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DEFINIÇÃO

Funcionamento das contas. Técnica de escrituração contábil. Balancete de verificação.


Demonstrações contábeis simplificadas.

PROPÓSITO
Apresentar os conceitos essenciais ao entendimento da técnica contábil, bem como o processo
de reconhecimento e mensuração contábil de eventos econômicos e o levantamento de
demonstrações contábeis simplificadas.

OBJETIVOS
MÓDULO 1

Definir a Contabilidade e seus objetivos

MÓDULO 2

Identificar a natureza e a dinâmica de funcionamento das contas: a equação fundamental da


Contabilidade

MÓDULO 3

Descrever a escrituração contábil e os livros contábeis obrigatórios

MÓDULO 4

Esquematizar o balancete de verificação e as demonstrações contábeis simplificadas

INTRODUÇÃO

O QUE VEREMOS NESTE TEMA?


Estabeleceremos os propósitos e fundamentos da Contabilidade.

Falaremos, de maneira específica, sobre a dinâmica contábil fundamentada na relação entre


origens e aplicações de recursos.
Abordaremos a escrituração contábil (registro da natureza de todos os fatos que ocorrem na
empresa) e as demonstrações contábeis simplificadas.

MÓDULO 1

 Definir a Contabilidade e seus objetivos


CONTABILIDADE: PROPÓSITO E
FUNDAMENTOS

1. OBJETIVO, USUÁRIOS E TIPOS

A Contabilidade é o processo sistemático de medir a atividade econômica de uma empresa e


fornecer informações úteis para subsidiar a tomada de decisões econômicas.

Qual é o objetivo da Contabilidade?

Ele é tríplice:

Registrar ou traduzir os eventos econômicos para uma linguagem universal;

Mensurar ou atribuir valor aos eventos econômicos traduzidos;

Divulgá-los ou apresentá-los aos usuários da informação contábil.

SEJAM ELES COMPLEXOS OU TRIVIAIS, ESSES


EVENTOS SÃO PROCESSADOS, REDUZIDOS ÀS SUAS
PARTES ELEMENTARES E ORDENADOS DE FORMA
LÓGICA.

Periodicamente, essas informações são resumidas em relatórios contábeis que contêm as


variações de riqueza ao longo do tempo. Eles podem ser utilizados pelos usuários para
compreender a situação financeira da empresa e subsidiar a tomada de decisões.

Eventos econômicos


Processo da contabilidade financeira


Demonstrações contábeis


Eventos econômicos

MAS QUEM SÃO OS USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO


CONTÁBIL?
Elaborado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), o documento CPC 00 - estrutura
conceitual para relatório financeiro é claro ao defini-los como provedores de financiamento para
a entidade. Esses usuários, portanto, são exaustivamente citados no documento em questão
como investidores e credores existentes e em potencial.

Fonte: (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2019, p. 1, 2)

Além disso, o CPC versa sobre a condição secundária de outros usuários, como os
reguladores e o público em geral, em relação a investidores e credores:

OUTRAS PARTES, COMO REGULADORES E O


PÚBLICO EM GERAL, QUE NÃO INVESTIDORES,
CREDORES POR EMPRÉSTIMOS E OUTROS
CREDORES, PODEM TAMBÉM CONSIDERAR
RELATÓRIOS FINANCEIROS PARA FINS GERAIS
ÚTEIS. CONTUDO, ESSES RELATÓRIOS NÃO SÃO
DIRECIONADOS ESSENCIALMENTE A ESSES OUTROS
GRUPOS.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2019, p. 1.

Ainda que a divulgação da informação contábil esteja voltada a provedores de financiamento


para a entidade, como investidores e credores, sua utilização como elemento de apoio à
tomada de decisão não se limita a esses grupos.

Com isso em mente, elencaremos agora os principais usuários da informação contábil e suas
necessidades de informação:

Usuários Necessidade de informação

Retorno sobre o capital investido; potencial de crescimento do valor


Investidores
econômico da entidade.

Segurança no emprego; parcela da riqueza gerada direcionada aos


Empregados
empregados em comparação com os proprietários.

Capacidade de pagamento de principal e juros; garantias disponíveis


Credores
em caso de inadimplência.

Risco de crédito da organização; prazo de pagamento de


Fornecedores
fornecedores.

Segurança na oferta de suprimentos e serviços; capacidade de


Clientes
continuidade da empresa.

Governo Recolhimento de impostos.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

Fonte: (BRITTON; WATERSTON, 2006)


UM TIPO ADICIONAL DE USUÁRIO DA INFORMAÇÃO
CONTÁBIL É REPRESENTADO PELOS
ADMINISTRADORES DA ENTIDADE.

Contudo, a administração não precisa se basear em relatórios financeiros para fins gerais, pois
ela pode obter internamente as informações financeiras de que necessita, podendo recorrer,
inclusive, a análises gerenciais sob diferentes cenários e pressupostos que não se limitem às
regras estritas da contabilidade financeira.

Fonte: Chaosamran_Studio/Shutterstock

2. TIPOS DE CONTABILIDADE

Essa divisão é um arranjo criado para contextualizar as diversas aplicações do setor,


constituindo, assim, um misto de doutrina e pronunciamentos.

Há quatro tipos de aplicações da Contabilidade:

CONTABILIDADE FINANCEIRA
CONTABILIDADE PÚBLICA
CONTABILIDADE GERENCIAL
CONTABILIDADE FISCAL

CONTABILIDADE FINANCEIRA

Objeto de nosso material de estudo, a contabilidade financeira segue estritamente os


pronunciamentos, sendo a responsável pela principal fonte de informações das empresas
comerciais aos usuários externos.

CONTABILIDADE PÚBLICA

Segue uma lógica similar à da contabilidade financeira, mas aplica-se aos entes públicos, como
a união, os estados e os municípios.

CONTABILIDADE GERENCIAL

Trata-se de uma versão das contabilidades financeira e pública – sobretudo, a primeira –


voltada para usuários internos, não estando limitada às leis ou a outros regulamentos
vinculantes. É uma reelaboração das informações contábeis originadas nessas duas
contabilidades sob cenários e pressupostos definidos pela administração.

CONTABILIDADE FISCAL

Ajuste aplicado na contabilidade financeira com o propósito de transformar o resultado contábil


em fiscal, o que representa o fato gerador e a base de cálculo de tributos sobre o lucro, como o
imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro líquido.
Neste vídeo, um especialista contextualiza os conceitos apresentados até o momento.

3. BASE NORMATIVA DA CONTABILIDADE


Seus princípios representam a essência de doutrinas e teorias relativas à Contabilidade de
acordo com o entendimento predominante nos universos científico e profissional. Tais
princípios regem o fenômeno contábil e devem ser observados pelas entidades na aplicação da
contabilidade financeira.

No Brasil, os princípios de contabilidade são definidos pelo Comitê de Pronunciamentos


Contábeis (CPC) desde que houve a decisão de convergi-los aos padrões contábeis
internacionais por meio da Lei nº 11.638/17. A partir daí, o comitê foi o encarregado de realizar
a transição dos padrões contábeis emitidos pelo International Accounting Standards Board
(IASB) para o ambiente doméstico.

Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo:

[...] O ESTUDO, O PREPARO E A EMISSÃO DE


DOCUMENTOS TÉCNICOS SOBRE PROCEDIMENTOS
DE CONTABILIDADE E A DIVULGAÇÃO DE
INFORMAÇÕES DESSA NATUREZA PARA PERMITIR A
EMISSÃO DE NORMAS PELA ENTIDADE
REGULADORA BRASILEIRA, VISANDO À
CENTRALIZAÇÃO E À UNIFORMIZAÇÃO DO SEU
PROCESSO DE PRODUÇÃO, LEVANDO SEMPRE EM
CONTA A CONVERGÊNCIA DA CONTABILIDADE
BRASILEIRA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2005

O CPC possui quatorze membros: cada uma das sete entidades que o formam pode nomear
dois deles. Além desse contingente, são convidados a participar representantes de outras
entidades privadas e de reguladores do mercado financeiro.

