doloridas) e na virilha.
A secreção dessas feridas pode contaminar diretamente, sem ter relações
sexuais, outras pessoas e outras partes do corpo.

1.2.2- Clamídia e Gonorreia

A DST com maior ocorrência, entre a população mundial, é a Clamídia.


Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, a doença é muito semelhante a
Gonorreia, esta causada pela Neisseria gonorrhoeae. Ambas doenças
acometem homens e mulheres e, se não tratada adequadamente, podem
resultar em sérios problemas de saúde.

A transmissão tanto da Clamídia quanto da Gonorreia se dá pelo ato


sexual sem proteção. A Clamídia pode ser passada da mãe durante o parto
natural, causando Conjuntivite Neonatal no bebê. Entre os sintomas dessas
DSTs, estão:

 Ardência ao urinar;
 Corrimento vaginal ou peniano;
 Dor nos testículos;
 Sangramento fora da época de menstruação;
 Dor ou sangramento durante o ato sexual (em mulheres);

No entanto, os sintomas nem sempre se manifestam, fazendo com que,


muitas vezes, o indivíduo infectado nem saiba que tem a doença. Por isso,
visitas ao ginecologista ou urologista se fazem tão necessárias. O tratamento
da Clamídia é baseado em antibióticos específicos para a condição.

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A Gonorreia apresenta, além dos sintomas citados acima, os seguintes:

 Dificuldade ou dor para engolir;


 Sensibilidade à luz, dor ou secreção de pus nos olhos;
 Inchaço e dor nas articulações;
 Coceira, corrimentos e sangramentos no reto.

1.2.3- Condiloma acuminado ou crista de galo

É causada pelo HPV, uma virose que está relacionada ao câncer de colo
do útero e ao câncer do pênis. Inicialmente, é caracterizado por uma pequena
verruga nos órgãos genitais tanto do homem como da mulher. O tratamento
deve ser realizado em conjunto pelo casal.

1.2.4- Sífilis

A Sífilis é mais uma das doenças sexualmente transmissíveis causada


pela bactéria Treponema pallidum, que pode ser transmitida pela transfusão de
sangue, pelo ato sexual sem preservativo ou também durante o parto.

Essa DST é dividida em quatro estágios:

 Os sintomas da sífilis primária é o surgimento de uma ferida, que não


dói, não coça, nem solta pus, cicatrizando espontaneamente, na região
do pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da
pele;
 A sífilis secundária surge até 6 meses após a cicatrização da ferida
inicial e vem acompanhada de manchas e ínguas pelo corpo;
 O problema em relação à sífilis é que os sintomas tendem a desaparecer
por conta própria, fase da sífilis latente, o que acaba dando uma ideia de
melhora, que é falsa. A questão é que a doença pode ficar incubada no
indivíduo, entre 2 a 40 anos, sem apresentar sintoma algum;
 É na fase da sífilis terciária que surgem as complicações mais graves,
como paralisia, cegueira, doenças cardíacas e cerebrais, podendo levar
inclusive à morte.

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O tratamento da Sífilis varia de acordo com o estágio que a doença se
encontra e será necessário a realização de diagnósticos mais aprofundados.

1.2.5- HPV

Essa DST é causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Ele pode


causar câncer no colo do útero ou ânus, e o sintoma inicial é o aparecimento
de verrugas na região genital. A transmissão ocorre pelo contato entre genitais,
oral-genital ou mesmo manual-genital, não sendo necessário a penetração.

O exame preventivo Papanicolau, feito regularmente no ginecologista, detecta


alterações e evita o desenvolvimento das lesões. Atualmente, há algumas
campanhas de vacinação para imunizar parte da população.

1.2.6- Aids

Entre todas as doenças sexualmente transmissíveis, a Aids certamente


é a mais temida. A infecção da Aids se dá pelo vírus HIV, que ataca e fragiliza
o sistema imunológico, fazendo com que o organismo fique à deriva de uma
série de doenças que normalmente não seriam motivo de preocupação.

A Aids não tem cura e os tratamentos objetivam aumentar a capacidade


de defesa do organismo, se mostrando bastante eficazes. A Aids é transmitida
através do ato sexual desprotegido, pela transfusão de sangue ou devido ao
compartilhamento de seringas.

1.2.7- Tricomoníase

É causada pelo protozoário Trycomona vaginalis. Na mulher causa


corrimento amarelo, fétido, com cheiro típico, que pode causar irritação
urinária. Não há sintomas em homens.

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1.3- DIAGNÓSTICO

Um diagnóstico confiável das infecções sexualmente transmissíveis


(IST) somente pode ser feito depois da realização de exames específicos,
prescritos pelo médico. Como as ISTs são uma preocupação importante na
vida das pessoas, pode ser uma tentação buscar na internet a resposta para
algum sintoma desconhecido que apareça. Entretanto, o excesso de
informações oferecidas na internet pode mais confundir que auxiliar você a
entender o que está acontecendo. Desse modo, procure sempre atendimento
médico adequado antes de tirar conclusões precipitadas.

O diagnóstico precoce de qualquer doença pode fazer a diferença no


tratamento. Assim, não se esqueça de manter a regularidade das consultas em
dia.

1.4- TRATAMENTOS

Cada infecções sexualmente transmissíveis (IST) tem um tipo de


tratamento específico, dependendo muitas vezes do tipo de infecção que se
trata. As ISTs podem ser causadas por bactérias, fungos ou vírus, e muitas
delas não apresentam sintomas. Desse modo, é fundamental realizar exames
de rotina, além de usar o preservativo para prevenir a contaminação.

