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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO (R1) ESTRUTURA CONCEITUAL PARA


ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO CONTÁBIL-FINANCEIRO

CVM – Deliberação CVM nº 675/11;

CFC – NBC TG, Resolução nº. 1.374/11;

Práticas contábeis brasileiras compreendem a legislação societária brasileira, os


Pronunciamentos, as Interpretações e as Orientações emitidos pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis - CPC - homologados pelos órgãos reguladores, e
práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam
ao Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para Elaboração e
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro emitido pelo CPC e, por conseguinte,
em consonância com as normas contábeis internacionais.

A Administração da entidade tem a responsabilidade primária pela preparação e


apresentação das suas demonstrações contábeis. A Administração também está
interessada nas informações contidas nas demonstrações contábeis, embora tenha
acesso a informações adicionais que contribuem para o desempenho das suas
responsabilidades de planejamento, tomada de decisões e controle. A Administração
tem o poder de estabelecer a forma e o conteúdo de tais informações adicionais a fim
de atender às suas próprias necessidades. A forma de divulgação de tais informações,
entretanto, está fora do alcance desta Estrutura Conceitual. Não obstante, as
demonstrações contábeis divulgadas são baseadas em informações utilizadas pela
Administração sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações
na posição financeira da entidade.

OBJETIVO DO RELATÓRIO
CONTÁBIL FINANCEIRO DE PROPÓSITO GERAL

Introdução

OB1. O objetivo da elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro de


propósito geral constitui o pilar da Estrutura Conceitual. Outros aspectos da
Estrutura Conceitual – como o conceito de entidade que reporta a informação, as
características qualitativas da informação contábil-financeira útil e suas restrições,
os elementos das demonstrações contábeis, o reconhecimento, a mensuração, a
apresentação e a evidenciação – fluem logicamente desse objetivo.

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Objetivo, utilidade e limitações do relatório contábil-financeiro de propósito geral

OB2. O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral1 é fornecer


informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informação
(reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a
credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao
fornecimento de recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender
ou manter participações em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida,
e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito.

OB3. Decisões a serem tomadas por investidores existentes e em potencial


relacionadas a comprar, vender ou manter instrumentos patrimoniais e instrumentos
de dívida dependem do retorno esperado dos investimentos feitos nos referidos
instrumentos, por exemplo: dividendos, pagamentos de principal e de juros ou
acréscimos nos preços de mercado. Similarmente, decisões a serem tomadas por
credores por empréstimos e por outros credores, existentes ou em potencial,
relacionadas a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito,
dependem dos pagamentos de principal e de juros ou de outros retornos que eles
esperam. As expectativas de investidores, credores por empréstimos e outros
credores em termos de retorno dependem da avaliação destes quanto ao montante,
tempestividade e incertezas (as perspectivas) associados aos fluxos de caixa futuros
de entrada para a entidade. Consequentemente, investidores existentes e em
potencial, credores por empréstimo e outros credores necessitam de informação para
auxiliá-los na avaliação das perspectivas em termos de entrada de fluxos de caixa
futuros para a entidade.

Entretanto, relatórios contábil-financeiros de propósito geral não atendem e não


podem atender a todas as informações de que investidores, credores por empréstimo
e outros credores, existentes e em potencial, necessitam. Esses usuários precisam
considerar informação pertinente de outras fontes, como, por exemplo, condições
econômicas gerais e expectativas, eventos políticos e clima político, e perspectivas e
panorama para a indústria e para a entidade.

OB11. Em larga extensão, os relatórios contábil-financeiros são baseados em


estimativas, julgamentos e modelos e não em descrições ou retratos exatos. A
Estrutura Conceitual estabelece os conceitos que devem amparar tais estimativas,
julgamentos e modelos. Os conceitos representam o objetivo que este Comitê de
Pronunciamentos Contábeis e os elaboradores dos relatórios contábil-financeiros
devem se empenhar em alcançar. Assim como a maioria dos objetivos, a visão
contida na Estrutura Conceitual do que sejam a elaboração e a divulgação do
relatório contábil-financeiro ideal é improvável de ser atingida em sua totalidade,
pelo menos no curto prazo, visto que se requer tempo para a compreensão, aceitação
e implementação de novas formas de analisar transações e outros eventos. Não
obstante, o estabelecimento de objetivo a ser alcançado com empenho é essencial
para que o processo de elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro
venha a evoluir e tenha sua utilidade aprimorada.

Relatórios contábil-financeiros de propósito geral fornecem informação acerca da


posição patrimonial e financeira da entidade que reporta a informação, a qual
representa informação sobre os recursos econômicos da entidade e reivindicações
contra a entidade que reporta a informação.

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Relatórios contábil-financeiros também fornecem informação sobre os efeitos de
transações e outros eventos que alteram os recursos econômicos da entidade que
reporta a informação e reivindicações contra ela.
Ambos os tipos de informação fornecem dados de entrada úteis para decisões
ligadas ao fornecimento de recursos para a entidade

Características qualitativas fundamentais


As características qualitativas fundamentais são relevância e representação fidedigna.
Relevância
Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões
que possam ser tomadas pelos usuários. A informação pode ser capaz de fazer diferença
em uma decisão mesmo no caso de alguns usuários decidirem não a levar em
consideração, ou já tiver tomado ciência de sua existência por outras fontes.
Representação fidedigna
Os relatórios contábil-financeiros representam um fenômeno econômico em palavras e
números. Para ser útil, a informação contábil-financeira não tem só que representar um
fenômeno relevante, mas tem também que representar com fidedignidade o fenômeno
que se propõe representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a realidade
retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro. É
claro, a perfeição é rara, se de fato alcançável. O objetivo é maximizar referidos
atributos na extensão que seja possível.
Características qualitativas da informação contábil-financeira útil

Se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa ser relevante e


representar com fidedignidade o que se propõe a representar. A utilidade da informação
contábil-financeira é melhorada se ela for comparável, verificável, tempestiva e
compreensível.

O processo mais eficiente e mais efetivo para aplicação das características qualitativas
fundamentais usualmente seria o que segue (sujeito aos efeitos das características de
melhoria e à restrição do custo, que não são considerados neste exemplo). Primeiro,
identificar o fenômeno econômico que tenha o potencial de ser útil para os usuários da
informação contábil financeira reportada pela entidade. Segundo, identificar o tipo de
informação sobre o fenômeno que seria mais relevante se estivesse disponível e que
poderia ser representado com fidedignidade. Terceiro, determinar se a informação está
disponível e pode ser representada com fidedignidade. Dessa forma, o processo de
satisfazer as características qualitativas fundamentais chega ao seu fim. Caso contrário,
o processo deve ser repetido a partir do próximo tipo de informação mais relevante.

Características qualitativas de melhoria

Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade são


características qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é relevante e
que é representada com fidedignidade. As características qualitativas de melhoria
podem também auxiliar a determinar qual de duas alternativas que sejam consideradas
equivalentes em termos de relevância e fidedignidade de representação deve ser usada
para retratar um fenômeno.

Usuários e suas necessidades de informação

Entre os usuários das demonstrações contábeis incluem-se investidores atuais e


potenciais, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros credores
comerciais, clientes, governos e suas agências e o público. Eles usam as
demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas diversas necessidades de
informação. Essas necessidades incluem:
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(a) Investidores. Os provedores de capital de risco e seus analistas que se
preocupam com o risco inerente ao investimento e o retorno que ele produz.
Eles necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem comprar,
manter ou vender investimentos. Os acionistas também estão interessados em
informações que os habilitem a avaliar se a entidade tem capacidade de pagar
dividendos.

(b) Empregados. Os empregados e seus representantes estão interessados em


informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores.
Também se interessam por informações que lhes permitam avaliar a capacidade
que tem a entidade de prover sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria
e suas oportunidades de emprego.

(c) Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações que lhes
permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus empréstimos e os
correspondentes juros no vencimento.

(d) Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e outros credores


estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se as importâncias
que lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos. Os credores
comerciais provavelmente estão interessados em uma entidade por um período
menor do que os credores por empréstimos, a não ser que dependam da
continuidade da entidade como um cliente importante.

(e) Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade


operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo
prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante.

(f) Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão interessados na


destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades. Necessitam
também de informações a fim de regulamentar as atividades das entidades,
estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar a renda nacional e
estatísticas semelhantes.

(g) Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, por
exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários modos,
inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As
demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo informações sobre
a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes.

Objetivo das Demonstrações Contábeis

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição


patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da
entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e
tomadas de decisão econômica.

Demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da


Administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto
aos recursos que lhe foram confiados. Aqueles usuários que desejam avaliar a atuação
ou prestação de contas da Administração fazem-no com a finalidade de estar em
condições de tomar decisões econômicas que podem incluir, por exemplo, manter ou
vender seus investimentos na entidade ou reeleger ou substituir a Administração.
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Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e Mutações na Posição Financeira

As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários das demonstrações contábeis
requerem uma avaliação da capacidade que a entidade tem para gerar caixa e
equivalentes de caixa, e da época e grau de certeza dessa geração. Em última análise,
essa capacidade determina, por exemplo, se a entidade poderá pagar seus empregados
e fornecedores, os juros e amortizações dos seus empréstimos e fazer distribuições de
lucros aos seus acionistas. Os usuários podem melhor avaliar essa capacidade de gerar
caixa e equivalentes de caixa se lhes forem fornecidas informações que focalizem a
posição patrimonial e financeira, o resultado e as mutações na posição financeira da
entidade.