SETE ENTIDADES

Associação de Companhias Abertas (Abrasca); Associação dos Analistas e Profissionais


de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional); Brasil, Bolsa, Balcão (B3);
Conselho Federal de Contabilidade (CFC); Instituto dos Auditores Independentes do
Brasil (Ibracon); Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras
(Fipecafi); e entidades representativas de investidores do mercado de capitais.]

EM 4 DE OUTUBRO DE 2016, O CFC REVOGOU DUAS


RESOLUÇÕES (AS DE Nº 750/93 E 1282/10) QUE
ESTABELECIAM OS ENUNCIADOS DOS PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE.

A partir daí, a referência para a elaboração de padrões contábeis passou a ser a estabelecida
no CPC 00 - estrutura conceitual para relatório financeiro.

Produtos elaborados pelo CPC, os pronunciamentos técnicos, as orientações e as


interpretações não têm valor normativo, pois o comitê não tem competência legal para tal.

Isso garante que:

A divulgação financeira será relevante para os investidores;

Os requisitos de reconhecimento e de mensuração serão baseados nas características


qualitativas da informação contábil.

Dessa forma, para que eles se tornem obrigatórios, é necessário que os reguladores, que
detêm a competência normativa, os referendem por meio de atos normativos.

 EXEMPLO

Para que os Comitês de Pronunciamento Contábil (CPCs) se tornem obrigatórios para as


sociedades anônimas de capital aberto, a Comissão de Valores Mobiliários precisa referendá-
los. No caso das instituições financeiras, é o Conselho Monetário Nacional

De maneira geral, os reguladores referendam os pronunciamentos assim que o CPC os emite.

EXCEÇÃO
A única exceção é o CMN. Este conselho referendou poucos pronunciamentos para o Sistema
Financeiro Nacional, como, por exemplo, o IFRS 9 (CPC 48), que trata de instrumentos
financeiros.

O profundo efeito desse pronunciamento nas instituições financeiras e o risco que uma
convergência precipitada poderia trazer para a estabilidade financeira levaram o CMN e o
Banco Central a estabelecerem um cronograma de convergência que estimasse os impactos
dessa norma no sistema financeiro.

Fonte: Jo Galvao/Shutterstock

 SAIBA MAIS

Mesmo emitido pelo CPC no final de 2016 e em vigor para as demais entidades a partir de
janeiro de 2018, o IFRS 9 (CPC 48) não foi referendado pelo CMN até o primeiro semestre de
2020.

Além dos CPCs, as entidades comerciais que atuam no Brasil estão sujeitas a outras normas
que afetam a contabilidade financeira, como, por exemplo, a Lei nº 6.404/76 (Lei das
Sociedades Anônimas).
Profundamente alterada pela Lei nº 11.638/07, que instituiu a obrigatoriedade da convergência
às normas internacionais de Contabilidade, a Lei das Sociedades Anônimas aplica-se a:

Fonte: Friends Stock/Shutterstock

Sociedades por ações de capital aberto ou fechado.

Fonte: canadastock/Shutterstock

Empresas de grande porte, ainda que elas sejam constituídas na forma de sociedade de
capital limitado.
EMPRESAS DE GRANDE PORTE

São consideradas empresas limitadas de grande porte as que possuem um ativo total
superior a R$240 milhões ou uma receita bruta anual acima de R$300 milhões.

A adoção das normas internacionais de Contabilidade fundiu os CPCs à base normativa


aplicável às empresas comerciais.

Sendo assim, o que existe hoje em dia são leis comerciais combinadas com os CPCs.

As organizações estão sujeitas à normatização emitida pelas próprias autoridades regulatórias


do setor econômico em que atuam.

4. PRESSUPOSTOS BÁSICOS

Os pressupostos básicos da informação contábil representam o ponto de partida de qualquer


desenvolvimento contábil, já que eles constituem a base dos critérios de reconhecimento e
mensuração dos fenômenos econômicos.

Esses pressupostos são:

CONTINUIDADE
Pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro; portanto, a mensuração e a
apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta tal circunstância. Decorre deste
pressuposto que a entidade contábil continuará funcionando por tempo suficiente para cumprir
seus compromissos existentes;

REGIME DE COMPETÊNCIA
Determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a
que se referem independentemente de recebimento ou pagamento. Em oposição ao regime de
caixa, o de competência desconsidera o efetivo recebimento e pagamento como determinantes
do período ao qual as receitas e as despesas se referem. Seu pressuposto define o regime de
apropriação de receitas e despesas da Contabilidade – e é a construção contábil mais
relevante.

Tendo por alicerce esses pressupostos básicos, o CPC (2019) afirma que o objetivo das
demonstrações financeiras é fornecer informações financeiras úteis para investidores e
credores atuais e potenciais na tomada de decisões sobre o fornecimento de recursos para a
entidade.

Tais decisões podem envolver:

Compra, venda ou manutenção de instrumento de patrimônio e de dívida.


Concessão ou liquidação de empréstimos ou outras formas de crédito.

Exercício de direito de votar ou influenciar de outro modo os atos da administração que afetam
o uso dos recursos econômicos da entidade.

Para que sejam úteis, as informações apresentadas devem ser relevantes e representar
fielmente o que dizem representar. Por isso, a relevância e a representação fidedigna são
características qualitativas fundamentais da informação contábil útil.
RELEVÂNCIA

É considerada relevante a informação útil, compreensível, oportuna e pertinente para


uma tomada de decisão eficaz.

REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA

Informação completa, neutra e isenta de erros que representa a essência dos fenômenos
econômicos.

A relevância e a representação fidedigna devem estar capacitadas, seja por seu valor preditivo
ou confirmatório, para fazer a diferença nas decisões tomadas.

5. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA
INFORMAÇÃO CONTÁBIL

Além das características qualitativas fundamentais da informação contábil, o CPC(2019) elenca


outras qualitativas de melhoria que ampliam o seu escopo, sendo capazes de fornecer uma
representação fidedigna:

Características
qualitativas de Definição
melhoria

Comparabilidade Permite aos usuários a comparação entre as entidades, assim


como aquela realizada em uma mesma entidade em períodos
distintos, possibilitando a identificação e a compreensão de
similaridades e diferenças entre itens.
Ajuda a garantir aos usuários que as informações representem
de forma fidedigna os fenômenos econômicos que pretendem
representar. Verificabilidade significa que diferentes
Verificabilidade
observadores bem informados e independentes podem chegar
a um consenso de que uma representação específica é
fidedigna.

Significa disponibilizar informações aos tomadores de decisões


Tempestividade
a tempo para elas serem capazes de influenciar suas decisões.

Decorre da adequada classificação, caracterização e


Compreensibilidade
apresentação de informações de modo claro e conciso.

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O desafio do preparador da informação contábil é:

MAXIMIZAR AS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE


MELHORIA TENDO EM MENTE O OBJETIVO DE
PRODUZIR UMA INFORMAÇÃO ÚTIL. O EXERCÍCIO
QUE ELE NÃO PODE EVITAR É A BUSCA CONSTANTE
DE UM EQUILÍBRIO ENTRE AS DIVERSAS
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA AMPLIAM E
REFORÇAM O ALCANCE DAQUELAS CONSIDERADAS FUNDAMENTAIS
PARA A INFORMAÇÃO CONTÁBIL ÚTIL. QUAL DESSAS
CARACTERÍSTICAS PERMITE AOS USUÁRIOS IDENTIFICAR E
COMPREENDER SIMILARIDADES E DIFERENÇAS ENTRE ITENS?

