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Escola Superior de Negócios e Empreendedorismo de Chibuto – ESNEC

CURSO DE GRADUACAO EM FINANCAS


AUDITORIA INTERNA
Aula teórica 03
FUNÇÕES E ORGANIZAÇÃO DO GABINETE DE AUDITORIA INTERNA

1. Estrutura Organizacional e actividade

A actividade de auditoria interna como instrumento do sistema de controlo interno da entidade esta sujeita
antes da sua implementação a uma analise do custo beneficio. Agrega actividades de controle interno e
auditoria e tem como objectivo principal a assessorar e a alta administração.

A actividade de Auditoria objectiva a revisão, a avaliação e o acompanhamento dos controles internos,


com verificação do cumprimento das políticas traçadas pela alta administração a fim de observar se estão
sendo cumpridas as normas para cada actividade.

Nessa ordem, a Auditoria Interna tem competência multidisciplinar para prestar seus serviços com o
objectivo de fortalecer a entidade, mediante avaliação da gestão e dos seus programas, na forma de
assessoria e consultoria interna com o intuito de agregar valor à gestão, propondo acções preventivas e
saneadoras, de forma a assistir na consecução de seus propósitos estratégicos, com abordagem
sistematizada e disciplinada.

2. Implementação do Gabinete de Auditoria Interna (GAI)

O Gabinete de Auditoria Interna tem por finalidade instituir e manter um Sistema de Controlo Interno
adequado às necessidades da Administração, proporcionando um serviço independente e objectivo,
destinado a acrescentar valor e melhorar as operações da entidade. O Gabinete de Auditoria Interna ajuda
a organização a cumprir os seus objectivos, proporcionando uma abordagem sistemática e disciplinada, de
forma a avaliar e melhorar a eficácia dos processos de gestão de risco, de controlo e de governação
empresarial

No desenvolvimento da sua actividade, o Gabinete de Auditoria Interna deve determinar se o conjunto


dos processos de gestão de risco, de controlo e de governação, em conformidade com o que foi
estruturado e aprovado pela administração, é adequado e funciona de modo a assegurar:

− Que os riscos são devidamente identificados e geridos;


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− A existência de interacção entre os diversos grupos de governação empresarial, conforme
necessário;
− Que a informação relevante, de natureza financeira, de gestão e operacional é transmitida de
forma exacta, fidedigna e oportuna;
− Que os trabalhadores exercem as suas funções de acordo com as políticas, normas,
procedimentos, leis e regulamentos aplicáveis;
− Que os recursos são adquiridos de forma económica, utilizados com eficiência e são devidamente
protegidos;
− Que os programas, planos e objectivos são alcançados;
− Que se encoraja a qualidade e o aperfeiçoamento contínuo dos processos de controlo da
organização;
− Que a legislação ou regulamentos com impacto para a organização e as normas procedimentais
internas são devidamente reconhecidos e respeitados.

O Gabinete de Auditoria Interna, na sua actividade de avaliação, deverá, assim, assegurar de forma isenta
e numa óptica preventiva, a eficácia, operacionalidade, segurança e conformidade dos serviços, sistemas,
processos e actividades que configurem maior risco potencial, de forma a dar prioridade à prevenção dos
riscos inerentes à complexidade dos processos e dinâmica de mudança que caracterizam a missão e o
contexto da Direção-Geral.

As oportunidades para o aperfeiçoamento do controlo de gestão, da rentabilidade e da imagem da


organização poderão ser identificados durante os trabalhos de auditoria e serão comunicados aos níveis de
gestão adequados.

3. Independência e Objectividade e Autoridade

A independência permite que os auditores emitam juízos imparciais e sem preconceitos , o que e essência
para a realização das auditorias. Aindependência é associadaa neutralidade e a objectividade que deve
caracterizar permanentemente a actuação do gabinete de auditoria interna e logicamente os seus
componentes. Esta relacionadafundamentalmente com os seguintes elementos básicos: Objectividade e
nível hierárquico dentro da organização.

O Gabinete de Auditoria Interna é um órgão de apoio à gestão e reporta directamente à alta administração,
exercendo as suas funções com total independência técnica e objectividade e respeitando as regras de
conduta profissional, nomeadamente sigilo e reserva.

Entre os auditores e os restantes trabalhadores com quem aqueles tenham de contactar no decorrer das
acções de auditoria, não existe qualquer relação de dependência hierárquica, reportando uns e outros
apenas aos dirigentes das unidades orgânicas em que se encontrem integrados.

