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Normas Brasileiras de

Contabilidade
- Módulo 3 -

Carlos Chelfo
Carlos Chelfo

Mestrado em Ciências Contábeis, pela UFRJ

Pós-graduado em Gestão Pública, pela FIJ

Especialista em Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS), pela FIPECAFI

Certificado pela NASDAQ/USA, em criptomoedas.

Bacharel em Ciências Contábeis, pela Faculdade Moraes Junior

Instrutor nos Conselhos Regionais de Contabilidade do: AP, DF, RJ e SP

achelfo
carlos.chelfo@gmail.com
carlos.chelfo

2 Carlos Chelfo
Estrutura do curso

NBC TG 08 - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários

NBC TG 20 - Custos de Empréstimos

NBC TG 31 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada

NBC TG 18 - Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento

Controlado em Conjunto

NBC TG 23 - Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro e

NBC TG 24 - Evento Subsequente

O presente treinamento tem seu conteúdo atualizado até 1 de novembro de 2022


Custos de Transação e Prêmios na Emissão

4 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Objetivo

O objetivo do NBC TG 08 - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e


Valores Mobiliários é estabelecer o tratamento contábil aplicável ao
reconhecimento, mensuração e divulgação dos custos de transação incorridos e
dos prêmios recebidos no processo de captação de recursos por intermédio da
emissão de títulos patrimoniais e/ou de dívida.

https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1313.pdf

5 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Alcance

A presente Norma regula a contabilização e evidenciação dos custos de transação


incorridos na distribuição primária de ações ou bônus de subscrição, na aquisição
e alienação de ações próprias, na captação de recursos por meio da contratação
de empréstimos ou financiamentos ou pela emissão de títulos de dívida, bem
como dos prêmios na emissão de debêntures e outros instrumentos de dívida ou
de patrimônio líquido (frequentemente referidos como títulos e valores mobiliários
– TVM).

6 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Definição

Encargos financeiras ➠ são a soma das (i) despesas financeiras, dos (ii) custos de
transação, (iii) prêmios e etc, a qual representa a diferença entre os valores
recebidos e os valores pagos (ou a pagar) a terceiros.

7 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Definição

(i) Despesas financeiras ➠ são os custos ou as despesas que representam o ônus


pago ou a pagar como remuneração direta do recurso tomado emprestado do
financiador derivado dos fatores tempo, risco, inflação, câmbio, índice específico
de variação de preços e assemelhados; incluem, portanto, os juros, a atualização
monetária, a variação cambial etc.,

Mas não incluem taxas, descontos, despesas


administrativas, honorários etc.

8 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Definição

(ii) Custos de transação ➠ são somente aqueles incorridos e diretamente


atribuíveis às atividades necessárias exclusivamente à consecução das transações
com títulos e valores mobiliários. São, por natureza, gastos incrementais, já que
não existiriam ou teriam sido evitados se essas transações não ocorressem.
Exemplos:

• Gastos com elaboração de prospectos e relatórios;

• Remuneração de serviços profissionais de terceiros (Ex.: contadores, auditores,


consultores, profissionais de bancos de investimento, corretores etc);

• Gastos com publicidade;

• Taxas e comissões; e etc

9 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Definição

(iii) Prêmios na emissão ➠ de debêntures ou de outros títulos e valores


mobiliários são o resultado no valor recebido que supera o de resgate desses
títulos na data do próprio recebimento ou o valor formalmente atribuído aos
valores mobiliários.

Título patrimonial ➠ é qualquer contrato (ou título ou valor mobiliário) que


evidencie um interesse residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os
seus passivos. Como exemplos: ações, bônus de subscrição etc.

10 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Definição

Debêntures ➠ são títulos de créditos representativos de dívida de médio e longo


prazos, emitidas por via pública ou particular, com a finalidade de captação de
recursos a um custo menor e prazo maior, tornando a estrutura da dívida da
companhia mais eficiente. A emissão de debêntures por via pública é direcionada
ao investidor público em geral, por meio de uma companhia aberta com registro
na Comissão de Valores Mobiliárias (CVM), enquanto a emissão por via privada é
voltada a um grupo restrito de investidores, não sendo necessário o registro da
companhia na CVM.

11 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Definição

Taxa interna de retorno (TIR) ➠ é a taxa efetiva de juros que iguala o valor
presente dos fluxos de entrada de recursos ao valor presente dos fluxos de saída.
Em outros termos, é a taxa efetiva de juros que faz com que, por exemplo, o valor
presente líquido dos fluxos de caixa de determinado título de dívida ou
empréstimo seja igual a zero, considerando-se, necessariamente, a captação inicial
líquida dos custos de transação.

12 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Definição

Método de juros efetivos ➠ é o método de calcular o custo amortizado de ativo


financeiro ou de passivo financeiro (ou grupo de ativos ou de passivos financeiros)
e de alocar a receita ou a despesa de juros no período. A taxa efetiva de juros é a
taxa que desconta exatamente os pagamentos ou recebimentos de caixa futuros
estimados durante a vida esperada do instrumento ou, quando apropriado, o
período mais curto na quantia escriturada líquida do ativo financeiro ou do passivo
financeiro

13 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Definição

Valor justo ➠ é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo
liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes
entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação
ou que caracterizem uma transação compulsória.

14 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – espécies

A empresa que necessite de recursos para expandir as suas operações poderá


adquirir esses recursos via a emissão de títulos patrimoniais (capital próprio) ou
instrumentos de dívida (terceiros). Além disso, a NBC TG 08 orienta a empresa na
contabilização dos custos de transação decorrentes da emissão dos instrumentos
patrimoniais ou de dívida, na captação de recursos.

Sendo assim, dois são os meios para captação de recursos. São eles:

▪ Captações de recursos para o capital próprio

▪ Captação de recursos de terceiros

15 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital Próprio

A captação de recursos via títulos patrimoniais, regra geral, é realizada por meio da
emissão de ações, sendo a operação mais comum de uma empresa captar
recursos financeiros, podendo ser:

a) primária,
No mercado secundário ocorre as renegociações
(emissão secundária) entre os agentes econômicos das
b) secundária ou mista.
ações adquiridas no mercado primário, e nessas
operações os recursos monetários resultantes não são
transferidos para o financiamento da companhia.

A emissão primária está relacionada com a emissão de novas ações e ocorre no


mercado primário, pois nessa operação as ações da companhia são negociadas
pela primeira vez. É nesse setor de mercado que as companhias buscam
efetivamente a captação de recursos próprios para implementar os seus projetos
de investimentos com a finalidade de promover o seu crescimento e consequente
incremento de riqueza gerada.

16 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital Próprio

Mas na emissão de ações como devo mensurar antes o seu valor?

A definição do valor das ações é muito relevante, pois se trata da representação de


um investimento e, dependendo do contexto, poderá apresentar os seguintes
valores distintos:

a) nominal,

b) patrimonial,

c) de emissão e

d) de mercado.

