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Resumo
Abstract
In this article we will discuss the role of the audit in the credibility of financial information. The main
objective is to assess how auditing can be a means of making financial information more credible among
a wide range of users. The methodology used for the elaboration of this article was, regarding the data
collection technique, bibliographical research, and regarding the data analysis technique, the content
analysis, in a qualitative approach. With the completion of this study, we concluded that financial
information is only useful when it helps or influences its users to make decisions. In order to make
decisions, they need to ensure that the information in their possession is reliable, relevant and error-
free. And as this fact cannot be verified directly by all interested parties, through the analysis of
accounting records, auditing appears as the main instrument for the credibility of financial information,
as we can see in the four explanatory theories of auditing that are set out in the text
1. Introdução
Este artigo tem como objectivo principal, analisar o papel da auditoria no processo de
credibilização da informação financeira. Para tal, começaremos por falar sobre a informação
financeira, especificamente a necessidade de ela ser credível. De seguida abordaremos sobre o
objecto e o objectivo da auditoria, seguindo-se de uma breve resenha sobre as asserções
subjacentes ás demonstrações financeiras. Por fim, falaremos sobre as teorias explicativas da
auditoria, que é onde desagua o nosso tema.
2. Revisão da literatura
Para Borges & Azevedo (2008), "a noção de informação é multifacetada e ambígua, tanto se
pode referir a um conjunto de dados em bruto como a dados organizados, ou ainda à
capacidade de um canal de comunicação". (p.14)
Havendo então essa ambiguidade, resta-nos pelo menos tentar encontrar uma definição
daquilo que é a informação financeira. Lampeão (2010) define a informação financeira como
"toda a informação contabilística sobre as actividades de um indivíduo ou de uma organização
(como uma empresa), no seu todo ou em parte".
Tudo o que é informação, em termos gerais, deve ser credível, para que as entidades a quem
se destina façam o correcto juízo sobre elas. Se a informação financeira produzida pela
contabilidade é utilizada para a tomada de decisões económicas, é absolutamente importante
que essa informação transmita confiança em quem as utiliza. Da Costa (2010), considera
existirem diversas pessoas envolvidas nas demonstrações financeiras, como sejam: as que
preparam, as que auditam, as que analisam e as que a utilizam.
De todas essas pessoas, são sem dúvidas [...] “os utilizadores, que devem ser privilegiados,
uma vez que esperam que as demonstrações financeiras, como parte que são da informação
financeira em termos gerais, sejam preparadas com o fim de proporcionar informação que seja
útil na tomada de decisões económicas. (Da Costa, 2010, p.37 )
Os accionistas por sua vez, tem a necessidade de informação semelhante a dos investidores.
No caso, eles estão interessados em saber se haverá ou não lucros que podem originar a
distribuição de dividendos.
Por seu turno, o público estaria interessado nas demonstrações financeiras das empresas para
se inteirar das tendências de crescimento e desenvolvimento das mesmas, das tendências de
crescimento e das contribuições que estas podem dar no desenvolvimento das economias
locais. Geralmente, no caso do nosso país, o público tem acesso à informação financeira das
sociedades anónimas, pela sua obrigatoriedade de divulgação da mesma.
Por último, o governo. Olhando para o contexto moçambicano, pode-se afirmar que, para o
caso do nosso país, o governo é o principal utilizador da informação financeira. Podemos
afirmar que poucas são as empresas que contratam uma auditoria independente para
examinar as demonstrações financeiras.
Mesmo o Sistema de Contabilidade para o sector empresarial foi aprovado pelo Decreto nº
70/2009 de 22 de Dezembro, constituindo esse acto um sinal claro de forte influência
governamental no sistema contabilístico.
Quando falamos de objecto, queremos debruçar-nos sobre a matéria, ao passo que quando
nos referimos do objectivo, queremos focar sobre o fim de uma determinada acção. Franco &
Marra (2011), defendem que:
O objecto da auditoria é o conjunto de todos os elementos do controlo do património
administrado, os quais compreendem registos contabilísticos, papéis, documentos,
fichas, arquivos e anotações, que comprovem a veracidade dos registos e a
legitimidade dos actos da administração, bem como a sua sinceridade na defesa dos
interesses patrimoniais. (p.31)
Relativamente ao fim, os mesmos autores afirmam que é a confirmação dos registos
contabilísticos e consequentes demonstrações financeiras. Concluem portanto que é a
auditoria que dá credibilidade às demonstrações financeiras e as informações nele contidas.
