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WBA0228_v.2.

APRENDIZAGEM EM FOCO

AUDITORIA HOSPITALAR
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Franciely Midori Bueno de Freitas
Leitura crítica: Nathalia Lopes Schiavotelo

Essa disciplina proporcionará para você, enquanto futuro


especialista em auditoria hospitalar, subsídios para compreender e
pôr em prática os principais aspectos que envolvem essa importante
ferramenta de gestão que auxilia no monitoramento e avaliação dos
serviços prestados.

Diante dessa temática, você compreenderá o contexto histórico da


auditoria hospitalar bem como seus conceitos e os diversos tipos
de auditoria. Também refletirá sobre o papel do auditor hospitalar
e compreenderá a auditoria hospitalar como um importante
instrumento para a avaliação da qualidade da assistência ao
paciente.

Outro assunto abordado nessa disciplina é sobre os indicadores


utilizados na auditoria, sendo eles essenciais para o levantamento
de informações gerenciais no contexto hospitalar. Serão trabalhados
conteúdos relevantes sobre o credenciamento e negociação de
contratos, e o quanto o papel do auditor é importante nesse
processo. Além disso, também serão abordadas as especificidades
referentes às glosas hospitalares.

Na continuidade dos seus estudos, você compreenderá sobre


os custos em saúde, bem como conceitos da auditoria contábil.
Ademais, você entenderá a relação dos princípios do Sistema
Único de Saúde (SUS) com o processo de auditoria. Cabe, também,
destacar que nessa disciplina você poderá refletir sobre os
processos que devem ser avaliados na auditoria.

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Serão apresentados os processos que envolvem a auditoria de
contas médicas e os principais itens que necessitam ser identificados
nessa atividade. Por fim, estudaremos as diretrizes para a realização
de um relatório de auditoria por completo e a importância do uso de
tecnologias da informação aplicada à auditoria em saúde.

Desejo a você um ótimo estudo e que essa disciplina lhe auxilie na


construção de habilidades e competências para exercer o seu papel
enquanto auditor hospitalar.

INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 1

Auditoria hospitalar: avaliação da


qualidade da assistência ao paciente
______________________________________________________________
Autoria: Franciely Midori Bueno de Freitas
Leitura crítica: Nathalia Lopes Schiavotelo
DIRETO AO PONTO

É importante que você compreenda os conceitos envolvendo a


auditoria hospitalar. Ela consiste em um programa planejado que
monitora e avalia, de forma objetiva, o desempenho clínico de todas
os praticantes, identifica as oportunidades de melhoria e fornece
mecanismos por meio dos quais são tomadas as ações para realizar
e sustentar essas melhorias. Sendo assim, ela auxilia os gestores na
detecção de erros que podem trazer uma sobrecarga dos custos,
auxiliam na promoção de um serviço de qualidade ao observar e
analisar como gerar meios que favoreçam o desenvolvimento de
metas dentro de uma proposta que relacione custo/benefício e
qualidade do atendimento em hospitais.

De acordo com o contexto histórico, a auditoria em saúde se iniciou


quando o enfoque passou a ser administrativo e não somente
contábil, pois o objetivo era avaliar a eficácia e a efetividade da
aplicação dos controles internos. Sendo assim, a auditoria em
saúde foi instituída pela Resolução 45 de 12 de julho de 1984, pelo
extinto Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência
Social (INAMPS). Outro marco importante, foi a criação do Sistema
Nacional de Auditoria (SNA), previsto pela Lei nº 8.080 de 19 de
setembro de 1990, com a função de coordenar a avaliação técnica
e financeira do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo território
nacional, em cooperação técnica dos Estados, municípios e Distrito
Federal.

Existem diversas classificações utilizadas na auditoria, e é


importante que você consiga diferenciá-las. Dentre elas, observa-se
algumas descrições no quadro a seguir, de acordo com:

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Quadro 1 – Tipos de auditorias
Auditoria regular É aquela realizada
ou ordinária em caráter de
rotina.
Campo de atuação Auditoria especial É realizada
do auditor ou extraordinária para atender às
apurações de
denúncias e indícios
de irregularidades
administrativas.
Executada
por auditores
habilitados da
própria organização
Auditoria interna auditada, que
tem como função
examinar os
controles e avaliar a
eficiência e eficácia
da gestão.
Área Executada
por auditores
ou empresa
independente
contratada
para verificar
Auditoria externa as atividades e
resultados de
uma determinada
organização ou
sistema.
Tem caráter
preventivo; procura
Auditoria detectar situações
prospectiva de alarme para
evitar problemas.

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Execução Acontece durante
um fato ou
Auditoria processo, para
concorrente acompanhar a
execução das
atividades e garantir
a qualidade do
produto.
Avalia resultados
e repara as falhas.
Auditoria Realizada após a alta
retrospectiva do paciente.

Fonte: Brasil (1998).

A função do auditor não é de somente ouvir, mas sim de buscar


informações e associá-las ao conhecimento técnico, proporcionando
mais qualidade a sua execução. As principais características que um
auditor deverá ter são: independência, soberania, imparcialidade,
objetividade, conhecimento técnico e capacidade profissional,
cautela, ética, sigilo, discrição e ter zelo profissional.