17 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital Próprio

a) Valor Nominal:

De acordo com a Lei nº 6.404/76, o valor nominal é determinado no estatuto da


companhia, e a ação pode ser emitida com ou sem valor nominal. O valor nominal da
ação resulta da divisão do capital social pelo número de ações que a empresa emitiu.

Exemplo:

Considerando que o capital social é de 100.000,00 e a empresa emitiu 50.000 ações,


logo o seu valor nominal será de 2,00.

18 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital Próprio

b) Valor Patrimonial:

Temos como o valor patrimonial da ação o resultado da divisão do patrimônio líquido


pelo número de ações que a empresa emitiu.

Exemplo:

Considerando que o patrimônio líquido é de 350.000,00 e a empresa emitiu 50.000


ações, logo o seu valor patrimonial será de 7,00.

19 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital Próprio

c) Valor de Emissão da ação:

Também chamado de valor de subscrição corresponde ao preço pago por quem


subscreve a ação, à vista ou parceladamente. Quando existe diferença entre o valor de
emissão e o valor nominal das ações, temos o ágio na emissão de ações, que
corresponde a uma reserva de capital.

Exemplo:

Caso um subscritor adquira por 1,20 a ação de uma empresa, cujo capital social é
composto de 100.000 ações no montante de 100.000,00, temos que o valor nominal da
ação é de 1,00, enquanto o seu valor de emissão será de 1,20

D – Caixa e equivalente de caixas 120.000,00


C – Capital a integralizar 100.000,00
C – Reserva de Capital – Ágio na emissão de ações 20.000,00

20 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital Próprio

d) Valor de Mercado da ação:

O valor de mercado ou valor de negociação corresponde ao valor pago pela ação no


mercado de capitais secundário, decorrente de um contrato de livre manifestação de
vontade, em que o valor de negociação é resultante da oferta e procura das ações no
mercado.

21 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital Próprio

O registro do montante inicial dos recursos captados por intermédio da emissão


de títulos patrimoniais deve corresponder aos valores líquidos disponibilizados
para a entidade pela transação, pois essas transações são efetuadas com sócios já
existentes e/ou novos, não devendo seus custos influenciar o saldo líquido das
transações geradoras de resultado da entidade.

22 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital Próprio

Os gastos com emissão de ações representam as despesas relativas com


contadores, auditores, instituições financeiras, advogados, publicidade etc.
necessárias para a emissão de ações.

Antes da Lei nº 11.638/07, as despesas decorrentes da emissão de novas ações


eram lançadas diretamente no resultado do exercício, impactando-o.

Agora, essas despesas são lançadas em uma conta chamada gastos com emissão
de ações, sendo compensada depois como contrapartida de uma reserva de
capital ou redução do capital social.

23 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital Próprio

Quando não houver sucesso na operação de captação das ações, os gastos com
emissão de ações são lançados como perdas no referido exercício. O objetivo da
mudança foi a proteção do atual acionista, pois os mesmos eram prejudicados pela
decisão da empresa em se capitalizar.

Antes, como as despesas decorrentes da emissão de novas ações eram lançadas


diretamente no resultado, as mesmas diminuíam o resultado do exercício, e, com a
redução do resultado, os acionistas atuais da empresa passavam a receber menos
dividendos.

Com a mudança decorrente da Lei nº 11.638/07, os atuais acionistas não são mais
prejudicados com as operações de capitalização da empresa.

24 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital Próprio

AÇÕES

Primária Primária

Emissão Nominal

Encargos Financeiros

Custos de transação Despesas Financeiras

25 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Exemplo 1

A Cia. Chelfo, ao emitir 50.000 ações de valor nominal a 2,50. Foi integralizado 100%, sendo o valor de
emissão de 2,50. Registre.

Solução

26 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Exemplo 2

A Cia. Chelfo, ao emitir 50.000 ações de valor nominal a 2,50. Foi integralizado 100%, sendo o valor de
emissão de 2,70. Registre:

Solução

27 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Exemplo 3

A Cia. Chelfo, ao emitir 50.000 ações de valor nominal a 2,50. Foi integralizado 100%, sendo o valor de
emissão de 2,50. E incorreu em 2.000 de custos de transação. Registre:

Solução

28 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Exemplo 4

A Cia. Chelfo, ao emitir 50.000 ações de valor nominal a 2,50. Foi integralizado 100%, sendo o valor de
emissão de 2,50, com o valor de emissão de 2,70 . E incorreu em 8.000 de gasto com a contabilidade
inerente à emissão das ações. Registre:
Solução

29 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital de Terceiros

O registro do montante inicial dos recursos captados de terceiros, classificáveis no


passivo exigível, deve corresponder ao seu valor justo líquido dos custos de
transação diretamente atribuíveis à emissão do passivo financeiro.

Os encargos financeiros incorridos na captação de recursos junto a terceiros


devem ser apropriados ao resultado em função da fluência do prazo, pelo custo
amortizado usando o método dos juros efetivos.

30 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital de Terceiros

O método do custo amortizado considera a taxa interna de retorno (TIR) da


operação para a apropriação dos encargos financeiros incorridos durante a
vigência da operação.

A utilização do custo amortizado faz com que os encargos financeiros reflitam o


efetivo custo do instrumento financeiro e não somente a taxa de juros contratual
do instrumento, ou seja, incluem-se neles:

• Encargos financeiros da captação;

• Prêmios recebidos e outros.

31 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital de Terceiros

Os custos de transação incorridos na captação de recursos por meio da


contratação de instrumento de dívida (empréstimos, financiamentos ou títulos de
dívida tais como debêntures, notas comerciais ou outros valores mobiliários) devem
ser contabilizados como redução do valor justo inicialmente reconhecido do
instrumento financeiro emitido, para evidenciação do valor líquido recebido.

32 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital de Terceiros

Os prêmios na emissão de debêntures devem ser acrescidos ao valor justo


inicialmente reconhecido na emissão desse instrumento financeiro para o mesmo
fim a que se refere o item anterior, apropriando-se ao resultado conforme o custo
de transação.

33 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Captação de Recursos – Capital de Terceiros

Custos de transação

Empréstimos Encargos Financeiros Despesas Financeiras

Juros

Custos de transação

Encargos Financeiros Despesas Financeiras

Juros
Debêntures

Prêmios na emissão

34 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Exemplo 5

A Cia. Chelfo no fim do ano 2021 captou $ 1.000.000, com taxa de juros anual contratada de 6,0%, com
prazo de oito anos, e pagamentos anuais iguais e consecutivos de $ 161.036. Registre:

Solução

35 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Exemplo 6

A Cia. Chelfo no fim do ano 2021 captou $ 1.000.000, com taxa de juros anual contratada de
6,0%, com prazo de oito anos, e pagamentos anuais iguais e consecutivos de $ 161.036. E
incorreu em gastos com auditoria no valor de $ 108.695. Registre:
Solução

36 Carlos Chelfo
Custos de Transação e Prêmios na Emissão
Exemplo 7

A Cia. Chelfo no fim do ano 2021 captou $ 1.000.000, via debêntures, com taxa de juros anual
contratada de 6,0%, com prazo de oito anos, e pagamentos anuais de $ 161.040. Houve um
prêmio na captação de $ 40.000, com isso teremos uma taxa efetiva de 5,01988%. Registre:
Solução

37 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos

38 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Objetivo

A NBC TG 20 (R2) define como os custos de empréstimos que são diretamente

atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo qualificável integram

o custo de tal ativo.

