1. Debruce-se sobre as normas de auditoria (ISA 200 e 240).
A Norma Internacional de Auditoria (ISA) 200, aborda os Objectivos e Princípios Gerais que Regem uma Auditoria de Demonstrações Financeiras e que deve ser lida no contexto do “Prefácio às Normas Internacionais de Controlo de Qualidade, de Auditoria, de Exame Simplificado, de Outras Garantias de Fiabilidade e de Serviços Relacionados”, que estabelece a aplicação e autoridade das ISAs. A finalidade desta Norma Internacional de Auditoria (ISA) é a de estabelecer normas e proporcionar orientação sobre o objectivo e princípios gerais que regem uma auditoria de demonstrações financeiras. Também descreve a responsabilidade da gerência pela preparação e apresentação das demonstrações financeiras e pela identificação da estrutura conceptual de relato financeiro a ser usada na preparação das demonstrações financeiras, referida nas ISAs como “a estrutura conceptual de relato financeiro aplicável. A ISA 240 aborda as responsabilidades do auditor relativas a fraude numa auditoria de demonstrações financeiras. Especificamente esta norma desenvolve a forma como a ISA 315 e a ISA 330 devem ser aplicadas em relação aos riscos de distorção material devido a fraude. Em outras palavras trata das Responsabilidades do Auditor Relativas a Fraude numa Auditoria de Demonstrações Financeiras, e que deve ser lida em conjunção com os Objectivos Gerais do Auditor Independente e Condução de uma Auditoria de Acordo com as Normas Internacionais de Auditoria. 2. A compreensibilidade, a relevância, a fiabilidade e a comparabilidade são as quatros principais características da informação financeira que tornam útil para os seus utilizadores. Estes confiam aos auditores independentes um mandato social para que verifiquem se estas e outras características da informação financeira são alcançadas. Debruce-se sobre as condições que levam a necessidade da auditoria as demostrações financeiras. As características qualitativas são os atributos que tornam a informação proporcionada nas demonstrações financeiras útil aos utentes. O processo de auditoria das demonstrações financeira, é necessário porque assegura a veracidade dos registos e proporcionar credibilidade às demonstrações financeiras e outros relatórios da administração. A necessidade da auditoria nas demonstrações financeiras deriva do acesso a informações existente na empresa que possam ter distorções materialmente relevantes, isto é, deriva da necessidade de emitir uma opinião sobre o estado da informação contida nas desmonstrações financeiras. A sua utilidade deriva da sua capacidade para responder as necessidades da empresa, avaliando se as normas estabelecidas estão sendo cumpridas e que as demonstrações financeiras apresentam uma imagem verdadeira e os princípios de contabilidade geralmente aceites foram aplicados correctamente. Em outras palavras o propósito de uma auditoria de demonstrações financeiras é aumentar o grau de confiança dos usuários nessas demonstrações. São diversos factores que criam a necessidade de auditoria às DF, são eles: Conflitos de interesses – o órgão de gestão poderá ter interesses em adulterar a seu favor as DF (caso as suas remunerações sejam indexadas aos resultados). Assim, poderá existir conflitos de interesses entre estes e os investidores que procuram saber a situação real da empresa. Desta forma, o auditor surge como a única forma de obterem informação fidedigna. Complexidade das transacções – à medida que a complexidade cresce, cresce a possibilidade de haver distorções (intencionais ou não), materialmente relevantes e assim diminuir a compreensão da informação pelos seus utilizadores, logo existe a necessidade de existir um profissional independente para avaliar a qualidade das DF. Afastamento dos utilizadores da informação financeira – são poucos os utilizadores da informação financeira que têm acesso directo aos documentos contabilísticos que servem de base à preparação das DF. Para ultrapassar estes constrangimentos, confiam aos auditores a missão de expressar uma opinião sobre as DF. 3. A auditoria é um processo de recolha de provas para testar as asserções contidas nas demostrações financeiras com vista a avaliação das mesmas tendo por base as normas contabilísticas e outras. Debruce-se sobre as limitações que auditoria financeira esta sujeita. Embora a auditoria financeira seja um instrumento indispensável para o controle organizacional, esta não deve ser considerada como imune a imperfeições ou a falhas. No entanto, a auditoria financeira está sujeita a uma serie de limitações: Critérios