A) Verificabilidade

B) Comparabilidade

C) Tempestividade

D) Compreensibilidade

2. A CONTABILIDADE APRESENTA PRESSUPOSTOS BÁSICOS QUE


REPRESENTAM TANTO OS FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA CONTÁBIL
QUANTO AS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS DA
INFORMAÇÃO CONTÁBIL ÚTIL. ESSES DOIS CONCEITOS SE
RELACIONAM E CRIAM AS CONDIÇÕES PARA QUE ELA CUMPRA SEU
OBJETIVO. ENTRE AS ALTERNATIVAS ABAIXO, ASSINALE A QUE
REPRESENTA OS PRESSUPOSTOS BÁSICOS.

A) Regime de competência

B) Relevância

C) Verificabilidade

D) Representação fidedigna

GABARITO

1. As características qualitativas de melhoria ampliam e reforçam o alcance daquelas


consideradas fundamentais para a informação contábil útil. Qual dessas características
permite aos usuários identificar e compreender similaridades e diferenças entre itens?

A alternativa "B " está correta.


As decisões dos usuários envolvem a escolha entre investir em uma ou outra entidade.
Consequentemente, as informações serão mais úteis se puderem ser comparadas entre as
entidades ou em uma mesma entidade em dois períodos diferentes.

2. A Contabilidade apresenta pressupostos básicos que representam tanto os


fundamentos da ciência contábil quanto as características qualitativas fundamentais da
informação contábil útil. Esses dois conceitos se relacionam e criam as condições para
que ela cumpra seu objetivo. Entre as alternativas abaixo, assinale a que representa os
pressupostos básicos.

A alternativa "A " está correta.

O regime de competência e a continuidade são dois pressupostos básicos da Contabilidade. A


relevância, a representação fidedigna e a verificabilidade, no entanto, constituem
características qualitativas fundamentais da informação contábil.

MÓDULO 2

 Identificar a natureza e a dinâmica de funcionamento das contas: a equação fundamental


da Contabilidade

DINÂMICA CONTÁBIL

1. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

A dinâmica contábil é fundamentada na relação entre origens e aplicações de recursos. De


maneira bem simples:

A origem

Indica a procedência deles.



As aplicações

Definem para onde eles vão.

COMO O SISTEMA CONTÁBIL É FECHADO, TODA


ORIGEM IMPLICA UMA APLICAÇÃO, ASSIM COMO
TODA APLICAÇÃO EXIGE UMA ORIGEM.

As origens de recursos derivam de:

Sócios e credores

Ambos representam os provedores de financiamento para a entidade.

Atividade operacional

Ela representa os fluxos de caixa orgânicos gerados pela empresa.

Os sócios

Aportam recursos sem direito de regresso contra a entidade, ou seja, eles não poderão exigir a
devolução dos que forem aportados.


Os credores

Fazem isso na forma de crédito, possuindo uma previsão de reembolso desses recursos por
parte da entidade. .

São exemplos de origens:

Origens Reconhecimento
Sócios Capital social (também denominado capital próprio).

Capital de terceiros: operações de crédito contratadas pela empresa e


Credores títulos de dívida (debêntures, notas promissórias e outros) emitidos pela
entidade.

Receitas
Fluxos de caixa operacionais decorrentes da atividade operacional da
de
entidade.
vendas

Receitas
Fluxos de caixa operacionais decorrentes da atividade operacional da
de
entidade.
serviços

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As aplicações representam a destinação das origens. Tal destinação se dá por meio da


inversão desses recursos em:

1. Bens ou direitos;

2. Gastos voltados para a manutenção da atividade operacional da entidade e a consequente


geração de fluxos de caixa.

Aplicações Reconhecimento

Bens
Dinheiro, estoques, máquinas e equipamentos, veículos e instalações.
tangíveis

Bens
Patentes, marcas, softwares e direitos autorais.
intangíveis

Contas e receber, operações de crédito, aplicações financeiras e


Direitos
contas bancárias.
Despesas Gastos necessários para a geração de receitas e a manutenção da
atividade operacional da empresa.

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2. CONTAS E PLANOS DE CONTAS

O passo seguinte na compreensão da dinâmica contábil é o entendimento das contas ou


rubricas contábeis. Elas são os elementos que refletem a tradução do evento econômico e
acumulam os valores de sua mensuração.

As contas ou rubricas contábeis serão sensibilizadas quantitativamente quando os eventos


econômicos forem processados contabilmente.

DESSA FORMA, É FUNDAMENTAL UMA ENTIDADE


POSSUIR TANTAS CONTAS QUANTAS FOREM
NECESSÁRIAS PARA EXPRESSAR SEU UNIVERSO DE
POSSIBILIDADES DE EVENTOS ECONÔMICOS. ESSE
CONJUNTO DE CONTAS É CHAMADO DE PLANO DE
CONTAS.
O QUE É UM PLANO DE CONTAS?

Trata-se do conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplina o uso das contas contábeis e
uniformiza seus registros. Ele descreve a função e o uso de cada conta da empresa,
estruturando e organizando, desse modo, a contabilidade dela.

As contas se agrupam em dois tipos distintos

a) Contas patrimoniais:

ATIVO
Recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual são
esperados benefícios econômicos para ela.

PASSIVO
Obrigação presente da entidade derivada de eventos já ocorridos cuja liquidação se espera
que resulte na saída de recursos.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)


Valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

b) Contas de resultado

RECEITA
Consequência de um aumento do ativo ou de uma redução do passivo.

DESPESA
Consequência de uma redução do ativo ou de um aumento do passivo.

Veremos a seguir um exemplo de conta:


Título da conta Código

Data Operações Débito Crédito D/C Saldo

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CONFORME FRISAMOS, UM SISTEMA CONTÁBIL


POSSUIRÁ TANTAS CONTAS QUANTAS FOREM
NECESSÁRIAS PARA RECONHECER OS EVENTOS
ECONÔMICOS PRATICADOS PELA ENTIDADE.

Verificaremos a seguir um exemplo de plano de conta:

Plano de contas

Conta Código

Ativo 100

Caixa 101

Aplicações financeiras 102

Contas a receber 103

Estoques 104
Plano de contas

Máquinas e equipamentos 105

Instalações 106

Veículos 107

Passivo 400

Fornecedores 401

Empréstimos e financiamentos 402

Títulos a pagar 403

Patrimônio líquido 600

Capital social 601

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3. NATUREZA DAS CONTAS E EQUAÇÃO


FUNDAMENTAL DA CONTABILIDADE

Conectando os conceitos de origens e aplicações de recursos com os tipos de contas, notamos


a seguinte constituição:

Aplicações de recursos

Aplicações de recursos correspondem ao termo latino debere, que era utilizado na Idade Média
para abreviar a expressão “deve sua existência”. Dessa forma, as aplicações de recursos (ou
ativos e despesas) apresentam uma natureza devedora.


Origens de recursos

As origens de recursos correspondem ao latim credere, que era empregado na mesma época
como uma abreviação da sentença “à confiança de”. Dessa maneira, as origens de recursos
(ou passivos, patrimônio líquido e receitas) apresentam uma natureza credora.

 SAIBA MAIS

Nosso passo seguinte será a definição da natureza das contas. A sensibilização delas é feita
por meio de um mecanismo denominado lançamento. Ele obedece ao método das partidas
dobradas, cuja premissa é a seguinte:

A TODO DÉBITO (OU APLICAÇÃO) CORRESPONDE UM


CRÉDITO (OU ORIGEM) DE IGUAL VALOR.

