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Índice

Introdução..................................................................................................................................3
Objectivos..................................................................................................................................4
Geral...........................................................................................................................................4
Específicos.................................................................................................................................4
Metodologia...............................................................................................................................4
Instituição Financeira.................................................................................................................5
Funções de Instituições Financeiras...........................................................................................5
Sistema Financeiro em Moçambique.........................................................................................5
Importância do Sistema financeiro.............................................................................................7
Mobilidade do Sistema Financeiro.............................................................................................8
Tipos de Sistemas Financeiros...................................................................................................8
Análise do Sistema Financeiro Moçambicano...........................................................................8
Funcionamento do Sistema Financeiro Moçambicano..............................................................9
Principais características do Sistema Financeiro Moçambicano...............................................9
Composição do Sistema Financeiro Moçambicano...................................................................9
Mercado Financeiro.................................................................................................................10
Mercado Monetário..................................................................................................................11
Mercado de Crédito..................................................................................................................11
Mercado de Câmbio.................................................................................................................11
Mercado de Capitais.................................................................................................................12
Finalidade dos mercados financeiros.......................................................................................12
Estrutura dos mercados financeiros.........................................................................................13
Sistema Financeiro Nacional....................................................................................................14
Conselho Monetário Nacional (CMN).....................................................................................14
Formação da taxa de juros........................................................................................................14
Valor do dinheiro no tempo.....................................................................................................15
Conceito de juros, principal e montante...................................................................................15
Taxa de juros............................................................................................................................16
Mercado de acções...................................................................................................................17
Definição das bolsas de valores...............................................................................................17
Características das bolsas de valores........................................................................................17
Processos de Negociação na Bolsa de Valores........................................................................17
Títulos Negociados nas Bolsas de Valores..............................................................................18
Objectivos das bolsas de valores..............................................................................................18
Bolsas de valores de Moçambique...........................................................................................18
Vantagens da bolsa de valores de Moçambique......................................................................19
Formas de financiamento oferecidas pela bolsa de valores de Moçambique..........................19
Algumas das principais bolsas de valores................................................................................20
Conclusão.................................................................................................................................21
Referências Bibliograficas.......................................................................................................22
Introdução
No presente trabalho iremos abordar acerca das instituições financeiras em Moçambique, elas
operam administrando um equilíbrio delicado entre moedas, prazos e taxas negociados para
os capitais que capta (passivos) e para os que aplica (activos) no mercado, respeitando os
critérios e normas estabelecidos pelas agências reguladoras/supervisoras de cada mercado
onde actue. É inevitável falar acerca do tema sem abordar o sistema financeiro em
Moçambique, o mesmo passou por grandes transformações ao longo da história do país.

Na verdade, como se pode ver pelo tema, o sistema financeiro é composto por um conjunto
de instituições financeiras públicas e privado, e seu órgão normativo máximo é o Conselho
Monetário Nacional (CMN). Por meio do SFN, viabiliza-se a relação entre agentes carentes
de recursos para investimento e agentes capazes de gerar poupança e, consequentemente, em
condições de financiar o crescimento da economia.

Contudo, uma característica presente na estrutura do Sistema Financeiro é os conglomerados


financeiros, criados em função da política de concentração bancária desenvolvida nas últimas
décadas por intermédio principalmente de fusões e aquisições. Esses conglomerados
financeiros, por meio das diversas instituições que estão sob seu controle, costumam actuar
nos diversos segmentos financeiros do mercado, limitando bastante a actuação de instituições
independentes.
Objectivos

Geral
 Abordar de forma sintética as instituições financeiras em Moçambique

Específicos
 Especificar o seu Funcionamento do sistema financeiro;
 Analisar a Composição do sistema financeiro em Moçambique;

Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral.
Instituição Financeira
Pode-se entender como instituição financeira como sendo uma organização cuja finalidade é
optimizar a alocação de capitais financeiros próprios ou de terceiros, obedecendo uma
correlação de riscos, custo e prazo. Que atende aos objectivos dos seus patrocinadores,
incluindo pessoas físicas ou jurídicas que tenham interesses em sua operação como
accionistas, colaboradores cooperadores, fornecedores, agencias reguladoras do mercado
onde a organização opere (Abreu Pintos António, 2005).

A Instituição Financeira opera administrando um equilíbrio delicado entre moedas, prazos e


taxas negociados para os capitais que capta (passivos) e para os que aplica (activos) no
mercado, respeitando os critérios e normas estabelecidos pelas agências
reguladoras/supervisoras de cada mercado onde actue.

