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Docente: Gamito Custódio

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INTRODUÇÃO
Contabilidade Bancária ... afinal, o que é isto?

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Docente: Gamito Custódio
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A Contabilidade Bancária é um ramo da contabilidade aplicada
que estuda, regista e controla as operações pertinentes a
instituições de crédito e sociedades financeiras, determinando o
resultado destas operações e a situação patrimonial.

Assim como a empresa mercantil tem por objectivo a compra e


venda de mercadorias e utilidades, a empresa industrial a
transformacao da materia prima em produtos de mais variadas
especies. A empresa bancaria tem por objectivo o comercio do
dinheiro, quer com fornecedor de capitais, quer com como
depositaria de capitais de terceiros, quer ainda com intermediario
de crédito.

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A MOEDA
Muito embora não haja precisão absoluta, a unificação do sistema de
cunhagem da moeda é atribuída aos líbios, no século VII, entre 687 à
650
A.C. Contudo, no terceiro milénio A.C. já o ouro era tido como unidade de
conta no Egipto e a prata na Mesopotâmia.
A partir do século IX A.C. os chineses usavam o bronze como meio de
pagamento com diversas formas de inscrições gravadas.

Não há uma definição da moeda e sempre que se pretenda defini-la acabasse


falando das suas funções por ser mais prático.

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FUNÇÕES DA MOEDA

 Meio de pagamento,
 Unidade de conta,
 Reserva de valor e
 Instrumento de Troca.

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A MOEDA COMO FONTE DO SISTEMA BANCÁRIO
Assim, completando a funções da moeda já estudadas anteriormente, podemos
classificar em:
Moeda fiduciária – é constituído pelo conjunto das notas do banco; Esta
expressão foi utilizada na época em que as notas eram convertíveis em ouro e
na qual, consequentemente, elas se baseavam na confiança do portador para
com o emissor.
Moeda Bancária ou Escritural – consiste nos saldos dos depósitos bancários à
ordem; ela é escritural, como já referido, porque resulta de um simples
mecanismo de escrita nos bancos.
O Valor da moeda metálica depende de dois elementos:
1. Elemento Material – que consiste pelo metal precioso (ouro ou prata)
utilizado no fabrico da moeda.
2. Elemento Psicológico – em que o valor da moeda, nas nações ditas
civilizadas, repousa mais a vontade de todos em lhes atribuírem esse
valor do que na matéria de que é fabricada.

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Analisando a moeda como Suporte do Sistema bancário encontramos dois grupos
de moeda diferentes:

Moeda Primária – que é constituído pelo conjunto de moedas metálicas e moeda


fiduciária (notas).
Moeda Escritural / Bancária ou Secundaria – que é constituído pelo movimento das
contas de depósito nos bancos, através dos quais é possível efectuar
pagamentos, como já foi referido.

Ao conjunto da moeda primária e da moeda escritural dá-se o nome de Massa


monetária.

Assim, a massa monetária representa o total dos meios de pagamento de


uma economia.

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Bancos -São empresas que possuem capitais próprios e de terceiros
(depósitos) e que empregam esses recursos em diversas espécies de
operações peculiares ao comercio de dinheiro, com o objectivo de lucro;

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A Actividade Bancária e Suas Funções
A actividade bancária tem como função principal a dinamização da
actividade económica interna bem como as suas relações com o exterior e
ainda a materialização dos objectivos macroenómicos do governo.
Essa função é exercida através da oferta de produtos e serviços
financeiros e exercício de uma correcta supervisão (Banco de
Moçambique).
Intermediação Financeira
A principal função dos bancos no sistema económico é a intermediação
financeira: canalização de recursos financeiros excedetários (poupanças)
para onde eles são escassos, que pode ser para o investimento ou para o
consumo.

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O COMERCIO BANCÁRIO
O comércio Bancário – é uma actividade comercial que consiste,
essencialmente, em receber fundos em depósito (à ordem ou a prazo),
emprestar capitais aos que deles necessitam (através de adiantamentos ou
pelo desconto de títulos comerciais), subscrever compromissos para
facilitar as transacções dos seus clientes (aceites bancários, fianças, etc.) e
acessoriamente.