Os demais custos de empréstimos que não são diretamente atribuíveis à

aquisição, construção ou produção de um ativo qualificável devem ser

reconhecidos como despesa.

https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG20(R2).pdf

39 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Alcance

A entidade deve aplicar esta norma na contabilização dos custos de empréstimos.

A norma não trata do custo real ou imputado a títulos patrimoniais (custo do


capital próprio), incluindo ações preferenciais classificadas no patrimônio líquido.

A entidade não é requerida a aplicar esta norma aos custos de empréstimos


diretamente atribuíveis à aquisição, à construção ou à produção de:

(a) ativo qualificável mensurado por valor justo, como, por exemplo, ativos
biológicos dentro do alcance da NBC TG 29; ou

(b) estoques que são manufaturados, ou produzidos, em larga escala e em bases


repetitivas.

40 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Definição

Custos de empréstimos ➠ são juros e outros custos que a entidade incorre em


conexão com o empréstimo de recursos. Os custos de empréstimos podem incluir:

a) despesa de juros calculada utilizando-se o método de juros efetivos;

b) juros em relação aos arrendamentos financeiros; e

c) diferenças de câmbio resultantes de empréstimos obtidos em moeda


estrangeira, na medida em que forem considerados como um ajuste aos
custos de juros.

41 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Definição

Ativo qualificável ➠ é um ativo que necessariamente, demanda um período de


tempo substancial para ficar pronto para seu uso ou venda pretendidos.

Apesar de norma não fornecer orientações sobre o que constitui um período de


tempo substancial, é provável que um período superior a 12 meses seja
considerado um período de tempo substancial.

42 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Definição

A NBC TG 08 deve ser aplicada na contabilização de custos de empréstimos.

Porém, a Norma não se aplica ao custo de capital, real ou atribuído, imputados aos
títulos patrimoniais (custo do capital próprio). Além disso, não é obrigatório aplicá-
la aos custos de empréstimos diretamente atribuíveis a aquisição, construção ou
produção de ativos qualificados mensurados pelo valor justo, como:

• Ativo biológico;

• Estoques fabricados em grandes quantidades de forma repetitiva.

43 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Reconhecimento

Dependendo das circunstâncias, quando financiados para aquisição, quaisquer dos


seguintes itens podem ser ativos qualificados:
• Estoque;
• Planta para manufatura;
• Usina de geração de energia;
• Ativo intangível;
• Propriedade para investimento; e
• Plantas portadoras

44 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Reconhecimento

A entidade deve reconhecer os outros custos de empréstimos como despesa no


período em que são incorridos.

Quando o valor contábil ou o custo final esperado do ativo qualificável exceder


seu montante recuperável ou o seu valor líquido de realização, o valor contábil
deve ser baixado de acordo com os requerimentos de outras normas.

Em certas circunstâncias, o montante da baixa pode ser revertido de acordo com


outras normas.

45 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Reconhecimento

A data de inicio para a capitalização de juros é a primeira data em que a empresa


satisfaz todas as seguintes condições:

• Incorre em gastos com o ativo.

• Incorre em custos de empréstimos.

• Engaja-se em atividades que são necessárias ao preparo do ativo para seu uso
ou venda pretendidos.

46 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Reconhecimento

A entidade deve suspender a capitalização dos custos de empréstimos durante


períodos extensos em que suspender as atividades de desenvolvimento de um
ativo qualificável. Esses custos destinados a manter os ativos parcialmente
concluídos não se qualificam para capitalização.

Assim, em sendo o caso, o gasto envolvido no período de suspensão será lançado


diretamente como despesa.

47 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Reconhecimento

A entidade deve cessar a capitalização dos custos de empréstimos quando


substancialmente todas as atividades necessárias ao preparo do ativo qualificável
para seu uso ou venda pretendida estiverem concluídas.

Um ativo normalmente está pronto para seu uso ou venda


pretendida quando a construção física do ativo estiver finalizada,
mesmo que trabalho administrativo de rotina possa ainda continuar.

48 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Mensuração

Custos de empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição, à construção


ou à produção de ativo qualificável devem ser capitalizados como parte do custo
do ativo quando for provável que eles resultarão em benefícios econômicos
futuros para a entidade e que tais custos possam ser mensurados com
confiabilidade

Quando a entidade toma emprestados recursos especificamente com o


propósito de obter um ativo qualificável particular, os custos do empréstimo
que são diretamente atribuíveis ao ativo qualificável podem ser prontamente
identificados.

49 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Mensuração

50 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Evidenciação

A entidade deve divulgar:

a) o total de custos de empréstimos capitalizados durante o período; e

b) a taxa de capitalização usada na determinação do montante dos custos de


empréstimo elegível à capitalização.

51 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Exemplo 1

A refinaria de petróleo Chelfo teve a sua construção iniciada em 2021, ao lado de uma
reserva indígena. Devido ao barulho da obra, os índios invadiram o local da construção,
paralisando a obra nos meses de agosto e setembro, mas no início de outubro a Polícia
Federal desocupou a área invadida, e foi reiniciada. A refinaria está sendo construída
por meio de um empréstimo adquirido no valor de 20 milhões de reais, com a
incidência de juros simples à taxa de 2% a.m..

Sabendo-se que a refinaria vai levar um prazo de 60 meses para ficar pronta, qual o
montante dos custos de empréstimos capitalizados em 31/12/201?

52 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Evidenciação

A entidade deve divulgar:

a) o total de custos de empréstimos capitalizados durante o período; e

b) a taxa de capitalização usada na determinação do montante dos custos de


empréstimo elegível à capitalização.

53 Carlos Chelfo
Custos de Empréstimos
Tratamento para PME

Os conceitos abordados nesta Norma relativos aos Custos de Transação e Prêmios


na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários também são aplicáveis às entidades de
pequeno e médio portes.

Entretanto, conforme o item 25.2 da NBC TG NBC TG 1000 Contabilidade de


Pequenas e Médias Empresas (PME), tais empresas devem reconhecer todos os
custos de empréstimos como Despesa no resultado do período em que são
incorridos.

Tal tratamento é distinto do aplicável às demais sociedades, que devem capitalizar,


como parte do custo do ativo, os custos de empréstimo que são diretamente
atribuíveis à aquisição, construção ou produção de ativo qualificável (como
Imobilizado ou Estoques de Longa Maturação).