Funções de Instituições Financeiras


Instituições financeiras fornecem serviços como intermediários dos mercados financeiros. Em
termos gerais, existem três principais tipos de instituições financeiras:

 Instituições depositárias - instituições que aceitam tomar e gerir depósitos, além de


fazer empréstimos, incluindo bancos, sociedades de construção, cooperativas de
créditos, empresas de confiança e empresas de empréstimo hipotecário;
 Instituições contratuais - companhias de seguros e fundos de pensões; e
 Instituições de investimento - bancos de investimento, subscritores, corretoras.

Sistema Financeiro em Moçambique


O sistema financeiro moçambicano é robusto e apresenta níveis de solidez acima da média,
considerando os indicadores de crédito mal-parado e o rácio de solvabilidade.

Segundo Álvaro Louveira, funcionário do Banco de Moçambique, o crédito mal-parado


reduziu de 3.1% em 2010 para 2,4 em 2014 e o rácio de solvabilidade transitou de 13 para
18%, situando-se nos níveis recomendáveis internacionalmente. Moçambique registou um
crescimento do sistema financeiro, ao passar de cinco bancos em 2006, para 18 em 2013, com
uma rede bancária de 45%.

A evolução do sistema financeiro foi acompanhada por alguma robustez do próprio sistema,
se tomarmos em consideração que o credito mal-parado reduziu de 3.1 em 2006 para 2.4 em
2011, bem como se tomarmos em consideração que o rácio de solvabilidade transitou de 13
por cento em 2006 para 18 por cento em 2011, o que é recomendável internacionalmente.
Tomando como base o Comité que é de 8 por cento, podemos dizer que o nosso sistema é de
facto robusto, vejamos.

O Banco de Moçambique considera que, devido à solidez do sistema financeiro, a economia


nacional teve uma certa resistência ao efeito da crise financeira internacional. Apesar dessa
robustez, o sistema financeiro ainda tem desafios por superar ao nível do financiamento
bancário à economia, bem como no que refere a monetização da economia.

O nível de monetização da economia passou de 25.6%, no ano 2000 para 42.7, em 2011.
Apesar deste crescimento considerável, o mesmo está abaixo da média da região da
Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que é de 68%. A evolução
do sistema financeiro foi acompanhada pelo incremento do financiamento bancário, que
passou de 17.3 por cento em 2000 para 29.1 em 2010, estando, mesmo assim, ainda abaixo
das médias dos países da SADC e da África Subsaariana, que se situam nos 45.8% e 89.5%,
respectivamente.

Louveira revelou estes dados no encontro de reflexão sobre a “importância da estabilidade


macroeconómica e do sector financeiro no crescimento da economia nacional”, envolvendo
Governo, sectores financeiro e privado, instituições académicas, organismos internacionais e
comunicação social, realizado, na cidade da Matola, sob os auspícios do Banco de
Moçambique.

O nível de estabilidade macroeconómica de Moçambique é superior ao da região da SADC,


em 0.23 pontos. Estabilidade macroeconómica de Moçambique é 4.18 pontos, o que, de
acordo com Louveira, significa que é relativamente bom.

O índice de estabilidade macroeconómica, varia de zero a sete pontos, isto significa que a
medida que nos aproximo de sete nos aproximamos da estabilidade macroeconómica,
esclareceu.

Comparando com a região da SADC, o nível de estabilidade económica de Moçambique é


superior em 0.23 pontos. Apesar da África do Sul, Tanzânia, Botswana, Lesotho e Maurícias
terem nível de estabilidade macroeconómica superior em termos de números, pode-se
considerar que Moçambique, do ponto de vista de estabilidade macroeconómica, está
alinhado com os países da SADC, isto segundo os dados registados em 2010.
Apesar disso, Moçambique ainda precisa resolver algumas questões importantes para que a
estabilidade macroeconómica seja sustentável. Neste momento, o país apresenta uma das
taxas mais baixas do Produto Interno Bruto (PIB) real per-capita comparado com o da SADC
e da África Subsaariana.

A questão da volatilidade da variação dos níveis de preço em Moçambique,


comparativamente aos demais países da SADC e da África Subsaariana deve merecer atenção
das autoridades moçambicanas. Esta situação é causada pelo comportamento do metical que é
mais volátil que outras moedas da região da SADC. Por outro lado, existe o problema das
exportações nacionais que sempre foram inferiores em relação às importações, situação que
contribui para a deterioração da balança comercial.