As informações sobre a posição patrimonial e financeira são principalmente fornecidas


pelo balanço patrimonial. As informações sobre o desempenho são basicamente
fornecidas na demonstração do resultado. As informações sobre as mutações na posição
financeira são fornecidas nas demonstrações contábeis por meio de uma demonstração
em separado, tal como a de fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos etc.

Posição Patrimonial e Financeira

Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial e


financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido. Estes são definidos como segue:

(a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos


passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos
para a entidade;

(b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já


ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos
capazes de gerar benefícios econômicos;

(c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de


deduzidos todos os seus passivos.

Ativos
O benefício econômico futuro embutido em um ativo é o seu potencial em contribuir,
direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade.
Tal potencial pode ser produtivo, quando o recurso for parte integrante das atividades
operacionais da entidade. Pode também ter a forma de conversibilidade em caixa ou
equivalentes de caixa ou pode ainda ser capaz de reduzir as saídas de caixa, como no
caso de um processo industrial alternativo que reduza os custos de produção.
Passivos

Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a entidade tenha uma
obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou fazer de
uma certa maneira. As obrigações podem ser legalmente exigíveis em conseqüência de
um contrato ou de requisitos estatutários. Esse é normalmente o caso, por exemplo, das
contas a pagar por mercadorias e serviços recebidos. Obrigações surgem também de
práticas usuais de negócios, usos e costumes e o desejo de manter boas relações
comerciais ou agir de maneira eqüitativa. Se, por exemplo, uma entidade decide, por
uma questão de política mercadológica ou de imagem, retificar defeitos em seus
produtos, mesmo quando tais defeitos tenham se tornado conhecidos depois que expirou
o período da garantia, as importâncias que espera gastar com os produtos já vendidos
constituem-se passivos.
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Patrimônio Líquido

Embora o patrimônio líquido seja definido como um valor residual, ele pode ter
subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, recursos aportados pelos
sócios, reservas resultantes de apropriações de lucros e reservas para manutenção do
capital podem ser demonstrados separadamente. Tais classificações podem ser
importantes para a tomada de decisão dos usuários das demonstrações contábeis
quando indicarem restrições legais ou de outra natureza sobre a capacidade que a
entidade tem de distribuir ou aplicar de outra forma os seus recursos patrimoniais.
Podem também refletir o fato de que acionistas de uma entidade tenham direitos
diferentes em relação ao recebimento de dividendos ou reembolso de capital.

Performance /Desempenho

O resultado é freqüentemente usado como medida de desempenho ou como base para


outras avaliações, tais como o retorno do investimento ou resultado por ação. Os
elementos diretamente relacionados com a mensuração do resultado são as receitas e as
despesas. O reconhecimento e mensuração das receitas e despesas e,
conseqüentemente, do resultado, dependem em parte dos conceitos de capital e de
manutenção do capital usados pela entidade na preparação de suas demonstrações
contábeis.

Receitas e despesas são definidas como segue:

(a) Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil
sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de
passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e que não sejam
provenientes de aporte dos proprietários da entidade;

(b) Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período


contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incremento
em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido e que não
sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.

Reconhecimento dos Elementos das Demonstrações Contábeis

Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar ao balanço patrimonial ou à


demonstração do resultado um item que se enquadre na definição de um elemento e
que satisfaça os critérios de reconhecimento mencionados no item 83. Envolve a
descrição do item, a atribuição do seu valor e a sua inclusão no balanço patrimonial ou
na demonstração do resultado. Os itens que satisfazem os critérios de reconhecimento
devem ser registrados no balanço ou na demonstração do resultado. A falta de
reconhecimento de tais itens não é corrigida pela divulgação das práticas contábeis
adotadas nem pelas notas ou material explicativo.

Reconhecimento de Ativos

Um ativo é reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que benefícios


econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou valor
puder ser determinado em bases confiáveis.

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Reconhecimento de Passivos

Um passivo é reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que uma saída
de recursos envolvendo benefícios econômicos seja exigida em liquidação de uma
obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará possa ser determinado
em bases confiáveis. Na prática, as obrigações contratuais ainda não integralmente
cumpridas de forma proporcional (por exemplo, obrigações decorrentes de pedidos de
compra de produtos e mercadorias, mas ainda não recebidos) não são geralmente
reconhecidas como passivos nas demonstrações contábeis. Contudo, tais obrigações
podem enquadrar-se na definição de passivos e, desde que sejam atendidos os critérios
de reconhecimento nas circunstâncias específicas, podem qualificar-se para
reconhecimento. Nesses casos, o reconhecimento do passivo exige o reconhecimento
dos correspondentes ativo ou despesa.
Reconhecimento de Receitas

A receita é reconhecida na demonstração do resultado quando resulta em um aumento,


que possa ser determinado em bases confiáveis, nos benefícios econômicos futuros
provenientes do aumento de um ativo ou da diminuição de um passivo. Isso significa,
de fato, que o reconhecimento da receita ocorre simultaneamente com o
reconhecimento de aumento de ativo ou de diminuição de passivo. Mas isso não
significa que todo aumento de ativo ou redução de passivo corresponda a uma receita.

Reconhecimento de Despesas

As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado quando surge um


decréscimo, que possa ser determinado em bases confiáveis, nos futuros benefícios
econômicos provenientes da diminuição de um ativo ou do aumento de um passivo.
Isso significa, de fato, que o reconhecimento de despesa ocorre simultaneamente com
o reconhecimento do aumento do passivo ou da diminuição do ativo (por exemplo, a
provisão para obrigações trabalhistas ou a depreciação de um equipamento).

Mensuração dos Elementos das Demonstrações Contábeis

(a) Mensuração é o processo que consiste em determinar os valores pelos quais os


elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apresentados
no balanço patrimonial e na demonstração do resultado. Esse processo envolve a
seleção de uma base específica de mensuração. Custo histórico. Os ativos são
registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de
caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data
da aquisição, podendo ou não ser atualizados pela variação na capacidade geral de
compra da moeda. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que
foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (por
exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que
serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações, podendo
também, em certas circunstâncias, ser atualizados monetariamente.

(b) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou


equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos
equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são reconhecidos
pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam
necessários para liquidar a obrigação na data do balanço.

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(c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são mantidos
pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela
venda numa forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos seus valores de
liquidação, isto é, pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não
descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes
obrigações no curso normal das operações da entidade.

(d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo
futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso
normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente,
descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário
para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade.

Atividade: A seu critério faça a leitura do relatório da administração de um


empresa de capital aberto e, faça uma análise critica sobre o setor e desempenho
da empresa.

EMPRESA COMO SISTEMA

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SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS – SIG
É o processo de transformação de dados em informações. Esse processo está voltado
para a geração de informações que são necessárias e Utilizadas no processo decisório da
empresa, diz-se que esse é um sistema de Informações gerenciais.

IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA AS EMPRESAS.


Os sistemas de informações gerenciais podem trazer os seguintes benefícios para as
empresas:
1. Redução de custos nas operações.
2. Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e
rápidos, com menor esforço.
3. Melhoria na produtividade.
4. Melhorias nos serviços realizados e oferecidos.
5. Melhoria na tomada de decisões, por meio do fornecimento de informações mais
rápidas e precisas.
6. Estímulo de maior interação entre os tomadores de decisão.
7. Fornecimento de melhores projeções dos efeitos das decisões.
8. Melhoria na estrutura organizacional, para facilitar o fluxo de informações.
9. Melhoria na estrutura de poder, proporcionando maior poder para aqueles que
entendem e controlam o sistema.
10. Redução do grau de centralização de decisões na empresa e,
11. Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não
previstos.
Alguns aspectos que podem fortalecer o sistema de informações gerenciais nas
empresas.
Vantagens básicas do sistema de informações gerenciais:

a) Envolvimento com o SIG. É um instrumento básico de apoio à otimização dos


resultados.
b) Exige competência intrínseca às pessoas que irão utilizá-lo.
c) O uso de um plano mestre.
d) A atenção específica ao fator humano da empresa.
e) A habilidade para identificar a necessidade de informações.
f) A habilidade para tomarem decisões com informações.
g) O apoio global dos vários planejamentos da empresa.
h) O apoio organizacional de adequada estrutura organizacional e das normas e dos
procedimentos inerentes aos sistemas.
i) O apoio catalisador de um sistema de controladoria.
j) O conhecimento e a confiança no sistema de informações gerenciais.
k) A existência de dados e informações relevantes e atualizados.
l) A adequada relação custo versus benefício.
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Alguns Aspectos das Decisões

As fases do processo decisório:

