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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO

3° ANO/LABORAL

AUDITORIA INTERNA

II SEMESTRE

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

LICECIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

Chimoio

2023
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

DOCENTE:

Dr. CLAUDIO MANHOCA

REALIZADO POR:

PITA ANTÓNIO JOÃO

LICECIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

Chimoio, aos 29 de Agosto de 2022


ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

1.1 Objectivo Geral ..................................................................................................................... 1

1.2 Objectivo Específico ............................................................................................................. 1

2. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA .................................................................................. 2

2.1 Métodos De Auditoria ........................................................................................................... 4

2.2 Tecnicas De Auditoria ........................................................................................................... 6

2.3 Testes Da Auditoria ............................................................................................................. 10

4.4 Evidência ............................................................................................................................. 12

4.5 O Parecer Do Auditor .......................................................................................................... 13

2.6 Introdução As Normas Internacionais ................................................................................. 14

3. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 16

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................. 17


1.INTRODUÇÃO
A auditoria interna desempenha um papel fundamental na garantia da integridade, transparência e
eficiência das operações de uma organização. No ambiente empresarial em constante evolução e
diante das crescentes demandas regulatórias, a auditoria interna emerge como um processo crítico
para avaliar e aprimorar os controles internos, identificar riscos e fornecer insights valiosos à
gestão.

Este trabalho tem como objetivo explorar os procedimentos da auditoria interna, investigando suas
diferentes etapas, métodos e importância no contexto organizacional. Ao compreender a essência
desses procedimentos, é possível visualizar como eles contribuem para a salvaguarda dos ativos,
a confiabilidade das informações financeiras e operacionais, a conformidade com regulamentações
e a conquista de objetivos estratégicos.

Serão abordados conceitos-chave, como o planejamento da auditoria, a coleta e análise de


evidências, a avaliação de riscos, a comunicação de achados e recomendações, bem como a
colaboração com a administração para implementar melhorias. Além disso, será explorado como
a tecnologia vem influenciando e transformando os métodos tradicionais de auditoria,
impulsionando a eficiência e a abrangência das atividades de auditoria interna.

1.1 Objectivo Geral


 Analisar a eficácia, eficiência e conformidade dos processos, controles internos e
informações financeiras e operacionais de uma organização.
1.2 Objectivo Específico
 Identificar os riscos associados às operações, tanto internos quanto externos, que possam
afetar negativamente os objetivos da organização.
 Verificar se a organização está aderindo às regulamentações, leis e políticas relevantes,
garantindo que as operações sejam conduzidas de maneira ética e legal.

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2. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA
Procedimentos de auditoria são as etapas ou métodos que os auditores seguem para obter
evidências suficientes e apropriadas para avaliar se as demonstrações financeiras de uma entidade
estão apresentadas de forma precisa e de acordo com as normas contábeis e regulamentações
aplicáveis. Esses procedimentos são projetados para obter uma compreensão adequada das
operações, transações e eventos da entidade, bem como para identificar possíveis erros, fraudes ou
irregularidades.
Os procedimentos de auditoria podem ser divididos em várias categorias, dependendo da natureza
e do objetivo dos testes.
Aqui estão alguns exemplos de procedimentos de auditoria:
 Procedimentos Analíticos:
Comparação de tendências financeiras ao longo do tempo.
Comparação de números da entidade com benchmarks do setor.
Análise de razões financeiras e índices.
 Inspeção de Documentos e Registros:
Exame de contratos, faturas, recibos e outros documentos comprobatórios.
Revisão de registros contábeis, como o livro razão e o livro diário.
 Confirmação Externa:
Confirmação direta com terceiros, como bancos, fornecedores e clientes, para verificar
saldos de contas e transações.
 Observação Física:
Verificação da existência e condição física de ativos tangíveis, como estoques ou
equipamentos.
 Entrevistas e Inquéritos:
Conversas com funcionários-chave para entender processos internos, políticas e controles.
 Revisão Analítica Detalhada:
Análise mais aprofundada de contas específicas, identificando variações significativas ou
incomuns.
 Testes de Substantivo:
Testes para verificar a validade, precisão e completude de transações individuais ou classes
de transações.

