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➢ Dar a conhecer aos colegas os aspectos básicos da contabilidade


bancária, descrevendo a evolução do sistema bancário em Moçambique
e o seu funcionamento a luz das normas e práticas contabilísticas para as
instituições de crédito e sociedades financeiras.

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➢ O surgimento da moeda em diversos países desenvolvidos da
antiguidade;
 Mais tarde surgem os comerciantes de moeda, os chamados trapezista
(em Antenas na Grécia)e argentáris (em Roma) que se encontravam em
bancas rústicas, instaladas em praça pública, onde expunham as moedas
destinadas à comercialização e efectuavam trocas ou câmbio. Somente
na Idade Média surgiram os primeiros bancos.

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 Segundo uma corrente de historiadores, o primeiro banco a
surgir foi o Banco da Veneza, fundando em 1171, uma outra
corrente defende que em 1050 uma instituição bancária foi
criada pelo governo chinês.

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Ano Banco País
1050 Banco da China China
1171 Banco da Veneza Veneza
1408 Banco de São Jorge Gênova
1609 Banco de Amesterdão Holanda
Alemanh
1619 Banco de Hamburgo a
Alemanh
1621 Banco de Nuremberga a
Primeiro Banco de Emissão, Fundado
1656 por Johan Palmstruch em Estocolmo Suécia
Inglaterr
1694 Banco da Inglaterra ABM
a
1716 Banco da França França
Primeiro Banco de Emissão Norte
1791 Americano EUA
1808 Banco do Brazil Brazil
1824 Nederlandsche Handel-Maatschappij Holanda
1860 Banco Imperial da Rússia Rússia
1863 Crédit Lyonnais França
1864 Société Génerale França
1880 Banco di Roma Itália
1887 Nuevo Banco Italiano Argentina
1894 Banca Commerciale Italiana Itália

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 O desenvolvimento da actividade e do sistema bancário em
Moçambique está dividido em três fases:
1. Período antes da independência;
2. Período pós independência;
3. Período pós introdução do Programa de Reabilitação
Económica(PRE);

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Período Antes da Independência(1877-1974)
As actividades do Banco central no país eram exercidas pelo Banco
Nacional Ultramarino que, funcionava como uma dependência do Banco
de Portugal e como um banco comercial. Nesse período, o sistema
financeiro moçambicano contava com cerca de dez bancos comerciais de
entre os quais se destacam: o Instituto de Crédito de Moçambique,
Montepio de Moçambique Banco, Nacional Ultramarino (BNU), Banco
Pinto & Sotto Maior e o Banco Standard Totta de Moçambique (BSTM).

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Período Pós Independência até 1987
 Todos os bancos excepto o BSTM foram nacionalizados e a
partir das instituições financeiras herdadas do colonialismo,
em 1977 foram criados dois Bancos Estatais:
➢o Banco de Moçambique (BM), que herdou as actividades
desenvolvidas pelo Banco Nacional Ultramarino e;
➢ o Banco Popular de Desenvolvimento (BPD).

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Período Após a Introdução do Programa de Reabilitação
Económica (PRE)
 Com a introdução do PRE houve a necessidade de uma maior dinâmica
do BM no seu papel de condutor da política monetária e de crédito, e
de supervisão do sistema financeiro nacional.

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Período Após a Introdução do Programa de Reabilitação
Económica (PRE)
 Com a introdução do PRE houve a necessidade de uma maior
dinâmica do BM no seu papel de condutor da política monetária e de
crédito, e de supervisão do sistema financeiro nacional.

 Essa necessidade determinou a retirada das suas funções comerciais e


a criação do Banco Comercial de Moçambique. Assim em 1992
passou a funcionar apenas como banco central, e através da lei 28/91
o sector bancário é aberto ao investimento privado e nascem novos
bancos comerciais em Moçambique.

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De acordo com a nossa legislação, entende-se por instituições de crédito
empresas cujo objecto consiste em receber do público depósitos ou
outros fundos reembolsáveis, a fim de os aplicarem por conta própria
mediante a concessão de crédito. São instituições de crédito:
❖ Os bancos;

❖ As sociedades de locação financeira;


❖ As cooperativas de crédito;

❖ As sociedades de factoring;
❖ As sociedades de investimento;

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 Outras empresas que correspondam a definição acima apresentada e
que como tal sejam qualificadas por diploma legal específico.
Sociedades Financeiras

 Empresas que não sejam instituições de crédito cuja actividade


principal consiste em exercer uma ou mais actividades relacionadas
com operações de, guarda de valores, crédito, pagamentos,
consultoria, administração, gestão de carteira de valores imobiliários,
operações sobre metais preciosos, comercialização de contratos de
seguros, e outras operações permitidas por lei.