54 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada

55 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Objetivo

A NBC TG 31 (R4) visa especificar a contabilização de ativos não circulantes


mantidos para venda (colocados à venda) e as operações descontinuadas, exigindo
que os ativos que atendam aos critérios para serem classificados como mantidos
para venda :

• sejam mensurados pelo menor valor entre o valor contábil e o valor justo
menos os custos de venda e a depreciação desses ativos cesse; e

• devem ser apresentados separadamente na demonstração da posição


financeira e os resultados das operações descontinuadas a serem apresentados
separadamente na demonstração do resultado abrangente.

https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG31(R4).pdf

56 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Objetivo

Uma das principais características de um ativo (ou grupo de ativos) mantido


para venda é que seu valor será recuperado por meio da venda e não por meio
do uso contínuo. Portanto, uma operação descontinuada não necessariamente
resultará no reconhecimento de ativos não circulantes mantidos para venda.

A empresa pode simplesmente desativar ou abandonar parte de seu negócio e,


portanto, essa parte não deve ser classificada como mantida para venda porque
não se espera que sua realização (recuperação do saldo contábil dos Ativos e
Passivos integrantes da operação) ocorra pela venda (isolada dos ativos envolvidos
ou em uma única transação para o conjunto todo).

57 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Alcance

Essa Norma se aplica a todos os ativos não circulantes reconhecidos e a todos os


grupos de alienação. Os ativos de uma classe que a entidade normalmente
consideraria como não circulante, e que sejam adquiridos para revenda, não
devem ser classificados como circulantes, a não ser que satisfaçam aos critérios de
classificação como mantidos para venda de acordo com esta Norma.

Vale ressaltar que ativos não circulantes são aqueles que incluem
montantes que se espera recuperar em mais de 12 meses após a data
do balanço, sendo que um ativo não circulante mantido para venda é
aquele cujo valor contábil será recuperado principalmente por meio de
uma transação de venda em vez do seu uso contínuo.

58 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Alcance

Essa Norma não se aplica aos ativos nos seguintes casos:

(a) imposto de renda diferido ativo;

(b) ativos provenientes de benefícios a empregados;

(c) ativos financeiros;

(d) ativos não circulantes que sejam contabilizados de acordo com o valor justo;

(e) ativos não circulantes que sejam mensurados pelo valor justo menos as
despesas estimadas no ponto de venda;

(f) direitos contratuais de acordo com contratos de seguro.

59 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Definição

Componente de uma entidade: define-se como operações e fluxos de caixa que


podem ser claramente distinguidos, operacionalmente e para fins de relatórios
financeiros, do restante da entidade.

Ativo circulante: é o ativo que satisfaz a qualquer um dos seguintes critérios:

▪ espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no


curso normal do ciclo operacional da entidade;

▪ é mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;

▪ espera-se que seja realizado no período de até doze meses após o balanço; ou

▪ é caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou seu uso tenha
limitações para a liquidação de passivo durante, pelo menos, doze meses após
a data do balanço.
60 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Definição

Operação descontinuada ➠ vem a ser um componente de uma entidade que foi


alienado ou é classificado como mantido para venda e:

• representa um importante segmento de negócio separado ou área geográfica


de operações

• é parte de um plano único coordenado para a alienação de um importante


segmento de negócio separado ou área geográfica de operações ou

• constitui uma subsidiária adquirida exclusivamente com vistas à revenda.

61 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Definição

Grupo de ativos mantido para venda ➠ (colocado à venda) é um grupo de ativos


a ser alienado, por venda ou de outra forma, em conjunto como um grupo de
ativos em uma só transação, e passivos diretamente associados a esses ativos que
serão transferidos na transação.

O grupo de ativos inclui ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill)


adquirido em combinação de negócios se o grupo de ativos for uma unidade
geradora de caixa à qual tenha sido alocado ágio (goodwill) .

62 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Definição

Compromisso firme de compra ➠ é um acordo com uma parte não relacionada,


vinculando ambas as partes e geralmente com vínculo jurídico, que (a) especifica
todos os termos significativos, incluindo o preço e o cronograma da transação, e (b)
inclui uma penalidade por não desempenho, que é suficientemente grande para
tornar o desempenho altamente provável.

Altamente provável ➠ significa mais provável que simplesmente provável.

Provável ➠ é o que tem mais chance de ocorrer do que de não ocorrer.

Montante recuperável ➠ é o valor mais alto entre o valor justo de um ativo


menos as despesas de venda e o seu valor de uso.

63 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Reconhecimento

A norma determina que um ativo não circulante será classificado como mantido

para venda se o seu valor contábil for recuperado, especialmente por uma

transação de venda, em vez de seu uso contínuo.

Para isso ocorrer, esse ativo deve estar disponível para venda imediata, sujeito

apenas aos termos usuais e habituais para vendas.

Transações de venda incluem trocas de ativos não circulantes por


outros ativos não circulantes quando a troca tiver substância comercial,
de acordo com a IAS 16 – Imobilizado.

64 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Reconhecimento

A entidade deve classificar um ativo não circulante como mantido para venda se o
seu valor contábil vai ser recuperado, principalmente, por meio de transação de
venda em vez do uso contínuo.

Para que esse seja o caso, o ativo ou o grupo de ativos mantido para venda deve
estar disponível para venda imediata em suas condições atuais. Com isso, a
sua venda deve ser altamente provável.

Assim, o nível hierárquico de gestão apropriado deve estar comprometido com


o plano de venda do ativo, e deve ter sido iniciado um programa firme para
localizar um comprador e concluir o plano. Ainda, deve-se esperar que a venda se
qualifique como concluída em até um ano a partir da data da classificação.

65 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada

Valor contábil vai ser recuperado

Disponível para venda imediata em


suas condições atuais

Reconhecimento
Venda deve ser altamente provável

Nível hierárquico comprometido


com plano de venda do ativo

Venda concluída em até um ano a


partir da data da classificação

66 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Reconhecimento

AQUISIÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE COM A FINALIDADE DE VENDA

A entidade que adquire um ativo não circulante ou um grupo de ativos com a

finalidade de venda, só deve classificá-lo como mantido para venda na data de

aquisição se a venda for concluída em até um ano a partir da data da

classificação, e for altamente provável que os critérios de classificação que não

estejam satisfeitos na data de aquisição, sejam satisfeitos em curto prazo após a

aquisição (normalmente, no prazo de três meses).

67 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Reconhecimento

CLASSIFICAÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE PARA DISTRIBUIÇÃO AOS SÓCIOS

O ativo não circulante é classificado como mantido para distribuição aos sócios

quando a entidade está comprometida para distribuir esse ativo aos

proprietários. Para isso é necessário que os ativos estejam disponíveis para

imediata distribuição na sua condição atual e que a distribuição seja altamente

provável. Para essa distribuição ser altamente provável, ações para completar a

distribuição devem já ter sido iniciadas e deve estar presente a expectativa de

serem completadas dentro de um ano a partir da classificação.