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Os procedimentos de auditoria são adaptados às circunstâncias específicas de cada auditoria e
podem variar dependendo da indústria, tamanho da entidade, riscos envolvidos e regulamentações
aplicáveis. É importante que os auditores tenham uma abordagem abrangente, bem planejada e
documentada ao conduzir os procedimentos de auditoria para garantir a qualidade e a
confiabilidade dos resultados.

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2.1 Métodos De Auditoria
Existem diversos métodos de auditoria que os profissionais de auditoria utilizam para avaliar a
adequação das demonstrações financeiras e dos processos internos de uma organização. Cada
método tem suas próprias características e objetivos.
Aqui estão alguns métodos comuns de auditoria:
Auditoria Externa
A auditoria externa é um método de avaliação independente das demonstrações financeiras de uma
entidade por auditores externos, que não fazem parte da organização. Seu principal objetivo é
fornecer uma opinião imparcial sobre a exatidão, integridade e conformidade das informações
financeiras apresentadas nas demonstrações contábeis. Essa opinião é expressa em um relatório de
auditoria, ou seja, é conduzida por auditores independentes externos à organização. Objetivo de
emitir uma opinião sobre a justiça e a precisão das demonstrações financeiras.
Aqui estão os principais aspectos e características do método de auditoria externa:
Características Descrição
Independência A independência dos auditores é fundamental na auditoria externa, garantindo
que sua avaliação seja objetiva e imparcial.
Normas de Os auditores externos seguem normas e diretrizes de auditoria, como as
Auditoria estabelecidas pelo International Standards on Auditing (ISA), para garantir a
qualidade e a consistência do processo de auditoria.
Planeamento Antes de iniciar a auditoria, os auditores planejam suas atividades, avaliando
os riscos, determinando os procedimentos a serem seguidos e definindo a
equipe necessária
Testes e Os auditores executam diversos testes e procedimentos para obter evidências
Procedimentos suficientes e apropriadas sobre as demonstrações financeiras. Isso pode incluir
de Auditoria amostragem, testes de detalhes, análises analíticas e muito mais.
Avaliação de Os auditores avaliam a eficácia dos controles internos da organização, que são
Controles sistemas e procedimentos implementados para garantir a precisão e a
Internos confiabilidade das informações financeiras.
Evidências de Durante a auditoria, os auditores coletam evidências documentais, como
Auditoria contratos, faturas, recibos, registros contábeis, entre outros, para corroborar as
informações financeiras.

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Análise de Os auditores identificam riscos potenciais de erro ou fraude que possam afetar
Riscos as demonstrações financeiras e ajustam seus procedimentos de auditoria de
acordo.
Comunicação Os auditores mantêm comunicação aberta com a administração da entidade
com a para esclarecer questões, obter informações adicionais e compartilhar
Administração descobertas relevantes
Relatório de Ao final da auditoria, os auditores emitem um relatório de auditoria que inclui
Auditoria sua opinião sobre a fidedignidade das demonstrações financeiras. A opinião
pode ser "Sem ressalvas", "Com ressalvas", "Adversa" ou "Abstenção de
opinião".
Cumprimento Os auditores verificam se as demonstrações financeiras estão em conformidade
das Normas com as normas contábeis relevantes, como o International Financial Reporting
Contábeis: Standards (IFRS).
Revisão de Os auditores revisam eventos ocorridos após o término do período contábil,
Eventos mas antes da emissão do relatório, que possam ter impacto nas demonstrações
Subsequentes financeiras.
A auditoria externa é crucial para a confiabilidade das informações financeiras
e a transparência das organizações. Ela fornece aos stakeholders, como
acionistas, credores e investidores, uma opinião independente sobre a saúde
financeira da empresa e sua conformidade com as normas contábeis e
regulamentações aplicáveis.

AUDITORIA INTERNA
A auditoria interna é um processo independente e sistemático conduzido por profissionais
qualificados dentro de uma organização. Seu objetivo é avaliar e melhorar a eficácia dos controles
internos, a precisão das informações financeiras e a conformidade com regulamentos. Por meio de
procedimentos como planejamento, coleta de evidências, análise de riscos e comunicação de
resultados, a auditoria interna identifica falhas, riscos e oportunidades de melhoria nos processos
organizacionais. Além disso, a auditoria interna desempenha um papel estratégico ao ajudar a
administração a tomar decisões informadas, promovendo transparência, ética e eficiência
operacional.

