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INTRODUÇÃO

Segundo Caiado et al. (2008), a atividade bancária teve a sua origem


associada à ordem religiosa, sendo, no ano de 1515, no Quinto Concílio de
Latão, que se iniciou com o pagamento de juros, com a finalidade de auxiliar a
suportar os gastos administrativos suportados pelos montes de piedade. No
século XVII surgiu o papel-moeda, na República de Veneza em Itália, através
da emissão de certificados de dívida que venciam juros e eram transmissíveis
por endosso. Este sistema estendeu-se a vários Estados e, no início do século
XIX, começaram a surgir os bancos emissores, os bancos comerciais e as
instituições para bancárias. Em Portugal, o Banco de Portugal iniciou a sua
atividade como banco emissor de notas no ano de 1891. Durante o século XIX,
muitos foram os países que adotaram o padrão ouro, através do peso, do toque
e do valor facial das moedas metálicas. A moeda passou a circular sob três
formas: moeda metálica ou de trocos, moeda fiduciária ou notas, e moeda
escritural ou de registo bancário. Com a Revolução de 25 de Abril de 1974, os
bancos portugueses foram todos nacionalizados, ocorrendo também algumas
fusões devido às dificuldades que se faziam sentir. Com a reabertura da
atividade bancária ao sector privado, no ano de 1983, surgiram inúmeras
instituições para bancárias. Com a criação da moeda única, o Euro, em 2002
as autoridades monetárias sofreram algumas alterações, passando a existir o
Banco Central Europeu (BCE), o Sistema Europeu de Bancos Centrais e o
Euro sistema. Deste modo, o BCE passou a ser o emissor para a zona Euro e,
adicionalmente define a política monetária e cambial. Em contrapartida os
bancos nacionais dos Estados Membros são responsáveis pelo envio de
diversos documentos estatísticos. Deste modo, a taxa de juro deixou de ser
fixada administrativamente pelas autoridades monetárias; houve alguma
simplificação, contudo, surge a necessidade de um estudo mais profundo sobre
o impacto das operações bancarias.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

DEFINIÇÃO

Chamam-se bancos: empresas comerciais que têm por finalidade


realizar a mobilização do crédito, principalmente mediante o recebimento em
depósito, de capitais de terceiros, e o empréstimo de importâncias em seu
próprio nome, aos que necessitam de capital. A matéria no direito comercial
brasileiro está prevista desde o artigo 19 do Regulamento 737, de 25 de
novembro de 1850, considerando as operações bancárias como comerciais.

É indiscutível o papel dos bancos na mobilização de recursos em prol do


desenvolvimento da economia. Ao receberem depósitos constituem-se em
devedores dos depositantes; assumindo a propriedade desses depósitos,
empregando-os em seguida em empréstimos aos que necessitam de capital.
Ao emprestarem esses recursos agem em nome próprio.

Os primeiros estabelecimentos bancários surgiram na Idade Média.


Tem-se o Banco de Veneza, fundado em 1171, como o primeiro surgido na
Europa, funcionando até o ano de 1797. Ao Banco de Veneza seguirem-se o
Banco de Rialto, fundado em 1587, e o Banco do Giro, em 1408, em Gênova.
Foi fundado o Bando de São Jorge que teve papel preponderante na formação
do direito comercial.

Até meados do século XVII os bancos se caracterizavam pelo fato de


não fazer empréstimos, apenas operando em trocas de moedas e depósitos.
Foi o Banco da Suécia o primeiro a emitir notas bancárias, exemplo seguido
pelo Banco da Inglaterra, fundado em Londres em 1694, que obteve do
Parlamento autorização para tal. Já o Banco da França foi fundado em 1800.

No Brasil, foi o Banco do Brasil fundado por alvará de 12 de outubro de


1808, onde eram feitos descontos de letras de câmbio ou letras ao portador
pagáveis à vista ou dentro de curto prazo. Houve ainda outros
estabelecimentos denominados Banco do Brasil, como em 1851. De 1853 até a
proclamação da República, o terceiro Banco do Brasil sofreu várias alterações,
tendo, inclusive, em 1892, se fundido com o Banco da República dos Estados
Unidos do Brasil, passando a denominar-se Banco da República do Brasil. Este
novo banco atravessou sérias dificuldades e suspendeu pagamentos em 17 de
setembro de 1900.