• Identificação do problema;
• Análise do problema;
• Estabelecimento de soluções alternativas;
• Análise e comparação das soluções alternativas;
• Seleção de alternativas mais adequadas;
• Implantação da alternativa selecionada;
• Avaliação da alternativa selecionada;

A aplicação do SIG foi dividida em 04 etapas, conforme a necessidade dos clientes,


como segue abaixo:

a) Implantação dos Sistemas de Registro de Informações – que é a forma mais comum


de SIG; fornece aos gerentes e aos tomadores de decisões os relatórios que atendem às
necessidades diárias de tomada de decisão. Esses relatórios normalmente fornecem aos
administradores, informações pré-especificadas para serem usadas na tomada de decisão
estruturada.

b) Implantação dos Sistemas de Suporte à Decisão – que são sistemas de informações


interativos, baseados em computadores, e que dependem dos modelos de decisão e
banco de dados especializados, para atender a quem toma decisões. Através desse
sistema, os administradores podem explorar várias alternativas e receber informações
experimentais.

c) Implantação dos Sistemas de Informações Executivos – são sistemas de


informações administrativos que auxiliam as tomadas de decisão estratégicas nos níveis
mais altos. Eles permitem que a administração tenha rápido acesso às informações
internas e externas relevantes e, se projetados apropriadamente, podem ajudá-la tanto a
diagnosticar problemas como a desenvolver soluções.

d) Avaliação dos Sistemas de Informações Implantados – o sistema possibilita medir


o desempenho da tecnologia da informação aplicada, solicitando feedback a empregados
e clientes. Também utiliza cálculos tradicionais sobre retorno de investimento e custo-
benefício para justificar os investimentos.

Demonstrações contábeis
Finalidade das demonstrações contábeis

As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição


patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das
demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição
patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que
seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de
decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam
apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus
deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram
confiados.

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Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam
informação da entidade acerca do seguinte:
ativos; passivos; patrimônio líquido; receitas e despesas, incluindo ganhos e
perdas; alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários
e distribuições a eles; e fluxos de caixa.
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das
notas explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis a
prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o
grau de certeza de sua geração.

Conjunto completo de demonstrações contábeis – CPC 26 (R1) - CFC -


NTC TG 26 - Resolução nº. 1.185/09 alt. 1.376/11.
O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:

(a) balanço patrimonial ao final do período;

(b1) demonstração do resultado do período;

(b2) demonstração do resultado abrangente do período;

(c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;

(d) demonstração dos fluxos de caixa do período;

(e) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis


significativas e outras informações elucidativas;

(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente


apresentado, quando a entidade aplica uma política contábil
retrospectivamente ou procede à reapresentação retrospectiva de itens das
demonstrações contábeis, ou ainda quando procede à reclassificação de itens
de suas demonstrações contábeis; e

(g) demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento


Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou
mesmo se apresentada voluntariamente.
A entidade deve apresentar com igualdade de importância todas as
demonstrações contábeis que façam parte do conjunto completo de demonstrações
contábeis. O conjunto completo das demonstrações contábeis deve ser
apresentado pelo menos anualmente (inclusive informação comparativa). Quando se
altera a data de encerramento das demonstrações contábeis da entidade e as
demonstrações contábeis são apresentadas para um período mais longo ou mais curto do
que um ano, a entidade deve divulgar, além do período abrangido pelas demonstrações
contábeis:
(a) a razão para usar um período mais longo ou mais curto; e
(b) o fato de que não são inteiramente comparáveis os montantes comparativos
apresentados nessas demonstrações.
As demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição
financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade. Para
apresentação adequada, é necessária a representação fidedigna dos efeitos das
transações, outros eventos e condições de acordo com as definições e critérios
de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas como estabelecidos
na Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-
Financeiro 1. Presume-se que a aplicação dos Pronunciamentos Técnicos,

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Interpretações e Orientações do CPC, com divulgação adicional quando
necessária, resulta em demonstrações contábeis que se enquadram como
representação apropriada.

IPC- Quando da elaboração das demonstrações contábeis, a administração


deve fazer a avaliação da capacidade da entidade continuar em operação no
futuro previsível. As demonstrações contábeis devem ser elaboradas no
pressuposto da continuidade, a menos que a administração tenha intenção de
liquidar a entidade ou cessar seus negócios, ou ainda não possua uma alternativa
realista senão a descontinuidade de suas atividades. Quando a administração
tiver ciência, ao fazer a sua avaliação, de incertezas relevantes relacionadas com
eventos ou condições que possam lançar dúvidas significativas acerca da
capacidade da entidade continuar em operação no futuro previsível, essas
incertezas devem ser divulgadas. Quando as demonstrações contábeis não forem
elaboradas no pressuposto da continuidade, esse fato deve ser divulgado,
juntamente com as bases sobre as quais as demonstrações contábeis foram
elaboradas e a razão pela qual não se pressupõe a continuidade da entidade.

A COMPOSIÇÃO CONTÁBIL DO PATRIMÔNIO


ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO PATRIMÔNIO

Cabe ressaltar os aspectos de caráter econômico, jurídico e contábil que


norteiam o conceito de patrimônio, entretanto uma de suas características
fundamentais é a autonomia que goza e independência em relação aos dos seus
proprietários.

As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a


entidade continuará em operação no futuro previsível. Dessa forma, presume-se que
a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem
reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal intenção ou
necessidade existir, as demonstrações contábeis têm que ser preparadas numa base
diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada. (CPC 00) – Pressuposto
Básico.

Balanço Patrimonial: O balanço patrimonial da entidade é a relação de seus ativos,


passivos e patrimônio líquido em uma data específica, como apresentado nessa
demonstração da posição patrimonial e financeira.

Como podemos verificar o Balanço Patrimonial é composto pelo Patrimônio


(ATIVO e PASSIVO) que graficamente deve ser representado.

ATIVO PASSIVO
Bens e Direitos Patrimônio Líquido
(À Esquerda) (À Direita)

PATRIMÔNIO É O AGREGADO DO ATIVO E DO PASSIVO. (Fábio Besta)

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A IGUALDADE PATRIMONIAL
O conceito de igualdade contábil depreende-se do conceito de Balanço que
representa o equilíbrio entre os elementos patrimoniais.

BALANÇO PATRIMONIAL
PASSIVO
ATIVO
Bens – Direitos Obrigações
Investimentos Financiamentos
Aplicações Origens
$ = $

Observe, caso você adquira um automóvel no valor de $ 20.000,00, a prazo,


financiado junto ao banco. Represente o seu patrimônio:

BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Veículo $ 20.000,00 Financiamento $ 20.000,00
TOTAL...$ 20.000,00 = TOTAL..............$ 20.000,00

Qual a origem? De que forma você adquiriu o veículo?


Através de uma dívida que representa exatamente o mesmo valor do bem
adquirido (aplicação).

Concluímos que a toda origem corresponde a uma aplicação de igual valor,


assim:

ATIVO = PASSIVO
INVESTIMENTOS = FINANCIAMENTOS
APLICAÇÃO = ORIGENS
BENS + DIREITOS = OBRIGAÇÕES

Podemos representar pelas seguintes equações:

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO


PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO
PASSIVO = ATIVO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Em face do conceito acima devemos entender por recursos próprios, aqueles


investidos, aplicados pelos proprietários no negócio denominado de Capital Social.

O Patrimônio Líquido é composto basicamente em capital social, reservas de


capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e
prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

14
CAPITAL: Que são os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de
incorporação de reservas e lucros.

RESERVAS: São os valores decorrentes de retenção de lucros, de reavaliação de ativos


e outras circunstâncias.

LUCROS (deve ser distribuído) / PREJUÍZOS ACUMULADOS: São os lucros e os


prejuízos ainda não compensados, estes apresentados como parcela redutora do
Patrimônio Líquido.

Lucros Acumulados-INSTRUÇÃO CVM Nº 469, DE 2 DE MAIO DE 2008

Art. 5º No encerramento do exercício social, a conta de lucros e prejuízos acumulados


não deverá apresentar saldo positivo.
Parágrafo único. Eventual saldo positivo remanescente na conta de lucros e prejuízos
acumulados deverão ser destinados para reserva de lucros, nos termos dos art. 194 a 197
da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, ou distribuído como dividendo.

CONFIGURAÇÃO DO CAPITAL

CAPITAL: É a origem de recursos aplicados na entidade, pelos proprietários.


Assumindo as seguintes configurações:

a) Capital Subscrito: é o valor do capital pelo qual os sócios se obrigam no ato da


assinatura do Contrato Social.
b) Capital Realizado/ Integralizado: é a totalidade ou a parcela do capital efetivamente
integralizado (entregue) pelos sócios ou acionistas à entidade.
c) Capital a Realizar/a Integralizar: é o valor do capital que ainda não foi colocado à
disposição da empresa.

Terminologias Aplicadas

CAPITAL SOCIAL = CAPITAL NOMINAL = CAPITAL REGISTRADO: É o


investimento inicial feito pelos sócio-acionistas.

CAPITAL PRÓPRIO: Corresponde ao conceito de patrimônio líquido, abrange o


capital inicial e suas variações.