Importância do Sistema financeiro


O sistema financeiro joga um papel multidimensional no processo de desenvolvimento
económico porque a interação dos agentes económicos na actividade económica envolve
custos de informação ou de transação resultados das imperfeições dos mercados, os quais
devem ser minimizados.

Para o efeito, é importante a existência de intermediários financeiros. A presença de


intermediários financeiros contribui para mitigar os problemas decorrentes dos custos de
transação e de informação, um facto que concorre para influenciar as decisões de poupança e
de investimentos, e, por via disso, o crescimento económico.

Os intermediários financeiros podem influenciar o crescimento através dos seguintes canais:

Redução dos custos de aquisição e processamento de informação, e portanto, melhoramento


da alocação de recursos para as famílias;

Fortalecimento do acompanhamento das operações das empresas, o que pode, por um lado,
reduzir os níveis de racionamento de crédito, e, por outro, facilitar o fluxo de recursos dos
aforradores para os investidores;

Diversificação do risco, um facto que pode induzir os aforradores a direccionar a sua carteira
de investimentos para projectos com retornos esperados elevados;

Mobilização de poupanças individuais com vista a aprofundar o processo de crescimento


económico, um facto que permite fazer melhor uso das economias de escala;
Uso da moeda como um meio mais eficaz no processo das trocas, permitindo que os custos
de transação sejam reduzidos, promovendo dessa forma uma maior especialização, inovação
e crescimento económico (Mishkin, 2000, Bencivenga e Smith).

Mobilidade do Sistema Financeiro


Evidentemente, tendo em conta que os Sistemas Financeiros mudam constantemente, de
modo a responder a procura do público, ao desenvolvimento de novas tecnologias e as
mudanças nas leis e regulamentações. A competição nos mercados financeiros força os
sistemas financeiros a responder as necessidades do público desenvolvendo melhores e mais
convenientes serviços financeiros.

Enfim, o Sistema Financeiro pode ser definido como sendo o conjunto de instituições da
economia que auxiliam o encontro dos agentes que possuem poupanças, agentes
superavitários, com os que necessitam de recursos, cujo principal objectivo é permitir o
movimento de fundos emprestáveis entre eles.

Tipos de Sistemas Financeiros


 Sistema de Mercado de Capitais;
 Sistema de Crédito Privado Bancário e;
 Sistema de Crédito Público Bancário.

Análise do Sistema Financeiro Moçambicano


Moçambique como a maioria dos países em vias de desenvolvimento tem o sistema
financeiro pouco desenvolvido, poucos operadores e instrumentos financeiros para suportar a
actividade económica. Os operadores financeiros principais, no sistema moçambicano são;

Os bancos comerciais e, portanto, a estabilidade deste sistema depende crucialmente do


funcionamento eficiente e eficaz dos bancos comerciais. As crises do passado demonstraram
que a eficiência de um banco comercial pode ameaçar a estabilidade do sistema financeiro.

Moçambique, assim como grande parte do continente africano esteve, ate o ano de 1975, sob
o regime colonialista. A 25 de Junho de 1975 conquista a independência, transformando-se
numa república popular, como um regime de partido único, ate Novembro de 1990, data da
entrada em vigor da constituição que instaurou o regime democrático multipartidário e um
sistema de economia de Mercado.
Funcionamento do Sistema Financeiro Moçambicano
A criação de um estado baseado nos princípios do socialismo, levaram a criação de uma
economia planificada ou centralizada.

Neste sentido, no sector financeiro foram tomadas medidas que centralizaram o controlo,
sendo que foram intervencionadas as seguintes instituições:

 Instituto de Crédito de Moçambique;


 Monte Pio de Moçambique;
 Banco Nacional Ultramarino (que funcionava como uma apresentação oficial do
banco de Portugal);
 Bano Pinto & Sotto Maior. O Banco Nacional Ultramarino (BNU) transformou-se em
Banco de Moçambique (BM) e;
 O Instituto de Crédito de Moçambique em Banco Popular de Desenvolvimento (BP)

Principais características do Sistema Financeiro Moçambicano


Do período da colonização, apenas o Banco Standard & Totta não sofreu intervenção. Deste
modo, ate 1989 a principal característica do sistema financeiro moçambicano era o número
reduzido de bancos comerciais (apenas três) e, cerca de 95% do negócio bancário
representados pelos bancos controlados pelo Estado.

Actualmente, dadas as características predominantes do sistema financeiro moçambicano,


põe-se dizer que este é baseado no modelo alemão, isto é, baseado do crédito bancário
privado. Sendo que, o mercado de capitais moçambicano é ainda muito pouco desenvolvido.