O governo, porém, foi em seu socorro. Em 1905, o banco foi


reorganizado com novos estatutos, denominando-se Banco do Brasil, o quarto,
como lembrou Nelson Lobo de Barros (Moeda, Crédito, Bancos e Ciclos).

TIPOS DE BANCOS

Banco comercial - Instituições de crédito caracterizadas pela captação


de fundos, através de operações passivas como os depósitos à vista, a prazo e
com pré-aviso, os certificados de depósitos e os fundos de investimentos, e
pela cedência de fundos (crédito bancário), através de operações ativas de
curto, médio e longo prazos, podendo estas serem de carácter comercial
(letras) ou financeiro (relação cliente/banco); finalmente, pela prestação de
serviços (proveitos), como as garantias bancárias, a venda de moeda,
pagamentos periódicos, guarda de valores e custódia de títulos.

 Banco de investimento - Instituições que auxiliam pessoas


físicas ou jurídicas a alocar o seu capital nos mais diversos tipos
de investimento, como por exemplo no mercado financeiro ou na
BMF.
 Banco de desenvolvimento - Instituições que financiam projetos
cuja finalidade é promover o desenvolvimento econômico de uma
dada região.
 Banco misto (p. ex.: grande parte das instituições bancárias do
Brasil são mistas, sendo Bancos de Crédito e de Poupança.

Há os bancos de emissão, cujo papel, no Brasil, é privativo do Banco


Central (artigo 10, I), onde há autorização para emitir notas com promessa de
pagamento em dinheiro. Há os bancos de depósitos(têm como função precípua
receber depósitos pecuniários dos particulares, fazendo operações de crédito a
prazo curto, ainda chamados de bancos de comércio), os bancos de crédito
móvel(bancos de especulação, que têm por finalidade a prática de operações
especulativas), os bancos de comércio exterior(no Brasil, há a CACEX), bancos
agrícolas(onde é fomentado o crédito e fomento da agricultura), bancos de
crédito real(que realizam créditos mediante a garantia hipotecária), bancos de
crédito industrial(são aqueles bancos que tem por finalidade o fomento à
indústria).

Importante é o papel da Caixa Econômica como banco comercial, órgão


de fomento, de financiamento à habitação, captação de poupança, etc. Outra
instituição de fomento a citar é o BNDES. O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES é uma empresa pública, com
sede no Rio de Janeiro, e cujo principal objetivo é financiar de longo prazo a
realização de investimentos em todos os segmentos da economia, de âmbito
social, regional e ambiental.

PAPEL IMPORTANTE
TEM O BANCO CENTRAL

O Banco Central é autarquia integrante do Sistema Financeiro Nacional,


sendo vinculado ao Ministério da Fazenda do Brasil. Criado em 31 de
dezembro de 1964 pela da Lei nº 4.595. Assim como os outros bancos
centrais do mundo, o brasileiro é uma das principais autoridades monetárias do
país, sendo a principal o Conselho Monetário Nacional(CMN). O BCB recebeu
esta competência de três instituições diferentes: a Superintendência da Moeda
e do Crédito(SUMOC), o Banco do Brasil (BB) e o Tesouro Nacional.

antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era


desempenhado pela Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC),
pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacional. A SUMOC, criada em 1945, com
a finalidade de exercer o controle monetário e preparar a organização de um
banco central, tinha a responsabilidade de fixar os percentuais de reservas
obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas do redesconto e da assistência
financeira de liquidez, bem como os juros sobre depósitos bancários. Além
disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais, orientava a política
cambial e representava o país junto a organismos internacionais.
O TESOURO NACIONAL

ERA O ÓRGÃO EMISSOR DE PAPEL-MOEDA

Após a criação do Banco Central buscou-se dotar a instituição de


mecanismos voltados para o desempenho do papel de "banco dos bancos".
Em 1985, foi promovido o reordenamento financeiro governamental com a
separação das contas e das funções do Banco Central, Banco do
Brasil e Tesouro Nacional. Em 1986, foi extinta a conta movimento e o
fornecimento de recursos do Banco Central ao Banco do Brasil passou a ser
claramente identificado nos orçamentos das duas instituições, eliminando-se os
suprimentos automáticos que prejudicavam a atuação do Banco Central.

