Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
Conceito:
Attie (1998, p.25):A auditoria é uma especialização contábil voltada a testar a
eficiência do controlo patrimonial implantado com o objectivo de expressar uma
opiniãosobre determinado dado.
Em termos gerais, uma auditoria destina-se a verificar, de uma forma sistemática,
a conformidade dos procedimentos adoptados e seguidos nas diversas áreas
organizacionais de uma entidade com os respectivos regulamentos, critérios, leis, regras,
políticas, etc., quer internos quer externos, que se encontrem estabelecidos e aprovados.
Importância da Auditoria:
Para Crepaldi (2000), o auditor antes de tudo deve mostrar as fraquezas,
determinando as causas e avaliar as consequências, encontrando uma solução de modo a
fazer com que os responsáveis venham a agir.
Um dos principais objectivos dos auditores internos é ajudar as organizações a
eliminar desperdícios, simplificando tarefas e reduzindo custos.
Na iniciativa privada o objectivo é a optimização de lucros e de respostas, onde
aempresa depara-se com novas situações que levam a preocupação com a eficiência e
eficáciados recursos. No sector público, o objectivo principal é a busca da eficiência,
eficácia eeconomicidade das acções administrativas desenvolvidas pelos gestores
públicos.
Constitui uma das principais funções da auditoria interna o apoio a gestão,
tornando-seimportante no mundo empresarial no momento.
Como a auditoria leva em consideração o controlo interno das organizações
auditadas,e assume cada vez mais um papel de assessoria, uma definição mais abrangente
seria segundo, Crepaldi (2000 p. 27) possui o seguinte entendimento:
A Auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspecções e
obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionados com
o controlo do património, objectivando mensurar a exactidão desses registros e
das demonstrações contábeis deles decorrentes.
1
3. Exame da documentação original - comprovação se o material
auditadocorresponde de facto ao apresentado nos documentos comprobatórios das
referidas transacções;
4. Conferência - de somas e cálculos é por si só o mais simples e completo;
5. Exames de lançamentos contábeis - verificação pelo auditor da veracidade
dasinformações contábeis, fiscais;
6. Entrevistas - têm como finalidades à formulação de perguntas e obtenção derespostas
adequadas e satisfactórias, são usadas para se obter informações sobre a
Organização,nas normas e políticas estabelecidas. É por intermédio da entrevista que
se terá umconhecimento maior do funcionamento do sistema e se ele esta adequado
às condições efinalidades para que ele foi criado;
7. Observação das Actividades - é a que mais exige a vivência e experiência doauditor.
Consistem em detectar as deficiências, erros, problemas, através do
conhecimento,argúcia e vivência do auditor;
8. Amostragem - é a técnica em que se obtêm informações, dados de um
todo,examinando-se apenas uma parte desse todo (amostra);
2
instituições de créditos e de sociedades financeiras nos casos em que a decisão se pauta
unicamente nos critérios de natureza técnico prudencial; a supervisão da actividade das
instituições; vigiar a observância das normas; proferir recomendações para minimizar
irregularidades e sancionar as infracções praticadas.
É da competência do Banco de Portugal “velar pela estabilidade do sistema
financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, designadamente, a função de
refinanciador de última instância”. Assim, o Banco exerce a supervisão prudencial das
instituições de crédito, das sociedades financeiras e das instituições de pagamentos”.
A supervisão tem como finalidade garantir a estabilidade das instituições. No
entanto, é meramente preventiva, na medida que não pode substituir a gestão competente
e o controlo interno das respectivas instituições. Neste âmbito, evidencia-se o papel
fundamental desempenhado pelos auditores, internos e externos das instituições.
O Conselho Nacional de Supervisão de Auditoria (CNSA), criado em Novembro
de 2008, tem como missão reforçar a confiança e a credibilidade da actividade de
auditoria em Portugal, assegurando assim que os auditores contribuam para o rigor,
correcção, fiabilidade e transparência dos documentos de prestação de contas.
2. CONTROLO INTERNO
Através deste conceito, pode-se observar que a alta gestão e as gerências são os
responsáveis por planear, organizar, dirigir e controlar todos os desempenhos
daorganização.