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São sociedades financeiras:
❖ As sociedades financeiras de corretagem;
❖ As sociedades correctoras;
❖ As sociedades gestoras de fundos de investimentos;
❖ As sociedades gestoras de património;
❖ As sociedades de capital de risco;
❖ As sociedades administradoras de compras em grupo;
❖ As casas de câmbio;
❖ Outras empresas que correspondam a definição acima apresentada e que
como tal sejam qualificadas por diploma legal específico.

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Requisitos Gerais para as Instituições Financeiras e Sociedades de
Crédito
1) Corresponder a uma das espécies previstas na lei moçambicana;
2) Adoptar a forma de sociedade anónima;
3) Ter por objecto exclusivo o desenvolvimento da actividade legalmente
permitida nos termos da lei;
4) Ter capital social não inferior ao mínimo legal;
5) Ter capital social representado obrigatoriamente por acções nominativas
ou ao portador registadas;
6) Ter por objecto principal uma ou mais das actividades previstas na lei;

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❖ Ter capital social integralmente subscrito e realizado em montante
não inferior ao mínimo legal na data da constituição; e
❖ Ter capital social integralmente realizado no prazo de 6 meses a contar
da data da constituição ou da subscrição, quando se tratar de um
aumento de capital.

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Formalidades e Obrigações
O órgão de administração deve ser composto por pelo menos três membros
com poderes de orientação efectiva da actividade da instituição,
❖ Estas instituições estão sujeitas a auditoria externa de uma empresa
reconhecida no país, que deve comunicar ao Banco de Moçambique (BM)
todas as infracções que detectar na instituição.
❖ Devem publicar as suas demonstrações financeiras num dos jornais mais
lidos e apresentar ao BM as informações necessárias para a sua supervisão.

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 A Contabilidade Bancária é um ramo da contabilidade aplicada
que estuda, regista e controla as operações pertinentes a instituições
de crédito e sociedades financeiras, determinando o resultado destas
operações e a situação patrimonial.

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 Os bancos comerciais, segundo Niyama e Gomes, são “Instituições
especializadas em operações de curto e médio prazo, que oferecem
capital de giro para o comércio, indústria, empresas prestadoras de
serviços e pessoas físicas, bem como concedem crédito rural”.
 Os conglomerados bancários são compostos por pelo menos uma
instituição do tipo banco comercial ou banco múltiplo com carteira
comercial.

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 Os bancos múltiplos, são formados por pelo menos, duas
carteiras, sendo uma delas obrigatoriamente comercial ou de
investimento, criados com o objectivo de verticalizar as operações
das instituições financeiras, ao permitir a reunião em uma só
instituição das operações realizadas pelos bancos comerciais, de
investimento e de desenvolvimento e pelas sociedades de crédito,
financiamento e investimento, de crédito imobiliário e de
arrendamento mercantil.

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Funções :
 Depositar capital em formas de poupança,

 Emprestar dinheiro,
 Financiar investimentos,

 Trocar moedas internacionais,


 Realizar pagamentos, etc

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Produtos bancários de captação de fundos
 O depósito bancário constitui um meio, através do qual, o banco
capta recursos financeiros que lhe permitem operações de crédito.
são agrupados em função da seu grau de exigibilidade em:
 depósitos a ordem, depósitos com pré-aviso e a depósitos prazo.
Quando o montante captado nos depósitos não é suficiente pode
recorrer ao mercado monetário interbancário ou a emissão de
obrigações.

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❖ visam satisfazer as necessidades de antecipação de consumo ou de
capital para financiar oportunidades de investimento. Para o banco,
esses produtos representam uma aplicação de fundos contra o
recebimento de uma determinada remuneração, que varia em função
do risco ligado a operação.

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Crédito por desembolso:Consiste na disponibilização pelo banco ao cliente de uma
determinada importância por um prazo definido e mediante remuneração.
subdivide-se em: Crédito por empréstimo; Crédito por abertura de crédito; e
Crédito por desconto.

Crédito por assinatura: Não implica uma saída de fundos, o banco garante perante
terceiros, o bom cumprimento de uma obrigação do seu cliente em troca de uma
comissão. Contudo, a instituição financeira pode ser chamada caso o seu cliente falte
ao compromisso. Esta modalidade de crédito, engloba as garantias bancárias e os
avales bancários.

