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2ª PROVA DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTO DE

CONTABILIDADE BANCÁRIA I

Cap. III

1. Quais são os principais objectivos da regulamentação bancária prudencial?


R: Os principais objectivos da regulamentação bancária prudencial são:
a) Estabilidade do sistema financeiro, assegurando que as instituições de crédito
apresentam, a todo o tempo, níveis adequados de liquidez, solvabilidade e
solidez;
b) Protecção dos utilizadores do sistema (depositantes e investidores);
c) Orientação da actividade financeira para a realização eficaz dos objectivos de
política económica, em especial a política monetária.

2. Que domínios abrangem as principais regras bancárias prudenciais?


R: As principais regras bancárias prudenciais abrangem os seguintes domínios:
1. Capital Social e Critérios de Autorização;
2. Fundos Próprios Regulamentares;
3. Constituição de Provisões;
4. Governação Corporativa e Sistema de Controlo Interno;
5. Princípios de Governação dos Riscos;
6. Limites Prudenciais aos grandes riscos;
7. Composição do Património das Instituições Financeiras.

3. Do que resulta e como se destina a Constituição de Provisões?


R: A Constituição de Provisões resulta de um princípio da contabilidade geralmente
aceite, o princípio da prudência, que estabelece que as contas devem integrar um grau
de precaução por estimativas realizadas em condições de incerteza, não permitindo,
contudo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas ou, ainda, a quantificação
inadequada de activos e proveitos ou de passivos e custos.
A constituição de provisões destina-se a fazer face a perdas esperadas ou à cobertura de
riscos potenciais, mas contudo elas devem estar dimensionadas aos valores em risco.

4. Qual é o objectivo da Governação Corporativa e Sistema de Controlo Interno?


R: Ao adoptarem boas práticas de Governação Corporativa, as organizações procuram
demonstrar que as administrações se comprometem com a transparência, a prestação de
contas, a equidade e responsabilidade socio-ambiental, suportadas pela utilização de
ferramentas de monitoramento que alinham o comportamento dos administradores ao
interesse dos accionistas e da Sociedade.
O Sistema de Controlo Interno tem por objectivo:
a) A continuidade do negócio e a sobrevivência das instituições através da eficiente
afectação dos recursos e execução das operações, do controlo dos riscos, da
prudente avaliação de activos e responsabilidades, e da segurança e controlo de
acessos nos sistemas de informação e comunicação;

b) A existência de informação contabilística e de gestão, de natureza financeira e


não financeira, completa, fiável e tempestiva, que suporte a tomada de decisão e
os processos de controlo; e

c) O cumprimento das disposições legais, das directrizes internas e das regras


deontológicas e de conduta no relacionamento com os clientes, as contrapartes
das operações, os accionistas e os supervisores.

5. Em que é que a existência de um conjunto de regulamentos e regras implica?


R: A existência de um conjunto de regulamentos e regras implica o controlo da sua
observância pelas instituições financeiras de forma a garantir a confiança no sistema
financeiro.

6. Descreva os mecanismos de supervisão, bem como os objectivos do Fundo de


Garantia de Depósitos.
R: Existem basicamente três tipos de mecanismos de Supervisão supervisão que que
permitem o exercício da actividade de supervisão:
a) Mecanismos de prevenção, que visam garantir a estabilidade do sistema.
b) Mecanismos de suporte, que visam fazer face a dificuldades financeiras das
instituições financeiras;
c) Mecanismos de repressão, que visam penalizar a infracção.
Os objectivos do Fundo de Garantia de Depósitos são:
a) Reforçar a estabilidade do sistema financeiro e dos sistemas de pagamento
(prevenindo os efeitos nefastos de eventuais corridas aos bancos).
b) Proteger os interesses dos depositantes, sobretudo dos pequenos, que têm maior
dificuldade de avaliar o risco das instituições de crédito.

