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Aula 1 – Sistema Financeiro Nacional (SFN)

SFN é o conjunto de entidades que regulamenta, fiscaliza e executa as operações necessárias à


circulação da moeda e do crédito na economia.
IF: é a PJ pública ou privada que tem como atividade a coleta, intermediação ou aplicação de
recursos financeiros ou a custódia deles.

Funções:
Intermediação financeira entre agentes superavitários e deficitários
Prestação de serviço de gerenciamento de recursos

Níveis do SFN:

1) Nível Normatizador ou Regulador


1.1 - Conselho Monetário Nacional (CMN)
1.2 - Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
1.3 - Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)

2) Nível Supervisor ou Executor


2.1 – Banco Central (BACEN)
2.2 – Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
2.3 – Superintendência de Seguradores Privados (SUSEP)
2.4 – Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)

3) Nível Operador
3.1 – Bancos
3.2 – Cooperativas
3.3 – Instituições de Pagamento
3.4 – Bolsa de Valores e BMF
3.5 – Corretoras e Distribuidoras
3.6 – Seguradoras
3.7 – Financeiras
3.8 – Administradoras de Consórcio
3.9 – Fundos de Pensão
1.1) Conselho Monetário Nacional (CMN)
Composição do CMN:
Ministro da Economia
Presidente do BACEN
Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia

Objetivos do CMN:
I. Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo
em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento da
economia nacional.
II. Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior
eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos.
III. Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.
IV. Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e
externa.

Competências do CMN:
Fixar as diretrizes e normas de política cambial.
Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas
formas
Regular a constituição, funcionamento e fiscalização das Instituições Financeiras.
Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos e comissões, inclusive os prestados
pelo Banco Central.
Determinar a porcentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a
um mesmo cliente ou grupo de empresas.
Expedir normas gerais de contabilidade e estatística.
Determinar a Meta do IPCA (inflação).

2.1) Banco Central do Brasil (BACEN)


Objetivos do BACEN:
Assegurar a estabilidade dos preços (controle da inflação)
Zelar pela estabilidade e eficiência do Sistema Financeiro
Suavizar as flutuações do nível e atividade econômica
Fomentar o pleno emprego e zelar pela liquidez da economia
Manter as reservas internacionais em nível adequado

Atribuições do BACEN:
Emitir papel-moeda e moeda metálica
Executar os serviços do meio circulante
Realizar operações de redesconto e empréstimo às IFs.
Efetuar operações de compra e venda de TPFs.
Exercer o controle de crédito
Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o fluxo
de capitais estrangeiros no país.
Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das IFs e bancárias.
Determinar o recolhimento de até 100% do total dos depósitos à vista e de até 60% de outros títulos
contábeis das IFs.
Autorizar o funcionamento das IFs nacionais.
*Autorização de IF estrangeira: BACEN ou decreto do poder executivo.
Exercer a fiscalização das IFs.
Gerir o Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)
Determinar, via COPOM, a meta de taxa de juros de referência para as operações de um dia
(Taxa Selic Meta).

Apelidos do BACEN:
Banco Emissor: tem o monopólio de emissão de papel-moeda.
Banco do Governo: administra a dívida pública da União; faz gestão das reservas internacionais
Banco dos Bancos: recebe os depósitos compulsórios; empresta dinheiro às IFs (redesconto e
empréstimo de liquidez)
Gestor do SFN: autoriza e fiscaliza as IFs, regula compensação de cheques...
2.2) Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

Atribuições da CVM:
Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do mercado de balcão e das
bolsas de mercadorias e futuros.
Promover a expansão e o funcionamento correto e eficiente do mercado de ações, além de
estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob o
controle de capitais privados nacionais.
Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais dos
administradores de companhias abertas;
Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de investimento
Apurar e aplicar penalidades às práticas de fraude em relação ao mercado de valores mobiliários.

2.3) Superintendência Nacional de Seguros Privados (SUSEP)

Competências da SUSEP:
Fiscalizar a constituição e funcionamento das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, de
Previdência Privada Aberta (PGBL e VGBL) e Resseguradoras.
Proteger a capitação de poupança popular que se efetua através das operações de seguro,
previdência privada aberta, de capitalização e resseguro
Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores do mercado
Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado
Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o
funcionamento das entidades que neles operem;

2.4) Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)

Competências da PREVIC:
Autorizar a constituição e funcionamento das entidades fechadas de previdência complementar
(fundos de pensão)
Proceder à fiscalização, apuração e penalização das atividades das entidades fechadas de
previdência complementar
Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de previdência
complementar, bem como nomear interventor;
Promover a conciliação entre entidades fechadas de previdência complementar e seus participantes,
assistidos e patrocinadores.
3.1) Corretoras e Distribuidoras
Principais operações:
Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros;
Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros;
Intermediar a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado;
Operar em bolsas de valores;
Administrar carteiras e custodiar títulos e valores mobiliários;
Subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado;
Exercer funções de agente fiduciário;
Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;
Intermediar operações de compra e venda de moeda estrangeira, além de outras operações no
mercado de câmbio;
Praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e
de terceiros;
Realizar operações compromissadas;
Praticar operações de conta margem;
Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica, em operações e atividades
nos mercados financeiro e de capitais.

3.2) Brasil, Bolsa e Balcão [B]³ - Sociedade Anônima.


Trata-se de um ambiente eletrônico propício para que os investidores transacionem recursos para a
compra e venda de títulos mobiliários, por intermédio de corretoras ou distribuidoras.

Serviços da [B]³:

Compensação e Liquidação de ativos de Renda Variável;

Registro de operações de títulos de Renda Fixa Privado.

Negociações da [B]³:

Ações de empresas sociedades anônimas.

Derivativos

Cotas de fundos de investimentos.

3.3) Bancos Múltiplos (Sociedade Anônimas)


Trabalham com duas ou mais carteiras, sendo que uma delas, obrigatoriamente, deve ser banco
comercial ou banco de investimentos.
Pode publicar um único balanço com todas as carteiras.

a) Banco Comercial (curto e médio prazo):


Captação por depósitos à vista (c/c) para fazer empréstimos.
Captação por depósito a prazo (CDB, RDB, LF)
Aplicação de recursos através de desconto de títulos
Abertura de crédito simples em conta corrente: cheque especial.
Operações de crédito rural, câmbio e comércio internacional.
Prestação de serviços: cobrança bancária, arrecadação de tarifas, tributos etc.
Venda de investimentos: poupança, CDB etc.

b) Banco de Investimento (médio e longo prazo):


Operações de subscrição de ações ou IPO (empresa nova na B3)
Colocação de valores mobiliários (ações, debêntures etc)
Administração de fundos de terceiros & cotas de fundos de investimentos.
Financiar a atividade produtiva (capital de giro e fixo)
Empréstimos de médio e longo prazo & participações societárias
Emissão de títulos: CDB, RDB

c) Banco de Desenvolvimento (instituição pública estadual)

Proporciona recursos para financiar projetos e programas destinados ao desenvolvimento social e


econômico do respectivo estado

d) Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI)

Realiza operações destinadas ao financiamento habitacional.

e) Sociedade de Arrendamento Mercantil (SAM)

Realiza as operações de arrendamento de bens móveis e imóveis.

f) Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimentos (SCFI)

Realizam financiamentos, concessão de capital de giro e crédito pessoal.

Aula 2 – Mercado Financeiro


É o ambiente de negociação dos ativos financeiros, tais como: ações, fundos de investimentos,
títulos públicos, produtos bancários entre os diversos agentes da economia.