CAPITAL DE TERCEIROS: Representa os investimentos feitos na empresa com


recursos de terceiros, que abrange o Passivo Exigível.
CAPITAL TOTAL A DISPOSIÇÃO DA EMPRESA: Corresponde ao Capital à
disposição da empresa em um dado momento.
CAPITAL DE TERCEIROS + CAPITAL PRÓPRIO

15
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Passivo = Capital de Terceiros
Patrimônio Líquido = Capital Próprio
Capital Social
Reservas
Lucros / Prejuízos
TOTAL DO ATIVO ---- * ---- TOTAL DO PASSIVO + PL= Capital Total a Disposição
da empresa (CT + CP)

EXEMPLIFICANDO:

1 – João e Maria resolvem constituir uma sociedade com o Capital Inicial de $


20.000,00 apenas assinaram o Contrato Social , ou seja, ocorrendo apenas a Subscrição
do Capital.

BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Patrimônio Líquido
Capital Subscrito $ 20.000
Capital a Integralizar $ ( 20.000)
TOTAL DO ATIVO --------- * -------- TOTAL DO PASSIVO =PL --------- * -----
----

2 – João e Maria resolvem constituir uma sociedade com Capital Inicial de R$


20.000,00, apenas integralizando 50% do capital em dinheiro.

BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa $ 10.000 Patrimônio Líquido
Capital Subscrito $ 20.000
Capital a Integralizar $ ( 10.000)
TOTAL DO ATIVO $ 10.000 TOTAL DO PASSIVO + PL $ 10.000

3 – João e Maria resolvem constituir uma sociedade; Capital Social de R$ 20.000, sendo
totalmente subscrito e integralizado neste ato em dinheiro.

BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa $ 20.000 Patrimônio Líquido
Capital Social $ 20.000

TOTAL DO ATIVO $ 20.000 TOTAL DO PASSIV + PL $ 20.000

16
CONTA
Instrumento de registro que tem por finalidade reunir fatos contábeis da mesma
natureza, sendo aberta para encerrar os valores de realização passada, presente ou
futura, recebendo um título que a identifica, ou seja, é o meio utilizado para identificar o
tipo de transação que está sendo realizada.

Ex1: Capital Conta utilizada para registrar o investimento dos sócios aplicado no
negócio.

Ex2: Caixa Conta utilizada para registrar as entradas e saídas de numerários da


empresa.

Ex3: Os direitos que a empresa tem a receber devem ser registradas nas contas:
clientes, duplicatas a receber, títulos a receber, notas promissórias a receber etc.

As contas estão classificadas:

Ativo (Caixa, banco, clientes, mercadorias etc)


Contas Passivo (Fornecedores, financiadores, Duplicatas a pagar,
Patrimoniais Impostos a Recolher).
Patrimônio Líquido (Capital Social, Lucros ou prejuízos
acumulados, reservas).

Receitas – (Serviços, Juros, Aluguel, Vendas etc) que


Contas de representa acréscimo ao PL.
Resultado
Despes (Administrativas, Vendas, Financeiras) que representa
decréscimo ao PL.

Considerando que um dos aspectos mais relevantes para o iniciante ao estudo


da contabilidade é a compreensão das variações, modificações, transformações,
mutações ocorridas nos elementos que compõem o patrimônio (Ativo e Passivo), e seus
reflexos nas organizações, pois as tomadas de decisões da administração vão impactar e
alterar suas características quantitativas e qualitativas, e a administração necessita do
retorno de suas decisões, metas, planejamento, controle e se resultados foram atingidos
e a contabilidade presta-se a medir a eficácia e eficiência das organizações em razão de
sua complexidade e das exigências do mercado em conhecer melhor o desempenho das
empresas.

17
AS VARIAÇÕES DOS COMPONENTES DO PATRIMÔNIO
As modificações no Patrimônio ocorrem em razão das decisões da
administração: quanto comprar, produzir, pagar, receber, investir, financiar etc.
1 – Exemplo: Pagamento de uma dívida no valor de $ 10.000,00 com um cheque. Quais
os componentes do patrimônio que se modificaram?

Dívida (passivo) Diminuição (Modificou)

Banco (ativo) Diminuição (Modificou)

SITUAÇÃO ANTES DO PAGAMENTO:

ATIVO PASSIVO
Caixa $ 10.000,
Duplicatas a Pagar $ 30.000,
Banco $ 50.000, PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social $ 30.000,
Total do Ativo $ 60.000, Total do Passivo +PL $ 60.000,
SITUAÇÃO APÓS O PAGAMENTO
ATIVO PASSIVO
Caixa $ 10.000,
Duplicatas a Pagar $ 20.000,
Banco $ 40.000, PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social $ 30.000,
Total do Ativo $ 50.000, Total do Passivo + PL $ 50.000,

Observe: Diminuição do total da conta corrente de R$ 50.000, para 40.000,.


Diminuição da dívida (Duplicatas a Pagar) de $ 30.000, para $ 20.000. Não houve
variação no Patrimônio Líquido.

A primeira vista pode parecer simples, mas o entendimento deste raciocínio é


fundamental para compreensão da lógica contábil.

2 - Exemplo: Aquisição de mercadorias no valor de $ 20.000, a prazo, com aceite de


duplicatas.

Mercadorias (ativo) $ 20.000, aumento


Duplicatas a Pagar (PE) $ 20.000, aumento

Não houve variação no Patrimônio Líquido.

SITUAÇÃO APÓS A COMPRA

ATIVO PASSIVO
Caixa $ 10.000,
Duplicatas a Pagar $ 40.000,
Banco $ 40.000, PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Mercadorias $ 20.000, Capital Social $ 30.000,
Total do Ativo $ 70.000, Total do Passivo+PL $ 70.000

18
3 – Exemplo: Os sócios decidiram aumentar o capital da empresa em mais $ 30.000,
com um terreno.
Capital (PL) $ 30.000, aumento
Terrenos (ativo) $ 30.000, aumento

Não houve variação no Passivo Exigível.

SITUAÇÃO APÓS O AUMENTO DO CAPITAL

ATIVO PASSIVO
Caixa $ 10.000,
Duplicatas a Pagar $ 40.000,
Banco $ 40.000,
Mercadorias $ 20.000, PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Terrenos $ 30.000, Capital Social $ 60.000,
Total do Ativo $ 100.000, Total do Passivo +PL $ 100.000,

RESUMO:
As Variações:

Aumento: aquisição de um bem ou direito


NO ATIVO
Diminuição: saída de um bem ou recebimento de um direito

Aumento: aquisição de uma dívida


NO PASSIVO
Diminuição: pagamento de uma dívida

Aumento Investimento de capital


Lucros (Receitas > Despesas)

NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Diminuição Desinvestimento de capital


Prejuízos (Despesas > Receitas)

O Regime da Competência – (CPC) X (Principio Contábil)

A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o


regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e
outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros
recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis
e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As
demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos
usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e
recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações
de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma,
apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que sejam as
mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas.(CPC 00)

19
O resultado da gestão do patrimônio deve ser suportado pelos seus proprietários,
que esperam obter (lucro ou prejuízo) em função do capital investido. Logo, o resultado
(lucro(+) ou prejuízo (-)) influência o patrimônio líquido que é o grupo dos
proprietários.
1 – Receitas $ 700, 2 – Receitas $ 100,
(-) Despesas $ 300, (-) Despesas $ 200,
----------- -----------
Lucro $ 400, (PL) Prejuízo $ 100, (PL)

O lucro aumenta o PL, pois as receitas são maiores que as despesas.


O prejuízo diminui o PL, pois as despesas são maiores que as receitas.

Em Resumo:
As receitas aumentam o PL, gerando lucro.
As despesas diminuem o PL, gerando prejuízo.

EXERCÍCIOS:

Representar através de Balanços as operações da Cia. Empreendedora,


considerando a empresa em evolução, cada Balanço apresentado deve ser igual ao
Balanço anterior, alterado pelas transações seguintes: indicado pelas modificações
ocorridas nos componentes do patrimônio.

1 – Investimento de capital $ 20.000, em dinheiro.

BALANÇO – BP

ATIVO P
PL

TOTAL ATIVO TOTAL P + PL

ATIVO = PE = PL =

2 – Compra de mercadorias, a prazo, mediante duplicatas $ 5.000.

BALANÇO – BP

ATIVO P

PL

ATIVO = P = PL =

20
3 – Aquisição de um veículo, à vista, $ 5.000.

BALANÇO – BP

ATIVO P

PL

ATIVO = P = PL =

4 – Pagamento de $ 3.000, referente as duplicatas.