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Auditoria de Conformidade:
Verifica se a organização está em conformidade com leis, regulamentos e políticas internas.
Pode abranger áreas como segurança, meio ambiente, regulamentações fiscais, entre outras.
Auditoria de Controles Internos:
Avalia a eficácia dos controles internos implementados pela organização para mitigar riscos e
prevenir erros e fraudes.
Auditoria de Gestão:
Avalia a eficácia das decisões e ações da administração em relação ao desempenho financeiro e
operacional da organização.
Auditoria de Recursos Humanos:
Avalia a conformidade com as políticas de recursos humanos, folha de pagamento, benefícios e
questões de conformidade trabalhista.
Auditoria de Projetos:
Avalia a gestão e execução de projetos, incluindo cronogramas, orçamentos e alcance.
Auditoria Forense:
Investigação de suspeitas de fraude, irregularidades ou atividades ilegais, frequentemente para fins
legais.
Esses são apenas alguns exemplos de métodos de auditoria, e a escolha do método dependerá dos
objetivos da auditoria, das necessidades da organização e das regulamentações aplicáveis. É
importante selecionar o método mais adequado para atingir os objetivos da auditoria de maneira
eficaz e eficiente.

2.2 Tecnicas De Auditoria


As técnicas utilizadas no âmbito da implementação de uma auditoria interna podem ser definidas
como o conjunto de procedimentos que pode ser adotado no desenvolvimento do trabalho de
auditoria. A seleção das técnicas ou procedimentos a utilizar durante a realização do processo de
auditoria depende da avaliação do sistema de controlo interno da organização.

Na realização do trabalho de auditoria, o auditor deverá estar atento sobre a melhor forma de obter
as provas necessárias para o seu objetivo, procurando captar informações válidas e satisfatórias e
avaliando de imediato as provas e informações que obteve através dos exames realizados.

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Da utilização das técnicas pode resultar a identificação de situações de fraude ou falhas nos
procedimentos de controlo interno. Não existe nenhuma técnica de auditoria especificamente
concebida para detetar fraudes ou erros intencionais. A sua deteção apenas acontece como
consequência da utilização de testes e da extensão das técnicas de auditoria aplicadas de forma
correta.

A prática adequada destas técnicas permite ao auditor, em conjugação com os objetivos traçados,
executar o programa de auditoria de acordo com os objetos e com a segurança fornecida pelos
sistemas de controlo interno avaliados. Entre as principais técnicas incluem-se:

2.2.1. Exames Físicos: consistem na verificação in loco e permitem ao auditor formar opinião
sobre a existência física do objeto ou item a ser examinado. O seu objetivo é confirmar a
efetividade dos controlos, especialmente dos relacionados com a segurança das quantidades físicas
ou qualitativas dos bens tangíveis (asserções). Estes exames devem possuir o seguinte conjunto de
características:

 Existência física: comprovação visual da existência do item;


 Autenticidade: discernimento da fiabilidade do item;
 Quantidade: adequado apuramento da quantidade física real;
 Qualidade: comprovação visual ou laboratorial de que o objeto continua em perfeitas
condições de utilização.

Quando têm por objeto a verificação da existência dos stocks da organização, o seu objetivo é a
constatação visual de que eles existem e existem nas quantidades apuradas. Nestes casos, o auditor
deve ter sempre presente que o seu objetivo é a identificação correta, a qual deve abranger as
características anteriormente referidas.

Os exames físicos não existem por si só, são utilizados como procedimento complementar que
permite verificar se existe ou não correspondência entre os registos da organização e aquilo que
existe realmente. Permite confirmar se os registos que existem estão corretos e se os valores são
os adequados em função da qualidade do item examinado.

2.2.2. Circularizações/Confirmações Externas: servem para obter uma declaração formal e


independente, feita por pessoas sem qualquer tipo de relação com a entidade, sobre factos ligados
com as operações desta. A validade desta técnica para comprovação da autoria apenas se verifica

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quando o gestor/dirigente da operação está envolvido no processo. Nestes casos, a função do
auditor é controlar o processo de formulação e obtenção das respostas aos pedidos circulados.