O QUE ISSO SIGNIFICA?


Significa que o lançamento se manifesta por meio de débitos e créditos que devem ser iguais.
No entanto, para compreendermos melhor a dinâmica das contas e o lançamento contábil, será
fundamental trazermos para essa discussão a natureza das contas.
Lançamentos da mesma natureza da conta aumentam seu saldo.

Lançamento de natureza oposta reduzem o saldo dela.

O quadro a seguir apresenta os tipos de contas, sua natureza e a dinâmica de funcionamento


delas:

Contas Natureza Aumentam Diminuem


Contas Natureza Aumentam Diminuem

Lançamentos a Lançamentos a
Ativo Devedora
débito crédito

Lançamentos a Lançamentos a
Passivo Credora
crédito débito

Patrimônio Lançamentos a Lançamentos a


Credora
líquido crédito débito

Lançamentos a Lançamentos a
Receita Credora
crédito débito

Lançamentos a Lançamentos a
Despesa Devedora
débito crédito

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Combinando as informações apresentadas até aqui, notamos que:

A contabilidade é um sistema fechado;

As origens igualam as aplicações, ou os débitos igualam os créditos;

As contas se agrupam em dois grupos distintos: patrimoniais e de resultado.

Podemos formular igualdades entre os diversos elementos da Contabilidade que darão origem
às suas equações fundamentais. Tomando as contas patrimoniais, vemos que:

Aplicações = origens

Ativo = passivo + patrimônio líquido

Ativo - passivo = patrimônio líquido

A equação fundamental da Contabilidade configura apenas a expressão algébrica do balanço


patrimonial. Conheceremos uma versão simplificada disso a seguir:

Cia ZZZ
Cia ZZZ

Balanço patrimonial

31.12.10x0

Ativos Passivos e patrimônio líquido

Bancos 32.500 Contas a pagar 30.000

Aplicações financeiras 11.000 Salários a pagar 170

Contas a receber 4.400 Empréstimos 20.133

Estoques 27.800 Passivos totais 50.303

Máquinas e
24.792 Capital social 50.189
equipamentos

Passivos e patrimônio líquido


Ativos totais 100.492 100.492
totais

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Do ponto de vista das contas de resultado, temos o seguinte:

Receitas - despesas = resultado

Por sua vez, a equação do resultado compõe a expressão algébrica da demonstração dele.
Notemos a seguir uma versão simplificada disso:

Cia ZZZ

Demonstração do resultado
Cia ZZZ

Para o exercício de 20x0

Receitas

Receita de vendas 4.000

Receita de serviços 650

Receita total 4.650

Despesas

Custo das mercadorias vendidas 2.200

Aluguéis 1.000

Salários 700

Depreciação 208

Despesas financeiras 253

Despesa total 4.361

Lucro líquido 289

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4. POSSÍVEIS ESTADOS PATRIMONIAIS

O PATRIMÔNIO LÍQUIDO É A DIFERENÇA ENTRE


ATIVOS E PASSIVOS. COM UM CARÁTER ABSTRATO,
ELE REPRESENTA A RIQUEZA LÍQUIDA DA ENTIDADE.

 EXEMPLO

No encerramento das atividades de uma entidade, a realização dos ativos e, em seguida, a


liquidação dos passivos teriam como resíduo o patrimônio líquido.

Dependendo da composição dos ativos e passivos, o PL, enquanto valor residual de ambos,
pode assumir cinco estados distintos:

A) A > P → PL > 0
P
A
PL

A entidade apresenta riqueza própria.

B) A > P | P = 0 → A = PL, PL > 0


A PL

Ela não possui obrigações junto a terceiros.

C) A = P → PL = 0
A P

Não tem riqueza própria, pois todo o ativo dela é oriundo de obrigações junto a terceiros.

D) A < P → PL < 0
A
P
PL
Apresenta passivo a descoberto, pois, ainda que realize os ativos integralmente, ela não é
capaz de honrar os passivos.

P > A | A = 0 → PL = - P, PL < 0
PL P

Não detém bens ou direitos, assim como nenhuma expectativa de geração de caixa futuro. Há
apenas dívidas.

Neste vídeo, um especialista comenta sobre os tópicos e princípios abordados neste módulo.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A SITUAÇÃO LÍQUIDA NEGATIVA É CARACTERIZADA QUANDO O
ATIVO TOTAL SE REVELA:

A) Maior que o patrimônio líquido.

B) Maior que o passivo.

C) Negativo.

D) Menor que o passivo.

2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA FONTES DE RECURSOS


PARA A EMPRESA:

A) Caixa e bancos

B) Contas do ativo circulante

C) Empréstimos concedidos

D) Fornecedores

GABARITO

1. A situação líquida negativa é caracterizada quando o ativo total se revela:

A alternativa "D " está correta.

A situação líquida negativa é caracterizada pelo PL < 0. Como a equação fundamental da


Contabilidade é expressa por “ativo - passivo = patrimônio líquido”, para que o PL assuma
valores negativos, é necessário que o ativo seja menor que o passivo.

2. Assinale a alternativa que indica fontes de recursos para a empresa:

A alternativa "D " está correta.

Origens ou fontes representam de onde os recursos vêm, enquanto as aplicações definem para
onde eles vão. Portanto, as rubricas de ativos e as despesas constituem as aplicações de
recursos, enquanto as de passivos, patrimônio líquido e receitas representam as origens de
recursos.

MÓDULO 3

 Descrever a escrituração contábil e os livros contábeis obrigatórios

ESCRITURAÇÃO
Apresentaremos a seguir as normas de escrituração contábil. Delineada segundo as
diretrizes das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), a NBC T 2 normatiza essa
escrituração.

Fonte: Andrei_R/Shutterstock
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Registro cronológico e específico da natureza de todos os fatos que ocorrem na empresa.

A ITG 2000 (R1), por sua vez, estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pela
entidade para a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais.

Observemos uma compilação das prescrições mais relevantes da NBC T 2:

2.1.1 - A entidade deve manter um sistema de escrituração uniforme dos seus atos e fatos
administrativos, por meio de processo manual, mecanizado ou eletrônico.

2.1.2 - A escrituração será executada:


a) em idioma e moeda corrente nacionais;
b) em forma contábil;
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes
para as margens;
e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que
comprovem ou evidenciem fatos e a prática de atos administrativos.

2.1.2.1 - A terminologia utilizada deve expressar o verdadeiro significado das transações.

[...] 2.1.5 – O "diário" e o "razão" constituem os registros permanentes da Entidade.

[...] 2.2.1 – A documentação contábil compreende todos os documentos, livros, papéis,


registros e outras peças, que apoiam ou compõem a escrituração contábil.
2.2.1.1 - Documento contábil, estrito-senso, é aquele que comprova os atos e fatos que
originam lançamento(s) na escrituração contábil da Entidade.

[...] 2.2.4 – A entidade é obrigada a manter em boa ordem a documentação contábil.

[...] 2.4.1 – Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de um registro


realizado com erro, na escrituração contábil das Entidades.

2.4.2 - São formas de retificação:


a – o estorno;
b – a transferência;
c – a complementação.

2.4.2.1 - Em qualquer das modalidades supramencionadas, o histórico do lançamento deverá


precisar o motivo da retificação, a data e a localização do lançamento de origem.

2.4.3 - O estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o


totalmente.

2.4.4 - Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização de conta


indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do valor para a conta
adequada.
2.4.5 - Lançamento de complementação é aquele que vem, posteriormente, complementar,
aumentando ou reduzindo, o valor anteriormente registrado.

2.4.6 - Os lançamentos realizados fora da época devida deverão consignar, nos seus
históricos, as datas efetivas das ocorrências e a razão do atraso.