OPERAÇÕES BANCÁRIAS

Os bancos realizam operações passivas e ativas. Com isso tornam-se


devedores com as pessoas que transaciona ou credores. No primeiro caso,
fazem operações passivas e no segundo caso operações ativas.

OPERAÇÕES PASSIVAS

a) depósito pecuniário; entende-se por depósito pecuniário, a


operação bancária segundo a qual uma pessoa entrega ao banco determinada
importância em dinheiro, ficando o mesmo com a obrigação de devolvê-la no
prazo e nas condições convencionadas. Pela utilização das importâncias que
lhe são entregues, o banco, às vezes, pagará juros, que poderão ser
capitalizados.

Sendo a operação de massa mais importante para os bancos, o


depósito pecuniário (dinheiro) pode ser definido como aquele através do qual
alguém entrega a um banco uma soma determinada em dinheiro para sua
custódia, obrigando-se o depositário (banco) a restituí-la, na forma e nas regras
pré-fixadas pelas partes, quando lhe seja expedida uma ordem pelo
depositante. Na definição de Nelson Abrão (Direito bancário), o depósito
pecuniário é o contrato por intermédio do qual "uma pessoa entrega quantias
em dinheiro a um banco, que se obriga a restituí-la, por solicitação do
depositante, nas condições estipuladas “.

Não há na doutrina muita discussão acerca da conceituação do referido


contrato. O depósito de quantia em dinheiro subdivide-se em dois contratos, os
fixos e os voláteis. Os fixos são aqueles em que o depositante entrega uma
soma determinada de dinheiro à instituição financeira, sabendo que a
determinada quantia ficará sob a custódia dela, sem que o depositante possa
solicitar a sua devolução sem perda, até que se vença o prazo estipulado,
quando então, lhe será devolvida a referida quantia acrescida de ganhos.

São eles os contratos de aplicação em fundos. Diferem muito dos


contratos voláteis, porquanto neles o giro do dinheiro é constante, sendo a
entrada e retirada dos valores da natureza do próprio contrato.

b) emissão de notas bancárias: alguns bancos se caracterizam pela


faculdade que tem de emitir notas bancárias, que são títulos que algumas
vezes chegam a ter curso forçado. No Brasil, o funcionamento de tais
entidades somente se dará com autorização do governo.

c) redesconto: os bancos costumam fazer operações de desconto dos


títulos de crédito, isto é, operações segundo os quais os portadores de títulos
de crédito (letras de câmbio, notas promissórias, warrants etc) lhes transferem
a propriedade desses títulos, recebendo as importâncias neles mencionadas,
descontados os juros e as comissões legais. É uma operação em que o banco
figura como credor.

Como explicou Fran Martins (Contratos e obrigações comerciais, 1977,


pág. 530), no entanto, para poder utilizar-se com brevidade do capital
empregado no desconto de títulos, os bancos poderão redescontar os referidos
títulos em outros estabelecimentos bancários. Assim se tornam devedores
daqueles em que fazem o redesconto, pela garantia que dão aos títulos
redescontados.

É importante o papel do redesconto bancário em matéria de direito


econômico. o Redesconto Bancário, no qual o Banco Central concede
“empréstimos” aos bancos comerciais a taxas acima das praticadas no
mercado. Os chamados empréstimos de assistência à liquidez são utilizados
pelos bancos comerciais somente quando existe uma insuficiência de caixa
(fluxo de caixa), ou seja, quando a demanda de recursos depositados não
cobrem suas necessidades.