Funções do MF:
Estabelecer o contrato entre os agentes superavitários e deficitários
Ser um mecanismo eficiente de fixação de preços para os ativos
Proporcionar liquidez aos ativos
Reduzir os prazos e o custos de intermediação
Segmentos do Mercado Financeiro:

a) Mercado Monetário é o responsável pelo controle dos meios de pagamentos e da liquidez da


economia.
T: Curtíssimo e Curto Prazos
Ex: TPFs e títulos emitidos por bancos.

b) Mercado de Crédito é o responsável pelos créditos de consumo e capital de giro das empresas.
T: Curto e Médio Prazos
Ex: crédito consignado, CDC, cartão de crédito, leasing, capital de giro, etc.

c) Mercado de Câmbio é o responsável pelas transações envolvendo a conversão de moedas


nacionais e estrangeiras.
T: À vista e Curto Prazo.
Ex: operações de compra e venda envolvendo moeda estrangeira.

d) Mercado de Capitais é o responsável pelos investimentos em projetos e empresas,


financiamentos e outras operações.
T: Médio e Longo Prazos.
Ex: ações, debêntures, notas promissórias, LF, CRI, CRA, FII.

Aula 3 – Mercado de Capitais


Mercado de Capitais é responsável por proporcionar liquidez para títulos emitidos por empresas,
viabilizando sua capitalização para financiamento de projetos ou capital de giro.

Títulos e valores mobiliários: ações, debêntures e notas promissórias.

a) Ações: é a menor fração do capital social de uma empresa

*Tipos de Ações:
Ordinárias (ON):
Garante o direito de voto nas assembleias aos acionistas
Empresas que abrem seu capital deverão ter, no mínimo, 50% ON.

Preferenciais (PN):
Não tem direito de voto nas assembleias
Preferência no recebimento de dividendos ou reembolso (dissolução)
Recebe 10% a mais de dividendos em relação às ON.
Caso a companhia fique 3 anos sem distribuir dividendos, a PN passa a ter direito de voto.

*Direitos dos Acionistas


Dividendos: é o recebimento de parcela do lucro líquido.
Bonificação: é a distribuição gratuita de ações, em função do aumento do capital social.
Direito de Subscrição: é a prioridade na compra de novas ações emitidas.
JSCP: ocorre quando a empresa retém parte do LLEX para financiar seus projetos, ou seja, é um
empréstimo dos acionistas; incide 15% IRRF.
Tag Along: é um mecanismo de proteção conferida ao acionista ordinário minoritário, quando
houver troca do controle acionário, ele terá o direito de vender por, no mínimo, 80% do valor pago
pelo novo controlador.

*Tributação em Ações:
Day-Trade: 20% de IR
Swing-Trade: 15% de IR
Isenção de IOF tanto para day-trade quanto para swing-trade.
Isenção de IR: PF (swing-trade) cuja soma das alienações no mês não ultrapasse 20 mil reais.
É possível compensar perdas com ganhos no próprio mês ou nos meses subsequentes, mas não é
possível em relação aos meses anteriores.

*Valor das Ações


Valor de Mercado: é o praticado nas negociações do mercado (B3)
Valor Nominal: é o definido em assembleia e registrado no estatuto
Valor Patrimonial: é o valor contábil, resultante da divisão PL/nº de ações.
*Operação de Underwriting: é o processo de abertura de capital (IPO) que permite que as empresas
captem recursos financeiros via emissão de ações.

Agentes de Underwriting (banco coordenador): banco de investimentos, corretoras e


distribuidoras.

Mercado Primário: é a captação de recursos resultante da emissão de novos valores mobiliários


que são canalizados para a empresa.
Mercado Secundário: é a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores com o
objetivo de obter lucratividade e liquidez.

*Modalidades de Subscrição (nível de comprometimento)


Garantia Forte: a IF assume o risco total da colocação das ações.
Garantia Residual: a IF faz a 1ª oferta de ações no mercado, o restante ela guarda para fazer a
2º oferta num momento posterior.
Garantia Melhores Esforços: a IF se compromete em empreender os melhores esforços, porém
as ações não vendidas ficam com a empresa.

b) Debêntures – Renda Fixa


Tem a finalidade de captar capital fixo.
Remuneração: taxa de juros prefixada (ajustada), flutuante ou lucros.
Duração de longo prazo
Emissor: S.A Aberta apenas.
Não podem emitir: Instituições Financeiras
Prazo mínimo para resgate: 360 dias
Prazo máximo para resgate: não há
Não há FGC
Pode ter Garantia Real.

c) Notas Promissórias (Commercial Papers) – Renda Fixa


Tem a finalidade de captar capital de giro
Remuneração: pré-fixada ou pós-fixada
Duração: Curto Prazo.
Emissor: S.A Aberta ou Fechada
Não podem emitir: Instituições Financeiras.
Prazo mínimo para resgate: 30 dias
Prazo máximo para resgate: 360 dias
Não há FGC
Não pode ter Garantia Real.

d) Derivativos:

São ativos financeiros cujos valores e características de negociação estão amarrados aos ativos que
lhes servem de referência.

I. Mercado de Opções é o ambiente que negocia direitos de compra (call) ou de venda (put) de um
lote de ações, com preços e prazos prefixados.
II. Mercado a Termo: comprador e vendedor assumem compromisso com data futura de
vencimento, não podendo liquidar antes do vencimento.
III. Mercado Futuro: comprador e vendedor assumem compromisso com data futura, os ajustes são
realizados diariamente, podendo liquidar antes.
IV. Swap: os agentes da operação trocam os indicadores de rentabilidade de um ativo pelo outro.

Aula 4 – Mercado de Monetário


*Conceito:
Moeda é o ativo utilizado para realizar transações de forma imediata.

*Funções da Moeda:

Reserva de valor, unidade de conta e meio de troca.

*Características da Moeda:
Homogeneidade, manuseável, transportável, divisibilidade, alta durabilidade, difícil de
falsificar, baixo custo de estocagem/transação.

*Tipos de Moeda:
Moeda-Mercadoria, Padrão-Ouro, Fiduciária e Escritural.

Demanda por Moeda:


Transação: quanto maior for a renda, maior será a demanda por transação.
Precaução: quanto maior for a renda, maior será a demanda por precaução.
Especulação: quanto maior a taxa de juros, menor será a especulação.

*Oferta de Moeda
Equação dos Agregados Monetários

PME = PMC + CXbanco central


PMC = PMPP + CXbancos comerciais

M1 = PMPP + Depósitos à vista


M2 = M1 + dep poupança + título inst dep + dep especial remunerado
M3 = M2 + cotas de fundos de investimentos + operações compro. SELIC
M4 = M3 + TPF de alta liquidez

Equação da Base Monetária

BM = PMC + Reservas Bancárias


Encaixes Bancários = Reservas Bancárias + CAIXAbancos comerciais
OBS: Reservas Bancárias = Reservas Compulsórias + Reservas Voluntárias

Criação de Moeda representa o aumento de M1


Sistema Bancário envia haveres monetários ao Público
Público envia haveres não monetários ao Sistema Bancário
Ex: transferência da poupança (M2) para a conta corrente (M1)

Destruição de Moeda: é a diminuição de M1


Sistema Bancários envia haveres não monetários ao Público
Público envia haveres monetários para o Sistema Bancário
Ex: aquisição de fundo de investimento (M3) por débito em C/C (M1)
*Multiplicador Monetário é a capacidade dos bancos comerciais de aumentarem o M1 ao aumentar
os depósitos à vista (emprestando R$)
Isso faz com que M1 seja maior que a base monetária.

Multiplicador Monetário (m) mostra a quantidade de vezes que os meios de pagamento (M1) são
maiores que a base monetária (B)
M1 1
m= m=
B 1−d (1−r)

d: é a divisão depósito à vista por M1


r: é a parte do depósito à vista que será encaixe bancário.

Relações de (m):
Quando d ↑ o m ↑
Quando r ↑ o m ↓

Política Monetária é o conjunto de medidas adotadas pelo Governo visando adequar os meios de
pagamentos disponíveis às necessidades da economia do país, além de controlar a quantidade de
dinheiro em circulação no mercado e permitir definir taxas de juros.

