Você está na página 1de 21

USTM

Faculdade de Ciências Económicas e


Empresariais

Disciplina: SISTEMA FINANCEIRO

Licenciaturas: GESTÃO DE EMPRESAS E


CONTABILIDADE & AUDITORIA

1
O SURGIMENTO DOS
BANCOS CENTRAIS
Os Bancos Centrais foram aparecendo de
forma gradual, em parte como resposta às
necessidades apresentadas pelas instituições
financeiras que começaram a surgir na
Europa.

Em distintos países europeus, a prática


bancária foi concentrando certas funções,
fundamentalmente a partir do direito de
emissão, em instituições que, de facto,
começaram a assumir os contornos de
Bancos Centrais.

2
O monopólio de emissões e o papel de
banqueiro do governo foram as duas
primeiras funções que ajudaram a delinear o
perfil do que mais tarde constituiria um
Banco Central. O primeiro banco a adoptar
essas práticas foi o Banco da Inglaterra.

Ao assumir o papel de depositário das


reservas do sistema bancário, o Banco da
Inglaterra passou, a partir de meados do
século XIX, a prestar serviços de
"compensação" das operações realizadas
entre os bancos.

3
O BANCO CENTRAL E SUAS
FUNÇÕES
O Banco Central pode ser considerado :

1.Banco dos Bancos – Depósitos compulsórios


e redesconto de liquidez

2. Gestor do Sistema Financeiro Nacional –


Produz normas e concede autorizações e
realiza fiscalizações e intervenções junto dos
Bancos.

4
3. Executor da Política Monetária – Controlo dos
meios de pagamento, liquidez do mercado,
gestão da política monetária de um país.

4. Banco Emissor – Emissão dos meios de


pagamento ou saneamento dos meios de
pagamentos.

5. Banco do Estado – Financiamento ao tesouro


nacional (via emissão de títulos e concessão de
créditos), administração da dívida pública interna
e externa, gestor e fiel depositário das reservas
internacionais do país e representante do Estado
junto das instituições financeiras internacionais.

5
Banco de Moçambique (BM)
De acordo com a Lei 1/92, de 3 de Janeiro – Lei
Orgânica do banco de Moçambique, o Banco de
Moçambique (BM) é uma pessoa colectiva de
direito público, dotada de autonomia
administrativa e financeira, com a natureza de
empresa pública e tem como objectivo a
preservação do valor da moeda nacional.

6
No prosseguimento do seu objecto, compete ao BM:

i.Conduzir a política monetária;

ii. Orientar a política de crédito com vista à promoção do


crescimento e desenvolvimento económico e social do
país;

iii. Gerir as disponibilidades externas de forma a manter


adequado volume de meios de pagamento necessários ao
comércio internacional;

iv. Disciplinar a actividade bancária.

7
Como Banco Central, o BM:

i.É banco emissor das notas e moedas divisionárias em


Moçambique;

ii. É o banqueiro do Estado, consultor do Governo no


domínio financeiro, orientador e controlador das políticas
monetárias, financeira e cambial, gestor das
disponibilidades externas do país, intermediário nas
relações monetárias internacionais, supervisor das
instituições financeiras.

iii. Compete igualmente ao Banco controlar a actividade


dos mercados monetário, financeiro e cambial.

8
Como orientador e controlador da política
monetária, compete ao Banco, regular o
funcionamento do mercado monetário.

Como supervisor das instituições financeiras,


compete ainda ao Banco de Moçambique regular o
funcionamento do mercado financeiro

9
Autoridades Monetárias Competentes
Em Moçambique as Autoridades Monetárias são o
Ministério das Finanças e o Banco de Moçambique.

Ministério das Finanças


O Ministério das Finanças é, simultaneamente, órgão
do Governo da República e Autoridade Monetária
Nacional. Como órgão do governo, cabe-lhe pôr em
prática as políticas economico-financeiras definidas
pelo Governo, no que é ajudado pelo Banco de
Moçambique. Enquanto autoridade monetária, tem
por função, por exemplo, negociar acordos e
financiamentos externos, tendo como Consultor o
Banco Central e orientar a política monetária e
cambial.
10
O Banco de Moçambique tem :

A responsabilidade pela Regulação e


Supervisão, bem como a definição e a
aplicação da política monetária

O Banco de Moçambique, que tem como


principais funções: - Vide o Artigo 3 e Capítulo
IV.