A abertura da bolsa de valores moçambicana só se deu em finais de 1999, resultante das


reformas financeiras no país. Não obstante as modificações registadas no sector bancário
moçambicano, este é ainda considerado relativamente pequeno – existem 12 bancos
comerciais, 11 agências cooperativas e, 58 operador de micro crédito (2006).

Composição do Sistema Financeiro Moçambicano


Assim como bastante concentrado, a maior instituição possui 40% dos activos totais da banca
e os 90% dos activos e passivos da banca é possuído por apenas seis instituições
nomeadamente: ABC, BA, BCI Fomento, Millennium BIM, BIM e Standard Bank.

Os bancos em Moçambique, são considerados rentáveis e bem capitalizados, no entanto estão


muito vulneráveis face ao risco de crédito no país. Os indicadores de rentabilidade escolhidos
para avaliar a performance do sector são os lucros líquidos, ROAA e OAE. O lucro líquido
demonstra o retorno positivo de um investimento feito pela empresa, após a dedução das
despesas operacionais e não operacionais.

O ROAA (RAA) é um indicador financeiro que mostra, em percentagem, como os activos


lucrativos da empresa estão a gerar receitas e mostra como a empresa é rentável antes da
alavancagem financeira.

É muito usado para comprar o desempenho das instituições financeiras (como os bancos),
porque a maioria dos activos bancários terá um valor contabilístico que esta perto dos seus
valores de mercado.

O ROAE (ROE) é um indicador, também financeiro, percentual que se refere a capacidade de


uma empresa agregar valor a ela mesma utilizando os seus próprios recursos, ou seja, o
quanto esta consegue crescer usando os seus recursos próprios. Por esta razão este é visto
como um dos mais dos importantes rácios financeiros.

Mercado Financeiro
Originalmente, todas as transações eram realizadas através da simples troca de bens ou
serviços, operação chamada de escambo. Com a evolução e a complexidade das relações de
troca, surgiu a moeda como instrumento de precificação para a actividade de comprar e
vender bens e serviços.

A criação da moeda como ferramenta de valoração, não eliminou a existência de pessoas com
superávit em seus fluxos de caixa e pessoas com déficit.

Como, então, juntar essas pessoas de forma que todos pudessem equilibrar seus fluxos de
caixa através de empréstimos concedidos por aqueles em posição de superávit e a captação de
empréstimos por aqueles com deficit em seu fluxo? Os instrumentos necessários para
viabilizar a resposta a esta questão geraram o Mercado Financeiro. Embora esses mercados
sejam hoje globalizados, espalhando-se por todos os países e englobando vários tipos de
operações, podemos defini-lo como o “local” onde vários tipos de transações são realizados.

Os mercados financeiros básicos são: mercado monetário e de crédito, mercado cambial e


mercado de capitais.
 Agentes financeiros: são as instituições, como bancos de investimentos, comerciais,
corretoras de valores, entre outras, que realizam as transacções financeiras.
 Demandantes: são os tomadores de recursos, isto é, aqueles que captam recursos no
mercado financeiro.
 Fornecedores: são os investidores ou poupadores de recursos.

No mercado financeiro estão incluídos vários outros tipos de mercados. Através dos agentes
autorizados a operar, definidos de acordo com a legislação de cada país, todas as transacções
que ocorrem no Mercado Financeiro, em seus respectivos mercados, podem ser sintetizadas
da seguinte forma.

Tipo de transação Mercado

Operações com moeda local Mercado monetário

Operações com moeda estrangeira Mercado de câmbio

Operações com empréstimos Mercado de crédito

Operações de compra e venda de capital de Mercado de capitais


empresas

Existem várias definições para os mercados que compõem o Mercado Financeiro. Nesses
mercados normalmente observamos os seguintes tipos de operações:

Mercado Monetário
Formado por bancos comerciais, múltiplos e sociedades de crédito, financiamento e
investimento para realizar operações com títulos públicos (títulos emitidos pelo governo).

Mercado de Crédito
Mercado onde são negociadas as operações de empréstimos, arrendamento mercantil e
financiamentos para pessoas físicas e jurídicas de qualquer tamanho e segmento de actuação.

Mercado de Câmbio
Mercado onde são realizadas as operações de compra e venda de moeda estrangeira com
taxas flutuantes e taxas livres. Esse mercado inclui também as negociações entre residentes
domiciliados ou com sede no país e no exterior.
Mercado de Capitais
Mercado onde são realizadas as operações de compra e venda de acções, títulos e valores
mobiliários efectuadas entre pessoas físicas e jurídicas. Essas operações têm obrigatoriamente
a intermediação de instituições financeiras participantes do Sistema de Distribuição de
Títulos e Valores Mobiliários.

