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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

(Mercado Financeiro e Serviços – Eduardo Fortuna)


(Mercado Financeiro – Alexandre Assaf Neto)

1. AUTORIDADES MONETÁRIAS

1.1 Conselho Monetário Nacional – CMN


Órgão normativo, não lhe cabem funções executivas. A constituição de seus membros.depende
da conjuntura política e econômica dos governos.
 São 03 os componentes:
Ministro da Economia (Presidente do CMN)
Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia
Presidente do Banco Central
 Formulação de toda a política de moeda e do crédito, objetivando atender aos interesses
econômicos e sociais do país.
 Algumas atribuições:
a) fixar as diretrizes e as normas da política cambial;
b) regulamentar, sempre que necessário, as taxas de juros;
c) regular a constituição e funcionamento das instituições financeiras;
d) disciplinar todos os tipos de crédito;
e) regular as operações de redescontos e as operações de mercado aberto.

1.2 Banco Central do Brasil ( BC ou BACEN)


BC é a entidade criada para atuar como órgão executivo central do sistema financeiro, tendo a
responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as normas que regulam o funcionamento do sistema
e as normas exercidas pelo CMN.

Objetiva garantir o poder aquisitivo da moeda nacional, promover a formação de poupança na


economia e preservar as reservas internacionais.

O Banco Central é considerado:


 Banco dos Bancos
 Gestor do sistema financeiro nacional
 Executor da política monetária
 Banco emissor
 Banqueiro do governo
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É por meio do BC que o estado intervém diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na


economia.
Em Países como Alemanha, Japão e Estados Unidos, o modelo clássico de banco central é
independente, ou sejam, seus diretores são designados pelo congresso, eleitos com um mandato
fixo de 08 A 14 anos.

1.3. Autoridades de Apoio:


 Comissão de Valores Mobiliários CVM
 Banco do Brasil
 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES
 Caixa econômica Federal CEF CAIXA
 Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional CRSFN

a) Comissão de Valores Mobiliários


. É o órgão do sistema financeiro voltado para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização
do mercado de valores mobiliários.
. É uma entidade auxiliar, autarquia, autônoma e descentralizada, vinculada ao Governo.
. O objetivo principal é o fortalecimento do mercado de valores mobiliários, especialmente ações
debêntures, e outros títulos emitidos pelas sociedades anônimas.

b) Banco do Brasil
. É um banco múltiplo tradicional; em muitos casos opera como agente financeiro do Governo
Federal. É o principal executor da política oficial de crédito rural.
. Mantém funções que não são próprias de um banco comercial comum, mas típicas de parceiro
principal do governo federal na prestação de serviços bancários.

c) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social


. É a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do governo federal,
sendo a principal instituição financeira do País, pois impulsiona o desenvolvimento econômico
(agrícola, industrial e serviços)

d) Caixa Econômica Federal


. Instituição responsável pela operação das políticas do governo federal para habitação e
saneamento básico, caracterizando-se como o banco de apoio ao trabalhador de baixa renda.
. Exerce a administração de loterias e de fundos e os programas como FGTS.
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e) Secretaria do Tesouro Nacional (STN) – Além de controlar as receitas e despesas do governo,


é responsável pelo controle e gestão de toda a dívida pública federal, centralizando em uma
única unidade governamental a responsabilidade pelo gerenciamento de todos os
compromissos do governo federal.

f) Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional


. Órgão integrante do Ministério da Economia que julga os recursos das decisões relativas à
aplicação de penalidades administrativas pelo Banco Central e Comissão de Valores
Mobiliários.

2. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

2.1 Instituições financeiras monetárias


São as instituições que possuem depósitos à vista e, portanto, multiplicam a moeda.

2.1.1 Bancos comerciais


Os bancos comerciais constituem a base do sistema monetário e devido aos serviços prestados
são a mais conhecida das instituições financeiras .
Seu objetivo é proporcionar o suprimento dos recursos para financiar, a curto e médio prazos, o
comércio, a industria, as empresas prestadoras de serviço e as pessoas físicas.

Os bancos comerciais podem:


. descontar títulos
. realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente (contas garantidas)
. realizar operações especiais, inclusive de crédito rural, de câmbio e de comércio exterior
. captar depósitos à vista e a prazo fixo; obter recursos junto às instituições oficiais para repasse
aos clientes
. obter recursos externos para repasse
. efetuar a prestação de serviços, inclusive mediante convênio com outras instituições.
São intermediários financeiros que recebem recursos de quem tem e os distribuem através do
crédito seletivo a quem necessita de recursos, naturalmente criando moeda através do efeito
multiplicador do crédito.

2.1.2 Caixas Econômicas


Integram o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e o Sistema Financeiro de Habitação.
Têm competência para a venda de bilhetes das loterias e recolhimento de recursos originários do
FGTS.
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Equiparam-se, em certo sentido, aos bancos comerciais, entretanto sua principal fonte de
recursos são os depósitos em caderneta de poupança.