Instrumentos de Política Monetária Convencional:


Depósito Compulsório
Operações de Redesconto
Open Market

Efeitos da Política Monetária na economia


↑ compulsório e redesconto ou venda TPF: ↓ liquidez ↓ inflação ↓ PIB
↓ compulsório e redesconto ou compra TPF: ↑ liquidez ↑ inflação ↑ PIB

*Objetivos da Política Monetária


Monetarista: estabilidade do nível dos preços
Keynesiana: regulação do nível de emprego e renda
Regime de Metas para a Inflação:
1. CMN determina a meta de inflação e intervalo de tolerância (IPCA)
2. BACEN, via COPOM, determina Selic Meta para atingir a meta de inf.
3. Meta não cumprida? Presidente envia carta aberta ao Min. da Economia

*Instrumentos de Política Monetária Não Convencional:


Sinalização: consiste em controlar as expectativas do mercado, por meio de compromissos e
anúncios públicos do BACEN, tais como: redução de taxa de juros de LP, compra de ativos
financeiros, concessão de crédito para instituições financeiras e tolerância ao aumento de preços.
Crédito: consiste na concessão de empréstimos diretamente às instituições financeiras ou não
bancárias, de forma a reduzir a taxa de juros de LP.
Quase Débito: BACEN compra definitiva de títulos públicos de LP ou trocando-os por títulos de
curto prazo.
a) Compra de ativos de forma definitiva, elevando a base monetária (flexibilização quantitativa ou
quantitative easing)
b) Troca títulos de LP por títulos de CP (flexibilização de metas).
Não há aumento da base monetária.

Aula 5 – Mercado de Câmbio

*Taxa de Câmbio
Taxa de câmbio nominal: é o preço relativo das moedas de dois países.
Taxa de câmbio real: é o preço relativo dos bens de dois países.
e .P'
ereal=
P
O que pode provocar a elevação da taxa de câmbio real?
• Elevação da taxa de câmbio nominal (e)
• Elevação do preço estrangeiro (P’)
• Redução do preço nacional (P)

↑ taxa de câmbio = desvalorização/depreciação tx cambial.


↓ taxa de câmbio = valorização/apreciação tx cambial.

↑ taxa cambial = ↑ exportações ↓ importações


↓ taxa cambial = ↓ exportações ↑ importações
*Regimes Cambiais
Câmbio Fixo: a taxa de câmbio é determinada pelo BACEN, que atuará comprando e vendendo
dólares para atingir a meta estipulada.
Câmbio Flutuante (flexível): a taxa de câmbio é determinada pelo mercado, ou seja, pela oferta e
demanda de dólares. BACEN não intervém.
Flutuação Suja: a taxa de câmbio varia livremente, porém o BACEN pode intervir para evitar
oscilações bruscas. É o regime oficial do Brasil.
Bandas Cambiais: BACEN determina um piso e um teto para a taxa de câmbio oscilar livremente
nesse intervalo.

*Taxa de Câmbio de Equilíbrio: é aquela que iguala a oferta e a demanda por moeda estrangeira.
Oferta e Demanda de Divisas

Demandam Divisas Ofertam Divisas


Importadores Exportadores
Turistas brasileiros no exterior Turista estrangeiro no BR
Investidores brasileiros no exterior Investidores estrangeiros
Multinacionais estrangeiras no BR Multinacionais BR no exterior
*A relação câmbio-juros
Juros externo ↑ = Fuga de capital = câmbio desvaloriza = exp ↑ = superávit BP
Juros interno ↑ = Entra capital = câmbio valoriza = imp ↑ = déficit BP
Juros interno: Juros Externo + expectativa desvalorização cambial + risco país

*A relação câmbio Risco-País


Agências de Rating classificam os países em 3 níveis:
A: Grau de Investimento
B: Grau de Risco
C: Não indicado para investimentos
Países com elevado Risco-País tendem a apresentar juros mais altos, em função do prêmio de risco
para poder atrair os investimentos externos.

Em síntese:
Se J.int > J.ext = entram + investimentos e a taxa cambial diminui.
Quanto maior o risco, menor será o influxo de capitais e maior terá que ser a taxa de câmbio, pois o
prêmio de risco eleva os juros.
A taxa de câmbio alta tende a tornar os bens importados e as matérias primas mais caros e eleva a
inflação.
*Mercado de Câmbio: é o ambiente onde ocorrem as transações de moedas de um país por moeda
de outro país.

Mercado Primário: é a entrada ou saída efetiva de moeda estrangeira


Mercado Secundário: é a negociação entre instituições autorizadas.

Regulação do Mercado Cambial:

Funções do CMN:
Fixar diretrizes e normas da política cambial
Regular a constituição, funcionamento e fiscalização
Baixar normas que regulem as operações de câmbio

Funções do BACEN:
Edita as regras a serem observadas
Fiscaliza as operações e instituições
Concede autorização para operar com câmbio
Pode cancelar, suspender, cassar ou revogar a autorização
Controla as posições de câmbio
Executa a política cambial
Administra as reservas internacionais

*Instituições Operadoras
Podem realizar todas as transações, sem restrições:
Bancos Comerciais
Bancos de Investimento
Bancos Múltiplos
Bancos de Câmbio
Caixa Econômica Federal

Só podem realizar operações específicas autorizadas pelo BACEN:


Bancos de Desenvolvimento
Agências de Fomento
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos

Podem realizar apenas essas operações:


Operações com clientes para liquidação pronta de até 300 mil dólares;
Operações no mercado interbancário e;
Arbitragens no país, e por meio de banco autorizado, arbitragens no exterior:
SCTVM
SDTVM
Sociedades Corretoras de Câmbio

*Operações de Câmbio:
• Compra e venda de moeda estrangeira
• Operações em moeda nacional entre residentes no BR e no exterior
• Operações com ouro-instrumento cambial, realizadas por meio das instituições
• Compras com cartão internacional

Operações Básicas
Câmbio Manual: compra e venda de moedas estrangeiras em espécie
Câmbio Sacado: não ocorre negociação em moedas, mas sim de títulos representativos das moedas
por meio de c/c em moeda estrangeira.

Cartão de Crédito Internacional: a taxa de câmbio utilizada nas compras em moeda estrangeira
pode ser tanto no dia da compra quanto no dia do fechamento da fatura.

Posições de Câmbio (ponto de vista da instituição):


Posição Comprada: quando o total de compras é maior que o total de vendas
Posição Vendida: quando o total de compras é menor que o total de vendas
Posição Nivelada: quando o total de compras é igual ao total de vendas.
Arbitragem: é a operação de compra e venda do mesmo ativo em diferentes mercados com objetivo
de lucrar com o spread cambial.

Swap Cambial: troca a variação do câmbio pela variação da taxa de juros

*Contrato de Câmbio:
O registro é obrigatório para todas as operações
A formalização é necessária para negociações acima de 10 mil dólares
A liquidação ocorre com a entrega de ambas as moedas: nacional e estrangeira
A liquidação pronta (à vista) ocorre em até 2 d úteis e é obrigatória em:
•operações de câmbio simplificado de exp ou imp.
•operações de compra/venda de moeda estrangeira: espécie ou cheque de viagem
•compra ou venda de ouro-instrumento cambial

A liquidação futura ocorre em prazo superior a 2 dias úteis


Carta de Crédito: é um contrato por meio do qual o banco se compromete em honrar uma obrigação
caso seu cliente não o faça.
Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC): é um contrato de antecipação parcial ou total, em
moeda doméstica, do valor da moeda estrangeira a ser recebida em data futura.
Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE): o banco só realiza o adiantamento após o
embarque da mercadoria para exportação.