Os auditores não podem deter poderes ou assumir responsabilidades directas sobre as actividades objecto
da auditoria, devendo em geral evitar conflitos de interesses no desempenho das suas tarefas.

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Os auditores não podem participar em acções de auditoria envolvendo unidades de estrutura ou serviços
em que tenham trabalhado há menos de um ano, nem em quaisquer actividades de avaliação em que a sua
objectividade possa ser comprometida por outras circunstâncias especiais.

Quaisquer factos ou circunstâncias que possam comprometer a independência e objectividade do


Gabinete de Auditoria Interna ou de um auditor em particular devem ser reportados ao Responsável pelo
Gabinete, o qual, se tal se mostrar necessário, informa ao alta administração da empresa

A independência dos auditores aparece reforçada nas entidades que possuem uma Comissão de Auditoria.
As comissões de auditoria incluem conselheiros não executivos para supervisionar a actividade de
Auditoria realçando mais a independência do auditor interno em relação a gestão.

Tipicamente o gabinete de Auditoria interna integra poucos profissionais especializados , quando


comparado com outros departamentos. Enquanto que nalgumas organizações pode haver apenas por um
auditor, outras podem empregar vários

A posição típica do Departamento ou Gabinete de Auditoria interna apresenta numa entidade de grande
dimensão quatro(4) níveis de auditores profissionais, nomeadamente: Director; Gestores, Auditor Sénior e
auditor Junior.

4. Posicionamento e Subordinação

Não raras vezes, encontram-se auditores internos, ou seu departamento, subordinados a directores
financeiros. Esta é uma deformidade em nível de estrutura organizacional, pois subordina o auditor
interno a uma chefia que comanda uma série de departamentos da empresa, que serão alvo de seu
trabalho. Fatalmente haverá o constrangimento profissional, e a perda da autonomia, condição
indispensável à realização de um trabalho adequado.

É recomendável que o auditor interno esteja subordinado ao nível mais elevado possível dentro da
organização, como ao Presidente da entidade. Isso reflectirá directamente sobre a qualidade do trabalho
executado e sobre os resultados que este propiciará à empresa. Essa vinculação tem por objectivo
proporcionar à Auditoria Interna um posicionamento suficientemente elevado, de modo a permitir o
desempenho de suas atribuições com maior abrangência e independência.

Outra razão para esta linha de vinculação é que, estando o auditor vinculado a um director, isso poderá
afectar a credibilidade do seu trabalho, na medida em que possa ser visto pelas demais directorias como
um membro daquela verificando transacções das outras. Consequentemente, a vinculação do auditor
interno directamente ao Presidente ou Conselho de Administração, ou à Directoria como Colegiado, passa
a ser condição fundamental para a aceitação da Auditoria Interna como um real instrumento de controle e
assessoria útil para a empresa.

Níveis Hierárquicos do Gabinete de Auditoria Interna

Elementos do GAI Descrição de Funções

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Definir a orientação geral do departamento o Gabinete de
Auditoria interna; elaborar os programas; definir as politicas e
procedimentos de Auditoria; gerir o pessoal do Departamento;
Director de auditoria Interna
coordenar os trabalhos com os auditores externos; estabelecer um
programa que assegure a qualidade das Auditoria; estabelecer a
ponte com a Comissão de Auditoria.
Dirige tipicamente as auditorias individuais, incluindo a
coordenação e planificação do trabalho de Auditoria. Os gestores
Gestores de Auditoria Interna
de auditoria tem normalmente uma larga experiencia em auditoria
e supervisão.
Supervisiona aspectos do trabalho de auditoria e realiza a maioria
Auditor(es) Sénior do trabalho de pormenor os auditores seniores tem pelo menos 3
anos de experiencia em Auditoria
Faz normalmente trabalho menos complexo e mais rotineiro. Eles
Auditor(es) Júnior
são profissionais iniciados ou, por vezes estagiários

5. Proficiência e Cuidado Profissional

O Gabinete de Auditoria Interna assegura o desempenho das suas funções de acordo com elevados
padrões de proficiência e cuidado profissional.

O responsável pelo Gabinete de Auditoria Interna assegura que a função adquire e mantém os
conhecimentos e competências necessárias para a prossecução das suas finalidades e o cumprimento das
suas responsabilidades de forma eficaz.

6. Acesso À Informação

No desempenho das suas actividades, o responsável pelo Gabinete de Auditoria Interna e os elementos
que dele fazem parte estão autorizados a:

− Ter livre acesso a todas as funções, registos, activos e pessoal.