2.1.3 Banco do Nordeste e Banco Amazônia


a) Atuam como bancos de desenvolvimento, mas são também bancos comerciais
b) Administram os Fundos Constitucionais de Financiamento do Nordeste e do Norte,
respectivamente (FNE e FNO)

2.1.4 Outras instituições financeiras monetárias


. Bancos cooperativos
. Cooperativas de crédito

2.2 Instituições financeiras não monetárias


São as instituições que captam recursos através da emissão de títulos para emprestar e, portanto,
intermediam a moeda.

2.2.1 Bancos de desenvolvimento


Normalmente operam com repasses de órgãos financeiros do Governo Federal . Ex: BNDES

2.2.2 Bancos de Investimento


Foram criados para canalizar recursos de médio e longo prazo para suprimento de capital fixo ou
de giro das empresas.
Seu objetivo maior é o de aumentar o prazo das operações de empréstimos e financiamento.

2.2.3 Sociedade de crédito, financiamento e investimento - Financeiras


Sua função é financiar bens de consumo duráveis por meio de crediário ou crédito direto ao
consumidor. Não podem manter contas correntes e os seus instrumentos de captação restringem-
se à colocação de Letras de Câmbio.

2.2.4 Outras instituições financeiras não monetárias


. Sociedade de crédito ao microempreendedor
. Companhias Hipotecárias
. Sociedade de crédito imobiliário
. Associações de poupança e empréstimos
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2.3 Instituições auxiliares do mercado financeiro


2.3.1 Sociedade corretoras de títulos e valores mobiliários
São instituições típicas do mercado acionário operando com compra, venda e distribuição de
títulos e valores mobiliários por conta de terceiros.
Elas fazem intermediações com uma bolsa de valores e de mercadorias

2.3.2 Sociedade Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários


Por não terem acesso às bolsas de valores e de mercadorias, suas atividades têm uma faixa
operacional mais restrita do que a das corretoras.

2.3.3 Outras instituições auxiliares do mercado financeiro


. Sociedades de Arrendamento Mercantil
. Agencias de fomento ou desenvolvimento
. Investidores Institucionais:
a) Fundos mútuos de investimento
b) Entidades abertas e fechadas de previdência complementar
c) Seguradoras
2.4 Bancos múltiplos
Surgiram a fim de racionalizar a administração das instituições financeiras, permitindo que
algumas dessas instituições, que muitas vezes eram empresas de um mesmo grupo, se
constituíssem em uma única instituição com personalidade jurídica própria, mantendo as mesmas
funções, com a vantagem de contabilizar as operações como uma só instituição.
As carteiras de um banco múltiplo envolvem:
a) Carteira Comercial
b) Carteira de Investimento
c) Carteira de Crédito Imobiliário
d) Carteira de Aceite
e) Carteira de Desenvolvimento
f) Carteira de Leasing

Para se caracterizar como um banco múltiplo, deve possuir pelo menos duas dessas carteiras,
sendo obrigatoriamente uma delas comercial ou de investimento.
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3. MERCADOS

3.1 MERCADO MONETÁRIO

FINALIDADE – Controle da liquidez monetária da economia, suprimentos momentâneos de caixa.


Envolve as operações de curto e curtíssimo prazos.

 Aproxima a oferta final da demanda final, transferindo recursos, organizando fluxos


 Destina-se a bancar, financiar, investir e administrar recursos = INTERMEDIAR

3.2 MERCADO DE CRÉDITO

FINALIDADE – Financiamento do Consumo e Capital de Giro das Empresas. Engloba as operações


de curto e médio prazos.

 Envolve:
- Normas contratuais
- Tomadores finais de crédito
- Doadores finais
- Intermediários do processo de concessão

3.3 MERCADO DE CÂMBIO

FINALIDADE – Conversão de valores, em moedas estrangeiras e nacional. Reúne todos os agentes


econômicos que tenham motivos para realizar transações com o exterior.

 Funcionamento
- Compra de moeda estrangeira, em troca da moeda nacional
- Venda de moeda estrangeira, em troca da moeda nacional
- Arbitragem – Troca de uma moeda estrangeira, por outra moeda estrangeira

3.4 MERCADO DE CAPITAIS

FINALIDADE – Financiamento de Capitais fixo, de giro e especiais. É a grande fonte de recursos


permanentes para a economia, em virtude da ligação que efetua entre os que têm capacidade de
poupança, ou seja, os investidores, e aqueles carentes de recursos de longo prazo.
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 Principais Títulos:
Ações negociadas no Brasil e no exterior (DR – Depositary Receipts)
Debêntures
Eurobônus
Letra de Câmbio
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POLÍTICA MONETÁRIA, FISCAL, CAMBIAL E DE RENDAS


(Mercado Financeiro: Produtos e Serviços – Eduardo Fortuna)
(Mercado Financeiro – Alexandre Assaf Neto)

1. POLÍTICA MONETÁRIA
Controle da Oferta da Moeda e das Taxas de juros que garantam a liquidez de cada momento
econômico.
Executada pelo Banco Central, através dos seguintes instrumentos:

a) Depósito Compulsório, que regula o Multiplicador Bancário


Percentual dos depósitos à vista nos bancos comerciais, compulsoriamente recolhido ao
Banco Central. Atualmente = 21%

