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INSTITUTO SUPERIOR DOM BOSCO

Licenciatura em Ensino Contabilidade


Módulo: Auditoria Interna
Tema: Introdução a auditoria interna
1.Auditoria

O conceito de auditoria na sua aplicação pratica tem evoluído ao longo dos tempos, pois a
dimensão das empresas, o facto de algumas terem alargado a sua esfera a outros países que não
aqueles onde inicialmente se constituíram, todo este desenvolvimento de tecno-estruturas inerentes
a empresa moderna, obrigaram os auditores ao longo dos últimos anos a reverem consecutivamente
os seus processos de trabalho. Para compreender o conceito de auditoria, e necessário, primeiro
entender a função das demonstrações financeiras.

As demonstrações financeiras são informações, preparadas por escrito, destinadas a apresentar a


terceiros, alheios a empresa, a situação patrimonial desta e a evolução desse património.

Para que cumpra suas funções, é necessário que as mesmas observem dois requisitos:

1°- Informar aos usuários que critérios foram adoptados em sua elaboração;

2°- Apresentar parecer de terceiros, alheios a empresa, sobre a fidedignidade com que tais
demonstrações reflectem a situação patrimonial e sua evolução durante o período a que se referem.

Para entender o primeiro requisito, adoptou-se um conjunto de convenções conhecidas como


princípios e normas de contabilidade geralmente aceites, para a elaboração das demonstrações
financeiras, que se referem basicamente a avaliação do património e a maneira de apresentar a
informação nelas contidas.

O segundo requisito e preenchido recorrendo-se a um profissional independente, ou seja, alheio a


empresa - o Auditor.
Para que as informações sejam credíveis de modo a que os usuários possam retirar conclusões
acertadas

Devem reunir certos requisitos a saber:

✓ Compreensibilidade;
✓ Relevância (materialidade)
✓ Fiabilidade (objectividade e tempestividade)
✓ Comparabilidade (consistencia e uniformidade)

A credibilidade é de maior importância para a informação financeira produzida pelas empresas


ou entidades uma vez que a mesma se destina a ser interpretada por uma vasta gama de
destinatários, são estes utentes que devem ser privilegiados uma vez que esperam que as
demonstrações financeiras, como parte que são da informação financeira em termos gerais, sejam
preparadas com o fim de proporcionar informação que seja útil na tomada de decisões económicas.

Com base no exposto anteriormente, podemos definir a auditoria das demonstrações financeiras
como o exame das mesmas, por um profissional independente, com a finalidade de emitir um
parecer técnico sobre sua fidedignidade

Concluindo, a auditoria é um exame das demonstrações financeiras de uma empresa ou


entidade, realizado de conformidade com determinadas normas por um profissional
qualificado e independente, com o fim de expressar uma opinião sobre a razoabilidade com
que essas demonstrações apresentam a informação nelas contidas de acordo com certas
regras e princípios – segundo Manuel Soto Serrano.

1.1. Tipos de auditoria / Quanto ao sujeito que realiza

Vamos citar os seguintes:

✓ Auditoria Externa
✓ Auditoria Interna

1.1.1. Auditoria externa


A auditoria externa, também conhecida como auditoria independente, é realizada por auditores ou
empresa de auditoria que não têm vínculos empregatícios ou de dependência com a organização
auditada. Seu principal objectivo é examinar as demonstrações financeiras de uma empresa ou
entidade para emitir uma opinião profissional e independente sobre se estas representam de forma
justa, em todos os aspectos materiais, a posição financeira, o resultado das operações e os fluxos
de caixa da entidade, de acordo com os princípios contábeis aplicáveis e as normas de auditoria
vigentes.