Desse modo, o auditor em saúde tem como uma das suas


responsabilidades fiscalizar a atuação profissional junto ao paciente
ou verificar as contas correspondentes aos atos efetuados, realizar
visitas a hospitais, a prestadores de serviço, a clínicas, bem como
suporte em operadoras e centrais de regulamentação, manutenção
de rede de atendimento, dentre outras formas de atuação.

Outro componente importante do trabalho do auditor é manter uma


postura ética. Ele deve evitar conflitos e minimizar situações que
podem dar margem para que o seu trabalho seja contestado. Alguns
pilares, Mattos (2017), são fundamentais para a manutenção de um

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padrão ético adequado na profissão auditoria, pilares que devem ser
rigorosamente respeitados.

Referências bibliográficas

MATTOS, J. G. Auditoria. Porto Alegre: SAGAH, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Normas de Auditoria.


Brasília: Ministério da Saúde, 1998. Disponível em: http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_normas_auditoria.pdf. Acesso
em: 11 mar. 2021.

PARA SABER MAIS

As instituições hospitalares estão passando por constantes


transformações tecnológicas e procuram, a cada dia, prestar uma
assistência de qualidade para seus usuários. Nesse sentido, uma
das suas maiores preocupações é proporcionar uma experiência de
qualidade em todos os sentidos.

Uma das formas de garantir a certificação da qualidade é por


meio do processo de acreditação das organizações prestadoras de
serviço. E para que isso aconteça são analisados três componentes
básicos:

• Estrutura: adequações da estrutura física conforme legislação


vigente, dimensionamento adequado dos recursos humanos
e equipamentos necessários para o tratamento em cada
unidade de atendimento.

• Processo: equipe assistencial atual baseada em boas práticas


por meio de rotinas, procedimentos operacionais padrão

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e normas para executar todas as ações indispensáveis ao
atendimento do paciente. Inclui-se neste item a administração.

• Resultado: produto final das ações realizadas. Efeito do


tratamento dispensado ao paciente e/ou do atendimento.

Diante desse contexto, a resolutividade da prestação dos serviços de


saúde está associada à melhoria de qualidade, e isso pode causar
um aumento dos custos e ser esse um fator que pode limitar o
atendimento.

Nesse sentido, cabe ao serviço de auditoria garantir a qualidade


mediante a análise do cumprimento dos processos, das boas
práticas baseadas em evidências científicas e dos resultados,
comprovando a eficácia, a eficiência e a efetividade, com o intuito de
viabilizar a continuidade do atendimento.

Com relação à análise, é responsabilidade do auditor acompanhar


os indicadores para comparar resultados entre tratamentos da
mesma patologia, entre prestadores de serviços, entre equipes
médicas, profissionais das diversas especialidades e custos. Ele
também deverá descrever em seus relatórios os casos de sucesso
com base em fatos e dados comprovados, assim como para
eventuais questionamentos.

Sendo assim, a auditoria é a análise do final dos processos, portanto,


não é incomum deparar-se com não conformidades técnicas e
administrativas. Pelo contrário, é sua atribuição orientar e adequar
para melhoria contínua do serviço de saúde.

Referências bibliográficas

MARQUES, S. F. Manual de auditoria de contas médicas. Rio de


Janeiro: MedBook, 2015.
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TEORIA EM PRÁTICA

Elias foi contratado recentemente para trabalhar como gestor


hospitalar em um hospital privado de média complexidade. Já nos
primeiros dias, ele percebeu que a instituição ainda mantinha uma
forma tradicional de gerenciar, e que necessitava de atualizações
e melhorias em todo o seu contexto. Uma das primeiras medidas
para trazer transformações que impactarão tanto o quadro de
colaboradores quanto os usuários foi a implementação da gestão de
qualidade. Dentre as ações realizadas nesse sentido, ele implantará
o programa de auditoria, e, para isso, contratará um auditor
interno. Suas expectativas são de que haja melhora na qualidade da
assistência e a aumento da satisfação do usuário perante os serviços
prestados na instituição. Agora, reflita sobre como deve ser o perfil
do auditor que será contratado. Ele pode trabalhar nas unidades
assistenciais e, mesmo assim, trabalhar como auditor?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

O presente livro Manual de Auditorias Médicas apresenta temas


abrangentes relacionados à auditoria em saúde de forma prática
e objetiva, sendo um grande aliado para entender o contexto da
auditoria hospitalar.

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Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e
busque pelo título do livro no parceiro Minha Biblioteca.

MARQUES, S. F. Manual de auditoria de contas médicas. Rio de


Janeiro: MedBook, 2015.

Indicação 2

O livro Auditorias: conceitos e aplicações visa fornecer uma visão


teórico-prática do trabalho de auditoria, apresentando conceitos
importantes para o entendimento de todo esse processo.

Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título do livro no parceiro Minha Biblioteca.

ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas,


2018.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

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1. Tipo de auditoria realizada para atender às apurações de
denúncias e indícios de irregularidades administrativas.

a. Auditoria prospectiva.
b. Auditoria concorrente.
c. Auditoria especial.
d. Auditoria retrospectiva.
e. Auditoria interna.