BALANÇO - BP

ATIVO P

PL

ATIVO = P = PL =

5 – A Cia Prestou serviços e recebeu R$20.000,00

BALANÇO - BP

ATIVO P

PL

TOTAL ATIVO TOTAL P + PL

ATIVO = PE = PL =

Demonstração do Resultado do Exercício - DRE

1- Receita............. R$

2 - Despesas........ .R$

3- Resultado(1-2)...R$

21
6 – Pagamento de Despesas Comerciais $ 25.000,00

BALANÇO - BP

ATIVO P

PL

ATIVO = P = PL =

Demonstração do Resultado do Exercício - DRE

1- Receita............. R$

2- Despesas........ .R$

3- Resultado (1-2).R$

O DÉBITO E O CRÉDITO

A contabilidade como ciência possui linguagem própria, e os termos débito e


crédito têm uma função específica que é indicar as modificações ocorridas nos
elementos patrimoniais, no ativo, passivo e no patrimônio líquido.
Como você já domina o raciocínio das alterações ocorridas no patrimônio,
defina:

O que vamos fazer é simplesmente substituir os termos


aumento e diminuição por débito e crédito.

Quando usar?
Lembre-se que o ativo deve sua existência ao passivo, logo os ativos
aumentam pelo débito e o passivo pelo crédito, para diminuir ambos, basta
raciocinar ao contrário.

EXEMPLO:
I - Investimento de capital $ 20.000, em dinheiro.

Caixa
1 – Identificar as contas
Capital

Caixa (Ativo)
2 – Pertence a que grupo patrimonial
Capital (PL)

3 – Verificar o que esta operação alterou (aumentou/diminuiu) Ativo/PL?

 A entrada de um bem no ativo aumenta, portanto debita.


 O investimento de capital aumenta o PL, portanto credita.

22
II – Compra de mercadorias, a prazo, $ 5.000, com duplicatas.

Mercadorias
1 – Identificar as contas
Duplicatas a Pagar

Mercadorias (ativo)
2 – Pertence a que grupo patrimonial
Duplicatas a Pagar (PE)

3 – Verificar o que esta operação alterou/aumentou/diminuiu ativo/PE?

 A entrada de um bem no ativo aumenta, portanto debita.


 Aquisição de uma dívida aumenta o PE, portanto credita.

APROFUNDANDO O CONCEITO DE DÉBITO E CRÉDITO

“O débito é sempre elemento contrário ao crédito. O débito e o crédito estão


nos extremos, assim como nos extremos estão o polo negativo e o polo positivo de um
imã. Assim como ambas, o débito e o crédito são necessários para formar a
contabilidade”.
( Rogério Pfaltzgraff em contabilidade para principiantes, Editora Cultrix).

Veja a aplicação do Prof. Pedro Azevedo de Mangabeira em seu livro


Contabilidade Aplicada – Livro Técnico.

O débito e o crédito formam a principal simetria da contabilidade.


Efeitos Causa

Entrada Saída

Positivo Negativo

Aplicação Origem

Deve Haver

Débito Crédito
Para onde nos viramos, um termo é ligado ao outro, uma vez que não há
nada positivo sem que haja o lado negativo; se alguém deve algo, é porque existe
alguém ou alguma coisa com o direito de haver o que lhe pertence; onde há uma
entrada, existe uma saída, nem que seja pelo mesmo lugar.
E toda causa tem seu efeito, e vice-versa.

23
O REGISTRO DAS OPERAÇÕES (Individualizado)

Para efeitos didáticos, vamos utilizar para registrar e controlar individualmente


cada conta utilizada para indicar as variações dos elementos Patrimoniais: a conta T ou
simplesmente Razonete.

ATIVO PASSIVO/P. LÍQUIDO RECEITAS

Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito


Aumenta Diminui Diminui Aumenta Somente
quando da
Apuração do
Saldo devedor Saldo Credor Resultado

Saldo Credor
DESPESAS

Débito Crédito

Saldo Somente
Devedor quando da
Apuração do
Resultado
LANÇAMENTO
Meio utilizado para registrar os fatos que modificam o patrimônio
individualmente.
Elementos Essenciais:
 Local e data
 Conta devedora
 Conta credora
 Histórico
 Valor

SEQUENCIA LÓGICA DO PROCESSO CONTÁBIL

DIÁRIO RAZÃO BALANCETE AJUSTES


DE
VERIFICAÇÃO

ENCERRAMEN BALANCETE AS
TO APÓS DEMONSTRAÇÕES
DAS CONTAS ENCERRAMENTO CONTÁBEIS
DE
RESULTADO

ANÁLISE
DECISÕES
CONTÁBIL

24
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
NBC T2.7 “1 – O Balancete de Verificação do razão é a relação de contas, com seus
respectivos saldos, extraída dos registros contábeis em determinada data”.

Como já vimos até o momento a contabilidade controla o patrimônio das Entidades,


através dos registros dos fatos contábeis, utilizando o método das partidas dobradas
como regra básica. O relatório utilizado pela contabilidade para verificar se os
lançamentos contábeis foram realizados corretamente denomina-se “Balancete de
Verificação” ou simplesmente “Balancete”.
 BALANCETE DE DUAS COLUNAS
É o balancete mais simples, sendo elaborado transportando os saldos das contas
existentes nos razões.

CIA EMPREENDEDORA
BALANCETE PATRIMONIAL EM 28.02.200X
SALDOS
CONTAS DEVEDORES CREDORES
Caixa 5.000
Duplicatas a Receber 3.000
Imóveis 2.000
Duplicatas a Pagar 3.000
Capital Social 7.000
TOTAL 10.000 10.000

ESCRITURAÇÃO
Lei 10.406 de 10 de janeiro 2002(CCB)
Livro II Do Direito da Empresa
CAPÍTULO IV

Da Escrituração
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema
de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros,
em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço
patrimonial e o de resultado econômico. (leia aos artigos seguintes).

Lei 6.404 de 15 de Dezembro de 1976

Escrituração

Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com


obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de
contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis
uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de
competência.

§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de


métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e
ressaltar esses efeitos.

25
§ 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem
qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta
Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que
constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos
ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a
elaboração de outras demonstrações financeiras. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
2009)

§ 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as


normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente
submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados. (Redação dada pela
Lei nº 11.941, de 2009)

§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e


por contabilistas legalmente habilitados.

§ 5o As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se


refere o § 3o deste artigo deverão ser elaboradas em consonância com os padrões
internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores
mobiliários. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 6o As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre


demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para
as companhias abertas. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Escrituração Contábil Digital – Sped Contábil

Resolução CFC nº1020/2005 -Aprova a NBC T 2.8 – Das Formalidades da


Escrituração Contábil em Forma Eletrônica.

Decreto nº6.022, de 22 de Janeiro de 2007 – Instituiu o Sistema Público de


Escrituração Digital – Sped.

Resolução CFC nº1299/2010 - Aprova o Comunicado Técnico CT 04 que define as


formalidades da escrituração contábil em forma digital para fins de atendimento ao
Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

É a substituição da escrituração em papel pela Escrituração Contábil Digital - ECD,


também chamada de SPED-Contábil. Trata-se da obrigação de transmitir em versão
digital os seguintes livros:

I - livro Diário e seus auxiliares, se houver;


II - livro Razão e seus auxiliares, se houver;
III - livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos
assentamentos neles transcritos.

Segundo a Instrução Normativa RFB nº 787 de 19 de novembro de 2007, estão


obrigadas a adotar a ECD em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de
janeiro de 2008, as sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento econômico-
tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 de novembro de
2007 e sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real; (Redação
dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março de 2009) em relação aos
fatos contábeis desde 1º de janeiro de 2009, as demais sociedades empresárias sujeitas à
tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real. (Redação dada pela Instrução
26
Normativa RFB nº 926, de 11 de março de 2009).

Para as demais sociedades empresárias a ECD é facultativa.

As sociedades simples e as microempresas e empresas de pequeno porte optante pelo


Simples Nacional estão dispensadas desta obrigação.

Contabilidade a Serviço da Gestão Empresarial


O processo da escrituração avança, ganha novos contextos e se constitui, em algumas
corporações, ferramenta de gestão indissociável da área financeira. A contabilidade
gerencial é um sistema de informações financeiras e operacionais empregado para
mensurar, avaliar e posicionar investimentos e resultados empresariais, fornecendo
orientações para tabulação do fluxo de caixa, planejamento, controles e tomadas de
decisão.

Sob este prisma, a escrituração contábil, mesmo quando simplificada, se presta para
posicionar informações próprias da contabilidade gerencial, com reflexos positivos nas
interações dos planos, das execuções e dos controles corporativos.
Logo, considerando estes aspectos, a Contabilidade é importante para:

I. apuração do custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos;


II. formação dos preços de venda;
III. estabelecer necessidades de capital de giro;
IV. apuração de indicadores econômicos e financeiros;
V. planejamento empresarial ou fiscal para a empresa;
VI. eficiência e segurança nas tomadas de decisão.
Funções Especiais da Contabilidade
Na Falência – A mesma norma jurídica que trata do instituto da recuperação judicial ou
extrajudicial das empresas, Lei nº 11.101/05, prescreve que, para que a falência não seja
considerada fraudulenta, a empresa precisa demonstrar por meio dos livros mercantis e
dos documentos que dão suporte aos lançamentos que suas operações guardam
conformidade com os preceitos da legislação de regência, sob pena de implicações e
sanções aos sócios, administradores e prepostos vinculados.