Fonte: (NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE, 2020)

ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS

1. CONCEITO

ATOS ADMINISTRATIVOS
Os atos administrativos não provocam alterações dos elementos do patrimônio ou do
resultado, não fazendo, portanto, parte do escopo da Contabilidade. Exemplo: orientar os
estagiários e parabenizar os aniversariantes do mês.

FATOS ADMINISTRATIVOS
Também denominados fatos contábeis, os fatos administrativos, por outro lado, provocam
alterações dos elementos de ambos, constituindo, desse modo, parte do escopo da
Contabilidade. Por conta disso, eles serão nosso objeto de estudo neste módulo.

2. CLASSIFICAÇÃO
Os fatos administrativos (ou contábeis) classificam-se em:

A) FATOS PERMUTATIVOS (OU COMPENSATIVOS)


Apesar de não provocarem alterações no valor do patrimônio líquido, eles têm a capacidade de
modificar a composição dos demais elementos patrimoniais.

Os fatos permutativos podem refletir:

Reclassificações dentro do mesmo grupamento contábil (ativos, passivos ou PL).


Trocas entre ativos e passivos.

APRESENTAREMOS ALGUNS EXEMPLOS DISSO A


SEGUIR:

1. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS À VISTA NO VALOR DE


R$5.000
Ocorre apenas uma reclassificação, ou seja, uma permuta, já que a redução no saldo bancário
(diminuição do ativo) é compensada pela aquisição do veículo (aumento de mesmo valor do
ativo). Não há qualquer reflexo no PL da entidade.

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Veículos a bancos 5.000

5.000

Aquisição de veículos conforme nota fiscal TTT001.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

2. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS POR MEIO DE


FINANCIAMENTO BANCÁRIO NO VALOR DE R$5.000
A aquisição do veículo corresponde a um aumento do ativo, o qual, por sua vez, se vê
compensado por um aumento do mesmo valor no passivo (operação de crédito). No entanto, o
PL fica inalterado.

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK


Lançamento Débitos Créditos

Veículos a financiamentos 5.000

5.000

Aquisição de veículos conforme nota fiscal TTT001.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

3. LIQUIDAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO NO


VALOR DE R$5.000
A redução no saldo bancário corresponde a uma diminuição do ativo compensada por outra
equivalente no passivo (baixa do financiamento bancário). Não há reflexos no PL.

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Financiamentos a bancos 5.000

5.000

Liquidação de financiamento bancário para aquisição de veículos.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

4. AUMENTO DE CAPITAL COM INCORPORAÇÃO DE


RESERVAS NO VALOR DE R$5.000
Há apenas uma reclassificação entre contas do patrimônio líquido, cujo valor permanece
inalterado.

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK


Lançamento Débitos Créditos

Reservas de lucros a capital 5.000

5.000

Pelo aumento de capital por incorporação de reservas.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

B) FATOS MODIFICATIVOS AUMENTATIVOS E DIMINUTIVOS


Eles provocam alterações no valor do PL que correspondem a um aumento ou a uma redução
de valor equivalente no passivo ou no ativo.

AUMENTATIVOS
DIMINUTIVOS

AUMENTATIVOS

Instigam um aumento no valor do patrimônio líquido.

Exemplo:

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Bancos a receitas de aluguel 1.000

1.000

Pelo recebimento de receita de aluguel.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal


DIMINUTIVOS

Suscitam uma diminuição no valor do patrimônio líquido.

Exemplo:

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Despesas de aluguel a bancos 1.000

1.000

Pelo pagamento de despesas de aluguel.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

C) FATOS MISTOS OU COMPOSTOS


Combinando fatos permutativos e modificativos, eles podem ser

Aumentativos

Combinam fatos permutativos e modificativos aumentativos.


Diminutivos

Mesclam fatos permutativos e modificativos diminutivos.

DESTACAREMOS UM EXEMPLO DOS FATOS MISTOS


AUMENTATIVOS:
Venda de ativos por preço superior ao valor contábil, havendo, portanto, lucro. Neste caso, a
permuta entre o valor do ativo e os recursos recebidos não é equivalente, pois estes excedem
o valor daquele. Essa diferença (lucro) aumenta o patrimônio líquido.

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Diversos 6.000

A diversos 6.000

Bancos 5.000

Depreciação acumulada 1.000

A ganhos ou perdas de capital 1.000

A imobilizado 5.000

Pela alienação de imobilizado por valor acima do contábil líquido.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

AGORA OBSERVAREMOS UM EXEMPLO DOS


DIMINUTIVOS:

Venda de ativos por preço inferior ao valor contábil, havendo, portanto, um prejuízo. Neste
caso, a desigualdade na permuta é desfavorável à entidade, pois o valor do ativo excede o dos
recursos recebidos. Essa diferença (prejuízo) reduz o patrimônio líquido.

Lançamento Débitos Créditos


Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Diversos 5.000

A imobilizado 5.000

Bancos 3.000

Depreciação acumulada 1.000

Ganhos ou perdas de capital 1.000

Pela alienação de imobilizado por valor inferior ao contábil


líquido.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

3. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E LANÇAMENTO


Técnica contábil utilizada para o registro dos fatos administrativos ocorridos na entidade, a
escrituração é feita por intermédio de lançamentos registrados em livros contábeis
obrigatórios.

 EXEMPLO

Livro diário e livro razão (ambos serão explorados mais à frente).

Conforme indica a figura a seguir, a escrituração forma a base do processo contábil:

Fonte: Autor

O QUE É O LANÇAMENTO?
Trata-se de um procedimento contábil por meio do qual as contas ou as rubricas contábeis são
sensibilizadas. O lançamento obedece ao método das partidas dobradas, cuja premissa é de
que todo débito (ou aplicação) corresponde a um crédito (ou origem) de igual valor.

ISSO SIGNIFICA QUE O LANÇAMENTO SE MANIFESTA


POR MEIO DE DÉBITOS E CRÉDITOS QUE DEVEM SER
IGUAIS.
Qual é o conjunto de informações obrigatórias presentes no lançamento?

RESPOSTA

Local e data do registro;

Contas debitadas;

Contas creditadas;

Histórico da operação;

Valor da operação.

VEJAMOS O SEGUINTE EXEMPLO:

Aquisição de máquinas e equipamentos no valor de R$20.000 conforme nota fiscal XYZ001,


com pagamento à vista de metade do valor em 02.01.X1.

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Instalações 20.000

A bancos 10.000

A títulos a pagar 10.000

Aquisição de máquinas e equipamentos conforme nota fiscal


XYZ001.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

O lançamento contábil pode assumir quatro representações distintas. Denominados fórmulas,


esses lançamentos se distinguem pela quantidade de contas que é envolvida em um processo:

A) LANÇAMENTO DE 1ª FÓRMULA

Débito e crédito de apenas uma conta.

Observemos este exemplo:

Recebimento de serviços prestados no valor de R$100.000 por meio de TED.

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Bancos 100.000

A receita de serviços 100.000

Pelo recebimento por serviços prestados conforme nota


fiscal XYZ010.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

B) LANÇAMENTO DE 2ª FÓRMULA

Débito de uma conta e crédito de mais de uma conta.

Notemos o exemplo a seguir:

Refinanciamento parcial de empréstimo no banco pelo valor de R$100.000, metade por meio
de resgate em conta corrente e a outra por intermédio de emissão de nota promissória.

Lançamento Débitos Créditos


Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Empréstimos 100.000

A diversos 100.000

A bancos 50.000

A nota promissória a pagar 50.000

Pelo refinanciamento parcial de empréstimo bancário.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

C) LANÇAMENTO DE 3ª FÓRMULA

Débito de mais de uma conta e crédito de apenas uma conta.