Quando a intenção do Banco Central é de injetar dinheiro no mercado,


ele baixa a taxa de juros para estimular os bancos comerciais a pegar estes
empréstimos. Os bancos comerciais por sua vez, terão mais disponibilidade de
crédito para oferecer ao mercado, consequentemente a economia aquece.

E quando o Banco Central tem por necessidade retirar dinheiro do


mercado, as taxas de juros concedidas para estes empréstimos são altas,
desestimulando os bancos comercias a pegá-los. Desta forma, os bancos
comerciais que precisam cumprir com suas necessidades imediatas, enxugam
as linhas de crédito, disponibilizando menos crédito ao mercado, com isso a
economia desacelera.

OPERAÇÕES ATIVAS

Nas operações chamadas de ativas, os bancos as praticam na


qualidade de credores. Em tal caso, empregam eles não apenas o seu capital
como o numerário recebido de terceiros, que passa à sua propriedade por se
tratar de coisas fungíveis, seja sob o ponto de vista jurídico como econômico.
São elas:

a) Empréstimos: são operações segundo os quais os bancos entregam


a terceiros uma certa soma de dinheiro para lhes ser devolvida, dentro de um
prazo determinado, para tanto, remunerando o seu capital, cobrando juros. Os
empréstimos podem ser a longo ou a curto prazo.

b) Financiamento: Assim como o empréstimo bancário, o financiamento


também é um contrato entre o cliente e a instituição financeira, mas com
destinação específica dos recursos tomados, como, por exemplo, a aquisição
de veículo ou de bem imóvel. Geralmente o financiamento possui algum tipo de
garantia, como, por exemplo, alienação fiduciária ou hipoteca.
c) Desconto bancário: é o contrato pelo qual uma pessoa recebe do
banco determinada importância, para isso, transferindo ao esmo um título de
crédito de terceiro. No empréstimo, o banco pode exigir do mutuário um título
de crédito por ele emitido; enquanto que no desconto os títulos transferidos ao
banco são de emissão de pessoas outras que não aquela que vai fazer o
desconto. Ao transferir ao banco os títulos de terceiros de que é proprietário, o
mutuário ou descontário, se responsabiliza também pela solvabilidade do
devedor principal, aumentando, assim as garantias dos títulos.

d) Antecipações: são operações bancárias bastante aproximadas ao


desconto e dos empréstimos, mas que se caracterizam pelo fato de alguém
receber do banco determinada importância, dando garantia real para o
pagamento da importância adiantada. Nos descontos, há a transferência de
títulos de terceiros para os bancos, enquanto que nas antecipações, os títulos
depositados nos bancos servem apenas de garantia. Nos empréstimos a
garantia é pessoal, na antecipação há garantia real.

e) Abertura de crédito: é o contrato segundo o qual o banco se obriga


a pôr à disposição de um cliente uma soma em dinheiro, por prazo determinado
ou indeterminado, obrigando-se este a devolver a importância, acrescida de
juros ao se extinguir o contrato. O banco será denominado creditador e a
pessoa a quem a importância é posta à disposição é chamado de creditado.

f) Crédito documentado: é operação que tem grande importância para


o comercio exterior. Caracteriza-se essa moralidade de contrato pelo fato de
convencionar o banco creditador com o creditado a abertura de um crédito em
favor de terceiro, passando este terceiro a ser o beneficiário do contrato. Em
geral essa espécie de crédito está ligada a uma operação de compra feita pelo
creditado com o beneficiário.

O banco passa a fornecer o capital para o pagamento de compra,


pagando ao beneficiário, que é o vendedor, a importância devida, e desse
recebendo os documentos relativos ao embarque das mercadorias adquiridas
pelo creditado, ou sejam, os conhecimentos das mercadorias, as cópias das
faturas, as apólices de seguro, os certificados de origem, peso e qualidade e a
fatura consular, quando se trata de mercadoria embarcada no estrangeiro. O
banco faz um desconto dos títulos sacados pelo vendedor contra o comprador,
devendo ao título descontado serem juntos os documentos das mercadorias.