Na Perícia Judicial – Principalmente em relação a questões trabalhistas, a empresa que


estiver desprovida de escrituração 40 contábil revestida das formalidades, fica em
situação de grande vulnerabilidade fática diante da necessidade de comprovar,
cabalmente, o cumprimento das obrigações inerentes à área. O ônus da prova recai
sempre contra a figura da pessoa jurídica, que a faz mediante a constatação dos assentos
feitos na contabilidade, especialmente por meio do Livro Diário.

Na Dissidência Societária – As sociedades não restam contratadas para um cenário de


divergências ou intrigas, todavia, se porventura aquelas venham ocorrer na relação entre
os sócios da empresa, no caso de dissidência societária, certamente precisarão fazer uso
de perícias técnicas para apuração dos direitos individuais ou responsabilidades em
relação aos fatos suscitados. A ausência da escrituração contábil é motivo para
inviabilizar melhores conclusões acerca do patrimônio líquido pertencente à empresa,
objeto de partilha entre os sócios, impedindo que os trabalhos periciais se direcionem
sobre direitos e obrigações.

27
Na Fiscalização da Previdência – A legislação previdenciária exige expressamente
que as empresas mantenham uma escrituração contábil, sob pena de arbitramento, com
reflexos negativos aos administradores e gestores financeiros.

No Crime Tributário – A Lei nº 8.137/90 relaciona as hipóteses nas quais se


materializam os chamados crimes contra a ordem tributária e, neste particular, restou
evidenciado não apenas a importância, como também a necessidade da existência de
escrituração contábil, cumulado com outras providências, a fim de que os profissionais
da contabilidade sejam apartados, ou seja, dissociados das práticas fraudulentas.

Na Distribuição de Lucros – Segundo contemplado no art. 1.009 do CCB, aprovado


pela Lei nº 10.406/02, “a distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta
responsabilidade solidária dos administradores que a realizem e dos sócios que os
receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade”, regramento que
somente é cumprido se a empresa dispuser de contabilidade revestida das formalidades,
ainda que mediante “escrituração simplificada”.

Na Informação Gerencial – Os empresários ou os usuários das informações dependem


do posicionamento das demonstrações contábeis às tomadas de decisões. A
contabilidade, quando Escrituração contábil simplificada para micro e pequena empresa
regular, oferece dados formais, científicos e universais que permitem atender às
necessidades.

Na Globalização da Economia – Com a expansão dos negócios e ainda a globalização


da economia, as informações contábeis, além de subsidiarem a gestão financeira e
econômica, não apenas se prestam para exigências internas, como também podem
balizar transações internacionais.

Na Orientação Estratégica – A decisão de investir, reduzir custos, modificar linha de


produtos ou de praticar outros atos gerenciais deve se basear em informações
econômicas, cenários e dados técnicos extraídos dos registros contábeis, sob pena de
naufrágio corporativo, com riscos ao patrimônio dos sócios- investidores.

Na Avaliação Social – A falta de escrituração contábil é uma das principais


dificuldades para se avaliar uma economia, o que distorce as estatísticas tabuladas. No
Brasil, como em qualquer outra nação, desconhecer a realidade econômica pode gerar
decisões completamente dissociadas das necessidades empresariais e da sociedade em
geral e, certamente, tem causado transtornos avaliativos ao País.

Técnica utilizada pela contabilidade para registrar o conjunto de transformações


ocorridas no patrimônio da entidade.
A escrituração contábil constitui-se no principal fator de conhecimento do
empresário da evolução do negócio.
A escrituração deve ser realizada em livros exigidos pela lei comercial e fiscal.

28
AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Finalidade das demonstrações contábeis.

As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial


e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o
de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho
e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas
avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também
objetivam apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e
sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados.
Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da
entidade acerca do seguinte:
(a) ativos;
(b) passivos;
(c) patrimônio líquido;
(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e
distribuições a eles; e
(f) fluxos de caixa.
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas
explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis na previsão dos
futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de
sua geração. (CPC 26).

Lei 6.404/76 e suas alterações 11.638/2007 e 11.941/2009.

Demonstrações Financeiras

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações
ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício; e

IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº


11.638,de 2007)

V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela


Lei nº 11.638,de 2007)

§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos


valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior.

§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os


pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não
ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a
utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes".

29
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a
proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela
assembléia-geral.

§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros


quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da
situação patrimonial e dos resultados do exercício.

§ 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

CPC 26 (R1)- APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Conjunto completo de demonstrações contábeis

(a) balanço patrimonial ao final do período;


(b) demonstração do resultado do período;
(c) demonstração do resultado abrangente do período;
(d) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
(e) demonstração dos fluxos de caixa do período; CPC 03 (R2)
(f) demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento Técnico
(CPC 09), Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum
órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente;

As NBCs

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Nessa parte são evidenciadas informações gerenciais
Relatório da
1ª parte sobre o desempenho econômico-financeiro da empresa e
administração
atividades corporativas.
São relatórios com finalidades específicas que
Demonstrações
2ª parte apresentam a situação patrimonial, econômica e
contábeis
financeira.
São notas de elementos das demonstrações contábeis
3ª parte Notas explicativas que visam a apresentar um maior detalhamento sobre os
mesmos.
Parecer dos auditores Expressa a opinião do auditor independente sobre o
4ª parte
independentes exame das demonstrações contábeis.
Parecer do conselho Expressa a opinião do conselho fiscal sobre os atos
5ª parte
fiscal sociais e administrativos do conselho de administração.

Balanço patrimonial Demonstra a situação patrimonial da empresa.


Evidencia a situação econômica da companhia através da
Demonstração do resultado apuração de seu resultado (lucro ou prejuízo) em um
determinado exercício.
Apresenta o resultado do período, bem como possíveis
Demonstração do resultado resultados futuros, decorrentes de transações que ainda não
abrangente se realizaram financeiramente e que foram ajustadas no
patrimônio líquido.
Demonstração das
Apresenta as variações dos elementos que compõem o
mutações do patrimônio
patrimônio líquido de um período para o outro.
Líquido
Demonstração dos fluxos Apresenta a geração de caixa das atividades operacionais,
de caixa de investimentos e financiamentos da entidade.
Demonstração do valor Evidencia o valor agregado gerado e distribuído pela
adicionado empresa.
Demonstra o montante investido pela companhia em ações
Balanço social *****
sociais voltadas aos seus colaboradores e à sociedade.

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BALANÇO PATRIMONIAL
Decisão de Investimento
ATIVO QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS
Ativo Circulante -Onde estão aplicados os recursos financeiros?
Caixa e Bancos -Quanto em ativos circulantes? Quanto em ativos
Contas a Receber não circulantes? Em Quais?
Estoques (CPC 16 R1) -Qual a melhor composição dos ativos?
Outros -Qual o risco do investimento?
Ativo não Circulante -Qual o retorno do investimento?
Realizável a Longo Prazo -Qual as novas alternativas de investimentos?
Contas a Receber -Como decidir em quais ativos investir?
Adiantamento a Coligadas -Como maximizar a rentabilidade dos investimentos
Investimento existentes.
Imobilizado NBC TG 27 (R2) -O que deve ser descartado, reduzido ou eliminado,
Intangivel NBC TG 04 (R2) por não acrescentar valor?

Total

BALANÇO PATRIMONIAL

Decisão de Financiamento
PASSIVO QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS
Passivo Circulante -Qual a estrutura de capital?
Fornecedores -De onde vêm os recursos?
Empréstimos e financiamentos -Qual a participação de capital próprio?
Debêntures Curto Prazo -Qual a participação de capital de terceiros?
Outros -Qual o perfil do endividamento?
Passivo não Circulante -Qual o custo de capital? Como reduzi-lo?
Empréstimos -Quais as fontes de financiamento utilizadas e seus
Financiamentos respectivos custos?
Patrimônio Líquido -Quais deveriam ser substituídas ou eliminadas?
Capital Social -Qual o risco financeiro?
Reservas de Capital -Qual o sincronismo entre os vencimentos das
Reservas de Lucros dívidas e a geração de meios de pagamentos?