2. A função do auditor não é de somente ouvir, mas sim de


buscar informações e associá-las ao conhecimento técnico,
proporcionando mais qualidade a sua execução. Uma das
características que um auditor precisar ter é:

a. Parcialidade.
b. Dependência.
c. Impaciência.
d. Objetividade.
e. Prolixidade.

GABARITO

Questão 1 - Resposta C
Resolução: A auditoria especial é aquela em que é realizada
para atender às apurações de denúncias ou indícios de
irregularidades administrativas.

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Questão 2 - Resposta D
Resolução: As principais características que um auditor deverá
ter são: independência, soberania, imparcialidade, objetividade,
conhecimento técnico e capacidade profissional, cautela, ética,
sigilo, discrição e ter zelo profissional.

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 2

Informações Gerenciais em Auditoria


______________________________________________________________
Autoria: Franciely Midori Bueno de Freitas
Leitura crítica: Nathalia Lopes Schiavotelo
DIRETO AO PONTO

Neste momento, serão discutidos alguns assuntos relacionados


às informações gerenciais e sua relação com os processos de
auditoria em saúde. As informações gerenciais são essenciais para
que o gestor consiga tomar suas decisões de forma assertiva. Para
o auditor, essas informações levam a conclusões que auxiliam os
gestores no direcionamento das suas ações.

Uma das informações gerenciais utilizadas é o indicador, que é


um recurso metodológico que informa, empiricamente, sobre a
evolução do aspecto observado. Nesse sentido, os indicadores são
o retrato de uma instituição, o painel de controle para os gestores e
um demonstrativo cronológico da auditoria para os auditores.

A seguir, será apresentado alguns tipos de indicadores utilizados nas


instituições hospitalares.

Figura 1 – Tipos de indicadores utilizados nas instituições


hospitalares

Fonte: elaborada pela autora.

Cabe destacar a auditoria de desempenho, pois é muito utilizada


no ambiente hospitalar. Ela é caracterizada como um número,
percentagem ou razão que mede um aspecto do desempenho, com
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o objetivo de comparar esta medida com metas preestabelecidas.
Nesse sentido, conforme Brasil (2000), os indicadores de
desempenho são utilizados quando não é possível efetuar tais
mensurações de forma direta. São uma alternativa para a medição
do desempenho, embora não forneçam uma mensuração direta dos
resultados.

A equipe de auditoria aplica conhecimentos sobre indicadores de


desempenho com três objetivos principais, descritos por Brasil
(2011): analisar a qualidade dos indicadores existentes; medir
aspectos do desempenho que subsidiarão a avaliação do objeto de
auditoria; e recomendar a utilização de indicadores de desempenho
necessários ao bom gerenciamento das ações, quando insuficientes
ou inexistentes.

Com relação ao credenciamento, ele é o processo administrativo


pelo qual a gestão convoca interessados para, segundo condições
previamente definidas e divulgadas, credenciarem-se como
prestadores de serviços ou beneficiários de um negócio futuro
a ser ofertado, quando a pluralidade de serviços prestados for
indispensável à adequada satisfação do interesse coletivo ou, ainda,
quando a quantidade de potenciais interessados for superior a do
objeto a ser ofertado e por razões de interesse público a licitação
não for recomendada.

A negociação em saúde é iniciada quando há um interesse entre o


prestador de serviços e a operadora do plano de saúde ao realizar
um contrato de prestação de serviço. O auditor em saúde deve se
envolver nesta negociação, visando uma avaliação técnica dos itens
negociados.

Já as glosas são correções que o auditor faz quando ele encontra


irregularidades nas contas hospitalares. São aplicadas quando há
dúvidas relacionadas à prática e à regra adotada pela instituição.

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Quando o prontuário não está de acordo com a análise da
auditoria, essas contas são glosadas e canceladas. Glosa é, segundo
Souza (2019), o valor não pago pelos auditores de convênios por
considerarem que os registros contidos no prontuário do paciente
não são cabíveis de pagamento.

As glosas são classificadas como glosas administrativas, que são


decorrentes de falhas operacionais no momento da cobrança, de
falta de interação entre o plano de saúde e o prestador de serviço,
ou, ainda, de falha no momento da análise da conta do prestador;
e como glosas técnicas, que estão relacionadas a apresentação dos
valores de serviços vinculados diretamente a assistência prestada
ao paciente e medicamentos utilizados e não aos procedimentos
médicos adotados.

Portanto, as informações gerenciais são imprescindíveis para que


a equipe de auditoria consiga realizar o seu trabalho com sucesso.
Os indicadores permitem que os auditores evidenciem dados que
auxiliarão os gestores nas tomadas de decisão em prol de melhorias
para as instituições hospitalares. O credenciamento e negociação de
contratos qualificam os serviços, tendo forte influência do auditor
para que isso aconteça. E as glosas hospitalares estão inteiramente
interligadas ao processo de trabalho do auditor, pois é por meio
delas que ele consegue apresentar as irregularidades identificadas
no seu processo investigativo.

Referências bibliográficas

BRASIL. Tribunal de Contas da União. B823t Técnicas de Auditoria:


Indicadores de Desempenho e Mapa de Produtos. Brasília: TCU,
Coordenadoria de Fiscalização e Controle, 2000. Disponível
em: https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.