As aberturas de crédito documentado poderão ser simples, quando o


creditador, no caso o banco, não é obrigado a receber importâncias parciais do
crédito aberto, ou em conta corrente, quando se estipula que o creditado
poderá fazer reembolsos parciais, servindo esses para renovar o crédito posto
à sua disposição. Pode, igualmente, o negócio jurídico ser de crédito não
confirmado, e nesse caso o creditado pode a qualquer momento revogar a
ordem de pagamento pelo banco ao beneficiário ou confirmado, também
chamado de crédito irrevogável, quando o creditado não pode revogar a ordem
do pagamento o que faz com que o banco se obrigue perante o beneficiário a
pagar-lhe a importância relativa à compra feita pelo creditado.

g) Créditos da firma: são aqueles dados pelo banco a seus clientes.


Segundo esse contrato o banco se obriga a aceitar letras de câmbio, a avalizar
títulos ou a afiança-los, dando, assim, maior garantia aos mesmos, para isso
cobrando uma comissão.

h) A carta de crédito (em inglês: Letter of credit, ou simplesmente L/C)


é um dos instrumentos básicos do comércio internacional, como meio de
providenciar ao comprador e vendedor de uma mercadoria, normalmente em
países diferentes, um sistema para certificar a segurança de ambos. Consiste
de uma carta endereçada pelo banco do comprador, aos custos do comprador,
a um vendedor, autorizando-o a dispor de uma determinada quantia de
[dinheiro]] desde que se cumpram determinados termos e providenciando
condicionalmente ou incondicionalmente o pagamento.

TIPOS DE CARTAS DE CRÉDITO:

 Revogáveis (usadas normalmente em situações onde o comprador


tem grande poder de negociação).
 Irrevogáveis (oferecem mais segurança ao vendedor, são as mais
comuns).
Uma carta aberta ou fechada de um comerciante em um lugar,
direcionada a outro em outro lugar, solicitando que, caso a pessoa nomeada na
carta ou o seu portador compre commodities ou queira dinheiro, qualquer
quantia particular ou ilimitada, e que se busque o mesmo ou passe sua
promessa, nota ou outro mecanismo, o escritor da carta promete fornecer a ele
o dinheiro pelas mercadorias, repagar a ele pela troca, ou dar a ele satisfação
como ele requeira, tanto para ele mesmo, quanto para o portador da carta.

Estas cartas são tanto gerais ou especiais. A primeira é geralmente


dirigida aos amigos do emissor ou seus correspondentes, onde o portador da
carta pode vir a ir; a outra é dirigida a uma pessoa em particular. Quando a
carta é apresentada à pessoa para quem ele está endereçada, esta pessoa
pode concordar em fazer o que lhe é pedido neste caso ele imediatamente se
torna compromissado em cumprir todos os acordos lá mencionados ou ele se
nega, neste caso o portador deve retornar a carta àquele que lhe entregou sem
qualquer outro procedimento, a não ser que o comerciante para quem a carta
está dirigida seja um devedor do comerciante que a deu, neste caso, ele deve
fazer com que a carta seja protestada.

O débito que se contrai com uma carta assim, em sua forma mais
simples, é entre o mandatário e o mandante; apesar de ser possível também
suscitar um débito contra a pessoa que seja fornecida pelo mandatário.
Quando a carta é comprada com dinheiro pela pessoa que quer o crédito no
exterior, ou é dada em consequência de um cheque em sua conta corrente ou
conseguida á crédito de garantias apresentadas pela pessoa que a concede,
ou em pagamento de dinheiro devido por ele ao credor, a carta é, em seu
efeito, similar a uma nota de troca emitida contra um comerciante exterior.

O pagamento do dinheiro por uma pessoa a quem a carta é concedida


levanta um débito ou vai na conta entre ele e o emissor da carta; mas não
levanta nenhum débito para a pessoa que paga a carta, contra quem o dinheiro
é pago. Quando ela não é comprada, mas na verdade é feita uma acomodação
destinada a levantar um débito para com a pessoa acomodada, o
compromisso, geralmente é ver pagas quaisquer adiantamentos feitos a ele ou
garantir qualquer saque aceito ou nota descontada.
Neste caso, o acordo com o mandatário gera um débito, tanto contra o
emissor da carta quanto contra a pessoa acreditada. O portador da carta de
crédito não é considerado obrigado a receber o dinheiro; ele pode usar a carta
como ele bem queira e ele contrata uma obrigação somente quando se recebe
o dinheiro.