Para qualquer tipo de empresa ou pessoa física actuando no mercado monetário, mercado de
crédito, mercado de câmbio ou mercado de capitais, independente do tipo de mercado, existe
uma variável que impacta a todos. Essa variável é a taxa de juros. As taxas de juros são
acompanhadas diariamente, pois afectam a vida de todos e têm consequências importantes
para a saúde da economia. Elas afectam as decisões das famílias (consumir ou poupar,
comprar à vista ou a prazo) e, principalmente, das empresas (investir na expansão da
capacidade da empresa ou aplicar em títulos do governo, tomar recursos emprestados ou
aumentar o capital).

Finalidade dos mercados financeiros


Participam do mercado financeiro as instituições financeiras, poupadores e tomadores de
recursos. Poupadores são as pessoas físicas, jurídicas ou órgãos governamentais que dispõem
de recursos financeiros sobrando e não pretendem gastá-los de imediato. Tomadores são
também pessoas físicas, jurídicas ou órgãos governamentais que necessitam de recursos
financeiros para usá-los de imediato, ou seja, apresentam uma situação deficitária em seus
fluxos de caixa.

A finalidade dos mercados financeiros é a alocação eficiente da poupança entre tomadores


finais dos recursos financeiros e os poupadores, ou seja, entre aqueles que apresentam déficit
e os que estão em uma posição superavitária em seus fluxos de caixa. O processo de alocação
entre esses participantes é realizado pelos intermediários financeiros, assim compreendidos
como bancos, financeiras, fundos de pensão, seguradoras, fundos de investimentos etc.

Quando o investimento de uma unidade económica em activos (máquinas, equipamentos,


casas, prédios, estoques, bens duráveis etc.) excede sua poupança, ou seja, seu superávit de
caixa, para conseguir realizar o investimento previsto essa empresa ou unidade económica
necessitará buscar novos empréstimos e financiamentos no mercado de crédito ou aumento de
capital por meio de aporte dos sócios existentes ou da abertura do capital para novos sócios
no mercado de capitais. Por outro lado, quando ocorre um excesso de poupança em relação
ao investimento, ela adquire activos financeiros (títulos, acções etc.) no mercado monetário.
Estrutura dos mercados financeiros
Uma empresa ou um indivíduo pode conseguir recursos no mercado financeiro de duas
formas:

 Emitir um instrumento de dívida (como um título de crédito ou uma hipoteca) ou


 Emitir títulos de propriedade (como quotas de capital ou acções da empresa).

A forma mais comum é emitir um instrumento de dívida, que é, na realidade, um contrato no


qual o tomador se compromete a pagar juros e amortizar o principal ao emprestador até uma
data específica (data do vencimento). A segunda forma, emissão de títulos de propriedades,
como acções na Bolsa, por exemplo, dão direito ao recebimento de dividendos periódicos
calculados com base em um percentual dos lucros, podendo ser revendidas a qualquer
momento.

A vantagem de possuir acções, no caso de uma sociedade anónima, ou cotas, no caso de uma
empresa constituída sob a forma de cotas de responsabilidade limitada, é que seus portadores
compartilham do aumento da lucratividade e da geração de riqueza da empresa, pois as
acções e as cotas conferem direito de posse aos seus portadores. No entanto, o proprietário de
acções ou cotas tem a desvantagem de não ter nenhuma garantia com relação ao risco do
negócio, incorrendo em risco de crédito da mesma forma que o emprestador de recursos e de
ficar completamente vulnerável às oscilações da lucratividade da empresa.

Além disso, de acordo com a legislação, o ressarcimento das exigibilidades decorrentes da


utilização do capital de terceiros é prioritário em relação aos interesses dos accionistas ou
quotistas.

A vantagem para o emprestador, quando comparado ao sócio, seja ele quotista ou accionista,
de emprestar recursos, são as seguintes:

 As despesas financeiras e o pagamento de principal tem ressarcimento prioritário em


relação ao valor investido pelos proprietários.
 Normalmente os empréstimos estão protegidos por garantias reais e financeiras (como
o fluxo de caixa futuro, numa operação de securitização de recebíveis, aval dos
sócios, fiança, penhor de estoques etc.).
Sistema Financeiro Nacional
Sistema Financeiro Nacional é formado pelo conjunto de instituições, reguladoras e
operacionais e tem por objectivo garantir o fluxo de recursos entre emprestadores e
tomadores de recursos.