Existem dois tipos de pedidos de confirmação de dados utilizados pela auditoria:

 Positivos: utilizados quando se pretende obter uma confirmação formal e podem ser
realizados de duas maneiras:

 Branco: quando o pedido de confirmação é enviado em branco, sem ser preenchido por
qualquer valor;

 Preto: quando o pedido de confirmação é enviado preenchido com os valores ou saldos


constantes na base de dados, os quais devem ser confirmados.

 Negativos: utilizados quando não existe confirmação por parte de quem se pretende obtê-
la mas o auditor entende que essa pessoa concorda com os valores que foram colocados no
pedido de confirmação. Geralmente, são utilizados de forma complementar aos pedidos de
confirmação positivos e devem ser realizados para que se confirme que os pedidos foram
efetivamente recebidos.

2.2.3. Exame da Documentação Original: o objetivo deste procedimento é confirmar se é


evidente que as operações realizadas são comprovadas pelos documentos comprovativos exigidos
ao nível legal ou de controlo interno.

Na realização deste tipo de exame, o auditor deve ter em atenção as seguintes condições:

 Autenticidade: confirmar se a documentação é fidedigna e merece crédito;


 Normalidade: confirmar se a operação corresponde às operações normais e está de acordo
com os objetivos da organização;
 Aprovação: verificar se a operação e os respetivos documentos foram aprovados pela pessoa
legalmente responsável pela sua aprovação;
 Registo: comprovar se o registo efetuado foi o adequado, se a documentação é útil e se
existe correspondência contabilística, fiscal, etc.

2.2.4. Conferência de Somas e Cálculos: esta é, simultaneamente, a técnica de auditoria mais


simples e mais completa. É a mais utilizada uma vez que a quase totalidade das operações de uma

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organização envolvem valores, cálculos, etc. Apesar de os valores poderem ter sido confirmados
pela organização, é fundamental que o auditor proceda à sua reconfirmação.

Consiste, basicamente, na revisão das memórias de cálculos ou confirmação dos valores por meio
da comparação de elementos numéricos correlacionados para constatar a adequação dos cálculos
apresentados. Poderá recorrer-se à auditoria informática, quando exista elevado grau de
automatização dos processos.

2.2.5. Exame dos lançamentos contabilísticos: o objetivo é verificar se as informações


contabilísticas, fiscais, etc., são verosímeis. Além disso, permite que o auditor realize
levantamentos específicos nas análises, composição de saldos, conciliações, etc.

2.2.6. Indagação oral e escrita: consiste na formulação de perguntas e na obtenção de respostas


junto dos funcionários e colaboradores da organização, através da realização de entrevistas ou do
envio de questionários escritos. A preparação desta técnica deve ser cuidadosa e evitar a
formulação de questões desnecessárias. Deve ser realizada por quem tenha um conhecimento
aprofundado da organização e da área a examinar. As respostas podem ser obtidas através de
declarações formais ou informais. Toda a informação obtida por intermédio desta técnica deve ser
examinada a fim de ser comprovada a sua veracidade.

2.2.2. Exame dos livros e registos auxiliares: esta técnica deve ser utilizada em conjugação com
outras uma vez que através da análise destes documentos de suporte é possível constatar e
confirmar a fiabilidade dos registos principais. A sua utilização implica que o auditor tenha
consciência de que estes registos também podem estar incorretos ou que tenham sido preparados
apenas para suportar dados incorretos.

2.2.8. Correlação entre informações obtidas: este procedimento decorre do próprio trabalho do
auditor uma vez que, no decorrer desse trabalho, o auditor irá realizar serviços cuja informação
estará relacionada com outras áreas de controlo diferente da organização. À medida que vai
observando este inter-relacionamento, o auditor está a efetuar o procedimento de correlação, uma
vez que confirma informações obtidas através de fontes independentes, autónomas e distintas
dentro da própria organização.

2.2.9. Observação das atividades e condições: é a mais generalizada das técnicas de auditoria.
Através dela é possível identificar erros, problemas ou deficiências através de exames visuais, os

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quais, de outra forma, poderiam passar despercebidos. O seu objetivo não é proceder à verificação
específica de problemas, como acontece com a circularização ou a conferência de cálculos. A sua
utilização é importante em todas as fases do processo de auditoria, não devendo nunca ser omissa
ou negligenciada.