OUTRAS OPERAÇÕES

a) operações de câmbio

São constituídas principalmente pelas operações de


financiamento ao exportador, e podem também consistir na intermediação
cambial, como uma operação acessória. As transações de comércio
internacional são feitas através das operações de câmbio contratadas por
bancos autorizados a operar no mercado de câmbio livre, cobrando taxa
de administração pelos serviços e pelos riscos envolvidos.

As operações de comércio exterior, realizadas no câmbio livre, são as


mais significativas em volume. A primeira etapa em uma exportação é a
contratação do câmbio, quando o exportador assume o compromisso de fazer
a negociação de uma exportação com um determinado banco. Tanto a taxa
cambial como a data do pagamento são estabelecidas, de forma que os
recursos em moeda nacional possam ser provenientes de um ACC. Faz parte
dessa operação, a entrega dos documentos de embarque que possibilita, se
necessário, operação de financiamento ACE.

A liquidação do câmbio na exportação consiste no ingresso de divisas


no país, obrigatório, controlado pelo BACEN através do SISBACEN, e
eventualmente através do SISCOMEX. Qualquer risco de crédito fica por conta
do exportador. Os exportadores brasileiros também têm a opção do Programa
de Financiamento às Exportações (Proex), administrado pelo Banco do
Brasil, com recursos da União, que pode financiar até 85% do valor das
exportações a taxas compatíveis com o mercado internacional ou Finamex,
que é gerenciado pelo BNDES, que pode conceder prazos de financiamentos
de até 12 anos, indexadas pela taxa “Libor” (taxa interbancária média
inglesa).
Para que seja possível fazer exportação, é preciso que
seja feito o contato com a Secretaria da Receita Federal para que seja
concedido o acesso ao SISCOMEX, onde as operações de exportação são
registradas. O desembaraço da mercadoria deve atender as exigências do
país importador.

Dentre as principais operações financeiras com câmbio,


podemos citar:

Compra e venda de moeda estrangeira

Caracterizadas por transações que são realizadas através


de um contrato
de câmbio de compra e venda de moeda estrangeira e de papéis
que a
representem.

· Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio


(ACC)

Forma de financiamento na moeda nacional que tem por


objetivo propiciar
recursos ao exportador, para que ele possa financiar os
processos de
produção e comercialização dos bens e serviços para
exportação.

Cobrança no exterior

Engloba os serviços de cobrança de títulos cambiais no


exterior

1. Valores em moeda estrangeira a receber e a


pagar

São referentes aos valores provenientes dos agentes,


frete, e prêmio de seguro sobre a exportação e importação

2.· Financiamento à Exportação ou


Importação
É constituído principalmente por instrumentos de crédito
de exportação e importação

3. Transferências com o Exterior

Refere-se aos valores em moeda estrangeira de entrada e


saída do país.

4.· Arbitragem em Moeda Estrangeira

Operações de moeda estrangeira em contrapartida com a


operação inversa
em outra moeda estrangeira para liquidação pronta ou futura.

5.· Garantias Prestadas e Recebidas

Títulos e documentos que servem como garantia da


operação cambial

6. Depósitos em Moeda Estrangeira no Brasil

Depósitos em moeda estrangeira de livre movimentação.

b) Operação del credere bancário: del credere, é a


operação segundo a qual uma pessoal assume perante a outra a
responsabilidade pela solvência de um terceiro. No contrato de
comissão é onde mais aparece o del credere. O comissário,
simples intermediário entre o vendedor e o comprador, agindo
em nome de terceiro, não em nome do comitente, mas no seu
próprio, pode assumir, perante o comitente, responsabilidade
pela solvência de terceiro, para tanto, cobrando uma
remuneração. Em tais condições, o comissário deixa de ser um
simples intermediário para se tornar garante da solvabilidade do
terceiro, tendo essa garantia o nome de del credere.