K = Multiplicador Bancário (Quanto maior o percentual de depósito compulsório, menor o

Multiplicador Bancário)

M1 = Meios de Pagamento (Papel-moeda em poder do Público, mais os depósitos à vista nos

Bancos Comerciais)

C = Percentual de Depósito Compulsório

K = 1/C

Ex: Suponha um Depósito inicial em um banco de 100 e Depósito


Compulsório de 20% => K = 1/0,20 => K = 5

Efeito Multiplicador Depósito Compulsório Empréstimo


Depósito Inicial 100,00 20,00 80,00
Depósito 2 80,00 16,00 64,00
Depósito 3 64,00 12,80 51,20
Depósito 4 51,20 10,24 40,96
Depósito 5 40,96 8,19 32,77
Depósito 6 32,77 6,55 26,21
' ' ' '
' ' ' '
' ' ' '
Efeito Total 500,00 100,00 400,00
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b) Redesconto ou Empréstimo de Liquidez


Empréstimo que o Banco Central faz aos bancos para atender às suas necessidades
momentâneas de Caixa.

Redução do M1 Aumento do M1

Aumento na taxa de juros do redesconto Redução na taxa de juros do redesconto

Redução nos prazos de resgate Aumento nos prazos de resgate

Redução nos limites operacionais Aumento nos limites operacionais

Maior restrição ao tipo de título redescontável Menor restrição ao tipo de título redescontável

c) Operações de mercado aberto


Operações de compra e venda de títulos públicos pelo Banco Central.

Aumento da Liquidez
Compra de títulos em volume maior que a venda de títulos pelo BC, com aumento do volume
de reservas bancárias, com consequente queda na taxa de juros.

Redução da Liquidez
Venda de títulos em volume maior que a compra de títulos pelo BC, com redução do volume
de reservas bancárias, com consequente elevação na taxa de juros.

PRINCIPAIS TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS:


 Prefixado – Letra do Tesouro Nacional (LTN)
 Prefixado - NTN – F - Nota do Tesouro Nacional (Prefixado com pagamento de juros
semestrais)
 Posfixados
- LFT – Letra Financeira do Tesouro (Taxa SELIC)
- NTN – B - Nota do Tesouro Nacional (IPCA, acrescido de juros prefixados pagos
semestralmente)
- NTN – C - Nota do Tesouro Nacional (IGP-M, acrescido de juros prefixados, tudo pago no
final
- NTN – D - Variação Cambial, acrescida de juros prefixados, tudo pago no final.
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d) Controle e seleção de crédito


Normalmente conhecido como contingenciamento do crédito, restringindo o livre
funcionamento das forças de mercado, controlando o volume e o preço do crédito.

Instrumentos
. Controle do volume e destino do crédito
. Controle das taxas de juros
. Fixação de limites e condições do crédito

2. POLÍTICA FISCAL
Política de receitas e despesas do Governo. Envolve a definição e a aplicação da carga tributária
exercida sobre os agentes econômicos, bem como a definição dos gastos do Governo, que tem como
base os tributos captados.

Déficit/ Superávit Despesas Financeiras (Juros da dívida)


Primário Não inclui
Nominal Inclui

Exemplos das três situações possíveis quanto a Resultado Primário e Resultado Nominal:
DISCRIMINAÇÃO SITUAÇÃO I SITUAÇÃO II SITUAÇÃO III
Receitas do Governo (Tributos) 1.000 1.000 1.000
Despesas do Governo, exceto juros (700) (800) (1.100)
Resultado Primário (Deficit ou Superavit) 300 200 (100)
Despesas de juros da dívida (200) (300) (300)
Resultado Nominal (Deficit ou Superavit) 100 (100) (400)

 SITUAÇÃO I – Superavit Primário e Superavit Nominal – Essa situação é encontrada em


poucos países.
 SITUAÇÃO II – Superavit Primário e Deficit Nominal – O superavit primário não foi suficiente
para cobrir os juros da dívida
 SITUAÇÃO III – Deficit Primário e Deficit Nominal – Já há déficit mesmo antes do pagamento
dos juros. É a situação do Brasil, Argentina, USA, Chile.
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3. POLÍTICA CAMBIAL
Administração da taxa de câmbio e no controle das operações cambiais.
Taxa de Câmbio = Quantidade de moeda nacional para se adquirir uma moeda estrangeira.
Existem dois tipos de taxa de câmbio principais na atual ordem econômica mundial:
a) Taxa de Câmbio Fixa -> Seu valor é atrelado a um referencial fixo
b) Taxa de Câmbio Flutuante -> Altera de acordo com as variações na oferta e procura de
moeda no mercado, ou seja, acompanha livremente as oscilações da economia.
Política atualmente adotada no Brasil = Câmbio Flutuante

4. POLÍTICA DE RENDAS
Controles diretos sobre a remuneração dos fatores diretos de produção envolvidos na economia, tais
como: salários, depreciações, lucros, dividendos e preços dos produtos intermediários e finais.

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