*Taxas de Câmbio do Mercado


▶ Taxa de Câmbio Oficial: parâmetro para as operações oficiais de compra e venda de moeda em
transações com o exterior.
▶ Taxa de Câmbio para Repasse e Cobertura: é parâmetro para as operações de repasse dos bancos
ao BC, quando não encontram aplicações para eventuais excessos na posição comprada; ou de
cobertura, quando não encontram compradores para eventuais excessos na posição vendida.
▶ Taxa de Câmbio Interbancário Pronta (Dólar Pronto): parâmetro para as operações de compra e
venda de moeda entre os bancos no segmento comercial para entrega em 48 horas.
▶ Taxa PTAX do Banco Central: é a taxa média de compra e venda do dólar americano, no
mercado interbancário (secundário), apurada pelo BC de acordo com sua metodologia de cálculo.
As cotações de compra e venda da PTAX, são calculadas e divulgadas pelo BC com base nos dados
obtidos mediante consulta às instituições credenciadas para realizar operações de compra e venda
de moeda estrangeira – os dealers.
▶ Taxa de Câmbio de Mercado de Cabo (Dólar Cabo): parâmetro de compra e venda de moeda que
será usado para transferência direta de e para o exterior usadas para a evasão de divisas. Trata-se de
um mercado ilegal.
▶ Taxa de Câmbio de Mercado Paralelo (Dólar Paralelo): parâmetro de compra e venda de moeda
adquirida fora dos meios oficiais via doleiros, atividade também ilegal.

Aula 6 – Produtos Bancários


6.1) Cartões
Servem como dispositivo para identificação de uma conta, armazenando dados para que a transação
possa ser efetuada.
Ajuda a reduzir a quantidade de dinheiro vivo em circulação
Chip é um mecanismo de segurança que criptografa os dados
NFC é a tecnologia que permite o pagamento por aproximação.

6.1.1) Cartão de Débito


O valor é deduzido da conta bancária no momento da transação.
Comprovantes são emitidos após as transações e listados no extrato mensal
Maior controle dos gastos
Não precisa de análise de crédito
Não há encargos

6.1.2) Cartão de Crédito


O valor é deduzido da conta bancária no momento da fatura do cartão.
Info: nome do portador, nº do cartão, data de validade e CVV
CVV é o código de verificação que protege contra fraudes na internet
É possível escolher pagar o valor total, somente o mínimo ou intermediário
Prazo maior para pagar (parcelamento)
Alguns cartões não pagam anuidade
Em caso de inadimplência: bloqueio do cartão, juros diários sobre o saldo devedor, multa e
encaminhamento do CPF aos órgãos de proteção ao crédito

6.2) Crédito Direto ao Consumidor


É a modalidade de crédito destinado ao consumidor final para aquisição de bens ou serviços.
O pagamento antecipado pelo cliente das parcelas enseja o deságio, ou seja, a redução proporcional
nos juros.
Há incidência do IOF

6.3) Crédito Rural


Crédito rural é uma linha de financiamento disponibilizada por todos os bancos destinada à
agricultura, agropecuária, pesca, reflorestamento, e outras finalidades.

Atividades financiadas com crédito rural:


Crédito de Custeio: destina-se a cobrir despesas normais dos ciclos produtivos, da compra de
insumos à fase de colheita. (agropecuário)
Crédito de Investimento: destina-se a aplicações em bens ou serviços cujo benefício se estenda por
vários períodos de produção.
Crédito de Comercialização: para cobrir despesas “pós-produção”, incluindo custos de transporte e
armazenagem.
Crédito de Industrialização: destina-se à industrialização de produtos agropecuários, quando
efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural.

Beneficiários
a) produtor rural (pessoa física ou jurídica);
b) cooperativa de produtores rurais;
c) pessoa física ou jurídica que se dedique a:
i. produção de mudas ou sementes básicas, fiscalizadas ou certificadas;
ii. produção de sêmen para inseminação artificial e embriões;
iii. atividades de pesca artesanal e aquicultura (cultiva organismos aquáticos) para fins comerciais;
iv. atividades florestais e pesqueiras.
v. prestação em imóveis rurais, de serviços mecanizados de natureza agrícola, inclusive de proteção
do solo.
d) silvícola (indígena), que não seja emancipado e seja assistido pela FUNAI.
É vedado a concessão de crédito rural para:
a) estrangeiro residente no exterior;
b) sindicato rural;
c) parceiro, se o contrato de parceria restringir o acesso de qualquer das partes ao financiamento;
d) pessoa estranha aos grupos tribais ou comunidades indígenas que exerça atividade agropecuária
ou extrativa em áreas indígenas.
Programas relacionados ao Crédito Rural
I. Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) é um programa do governo
federal que garante o pagamento de financiamentos rurais quando a lavoura sofrer danos
provocados por eventos climáticos adversos ou causados por pragas, doenças que atinjam rebanhos
e plantações ou por fenômenos naturais, tais como: secas, chuvas excessivas, geada, granizo...
II. Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) consiste no
financiamento para custeio e investimentos em implantação, ampliação ou modernização da
estrutura da produção, beneficiamento, industrialização e de serviços no estabelecimento rural ou
em áreas comunitárias rurais próximas.
III. Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (PRONAMP) proporciona
financiamento para custeio e investimentos dos médios produtores rurais em atividades
agropecuárias.

6.4) Consórcio (autorizados/fiscalizados pelo BACEN)


É um sistema que reúne grupos de pessoas, físicas ou jurídicas, para adquirir bens ou serviços por
meio de sorteios ou lances.
O interessado contrata uma administradora de consórcio e formaliza um contrato de adesão.
O ingresso implica na aquisição de uma cota que permite pleitear a aquisição do bem de sua
preferência, através de lance ou sorteio.
Enquanto seu lance não for aceito, ou sua cota sorteada, o indivíduo pagará mensalidades à
administradora para continuar a ter direitos naquele respectivo consórcio.
A parcela paga pelos consorciados é destinada a três finalidades:
Fundo comum: é a parte que vai para a aquisição dos bens, ou seja, para a contemplação e
fornecimento das cartas de crédito.
Fundo de reserva: é a parte que vai para cobrir eventuais inadimplências de consorciados ou outras
despesas de responsabilidade do grupo, como seguros.
Taxa de administração: é a parte que remunera a administradora de consórcios pela organização
dos grupos.

6.5) Poupança:
Remunera sobre o menor saldo do período
Dias 29, 30 e 31 tem como data de aniversário o dia 1º
Possui FGC
Isenção de IR para pessoa física
PJ paga IR de acordo com a tabela de Renda Fixa e o rendimento é trimestral
Deve ser usada para financiamento habitacional e/ou crédito rural
Remuneração:
Se SELIC > 8,5% a.a = 0,5% a.m + TR
Se SELIC ≤ 8,5% a.a = 70% SELIC + TR

6.6) Investimentos
I. Certificado de Depósito Bancário (CDB):
É um título de renda fixa emitido por bancos para captação de recursos.
Finalidade: financiar suas atividades de concessão de crédito.
Rentabilidade: pré-fixada, pós-fixada ou mista.
Pode ser negociado no mercado secundário e pode ser resgatado antes do prazo
Não pode ser indexado à variação cambial.
Garantia: FGC de 250k.
IR conforme tabela regressiva

II. Recibo de Depósito Bancário (RDB)


É um título de renda fixa emitido por bancos, CEF, cooperativas e financeiras.
Rentabilidade: pré-fixado ou pós-fixado
Não é possível o resgate antecipado
Não é negociável ou transferível
Incide IR segundo a tabela regressiva
FGC até 250k

III. Letra de Crédito Imobiliário (LCI)


É um título de renda fixa emitido por bancos e garantidos por empréstimos concedidos ao setor
imobiliário.
Emissores de LCI:
Bancos com carteira de crédito imobiliário;
Caixa Econômica e Companhias Hipotecárias
Associações de Poupança e Empréstimos (APE)
Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI)
Tributação: PF é isenta do IR.
Prazo e valor máximo de emissão: não pode exceder a carteira de financiamento.
Garantias: Real – próprio imóvel (lastro) e FGC (até 250k)

IV. Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)


É um título de renda fixa emitido por bancos e cooperativas garantidos por empréstimos
concedidos ao setor do agronegócio.
Remuneração: pré-fixada, pós-fixada ou mista.
Tributação: PF é isenta do IR.
Prazo e valor máximo de emissão: não podem exceder a carteira de financiamentos (direitos
creditórios).
Garantias: lastro em direitos creditórios do agronegócio e FGC (até 250k)

6.7) Sistema Nacional de Seguros Privados


*Capitalização:
É um título de crédito comercializado por empresas de capitalização ou sociedades de
capitalização, constituídas sob a forma de Sociedade Anônima.
Tem por objeto o depósito pecuniário periódico ou único pelo contratante.
No final do prazo estipulado, o investidor recupera o valor parcial ou total com correção.
Permite concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro.