O papel dos Bancos é o comércio de dinheiro por um dado preço e


aplicalos por preço maior (juros e descontos), donde a diferença
representa lucro bruto, com que se pagam as despesas, resultando o lucro
líquido, distribuindo em forma de dividendo ou acumulando como reserva.

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ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DA BANCA
As instituições de crédito, tal como outras empresas de grande dimensão,
têm uma multiplicidade de órgãos a que estão atribuídas as diversas
funções com vista a atingir os objectivos da instituição. Apesar de as
instituições não terem modelos de organização iguais, geralmente
existem cinco grandes funções que, de acordo com a dimensão da
empresa bancária, pode-se encontrar duas ou mais fundidas num
mesmo departamento, são elas:
 Função comercial
 Promoção e apoio comercial;
 Operacionais ou de Execução de operações;
 Staff ou de apoio técnico;
 Apoio central.

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CLASSIFICAÇÃO DOS BANCOS
Os Bancos podem classificar-se de acordo com os diversos critérios:
 Segundo o papel desempenhado pelo Estado na sua constituição;
 Segundo a origem dos seus capitais;
 Segundo a natureza das operações que executam;

1- Segundo o papel desempenhado pelo Estado na sua constituição:


Os Bancos públicos criados pela intervenção do Estado;
Os Bancos Privados constituídos pela iniciativa privada;

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2- Segundo a origem dos seus capitais podem distinguir-se:
I- Os Bancos emissores ou Bancos centrais – aqueles que obtêm fundos pela
emissão de notas que são postas em circulação em virtude das seguintes
operações:
 Compra de ouro ao Balcão;
 Créditos concedidos ao comércio e à indústria através de desconto
directo de letras comerciais;
 Empréstimos ao Estado;
 Empréstimos sobre títulos a comerciantes

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3 . A natureza das operações executadas
Quanto a natureza das operações que executam, temos:
1- Os bancos comerciais que executam as operações bancárias correntes:
-Recepção e transferência de capitais
-Aplicações de fundos
-Compra e venda de moedas e metais preciosos
-Operações de bolsa
-Guarda e conservação de títulos
2- Os bancos exteriores (comercio externo) que se dedicam sobretudo ao
financiamento do comercio externo.
3- Os bancos hipotecários, que são especializados em empréstimos e garantias
imobiliárias.
4- Os bancos agrícolas e industriais, que se encarregam de conceder a agricultura e
a industria o apoio financeiro de que necessitam (créditos de campanha, compras de
material, aprovisionamento de ‘’estocks’’, etc ).

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O NEGOCIO BANCÁRIO NA ARENA INTERNACIONAL

Os bancos desempenham o mesmo papel que realizam no mercado


interno, no mercado internacional. Assim, estes servem de principal
intermediário entre os agentes económicos residentes e não residentes,
nas operações que sirvam de suporte as importações e exportações
resultantes do fluxo de mercadorias, ou seja, captam recursos para
possibilitar o pagamento de importações, fazem créditos em moeda
estrangeira, financiam importações e exportações e efectuam cobranças.

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ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONA
Sistema financeiro pode ser compreendido como um conjunto de instituições
financeiras e instrumentos financeiros que visam em última analise,
transferir recursos dos agentes económicos (pessoas, empresas, governo)
superavitário para os deficitários.
Porem, as instituições financeiras podem ser classificadas numa
perspectiva legal da seguinte forma:
 Instituiҫões De Crédito
- Institutos de crédito do estado;
- Bancos comerciais;
- Bancos de investimento;
- Caixas económicas;

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 Instituições Auxiliares De Crédito
- Correctores de fundos e
- Casas de câmbio;

 Instituições de Intermediação Financeira


Autoridades monetárias
As Autoridades Monetárias de Moçambique são:
oMinistério da Economia e Finanças;
o Banco de Moçambique (Banco Central).