Da Costa (2010), por sua vez, resume este tópico da seguinte maneira: o objecto são as
asserções subjacentes às demonstrações financeiras, e o objectivo é a expressão de uma
opinião sobre estas, por parte de um profissional competente e independente.
Taborda (2006), ao definir o seu conceito de auditoria, sublinha que ela responde exactamente
à necessidade de credibilizar as informações constantes nas demonstrações financeiras (DF´s).
Podemos portanto concluir que há convergência nestas ideias todas, dado que, ao emitir uma
opinião sobre as asserções subjacentes às DF´s, estará o auditor a conferir maior credibilidade
á informação financeira.
O que é uma asserção? Nas palavras de Da Costa (2010), uma asserção é uma
afirmação categórica, uma proposição positiva ou negativa que se assegura
verdadeira.
Com base nesse pressuposto, o autor supra apresenta algumas teorias explicativas da
auditoria, nomeadamente: a teoria da informação, a teoria do governo das sociedades,
a teoria do seguro e a teoria da agência.
Vimos outrora que são vários os utilizadores da informação financeira. Vimos também
que são os órgãos de gestão os responsáveis pela preparação da informação
financeira, que, para que seja útil a terceiros, ela deve estar revestida das
características qualitativas ora abordadas.
Neste contexto de responsabilidade dos auditores e dos gestores para com terceiros
interessados na empresa estrutura-se a teoria explicativa da auditoria baseada na
teoria da informação, que pressupõe que a procura por auditoria é ditada pelo facto
de credibilizar a informação financeira produzida e divulgada.
E por fim, no que diz respeito à teoria da agência, ela é, de acordo com De Almeida
(2014) “subjacente à filosofia do accountability, na qual está instituída a ideia de que
os indivíduos, grupos ou organizações tê direito a solicitar a outrem, informações
sobre a sua conduta e requerer explicações sobre as acções tomadas” (p.35).
3. Conclusão
Uma informação financeira deve ser credível para cumprir o seu papel primordial, que
é o de proporcionar bases para tomadas de decisão que impactem directamente nos
negócios, na vida das pessoas e das empresas. Existe um vasto leque de utilizadores da
informação financeira, desde os investidores ao público, cada um com as suas próprias
necessidades de informação. A auditoria tem por objecto, as demonstrações
financeiras, e o objectivo principal passa por emitir uma opinião sobre elas,
conferindo-lhes assim maior credibilidade. As demonstrações financeiras auditadas,
desde que a sua opinião seja favorável, têm as asserções a elas subjacentes bastante
reforçadas, transmitindo confiança para quem as utiliza e minimizando o risco inerente
à tomada de decisões, evitando perdas ou efeitos nefastos de acontecimentos
fortuitos. As quatro teorias explicativas da auditoria corroboram a necessidade da
auditoria para o processo de credibilização da informação financeira. Na teoria da
informação, a responsabilidade dos gestores é de produzir informação financeira
fiável, ao passo que os auditores responsabilizam-se em avaliar e emitir uma opinião
sobre aquela informação, credibilizando-a ou não, para que terceiros tomem decisões
cientes dos riscos que assumem. A teoria do seguro tem mais que ver com a grande
responsabilidade que os auditores têm no processo de credibilização da informação
financeira, visto que as perdas decorrentes de avaliação incorrecta das demonstrações
financeiras revertem-se para os auditores. Na teoria do governo das sociedades, a
ênfase está no cumprimento de princípios previamente estabelecidos para o seu
governo, e por fim, a teoria da agência, que pode confundir-se com prestações de
contas, a auditoria tem o papel de reduzir o risco para o principal, neste caso, os
investidores e minimizar as divergências de informação que possam surgir, face a
assimetria das posições dos gestores e dos proprietários.
Referências bibliográficas
Da Costa, C.B. (2010). Auditoria Financeira – Teoria & Prática (9ªed). Lisboa, Portugal: Rei dos
Livros.
De Almeida, B.M.J. (2014). Manual de Auditoria Financeira – Uma Análise Integrada baseada
no Risco. Lisboa, Portugal: Escolar Editora
Franco, H., Marra, E. (2011). Auditoria Contábil (4ªed). São Paulo, Brasil: Atlas
Lampeao, O.J. (2010). Auditando. Recuperado em: ojpeao.blogs.sapo.mz/12348.html
Taborda, D.M.G. (2006) Auditoria – Revisão Legal das contas e Outras Funções do Revisor
Oficial de Contas. Lisboa, Portugal: Edições Sílabo