Modalidades de títulos de capitalização:


Tradicional: opção para quem quer formar uma reserva financeira e concorrer a prêmios
Instrumento de garantia: oferecer garantias em contrato de qualquer natureza, incluindo aluguéis e
empréstimos
Incentivo: realizar ações promocionais de vendas com sorteios
Filantropia Premiável: apoiar projetos de caráter social
Popular: para quem busca soluções de baixo custo.

A contribuição é destinada a três finalidades:


Quota de capitalização: é um percentual da contribuição destinado à constituição de capital
referente ao direito de resgate.
Quota de carregamento: percentual da contribuição destinado aos custos de despesas com
corretagem, colocação e administração do título de capitalização.
Quota de sorteio: percentual destinado a custear os sorteios

*Previdência

A previdência social é uma contribuição obrigatória paga pelos trabalhadores ativos ao INSS com o
objetivo de assegurar a subsistência do trabalhador inativo em caso de incapacidade ou
aposentadoria.

A previdência privada proporciona a formação de uma reserva a ser usada tanto para complementar
a renda recebida pelo INSS quanto para realizar um projeto de vida, como pagamento de faculdade
dos filhos ou investir em negócio próprio.

Taxa de administração: é a despesa com a gestão financeira do fundo definida em percentual ao ano
sobre o capital total , sendo cobrada e deduzida diariamente, afetando a rentabilidade do plano.

Taxa de carregamento: é a despesa administrativa das instituições financeiras com pessoal, emissão
de documentos e lucros, incidindo sobre os aportes.

a) Antecipada: incide no momento do aporte e a taxa é descrescente em função do aporte ou


montante acumulado, ou seja, quanto maior o aporte ou montante, menor será a taxa.

b) Postecipada: incide no momento do resgate e a taxa é decrescente em função do tempo de


permanência no plano, ou seja, quanto maior o tempo no plano, menor será a taxa.

* Portabilidade é a transferência, parcial ou total, do saldo acumulado entre fundos do plano ou


para outros planos.

Portabilidade externa: migração de plano de previdência entre instituições.

Portabilidade interna: migração entre planos administrados pela mesma instituição financeira,
também chamada de transferência entre planos.

Não incide tributação, nem taxa, porém a transferência deve ser para o mesmo tipo de previdência,
exemplo (PGBL x PGBL ou VGBL x VGBL).

* Formas de declarar o Imposto de Renda


* Tributação da Previdência Privada

O contribuinte pode escolher o regime de tributação sobre a previdência privada: tabela progressiva
ou tabela regressiva.

Tabela Progressiva:

Obedece a mesma regra do IR aplicado sobre a renda obtida através do salário, porém é aplicada
sobre o valor investido na previdência.
Em caso de resgate, o IR fica retido na fonte à aliquota de 15% e o contribuinte declara no ajuste
anual: complementando ou restituindo.

Tabela Regressiva:

Essa modalidade de IR considera o prazo de permanência do investidor no plano de previdência,


sendo recomendada para investidores que possuem um horizonte de tempo maior.

*Migração de modalidades: somente do progressivo para o regressivo!

7.6) PGBL e VGBL

São os dois principais produtos de previdência privada do país.

A diferença entre eles é que o PGBL cobra IR sobre todo o valor acumulado (dinheiro investido +
rendimento) ; enquanto o VGBL cobra só sobre o rendimento.

Em regra geral, PGBL é melhor para quem fica mais tempo no plano; enquanto VGBL é indicado
para curto e médio prazo.
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é mais vantajoso para aqueles que fazem a declaração
do IR pelo formulário completo.

O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias de duas formas: de uma única vez ou transformado em
parcelas mensais.

Também pode ser abatido até 12% da renda bruta anual do IR e tem taxa de carregamento.

Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é aconselhável para aqueles que não tem renda
tributável, já que não é dedutível do IR, ainda que seja necessário o pagamento de IR sobre o ganho
de capital.

Resumindo:

PGBL: deduz até 12% do IR formulário completo e considera o valor total.

VGBL: considera apenas a rentabilidade

Tabela Progressiva: considera apenas o valor, não o tempo. (IR 15% fonte)

Tabela Regressiva: considera apenas o tempo, não o valor. (IR 100% fonte)

Exemplo: Um cliente fez uma aplicação em PGBL com tabela progressiva e fez um resgate, 12
anos depois do aporte, no valor de 10 mil (sendo 6 mil de rentabilidade). Qual o valor do IR na
fonte nessa operação?

Resposta:

PGBL: considera o valor total (aporte + rentabilidade)

Tabela Progressiva: importa o valor, não o tempo.

Portanto, R$10.000 x 15% = 1500 retido na fonte.

*Seguro é um contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante cobrança de prêmio, a
indenizar outra parte pela ocorrência de um determinado sinistro ou eventuais danos.
A ocorrência do sinistro dá direito ao segurado à indenização, caso o risco esteja coberto pela
apólice – documento que formaliza a aceitação do seguro pela Sociedade Seguradora.
Sociedades Seguradoras são instituições que atuam no mercado de seguros e se responsabilizam,
perante os contratantes de seguros (segurados), por meio de contratos de seguros.
São constituídas sob a forma de Sociedades Anônimas.
São remuneradas com parte dos prêmios pagos pelos segurados, enquanto outra parte é separada no
chamado fundo de reserva técnica, sendo investida para garantir a cobertura das indenizações.
O contrato de seguro é composto por duas partes: proposta e apólice.
Enquanto a proposta registra a intenção do segurado, a apólice consiste no aceite do risco e da
cobertura pela seguradora.
Grupos de Seguros:
Automóvel: contra roubos e acidentes de carros, de responsabilidade civil de cargas, do
transportador e do operador
Crédito: de crédito à exportação e contra riscos comerciais (falência, concordata etc.), de devedores
(inadimplência de pessoas físicas ou jurídicas) e políticos (atos, fatos ou situações político-
governamental, decorrentes de fenômenos sociais, econômico-financeiros, cambiais e naturais)
Habitacional: contra risco de morte e invalidez permanente e danos físicos ao imóvel financiado
Saúde: seguros de saúde
Patrimonial: contra incêndios e roubos de imóveis, compreensivos residenciais e empresariais,
lucros cessantes, riscos de engenharia, entre outros
Pessoas: de vida e acidentes pessoais, planos de previdência privada, prestamista e educacional,
VGBL, entre outros
Rural: agrícola, pecuário, de florestas e penhor rural
Transporte: de transporte nacional e internacional, de responsabilidade civil de cargas, do
transportador e do operador

Aula 7 – Garantias do SFN

7.1) Garantias Pessoais ou Fidejussórias

a) Aval: recai sobre títulos de crédito, tais como: duplicata, cheque, nota promissória, letra de
câmbio
É solidária (não há benefício de ordem)
Há direito de regresso contra o avalizado (devedor) em caso de pagamento pelo avalista (ação para
ser ressarcido)
Deve ser aposto no próprio título, no anverso ou no verso – obrigação líquida (tem seu valor total
declarado expressamente)
É garantia autônoma e independente – a responsabilidade subsiste, ainda que a obrigação do
devedor principal seja nula ou falsa, em caso de falência ou de declaração de incapacidade do
avalizado
É vedado o aval parcial (limitado), exceto para títulos de crédito que possuam legislação específica,
caso da duplicata, cheque, letra de câmbio, e n.p.
No caso de insolvência ou falecimento do avalista, o credor não poderá exigir sua substituição.
Pode ser cancelado
Pode ser em branco ou em preto indicando cláusula própria
Pode ser sucessivo ou cumulativo (vários avalistas)
Somente pode ser dado em título de crédito com obrigação líquida.
Autorização do cônjuge é obrigatória para títulos inominados, sendo dispensável para títulos
típicos, preservada a meação do cônjuge.