7. Quais são e em que consistem os pilares sobre os quais se ergue o Basileia II?
R: Os 3 pilares são: (i) Capital (guardar); (ii) Supervisão (fiscalizar); e (iii)
Transparência e Disciplina de Mercado (divulgação de dados).
Os três pilares sobre os quais se ergue o Basileia ll consistem no seguinte:
i. Determinação dos requisitos mínimos de fundos próprios para a cobertura dos
riscos de crédito, de mercado e operacional;
ii. Convergência das políticas e práticas de supervisão (que podem originar a
fixação de requisitos mínimos diferenciados, em função dos perfis de risco ou
da solidez dos sistemas de gestão e controlo interno das instituições); e
iii. Prestação de informação ao mercado e ao público em geral, de modo a
assegurar maior transparência sobre a situação financeira e a solvabilidade das
instituições.

8. O que é o Risco de Crédito?


R: É conhecido como o risco da contraparte não honrar os seus pagamentos ou
compromissos financeiros com as instituições financeiras ou credores das operações de
crédito.

9. O que é o Risco de Liquidez?


R: O risco de liquidez resulta de duas causas: uma associada aos passivos e outra
associada aos activos. Há risco de liquidez sempre que os titulares de passivos de uma
instituição financeira, como depositantes ou segurados de uma companhia de seguros,
exigem moeda a vista em troca de seus direitos financeiros.

10. O que é o Risco de Mercado?


R: Risco de mercado existe quando ocorrem movimentos desfavoráveis no preço de
mercado dos instrumentos da carteira de negociação (flutuações desfavoráveis nas
cotações de mercado de títulos do preço de mercadorias, das taxas de juro e das taxas de
câmbio). Derivam daí os riscos de taxa de juro e de taxa de câmbio.

11. O que é o Risco Operacional?


R: O risco operacional é o risco de perdas (directas ou indirectas) determinadas por
erros de três segmentos: pessoas, processo e tecnologia.

Cap.IV

12. Qual é o objectivo do CONTIF?


R: O CONTIF tem por objectivo uniformizar os registos contabilísticos, sistematizar os
procedimentos e critérios de registo, estabelecer regras para divulgação de informações,
tudo em consonância com as melhores práticas internacionais.
Além disso, o CONTIF visa racionalizar e padronizar a utilização de contas, de modo a
possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro, particularmente no que se refere à
análise, avaliação do desempenho e controlo das actividades desenvolvidas pelas instituições
sob supervisão do Banco Nacional de Angola (BNA).
13. Descreva a relevância da contabilidade bancária na óptica da sua
complementaridade.
R: Nisto releva-se a importância da Contabilidade Bancária como instrumento para
acompanhamento da actividade de uma instituição bancária, e que pela sua
especificidade assume os dois seguintes tipos complementares de interesse:
a) Do ponto de vista interno, de gestão, a contabilidade bancária permite, de
acordo com determinadas regras e procedimentos, acompanhar a actividade
do banco em termos de conhecimento da sua situação patrimonial (liquidez,
solvabilidade, compatibilização dos fundos próprios), resultados de
exploração, etc.
b) Do ponto de vista macroeconómico, a contabilidade bancária produz
informação cujo interesse para a condução da política económica é
indiscutível, quer ao nível da política monetária (reservas obrigatórias,
redesconto, crédito) e quer ao nível da política cambial (taxa de câmbio,
disponibilidades sobre o exterior).

14. Qual é o objectivo das demonstrações financeiras apresentadas em IFRS?


R: O principal objectivo das demonstrações financeiras em IFRS é dar informações
sobre a posição financeira, os resultados e as mudanças na posição financeira de uma
entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários (investidores, empregados,
fornecedores, clientes, instituições financeiras ou governamentais, agências de notação e
público) nas suas tomadas de decisão.

15. Quais são os critérios valorimétricos previstos no CONTIF?


R: Assim para a mensuração dos actos e factos administrativos, n âmbito do CONTIF
são elegíveis os seguintes critérios valorimétricos:
1. Custo Histórico
Os activos são registados pela quantia de dinheiro, ou equivalentes de dinheiro pago ou
pelo justo valor da retribuição dada para os adquirir no momento da sua aquisição.
2. Custo Amortizado
Quantia pela qual o activo ou passivo financeiro é mensurado no reconhecimento
inicial.
3. Justo Valor (fair value)
Quantia pela qual um activo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes
conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamento
entre elas.
4. Imparidade (Impairment)
Impairment ou imparidade no crédito é definido como a probabilidade dos cash-Flows
(capital e juros) não serem recebidos nos montantes e nas datas previstas
contratualmente (inclui qualquer tipo de renegociação); medição do impairment com
base no valor actual dos futuros (esperados) cash-flows e no justo valor do colateral.