Pelas suas características específicas, a observação implica o poder de constatação e observação


do auditor pelo que a sua argúcia, conhecimentos e experiências são determinantes para a boa
utilização desta técnica. A observação deve conter os seguintes elementos:

 Identificação da atividade específica a ser observada;


 Observação da sua execução;
 Comparação do comportamento com os padrões estabelecidos;
 Avaliação e conclusão.

2.2.10. Exame dos registos: consiste na verificação dos registos que constam nos controlos
regulamentares, relatórios sistematizados, mapas e demonstrações formalizadas e que foram
efetuados manualmente ou através de sistemas informatizados. Estes registos devem ser
verificados em todas as suas formas.

2.2.11. Corte das Operações ou “Cut-Off”: esta técnica tem como objetivo analisar a dinâmica
do procedimento operacional ou transacional, através da realização de um corte nesse processo. A
análise é feita através da fotografia do momento chave de um processo.

2.2.12. Rastreamento: pesquisa aprofundada através do exame de documentos, setores, unidades,


órgãos e procedimentos interligados, cujo objetivo é fundamentar a opinião do responsável pela
execução do trabalho sobre o facto que está a ser observado.

2.2.13 Análise Documental: exame de processos, atos formalizados e documentos avulsos

2.3 Testes Da Auditoria


Os "testes de auditoria" referem-se a procedimentos específicos realizados por auditores durante
uma auditoria financeira ou de conformidade. Esses testes são conduzidos para verificar a validade,
precisão e confiabilidade das informações financeiras e operacionais apresentadas por uma
organização.

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Os testes de auditoria ajudam a determinar se as demonstrações financeiras estão livres de erros
materiais e se estão em conformidade com os princípios contábeis geralmente aceitos ou com
outros padrões relevantes.
Existem vários tipos de testes de auditoria que os auditores podem realizar, incluindo:
 Testes de Substância
Esses testes têm como objetivo obter evidências de que as transações subjacentes realmente
ocorreram e que os saldos nas demonstrações financeiras são reais.
 Testes de Controle
São realizados para avaliar a eficácia dos controles internos da organização em garantir a precisão
e a confiabilidade das informações financeiras.
 Testes de Detalhes de Conta
Nesses testes, os auditores selecionam transações individuais ou itens de balanço e analisam
detalhadamente as evidências de suporte para essas transações ou saldos.
 Testes Analíticos
Envolve a análise de tendências, proporções e outras relações financeiras para identificar
discrepâncias ou variações significativas que possam indicar problemas ou erros.
 Testes de Transações
São testes que examinam a precisão das transações financeiras individuais, como faturas de
vendas, recibos de pagamento e registros de despesas.
 Testes de Confirmação
Envolve a obtenção de confirmações diretas de terceiros, como bancos, clientes ou fornecedores,
para validar saldos de contas ou transações.
 Testes de Existência e Direitos
Focam em verificar se os ativos registrados realmente existem e se a empresa tem direitos legais
sobre esses ativos.
 Testes de Valorização e Mensuração
Esses testes avaliam se os ativos e passivos estão corretamente avaliados de acordo com as
políticas contábeis aplicáveis.
A seleção dos testes a serem realizados depende do julgamento profissional do auditor, da
avaliação de riscos, da natureza da entidade auditada e das áreas mais críticas que podem
apresentar maior risco de erro ou fraude.

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Lembre-se de que a auditoria é um processo complexo e altamente especializado, realizado por
profissionais treinados e certificados. Os resultados dos testes de auditoria ajudam a fornecer uma
opinião independente sobre a fidedignidade das demonstrações financeiras de uma organização.
4.4 Evidência
1) Evidências na auditoria evidência refere-se à informação, ou ao conjunto de informações,
utilizada para fundamentar os resultados da auditoria. A obtenção e análise da evidência é um
processo contínuo com o objetivo de fundamentar o Relatório de Auditoria

2) Evidência objetiva - dados que apoiam a existência ou a veracidade de alguma coisa. Evidência
objetiva pode ser obtida por observação, medição, ensaio ou outros meios. Evidência objetiva para
o propósito de auditoria geralmente consiste em registros, declarações de um fato ou outra
informação que seja pertinente para os critérios de auditoria e verificável.