Conselho Monetário Nacional (CMN)


O Conselho Monetário Nacional é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro
Nacional. Ao Conselho Monetário Nacional compete:

 Estabelecer as directrizes gerais das políticas monetárias, cambial e creditícia;


 Regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições
financeiras;
 Disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial;
 Autorizar emissões de papel-moeda;
 Aprovar o orçamento monetário preparado pelo Banco Central;
 Fixar directrizes e normas da política cambial;
 Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas de operações creditícias.

Formação da taxa de juros


O bem vendido e comprado no mercado financeiro é o dinheiro. A interacção da demanda e
oferta desses fundos fixa a taxa de juros. Os demandantes são os tomadores de empréstimos e
os ofertantes são aqueles que emprestam ou financiam. A representação gráfica da demanda
(DD) tem inclinação negativa, pois quanto maior a taxa de juros menor será o estímulo para
os tomadores de recursos e, naturalmente, quanto menor a taxa de juros mais estimulados
estarão os tomadores (maior será a quantidade demandada).

Por outro lado, a representação gráfica da oferta (SS) tem inclinação positiva já que, quanto
maior a taxa de juros, maior será o incentivo dos financiadores em emprestar e, quanto menor
a taxa de juros, menor será esse incentivo (menor será a quantidade ofertada). No equilíbrio
de mercado tem-se uma taxa de juros (io ) e um volume de recursos transaccionados (Vo ).

Valor do dinheiro no tempo


Um dos conceitos mais importantes das finanças empresariais, ou mesmo pessoais, diz
respeito à relação entre 1,00 hoje e 1,00 no futuro. O cálculo financeiro estuda o
relacionamento entre valores monetários posicionados em pontos distintos do tempo. Dessa
forma, tem por objectivo analisar operações (transacções) financeiras e/ou comerciais
envolvendo entradas e saídas de caixa (de dinheiro) ocorridas em pontos distintos no tempo.

Existem diferentes formas de como os valores monetários podem estar espalhados ao longo
do tempo (fluxos de caixa). Fluxos de caixa nada mais são do que a diferença entre as
entradas e saídas de caixa efectivadas ao longo do tempo. O cálculo financeiro se propõe a
avaliar fluxos de caixa e, com base nessa avaliação, contribuir para uma tomada racional de
decisão.

Por exemplo, suponhamos uma empresa que analisa a possibilidade de investir 10 milhões
em um projecto que promete gerar 3 milhões por ano durante cinco anos. Trata-se de um
projecto interessante? Como as entradas totalizam 15 milhões e superam a saída de 10
milhões, poderíamos pensar a princípio que sim. No entanto, os 10 milhões são pagos
imediatamente, já as parcelas anuais de 3 milhões serão recebidas no futuro. Além disso, o
pagamento dos 10 milhões é imediato e certo, ao passo que as entradas futuras são apenas
estimativas. Assim sendo, precisamos conhecer a relação entre 1,00 hoje e 1,00
(possivelmente incerto) no futuro.

Conceito de juros, principal e montante


Antes de definirmos os juros, devemos colocar duas proposições:

 Quem empresta dinheiro sacrifica o consumo. Os indivíduos requerem uma


remuneração pela renúncia do consumo hoje (prémio pela espera).
 Quem empresta dinheiro corre o risco de não receber os valores devidos do capital
inicial e juros. Os poupadores requerem uma remuneração pelo risco assumido
(prémio de risco).

A noção de juros decorre do fato de que na sociedade a maioria das pessoas prefere consumir
(bens ou serviços) hoje do que numa data futura, ou seja, há uma preferência temporal em
não adiar o consumo. Dessa forma, postergar uma entrada de caixa (recebimento) por certo
tempo envolve um sacrifício que deve ser pago mediante uma recompensa denominada juros.

Além do prémio pela espera, os juros contemplam também o risco do negócio. Poderíamos
ainda definir juro como sendo a quantia de dinheiro cobrada pelas pessoas e/ou empresas pela
utilização do seu capital por um período (intervalo de tempo) determinado, ou seja, é o preço
do dinheiro.
Sabendo que:

 O principal (P) corresponde ao capital inicial que uma pessoa (física ou jurídica)
empresta para outra durante certo tempo.
 Os juros (J) são a remuneração pelo uso do capital (para o emprestador) ou o custo do
empréstimo (para o tomador), ou seja, os juros geram um lucro (ou ganho) ao
proprietário do capital de forma a compensar a sua privação por determinado período
de tempo.
 O montante (M) corresponde ao valor monetário acumulado após um determinado
período de tempo, resultante de uma operação financeira ou comercial, ou seja, é a
soma do capital inicial (principal) mais os juros auferidos naquele período.