− Distribuir recursos, fixar a duração, seleccionar os assuntos, determinar os âmbitos de trabalho e
aplicar as técnicas necessárias para a consecução dos objectivos da auditoria.
− Obter o necessário apoio do pessoal das unidades orgânicas onde realizem trabalhos de auditoria,
bem como obter outros serviços especializados do interior ou do exterior da organização.
− Fornecer serviços de consultoria à gestão conforme apropriado.
− Ter acesso permanente (apenas com capacidade de leitura) a sistemas de informação e bases de
dados, quando tal seja necessário para o exercício eficaz das suas funções.

A informação requerida e os acessos necessários devem ser prestados de uma forma verdadeira e
completa, dentro de um período de tempo razoável e sem demoras injustificadas.

O Gabinete de Auditoria Interna deve informar, de imediato, o Diretor-Geral ou Presidente do conselho


de administração da entidade sobre de qualquer tentativa para impedir ou causar dificuldades no exercício
das suas funções.

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O responsável pelo Gabinete de Auditoria Interna e os elementos que dele fazem parte não estão
autorizados a:

− Exercer quaisquer funções operacionais para a organização ou suas associadas.


− Iniciar ou aprovar transacções contabilísticas alheias ao Gabinete de Auditoria Interna.
− Orientar as actividades de qualquer trabalhador da organização que não seja elemento do
Gabinete de Auditoria Interna, excepto na medida em que tais trabalhadores tenham sido
devidamente deslocados para a equipa de auditoria ou de certo modo convocados para auxiliar os
auditores internos.

7. Âmbito de Responsabilidade

O Gabinete de Auditoria Interna exerce as suas competências de acordo com o Plano Anual de
Actividades, que integra o Plano Anual de Auditorias a realizar, aprovado pela Administração.

A realização de acções de auditoria não incluídas no plano anual ou de averiguações ad-hoc pode ser
determinada pela administração.

O Gabinete de Auditoria Interna deve proceder nomeadamente à:

− Verificação, Acompanhamento e Uniformização de todos os Manuais de Procedimentos


organização o entidade;
− Elaboração de um Manual de procedimentos do Gabinete de Auditoria Interna;
− Elaboração de um Código de Ética e de Conduta da entidade;
− Elaboração do Relatório Anual referente ao Plano de Gestão de Riscos ;
− Preparação do Plano Anual de Actividades que integra o Plano Anual de Auditorias a realizar
pelo Gabinete de Auditoria Interna, suportado em adequada metodologia de avaliação de risco;
− Apresentação de recomendações para implementação de medidas correctivas conducentes à
melhoria dos procedimentos de controlo interno;
− Execução da auditoria interna incidindo aspecto sobre a eficiência e eficácia dos procedimentos, a
confiança e integridade da informação financeira, de contratação e operacional, bem como da
respectiva conformidade com a legislação, regulamentos, normas e planos;
− Definição das datas para implementação das recomendações e comunicação dos resultados das
acções realizadas através da emissão de relatórios a alta administração, bem como aos órgãos
auditados;
− Realização de um processo de Follow up para monitorizar e avaliar o estado de implementação
das acções recomendadas;
− Elaboração de documentação para divulgação das actividades do GAI.
− Verificação o desempenho da gestão da entidade, visando comprovar a legalidade e a
legitimidade dos actos e examinar os resultados quanto à economicidade, à eficácia e à eficiência
da gestão financeira, patrimonial, de pessoal e demais sistemas administrativos operacionais;
− Orientação subsidiaria os dirigentes da entidade quanto aos princípios e às normas de controle
interno, inclusive sobre a forma de prestar contas;

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8. Normas De Auditoria

O Gabinete de Auditoria Interna respeitará as Normas para a prática Profissional de Auditoria Interna
do IIA – The Institute of Internal Auditores, bem como o Código de Ética aprovado para o Gabinete de
Auditoria Interna.

Controle e Auditoria Interna

O sector de Auditoria Interna faz parte do sistema de controle interno da organização, que se
especifica como um processo projectado com o intuito de identificar riscos e fornecer garantia razoável
do cumprimento cumprir a missão da entidade.

A Unidade de Auditoria Interna, que integra o sistema de controle interno institucional, visa assessorar a
administração da entidade em suas responsabilidades primárias: prevenção e identificação de erros e
manutenção adequada do sistema de controle.

Desta forma, a área de actuação da Auditoria Interna compreende todos os sectores que formam
a estrutura administrativa da organização. Estão sujeitos à análise da auditoria todos os sistemas,
processos, operações, funções e actividades da organização conforme o programa de auditoria.

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