Attie (1998, p.111) afirma que: “O controlo interno compreende todos os
meiosplaneados numa empresa para dirigir, restringir e governar as várias actividades com o
propósito de fazer cumprir os seus objectivos”.
3
A gestão de controlo interno é a base sobre a qual a auditoria fundamenta
seutrabalho. Dessa forma, dificilmente o auditor obterá evidências suficientes para
emissão deum parecer, sobre as demonstrações contábeis dissociadas da utilização do
sistema de controlo interno da empresa auditada.
Uma das tarefas mais importantes para o auditor é compreender o sistema de
controlo interno de uma organização. Se os controlos internos forem considerados falhos,
o auditor deve procurar aplicarprocedimentos que julgar necessários, a fim de levantar
dados suficientes para fundamentarseus trabalhos.
O sistema de controlo interno é implementado pelo órgão de gestão com a
finalidade de que distorções materiais sejam prevenidas e no caso de ocorrerem sejam
detectadas.
Geralmente o sistema de controlo interno das organizações auditadas
possuemrelação com o parecer de auditoria. Isso é facilmente percebido, bastando
lembrar que oauditor só reunirá condições de determinar a oportunidade, extensão e
profundidade dosprocedimentos de auditoria, que deverão ser aplicados com vistas à
colher evidênciasnecessárias à emissão do seu parecer, após cuidadoso estudo e avaliação
da sistemática e funcionamento dos controlos da organização auditada.
Monitorização
Informação e comunicação
Ambiente de controlo
4
As organizações enfrentam riscos internos e externos que são uma ameaça à
persecução dos seus objectivos. A avaliação do risco é um processo desencadeado pelo
órgão de gestão que permite identificar, analisar e responder a esses riscos.
Por actividade de controlo entende-se todas as políticas e procedimentos
encetados pelo órgão de gestão com objectivo de mitigar os riscos internos e externos e
aumentar a probabilidade dos objectivos da organização serem atingidos. A actividade de
controlo é igualmente aplicada às demonstrações financeiras, com objectivo de prevenir,
detectar e corrigir erros e fraudes que possam distorcer essas demonstrações.
O ambiente de controlo está relacionada com todas as áreas da organização e
influencia o modo como o controlo interno é visto pelos trabalhadores. Segundo o COSO
os princípios para um ambiente de controlo eficiente são:
1. Integridade, os valores éticos: A integridade, os valores morais e os
comportamentos éticos, principalmente do órgão de gestão, são
compreendidos por todos e são as linhas de conduta a seguir na elaboração das
demonstrações financeiras.
2. Órgão de gestão: O órgão de gestão compreende, reconhece a importância e
supervisiona o processo de relato financeiro e o sistema de controlo interno da
organização.
3. Filosofia da gestão e forma de actuação: A filosofia da gestão e a sua forma
de actuação são adequadas ao funcionamento de um bom sistema de controlo
interno.
4. Organização interna: A estrutura interna da organização é adequada a um
bom funcionamento do controlo interno.
5. Competência de relato financeiro: A organização possui funcionários com
conhecimentos, experiência e que reconhecem as suas responsabilidades na
preparação das demonstrações financeiras, bem com na implementação e
monitorização do sistema de controlo interno.
6. Autoridade e responsabilidade: Os funcionários reconhecem a autoridade e
as responsabilidades que lhes são atribuídas.
7. Recursos humanos: As políticas e as práticas relacionadas com recursos
humanos são desenvolvidas e implementadas no intuito de facilitar a eficiência
do controlo interno.
5
5. Não realização dos controlos: em resultados da não compreensão das
instruções, fadiga, distrações, descuidos ou ignorância, os controlos
implementados pela entidade podem não ser efectuados.
6
saldada). Neste teste é solicitado a cada interveniente que demonstre os procedimentos
que segue no processamento da transacção, permitindo ao auditor obter um entendimento
do controlo implementado, identificando procedimentos que não são seguidos ou lacunas
no desenho do controlo.
Após obter um entendimento sobre o desenho do controlo, o auditor vai testar a
sua eficiência, verificando se este está a funcionar conforme foi desenhado e se o
funcionário que o está a exercer possui a autorização para tal.
7
3.3. Propriedade, confidencialidade e custódia dos papéis de trabalho
8
II PARTE - AUDITORIA AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS
RESULTADOS
Caso pratico 1.