Total

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DRE
Receita Bruta de Vendas CPC 47
QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS
(-) Deduções da Receita -Quais os resultados obtidos? Como mantê-los ou
Impostos Incidentes melhorá-los?
Devoluções -Qual o crescimento das vendas?
(=) Receita Operacional Líquida E dos custos? E das despesas?
(-) Custos Operacionais -Qual a participação percentual dos custos e das
(=) Resultado Operacional Bruto despesas em relação às receitas?
(-) Despesas Operacionais -Qual a margem líquida de venda?
Comercialização -Quais os custos e despesas que podem ser
Administrativas reduzidos?
Depreciação / Amortização -As receitas obtidas estão compatíveis com os
Despesas Financeiras investimentos?
Outras Receitas e Despesas -Os lucros têm atingido as metas estabelecidas?
(=) Lucro antes do IR Como são quando comparados com os das
(-) Imposto de Renda e CSLL melhores empresas do ramo?
(=) Lucro Líquido do Exercício

ATIVIDADE

PROBLEMA PARA TREINO 1

Reconhecimento e avaliação de ativos. A seguir ,algumas operações realizadas pela


Coca-Cola Company. Indique se cada operação gera um ativo, Se sim, indique o título
da conta e a quantia envolvida.

a. A companhia gasta $ 10 milhões para desenvolver um novo refrigerante. Não dá


ainda para lançar nenhum produto novo no mercado; a empresa
acha,contudo,que,no futuro, isso será possível.

b. A companhia assina um contrato com a United Can Corporation para a compra


de $ 4 milhões de latas de para refrigerantes, ocasião em que faz um
adiantamento de $ 400.000, em dinheiro.

c. A companhia gasta $ 2 milhões em propaganda durante o mês: $ 500.000, para


divulgar a marca Coca-Cola; $ 1.500.000, para divulgar marcas de refrigerantes
específicos, como a Diet Coke.

d. A companhia emite 50.000 ações ordinárias – avaliadas em $ 2,5 milhões, a


preço de mercado – para adquirir todas as ações da Coring Glass Company, um
fornecedor de garrafas para refrigerantes.

e. A companhia gasta $ 800.000 em programas de assistência educacional, para


que alguns gerentes seus cursem um MBA. A experiência mostra que 80% dos
empregados envolvidos nesse programa realmente obtêm um título de MBA,
após o que permanecem na companhia por 10 anos ou mais.
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f. A companhia adquire terrenos e edifícios, por $ 150 milhões, a prazo,
hipotecando-os , como garantia do empréstimo respectivo. Visto que o valor em
questão ainda não foi integralmente pago, a propriedade legal dos terrenos e
edifícios permanece com o vendedor.

PROBLEMAS PARA TREINO 2

Reconhecimento e avaliação de passivos. As operações relacionadas a seguir referem-


se à New York Times Company. Indique se cada operação gera imediatamente um
passivo para a empresa, Se sim, cite a conta e a quantia envolvidas

a. A companhia recebe $ 10 milhões de assinaturas do jornal,cobrindo o período de


um ano, a partir do mês seguinte ao mês concorrente.

b. A companhia recebe uma fatura de $ 4 milhões da sua agência de publicidade,


referente a anúncios veiculados no mês imediatamente anterior ao mês
corrente, fazendo propaganda do New York Times.

c. A companhia assina um contrato de arrendamento mercantil de veículos para


entrega de jornais, por um ano. No ato, paga $ 50.000 dos $ 80.000 referentes ao
arrendamento anual.

d. A empresa recebe notificação de que um residente de New York acaba de entrar


com uma ação judicial , pedindo $ 10 milhões de indenização por ter sido
atropelado por um dos veículos de entrega da empresa. Os advogados da
empresa avaliam que é provável que o residente de New York ganhe a ação; o
seguro da empresa, contudo, cobre o eventual valor a pagar.

e. Na parte d, acima, imagine que a empresa não tenha seguro contra tais perdas.

f. Em função de uma greve dos empregados, os assinantes do jornal deixam de


receber seus jornais por duas semanas. As assinaturas respectivas montam a $ 2
milhões.

PROBLEMAS PARA TREINO 3

Regime de caixa versus regime de competência. A Thompson Hardware Store


começa suas operações em 1º de janeiro do ano 5.Seu proprietário, J.Thompson investe
$ 10.000 no negócio.A empresa contrai empréstimo no valor de $ 80.000,de um
banco,local, a juros de 9% ao ano.O empréstimo vence em 30 de junho do ano 5.

A empresa aluga um edifício em 1º de janeiro, e paga $ 2.000 por 2 meses de aluguel ,


adiantadamente ($ 1.000 por mês).Em 1º de janeiro, também paga $ 1.200 por seguro de
responsabilidade civil,que cobre o ano que se encerra em 31 de dezembro do ano 5.
Em 2 de janeiro,compra $ 28.000 de mercadorias,a prazo; em 25 de janeiro, paga $
10.000 dessa compra.Uma contagem física indica que as mercadorias ainda em estoque
em 31 de janeiro custaram $ 15.000.
Durante janeiro, vende mercadorias por $ 20.000 a vista e $ 9.000 a prazo.No final de
janeiro,recebe $ 2.000 das vendas a prazo.
Outros custos pagos durante janeiro são: água e energia elétrica, $ 400, $ 650; e
impostos, $ 350.
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a. Prepare a demonstração do resultado de janeiro; supondo que a Thompson
contabiliza suas operações com base no regime de competência, isto é,
reconhece receitas quando as vendas ocorrem.
b. Prepare a demonstração do resultado de janeiro, supondo que a Thompson
utiliza o regime de caixa.
c. Qual regime de contabilização,em sua opinião, proporciona melhor indicação do
desempenho operacional da empresa durante janeiro? Por quê ?

PROBLEMAS PARA TREINO - 4

Reconhecimento de receitas e despesas. Uma empresa utiliza o regime de


competência, reconhecendo as receitas quando realiza vendas ou presta serviços.Indique
o montante da receita ou despesa que ela deve reconhecer em abril,em cada uma das
transações a seguir.

a. Recebe $ 4.970 de clientes durante abril, referentes a mercadorias vendidas e


entregues em março.
b. Vende mercadorias durante abril,por $ 14.980 , a vista.
c. Vende mercadorias durante abril,por $ 5.820 , a prazo, esperando receber esse
valor em maio.
d. Paga $ 2.610 a fornecedores durante abril, por mercadorias recebidas e vendidas
durante março.
e. Para $ 5.440 a fornecedores durante abril, por mercadorias recebidas e vendidas
durante abril.
f. Recebe mercadorias adquiridas por $ 2.010 durante abril, e vende-as no mesmo
mês de abril;espera pagar ao fornecedor em maio.
g. Recebe mercadorias adquiridas por $ 1.570 durante abril; espera vendê-las em
maio, ocasião em que pagará ao fornecedor.

PROBLEMA PARA TREINO 5

1) A Máquinas Pesadas S.A. encerra seu exercício social em 31 de dezembro de


cada ano. Os salários são pagos, normalmente, no dia 5 do mês seguinte.
A folha de pagamento desembolsada em 5 – 1 – 20X2 deve ser contabilizada em
janeiro de 20X2 ou dezembro de 20X1?

2) A Continac S.A. presta serviços de limpeza. Os serviços prestados no mês


normalmente são faturados ( emissão de notas fiscais de prestação de serviços ) no final
do mês seguinte. Quando deverá ser contabilizada a receita referente as faturas emitidas
em fevereiro de 20X2, que serão recebidas em março de 20X2?

3) A Ridma S.A comercializa cadeiras, mesas e armários para escritório. A


companhia recebeu um pedido de compra em 10 – 09 – 20X2, a emissão da nota fiscal e
a entrega dos produtos ocorreram em 15 – 10 –20X2, a duplicata foi expedida para o
cliente em 1º - 11 – 20X2 e o recebimento da venda foi em 15 de novembro. Quando
deve ser reconhecida a receita?

4) A Monte S.Avende geladeiras com garantia de 2 anos. Os gastos com


garantias (peças, mão-de-obra, etc.) devem ser contabilizados no momento em que a
garantia foi prestada ou por ocasião da venda da geladeira ao cliente?

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5) O Banco Silva S.A está sendo questionado na justiça Trabalhista por um
grupo de ex – funcionários que foram demitidos. A diretoria do banco Silva S.A, em
conjunto com seus advogados, é de opinião de que os ex – funcionários estão bem
fundamentados neste processo e a instituição financeira perderá essa causa. Os
advogados estimam o valor da causa no mínimo em $ 100.000 e no máximo em $
120.000. A pergunta é : quanto deve ser provisionado na contabilidade (crédito na conta
de indenizações trabalhista e débito na conta despesas trabalhistas).

6) A Metais S. A entrou na justiça contra um fornecedor de energia questionando


quantias cobradas a maior indevidamente em três anos anteriores. A Metais S.A , após
mais de dois de anos discussão judicial, ganhou a causa e o fornecedor comprometeu –
se a pagar. A quantia envolvida varia de $ 30.000 a $ 41.000, dependo ainda de alguns
acertos finais.
A questão é: qual a quantia que o contador deve registrar na contabilidade?

7) Alfa S,A contratou serviços de limpeza com a Beta S.A . Os serviços prestados
em dezembro de20X1, no valor de $ 10.000, foram faturados pelo fornecedor no final
de janeiro de 20X2 e pagos pago por Alfa S.A no inicio de fevereiro de 20X2.
O contador entende que os serviços deveriam ser provisionados em dezembro de
20X1. O gerente de impostos é de opinião que a despesa decorrente dessa provisão seria
indedutível em 20X1 para fins da base de cálculo do imposto de renda sobre o lucro, já
que o documento fiscal (nota fiscal de prestação de serviços) do fornecedor apenas foi
emitido em 20X2.
Logo, ele é de opinião que essa operação somente deveria ser contabilizada em
janeiro de 20X2. o diretor financeiro tem uma opinião diversa do contador e do gerente
de impostos. Ele acredita que o resultado da Alfa S.A. somente deveria ser onerado
(receber o débito da despesa de prestação de serviço) no mês em que ocorreu a
liquidação financeira da operação (mês de pagamento da nota fiscal de prestação de
serviço), ou seja, em fevereiro de 20X2. Quem está com a razão?