contabilísticos alternativos – as normas de contabilidade permitem a adopção de diferentes critérios contabilísticos, assim os utilizadores devem ter conhecimento dos critérios utilizados e da forma como estes influenciam as DF. Determinação da materialidade – a determinação da materialidade quer qualitativa, quer quantitativa, requer uma grande dose de julgamento profissional. Relatório de auditoria – a padronização do relatório de auditoria pode não reflectir toda a complexidade que envolve o processo de auditoria e a formação de opinião do auditor. Risco de auditoria – o risco que o auditor corre de emitir uma opinião inapropriada sobre as DF. Tempestividade – se houver demora indevida no relato da informação, ela perde a sua relevância, mesmo que não tenha o máximo de fiabilidade é preferível que seja divulgada em tempo oportuno. Custo razoável – os benefícios derivados da informação, devem exceder o custo de a proporcionar. Esta avaliação é contudo um processo de ajuizamento. Além disso, o auditor não dispõe de recursos ilimitados para a realização de uma auditoria, assim a auditoria é efectuada numa base de amostragem dos dados constantes nas DF. Balanceamento entre características qualitativas – a aspiração é conseguir um balanceamento (compromisso) adequado entre as características, a fim de ir ao encontro dos objectivos das DF. A importância relativa das características em casos diferentes é uma questão de juízo profissional. 4. É reconhecido que a auditoria financeira desempenha um papel importante na sociedade, contribuindo para a credibilidade das demostrações financeiras e para a sustentabilidade dos mercados financeiros. Comente a afirmação. A auditoria financeira é extremamente importantes para mostrar à sociedade e aos próprios colaboradores a preocupação da empresa com a transparência das informações, diz respeito à avaliação dos controles financeiros da empresa (tanto contábeis quanto operacionais). Considera-se que o enquadramento da auditoria num contexto social e de procura de economia, eficiência e eficácia nas organizações públicas e privadas, faculta à actividade um papel importante de mecanismo de controlo da sociedade. O processo da auditoria consiste em verificar o grau de cumprimento em relação a um conjunto de normas específicas, derivadas do sistema social, abrangendo, por isso, matrizes de carácter cultural, social e político. Auditoria e interesse público são duas faces da mesma moeda. A sociedade, ao atribuir à auditoria a característica de bem público, espera dela respostas mais amplas do que aquelas que os auditores, inseridos num quadro normativo, jurídico-técnico e auto-regulado, conseguem ou querem facultar ao público em geral. O conceito social da auditoria impõe o alargamento das suas funções à análise da viabilidade da empresa, à análise da economicidade, eficiência e eficácia das organizações, à denúncia de actos ilegais, à detecção de erros e fraudes, à verificação se a empresa foi administrada de forma competente e se adoptou uma atitude responsável face aos assuntos ambientais e sociais. A importância social da auditoria está patente na utilização do termo, sempre que se efectue uma comparação ou avaliação. A sua expansão está ligada à noção de responsabilidade e transparência, concepções de transcendente importância na sociedade actual, pela crescente pressão social no sentido de responsabilizar as organizações. 5. Existem diferenças significativas entre a contabilidade e a auditoria, os objectivos, os métodos e as responsabilidades pela sua realização não são iguais. Comente a afirmação. Resposta: concordo com a afirmação de que existem diferenças significativas entre a contabilidade e a auditoria. A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem as decisões. A Auditoria é análise, verificação, registos de documentos, livros, contas, inspecções, obtenção de informações e confirmações internas e externas, sujeitos as normas apropriadas de procedimentos para investigar a veracidade das demonstrações contábeis e o cumprimento não somente das exigências fiscais como dos princípios e normas de contabilidade e sua aplicação uniforme. Quanto aos objectivos: o principal objectivo da contabilidade é oferecer informações sólidas e confiáveis do quadro financeiro da empresa através de relatórios contabilísticos, que são utilizados no processo de tomada de decisão. O objectivo da auditoria é de expressar a situação operacional no uso dos recursos para assegurar que estas representem adequadamente a posição patrimonial e financeira das empresas, avaliando o a economicidade, eficiência