b) Fiança: recai sobre contratos


Subsidiária (com benefício de ordem) - é possível cláusula de solidariedade
É um contrato feito por escrito, não se admite interpretação extensiva.
Não sendo parcial, a fiança é integral, o fiador se responsabiliza integralmente pelos encargos
decorrentes do contrato, inclusive os judiciais.
Na insolvência do fiador, o credor poderá exigir do devedor a substituição do fiador
É possível subfiança (fiança que garante outra fiança)
Sempre que o credor, injustificadamente, demorar a execução iniciada contra o devedor, poderá o
devedor promover-lhe o andamento.
É obrigatória a anuência do cônjuge. Sua ausência invalida a fiança.
7.2) Garantias Reais

a) Hipoteca recai sobre bens IMÓVEIS e também sobre navios, aviões, linhas férreas e os trens,
minas e pedreiras.
Propriedade e posse permanecem com o devedor.
O credor fica com o direito de executar essa garantia em caso de não pagamento da dívida, por vias
judiciais, o credor solicita a transferência da propriedade, e depois a ação de despejo.
O devedor da hipoteca é chamado de mutuário, sendo realizada de 2 formas:
Na aquisição do imóvel
Como garantia de empréstimo realizado sobre imóvel já quitado
É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar o bem hipotecado.
Pode convencionar-se que vencerá o crédito hipotecário, se o imóvel for alienado (permitindo que
o banco execute a dívida).
Formas de extinção da hipoteca:
▶ extinção da obrigação principal: ou seja, pelo pagamento da dívida.
▶ perecimento da coisa: se o bem dado em garantia perecer, a hipoteca deixa de existir – mas não a
dívida, é claro. Se um incêndio destruir o imóvel, por exemplo.
▶ renúncia do credor
▶ remição: a remissão é basicamente uma possibilidade de pagamento para liberação da hipoteca,
que não é o pagamento da obrigação principal. Um exemplo é quando o credor, executado
judicialmente, realiza o depósito importância suficiente ao pagamento da dívida.
▶ arrematação: quando a garantia é executada, levada a leilão e vendida para algum interessado.
▶ adjudicação: quando a garantia é executada, levada a leilão, mas não encontra comprador,
determinando o juiz que a propriedade passe ao credor.
Um mesmo bem pode ser hipotecado mais de uma vez, simultaneamente, tendo preferência o
credor que efetuou o primeiro registro (hipoteca de primeiro grau). Dessa forma, o segundo credor
(hipoteca de segunda grau) só poderá executar a garantia após vencida a primeira.
E se o imóvel for vendido por valor inferior à dívida?
Nesse caso, o credor poderá continuar executando outros bens do devedor para exigir a quantia
restante.
E se ninguém aparecer no leilão para comprar?
Nesse caso, o juiz adjudicará o bem ao credor, e isso eximirá o devedor de pagar o valor da dívida
que eventualmente exceder a avaliação do imóvel.
b) Penhor recai sobre bem MÓVEL
É a transferência efetiva da posse de um bem que pertence ao devedor para o credor (pignoratício),
em garantia de uma obrigação.
Embora a posse seja transferida, a propriedade do bem ainda é do devedor.
A regra é que bem empenhado fique com o credor, mas há exceções: penhor rural, industrial,
mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve
guardar e conservar.

*Penhor Mercantil é constituído a partir de instrumento público ou particular, registrado no


Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coisas empenhadas.
Neste tipo específico de penhor, para não estimular o comércio dentro de agências bancárias, não
há a transferência física do bem empenhado.
Os bens empenhados em garantia ficam separados, sem poder ser vendidos pelo estabelecimento,
ficam inegociáveis (ou seja, mesmo se tratando de bens móveis, eles ficarão imóveis – daí a
necessidade de registro no Cartório de Imóveis), mas sua posse não é transferida ao banco credor.
O devedor não pode, sem o consentimento por escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou
mudar-lhes a situação, nem delas dispor.
Estão sujeitos ao penhor mercantil (podem ser objeto de penhor):

Máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos – instalados e em funcionamento, com os acessórios


ou sem eles;
Animais utilizados na indústria
Sal e bens destinados à exploração das salinas
Produtos de suinocultura
Animais destinados à industrialização de carnes e derivados
Matérias-primas
Produtos industrializados

c) Alienação Fiduciária consiste na alienação da coisa (bem móvel ou imóvel), que se transfere ao
financiador em garantia do cumprimento da obrigação de pagar toda a importância ao fim do
financiamento.
A característica desse contrato é o fato de ao fiduciário (credor ou financiador) ser transferido o
domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel alienada, independentemente da tradição
(transferência) efetiva do bem
Este ficará em poder do devedor ou fiduciante, que passa a ser o possuidor direto e depositário do
bem, ficando com todas as responsabilidades e todos os encargos que lhe incumbem com a lei civil
e penal.
É permitida a busca e apreensão do bem alienado.
Vencida a dívida, é imputável ao credor a venda do bem, judicial ou extrajudicialmente, e a
aplicação do valor obtido será utilizado para o pagamento de seu crédito e das despesas de
cobrança e a entregar o saldo, se houver, ao devedor.
O bem, móvel ou imóvel, ficará em poder do devedor (fiduciante), alienado ao financiador
(fiduciário), em garantia do pagamento da dívida contraída.

*Fiança Bancária é um ato formal de garantia de compromissos assumidos pelo cliente,


possibilitando também a substituição da caução em dinheiro, pela fiança bancária, não ocorrendo
desembolso de imediato.
É destinada a empresas que necessitam de uma garantia bancária para participar de concorrências
(tipo de licitação).
O banco, como fiador, fornece uma carta de fiança, para que a empresa menor possa participar da
licitação.
Para que o banco aceite ser fiador nesse tipo de operação, ele exige uma garantia real (penhor,
hipoteca ou alienação fiduciária) da empresa.
Em síntese, a fiança bancária é:
Tipo de garantia em que o banco (fiador) se solidariza com seu cliente (afiançado) – Obs: a
responsabilidade é subsidiária
É um compromisso contratual, no qual o banco, como fiador, garante o cumprimento das
obrigações de seus clientes
Tem como alvo pessoas físicas de jurídicas;
Os prazos são definidos em função da natureza da obrigação a ser garantida
As garantias de pagamento fornecidas pelos clientes são bens móveis ou imóveis

Vantagens: é uma garantia oferecida pelo banco, que sendo uma instituição responsável e de
respeitabilidade no mundo dos negócios, proporciona maior facilidade de fechamento dos negócios
com segurança e rapidez.

Utilização:

Obtenção de empréstimos e financiamentos no país

Habilitação em concorrência pública

Locação

Adiantamento por encomenda de bens

Acesso a linhas de crédito em outros bancos

Garantias em concorrências e execuções de obras públicas

Financiamento para exportação

Em operações da bolsa de valores

Obs: fiança bancária não é empréstimo.

Em regra não incide IOF


Aula 8 – Lavagem de Dinheiro
Lavagem de dinheiro é o processo pelo qual o criminoso transforma recursos obtidos ilegalmente
em ativos com origem aparentemente lícita.

Definição Legal:
“Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade
de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. ”

Ciclo da Lavagem de Dinheiro


1º Colocação: é a introdução do dinheiro no sistema econômico, que é efetuada por meio de
depósitos, compra de bens etc.