17
jsp?fileId=8A8182A24F0A728E014F0B017A0E4F54. Acesso em: 12
mar. 2021.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Técnica de indicadores


de desempenho para auditorias. Brasília: TCU; SEPROG,
2011. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/
fileDownload.jsp?fileId=8A8182A158FE98EE0158FED65C6D4BFF.
Acesso em: 12 mar. 2021.

SOUZA, E. N. C. Gestão da qualidade em serviços de saúde. Porto


Alegre: SAGAH, 2019.

PARA SABER MAIS

Para transformar uma informação em indicador é necessário


atender os seguintes requisitos: ser compatível com duas
definições básicas (desempenho do processo de geração do
serviço e a qualidade do serviço prestado) e portar um conjunto de
características gerais.

Essas características envolvem aspectos relacionados: à informação


em si; ao modelo de divulgação que precisará ser feito; ao grau
de interação do indicador em relação a outras informações e ao
contexto em que a informação se insere.

A seguir, observe um quadro contendo os aspectos das


características bem como seus elementos específicos:

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Quadro 1 – Aspectos das características e elementos específicos
para a construção de indicadores
Aspectos das características Elementos específicos
Objetividade
Natureza da informação Precisão
Representatividade
Clareza
Divulgação da informação Visualização
Unicidade
Relação com outras informações Viabilidade
Resultados
Contexto da informação Ajuste
Alcance

Fonte: elaborado pela autora.

Nesse sentido, para a construção de um indicador, é desejável


que os indicadores atendam a todas essas características ou, pelo
menos, ao maior número dela.

Referências bibliográficas

PALADINI, E. P. Gestão e avaliação da qualidade em serviços


para organizações competitivas: estratégias básicas e o cliente
misterioso. São Paulo: Atlas, 2013.

TEORIA EM PRÁTICA

Maria, recentemente, finalizou sua Pós-Graduação em auditoria


hospitalar e foi contratada para trabalhar como auditora em um
hospital de ortopedia. O hospital já tinha um serviço de auditoria
em funcionamento, porém, o diretor realizou um planejamento para
que, naquele ano, eles reformulassem os processos pensando nos

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modelos de sucesso de grandes instituições hospitalares. Nesse
sentido, Maria resolveu utilizar os indicadores de desempenho para
verificar dados que não são possíveis efetuar mensurações de forma
direta. Com isso, ela auxiliará o gestor nas tomadas de decisões
e, consequentemente, irá melhorar a experiência do usuário e os
processos de trabalho.

Quando deve acontecer a construção e análise dos indicadores de


desempenho? E como isso acontece?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

O livro Gestão da qualidade em serviços de saúde apresenta um


capítulo intitulado Auditoria em Enfermagem que tem como uma das
temáticas a prevenção das glosas no ambiente hospitalar.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título do livro no parceiro Minha Biblioteca.

SOUZA, E. N. C. Gestão da qualidade em serviços de saúde. Porto


Alegre: SAGAH, 2019.

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Indicação 2

O livro Auditoria apresenta conceitos importantes para o


entendimento sobre os indicadores de desempenho que podem ser
utilizados no processo de auditoria em saúde.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título do livro no parceiro Minha Biblioteca.

GRAMLING, A. A. Auditoria. São Paulo: Cengage Learning, 2012.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. Qual tipo de indicador é utilizado quando não é possível efetuar


mensurações de forma direta?

a. Indicador de qualidade.
b. Indicador de desempenho.
c. Indicador assistencial.
d. Indicador financeiro.
e. Indicador ambiental.

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2. As glosas que são decorrentes de falhas operacionais no
momento da cobrança, de falta de interação entre o plano
de saúde e o prestador de serviço, ou, ainda, de falha no
momento da análise da conta do prestador, são chamadas de:

a. Glosas técnicas.
b. Glosas assistenciais.
c. Glosas gerenciais.
d. Glosas administrativas.
e. Glosas financeiras.

GABARITO

Questão 1 - Resposta B
Resolução: Os indicadores de desempenho são utilizados
quando não é possível efetuar tais mensurações de forma
direta. São uma alternativa para a medição do desempenho,
embora não forneçam uma mensuração direta dos resultados.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: As glosas administrativas são decorrentes de falhas
operacionais no momento da cobrança, de falta de interação
entre o plano de saúde e o prestador de serviço, ou, ainda, de
falha no momento da análise da conta do prestador.

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 3

Processos de auditoria em saúde:


conceitos e análise de custos
______________________________________________________________
Autoria: Nathalia Lopes Schiavotelo
Leitura crítica: Franciely Midori Bueno de Freitas
DIRETO AO PONTO

Neste tema, iremos relembrar alguns conceitos de custos e sua


aplicação em saúde. O conhecimento dos tipos de análise de custos
é muito importante para que um gestor da área da saúde consiga
gerenciar os recursos mantendo a saúde financeira da instituição.

Os custos podem ser classificados em fixos e variáveis e em diretos


e indiretos. Os custos fixos são aqueles que permanecem constantes
durante a produção, não variando com o volume produzido. Já os
custos variáveis são aqueles que tem variação de acordo com a
demanda, ou volume de produção. Custos diretos são aqueles que
variam de acordo com a produção, e podem ser mensurados se
opondo ao conceito de custos indiretos, os quais não podem ser
medidos e são aplicados ao produto de forma indireta.