68 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Reconhecimento

CLASSIFICAÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE A SER BAIXADO

A entidade não deve classificar como mantido para venda o ativo não circulante
ou o grupo de ativos destinado a ser baixado. Isso se deve ao fato de o seu valor
contábil ser recuperado principalmente por meio do uso contínuo.

Contudo, se o grupo de ativos classificado como mantido para venda que será
baixado satisfizer aos critérios operação descontinuada, quais sejam:

▪ Uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações;

▪ É parte integrante de um único plano coordenado para venda de uma


importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações; ou

▪ É uma controlada adquirida exclusivamente com o objetivo da revenda.

69 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Reconhecimento

OPERAÇÕES DESCONTINUADAS

Uma operação descontinuada é um componente da entidade (operações e fluxos


de caixa que podem ser claramente identificados operacionalmente e para fins
financeiros) que foi colocado à disposição para descarte (abandono) ou, de outro
modo, que foi classificado como mantido para venda.

Assim, a NBC TG 31 exige que receitas, custos e despesas, assim como os ganhos
ou perdas decorrentes da descontinuidade da operação, sejam apresentados
separadamente das operações em continuidade.

70 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Reconhecimento

OPERAÇÕES DESCONTINUADAS

Adicionalmente, para ser entendido como uma operação em descontinuidade,


esse componente deve ainda atender aos seguintes critérios:

➠ A operação representa uma importante e distinta linha de negócios ou uma


área geográfica.

➠ A operação integra um único plano coordenado para vender uma importante e


distinta linha de negócios ou área geográfica.

➠ A operação é uma controlada adquirida exclusivamente para ser vendida.

71 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Reconhecimento

OPERAÇÕES DESCONTINUADAS

Uma operação em descontinuidade que tiver sido classificada como mantida para
venda deve seguir o tratamento contábil pertinente. Independentemente disso,
deve-se atender todas as exigências de elaboração das demonstrações contábeis
bem como a evidenciação em notas explicativas.

A análise pode ser apresentada nas notas explicativas ou na demonstração do


resultado.

72 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Reconhecimento

OPERAÇÕES DESCONTINUADAS

Se for na demonstração do resultado, deve ser apresentada em seção identificada


e que esteja relacionada com as operações descontinuadas, isto é, separadamente
das operações em continuidade.

Os resultados das operações descontinuadas devem aparecer em uma única linha


da DRE. Na prática, as empresas separam a DRE em dois grupos:

➠ resultados das operações em continuidade e

➠ resultados das operações descontinuadas.

O detalhamento das informações é feito em notas explicativas.

73 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Reconhecimento

OPERAÇÕES DESCONTINUADAS

O resultado total após o imposto de renda das operações descontinuadas refere-se


às receitas e despesas que seriam apresentadas normalmente na DRE, mas que
ficam resumidas nessa única linha.

Os ganhos ou perdas decorrentes da avaliação a valor justo ou da sua baixa devem


ser apresentados separadamente, para permitir que os usuários da informação
avaliem os resultados da descontinuidade da operação.

74 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (exemplo)


OPERAÇÕES EM CONTINUIDADE
Receita
Custo dos produtos vendidos
LUCRO BRUTO
Outras receitas
Despesas de distribuição
Despesas administrativas
Outras despesas
Participação no lucro de coligadas
LUCRO ANTES DAS DESPESAS FINANCEIRAS
Despesas financeiras
LUCRO ANTES DOS TRIBUTOS
Despesa de imposto de renda e contribuição social
LUCRO DE OPERAÇÕES EM CONTINUIDADE
OPERAÇÕES DESCONTINUADAS
Resultado proveniente de operações descontinuadas (*)
LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO
75 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada

NOTAS EXPLICATIVAS (exemplo)

*Resultado proveniente de operações descontinuadas


• Receitas e despesas das operações descontinuadas
• Tributos sobre operações descontinuadas
• Ganhos/perdas reconhecidos nos ativos da operação descontinuada
• Imposto de renda e contribuição social relacionados

76 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Mensuração

Os ativos não circulantes mantidos para venda serão apresentados


separadamente no Balanço Patrimonial e mensurados pelo menor valor entre o
valor contábil e o valor justo menos as despesas de venda, desde que existam
evidências de que a venda irá se realizar em até 12 meses.

Transações de venda incluem trocas de ativos não circulantes por


outros ativos não circulantes quando a troca tiver substância
comercial, de acordo com a NBC TG 27 – Imobilizado.

77 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Mensuração

Quando se espera que a venda ocorra depois de um ano, a entidade mensurará os


custos para vender pelo seu valor presente.

Qualquer aumento no valor presente dos custos para vender que resultem da
passagem do tempo será apresentado em lucro ou prejuízo, como um custo de
financiamento.

Valor presente é a estimativa do valor corrente de um fluxo de


caixa futuro, conhecida a taxa de desconto, no curso normal das
operações de uma entidade.

78 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Mensuração

ALTERAÇÃO EM PLANO DE VENDA OU DE DISTRIBUIÇÃO AOS PROPRIETÁRIOS

Se a entidade tiver classificado um ativo como mantido para venda ou como


mantido para distribuição aos proprietários, e se os critérios para classificação não
estiverem mais satisfeitos, a entidade deve mudar essa classificação.
Nesse caso a entidade deve mensurar o ativo não circulante que deixar de ser
classificado como mantido para venda ou distribuição aos proprietários pelo valor
mais baixo entre:

• Valor Contábil (antes de a classificação do ativo ser mantido para venda ou


distribuição aos proprietários); ou

• Montante recuperável (à data da decisão posterior de não vender ou distribuir


aos proprietários).

79 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Exemplo 1

A entidade está comprometida com o plano de venda do prédio de sua sede e iniciou ações para
localizar um comprador. Assim, atenderá a NBC 31 e será altamente provável caso:

A entidade pretende transferir o prédio a um comprador após desocupá-lo. O tempo


necessário para desocupar o prédio é usual e habitual para vendas desse tipo de ativo.

A entidade continua a usar o prédio até que a construção de novo prédio-sede seja
concluída. A entidade não pretende transferir o prédio existente a um comprador até que a
construção do novo prédio seja concluída (e ela desocupar o prédio existente).

80 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Exemplo 2

A entidade está comprometida com o plano de venda de instalação de fabricação e iniciou ações para
localizar um comprador. Na data de adesão há uma encomenda de pedidos de cliente não concluídos.
Assim, atenderá a NBC 31 e será altamente provável caso:

A entidade pretende vender a instalação de fabricação com suas operações. Quaisquer


pedidos de cliente não concluídos na data de venda serão transferidos ao comprador.