2º Ocultação: é o processo de dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos, quebrando a


cadeia de evidências da origem do dinheiro.

3º Integração: os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico de forma


aparentemente lícita.

Pena para a lavagem de dinheiro:

Reclusão de 3 a 10 anos e multa.


Incorre na mesma pena da lavagem de dinheiro, aquele que:

I. os converte em ativos lícitos

II. os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, tem em depósito, movimenta ou
transfere.

III. importa ou exporta com valores não correspondentes aos verdadeiros.

IV. utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal.

V. participa de grupo, associação ou escritório cuja atividade é criminosa.

A pena será aumentada em até 2/3 se houver organização criminosa.

A pena será reduzida em até 2/3 se houver delação dos infratores.

*Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) é vinculado administrativamente ao


BACEN.
Função Principal: disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as
ocorrências suspeitas de atividades ilícitas.

Sujeitam-se às regras de prevenção à lavagem de dinheiro e comunicação ao COAF as instituições


que tenham como atividade principal ou acessória:

I. a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional


ou estrangeira;

II. a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento
cambial;

III. a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou administração de


títulos ou valores mobiliários.

Sujeitam-se às mesmas obrigações: bolsas, balcões, seguradoras, entidades de capitalização e


previdência, administradoras de cartões, administradoras de consórcios, instituições de
pagamentos, arrendamento mercantil, factoring, imobiliárias, corretores de imóveis, juntas
comerciais, cartórios.

Eles devem empreender esforços na identificação de seus clientes (política “Conheça seu Cliente”)
e manutenção de registros atualizados, de todas as transações que superarem determinado valor,
por no mínimo 5 anos.

Também devem adotar políticas, procedimentos e controles internos, compatíveis com seu porte
e volume de operações.

Quanto à comunicação de operações financeiras suspeitas, as pessoas listadas devem:


I. dar atenção especial às operações que possam constituir-se em sérios indícios dos crimes de
lavagem de dinheiro, ou com eles relacionar-se;

II. comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, no prazo de 24
horas, a proposta ou realização de todas as transações acima do valor ou que apresentarem
indícios.

III. comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade (BCB, CVM etc.) ou, na sua falta,
ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de
propostas, transações ou operações passíveis de serem comunicadas.

Transferências internacionais e os saques em espécie deverão ser previamente comunicados à


instituição financeira, nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo Banco Central do Brasil.

E caso não cumpram essas exigências, as instituições listadas ficam sujeitas a:

I. advertência;

II. multa pecuniária variável não superior:

a) ao dobro do valor da operação;

b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da
operação; ou

c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

III. inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de administrador
das pessoas jurídicas referidas;

IV. cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou


funcionamento

*Procedimentos e Controles Internos para coibir a Lavagem de Dinheiro

Quem deve observar as regras são as instituições autorizadas a funcionar pelo BCB, cujas políticas
devem ser elaboradas, documentadas, aprovadas (internamente) e mantidas atualizadas,
compatíveis com os perfis de risco: I. dos clientes; II. da instituição; III. das operações, transações,
produtos e serviços; e IV. dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados

Portanto, cada instituição deve estabelecer políticas adequadas ao seu perfil de atuação,
admitindo-se política única para conglomerado ou sistema cooperativo de crédito.

As instituições devem realizar avaliação interna – e revisá-la a cada 2 anos, ou quando ocorrerem
alterações significativas nos perfis de risco – com o objetivo de identificar e mensurar o risco de
utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem de dinheiro e do financiamento do
terrorismo.

Além disso, a instituição deve indicar, ao BCB, diretor responsável pelo cumprimento das
obrigações previstas relacionada à prevenção de lavagem de dinheiro, sendo que o diretor pode
desempenhar outras funções, desde que não haja conflito de interesses.

*Conheça seu cliente (KYC)


A Circular determina que as instituições devem implementar procedimentos destinados a
conhecer seus clientes, incluindo procedimentos para sua correta:

1. Identificação

2. Qualificação

3. Classificação

Em relação à identificação:

I. o nome completo, o endereço residencial e o número de registro no Cadastro de Pessoas Físicas


(CPF), no caso de pessoa natural; e

II. a firma ou denominação social, o endereço da sede e o número de registro no Cadastro


Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa jurídica.

Em relação à (2) qualificação dos clientes, os procedimentos devem incluir a coleta de


informações que permitam avaliar a capacidade financeira do cliente, incluindo a renda, no caso
de pessoa natural, ou o faturamento, no caso de pessoa jurídica.

A verificação dessas informações pode ser determinada de acordo com o perfil de risco do cliente
e com a natureza da relação de negócio, mas de qualquer forma, devem ser mantidas atualizadas.

A qualificação inclui identificar se o cliente é o que chamamos Pessoa Exposta Politicamente


(PEP). A lista é extensa, mas são basicamente autoridades e membros do alto escalão do governo,
no Brasil ou exterior:

Uma vez considerado PEP, as regras devem ser aplicadas à pessoa pelos cinco anos seguintes à
data em que a pessoa deixou de se enquadrar nas categorias previstas. E, afinal, para que serve
essa qualificação como PEP? Para os clientes assim qualificados – e para seu representante,
familiar ou estreito colaborador - as instituições mencionadas no art. 1º devem: I. adotar
procedimentos e controles internos compatíveis com essa qualificação; II. considerar essa
qualificação na classificação do cliente nas categorias de risco; e III. avaliar o interesse no início ou
na manutenção do relacionamento com o cliente. Basicamente, a instituição deve ter atenção
adicional.

Em relação à classificação, as instituições devem classificar seus clientes em categorias de risco


definidas na avaliação interna de risco, com base nas informações obtidas nos procedimentos de
qualificação do cliente referidos.
Aula 9 – Política Fiscal e TPFs
A Política Fiscal consiste nas decisões e ações relacionadas aos gastos e arrecadações (receitas) do
governo, que a utiliza para alterar no nível de produto da economia.
No Brasil, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) é responsável por sua administração no âmbito
federal, mas os estados e municípios também são agentes da política fiscal.
Os Gastos são subdivididos em despesas e transferências
Despesas: resultam em contrapartida, isto é, o governo recebe algum bem ou serviço.
Transferências: não há contrapartida, por exemplo, Bolsa Família.
Portanto, os instrumentos de Política Fiscal são:
Gastos do Governo (G), Transferências (Tr) e Tributação (T)
A execução da política se dá por meio do orçamento do governo, que consiste na combinação
desses três instrumentos.

*Política Fiscal Expansionista: governo aumenta os gastos ou reduz a tributação.


Aumento no valor do Bolsa Família (↑G: transferências)
Aumento dos subsídios dos servidores públicos federais (↑G: despesas)
Isenção de IPI de eletrodomésticos (↓T: impostos)

*Política Fiscal Restritiva: governo diminui os gastos ou aumenta a tributação


Recriação da CPMF (↑T: impostos)
Aumento de idade mínima para aposentaria (↓G: transferências)
Redução de créditos subsidiados ao agricultor (↓G: transferências)

As políticas fiscais expansionistas são adotadas quando o governo deseja aumentar a demanda
agregada. Isso ocorre em cenários que a demanda é inferior à oferta, e a economia opera abaixo do
seu potencial.
A adoção de política fiscal expansionistas em momentos de economia aquecida, quando a demanda
já é alta, causa inflação, pois o governo adiciona sua própria demanda à pressão de preços.
As políticas fiscais restritivas são adotadas quando a economia está superaquecida, de forma a
aliviar a pressão inflacionária.
Sua utilização em momentos de baixa atividade econômica tende a agravar a recessão ou
comprometer o crescimento da economia.
9.1) Gastos Públicos: Conceitos e Classificação

Os gastos governamentais são aqueles financiados pela tributação ou endividamento público, e


podem ser apresentados em diversos graus de desdobramentos, desde a despesa total, até o
gasto mais detalhado possível.

