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1 Actividade bancária
O sector bancário é parte do sector terciário da economia que é composto por empresas que se
dedicam, essencialmente, à intermediação financeira entre os diferentes agentes da economia
(Estado, empresas ou outras pessoas colectivas e particulares).
A actividade bancária tem como função principal a dinamização da actividade económica interna
bem como as suas relações com o exterior e ainda a materialização dos objectivos
macroeconómicos do Governo. Essa função é exercida através da oferta de produtos e serviços
financeiros e exercício de uma correcta supervisão (Banco de Moçambique).
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As instituições financeiras são várias e, como tal, podem ser consideradas de crédito ou não de
crédito:
Instituições considerados de crédito
As instituições de crédito são aquelas que tem a capacidade de criar meios de pagamento ou
moeda com base nos depósitos recolhidos e multiplicados através de crédito e que operam no
mercado bancário, designadamente:
Banco central;
Bancos comerciais;
Sociedades de investimento;
Sociedades de leasing;
Sociedades de factoring.
Instituições não consideradas de crédito
Contrariamente às primeiras, estas são, também chamadas de sociedades financeiras e que não
podendo receber depósitos, praticar operações de leasing, factoring entre outras, realizam
operações de captação de poupanças e posteriormente aplicam em prestações de garantias,
prestam serviços de ordem financeira, designadamente a prestação de garantias bancárias,
participação no capital das empresas, e podem ser:
Sociedades de capital e risco;
Sociedades gestoras de fundos de investimento;
Sociedades gestoras de fundos de pensões;
Sociedades de desenvolvimento regional.
Todas as instituições de crédito são financeiras, mas podem revestir-se, por um lado, de
componente monetárias através da captação de poupanças e concessão de empréstimos criam
artificialmente a moeda, mediante multiplicador e, por outro, de componente não monetária
quando não tem capacidade de criar a moeda, fornecendo recursos às instituições, mas sem
possibilidade de criar a moeda.
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A função comercial compreende as tarefas que decorrem do contacto directo com o cliente para
a satisfação das suas pretensões: prestação imediata de informações, esclarecimentos e oferta de
produtos bancários. Na prática, esta área engloba estabelecimentos abertos ao público
genericamente designados por balcões e os órgãos superiores responsáveis por estes
estabelecimentos.
Promoção e apoio comercial: aos órgãos incluídos nesta área compete a concepção de produtos
e serviços bancários, preparar e efectuar a promoção, coordenar as acções comerciais e intervir
directamente em certos mercados. É aqui onde se encontra a função de marketing, que deve
estudar as acções comerciais a desenvolver, de acordo com os objectivos estratégicos.
O departamento de operações: esta divisão realiza um conjunto de tarefas, tais como,
codificação e processamento informático, extracção de listagens, envio de notas de débito e
crédito aos clientes. Com o desenvolvimento da informática, estas tarefas são realizadas nos
balcões, cabendo aos serviços centrais apenas o controlo.
Staff e apoio técnico: é uma função responsável por estudos de natureza económica,
planeamento estratégico, recuperação do crédito, apoio legal, recursos humanos, auditoria, etc..
Apoio central: estão compreendidas nesta área a contabilidade, serviços gerais, aplicação de
regras fiscais, arquivo, etc..
2 Contabilidade bancária
A contabilidade bancária é o ramo da contabilidade aplicada que tem como objecto o património
das instituições de crédito e sociedades financeiras. É uma técnica de relevação patrimonial das
instituições bancárias e sociedades financeiras cuja principal função consiste na canalização dos
recursos financeiros excedentários (poupanças) para onde eles são escassos, que pode ser para o
investimento ou para o consumo – intermediação financeira.
As características específicas do património das empresas bancárias e sociedades financeiras, a
natureza própria das suas operações, tais como empréstimos, depósitos, cobrança de valores, etc.
justifica o estudo da Contabilidade Bancária.
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Tradicionalmente, os bancos praticam a compra e venda de dinheiro, isto é, aceitam, sob forma
de activos monetários, depósitos de clientes que depois os gerem e aplicam, sob forma de
crédito. Assim sendo, os produtos bancários são, tradicionalmente, dois, ou classificados em
duas categorias:
1. Disponibilidades;
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2. Aplicações;
3. Imobilizações;
4. Recursos Alheios;
5. Contas Internas e de Regularização;
6. Recursos Próprios e Equiparados;
7. Custos por Natureza;
8. Proveitos por Natureza; e
9. Contas extrapatrimoniais.
A organização interna das classes reflecte, de forma explícita, a aplicação dos seguintes critérios
básicos de ordenação:
Sector institucional;
Situação de residência;
Natureza Disponibilidades;
Aplicações
Recursos alheios;
Imobilizações;
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Extra patrimoniais.
o Instituições de credito;
o Sociedades financeiras e
o Outros
Residência:
o Residentes e
o Não residentes.
Hipotecas;
Outras e
Sem garantia.
Apesar de existir discrepâncias entre o plano de contas para instituições de crédito e sociedades
financeiras e o plano geral de contabilidade a equação fundamental do balanço é a mesma, se não
vejamos:
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Um banco, como qualquer unidade económica, está inserido num determinado ambiente
económico com o qual mantém permanentes ligações em termos de fluxos reais a que
correspondem fluxos monetários, mas no sentido oposto àquele. No sector bancário, dada a
natureza da sua actividade (intermediação financeira), haverá fluxos de recursos dos poupadores
para o banco e destes para os investidores. Assim estar-se-á na presença de aplicações, ao
falarmos de:
Aquisição de imobilizados;
Concessão de crédito;
Pagamento de salários
Liquidação de juros.
Depósito de clientes;
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Cobrança de juros.
Tal como em qualquer facto patrimonial, os fluxos são susceptíveis de revestir duas naturezas
diferentes patrimoniais: factos patrimoniais qualitativos (patrimoniais) e factos patrimoniais
quantitativos (de exploração):
Fluxo Natureza
Patrimoniais De Exploração
Aquisição de imobilizado; X
Concessão de crédito; X
Pagamento de salários; X
Liquidação de juros X
Aumento de capital; X
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Se prestarmos atenção ao diagrama anterior, verifica-se que existe uma relação entre classes de
contas, se não vejamos:
A integração de contas de custos e de proveitos dá origem a resultados que por sua vez
permitem a constituição de reservas e criação de provisões específicas;
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