A entidade pretende vender a instalação de fabricação, porém sem as suas operações. A


entidade não pretende transferir a instalação a um comprador até que sejam encerradas
todas as operações da instalação e sejam eliminadas as encomendas dos pedidos de
cliente não concluídos. O atraso no momento da transferência da instalação imposta pela
entidade (vendedor) demonstra que a instalação não está disponível para venda imediata.

81 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Exemplo 3

A entidade adquire, por meio de execução de hipoteca, um imóvel que inclui terreno e edificações que
pretende vender. Assim, atenderá a NBC 31 e será altamente provável caso:

A entidade não pretende transferir o imóvel a um comprador, até que ele conclua as
reformas para aumentar o valor de venda do imóvel. O atraso no momento da
transferência do imóvel imposto pela vendedora demonstra que o imóvel não está
disponível para venda imediata.

A entidade não pretende transferir o imóvel a um comprador, até que ele conclua as
reformas para aumentar o valor de venda do imóvel. O atraso no momento da
transferência do imóvel imposto pela entidade (vendedor) demonstra que o imóvel não
está disponível para venda imediata.

82 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Exemplo 4

A entidade adquire, por meio de execução de hipoteca, um imóvel que inclui terreno e edificações que
pretende vender. Assim, atenderá a NBC 31 e será altamente provável caso:

A entidade não pretende transferir o imóvel a um comprador, até que ele conclua as
reformas para aumentar o valor de venda do imóvel. O atraso no momento da
transferência do imóvel imposto pela vendedora demonstra que o imóvel não está
disponível para venda imediata.

A entidade não pretende transferir o imóvel a um comprador, até que ele conclua as
reformas para aumentar o valor de venda do imóvel. O atraso no momento da
transferência do imóvel imposto pela entidade (vendedor) demonstra que o imóvel não
está disponível para venda imediata.

83 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Exemplo 5

Em 01/01/2017, a empresa Chelfo adquiriu um terreno por R$ 100.000,00. Na época, a empresa


tinha a intenção de utilizar o terreno em suas operações durante 20 (vinte) anos e vendê-lo por R$
30.000,00.

Em 31/12/2021, a empresa Chelfo resolveu vender o terreno. Nesta data, o valor justo do terreno
era de R$ 150.000,00 e estimava-se as despesas de vendas em R$ 10.000,00.

Segundo a NBC 31, em 31/12/2021, qual foi o valor do terreno informado no grupo dos ativos não
circulantes mantidos para venda?

84 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Evidenciação

As principais classes de ativos e passivos classificados como mantidos para venda


devem ser divulgadas separadamente no Balanço Patrimonial ou nas notas
explicativas. Entretanto, não se deve reclassificar ou reapresentar montantes
divulgados nos balanços anteriores para refletir a classificação do último período
apresentado como Ativos Não Circulantes (ou ativos e passivos de um grupo à
disposição) mantidos para venda.

Adicionalmente, a NBC 31 exige que a entidade apresente, separadamente, o saldo


de algum ganho ou perda acumulada reconhecido no Patrimônio Líquido em
outros resultados abrangentes e que está relacionado com um Ativo Não
Circulante (ou grupo de ativos) classificado como mantido para venda.

85 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Tratamento para PME

Os conceitos abordados neste capítulo relativos aos Ativos Especiais, Despesas


Antecipadas, Ativos Não Circulantes Mantidos Para Venda e Operações
Descontinuadas são aplicáveis também às entidades de pequeno e médio porte.

Entretanto, em relação aos ativos não circulantes mantidos para venda, o


Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas
não exige uma mudança na base de avaliação desses ativos, ou seja, não traz
critérios de mensuração e classificação específicos para os ativos não circulantes
mantidos para a venda, como exemplo:

(a) não sejam mais depreciados e

(b) sejam mensurados pelo menor valor entre o valor contabilizado e o valor justo
menos as despesas para vender.
86 Carlos Chelfo
Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada
Tratamento para PME

Em vez disso, o CPC PME apenas descreve que, se a entidade tiver um Ativo Não
Circulante (ou grupo de ativos) destinado à venda, trata-se de uma indicação de
desvalorização e, portanto, a entidade deverá realizar o teste de recuperabilidade
para tais ativos e, se for o caso, reconhecer uma perda por redução ao seu valor
recuperável.

Do mesmo modo, quando a entidade estiver engajada em um compromisso para


vender um ativo ou passivo, ela deverá divulgar tal fato em nota explicativa. Para
mais detalhamento, consulte o Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para
Pequenas e Médias Empresas.

87 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

88 @ achelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Objetivo

A NBC TG 18 (R3) traz como objetivo desta norma é estabelecer a contabilização de


investimentos em coligadas e em controladas e definir os requisitos para a
aplicação do método da equivalência patrimonial quando da contabilização de
investimentos em coligadas, em controladas e em empreendimentos controlados
em conjunto (joint ventures).

https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG18(R3).pdf

89 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Alcance

Os investimentos em participações societárias derivam de operações nas quais a


investidora adquire ações de outra sociedade, denominada de investida. A NBC 18
deve ser aplicado por todas as entidades que sejam investidoras com:

• Controle individual

• Controle em conjunto de investida; ou

• Influência significativa sobre ela.


É o compartilhamento, contratualmente
É o poder de participar das decisões convencionado, do controle de negócio,
sobre políticas financeiras e que existe somente quando decisões
operacionais de uma investida, mas sobre as atividades relevantes exigem o
sem que haja o controle individual consentimento unânime das partes que
ou conjunto dessas políticas, 20% compartilham o controle.
ou mais do poder de voto da
investida

90 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Definição

Coligada ➠ é a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa.

Demonstrações consolidadas ➠ são as demonstrações contábeis de um grupo


econômico, em que ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos
de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem
uma única entidade econômica.

Negócio em conjunto ➠ é um negócio do qual duas ou mais partes têm controle


conjunto.

91 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Definição

Empreendimento controlado ➠ em conjunto (joint venture) é um acordo


conjunto por meio do qual as partes, que detêm o controle em conjunto do acordo
contratual, têm direitos sobre os ativos líquidos desse acordo.

Investidor conjunto (joint venture) ➠ é uma parte de um empreendimento


controlado em conjunto (joint venture) que tem o controle conjunto desse
empreendimento.

92 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

CLASSIFICAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS

As participações societárias, dependendo da intenção de permanência da


investidora, podem ser classificadas como temporárias ou permanentes.

As participações societárias permanentes são adquiridas com


a intenção de permanência e classificadas no subgrupo do
ativo não circulante Investimentos, sendo avaliadas pelo custo
de aquisição ou método da equivalência patrimonial (MEP).

As temporárias são adquiridas exclusivamente para fins especulativos, ou seja,


são obtidas com o intuito de venda. Os títulos patrimoniais de outras
companhias (por exemplo, as ações) mantidos pela investidora para fins
especulativos constituem um ativo financeiro, que é um instrumento financeiro.