16. Quais as normas contabilísticas previstas no CONTIF?


R:
a) A criação e alteração de contas é da competência exclusiva do Banco
Nacional de Angola, sendo vedado às instituições modificar qualquer
elemento constitutivo de conta padronizada, ou seja, código,
denominação, função e sequência de apresentação.
b) A instituição pode utilizar contas de uso interno ou desdobrar as contas
de uso oficial, por exigência do BNA ou em função das suas
necessidades de controlo interno e de gestão, devendo, em qualquer
hipótese, convertê-las para o sistema padronizado e respeitar o conteúdo
da conta principal.
c) A existência de títulos contabilísticos no CONTIF não pressupõe a
permissão para a prática de operações ou serviços vedados por lei,
norma, regulamento ou acto administrativo ou dependente de prévia
autorização do Banco Nacional de Angola.
d) O registo da movimentação contabilística deve ser efetuado, no mínimo,
no nível da conta.
e) As contas de natureza credora, como as dos passivo e de proveitos, são
apresentadas com o sinal negativo "(-)". As contas de natureza devedora,
como as do activo e de custos, são apresentadas sem sinal (a indicação do
sinal positivo "(+)" é dispensada).

17. Quais são os princípios gerais previstos no CONTIF e em que consistem?


R:
1) Princípio da Entidade
Reconhece o património como objeto da Contabilidade e afirma autonomia patrimonial,
independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade
ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.
2) Princípio da Continuidade
Presume-se que a instituição irá operar por tempo indeterminado, não tendo intenção
nem necessidade de entrar em liquidação ou de reduzir significativamente a sua
actividade, até que surjam fortes evidências em contrário.
3) Princípio da Especialização ou do Acréscimo das Operações
Os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos
independentemente do seu recebimento ou pagamento, sendo incluídos nas
demonstrações financeiras dos períodos a que se referirem.
4) Principio da Consistência ou Uniformidade
Os critérios e procedimentos contabilísticos não podem ser modificados de um exercício
para o outro, expecto quando determinados pelo BNA ou definidos pela instituição com
o objectivo de aprimorar o processo de registo ou avaliação das suas operações.

5) Princípio da Prudência ou do Conservadorismo


As contas devem integrar um grau de precaução por estimativas realizadas em
condições de incerteza, não permitindo, contudo, a criação de reservas ocultas ou
provisões excessivas ou, ainda, a quantificação inadequada de activos e proveitos ou de
passivos e custos.

18. Quais são as características requeridas nas demonstrações contabilísticas?


R: Além dos princípios contabilísticos, as instituições devem atribuir características
qualitativas das demonstrações contabilísticas, de forma a proporcionar informações
úteis à tomada de decisão. As características qualitativas requeridas nas demonstrações
contabilísticas são as seguintes:
a) Substância sobre a forma: as operações devem ser contabilizadas
atendendo à sua substância económica e realidade financeira e não
apenas à sua forma legal;
b) Materialidade e Relevância: as demonstrações financeiras devem
evidenciar todos os elementos que sejam materiais e que possam afectar
avaliações ou decisões de terceiros, inclusive eventual mudança de
política contabilística que tenha efeitos materialmente relevantes nos
exercícios sociais subsequentes;
c) Correspondência de balanços consecutivos: os saldos de abertura do
balanço de um exercício devem ser iguais aos saldos de encerramento
constantes do exercício precedente;
d) Não compensação de saldos: os elementos do activo e do passivo
devem ser valorizados separadamente, não sendo permitidas quaisquer
compensações entre os saldos devedores e credores, inclusive das contas
de resultado, com excepção das compensações relativas às operações
interdepartamentais ou interdependências, ou outras definidas pelo
Banco Nacional de Angola;
e) Denominador comum monetário: as demonstrações financeiras, sem
prejuízo dos registos detalhados de natureza quantitativa, serão expressas
em moeda nacional a valores da data de referência.

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