Taxa de juros
A taxa de juros é o coeficiente que determina o valor dos juros, isto é, a remuneração de uma
unidade monetária durante um certo período de tempo. Podemos calcular a taxa de juros i (“i”
do inglês interest, que significa juros) pela relação entre os juros (J) e o principal (P):

i = J / P = (M – P)/P = M/P – 1

Onde:

i = taxa de juros expressa na forma decimal (*).

J = juros acumulados.

P = principal.

M = montante.

(*) O resultado da equação acima é fornecido na forma decimal. Para transformar em


percentagem, basta multiplicar o resultado por 100.

Exemplos: 1. Um capital de 1.000,00 é aplicado durante um mês e gera uma remuneração de


25,00. Qual foi a taxa de juros mensal cobrada na operação?

Solução: i = J / P = 25,00/1.000,00 = 2,5% ao mês.


Mercado de acções
Antes do século XV a negociação de cotas de empresas e outros títulos era feita na rua, de
forma semelhante a qualquer mercado da Idade Média, com muita gritaria e pouco conforto.
A primeira bolsa de valores da história, isto é, um local onde se reunia diversos comerciantes
para a realização de negócios relacionados a participações e cotas em empresas surgiu em
1487, na cidade de Bugres, Bélgica.

Entretanto, a primeira acção comercializada em uma bolsa de valores que se tem registo
pertence a companhia Holandesa das índias orientais e foi negociada em 1602, na bolsa de
Amesterdão. A partir de 1964, segundo as leis da reforma bancária e do mercado de capitais,
as bolsas de valores começaram a assumir as funções que possuem actualmente.

Definição das bolsas de valores

A bolsa de valores é um mercado organizado onde se negociam acções de capital aberto


(publicas ou privadas) e outros instrumentos financeiros com acções e opções.

Características das bolsas de valores

 Os movimentos dos preços dos mercados ou em uma sessão de mercado são


capturados através de índices de bolsas de valores.
 Os preços das acções servem também para indicar o valor de mercado das empresas
cotadas em bolsa. Dessa forma, diversos negócios podem ser realizados entre elas e
com outros investidores.
 A principal função da bolsa de valores é manter transparente e adequado o local para
as negociações de compra e vendas de acções.

Processos de Negociação na Bolsa de Valores


 Comum: realizada entre dois representantes mediante apregoação de viva voz das
características da operação, quantidade e preço, além da intenção de comprar e vender. Após
concluída a transacção é registada no posto de negociação da bolsa.
 Directa: aquela na qual o mesmo operador é, simultaneamente, comprador para um cliente e
vendedor para outro cliente de sua corretora, sendo a apregoação feita por representante da
Bolsa. A operação somente será fechada pelo melhor preço.
 Por leilão: utilizado na venda de grandes lotes de acções.
 Por oferta: realizada entre dois operadores, sendo um deles representado pelo posto de
negociação que recebeu sua oferta de compra ou venda. A operação será fechada, sem a
presença do operador, desde que haja algum interessado.

Títulos Negociados nas Bolsas de Valores

 Acções (títulos nominativos que representam para quem as possui, uma fracção do capital
social de uma empresa);
 Debêntures (são títulos nominativos negociáveis representativos de dividas de médio ou
longo prazo contraída pela companhia perante o credor, neste caso chamado debenturista);
 Commercial Papers (notas promissórias);
 Opções de compra e venda de acções e de índices;
 Quotas de fundos;
 Bónus de subscrição (títulos negociáveis que conferem ao seu proprietário o direito de
subscrever acções do capital social da entidade emissora, nas condições previamente
definidas);
 Recibos de carteira de acções;
 Títulos públicos;
 Certificado de depósitos de acções;

Objectivos das bolsas de valores

a) Manter um local adequado para transacções de títulos e valores mobiliários;


b) Gerir o sistema de registo e liquidação das operações realizadas;
c) Estabelecer sistemas de negociação que assegure a liquidez do mercado;
d) Fiscalizar o cumprimento das disposições legais e aplicar penalidades;
e) Dar ampla divulgação as operações efectuadas no pregão
f) Assegurar garantia pelos títulos e valores negociados

Bolsas de valores de Moçambique

A bolsa de valores de Moçambique é uma entidade que tem por objecto a organização, gestão
e manutenção de um mercado central de valores mobiliários cabendo a ela manter os meios e
sistemas apropriados para o funcionamento de um mercado livre para a transacção dos
valores mobiliários cotados.

