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Universidade-Save Extensão Maxixe

Docente: dtor Pedro Maunza

Cadeira: Gestão Financeira

Discente: Santos José Uachiço

Trabalho de pesquisa sobre:

Instituições Financeiras;

Mercados Financeiros;

Relações entre instituições e mercados;

Mercado Monetário;

Mercado de capitais;

As Bolsas de Valores;

A bolsa de Moçambique;

Introdução aos Mercados e Instrumento


Financeiros

Estruturas de Mercado
Esta secção apresenta a forma como os activos são transaccionados e como os títulos
são emitidos e, posteriormente, transaccionados entre os agentes.
Mercado Primário
O mercado primário é aquele onde as novas emissões de activos são realizadas, como
por exemplo quando uma empresa de capital fechado resolve abrir seu capital e lança
ações ou emite títulos para financiar novos investimentos.

Mercado Secundário
O mercado secundário é aquele onde ocorrem as transacções após a emissão primária
dos títulos, Estas transacções podem ocorrer nas bolsas de valores, no mercado de
balcão ou directamente entre as partes. Por exemplo, as emissões de ações da BMF e de
Caorabassa foram secundárias, os sócios da empresa venderam uma parte de suas
Ações.
O objectivo é apresentar as características dos activos financeiros mais importantes e os
mercados onde eles são transaccionados.

Sistema Financeiro
O Sistema Financeiro é o conjunto de instituições e instrumentos financeiros que
possibilita a transferência de recursos dos ofertadores finais para os tomadores de
recursos finais, e cria condições para que os títulos e valores mobiliários tenham
liquidez no mercado.
O Sistema Financeiro Nacional é constituído por um subsistema normativo e por outro
operativo. O subsistema normativo é o que normaliza, isto é, cria as normas que
orientarão o funcionamento do sistema. Suas funções são regular, controlar e exercer
fiscalização sobre as instituições financeiras e disciplinar as modalidades de crédito,
bem como a emissão de títulos e valores mobiliários. O quadro abaixo apresenta o
Sistema Financeiro e as instituições de cada subsistema:
Órgãos Entidades Operador
normativo supervisoras
Conselho Banco central de Instituições Demais Outros intermediários financeiros
administradores de recursos de
monetário Moçambique. Financeiras Instituições
terceiros
nacional. Bace n captadoras de Financeiras
CMN depósito a
Bancos de
visita
Cambio
Comissão de Bolsas de Bolsas de
valores mercadorias e valores
mobiliários. CVM futuros