Vejamos este exemplo:

Subscrição de capital no valor de R$100.000, metade por meio de TED e a outra por
intermédio de mercadorias.

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Diversos 100.000

A capital 100.000
Lançamento Débitos Créditos

Bancos 50.000

Mercadorias 50.000

Pela subscrição de capital em dinheiro e mercadorias

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

D) LANÇAMENTO DE 4ª FÓRMULA

Débito e crédito de mais de uma conta.

Olhemos o exemplo a seguir:

Venda de imobilizado por R$100.000 com lucro de R$20.000. Metade do valor é recebido à
vista por meio de TED; o restante, a prazo.

Lançamento Débitos Créditos

Rio de Janeiro XX.YY.KK

Diversos 100.000

A diversos 100.000

Bancos 50.000

Contas a receber 50.000

A imobilizado 80.000
Lançamento Débitos Créditos

A ganho ou perda de capital 20.000

Pela alienação de imobilizado com ganho de capital

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

LIVRO DIÁRIO E LIVRO RAZÃO

LIVRO DIÁRIO
LIVRO RAZÃO

LIVRO DIÁRIO

Deve registrar todas as movimentações diárias de valor que possam modificar a situação
patrimonial de uma empresa. Todas as operações devem ser lançadas nele em ordem
cronológica, do primeiro ao último dia do ano, com individualização, clareza e referência aos
documentos comprobatórios dos fatos.

LIVRO RAZÃO

Também é um livro contábil obrigatório para as empresas. Sua finalidade é apresentar a


movimentação analítica das contas escrituradas no livro diário e constantes no balanço da
empresa. Por meio dele, é possível fazer o controle de forma individualizada e detalhada, além
de manter os registros de todos os dados em aberto e contas a pagar ou a receber.
OS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO, PORTANTO, SÃO
COMPLEMENTARES.

Fonte: ESB Professional/shutterstock

LIVRO DIÁRIO

Mantém a escrituração de todas as operações realizadas pela entidade.


Fonte: docstockmedia/shutterstock

LIVRO RAZÃO

Toma esses registros e os classifica segundo cada conta envolvida.

Na sequência, veremos um exemplo da aplicação desses livros obrigatórios.

A empresa ABC realizou os seguintes as operações:

Constituição da empresa com aporte de capital em dinheiro no valor de R$100.000 em


01.01.X1;

Aquisição de instalações por R$20.000, metade à vista, em 01.02.X1;

Aquisição de máquinas e equipamentos à vista por R$10.000 em 01.03.X1;

Aquisição de estoques a prazo por R$15.000 em 01.04.X1;

Compra de veículos à vista por R$5.000 em 01.05.X1;

Pagamento de fornecedores no valor de R$7.500 em 01.06.X1.

O livro diário recebe toda a escrituração da companhia conforme aponta esta tabela:

Lançamentos Débitos Créditos

1) Em 01.01.X1
Lançamentos Débitos Créditos

D Bancos 100.000

C Capital Social 100.000

Pela integralização do capital em dinheiro

(2) Em 01.02.X1

D Instalações 20.000

C Banco conta Movimento 10.000

C Títulos a Pagar 10.000

Pela aquisição de instalações com metade à vista.

(3) Em 01.03.X1

D Máquinas e equipamentos 10.000

C Bancos 10.000

Pela aquisição de máquinas e equipamentos à vista

(4) Em 01.04.X1

D Estoques 15.000
Lançamentos Débitos Créditos

C Fornecedores 15.000

Pela aquisição de estoques a prazo

(5) Em 01.05.X1

D Veículos 5.000

C Bancos 5.000

Pela aquisição de veículos à vista

(6) Em 01.06.X1

D Fornecedores 7.500

C Bancos 7.500

Pelo pagamento de fornecedores

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

O livro razão detalha o efeito de cada registro do livro diário nas contas envolvidas:

Bancos Código 101

Data Operações Débito Crédito D/c Saldo

01.01.X1 A capital social (1) 100.000 D 100.000

01.02.X1 De instalações (2) 10.000 C 90.000


Bancos Código 101

De máquinas e
01.03.X1 10.000 C 80.000
equipamentos (3)

01.05.X1 De veículos (4) 5.000 C 75.000

01.06.X1 De fornecedores (5) 7.500 C 67.500

Capital social Código 601

Data Operações Débito Crédito D/c Saldo

01.01.X1 De bancos (1) 100.000 C 100.000

Instalações Código 106

Data Operações Débito Crédito D/c Saldo

01.02.X1 A bancos (2) 10.000 D 10.000

01.02.X1 A títulos a pagar (2) 10.000 D 20.000

Títulos a pagar Código 403

Data Operações Débito Crédito D/c Saldo

01.02.X1 De instalações (2) 10.000 C 10.000

Máquinas e equipamentos Código 105


Bancos Código 101

Data Operações Débito Crédito D/c Saldo

01.03.X1 A bancos (3) 10.000 D 10.000

Estoques Código 104

Data Operações Débito Crédito D/c Saldo

01.04.X1 A fornecedores (4) 15.000 D 15.000

Fornecedores Código 401

Data Operações Débito Crédito D/c Saldo

01.04.X1 De estoques (4) 15.000 C 15.000

01.06.X1 A bancos (6) 7.500 D 7.500

Veículos Código 107

Data Operações Débito Crédito D/c Saldo

01.05.X1 A bancos (5) 5.000 D 5.000

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

O LIVRO RAZÃO TAMBÉM PODE SER APRESENTADO


NA FORMA DE RAZONETES.
Notemos que a movimentação das contas nas duas representações obedece à natureza
devedora ou credora:
Neste vídeo, um especialista aborda conceitos e princípios discutidos neste módulo.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. VERIFIQUE ESTE LANÇAMENTO:

D IMÓVEIS 500.000

C TERRENOS 200.000
D IMÓVEIS 500.000

C BANCOS 180.000

C TÍTULOS A PAGAR 120.000

 ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃOCOMPLETA DA TABELA UTILIZE A


ROLAGEM HORIZONTAL

ELE CARACTERIZA UM FATO ADMINISTRATIVO:

A) Permutativo

B) Modificativo aumentativo

C) Misto aumentativo

D) Misto diminutivo

2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE AFETA O RESULTADO CONTÁBIL DE


UMA ENTIDADE:

A) Valorização de propriedades para investimento.

B) Integralização de capital em dinheiro.

C) Integralização de capital com reservas de lucros.

D) Aquisição de seguros antecipados.

GABARITO

1. Verifique este lançamento:

D Imóveis 500.000
D Imóveis 500.000

C Terrenos 200.000

C Bancos 180.000

C Títulos a pagar 120.000

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

Ele caracteriza um fato administrativo:

A alternativa "A " está correta.

Os fatos permutativos não provocam alterações no valor do patrimônio líquido, mas podem
modificar a composição dos demais elementos patrimoniais.

2. Assinale a alternativa que afeta o resultado contábil de uma entidade:

A alternativa "A " está correta.

O resultado origina-se do confronto entre receitas e despesas. A valorização de propriedades


para investimento as tem como uma contrapartida da propriedade registrada em uma conta de
receita.

MÓDULO 4

 Esquematizar o balancete de verificação e as demonstrações contábeis simplificadas


DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
SIMPLIFICADAS

1. BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

Resgatando uma vez mais a ideia de que a Contabilidade forma um sistema fechado, no qual,
em cada lançamento, o total de débitos iguala o de créditos, é fácil deduzir o seguinte:

A QUALQUER MOMENTO, O TOTAL DE DÉBITOS


TAMBÉM IGUALA O TOTAL DE CRÉDITOS PARA O
CONJUNTO DE LANÇAMENTOS REGISTRADO NO
LIVRO DIÁRIO.