8 – Um nome pode ser um ativo? Em meados de 2007 a empresa MXN comprou de


terceiros o domínio da Internet denominado porn.com no valor de 9 milhões de dólares.
Usando o conceito de ativo, discuta se o nome de um endereço da Internet pode ser
considerado um ativo.

9 – Novamente, explorando a definição de ativo, noticiou-se que logo após a descoberta


do namoro entre a modelo Raica e o jogador Ronaldo, a modelo teve seu cachê na
Fashion Rio inflacionado em 60% pelo “fator Ronaldo”. Discuta se isto pode ser
considerado um ativo.

10- O acordo de Kyoto determinou que países que conseguirem um progresso na


redução de poluição ganham “créditos” (no sentido popular da palavra, não no sentido
contábil) que podem vender para outros países que não atingiram as metas propostas.
Como a Rússia trabalha com equipamentos ineficientes irá conseguir facilmente atingir
as metas estabelecidas em Kyoto. Com base nestas informações, podemos definir estes
“créditos” como ativo? Como poderiam ser mensurados?

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11 – Existe ativo no mundo virtual? . Os chamados jogos multiplayeronline role-playing
estão atraindo cada vez mais pessoas. A revistaThe Economistfazumaresenhasobre o
livroSynthetic words: the business and culture of on line games, de Edward Castronova.
Esse pesquisador analisou esses jogos sob a ótica econômica. Nesse mundo sintético,
cresce cada vez mais o comércio de itens como poções, ouro, espadas, etc. Isso significa
que os itens dos jogos possuem valor. A estimativa de Castronova é que “trabalhando”
no mundo virtual seria possível gerar US$ 3,5 por hora. Na China existiriam empresas
que contratam pessoas para jogar o dia inteiro e gerar lucro vendendo os produtos
gerados para outros jogadores por dinheiro real. Terra e outras propriedades têm um
preço elevado: um jogador de Project Entropia pagou R$ 26.500 por uma ilha num
mundo virtual em 2004. E obteve retorno vendendo direitos de caça e mineração a
outros jogadores. É um ativo? Verifique se satisfaz à definição de ativo. Como seria
mensurado?

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE


NBC TG 03 – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – (CPC 03)

Objetivo

Informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos
usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade
gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização
desses fluxos de caixa. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem
avaliação da capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da
época de sua ocorrência e do grau de certeza de sua geração.

Definições

Os seguintes termos são usados nesta Norma, com os significados abaixo


especificados:

Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.

Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que
são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a
um insignificante risco de mudança de valor.

Fluxos de caixa são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.

Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da


entidade e outras atividades que não são de investimento e tampouco de
financiamento.
Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais são:

(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;

(b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras


receitas;

(c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;

(d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;

(e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros,


anuidades e outros benefícios da apólice;

(f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que


possam ser especificamente identificados com as atividades de financiamento ou
de investimento; e

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(g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação
imediata ou disponíveis para venda futura.

Atividades de investimento são as referentes à aquisição e à venda de ativos de


longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa.

Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de investimento são:

(a) pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros


ativos de longo prazo. Esses pagamentos incluem aqueles relacionados aos
custos de desenvolvimento ativados e aos ativos imobilizados de construção
própria;

(b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e


outros ativos de longo prazo;

(c) pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou nstrumentos


de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto
aqueles pagamentos referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa
ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);

(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais ou


instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint
ventures (exceto aqueles recebimentos referentes aos títulos considerados como
equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);

(e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto aqueles


adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira);

(f) recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de


empréstimos concedidos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos empréstimos
de instituição financeira);

(g) pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto
quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou futura, ou os
pagamentos forem classificados como atividades de financiamento; e

(h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto
quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura,
ou os recebimentos forem classificados como atividades de financiamento.

Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e


na composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade.

Exemplo de fluxo de caixa advindo da atividade de financiamento.


(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;

(b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade;

(c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias,


outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;

(d) amortização de empréstimos e financiamentos; e

(e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a


arrendamento mercantil financeiro.

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ATIVIDADE –EXERCÍCIO - DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA

 Avaliar a liquidez e a flexibilidade financeira.


 Avaliar as decisões gerenciais.
 Determinar a capacidade de pagar dividendos aos acionistas e empréstimo
aos credores.
 Mostrar a relação entre o lucro líquido e o caixa.
 Ajudar a prever futuros fluxos de caixa.

Cia. Os Feras da Pós – S/A.

 Transação 1: a empresa emite ações ordinárias e recebe R$ 100.000 em caixa.


 Transação 2: compra um edifício e paga R$ 20.000 em caixa.
 Transação 3: compra estoque a prazo no valor de R$ 10.000.
 Transação 4: realiza uma receita de R$ 6.000 a prazo contra um custo de
mercadoria vendida de R$ 2.000.
 Transação 5: recebe R$ 4.000 dos R$ 6.000 do contas a receber.
 Transação 6: registra R$ 1.000 de depreciação do edifício.
 Transação 7: paga R$6.000 da conta fornecedores.
 Encerramento do Balanço BP - Demonstrativo de Resultados – DRE - DFC

Registrar as transações acima nos razonetes.

39
Universidade Federal Fluminense
MBA em Controladoria e Finanças.

Elaborar o Balancete de Verificação


BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM 31.12.200X
SALDO
CONTAS DEVEDOR CREDOR

TOTAL

BALANÇO PATRIMONIAL – JÁ ESCOLHEU SUA


EMPRESA.
ATIVO Passivo

PL

Total Ativo Total Passivo + PL

Demonstração do Resultado do Exercício – DRE – JÁ ESCOLHEU SUA EMPRESA.

Receita de vendas................ R$
(-)Custo das vendas................ R$
(=)Resultado Bruto...................R$
(-)Despesas Operacionais........R$
(=) Resultado Operacional R$
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA – DFC – JÁ ESCOLHEU SUA EMPRESA.
1 – ATIVIDADE OPERACIONAL.

2 – ATIVIDADE DE INVESTIMENTO.

3 –ATIVIDADE DE FINANCIAMENTO.

40
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
Exercício Findo em 31/12/20X1

Fluxo de Caixa Proveniente

Das Atividades Operacionais


(+) Recebimento de Clientes e outros
(-) Pagamentos a Fornecedores
(-) Pagamento a Funcionários
(-) Recolhimentos ao governo
(-) pagamentos a credores diversos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais

Das Atividades de Investimentos


(+) Recebimento de venda de Imobilizado
(-) Aquisição de Ativo não Circulante
(+) Recebimento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimentos

Das Atividades de Financiamentos


(+) Novos Empréstimos
(-) Amortização de Empréstimos
(+) Emissão de Debêntures
(+) Integralização de Capital
( -) Pagamento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) atividades de Financiamento

AUMENTO/DIMINUIÇÃO NAS DISPONIBILIDADES


DISPONIBILIDADES- no início do período
DISPONIBILIDADES- no final do período

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ATIVIDADE I - A empresa Montanha Russa S/A fabrica peças industriais, cujo custo médio de produção é de $80,00
e preço de venda é de $100,00. Seguindo as diretrizes do seu proprietário, Sr. Jacintus Prejus, que não gosta de
dever a ninguém, todos os custos e despesas são pagos à vista. As vendas são realizadas com prazo de 30 dias
para pagamento, de forma a atrair os clientes . Os estoques finais de cada mês são mantidos idênticos a
quantidade vendida durante o mês.
O Durante o mês de maio a empresa produziu e vendeu 1.000 unidades e recebeu $100.000 em dinheiro. O seu
lucro operacional foi de $20.000,00.
A seguir encontram-se as posições do ativo circulante da empresa ao final de abril e maio.
Contas 30/04 31/05
Caixa e Banco 107.500 127.500
Contas a Receber 100.000 100.000
Estoques 80.000 80.000
Total 287.500 307.500
Os negócios estavam crescendo. Em junho a produção foi de 2.000 unidades, as vendas de 1.500 unidades, os
recebimentos de $100.000,00 e o lucro operacional de $30.000,00. /as vendas continuaram crescendo 500
unidades por mês. Em julho foram vendidas 2.000 unidades, produzidas 2.500, recebidos $150.000,00 e o lucro
operacional subiu para $40.000,00.
No início de agosto as vendas foram programadas para 2.500 unidades e a produção para 3.000 unidades. Com
os lucros crescendo, o Sr. Jacintus Prejus foi tirar férias em João Pessoa. No dia 31/08, no entanto, suas férias
foram interrompidas por um telefonema, avisando que a conta bancária da empresa estava negativa. Perplexo, ele
começa a preparar as malas para voltar, quando lembrou que você estava cursando o MBA em Gestão de
Negócios, ligou para você e lhe contou a história. Sabendo da sua experiência profissional, ele lhe apresentou os
dados acima e pediu que lhe explicasse a situação e, principalmente, analisasse a evolução da sua conta bancária.
Faça uma análise e explique a situação ao Sr. Jacintus Prejus.

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