Entre as gestantes, o não tratamento de ISTs pode gerar abortos


espontâneos, natimortos, baixo peso ao nascer, infecção congênita e perinatal.
Nas mulheres com infecções por gonorreia ou clamídia que não são tratadas,
10 a 40% desenvolvem doença inflamatória pélvica (DIP), aumentando 6 a 10
vezes as chances de desenvolver a gravidez ectópica. O HPV está relacionado
ao câncer de colo de útero, vagina, vulva e ânus. Desse modo, prevenir e tratar
as ISTs é fundamental para evitar complicações das doenças.

Para saber qual é o procedimento indicado no caso de qualquer doença,


é preciso que ela seja identificada por um médico. O diagnóstico precoce pode
ser muito útil para o processo de cura, sendo recomendado consultar um
especialista assim que aparecer qualquer sintoma, além de realizar os exames
de rotina.
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1.5- FACTORES PSICOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS
ÀS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

Para Rosenthal, Cohen e Biro (2000), é fundamental compreender as


consequências psicológicas das DST´s. Os autores referem estudos que
revelam que adolescentes que tenham uma percepção menos negativa das
DST´s estão mais sensíveis a desenvolver múltiplos episódios de DST´s
(Rosenthal et al., 1997); a forma mais comum de responder a uma DST é
desejando que nunca tivesse acontecido ou evitando recordá-la, que se
revelam como estratégias pouco eficazes (Rosenthal & Biro, 1991; Rosenthal
et al., 1995).

O lidar com uma DST pode ser influenciado pela forma como esta é
percebida, como uma condição clínica ou como uma condição interpessoal, por
exemplo, sujeitos com maiores preocupações acerca da sua saúde podem
responder de forma diferente daqueles que se preocupam mais com as
implicações para a sua relação (Rosenthal, Cohen e Biro, 2000).

O significado das DST´s para o indivíduo tem sido pouco explorado


científico e empiricamente. Ross (1990) identifica cinco atribuições dadas ao
significado que as DST´s têm para o indivíduo, numa hierarquia de atribuição
de culpa e de grau de culpabilidade, sendo a primeira a de maior grau:

 As DST´s são um resultado merecido do comportamento sexual


indiscriminado e castigo de pecados sexuais;
 As DST´s são uma consequência da inadequação individual que leva a
comportamentos sexuais indiscriminados;
 As DST´s são uma consequência do colapso nos valores sociais
tradicionais e da rápida mudança social.
 As DST´s são o resultado do indivíduo se envolver em contacto íntimo
com o agente virulento.
 As DST´s são um sinal de ser sexualmente activo e uma questão de
orgulho.

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CONCLUSÃO

Após estudos feitos durante a realização do trabalho , concluímos que:


As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são causadas por vários tipos
de agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de
camisinha, com uma pessoa que esteja infectada e, geralmente, se manifestam
por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.

Algumas DST são de fácil tratamento e de rápida resolução. Outras,


contudo, têm tratamento mais difícil ou podem persistir ativas, apesar da
sensação de melhora relatada pelos pacientes. As mulheres, em especial,
devem ser bastante cuidadosas, já que, em diversos casos de DST, não é fácil
distinguir os sintomas das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso
exige da mulher consultas periódicas ao médico. Algumas DST, quando não
diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e
até a morte. Algumas DST também podem ser transmitidas da mãe infectada
para o bebê durante a gravidez ou durante o parto. Podem provocar, assim, a
interrupção espontânea da gravidez ou causar graves lesões ao feto, outras
podem também ser transmitidas por transfusão de sangue contaminado ou
compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas
injetáveis.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUENO,S.M.V, CREPALDI,L. – Estudo do Conhecimento e das Dificuldades de


Alunos do 2º Grau de uma Escola Estadual de Ribeirão Preto Relativos a
Sexualidade e DST/AIDS. J. Brás.Doenças Sex Transm, 9(6):24-36,1997

KNIJNIK,J. et al- Necessidades educativas de jovens sobre doenças


sexualmente transmissíveis. Na bras Dermatol, 65(6): 289-292, 1990

CHICRALA,M.A. et al- Conhecimento, Atitudes e Práticas Relacionadas à


DST/AIDS. J. brás Doenças Sex Trans, 9(3): 10-15, 1997

STRUCHINER,C.J.- Introdução à dinâmica populacional das doenças


transmissíveis. Rio de Janeiro, mimeo, 1994.

PAIVA,V.- Sexualidade e gênero num trabalho com adolescentes para


prevenção do HIV/AIDS. Rio de Janeiro, ABIA,IMS, 1994.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO....................................................................................................1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................2

1- DEFINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS.....................................................2


1.1- DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.....................................2
1.1.1- Transmissão.......................................................................................3
1.1.2- Sintomas.............................................................................................3
1.1.3- Prevenção.......................................................................................... 3
1.2- AS PRINCIPAIS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DSTS)
......................................................................................................................... 3
1.2.1- Cancro mole ou bubão.......................................................................4
1.2.2- Clamídia e Gonorreia..........................................................................4
1.2.3- Condiloma acuminado ou crista de galo.............................................5
1.2.4- Sífilis...................................................................................................5
1.2.5- HPV.................................................................................................... 6
1.2.6- Aids.....................................................................................................6
1.2.7- Tricomoníase......................................................................................6
1.3- DIAGNÓSTICO.........................................................................................7
1.4- TRATAMENTOS.......................................................................................7
1.5- FACTORES PSICOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS
ÀS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.......................................8

CONCLUSÃO..................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................10

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