Conselho Superintendência IRM. Moc Sociedades Sociedades de Entidades


seguradoras
nacional de De seguros Resseguros capitalização abertas de
Seguros privados. Susep previdência
privados complementar
CNSP
Conselho de Secretaria da Entidades fechadas de previdências complementares (fundos de
gestão da providência pensão)
previdência complementar.
complementar. SPC
CGPC
Mercado de Renda Fixa
São activos que possuem remuneração bem definida. Podem possuir dois tipos de
remuneração: pré-fixada (estabelecida previamente em contrato, investidor sabe
exactamente sua remuneração se mantiver o título até a maturidade) e pós-fixada
(remuneração do investidor é contingente a um índice, como por exemplo, inflação, taxa
de câmbio). Além do tipo de remuneração, os títulos podem pagar ou não campom em
frequências pré-estabelecidas (trimestral, semestral ou anual). Os principais títulos
nestes segmentos são: Títulos Públicos; Letra de Câmbio; Caderneta de Poupança;
Letras Imobiliárias e Hipotecárias, Cédula de Crédito Imobiliário e Certificados de
Recebimentos de Imobiliários; Certificados de Depósito; Cédula de Crédito Bancário,
entre outros.
Certificados de Depósito
Caracterizam-se por depósitos remunerados num banco, onde os juros e o principal
geralmente são recebidos após o vencimento. Correspondem aos Certificados de
depósitos Bancários (CDBs) e aos Recibos de Depósitos Bancários (RDBs), Podem
possuir remuneração pré-fixada ou pós-fixada (Índice Geral de Preços (IGP-M),
Títulos Públicos
Emitidos por governos com o objectivo de se financiar. A contrapartida da emissão de
títulos é o aumento da dívida (pública), seja ela externa ou interna. Observe a evolução
da razão dívida líquida/PIB, externa, interna e total.
Instrumentos Financeiros
Os instrumentos financeiros são contratos de transferência de recursos entre as partes.
Geralmente, são classificados em três grupos:
(1) Activos do Mercado
Monetário (ou cash equivalents) - Activos de alta liquidez e baixo risco
(2) Mercado de Renda Fixa – neste grupo encontram-se os Títulos Públicos e outros
títulos de crédito; e
(3) Activos do Mercado de Capitais - Activos de longo prazo e maior exposição ao
risco. Este, por sua vez, é subdividido em:
(a) Renda Fixa Corporativa,
(b) Mercado de Acções e
(c) Mercado de Derivativos Financeiros.
Mercado Monetário
É um componente do mercado de renda fixa de curtíssimo prazo, sendo composto por
activos de curto prazo de alta liquidez e grandes denominações, muitas vezes
inacessíveis ao investidor individual, que os adquirem através de instituições financeiras
(via fundos). Alguns exemplos são apresentados a seguir:
Eurodólares
São depósitos em dólares efectuados em bancos localizados fora do território dos
Estados Unidos da América, em geral na Europa, onde a prática teve início, daí a
origem do termo.
Operações de Recompra ou reposição (Repurchase Agreements)
A reposição reverte se em operações de recompra revenda de curtíssimo prazo
(geralmente overnight). O agente vende ou compra o activo hoje com compromisso de
recompra ou revenda num período posterior. São responsáveis pela formação das taxas
Selic e DI.
Taxa DI: É a taxa média diária, calculada e divulgada pela Cetip, apurada com base nas
operações de emissão de Certificado de Depósitos Interbancário prefixados,
pactuadas por um dia útil e registadas e liquidadas pelo sistema CETIP.
Taxa Selic: É a taxa média diária, apurada no Selic, das operações de financiamento por
um dia, lastreadas em títulos públicos, e cursadas no referido sistema ou em
compensação e liquidação de activos, na forma de operações compromissórias
reposição.
Certificados de Depósito Interbancário: são os títulos de emissão das instituições
financeiras, que rastreiam as operações do mercado interbancário e que formam a taxa
DI.
Mercado de Capitais
Mercado de capitais pode ser definido como um sistema de distribuição de valores
mobiliários, que tem como objectivo canalizar recursos de médio e longo prazo para as
empresas e proporcionar liquidez nas operações de compra e venda de títulos e valores
mobiliários. São considerados activos do mercado de capitais: ações, titulos e bônus de
subscrição; os cupons, direitos, recibos de subscrição ecertificados de desdobramentos;
os certificados de depósitos de Valores Mobiliários; as cotas de Fundos ou clubes de
investimento; as notas comerciais (Commercial Paper) e cédulas de titulos; e
derivativos.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o principal órgão responsável pelo
controle, normativa e fiscalização do mercado de capitais.