Classificação

Evidências físicas – são as comprovações obtidas através da inspeção “in loco” realizada pelo
auditor e expressam a existência tangível, representada por anotações do auditor, cópias de
documentos ou mesmo fotografias.

Evidências testemunhais – consiste nas provas obtidas pelo auditor através das respostas e
declarações, tanto de natureza oral, quanto escrita. • Evidências documentais – trata-se das
comprovações extraídas dos registros documentais internos ou externos das unidades auditadas.

REQUISITOS

Uma evidência para ser considerada válida, do ponto de vista da auditoria, deve preencher,
necessariamente, os seguintes requisitos básicos:

• Suficiência - Trata-se de informações que expressam dados factuais completos, adequados e


convincentes, conduzindo os usuários às mesmas conclusões - auditor ou cliente. Para ser
suficiente a evidência deve ser convincente para justificar os conteúdos dos relatórios de auditoria.
Suficiência é encontrada quando, ambos, auditor e receptor do relatório estão satisfatoriamente
convencidos de que os impactos e conclusões da auditoria são apropriados.

• Pertinência - Uma evidência é pertinente quando diz respeito ao objetivo da auditoria realizada
e tem uma relação lógica com as constatações e conclusões do auditor.

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• Fidedignidade - A fidedignidade da evidência está diretamente relacionada ao seu grau de
confiabilidade, integridade e procedência - significa tratar-se da melhor informação que se pode
obter usando as técnicas apropriadas de auditoria.

• Relevância - Diz respeito diretamente ao objeto dos exames e significa que a informação usada
para fundamentar as descobertas e recomendações de auditoria atinge os objetivos estabelecidos
para auditoria.

• Utilidade - Significa que a informação obtida auxilia tanto o auditor a alcançar suas conclusões
como ajuda a UN e o serviço a atingir suas metas e objetivos.

4.5 O Parecer Do Auditor


O parecer do auditor é um documento formal emitido pelo auditor como resultado da avaliação e
análise dos procedimentos de auditoria realizados. Ele reflete a opinião profissional do auditor
sobre a precisão, confiabilidade e conformidade das demonstrações financeiras ou informações
examinadas. O parecer do auditor é um componente crucial do relatório de auditoria e geralmente
é direcionado à administração da empresa, aos acionistas, aos investidores e outras partes
interessadas.
O parecer do auditor pode ser classificado em diferentes tipos, dependendo das conclusões da
auditoria:
Parecer sem ressalvas (opinião limpa): Indica que as demonstrações financeiras estão
apresentadas adequadamente de acordo com as normas contábeis e refletem a posição financeira e
operacional da empresa de forma precisa. Não foram identificadas falhas significativas nos
controles internos ou nas informações examinadas.
Parecer com ressalvas: Indica que, embora as demonstrações financeiras estejam em
conformidade com as normas contábeis, existem questões específicas que requerem atenção ou
correção. Pode ser devido a limitações na auditoria ou a divergências que não são suficientemente
materialmente relevantes para modificar a opinião geral.
Parecer adverso: Indica que as demonstrações financeiras não estão em conformidade com as
normas contábeis e não representam adequadamente a posição financeira da empresa. As falhas
identificadas são relevantes o suficiente para distorcer significativamente as informações
apresentadas.