Para fazer uma análise dos custos, são utilizados os métodos de


custeio. Em instituições de saúde os métodos de custeio podem
ser usados como ferramentas para o gerenciamento de custos.
Atualmente, existe uma tendência de crescimento da utilização
desses métodos, no entanto, não é a maioria das instituições que
fazem uso dessas ferramentas.

Os principais tipos de custeio são o custeio direto, custeio por


absorção e o custeio baseado em atividade (ABC – Activity Based
Costing). O custeio direto, considera apenas custos fixos e variáveis.
Em um hospital, esse tipo pode ser usado para fazer uma análise
desses custos, sendo que, na instituição, você encontra custos fixos
e também variáveis. Já o custeio por absorção, considera os custos
diretos e indiretos. Em uma unidade de saúde, esse tipo de custeio
pode ser utilizado para análise da totalidade dos insumos utilizados.
E o custeio baseado em atividade ou sistema de custeio ABC, não
avalia os itens de custo, mas sim as atividades. Na área da saúde,
pode ser uma ferramenta muito importante para o gestor, já que
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ele pode avaliar se a atividades realizadas são compatíveis com os
valores atribuídos a elas.

A nomenclatura dos tipos de custos e tipos de custeio, pode causar


confusão devido a sua similaridade. A seguir, um quadro para que
você diferencie os principais tipos de custos dos tipos de custeio:

Quadro 1 – Tipos de custos e tipos de sistemas de custeio

Fonte: elaborado pela autora.

Conhecendo os métodos de custeio, é importante também entender


alguns termos utilizados em contabilidade financeira, sendo que as
instituições de saúde precisam fazer uma análise de demonstrativos
atendendo as exigências da Receita Federal brasileira.

Em uma auditoria contábil e financeira são avaliados os


demonstrativos contábeis de uma empresa, como o balanço
patrimonial, Demonstrações do Resultado do Exercício (DRE) e a
demonstração de fluxo de caixa. O balanço patrimonial, apresenta
as contas patrimoniais e financeiras de uma empresa ou instituição.
A DRE demonstra os resultados financeiros de uma empresa

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durante o período de um ano. E a Demonstração de Fluxo de
Caixa (DFC) é o demonstrativo das entradas e saídas de recursos
financeiros.

Por meio dos papéis de trabalho, o auditor faz um registro da


análise desses demonstrativos financeiros, seguindo a legislação
vigente. Esses papéis de trabalho são o registro da auditoria
financeira feita em uma empresa ou instituição.

Você conheceu também o processo de Auditoria no SUS e a Lei


Orgânica da Saúde, Lei nº 8.080 de 1990, a qual rege os princípios
do SUS e é a base dos processos voltados a ele. Com base nesses
princípios, essa auditoria visa, além da análise da empregabilidade
dos recursos, uma avaliação da assistência em saúde prestada à
população, visando também o fortalecimento do SUS.

No processo de trabalho do auditor, o qual deve ser regido pela


ética profissional, ele precisa seguir algumas etapas para elaborar
a auditoria. Ela se inicia com o planejamento, seguida pela fase
analítica com a notificação da auditoria ao gestor responsável e
pela fase operacional (in loco), na qual é feita toda uma análise
da estrutura, dos processos e registros da instituição. Após essa
análise, o auditor desenvolve um relatório da auditoria, notificando
o responsável pela instituição das não conformidades encontradas
e fornecendo um prazo para que ele possa justificar essas não
conformidades. Após a justificativa ou fim do prazo estabelecido
para ela, encerra-se o processo de auditoria.

A auditoria em saúde visa, além da avaliação do emprego de


recursos financeiros, uma análise geral da qualidade. Em se tratando
de hospitais, a qualidade do atendimento prestado ao paciente é de
fundamental importância para se estabelecer padrões de qualidade
a serem seguidos. A busca por um modelo de qualidade, tem sido
alvo cada vez mais atual das unidades hospitalares. Atualmente,

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o processo de certificação é o método utilizado para mensurar a
qualidade de uma instituição de saúde.

A ONA (Organização nacional de Acreditação) é o principal órgão


emissor de certificação de qualidade no Brasil. Ela emite três tipos
de certificação de acordo com a avalição realizada na instituição:
nível 1, nível 2 e nível 3. Nets última é emitida uma certificação
em excelência, para a qual é preciso que a instituição atenda
anteriormente aos níveis 1 e 2.

O papel do auditor de uma instituição de saúde é fazer uma análise


complexa em seu processo de trabalho, utilizando de ferramentas
contábeis para a análise e gerenciamento de custos e recursos,
e uma análise institucional, visando a avaliação e melhoria dos
processos da qualidade, o que irá refletir no atendimento de
qualidade prestado aos pacientes.

Referências bibliográficas

VECINA NETO, G.; MALIK, A. M. Gestão em Saúde. 2. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

PARA SABER MAIS

Em um hospital, a análise orçamentária contribui para o


planejamento da análise de custos. É por meio do orçamento que
se pode prever quanto será gasto em materiais, medicamentos,
procedimentos, honorários, entre outros custos e, assim, planejar os
recursos que serão utilizados pela instituição.