A verificação periódica dessa igualdade é feita por meio do balancete de verificação.

EM QUE CONSISTE O BALANCETE DE VERIFICAÇÃO?


Trata-se da listagem de todas as contas de uma entidade que, apresentando seus respectivos
saldos, são ordenadas segundo o grupo patrimonial ou de resultado a que pertencem.

QUAL É O PROPÓSITO DESSE BALANCETE?


Checar a consistência dos lançamentos realizados no período, ou seja, a igualdade entre o
total de saldos devedores e credores, para autorizar o uso das contas na preparação das
demais demonstrações contábeis.

Esta tabela apresenta um exemplo de balancete de verificação baseado nos dados utilizados
nos exemplos anteriores:

CIA ABC

Balancete de verificação em 30.06.X4


CIA ABC

Contas Saldos

Devedores Credores

Bancos 67.500 -

Capital social - 100.000

Instalações 20.000 -

Títulos a pagar - 10.000

Máquinas e equipamentos 10.000 -

Estoques 15.000 -

Fornecedores - 7.500

Veículos 5.000 -

Total 117.500 117.500

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

2. DETALHAMENTO DOS GRUPOS


PATRIMONIAIS

Analisaremos agora o detalhamento dos seguintes grupos:


A) ATIVOS

Enquanto recursos controlados pela entidade como o resultado de eventos passados e dos
quais são esperados benefícios econômicos para ela, os ativos podem ser resumidos
objetivamente como bens e direitos.

Tangíveis: dinheiro, estoques, veículos, máquinas, instalações, terrenos etc.


Bens
Ativo Intangíveis: marcas, patentes, softwares etc.
Direitos: contas bancárias, duplicatas a receber, aplicações financeiras etc.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

Em ordem decrescente de liquidez, os ativos podem ser classificados como:

ATIVOS CIRCULANTES
ATIVOS NÃO CIRCULANTES

ATIVOS CIRCULANTES

Segundo o CPC (2011, p. 66), isso ocorre quando eles satisfazem a qualquer um destes
critérios:

Realizados, vendidos ou consumidos no decurso normal do ciclo operacional da entidade;

Mantidos essencialmente com o propósito de serem negociados;

Realizados até doze meses após a data do balanço;

São caixa ou o equivalente de caixa.

Exemplo: Caixa, aplicações, contas a receber, estoques e despesas antecipadas.

ATIVOS NÃO CIRCULANTES


Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes, inclusive os tangíveis,
intangíveis e financeiros de natureza de longo prazo. De acordo com o CPC (2011, p. 67), o
ativo não circulante precisa ser subdividido em:

Realizável a longo prazo;

Investimentos;

Imobilizado;

Intangível.

B) PASSIVOS

Os passivos são obrigações presentes da entidade derivadas de eventos já ocorridos cuja


liquidação gere a expectativa de que ela irá resultar na saída de recursos.

Eles também podem ser classificados como:

PASSIVOS CIRCULANTES
PASSIVOS NÃO CIRCULANTES

PASSIVOS CIRCULANTES

Segundo o CPC (2011, p. 69), eles serão circulantes se satisfizerem a qualquer um dos
seguintes critérios:

Liquidados durante o ciclo operacional normal da entidade;

Mantidos essencialmente para a finalidade de serem negociados;

Liquidados no período de até doze meses após a data do balanço.


Os exemplos de passivos circulantes e não circulantes são, em geral, idênticos, à exceção do
prazo de vencimento: contas a pagar, empréstimos e financiamentos, obrigações diversas,
contingências etc.

PASSIVOS NÃO CIRCULANTES

Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. Em regra, trata-se
daqueles cujo vencimento se dá após o término do exercício seguinte.

 ATENÇÃO

Os exemplos de passivos circulantes e não circulantes são, em geral, idênticos. A exceção fica
por conta dos exemplos do prazo de vencimento, como contas a pagar, empréstimos e
financiamentos, obrigações diversas e contingências.

C) PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Valor residual dos ativos da entidade depois da dedução de todos os seus passivos.

O PL DEVE APRESENTAR:
Capital social;

Reservas de capital;

Ajustes de avaliação patrimonial;

Reservas de lucros;

Ações ou quotas em tesouraria;

Prejuízos acumulados;
Lucros acumulados (legalmente admitidos);

Demais contas exigidas pelos pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC.

Fonte: (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011, p. 106)

D) DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O passo final é organizar as contas para a apresentação. Há várias maneiras de organizá-las –


e cada uma delas corresponde a um determinado ponto de vista sobre a situação econômico-
financeira da entidade.

3. BALANÇO PATRIMONIAL SIMPLIFICADO

O balanço patrimonial é a demonstração contábil de uma organização que apresenta o saldo


das contas patrimoniais no encerramento do período.

QUAIS ITENS DEVEM CONSTAR NO BALANÇO


PATRIMONIAL?

ITENS

Todos os bens e direitos (ativos);

Obrigações (passivos);

Patrimônio líquido em determinada data.


TRATA-SE DE UMA POSIÇÃO DE ESTOQUE, UMA
POSIÇÃO ESTÁTICA OU UMA FOTOGRAFIA DE CERTO
MOMENTO DA EMPRESA.

Esta figura traduz um exemplo de balanço patrimonial simplificado baseado nos exemplos
indicados ao longo deste tema:

CIA ABC

Balanço patrimonial em 30.06.X4

Ativos Passivos e patrimônio líquido

Bancos 67.500 Passivo

Estoques 15.000 Fornecedores 7.500

Máq. E equipamentos 10.000 Títulos a pagar 10.000 17.500

Veículos 5.000 Patrimônio líquido

Instalações 20.000 Capital social 100.000 100.000

Total 117.500 Total 117.500

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

4. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO

A demonstração de resultado (DR) é a que detalha a variação das contas de resultado, ou


seja, as receitas e as despesas. O produto da DR resulta do confronto entre ambas, podendo
ser positivo ou negativo.

Fonte: create jobs 51/Shutterstock

CASO A VARIAÇÃO DAS RECEITAS EXCEDA A DAS


DESPESAS, OCORRE O LUCRO, HAVENDO, DESSE
MODO, UM AUMENTO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO. DO
CONTRÁRIO, REGISTRA-SE UM PREJUÍZO, OU SEJA,
A REDUÇÃO DESSE PATRIMÔNIO.

 DICA

Enquanto o balanço patrimonial configura uma demonstração de estoque, a DR é uma


demonstração de fluxo.
O produto da DR (lucro ou prejuízo do período) constitui um fluxo a ser adicionado ao balanço
patrimonial por meio do PL, revelando o aumento ou a diminuição da riqueza da entidade no
período. Seu conceito, que é subjacente à DR, deriva da natureza temporária das contas de
receita e despesa.

As contas patrimoniais (ativo, passivo e patrimônio líquido) são permanentes, isto é, seus
saldos não se encerram no final do período, sendo transferidos para o seguinte. Já as de
resultado (receitas e despesas) são temporárias; logo, seus saldos são encerrados no final
dele. Este procedimento é chamado de apuração de resultados.

Adaptado de Iudícibus (1998), o exemplo a seguir ilustra de forma simplificada os


procedimentos para a elaboração de uma DR:

A companhia DEF realizou as seguintes operações envolvendo receitas e despesas:

Em 01.01.X1: Pagamento de despesas de material de escritório no valor de R$25.000;

Em 01.02.X1: Compra a prazo de peças para reparo (empregadas nos serviços prestados) no
valor de R$110.000;

Em 01.03.X1: Recebimento de receita por serviços prestados no valor de R$445.000;

Em 01.04.X1: Emissão de fatura por serviços prestados no valor de R$580.000;

Em 01.05.X1: Pagamento de salários no valor de R$450.000;

Em 01.06.X1: Pagamento de aluguel da loja no valor de R$40.000.