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O Banco de Moçambique é o principal elemento do sistema financeiro e autoridade
monetária do sistema bancário:

Banco de Moçambique é o banco central da República de Moçambique, devendo, nesta


qualidade, no contexto da política económica e financeira e por forma a assegurar o
desenvolvimento do País, zelar pelo equilíbrio monetário interno e pela sobrevivência
exterior da moeda.
São principais funções do Banco de Moçambique:
• Emissão da Moeda;
• Concessão de empréstimos ao Estado;
• Fixação de taxas de juro (indicativo);
• Fixação de taxas de câmbio (indicativo);
• Compensação de cheques e outras formas de pagamento;
• Autorização de abertura de instituições de crédito e sociedades financeiras;
• Supervisão de toda actividade de instituições de crédito e sociedades financeiras e
• Outras funções atribuídas pela lei.
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PRODUTOS BANCÁRIAS TRADICIONAIS
A gestão dos estabelecimentos bancários depende de duas operações
fundamentais. As chamadas Operações Passivas e Operações Activas.
As Operações Passivas são aquelas através das quais os bancos
conseguem recursos em moeda, para as suas transacções com terceiros
(Produtos bancários de captação de fundos, geralmente designados
por depósitos), ao passo que as activas os bancos empregam esses
recursos monetários para a obtenção de resultados (Produtos
bancários de concessão de fundos ou créditos bancários).
Assim, as operações que dão margem de renda são as activas, porque e
no emprego desses recursos que estes obtém as suas maiores fontes de
renda.

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Existem ainda as operações acessórias, nas quais os bancos
desempenham apenas as funções de mandatários ou
depositários de valores de terceiros. Estas trazem para o banco
a vantagem de aumentar o número de clientes, desde que os
serviços prestados sejam do agrado dos mesmos.

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Operações activas:
 Abertura de crédito, simples e em conta-corrente; • Desconto
de títulos;
 Concessão de crédito rural;
 Concessão de empréstimo para capital de giro;
 Depósitos interfinanceiros;
 Operações de repasses e refinanciamentos
 Concessões de financiamentos de projectos do Programa de
Fomento à Competitividade Industrial.

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Operações Passivas
 Depósitos a vista (de pessoas físicas ou jurídicas);
 Depósitos a prazo fixo (de pessoas físicas ou jurídicas);
 Obrigações contraídas no país e no exterior relativas a repasses
e refinanciamentos;
 Emissões de certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDIs); •
Ordens de pagamento;
 Redesconto e empréstimo ao banco Central;

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Operações Acessórias
 Recebimento de conta de luz, água, telefone, e.t.c.
 Custódia de valores;
 Aluguer de cofres;
 Transferência de numerário de uma praça para outra;

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O PLANO DE CONTAS PARA INSTITUIÇÕES DE CRÉDIT

A contabilidade contém uma linguagem fundamental na actividade


bancária, e como todas as formas de comunicação, vai sofrendo
adaptações ao real sobre o qual interage de forma a manter a
actualidade. A comunicação a este nível estabeleceu-se através da
evolução do conceito de normalização contabilística que foi influenciando a
evolução paralela do Plano de Contas para Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras com alterações em 1988, 1994 e 1999.

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SISTEMATIZAÇÃO DO PLANO DE CONTAS

O Plano de Contas para as Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras em vigor (Aviso


13/GGBM/99), estabelece uma aproximação ás regras e práticas da comunidade
bancária internacional e é constituído por nove classes, nomeadamente:

1. Disponibilidades;
2. Aplicações;
3. Imobilizações;
4. Recursos Alheios;
5. Contas Internas e de Regularização;
6. Recursos Próprios e Equiparados;
7. Custos por Natureza;
8. Proveitos por Natureza;
9. Contas extrapatrimoniais.
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POSICIONAMENTO DAS CONTAS NO BALANÇO

Activo = Passivo + Fundos Próprios


Activo Passivo

1. Disponibilidades 6. Recursos Alheios


2. Aplicações 7. Contas Internas e de Regularização (saldos credores)
3. Imobilizações 8. Recursos Próprios e Equiparados
5. Contas Internas e de Regularização (saldos devedores)

9. Contas Extrapatrimoniais 9. Contas Extrapatrimoniais

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O PATRIMÓNIO NAS EMPRESAS BANCÁRIA
Toda e qualquer empresa, seja individual ou colectiva, possui um
conjunto variado de elementos indispensáveis ao desenvolvimento da
sua actividade e a satisfação de um certo número de necessidades
relacionadas com aquele desenvolvimento.

Assim, a composição do património de um banco reflecte basicamente a


sua actividade que se traduz na captação de recursos, na aplicação dos
mesmos e na intermediação.