O planejamento orçamentário, trata-se de uma ferramenta


administrativa que pode ser utilizada juntamente com as

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ferramentas de custo e custeio, para fazer a gestão e controle
financeiros.

Figura 1 – Etapas para um planejamento orçamentário

Fonte: elaborada pela autora.

Seguir as etapas do planejamento orçamentário é fundamental para


estabelecer uma estimativa de metas a serem alcançadas, facilitando
o processo de gestão de recursos para cada setor.

Referências bibliográficas

MALAGÓN-LONDOÑO, G. Gestão hospitalar para uma


administração eficaz. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2019.

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TEORIA EM PRÁTICA

Você acaba de ser contratado como auditor de saúde em uma


instituição. No seu primeiro dia de trabalho, você irá conhecer o
hospital e a equipe com a qual irá trabalhar. Essa instituição está
buscando uma futura solicitação de certificação da qualidade, mas,
para isso, será preciso um longo processo de adaptações.

Você deverá planejar uma auditoria para fazer um diagnóstico da


instituição, com o intuito de analisar as melhorias que podem ser
feitas ali. Lembre-se de analisar os registros que forem necessários,
como prontuários dos pacientes e o atendimento prestado a eles.
Lembre-se, ainda, de registrar tudo que for preciso em seu relatório
de auditoria, pois informação não registrada é informação perdida.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

A obra traz as definições dos principais conceitos de custos e formas


de custeio apresentados na aula, trazendo a sua aplicabilidade no
meio hospitalar. O autor apresenta as principais formas de utilização
do sistema de custeio baseado em atividade ou sistema de custeio
ABC em uma organização hospitalar.

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Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e
busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.

SOUZA, A. A. Gestão financeira e de custos em hospitais. São


Paulo: Atlas, 2013. caps.3, 4, 5. p. 31- 86.

Indicação 2

O capítulo indicado tem como foco trazer uma abordagem do


histórico do processo de gestão da qualidade hospitalar no Brasil, e
como ele funciona atualmente.

Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.

GONÇALVES, Ernesto L. Gestão hospitalar: administrando o


hospital moderno. São Paulo: Saraiva, 2006. cap. 5. p. 111-124.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

30
1. A análise de custos é muito importante para o gestor de uma
instituição gerenciar os recursos ali empregados. Para fazer
uma análise dos custos, podemos utilizar métodos de custeio,
como:

a. Custeio fixo e variável.


b. Custeio por gerenciamento de valores.
c. Custeio direto e custeio por absorção.
d. Custeio direto, custeio por absorção e o custeio baseado em
atividade (ABC – Activity Based Costing).
e. Custeio baseado em evidências.

2. Gilberto foi contratado como auditor em um hospital. Em


uma auditoria da qualidade realizada por ele, foi identificado
que alguns registros de procedimentos realizados nos
pacientes estavam incompletos. Usando da ética e de seus
conhecimentos em legislação, Gilberto poderia propor a
seguinte ação corretiva para essa não conformidade:

a. Apontar o responsável pela não conformidade, e expor a sua


falha nos registros diante da equipe.
b. Completar ele mesmo os registros que estiverem incompletos.
c. Avaliar em quais setores aparecem as falhas nos registros
e propor treinamentos para a equipe, sem expor nenhum
profissional em particular.
d. Realizar novos registros, notificando o médico responsável
pelo setor.
e. Avaliar em quais setores aparecem as falhas nos registros,
e propor que o profissional responsável seja desligado da
empresa.

31
GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: Alternativa D está correta, pois custeio direto,
custeio por absorção e o custeio baseado em atividade (ABC
– Activity Based Costing) são os principais tipos de custeio
apresentados no texto.
Alternativa A está incorreta, pois fixo e variável se referem aos
tipos de custos.
Alternativa B está incorreta, pois não existe esse método
de custeio por gerenciamento de valores, mesmo sendo
o gerenciamento de valores importante em uma gestão
financeira de uma empresa.
Alternativa C está incorreta, pois está faltando mencionar o
custeio baseado em atividade (ABC – Activity Based Costing).
Alternativa E está incorreta, pois não existe esse tipo custeio
baseado em evidências.
Questão 2 - Resposta C
Resolução: Alternativa C está correta, pois propõe uma ação
corretiva com base na ética do auditor que pode melhorar a
qualidade do serviço de maneira geral.
Alternativa A está incorreta, pois nela o auditor estaria agindo
de forma não ética.
Alternativa B está incorreta, pois não cabe ao auditor preencher
registros incompletos encontrados na sua auditoria.
Alternativa D está incorreta, pois não cabe ao auditor realizar
novos registros nos documentos auditados.

32
Alternativa E está incorreta, pois o auditor precisa propor
ações corretivas para as não conformidades encontradas que
visem melhorar o sistema da qualidade. Para isso, precisa do
aperfeiçoamento da equipe.

33
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 4

Processo de trabalho do auditor


em unidades assistenciais: fatores
a serem analisados em uma conta
médica
______________________________________________________________
Autoria: Nathalia Lopes Schiavotelo
Leitura crítica: Franciely Midori Bueno de Freitas
DIRETO AO PONTO

As contas médicas ou contas hospitalares são o demonstrativo


financeiro de todo o atendimento prestado em uma unidade de
saúde. O auditor em saúde, precisa analisar vários itens dessa conta
no seu processo de trabalho de auditoria.