Títulos Corporativos
Títulos emitidos pelas empresas para financiar seus projectos e necessidades financeiras
de curto e longo prazo. O risco é uma consideração muito importante, que faz com que
investidores requerem ser ágil em relação aos rendimentos dos Títulos Públicos.
Podemos citar dois títulos: Commercial Papers e Debêntures.
Commercial Papers: são os Títulos de curto prazo emitidos pelas empresas para captar
recursos directamente dos investidores, sem utilizar o sistema bancário como
intermediário da operação.
Debêntures: são títulos de longo prazo emitidos pelas empresas, que pagam cupons
semestrais (geralmente) e que podem possuir graus variados de garantia: real,
subordinada, quirografaria e sem garantia. Estes títulos também podem possuir cláusula
de opção de recompra (callable bonds), de reputação ou de conversibilidade, isto é,
podem ser convertidos em ações da empresa emissora.
Ações
A ação representa a menor parcela do capital social de uma empresa (sociedade
anónima, sociedade por ações ou companhia).
O detentor de uma ação – acionista - não é um credor da empresa, mas sim um de seus
proprietários e, como tal, possui direito à participação nos resultados da empresa
proporcionalmente ao número de ações que detém.
As ações, normalmente não possuem prazo de resgate e podem ser negociadas em
mercados organizados (Bolsas de Valores). Suas principais características são a de
responsabilidade limitada e direitos residuais (limited liability e residual claims).
A primeira característica garante que, em caso de falência da empresa, os bens dos
proprietários não serão utilizados como forma de pagamento da dívida corrente da
empresa para com seus funcionários e credores. Já a segunda, diz respeito a prioridade
no pagamento dos agentes envolvidos com a empresa. Após pagar todos os credores e
funcionários, o conselho de administração da empresa decide a parcela do resultado da
empresa que será retida para investimentos com capital próprio e a que será distribuída
em forma de dividendos e juros sobre capital próprio (JSCP) para os acionistas.
Em Moçambique, as ações, segundo os direitos que outorgam, podem ser ordinárias
(ações com direito a voto) ou preferenciais (ações com preferência na distribuição de
resultados, mas que não possuem direito a voto).
Índices de Mercado
Um Índice de mercado é uma cesta de ativos (ações, títulos, fundos) em que se utilizam
critérios pré-determinados para eleição dos ativos constituintes e de sua ponderação
com o objetivo de construir um número-índice representativo que indique a variação de
preços de um mercado. Normalmente, são utilizados como referência para avaliação de
performance de carteiras. Alguns exemplos são:
Nasdaq, Ibovespa, IBA, IBX, DJIA, IMA, entre outros. Os índices podem ser divididos
de acordo com sua metodologia de construção:
Ponderação Simples (Equal-Weighted): Esta forma de ponderação utiliza a média
aritmética dos preços dos ativos em um dado momento do tempo. Estes índices são
problemáticos, pois ações com preço muito alto, mas baixa capitalização de mercado
têm grande peso. Ex: DJIA.
Capitalização de Mercado (Market-Cap Weighted ou Value Weighted): Este índice
corrige o viés mencionado acima, ao utilizar o valor de mercado de cada activo empresa
como ponderador. Ex:

Mercado de Derivativos Financeiros


Neste mercado estão todos os instrumentos financeiros cujos retornos sejam funções dos
preços de outros ativos (os ditos ativos subjacente). Dividiremos sua discussão em três
partes: Opções, Futuros e Swaps.
Opções
As opções são contratos que dão o direito, mas não a obrigação (daí o nome opções),
aos seus detentores, de comprar ou vender um determinado ativo por um preço pré-
determinado (preço de exercício) numa data futura (geralmente, amaturidade do
contrato). Para obter este direito, o investidor paga um prêmio (preço da opção). As
opções podem ser de compra (onde o comprador tem o direito de comprar o ativo por
um determinado preço [preço de exercício]) e opções de venda (onde o comprador tem
o direito de vender o ativo por um determinado preço).