e eficácia na utilização dos recursos existentes de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceites. Quanto aos métodos: a contabilidade baseia – se no método de escrituração através do método de partidas dobradas – este método diz que em cada lançamento, o valor total lançado nas contas a débito deve ser sempre igual ao total do valor lançado nas contas a crédito, isto é, para haver um débito deve ter um crédito correspondente. A auditoria baseia – se num conjunto de técnicas (Exame físico, Confirmação, Conferência dos Cálculos, Exame da escrituração, Investigação Minuciosa, Inquérito, Exame de Registros Auxiliares, Correlação das Informações Examinadas e observação), Procedimentos e testes (Substantivos e Analíticos) para realização de seus trabalhos, em suma baseia em métodos estatísticos de natureza probabilística e não probabilística. Quanto a responsabilidade da realização: na contabilidade a responsabilidade pela elaboração das demonstrações financeiras é da administração ou gestão da entidade, ao passo que na auditoria cabe aos auditores internos verificarem se na entidade existe um sistema de controle interno e os procedimentos de controle internos estão seguidos devidamente e auditores independentes para analisarem as DFs e emitir uma opinião sobre essas demonstrações. 6. A separação entre a propriedade e a gestão criou a necessidade da auditoria, que deu origem as varias teorias da informação, nomeadamente, a do governo das sociedades, de seguro e da agência. Debruce-se sobre cada uma delas. O processo da auditoria consiste em verificar o grau de cumprimento em relação a um conjunto de normas específicas, derivadas do sistema social, abrangendo, por isso, matrizes de carácter cultural, social e político. Teoria da Informação – Baseia-se no princípio de que todas as empresas necessitam de apresentar uma informação financeira com as características atrás descritas em virtude de o processo de decisão ser afectado, a todos os níveis e de forma directa, pela qualidade da informação usada no processo decisional. Gera avanços originais nas questões fundamentais da contabilidade, entendida, principalmente, como um sistema de informação, que identifica, mede, e comunica informação económica necessária ao exercício de julgamentos e processos de decisões. Teoria do governo das sociedades – está muito associado à problemática da diferença de expectativas em auditoria, pelo facto de esta ser concebida como fazendo parte de uma arquitectura de controlo, e o governo das sociedades abarcar o conjunto das estruturas, quer impostas endogenamente, quer exogenamente, para superintender e monitorizar a forma como as empresas são governadas em termos de VFM – value for money (economia, eficiência e eficácia). O governo das sociedades é o sistema de regras e condutas relativo ao exercício da direcção e controlo das sociedades emitentes de acções admitidas à negociação em mercado regulamentado. Evidencia-se aqui o interesse do governo das sociedades para o mercado de capitais. Teoria do Seguro – É uma teoria que tem de ser enquadrada na envolvente própria dos países anglo-saxónicos, nos quais se assiste a uma permanente litigação contra os auditores. Conhecida como a teoria do deep pocket, consiste basicamente na transferência das perdas sofridas pelos investidores no mercado de capitais, para os auditores, culpando-os de prestarem um serviço deficiente ao mercado. Ela assenta a possibilidade de mudança de responsabilidade para os auditores, por produção, divulgação e validação de informação financeira incorrecta, baixa as perdas esperadas em processos de litigação para os gestores, credores e outros profissionais envolvidos no mercado de capitais. Como o potencial de litigação aumenta, a procura de auditoria, neste pressuposto, por gestores e profissionais envolvidos na actividade financeira, tem tendência a aumentar.” A Teoria de Agência – relaciona-se com os problemas que surgem com a separação entre a propriedade e o controlo, que tem origem nas diferentes motivações e objectivos, na assimetria de informação e nas diferentes preferências de risco que existem entre principal (proprietário e/ou accionistas) e os agentes (gestores). Como é perceptível nesta relação de agência, os interesses e motivações entre estas partes podem ser convergentes ou divergentes. Surge inicialmente com a separação entre propriedade e controlo, sendo posteriormente ampliada pela visão contratual estabelecida entre o principal e os agentes, bem como o estabelecimento de formas de incentivos e monitorização dos seus agentes.