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Abstenção de opinião: Ocorre quando o auditor não consegue obter evidências suficientes para
formar uma opinião clara sobre as demonstrações financeiras. Isso pode ser devido a limitações na
auditoria ou a falta de acesso a informações críticas.
O parecer do auditor fornece informações valiosas aos usuários das demonstrações financeiras,
auxiliando-os na avaliação da credibilidade e integridade das informações apresentadas. Portanto,
é uma declaração profissional que tem um impacto significativo na confiança depositada na
empresa e suas práticas contábeis.
2.6 Introdução As Normas Internacionais
As Normas Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria Interna (International Standards
for the Professional Practice of Internal Auditing, em inglês), frequentemente referidas como
"Normas Internacionais de Auditoria Interna" ou "Normas IIA", são um conjunto de diretrizes e
orientações desenvolvidas pelo Institute of Internal Auditors (IIA) para estabelecer os padrões de
qualidade, competência e ética para a prática da auditoria interna em todo o mundo. As normas
têm o objetivo de orientar os profissionais de auditoria interna na execução de suas atividades de
forma consistente, eficiente e eficaz.
As Normas IIA são organizadas em três categorias:
1. Normas de Atributos:
Essas normas tratam das características e habilidades dos auditores internos e da estrutura da
função de auditoria interna. Elas incluem diretrizes relacionadas à independência, competência,
objetividade, responsabilidades da liderança e governança da auditoria interna.
2. Normas de Desempenho:
Essas normas tratam dos procedimentos e atividades específicas que os auditores internos realizam
durante o processo de auditoria. Elas abordam áreas como planejamento, execução, comunicação
de resultados e monitoramento do progresso das recomendações de auditoria.
3. Normas de Implementação:
Essas normas tratam do processo geral de implementação das Normas IIA. Elas oferecem
orientação sobre a implementação das normas e como os auditores internos podem garantir a
conformidade com elas.
As Normas IIA fornecem uma estrutura detalhada para conduzir a auditoria interna de maneira
consistente, independente e confiável. Essas normas não apenas promovem a qualidade das

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atividades de auditoria interna, mas também ajudam a fortalecer a confiança das partes interessadas
nas organizações.
É importante observar que as Normas IIA são um guia reconhecido e amplamente adotado na
profissão de auditoria interna, mas podem ser adaptadas de acordo com as necessidades específicas
de cada organização e suas regulamentações locais. Os profissionais de auditoria interna devem
estar familiarizados com essas normas e aplicá-las de forma apropriada e ética em suas atividades
diárias.

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3. CONCLUSÃO
Em síntese, a auditoria interna desempenha um papel indispensável na garantia da integridade,
eficiência e conformidade das atividades organizacionais. Os procedimentos de auditoria interna,
como explorados neste trabalho, constituem a espinha dorsal desse processo contínuo e sistemático
de avaliação. Através do planejamento cuidadoso, coleta e análise criteriosa de evidências,
avaliação de riscos e comunicação transparente de resultados, a auditoria interna proporciona uma
visão precisa e imparcial do funcionamento interno das organizações.
Uma das principais conclusões é que os procedimentos de auditoria interna não apenas identificam
possíveis falhas e irregularidades, mas também se destacam como uma ferramenta estratégica para
o aprimoramento das operações. Através da análise das áreas de risco e da identificação de
oportunidades de melhoria, as organizações podem alinhar seus processos com as metas
estratégicas, fortalecendo a eficácia dos controles internos e otimizando a alocação de recursos.
A revolução tecnológica também emerge como um ponto crucial, moldando a forma como os
procedimentos de auditoria interna são conduzidos. A automação, análise de dados em tempo real
e o uso de ferramentas analíticas avançadas transformaram a maneira como os auditores internos
operam, permitindo uma cobertura mais abrangente, identificação mais rápida de anomalias e
insights mais profundos das operações da organização.
No entanto, é importante ressaltar que os procedimentos de auditoria interna não podem ser
tratados como uma atividade isolada. A colaboração e o engajamento entre os auditores internos e
a administração são cruciais para implementar efetivamente as recomendações resultantes das
auditorias. A comunicação clara e transparente de achados e ações corretivas propostas são a chave
para transformar as conclusões da auditoria em melhorias tangíveis.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BRASIL. Secretaria Federal de Controle Interno. Instrução Normativa nº 01, De 06 de Abril de


2001. Define diretrizes, princípios, conceitos e aprova normas técnicas para a atuação do Sistema
de Controle Interno do Poder Executivo Federal

Cordeiro, C. M., 2006, “Testes em Auditoria: Uma Revisão Conceitual Aplicável na Prática”,
Revista das Faculdades Santa Cruz, V. 5, nº 2: 5-9

Costa, A., 2007, “Importância Crescente dos Procedimentos Analíticos em Auditoria”,


Revisores/Auditores, nº 38: 36-44

Freitas, C. A., 2007, “A Materialidade, o Risco e a Amostragem em Auditoria”, in VV.AA, Temas


de Contabilidade, Fiscalidade, Auditoria e Direito das Sociedades, Braga, J. G., Malheiro, M. e
Guimarães, M.: 135-149

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