À data de 31/12/N, a rubrica dos meios líquidos financeiros da empresa ABC, SA, é
discriminada como se segue:
Rúbrica Valor
Caixa 5.990,87
Depósitos à ordem (em euros) 40.206,16
Banco Popular 12.857,95
BCP 32.883,40
CGD -25.070,00
BES 19.534,81
Depósitos à ordem (em moeda estrangeira) 93.869,22
BCP conta em USD 7.673,06
CGD conta em USD 49.953,87
BES conta em GBP 36.242,29
Depósitos à ordem (em moeda estrangeira) 127.071,76
BCP em USD 44.671,15
CGD conta em USD 7.342,14
BES conta em GBP 75.058,46
Outros instrumentos financeiros 313.801,00
Fundo de obrigações 266.726,58
Acções REN 2.074,42
Acções EDP
Renováveis 3.000,00
Fundo de acções 42.000,00
TOTAL 580.939,00
1
Nao são de incluir os instrumentos financeiros que devem ser mensurados ao custo, custo amortização ou
método de equivalência patrimonial.
9
Nos seus procedimentos o auditor efectuou uma contagem à caixa à data de 31/12/N,
circularizou todas as instituições financeiras com as quais a empresa trabalhou e testou o
sistema de controlo interno da empresa.
As instituições financeiras responderam ao pedido de circularização. As suas respostas
encontram-se evidenciadas no quadro seguinte.
Instituição Financeira
Banco Popular BCP CGD BES
Depósito à Ordem (€) 12.857,95 31.983,60 -9.570,00 19.534,81
Depósito à Ordem (ME) 9.928,17 64.635,31 30.381,91 GBP
Depósito à prazo (ME) 57.800,00 9.500,00 62.921,51 GBP
Outras Aplicações 275.700,00 1) 42.657,50 2)
Empréstimos 300.000,00 1.901.196,00 1.500.000,00
Locações
1) Fundo de obrigações
2) 600 acções da EDP Renováveis, com um valor unitário de € 3,85.
1000 acções de REN, com um valor unitário de € 2,34
6.610 unidades, de valor unitário € 5,75, representativas de um fundo de acções.
Caixa
Numerário (30 notas de € 5) 150,00
Numerário (15 notas de € 20) 300,00
Numerário (10 notas de € 10) 100,00
Numerário (1 notas de 100 USD) 77,29
Vale relativo a adiantamento de remuneração ao 750,00
Vale ao director comercial relativo a 400,00
adiantamento de despesas de representação
Cheques de clientes 2.150,00
Factura do jantar de Natal 450,00
Cheques pré-datados 1.163,58
Factura relativa à reparação da fotocopiadora 300,00
Senhas de combustível 150,00
Total 5.990,87
10
Saldo segundo a contabilidade à data de 31/12 €32.883,40
Acrescer:
Nº Valor
500 € 95,70
502 € 27,50
545 € 616,00
560 € 451,00
700 € 572,00
725 € 704,00
843 € 418,00
875 € 27,50
899 € 352,00
€ 3.043,07
Esta é uma área importante para a generalidade das empresas por duas razões: em
primeiro lugar, as remunerações, encargos sobre remunerações e outros gastos com o
pessoal representam uma grande parte do total de gastos das empresas; em segundo lugar,
nas empresas industriais os gastos com pessoal são uma parte importante do custo de
conversão.
Como acontece com as outras áreas, uma auditoria aos gastos com pessoal implica que o
auditor obtenha um conhecimento do controlo interno, avalie o risco de controlo, efectue
testes aos controlos, testes substantivos (aos saldos e às transacções) e procedimentos
analíticos.
No entanto, esta área apresenta as seguintes especificidades:
- As transacções são mais importantes que os saldos finais do balanço: o saldo da conta
pessoal e o saldo da conta retenção de imposto sobre o rendimento são reduzidos em
comparação com o valor total das transacções efectuadas durante o ano;
- O controlo interno sobre os salários é, regra geral, eficiente em todas as empresas,
mesmo nas de reduzida dimensão: as razões para que este controlo seja eficiente
relacionam-se com os controlos que o órgão de gestão tem em relação ao pagamento dos
12
impostos, às responsabilidades sobre os impostos retidos e não entregues, bem como pelo
facto do não pagamento de salários ter efeitos na moral e na produtividade dos
funcionários;
Devido a estas características o auditor enfatiza os testes aos controlos, os testes
substantivos de detalhe às transacções e os procedimentos analíticos; pretendendo correr
um risco baixo, a materialidade relacionada com esta área é igualmente baixa.