Autoridade Monetária
Banco dos Bancos
Consultor do Governo no domínio financeiro
Emissão Monetária
Banqueiro do Estado
Autoridade Cambial
11
1. Autoridade Monetária – enquanto autoridade
monetária, define e executa a política monetária,
financeira e cambial. Fá-lo através da orientação
das instituições do sistema financeiro, regulando,
assim, o mercado.

Poder-se-à salientar algumas das formas como


pode levar à prática a referida orientação e
supervisão:

Estabelecer directivas de actuação das


instituições;

Fixar o regime das taxas de juro e outras formas


de remuneração das operações;

Estabelecer condicionalismo às operações activas


das instituições de crédito. 12
2. Banco dos Bancos – nomeadamente porque
os Bancos depositam aí as suas reservas
obrigatórias, quando um banco tem dificuldade
de tesouraria, pode recorrer ao Banco Central
– diz-se que é prestamista de última instancia,
relativamente aos Bancos.

3. Consultor do Governo – presta


informações e pareceres sobre questões de
natureza monetária, financeira e cambial,
aconselha nas negociações sobre acordos e
financiamentos externos e participa em
reuniões “ad hoc” em matéria da política
monetária, financeira e cambial.
13
4. Emissão Monetária – o Banco de
Moçambique tem o exclusivo e a obrigação da
emissão de notas e de moedas divisionárias
em Moçambique.

5. Banqueiro do Estado – no desempenho


desta função, o Banco poderá conceder ao
estado anualmente, créditos sem juros em
forma de conta corrente, em moeda nacional,
até ao montante máximo de 10% das
receitas ordinárias do Orçamento Geral do
Estado arrecadadas no penúltimo exercício.

14
6. Autoridade Cambial – O BM mantém
reservas em ouro, prata, platina, direitos de
saque especiais e divisas, o que assegura a
solvência da moeda.

Assim, sem autorização expressa do Banco de


Moçambique e salvo disposição em contrário,
não podem ser efectuados quaisquer
pagamentos externos (para controlar a saída
das divisas).

15
REGULAÇÃO FINANCEIRA
A regulamentação financeira surge da
necessidade de proteger a parte mais fraca, os
utilizadores das actividades bancárias, nas
relações comerciais, entre estes e os Bancos,
por outro lado, porque os bancos pela sua
natureza utilizam para o financiamento das
suas actividades os depósitos do público e que
a falência de um Banco pode conduzir à falência
de muitas empresas que lhe confiou a guarda
das suas poupanças.

16
Estas e outras razões determinam que os ordenamentos
jurídicos definam padrões exigentes e criem regras de
execução, de gestão e de comportamento, no âmbito da
actividade bancária: são regras impostas às instituições, tendo
em vista a solvabilidade da instituição e do sistema.

O negócio de emprestar dinheiro dos outros, sujeito a


levantamentos imediatos desse dinheiro, coloca ao banqueiro
um dilema entre rentabilidade e equilíbrio financeiro. Trata-se
de conciliar três objectivos, consideravelmente antagónicos:

Solvência
Liquidez
Rentabilidade

17
Solvência: Solvência em economia é o estado do devedor
que possui seu activo maior do que o passivo. Capacidade de
uma empresa/entidade para cumprir os compromissos
financeiros assumidos.

Liquidez: Liquidez é um conceito econômico que considera a


facilidade com que um activo pode ser convertido no meio de
troca da economia, ou seja, é a facilidade com que activo
pode ser convertido em dinheiro de forma imediata sem
perder significativamente seu valor.

Rentabilidade: Rentabilidade indica o percentual de


remuneração do capital investido na empresa. É o grau de
rendimento proporcionado por determinado investimento.

18
Regulação (ou regulamentação)
é o conjunto de normas legislativas e
regulamentares, específicas, pelas quais se rege
a actividade das empresas financeiras.

19
Supervisão
é o processo associado e complementar de
acompanhar e controlar o cumprimento da
regulamentação.

20
Mecanismos de Supervisão

21

Você também pode gostar