Bolsas de Valores
Uma bolsa de valores provê um meio para que seus associados (e somente eles)
transacionem ativos. Para tornarem-se membros eles devem comprar assentos nesta
bolsas12. A grande maioria pertence às firmas corretoras. Isto permite que um corretor
associado a estas firmas execute as transações para seus clientes, recebendo em troca
uma comissão pela execução das ordens. Recentemente, muitas bolsas decidiram trocar
sua forma de organização, do mecanismo de assentos para firmas negociadas
publicamente por acionistas. Cada assento foi substituído por uma licensa anual, que
permite fazer negócios no pregãoda bolsa.
Um investidor que queira negociar ações passa a ordem para uma firma corretora; esta,
por sua vez, repassa a ordem para seu corretor no pregão para executar a ordem. O
corretor deve, então, procurar um especialista que cruza esta ordem com a de outro
corretor ou a toma para si utilizando seu próprio estoque de ações.
O especialista é o responsável por prover liquidez ao mercado de um dado ativo, sendo
obrigado a dar cotações de compra e venda (bid/ask) para o ativo e fazer ocasamento
entre as ofertas dos compradores e vendedores (que podem ser o próprio especialista).
Eles mantêm uma carteira com o ativo e transaccionam normalmente como qualquer
agente, porém a maior parte de seu lucro vêm da diferença obtida entre os preços de
compra e os preços de venda. Nas ações negociadas na NYSE, os especialistas
participam activamente de, aproximadamente, 25% das transações13.
A negociação de um ativo nas bolsas depende do cumprimento de uma série de
prérequisitos (que variam de instituição para instituição), tais como patrimônio líquido,
quantidade de acionistas e valor de mercado. Uma firma pode ser tirada da lista se não
cumprir os critérios de elegibilidade (governança corporativa e transparência na
apresentação dos resultados). Exemplos de bolsas nos EUA são: NYSE (firmas
maiores) e AMEX (firmas menores e jovens).
No Brasil, o funcionamento das bolsas é um pouco diferente, todas as operações feitas
por investidores devem ser enviadas a bolsa via uma corretora associada. Aochegarem
na bolsa, as ordens são encaminhadas para um sistema eletrônico chamado Megabolsa,
responsável por executar as ordens ao melhor preço de venda e de compra. Exemplo no
Brasil: Bovespa.
Tanto no Brasil quanto nos EUA, existe a figura do market maker. Este agente tem
aobrigação de ser a contraparte nas ofertas de compra e venda das ações de uma
determinada empresa. A atividade de formador de mercado deve ser exercida apenas
por pessoas jurídicas, devidamente cadastradas junto às bolsas de valores e às entidades
de mercado de balcão. Geralmente, é exercida por um banco de investimento contratado
por uma empresa com o objetivo de prover liquidez para suas ações e diminuir os
spreads de compra e venda dos preços das ações desta empresa no mercado secundário.
É muito comum, após aberturas de capitais, o coordenador líder da oferta primária ou
secundária de ações assumir este papel.

Transações Diretas
Atualmente podem existir também transações diretas de ativos listados em bolsas mas
que não passam por corretores, permitindo redução ainda maior nos custos de
corretagem, especialmente em transações envolvendo grande quantidade de ações.
Têm sido criadas várias redes eletrônicas de negociação, que funcionam como uma
bolsa normal. Estas, porém, por não precisarem de um espaço físico nem de
intermediários (sejam eles dealers ou especialistas), permitem que os compradores
entrem diretamente em contato com os vendedores reduzindo seus custos. Além disso,
oferecem maior sigilo aos investidores, que muitas vezes não querem sinalizar
publicamente suas intenções de compra/venda. Exemplo: Block houses, firmas
corretoras que se especializaram em ligar compradores e vendedores de grandes blocos.
Ordens: Os agentes podem repassar suas ordens de compra/venda de ações de várias
maneiras: ordem a mercado (Market Order), investidor especifica apenas a
quantidade e a transação é feita ao preço corrente; ordem limitada (Limit
Order), especifica a quantidade e o preço máximo/mímimo pelo qual está disposto
acomprar/vender o ativo; ordem casada, compra/venda de um ativo é condicionada à
venda/compra de outro.
Liquidação: A liquidação de uma operação de compra/venda de ações deve ser feita em
D+3 (3 dias úteis): o comprador deve entregar o dinheiro e o vendedor as ações.
Por este motivo, ativos, atualmente, são mantidos em custódia da corretora, mas em
nome do cliente. A liquidações é simplificada pela existência da Clearing House, que
registra todos os negócios dos membros cada dia e faz a transferência líquida de ativos
ou dinheiro entre membros. Um membro faz a liquidação com a clearing ao invés de
cada uma das corretoras com que negociou.

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