Também os bancos poderão praticar operações de del


credere, dando garantias de solvabilidade de pessoas em
contratos entre elas firmados. A garantia de solvabilidade dada
pelo banco acarreta para ele a responsabilidade de efetuar o
pagamento se o devedor não o fizer.

c) ainda os bancos poderão realizar compras de metais


preciosos(Dec. 14.728, de 16 de março de 1921), a cobrança e
transferência, compra e venda de valores moveis, depósitos em
custodia e serviços de cofres individuais , cheques garantidos.
Os bancos que ainda oferecem o serviço costumam
incluir uma cláusula nos contratos de aluguel que diz que o
conteúdo das gavetas é secreto. Ou seja, o cliente não precisa
informar o que tranca lá. Essa regra protege a privacidade do
cliente, mas também isenta os bancos de indenizá-lo em caso
de assalto. Não há nem seguro para os itens guardados ali.

Nos cheques garantidos, um contrato escrito é feito pelo


banco creditador e pelo creditado, no qual estão estabelecidos
o limite do crédito, o prazo de utilização e a taxa de juros a ser
cobrado pelo banco. veja-se o caso do cheque-ouro do Banco do
Brasil.

.d) Fala-se em liquidação e compensação bancária:

Liquidação é o efetivo pagamento de uma dívida,


extinguindo-se a obrigação.

A chamada Liquidação Bruta em Tempo Real, ou LBTR, é


um sistema usado no SPB para realizar pagamentos de maneira
imediata e irrevogável.

Nessa modalidade o pagamento não está sujeito a


nenhum período de espera para compensação. A transferência
de valores é feita na hora, portanto sem possibilidade de
revogação.

Sistemas LBTR são considerados infraestrutura crítica


para a economia de um país.

Câmaras de Compensação e Liquidação

No Brasil, existem várias câmaras de compensação e


liquidação. Podemos citar a Cetip, as câmaras de compensação
e liquidação da BM&F Bovespa, a CIP, a Selic, etc.

Os sistemas de pagamentos de países do mundo todo


dependem de câmaras de compensação e liquidação para seu
sistema financeiro funcionar.

Compensação é o cálculo das obrigações líquidas


(dívidas) antes que ocorra o devido pagamento de uma dívida
(liquidação). Por exemplo, se o banco A deve 10 reais a B e o
banco B deve 6 reais ao banco A, então 6 reais em dívidas se
cancelam e A paga apenas 4 reais a B.

Na compensação, os pagamentos não são feitos


individualmente para cada ordem, mas de uma única vez para
cada credor. Isso reduz custos e agiliza as transações.

Existem dois tipos de compensação: bilateral e


multilateral.

A compensação bilateral é acordo que envolve apenas


duas entidades com obrigações entre si. As obrigações
cobertas pelo acordo podem surgir de contratos financeiros,
transferências ou de ambos.

A compensação multilateral é mais complexa,


envolvendo diversas entidades com obrigações entre si. É uma
apuração da soma dos resultados bilaterais devedores e
credores de cada participante em relação aos demais.

O resultado da compensação multilateral também


corresponde ao resultado de cada participante em relação à
câmara ou ao prestador de serviços de compensação e de
liquidação que assuma a posição de parte contratante para fins
de liquidação das obrigações realizadas por seu intermédio.

Referências
1. ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro.
Nova Fronteira. 1986. p. 227.
2. ↑ «Bancos - Qual a função dos Bancos?». Brasil Escola. Consultado em 9 de outubro de
2021
3. ↑ A História dos Bancos. Disponível em http://seuhistory.com/infograficos/historia-dos-
bancos. Acesso em 1 de janeiro de 2016.
4. ↑ «Bancos - Qual a função dos Bancos?». Brasil Escola. Consultado em 9 de outubro de
2021
5. ↑ «Bancos - Qual a função dos Bancos?». Brasil Escola. Consultado em 9 de outubro de
2021

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