Partidas de diário:

Lançamentos Débitos Créditos

(1) Em 01.01.X1

D Despesas de material de escritório 25.000

C Bancos 25.000

Pago à papelaria Líder Ltda. conforme nota fiscal n° 00582

(2) Em 01.02.X1

D Despesas de peças para reparos 110.000

C Fornecedores 110.000

A Silva e Cia., compra de materiais conforme fatura n°


13210

(3) Em 01.03.X1

D Bancos 445.000

C Receita de serviço 445.000

Recebido de J. Alves Ltda. conforme recibo n° 00335

(4) Em 01.04.X1
Lançamentos Débitos Créditos

D Contas a receber 580.000

C Receita de serviço 580.000

Casa Penumbra Ltda. conforme fatura n° 0251

(5) Em 01.05.X1

D Despesas de salários 450.000

C Bancos 450.000

Folha de pagamentos do mês

(6) Em 01.06.X1

D Despesas de aluguel 40.000

C Bancos 40.000

Aluguel do mês conforme recibo n° 201

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Apresentaremos agora o transporte das partidas de diário para os razonetes apenas das
contas de receita e despesa:
5. APURAÇÃO DO RESULTADO AO FINAL DO
PERÍODO

Ela é realizada pelo emprego de dois lançamentos cuja contrapartida é feita pela rubrica
apuração do resultado.

1º lançamento

Encerra todas as contas de despesa, transferindo seus saldos para essa apuração.


2º lançamento

Encerra todas as contas de receita, havendo a mesma transferência.

DO CONFRONTO DE RECEITAS E DESPESAS NESSA


APURAÇÃO, OBTÉM-SE O RESULTADO LÍQUIDO DO
PERÍODO: LUCRO OU PREJUÍZO.

Vejamos um exemplo disso:

Transferência dos saldos de despesas para a apuração do resultado:

Lançamentos Débitos Créditos

(7) Em 31.12.X1

D Apuração do resultado 625.000

C Diversos

C Despesas de material de escritório 25.000

C Despesas de peças para reparos 110.000

C Despesas de salários 450.000

C Despesas de aluguel 40.000

Encerramento das contas de despesa para a apuração do


resultado

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Transferência dos saldos de receitas para a apuração do resultado:

Lançamentos Débitos Créditos

(8) Em 31.12.X1

D Receita de serviços 1.025.000


Lançamentos Débitos Créditos

C Apuração do resultado 1.025.000

Encerramento das contas de receita para a apuração do


resultado

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Ajustando os razonetes, temos:


Por fim, a demonstração do resultado:

CIA DEF

Demonstração do resultado de X1

1. Receitas

Receita de serviços 1.025.000

2. Despesas

Despesa de material para escritório 25.000

Despesa de peças para reparos 110.000

Despesa de salários 450.000

Despesa de aluguel 40.000


CIA DEF

3. Lucro líquido 400.000

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Neste vídeo, um especialista discute os tópicos pertinentes a este módulo.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (FMP CONCURSOS - 2012 - PREFEITURA DE PORTO ALEGRE - RS -
TÉCNICO EM CONTABILIDADE) DE ACORDO COM OS ELEMENTOS
PATRIMONIAIS A SEGUIR, IDENTIFIQUE OS BENS, OS DIREITOS E AS
OBRIGAÇÕES:

( ) ALUGUÉIS A RECEBER
( ) ALUGUÉIS PAGOS ANTECIPADAMENTE
( ) BANCOS CONTA MOVIMENTO
( ) CAIXA
( ) CAPITAL SOCIAL
( ) ESTOQUE
( ) FORNECEDORES

CONSIDERE (B) PARA BEM; (O), PARA OBRIGAÇÕES; E (D), PARA


DIREITO. A SEQUÊNCIA CORRETA É:

A) D; D; D; B; O; B; O.

B) D; O; D; B; O; B; O.

C) D; D; B; B; B; B; O.

D) D; O; B; B; O; B; O.

2. UMA SOCIEDADE EMPRESÁRIA APRESENTOU AS SEGUINTES


CONTAS EM 31.12.20X1 COM SEUS RESPECTIVOS SALDOS:
OS SALDOS APRESENTADOS JÁ FORAM AJUSTADOS, ASSIM COMO
FORAM REALIZADAS AS RESPECTIVAS APROPRIAÇÕES.
CONSIDERANDO APENAS AS INFORMAÇÕES APRESENTADAS, O
TOTAL DO ATIVO, EM 31.12.20X1, É DE:

A) R$ 153.425

B) R$ 174.850

C) R$ 327.575

D) R$ 334.075

GABARITO

1. (FMP Concursos - 2012 - Prefeitura de Porto Alegre - RS - Técnico em Contabilidade)


De acordo com os elementos patrimoniais a seguir, identifique os bens, os direitos e as
obrigações:

( ) Aluguéis a receber
( ) Aluguéis pagos antecipadamente
( ) Bancos conta movimento
( ) Caixa
( ) Capital social
( ) Estoque
( ) Fornecedores

Considere (B) para bem; (O), para obrigações; e (D), para direito. A sequência correta é:

A alternativa "A " está correta.

Ativos (bens e direitos) e passivos (obrigações) são grupamentos contábeis de natureza


respectivamente devedora e credora.

2. Uma sociedade empresária apresentou as seguintes contas em 31.12.20X1 com seus


respectivos saldos:

Os saldos apresentados já foram ajustados, assim como foram realizadas as respectivas


apropriações. Considerando apenas as informações apresentadas, o total do ativo, em
31.12.20X1, é de:

A alternativa "A " está correta.


As rubricas do ativo são caixa, depreciação acumulada, duplicatas a receber, máquinas e
equipamentos de uso, mercadorias para revenda e perdas estimadas com créditos de
liquidação duvidosa.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, você aprendeu a aplicar a técnica contábil. A partir da identificação da natureza e
da dinâmica de funcionamento das contas combinada com a técnica de escrituração contábil,
foram levantados o balancete de verificação e as demonstrações contábeis simplificadas.

A Contabilidade é um processo essencial para o funcionamento das empresas. Por meio dela,
os eventos econômicos são traduzidos e divulgados para o usuário final. A partir de exemplos
concretos e objetivos, apresentamos conceitos essenciais ao entendimento da técnica contábil,
como origens, aplicações, contas e lançamentos.

Em seguida, avançamos para o processo de reconhecimento e mensuração contábil de


eventos econômicos. Por fim, analisamos o levantamento das demonstrações contábeis
simplificadas.

AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRITTON, A.; WATERSTON, C. Financial accounting. Philadelphia: Trans-Atlantic
Publications, 2006.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 00 (R2) - estrutura conceitual para


relatório financeiro. Publicado em: 10 dez. 2019.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26 (R1) - apresentação das


demonstrações contábeis. Publicado em: 15 dez. 2011.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Resolução 1.055/05. Publicado em: 7 out.


2005.

IUDÍCIBUS, S. Contabilidade introdutória. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

NEVES, S.; VICECONTI, P. Contabilidade básica. 14. ed. São Paulo: Frase, 2009.

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE. NBC T 2 – da escrituração contábil.


Consultado em meio eletrônico em: 21 jul. 2020.

EXPLORE+
A técnica contábil é o mecanismo que viabiliza a aplicação da Contabilidade. Esta sugestão de
leitura oferece uma visão rica sobre o tema:

ALMEIDA, M. C. Contabilidade introdutória em IFRS e CPC. Rio de Janeiro: Atlas, 2014.

CONTEUDISTA
José Américo Pereira Antunes

 CURRÍCULO LATTES

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