As contas podem ser ambulatoriais, de internação ou de


emergência, cabendo ao auditor analisar de acordo com a origem
da conta os atendimentos prestados. Nela, constam os gastos com
os procedimentos médicos realizados, materiais e medicamentos
utilizados, exames, taxas e diárias, no caso de internação.

O auditor utiliza o prontuário do paciente para avaliar se os


procedimentos médicos realizados estão de acordo com as
prescrições médicas, bem como a identificação do médico.
Utilizando a conta, ele analisa se os honorários médicos estão de
acordo com a tabela da Associação Médica Brasileira (AMB) e com
a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos
(CBHPM). Para procedimentos cirúrgicos, a valorização é feita de
acordo com o porte e complexidade da cirurgia. Estão previstos
honorários para auxiliares de cirurgia, sendo que o 1°auxilar
corresponde 30% do porte do procedimento principal, e os demais a
20% do porte do procedimento principal.

Além disso, é importante avaliar as prescrições dos medicamentos


bem como os registros de enfermagem das suas utilizações,
checando as doses, prescrições, horários de administração e a
identificação do profissional que realizou o procedimento.

A avalição dos materiais utilizados, também faz parte da auditoria de


contas. Alguns materiais são classificados como órteses, próteses e
materiais especiais (OPME). Para esse tipo de materiais é importante

35
que o auditor avalie se eles estão de acordo com o procedimento
clínico que foi realizado. Também é necessário avaliar o pedido
médico desse material. No caso de material importado, verificar
se existe similar nacional e o custo-benefício para o uso dele. Todo
material deve possuir registro na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), e cabe ao auditor essa verificação. Quanto ao
fornecedor de material OPME, ele precisa possuir cadastro na
unidade de saúde para poder fornecer o material.

Para a internação é preciso checar as diárias de acordo com o


que está acordado com o hospital, lembrando que uma diária
corresponde ao período indivisível de 24 horas. As taxas cobradas
para procedimentos, uso de equipamentos e uso de salas para
procedimentos, também precisam ser analisadas, verificando se elas
correspondem aos procedimentos conforme dados do prontuário.
O Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Terapia (SADT) é composto por
serviços de diagnósticos e terapias aplicadas ao paciente, e seus
valores e utilização também precisam ser avaliados.

É importante conhecer os itens que podem ser avaliados em uma


conta médica, utilizando as informações do prontuário e os registros
dos gastos. Na tabela a seguir estão os principais itens a serem
avaliados por um auditor.

36
Tabela 1 – Itens para serem analisados em uma conta médica e
o que avaliar no prontuário
Identificação do médico e da Especialidade e registro no
equipe médica. Conselho Regional de Medicina
(CRM).
Procedimentos realizados. Identificação dos procedimentos
no prontuário do paciente.
Honorários médicos. Identificação dos procedimentos
realizados, incluindo cirurgias,
porte e complexidade.
Materiais. Identificação dos materiais
utilizados conforme prescrição e
uso de materiais de OPME.
Medicamentos. Prescrição médica e registros
de enfermagem (data, horário e
identificação do procedimento).
Diárias de internação. Contagem do número de dias
que o paciente permaneceu na
unidade, da entrada até a alta
médica.
Taxas de uso de equipamentos, Identificação dos procedimentos
procedimentos e uso de salas. realizados.
Serviço auxiliar de diagnóstico e Identificação dos pedidos de
terapia (SADT). exames conforme prescrição.

Fonte: elaborada pela autora.

Os resultados de uma auditoria em saúde são apresentados em


relatórios. Para desenvolver um relatório, o auditor precisa ser
claro e objetivo, baseando-se na legislação vigente e nos registros
encontrados em sua auditoria. Em um relatório, a identificação

37
dos prontuários deve ser feita a partir do número de registro, não
identificando o paciente que recebeu atendimento. É importante
identificar a unidade auditada e o período no qual foi realizada
a auditoria, bem como todos os itens avaliados nos registros,
indicando se houve glosas e os valores delas. Para concluir seu
relatório, o auditor acrescenta observações e recomendações, data
o documento e o assina.

Uma importante ferramenta no trabalho da auditoria de contas é


a informatização dos sistemas, que por meio de uma padronização
das informações, facilita o processo de análise e avaliação do
auditor. O uso de sistemas informatizados em saúde, vem ganhando
espaço nas unidades assistenciais facilitando os processos de
trabalho. No entanto, para ter adesão da equipe e um bom
funcionamento, um sistema informatizado precisa ser introduzido
por meio de capacitações e treinamentos, para que, assim, a equipe
conheça o sistema e consiga utilizá-lo com efetividade.

PARA SABER MAIS

O Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Terapia (SADT), corresponde ao


suporte dado aos serviços de diagnóstico e tratamento oferecidos
ao paciente. Os SADT são prescritos pelo médico, e os seus
resultados auxiliam nos diagnósticos e conduta clínica. Os principais
serviços de SADT são:

• Laboratório clínico:

Os laboratórios clínicos é o local onde os exames laboratoriais são


realizados. Correspondem aos exames de hematologia, urinálise,
imunologia, bioquímica, microbiologia e parasitologia.