O acesso a bolsas de valores de Moçambique pode ser feito em dois mercados distintos: o
mercado de cotações oficiais (destinado a empresas de grande porte), e o segundo mercado
(destinado as pequenas e médias empresas).

Vantagens da bolsa de valores de Moçambique


 Os seus investimentos são geridos dentro dos padrões legal e internacionalmente
reconhecidos.
 As acções negociadas em bolsa beneficiam de 50% de isenção do imposto sobre o
rendimento (IRPC/IRPS), o que obviamente aumenta os ganhos que dai advêm;
 No acto de emissão e da realização de transacções, os valores mobiliários de isenção
do imposto de selo;
 É um instrumento alternativo de financiamento das empresas;
 Custo de financiamento reduzido em relação ao crédito bancário (emissão de acções,
obrigações, papel comercial, entre outros);
 É um meio de acesso a financiamentos internacionais através de mobilização de
investidores internacionais;
 Incentiva a canalização da poupança para o investimento produtivo, pois a
rendibilidade é potencialmente mais alta que nos depósitos a prazo;
 Permite o conhecimento do valor das empresas através do estabelecimento e um preço
de mercado

Formas de financiamento oferecidas pela bolsa de valores de Moçambique


O financiamento do estado através do mercado:

 Empréstimos obrigacionistas (obrigações do tesouro);


 Privatizações (venda de participações do estado nas empresas);

O financiamento das empresas através do mercado:

 Recurso ao crédito;
 Empréstimos obrigacionistas (obrigações privadas);
 Papel comercial;
 Título de participação;
 Realização de capital;
 Emissão de novas acções;
 Mercado secundário (valorização).

Algumas das principais bolsas de valores


 North American securities dealers automated quotation system (NASDAQ) EUA.
 Euro next Lisbon (PSI20) Portugal
 Euros next Amsterdam (AEX) Paises baixos
 Euro next Paris (França)
 Luxemburg stock exchange (LuxX)
 Bombay stock exchange limited (India)
 New York stock exchange (EUA)
 Bolsa de valores minas – Espírito santo Brasília
 Bolsa de valores de são Paulo – Brasil
 London stock Exchange (LSE) Reino unido
 Frankfurter wertpierbose (Alemanha)
 Bolsa de valores de Colombia
 Bolsa de valores de Mexico
 Moscov Interbank currency Exchange (Russia).
Conclusão
Da análise feita sobre as instituições financeiras em Moçambique constatamos que,
Moçambique como a maioria dos países em vias de desenvolvimento tem o sistema
financeiro pouco desenvolvido, poucos operadores e instrumentos financeiros para suportar a
actividade económica. Os operadores financeiros principais, no sistema moçambicano, são os
bancos comerciais e, portanto, a estabilidade deste sistema depende crucialmente do
funcionamento eficiente e eficaz dos bancos comerciais. As crises do passado demonstraram
que a eficiência de um banco comercial pode ameaçar a estabilidade do sistema financeiro.

Na verdade o mercado Financeiro opera administrando um equilíbrio delicado entre moedas,


prazos e taxas negociados para os capitais que capta (passivos) e para os que aplica (activos)
no mercado, respeitando os critérios e normas estabelecidos pelas agências
reguladoras/supervisoras de cada mercado onde actue. Um complicador para a governança do
Sistema Financeiro é a taxa de alavancagem entre os passivos e activos da Instituição
Financeira, a qual exige um contínuo monitoramento, e pode levar a eventuais intervenções
pelas agências reguladoras ou supervisoras, visando administrar o risco sistémico.
Referências Bibliograficas
1. Abreu, M. et all. (2012), Economia Monetária e Financeira

2. FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade de Instituições Financeiras. 1ª ed. Rio de


Janeiro: Ferreira, 2005
3. FILGUEIRAS, Cláudio. Manual de Contabilidade Bancária. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006
4. MAXIMIANO, Antonio Cezar Amaru. Teoria Geral da Administração: Da
Revolução Urbana à Revolução Digital. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2005
5. NETO, Alexandre Assaf. Mercado Financeiro. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2005
6. NIYAMA, Jorge Katsumi; GOMES, Amaro L. Oliveira. Contabilidade de
Instituições Financeiras. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.
7. http://pt.scribd.com/doc/56709340/Sistema-Financeiro-em-Mocambique. Acesso em
14 de Abril de 2017, pelas 10h:20min.

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