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Podem ser domésticos e internacionais, de acordo com o território onde se
realizam e com o tipo de moeda usado na transacção.
Serviços bancários domésticos
 Enquadram-se nos serviços bancários domésticos todas as operações que se
realizam no território nacional e expressos em moeda nacional.
Serviços bancários internacionais
 Enquadram-se neste grupo todas as operações que se realizam fora do
território nacional e expressos em moeda estrangeira.

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Para além das normas nacionais, há um conjunto de normas que são
aplicáveis às demonstrações financeiras das instituições bancárias:
➢ IAS 1 – Apresentação das NICs
 IAS 7 – Preparação dos fluxos de caixa
 IAS 16 – Propriedade, plantas e equipamentos
 IAS 8 – Proveitos - Políticas Contabilísticas
 IAS 18 - Réditos
 IAS 24 – Divulgação das partes relacionadas
 IAS 32 – Instrumentos financeiros
 IAS 37 – Provisões e activos contingências
 IAS 39 - Reconhecimento e mensuração

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IAS 1
Estabelece a base para a apresentação de demonstrações financeiras gerais, a fim
de assegurar comparabilidade tanto com as demonstrações financeiras de
períodos anteriores da própria entidade como com as demonstrações
financeiras de outras entidades. Esta norma não se aplica a demonstrações
financeiras intermediárias preparadas de acordo com a IAS 34 Informes
Financeiros Intermediários.

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IAS 32
 Exige a divulgação de informações sobre factores referentes a instrumentos
financeiros que afectem o montante, o cronograma e a certeza dos fluxos de
caixa futuros de uma entidade e sobre as políticas contabilísticas aplicadas a
esses instrumentos. Requer também a divulgação de informações sobre a
natureza e o grau de uso dos instrumentos financeiros pela entidade,
especificamente:
 Seus termos e condições;
 Exposição a risco de taxa de juros;
 Exposição a risco de crédito.

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IAS 7 (norma do IASB)
Sugere que os adiantamentos de caixa e empréstimos feitos por instituições
financeiras, as movimentações das principais formas de captação de recursos
para intermediação financeira, bem como os depósitos de clientes e os juros
pagos e recebidos por instituições financeiras devem figurar nas actividades
operacionais.
❖Caso a instituição esteja em crescimento e aumente o capital aplicado em
relação aos períodos anteriores, haverá mais saída que ingresso de recursos, o
que resultará em um fluxo de caixa operacional negativo, mesmo que essas
operações esteja gerando caixa positivo.

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FRS 1(Normas do ASB)
 Assim como o IASB, o ASB determina que os pagamentos e recebimentos relacionados
a empréstimos e financiamentos concedidos devem ser classificados nas actividades
operacionais, apesar da DFC sugeridas por estas duas entidades ter um formato
bastante diferente.
 As actividades operacionais, devem ser compostas pelos fluxos que afectam o
resultado operacional da empresa. Os juros pagos e recebidos, por sua vez, são
tratados isoladamente na categoria “retornos dos investimentos e serviços financeiros”.
Para uma instituição bancária essa segregação é de grande relevância.

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Normas do FASB (Financial Accounting Standard Board)

FAS 95 e Alterações

 Os recebimentos de receitas e de pagamentos de despesas são classificados nas

actividades operacionais, separadamente do capital aplicado ou captado, que figuram nas

actividades de investimento e de financiamento.

O FAS 102 dispõe que os recebimentos e pagamentos resultantes de compra e venda de

títulos e outros activos adquiridos para revenda e avaliados pelo valor de mercado

devem ser classificados como fluxo de caixa operacional.

 Assim, as movimentações de caixa decorrentes das aplicações e dos recebimentos, tanto

do capital quanto da remuneração do capital, de alguns itens do activo, sobretudo dos

títulos adquiridos com intenção de revenda, passaram a figurar nas actividades

operacionais.

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 Segundo a FAS 102 passam a figurar nas actividades de investimento: “Os
fluxos de caixa decorrentes de compras, vendas e resgates de títulos
disponíveis para venda devem ser classificados como fluxo de caixa das
actividades de investimento e reportado em valores brutos na demonstração
dos fluxos de caixa.” Manteve-se, portanto, a classificação nas actividades
operacionais da DFC dos fluxos, tanto de rendas como de capital,
decorrentes de transacções com títulos e valores mobiliários para
negociação.

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 A partir destes diferentes conceitos chegou-se a definição de um
modelo de DFC adequado às especificidades dos bancos, onde os
fluxos de caixa das actividades operacionais devem estar relacionados
com os eventos que têm impacto sobre o resultado da empresa, ou
seja, que transitam pela DRE e, as actividades de investimento e de
financiamento se relacionam com o activo (excepto o caixa e
equivalentes) e com o passivo.

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