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O Banco, como qualquer empresa possui recursos próprios que são,
nomeadamente:
Capital social investido na empresa pelos accionistas;
 Reservas (lucros retidos de anos anteriores);
* Legais;
* Estatutárias;
* Livres;
 Resultados transitados de exercícios anteriores;
 Resultados do exercício (lucros no exercício);
Os fundos próprios de um banco, por mais avultados que sejam, não serão suficientes para
atingir os seus objectivos.

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APURAMENTO DE RESULTADOS
Um aspecto importante a ter em conta no final do ano, é a imputação ao
exercício económico que termina, todos os seus custos e proveitos que só a
ele dizem respeito (princípio de especialização do exercício).
Este princípio doutrinário está explícito no Código do IRPC e no PCICSF.
Para as empresas bancárias darem cumprimento ao disposto no Código
do IRPC e no PCICSF, é necessário desenvolverem as seguintes tarefas:
• Balancete de verificação de Dezembro; Regularização das contas com
base nos elementos fornecidos pelo inventário anual; Balancete
Rectificado; Apuramento de resultados; Balancete Final; Balanço e
Demonstração de resultados.
Ao conjuntos das tarefas acima, dá se o nome de trabalho do fim do
execício.
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REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA:
Regularização das Contas:
Balancete de Verificação do mêsInventário
de Dezembro
anual Créditos incobráveis Amortizações reintegrações Provisões

 e

 Balancete Rectificado Apuramento de resultados


 Cobranças e pagamentos diferidos

Balanço Anual
Balancete Final

Demonstração de Resultados

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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Actualmente é comum as instituições de crédito apresentarem
demonstração de resultados por funções, destacando a margem
financeira, o produto bancário e por fim o resultado de exploração.
Este tipo de demonstração de resultados permite leituras mais ricas
que podem ditar as estratégias quanto ao futuro, como por exemplo
investir mais em tecnologia para diminuir os custos administrativos,
ver o resultado da diversificação através de oferecimento de mais
serviços ao seus clientes.

O mapa a seguir mostra a estrutura duma demonstração de resultado


por funções.

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Demonstração de Resultados
Rúbricas Ano 2 Ano 1
1. Juros e proveitos equiparados
2. Juros e Custos Equiparados
3. Margem Financeira Bruta (1-2)
4. Outros Proveitos e Lucros
5. Reposição e Anulação de Provisões
6. Comissões
7. Marg. Fin. Liquida ou Prod. Bancário (3+4+5-6)
8. Custos Administrativos
ustos com pessoal
ornecimentos e Serv. Terceiros
9. Resultado antes das Amort. E Prov.(7- 8)
10. Dotações para Amortizações
11. Dotações para Provisões
12. Resultado de Exploração (9-10-11)
13. Ganhos Extraodinários
14. Perdas Extraodinárias
15. Resultado antes dos Impostos(12+13-14)
16. Imposto sobre Lucros (35%)
17. Resultado do Exercício(15-16)

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DEPÓSITO
Os depósitos bancários consistem em operações pela qual um indivíduo, por um
período determinado ou não, com ou sem benefício de juros, fundos que poderá
utilizar livremente. Ou seja,
Um depósito bancário é o acto de entrega de fundos de um depositante a um
depositário.
Intervenientes
Os intervenientes do depósito Bancário são:
 depositante – o cliente;
 O depositário – o banco;
A constituição de um depósito implica sempre um contrato entre os dois
intervenientes, o qual tem inicio no momento de abertura da conta materializando-
se através de ficha de assinaturas.

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CLASSIFICAÇÃO DOS DEPÓSITOS
Os depósitos podem se classificar:
 Quanto a exigibilidade ou finalidade;
 Quanto ao depositante;
Quanto a exigibilidade ou finalidade.
Depósito a ordem;
Depósito a pré-aviso;
Depósitos a prazo;
Depósitos obrigatórios;
Depósitos de caução;

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Quanto ao depositante
1. Residentes
 Instituições monetárias (bancos);
 Instituições financeiras não monetárias (seguros);
 Estado (governo central, governos provinciais);
 Empresas estatais;
 Cooperativas;
 Particulares (inclui a população);

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2. Não Residentes

 Bancos no estrangeiro;
 Outras instituições financeiras estrangeiras;
 Embaixadas;
 Outros organismos financeiros internacionais; • Emigrantes;
 Empresas estrangeiras (com sede no estrangeiro);
 Outros não residentes;

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