Caso pratico 1.
Na auditoria realizada à área de gastos com o pessoal, foram retirados os seguintes dados
relativamente à conta de gastos com pessoal, pessoal e Estado e outros entes públicos.
Descrição Montante
Remuneração dos orgãos sociais
Vencimentos 57.273,26
Ajudas de custo 8.537,92
Subsídios de férias 4.772,77
Subsídios de natal 4.772,77
Remuneração do pessoal
Ordenados 541.455,87
Subsídio de refeição 32.888,54
Abono para falhas 4.866,66
Subsídio de natal 45.121,32
Subsídio de férias 45.121,32
Comissões 49.837,55
Encargos sobre remunerações
Orgãos sociais 15.869,47
Pessoal 150.028,40
Total 960.545,84
Acréscimos de gastos
Remunerações a líquidar 99.788,18
Pessoal - Remuneração a pagar
Orgãos sociais 0,00
Pessoal 0,00
Estado
Retenção na fonte/Seg. Social 27.815,96
Pretende-se:
13
1. Teste a razoabilidade do valor evidenciado na rubrica Gastos com o pessoal
– encargos sobre remuneração.
2. Teste a razoabilidade do montante evidenciado em acréscimos de gastos –
remuneração a liquidar.
3. Proponha os ajustamentos que considere necessários.
3. Vendas, prestações de serviços e dívidas a receber
Caso pratico 2.
Na auditoria à área das vendas, prestação de serviços e dívidas a receber, foram fornecidas
as seguintes informações aos auditores, com base nas demonstrações financeiras
provisórias de N:
14
- O Cliente A reclama um desconto comercial de € 5.000,00 por ter atingido os
objectivos de compras, considerando que o seu saldo está sobreavaliado nesse
montante;
- O Cliente C, não reconhece a dívida de € 3.000,00 pois refere que efectuou uma
transferência bancária para a CGD em 30/12/N;
- Cliente H: a factura nº4211, no valor de € 12.800,00 foi cancelada, tal como
tinha sido acordado com o cliente em mail enviado em N;
- Cliente: K, N e S: respostas concordantes;
- Cliente Y: as mercadorias que totalizam o valor de € 8.000,00 referente à factura
nº5745, foram recebidas no dia 30/01/N+1;
- Cliente AD: a factura nº4274, no valor de € 2.000,00 não está correcta, pois essas
mercadorias foram devolvidas devido a terem sido rececionadas fora do prazo. As
restantes facturas estão correctas;
e. Em relação às cartas enviadas que não obtiveram respostas, foram efectuados
procedimentos alternativos que se revelaram satisfactorias;
f. Ao analisarmos, com o responsável das dívidas de clientes, as respostas não
concordantes, obtivemos as seguintes explicações:
- Cliente A: confirmámos com o departamento comercial que a reclamação do
cliente é válida;
- Cliente C: foi confirmado o montante na transferência através do extracto de
Janeiro de N+1 da CGD;
- Cliente H: a factura foi cancelada mediante a emissão de uma nota de crédito em
15/01/N+1;
- Cliente Y: as mercadorias saíram dia 4 de Janeiro de N+1. Vimos a
documentação de suporte que atesta a saída da mercadoria na referida data;
- Cliente AD: efectivamente o cliente devolveu a mercadoria por esta ter sido
recepcionada fora do prazo. A mercadoria deu entrada em armazém no dia 18 de
Dezembro de N. Estas mercadorias foram incluídas no inventário físico que se
realizou no sai 31/12/N;
g. Apesar de ter como política contabilizar as imparidades de acordo com o critério
fiscal, em N, a empresa não efectuou nenhuma análise da antiguidade de saldos
de clientes. Os auditores procederam a essa análise, a qual se apresenta:
15
Pretende-se:
16