As despesas agregadas permite uma análise superficial dos gastos – distribuídos por componentes
tais como pessoal e encargos, transferências, juros e amortizações da dívida etc. –, evidenciando
sua participação na renda total do país, sem detalhamento que permita avaliar a real eficácia ou
finalidade específica dos gastos.

As despesas por categorias econômicas permitem uma análise detalhada de sua qualidade,
apresentando por meio de balanços gerais das unidades federativas da estrutura governamental.

As categorias econômicas são: despesas correntes e despesas de capital.

As despesas correntes são os gastos necessários ao funcionamento da administração pública,


como despesas com pagamento de pagamento de pessoal, com manutenção da estrutura
funcional e com consumo de bens e serviços.

Esses gastos diminuem as disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito negativo
sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos
programas e ações correspondentes às políticas públicas.

Ex: compra de materiais de escritório, aluguéis, pagamento de servidores públicos, pagamento de


juros da dívida pública etc

As despesas de capital, por outro lado, apesar de também diminuírem as disponibilidades


financeiras do Estado, não têm efeito sobre o Patrimônio Líquido, pois têm uma contrapartida a
redução de uma obrigação ou a constituição de um bem ou direito.

Ex: gastos com investimentos em capital, como obras e edificações, que caracterizam a
constituição de ativos, ou gastos com amortização do valor principal da dívida pública, que
reduzem o passivo do governo

Dessa forma, podemos dizer que os gastos de capital são o conceito de investimento do setor
governamental, são despesas orçamentárias realizadas com a intenção de adquirir ou construir
bens de capital que irão contribuir para a produção de novos bens ou serviços e que, ao contrário
dos gastos correntes, geram aumento patrimonial.
Em relação à dívida pública, o pagamento de juros é considerado gasto corrente, enquanto a
amortização da dívida é considerada gasto de capital.

As despesas por funções (nível mais detalhado) apresentam a distribuição dos gastos entre as
diversas funções do Estado, que são: Legislativo, Judiciário, Educação, Transporte, Indústria,
Habitação, Saúde, Energia etc.

*Setor Público = Setor Público não financeiro + Banco Central

Setor Público não financeiro inclui: ADM direta e indireta + previdência social pública + estatais
não financeiras + Itaipu Binacional + fundos públicos

As variáveis econômicas podem ser classificadas de duas formas: como "variáveis de fluxo" ou
como "variáveis de estoque".

As variáveis do tipo fluxo são mesuradas em relação a determinado período de tempo; já as


variáveis do tipo estoque são medidas em certo instante de tempo.

O déficit público é apurado anualmente, ou seja, mensura-se o resultado naquele ano específico
e, por isso, é uma variável do tipo fluxo.

Os sucessivos déficits (ou superávits) vão se acumulando à dívida pública, que é uma variável do
tipo estoque.

Quando o governo apresenta déficit em suas contas, precisará arrumar um jeito de honrar seus
compromissos, e pode fazer isso, basicamente, de três formas do financiamento do setor público:

1. tributação

Elevação da carga tributária

Diminui a atividade econômica

2. emissão de títulos públicos (endividamento)

Governo emite títulos e vende no mercado

Eleva a dívida pública

3. emissão de moeda

BC imprime dinheiro e entrega ao Governo

Causa inflação

Quando há superávit público, isto significa que o governo está arrecadando mais do que está
gastando, logo, está fazendo política fiscal contracionista (restringindo a demanda agregada).
Quando há déficit público, isto significa que o governo está gastando mais do que está
arrecadando, logo, está fazendo política fiscal expansiva (aumentando a demanda agregada).

Existem três mensurações diferentes do déficit público, que visam apurar com maior precisão
onde estão as despesas públicas que vêm causando a situação deficitária.

1) Defícit Primário (DP) = Despesas Não Financeiras – Receitas Não Financeiras

“Não financeiro” é aquilo que não envolve pagamento ou recebimento de juros.

2) Deficit Operacional = DP + juros reais da dívida pública

3) Deficit Nominal (DN) = DO + inflação

Ou

Deficit Nominal = (Despesas não financeiras + despesas financeiras) - (Receitas não financeiras +
receitas financeiras)

Deficit Nominal = DP + juros nominais

Temos duas formas de mensuração do déficit público:

 Acima da linha: ocorre quando se mede o déficit com base na execução orçamentária das
entidades que o geram, isto é, diretamente das receitas e das despesas. No caso do governo,
verificamos quais foram os gastos com, por exemplo, educação, saúde, custeio etc. (enfim, todos
os gastos das entidades) e quais foram as receitas, para, então, verificarmos o déficit ou superávit
público.

 Abaixo da linha: por este método, mede-se o tamanho do déficit pelo lado do financiamento.
Em vez de se preocupar com as receitas e gastos, simplesmente, faz-se a seguinte pergunta:
quanto eu tenho que pagar (quanto eu tenho que financiar)? A resposta será o próprio déficit
público – no conceito nominal.

*Regimes de Contabilização

Regime de Competência

• Os fatos contábeis são registrados de acordo com o período em que ocorreu o fato gerador
(despesa ou receita).

•Na dívida pública, apenas juros são apurados assim.

Regime de Caixa

• Os fatos são registrados quando se dá o pagamento ou o recebimento.


• Adotado na contabilidade fiscal, exceto para juros.

E isso nos leva a uma conclusão importante: como o resultado primário não considera juros,
pode-se dizer que ele é 100% regime de caixa, enquanto os demais (operacional e nominal) são
parte caixa, parte competência.

* Sustentabilidade do endividamento público

De um modo geral, a noção que devemos ter se uma dívida é grande ou não vai depender muito
do devedor de que estamos tratando

Assim, nós avaliamos a sustentabilidade do endividamento público a partir da relação dívida/PIB.

Se esta relação for baixa, o endividamento é sustentável. Na medida em que a relação aumenta, o
endividamento perde sustentabilidade. Assim, uma dívida pública de R$ 1,5 trilhão para um país
com PIB de R$ 4,5 trilhões não é tão grave. Ou seja, a relação dívida/PIB seria de 30%, o que é
considerado uma relação muito boa.

Já a mesma dívida (R$ 1,5 trilhão) para um país com PIB bem menor (por exemplo, que possui um
PIB de R$ 500 bilhões...) seria mais preocupante.

Uma entidade qualquer é dita solvente se o valor presente descontado de seus gastos primários
(isto é, exclusive encargos financeiros) correntes e futuros não é maior que o valor presente
descontado de sua renda corrente e futura, líquida de qualquer endividamento inicial.

Ou seja, na análise da dívida pública, de modo simplificado, podemos entender que a condição de
solvência requer que a previsão de receitas (presentes e futuras) seja maior que a previsão de
despesas (presentes e futuras).

Uma entidade é dita líquida se seus ativos líquidos e o financiamento disponibilizado pelo
mercado são suficientes para honrar o pagamento e/ou a rolagem do serviço e das amortizações
de suas dívidas.

A posição de endividamento de uma entidade é dita sustentável se ela satisfaz a condição de


solvência sem que sejam necessárias maiores correções em suas receitas e/ou gastos dados os
custos de financiamento que ela encara no mercado. Portanto, o conceito de sustentabilidade
engloba conjuntamente os conceitos de solvência e liquidez, sem fazer uma delimitação clara
entre eles

Por fim, o conceito de vulnerabilidade é simplesmente o risco de que as condições de solvência


e/ou liquidez sejam violadas e a entidade devedora entre em crise.

*Títulos do Tesouro Nacional

Financiar os déficits públicos: ao emitir títulos e colocar eles no mercado primário, o governo está
se endividando, pois se compromete a pagar determinado valor, em determinada data, aos
compradores do título.

Instrumento de política monetária: o Banco Central compra e vende esses títulos no mercado
aberto (secundário) como forma de regular a quantidade de moeda em circulação. Exemplo: ao
comprar títulos no mercado, o BC coloca mais moeda em circulação.

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