• Laboratório de anatomia patológica:

38
Os laboratórios de anatomia patológica são os locais nos quais os
exames de anatomia patológica podem ser realizados para atender
às necessidades, tanto hospitalares como ambulatoriais. Consistem
na análise morfológica de células e tecidos.

• Imagenologia:

Exames de imagem são utilizados para visualização de estruturas,


órgãos e sistemas de um paciente. Os principais exames de imagem
são: Raio-X, tomografia computadorizada, ressonância magnética,
ultrassonografia, hemodinâmica e densitometria óssea.

• Endoscopia:

O exame de endoscopia digestiva é o mais conhecido, mas a prática


da endoscopia é utilizada por diversas especialidades médicas, como
a ginecologia, proctologia, urologia e otorrinolaringologia.

• Métodos gráficos:

Os exames de métodos gráficos são aqueles que representam os


resultados em traçados gráficos e impressos em papel, como o
eletrocardiograma.

• Hemoterapia:

Os serviços de hemoterapia são os prestadores de serviços de


assistência hemoterápica ou hematológica.

• Fisioterapia:

A fisioterapia é o serviço de suporte para reabilitação do paciente


prestado por um profissional da área habilitado e com inscrição
ativa em seu conselho de classe.

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Referências bibliográficas

TAJRA, S. F. Gestão em saúde: Noções básicas, práticas de


atendimento, serviços e programas de qualidade. São Paulo: Érica,
2015.

TEORIA EM PRÁTICA

Você foi contratado como auditor em saúde de uma unidade


hospitalar, a qual possui serviços de internação, emergência e
ambulatoriais. Ao fazer a auditoria de uma conta médica, você
analisa que houve uma glosa de um material usado em uma cirurgia.
Esse material é classificado como órteses, próteses e materiais
especiais (OPME).

Em uma primeira análise, pode-se perceber que esse material


possuía prescrição pelo médico, bem como um relatório emitido
pela equipe médica elucidando o motivo do pedido dele. Mesmo
assim, a operadora de saúde efetuou uma glosa desse material.

Seguindo seu raciocínio crítico e com base em seus conhecimentos


em auditoria de materiais, quais outros itens você poderia avaliar
para entender o motivo dessa glosa?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

40
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

O artigo trata das principais glosas em contas médicas hospitalares


analisadas em um determinado hospital. Nele, o autor apresenta
várias glosas de procedimentos médicos e as descrições das
irregularidades encontradas.

Para realizar a leitura, é necessário buscar na internet pela


referência indicada.

OLIVEIRA, R. L., OLIVEIRA, E. M. Auditoria médica em hospital geral


de médio porte: análise das glosas hospitalares. Rev. Adm. Saúde,
São Paulo, v. 20, n. 78: e206, jan./mar. 2020.

Indicação 2

O capítulo indicado, apresenta o uso de sistemas de informação e a


sua importância em serviços de saúde.

Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.

NETO, V. N., MALIK, A. M. Gestão em Saúde. 2. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2018. cap. 22, p. 306-314.

41
QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. Na auditoria de contas médicas ou hospitalares o auditor


analisa diversos itens, com base nas informações dos
prontuários. Sobre os itens a serem analisados em uma conta
médica e o que avaliar no prontuário:

a. O auditor pode preencher os registrados que não estiverem


completos.
b. Os medicamentos analisados só podem ser cobrados se forem
medicamentos de alto custo.
c. Materiais classificado como órteses, próteses e materiais
especiais (OPME) não são cobrados na conta hospitalar.
d. Os medicamentos utilizados, devem estar de acordo com a
prescrição médica e registros de enfermagem.
e. Os materiais utilizados em um procedimento, não são
analisados de acordo com a prescrição desse procedimento.

2. Nos relatórios de auditoria são apresentados os resultados


avaliados em uma auditoria. Neles, o auditor deve:

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a. Identificar o paciente pelo nome e endereço.
b. Identificar a unidade auditada e o período no qual foi realizada
a auditoria.
c. Expor com base em seu ponto vista as informações auditadas.
d. Relacionar de maneira não objetiva os itens auditados.
e. Identificar o paciente pelo nome, endereço e idade.

GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: Os medicamentos utilizados, devem estar de
acordo com a prescrição médica e registros de enfermagem.
Todos os medicamentos, devem ter prescrição médica para
serem administrados.
O auditor, jamais deve preencher registros incompletos em sua
auditoria, avaliando-os como não conformidades encontradas.
Todos os medicamentos devem ser cobrados, conforme
prescrição médica, não apenas medicamentos de alto custo.
Materiais classificado como órteses, próteses e materiais
especiais (OPME) também são cobrados na conta hospitalar.
Os materiais utilizados em um procedimento são analisados de
acordo com a prescrição desse procedimento.

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Questão 2 - Resposta B
Resolução: Nos relatórios de auditoria é preciso identificar a
unidade auditada e o período no qual foi realizada a auditoria.
O paciente não deve ser identificado de nenhuma forma em um
relatório de auditoria.
O auditor não deve expor seu ponto de vista em seu relatório,
mas sim, se basear nos registros e na legislação vigente.
O auditor deve ser objetivo ao realizar seu relatório.

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BONS ESTUDOS!

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