93 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

CLASSIFICAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS

94 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

Os Investimentos temporários, em regras, seguem as Normas que tratam de


Instrumentos Financeiros. Já os Investimentos permanentes (com a intenção de
permanência) podem ser divididos da seguinte forma:

• Controladas, coligadas, empreendimento controlado em conjunto.

• Outros investimentos societários.

• Propriedades para investimento.

• Demais investimentos permanentes.

95 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

CONTROLADAS

É a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade, na qual a


controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos
de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.

Sociedade controladora é aquela que possui direta ou indiretamente a


titularidade de mais da metade (ou mais de 50%) das quotas ou ações com
direito a voto de outra sociedade, que será sua controlada. Se uma entidade
detiver 100% das ações de outra – sendo, portanto, o seu acionista único – a
controlada é considerada a sua subsidiária integral.

96 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

Exemplo: A sociedade Anchova S.A. participa com 51% do capital votante da


sociedade Baleia S.A., e esta, por sua vez, participa com 60% do capital votante da
sociedade Cará S.A., a sociedade Anchova S.A. é controladora da sociedade Baleia
S.A. de forma direta e da sociedade Cará S.A. de forma indireta.

97 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

CONTROLADAS

É a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade, na qual a


Se a investidora deixa de ter o controle sobre as decisões da investida, a
investida deixa de ser uma controlada. Isso ocorre, por exemplo, quando a
investidora deixa de ter mais de 50% do capital votante na investida.

A perda de controle nas decisões da investida pode ocorrer também sem


necessariamente ser alterado o valor da participação da investidora na investida.

98 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

COLIGADAS

É a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa e que não se


configure como controlada nem como empreendimento sob controle conjunto
(joint venture). O conceito legal de sociedade coligada encontra-se nos §§ 1o, 4o e
5º, do art. 243 da Lei das S.A., que assim dispõem:

99 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

COLIGADAS

Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da


companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações
ocorridas durante o exercício.
§ 1º São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência
significativa.
[...]
§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou
exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da
investida, sem controlá-la.

§ 5º É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20%


(vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la.
100 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

Influência significativa:

A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por


uma ou mais das seguintes formas:

a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida;

b) Participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões


sobre dividendos e outras distribuições;

c) Operações materiais entre o investidor e a investida;

d) Intercâmbio de diretores ou gerentes;

e) Fornecimento de informação técnica essencial.

.
101 Carlos Chelfo
Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

Influência significativa:

A entidade perde a influência significativa sobre a investida quando ela perde o


poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais
daquela investida. A perda da influência significativa pode ocorrer com ou sem
mudança no nível de participação acionária absoluta ou relativa.

Exemplo:

Quando uma coligada torna-se sujeita ao controle de governo, tribunal, órgão


administrador ou entidade reguladora. Isso pode ocorrer também como resultado
de acordo contratual..

102 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Reconhecimento

EMPREENDIMENTO CONTROLADO EM CONJUNTO

Controle comum (ou controle conjunto) é o compartilhamento do controle de


negócio, contratualmente convencionado, que existe somente quando decisões
sobre as atividades relevantes exigem o consentimento unânime das partes
que compartilham o controle.

Empreendimento controlado em conjunto (joint venture) é um acordo conjunto por


meio do qual as partes que detêm o controle em conjunto do acordo contratual
têm direitos sobre os ativos líquidos desse acordo.

103 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mensuração

Para fins contábeis, além do valor justo, existem mais 2 métodos de avaliação de
investimentos em participações societárias:

• Método do custo;

• Método da equivalência patrimonial (MEP).

Sendo assim, o investimento permante em coligadas, em controladas e em


empreendimento controlado em conjunto deve ser contabilizado pelo método
da equivalência patrimonial a partir da data em que o investimento se tornar
sua coligada, controlada ou empreendimento controlado em conjunto.

104 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mensuração

No momento da aquisição, o investimento em coligada, em empreendimento


controlado em conjunto e em controlada (neste caso, no balanço individual) deve
ser inicialmente reconhecido pelo custo.

Quando uma entidade adquire investimentos permanentes, o valor pago por ela
pode ser maior, igual ou menor que o valor equivalente da participação nos ativos
líquidos (sinônimo de patrimônio líquido) da investida.

Quando o valor pago for maior, a aquisição irá gerar um ágio, que poderá ser
originado por mais-valia de ativos líquidos, por rentabilidade futura (goodwill) ou
por ambos ao mesmo tempo. Quando o valor pago for menor, a aquisição irá
gerar um deságio, conhecido como compra vantajosa.

105 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mensuração

MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL (MEP):

Pelo método da equivalência patrimonial, o investimento em coligada, em


empreendimento controlado em conjunto e em controlada (neste caso, no balanço
individual) deve ser inicialmente reconhecido pelo custo e o seu valor contábil
será aumentado ou diminuído pelo reconhecimento da participação do
investidor nos lucros ou prejuízos do período, gerados pela investida após a
aquisição.

106 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mensuração

MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL (MEP):

A participação do investidor no lucro ou prejuízo do período da investida deve ser


reconhecida no resultado do período do investidor. As distribuições recebidas da
investida reduzem o valor contábil do investimento. Ajustes no valor contábil do
investimento também são necessários pelo reconhecimento da participação
proporcional do investidor nas variações de saldo dos componentes dos outros
resultados abrangentes da investida, reconhecidos diretamente em seu
patrimônio líquido

107 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mensuração

DIVIDENDOS DE INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO MEP

Quando a investida distribui dividendos, o patrimônio líquido da investida


sofre uma redução equivalente ao montante dos dividendos distribuídos e por
consequência o valor dos investimentos contabilizados na investidora sofrerá
uma redução proporcionalmente ao percentual de participação que a
investidora tem no capital da investida.

Nos investimentos avaliados pelo MEP quando ocorre distribuição de dividendos


pela investida, a investidora efetuará um crédito em investimentos, tendo como
contrapartida um débito em disponibilidades ou dividendos a receber.

108 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Exemplo 1

A empresa Cia. Chelfo investiu $ 200.000,00 em ações da Cia. Chelfex e contabilizou o investimento
em ações de coligadas, constituindo uma participação acionária de 30%, a ser avaliada pelo
método da equivalência patrimonial. No fim do exercício de 2021, a Cia. Chelfex contabilizou um
lucro líquido anual de $ 20.000,00 e destinou 25% desse lucro para dividendos.

Quais lançamentos a empresa investidora, Cia. Chelfo deverá promover?

109 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mensuração

RESULTADO DO EXERCÍCIO DE INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO MEP

O resultado do exercício apurado na investida pode ser um lucro líquido ou


prejuízo líquido.

Com relação aos investimentos avaliados pelo MEP, quando a investida apura um
lucro líquido, o resultado na investidora é um ganho de equivalência patrimonial
(GEP).

Caso a investida apure um prejuízo líquido, o resultado na investidora é uma


perda de equivalência patrimonial (PEP).