1.1.2. Auditoria Interna

A auditoria interna é um conjunto de técnicas que visa avaliar, de forma amostral, a gestão da
empresa ou entidade, pelos processos e resultados gerenciais, mediante a confrontação entre uma
situação encontrada com um determinado critério técnico, operacional ou normativo. Trata-se de
um componente de controlo na busca de melhor alocação dos recursos, não só actuando para
corrigir os desperdícios, as impropriedades/disfunções, a negligência e a omissão, mas,
principalmente, antecipando-se a essas ocorrências. Auditoria interna é uma actividade
independente, de avaliação objectiva e de consultoria, que tem como objectivo acrescentar valor e
melhorar as operações de uma organização. Ela pretende ajudar a organização na prossecução dos
seus objetivos através de uma abordagem sistemática e disciplinada, na avaliação da eficácia da
gestão do risco, do controlo e dos processos de governação.

2.Objectivos e fins de auditoria

Para referir-se aos objectivos da auditoria, devemos em primeira instância, recordar das funções
da administração, esta, deve assegurar um sistema de controlo cujos objectivos visam assegurar:

• A confiança e a integridade da informação;


• O cumprimento das políticas, planos, procedimentos e legislação aplicável;
• A custódia dos Activos;
• A utilização económica e eficiente dos recursos;
• A realização dos objectivos e metas fixados para as operações ou programas

Neste contexto, os objectivos de auditoria devem ir direcionados a observância dos cinco


objectivos anteriormente mencionados.
Confiança e integridade da informação

Quando se implementam sistemas de informação para a gestão, os mesmos devem ter como
principal objectivo fornecer dados para a tomada de decisões, controlo e conformidade com
exigências externas. Assim sendo, os auditores internos devem examinar tais sistemas de
informações e, quando necessário, assegurem-se de que:

• Os registos e relatórios financeiros e operacionais contem informação adequada, segura,


oportuna, completa e útil;
• Os controlos sobre os registos e relatórios são adequados e eficazes.

Cumprimento das políticas, planos, procedimentos e legislação aplicável

A implementação de sistemas adequados que assegurem o cumprimento das políticas, planos,


procedimentos e legislação aplicável que possam ter impacto significativo nas operações e
relatórios e da responsabilidade da Administração. Aos auditores internos cabe a responsabilidade
de avaliarem a adequação e eficiência de tais Sistemas e de verificarem se as actividades auditadas
estão ou não a cumprir com os requisitos apropriados.

Custódia dos activos

Os auditores internos devem rever os meios utilizados para salvaguardar os activos dos vários tipos
de prejuízos que podem ocorrer tais como os que resultem de roubo, fogo, inundações, utilização
indevidas ou ilegais, deficiente arrumação e conservação, etc. Assim sendo, e quando seja
considerado necessário, os auditores Internos devem efectuar, de entre outros procedimentos de
auditoria, inspeções físicas dos activos.

Utilização económica e eficiente dos recursos

Cada vez mais são limitados os recursos postos a disposição da Administração de qualquer
entidade. Por esta razão, cada Administração deve ser responsável pela definição de padrões
Operacionais que permitam medir a economicidade e a utilização eficiente dos recursos.

Por seu lado, os auditores internos devem ter a responsabilidade de verificar se:
• Foram estabelecidos padrões operacionais que permitam medir a economicidade e
eficiência;
• Os padrões operacionais fixados são compreensíveis e estão a ser cumpridos;
• Os desvios em relação aos padrões operacionais estão identificados, analisados e
comunicados aqueles que tem a responsabilidade de tomarem acções corretivas;
• Foram tomadas acções correctivas.

Realização dos objectivos e metas estabelecidas para as operações ou programas

A Administração de qualquer empresa tem a responsabilidade de definir objectivos e metas


operacionais ou programáticos, desenvolver e implementar procedimentos de controlo e
concretizar os desejáveis resultados operacionais ou programáticos. Em consequência, os
auditores internos devem assegurar-se de que tais objectivos estão de acordo com os da empresa e
se os mesmos estão a ser atingidos. Por outro lado, podem auxiliar os gestores encarregados de
desenvolverem tais objectivos, metas e sistemas verificando se:

• os pressupostos que lhes servem de base são ou não apropriados;


• esta a ser utilizada informação relevante, oportuna e precisa;
• foram incorporados nas operações ou programas controlos adequados.

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