110 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Exemplo 2

A Cia. Amarela adquiriu à vista, sem ágio ou deságio, 60% das ações com direito a voto da Cia.
Delta por $ 80.000,00, as quais representam 40% do capital total da investida. A Cia. Delta obteve
um lucro líquido de $ 50.000,00 e distribuiu dividendos no valor de $ 15.000,00.

Com base nessas informações, a Cia. Amarela deverá promover quais lançamentos?

111 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Exemplo 3

A Cia. Amarela adquiriu à vista, sem ágio ou deságio, 60% das ações com direito a voto da Cia.
Delta por $ 80.000,00, as quais representam 40% do capital total da investida. A Cia. Delta obteve
um Prejuízo líquido de $ 30.000,00.

Com base nessas informações, a Cia. Amarela deverá promover quais lançamentos?

112 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mensuração

OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES AVALIADOS PELO MEP

Os outros resultados abrangentes (ORA) compreendem itens de receita e despesa


que não são reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou
permitido pela Normas Brasileiras de Contabilidade.

Assim, ocorrendo outros ajustes na investida, como por exemplo, variações


decorrentes de ajustes de instrumentos financeiros disponíveis para a venda ao
valor justo, a investidora reconhecerá proporcionalmente essa variação
diretamente no seu patrimônio líquido, em outros resultados abrangentes.

113 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mensuração

OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES AVALIADOS PELO MEP

A variação na investida da conta Ajuste de Avaliação Patrimonial (AAP) gera um


aumento em seu patrimônio líquido cujo valor não advém do resultado do
exercício. Esse aumento do patrimônio líquido deve ser reconhecido diretamente
no PL da investidora, não transitando pelo resultado da investidora. Deve ser
registrado no PL como Outros resultados abrangentes da investidora.

114 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Exemplo 4

A Cia. Amarela adquiriu 60% do capital social da Cia. Delta por 20.000,00, tornado a sua
controladora. No encerramento do exercício social a Cia. Delta ajustou seus títulos disponíveis para
venda adquiridos por 50.000,00 ao valor justo de 53.500,00.

Com base nessas informações, a Cia. Amarela deverá promover quais lançamentos?

115 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mais-valia e Goodwill

Para determinar a mais-valia e o goodwill na data em que se obtém a influência ou


o controle, a qual pode ser a própria data da compra da participação de capital na
investida, é necessário estimar o valor justo dos ativos líquidos da investida e
determinar o valor contábil de seu Patrimônio Líquido.

Caso antes da obtenção da influência significativa ou do controle a investidora já


tenha uma participação na investida, a determinação da mais-valia de ativos
líquidos (ou menos-valia) e do goodwill (ou ganho por compra vantajosa) será feita
considerando a soma do valor de aquisição da participação comprada com o valor
justo dessa participação que a investidora já tinha na investida.

116 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mais-valia - conceito

O ágio por mais-valia de ativos líquidos tem origem na aquisição de investimentos


avaliados pelo MEP, e é obtido pela diferença entre o valor justo do investimento e
o seu valor patrimonial.

Sabendo que a empresa investida tem um valor maior do que o registrado no seu
patrimônio líquido, a investidora paga um valor maior do que o equivalente à sua
participação no patrimônio líquido da adquirida, gerando o ágio.

Assim, a mais-valia dos ativos líquidos tem origem na diferença entre o valor
justo dos ativos líquidos da investida e o seu respectivo valor contábil.

117 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mais-valia - conceito

A amortização do ágio gerado pela mais-valia de ativos líquidos ocorrerá de forma


proporcional à realização dos ativos e passivos da investida que lhes deu origem.

O ágio por mais-valia dos ativos líquidos será classificado na conta


Investimentos do Balanço individual, mas no Balanço consolidado serão
classificados junto com os ativos que lhe deram origem.

118 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Mais-valia - conceito

119 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Exemplo 5

Em janeiro de 2021, a Cia. Alfa adquiriu à vista por um valor justo de $ 2.040,00, 95% das ações da
Cia. Beta, cujo patrimônio líquido na data de aquisição era de $ 2.000,00.

Com base nessas informações, o valor contábil da Cia. Alfa na Cia. Beta, incluindo investimento e ágio,
em dezembro de 2021?

120 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Goodwill - conceito

Goodwill é o valor pago a maior na aquisição do investimento quando


comparado ao valor justo dessa participação no patrimônio líquido da investida,
em virtude da expectativa de resultado futuro (goodwill).

Há goodwill quando, por exemplo, a investidora entende que a investida apresenta


valores intrínsecos que não estão representados na contabilidade em
consequência da clientela, da marca, do ponto. Essa expectativa de um fluxo de
caixa positivo maior no futuro faz com que a investidora pague um valor maior do
que o valor patrimonial a valor justo do investimento adquirido, gerando ágio.

Na legislação contábil, se o valor pago for menor do que o valor justo do


investimento, temos o chamado ganho por compra vantajosa.

121 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Goodwill - conceito

O ágio por rentabilidade futura (goodwill) não será amortizado e fará parte do valor
do investimento.

Além disso, o ágio por rentabilidade futura (goodwill) será classificado na conta
Investimentos do Balanço individual, mas no Intangível do Balanço consolidado.
Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um grupo
econômico, em que ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos
de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem
uma única entidade econômica.

122 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Goodwill - conceito

123 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Exemplo 6

A Nossa Firma S.A. emitiu um cheque e comprou, à vista, por 19.500,00, ações equivalentes a 60%
do capital social da Cia. Sideral. Na data da aquisição, o patrimônio líquido da Cia. Sideral era de $
30.000,00. A Nossa Firma S.A. terá forte influência na investida e na avaliação de ativos e passivos a
valor justo, foi apurado que não há diferença no valor justo dos ativos e passivos contabilizados.

Com base nessas informações, o valor contábil da Cia. Alfa na Cia. Beta, incluindo investimento e ágio,
em dezembro de 2021?

124 Carlos Chelfo


Investimento em Coligada; Controlada; Empreendimento Controlado em Conjunto

Tratamento para PME

Os conceitos abordados nesta Norma relativos aos investimentos em coligadas e


em controladas também são aplicáveis às entidades de pequeno e médio portes.
O Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e Médias
Empresas permite a tais tipos de entidade avaliar os investimentos em coligadas
pelo método do valor justo ou, na ausência deste, pelo custo, desde que permitido
pela legislação.

Como a legislação brasileira obriga ao uso da equivalência patrimonial nos


investimentos em coligadas, controladas e controladas em conjunto, então não
resta outra alternativa senão avaliá-los pela equivalência patrimonial.

125 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

126 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Objetivo

O objetivo do NBC TG 23 (R2) é definir critérios para a seleção e a mudança de


políticas contábeis, juntamente com o tratamento contábil e divulgação de
mudança nas políticas contábeis, a mudança nas estimativas contábeis e a
retificação de erro.

Assim, tem como objetivo melhorar a relevância e a confiabilidade das


demonstrações contábeis da entidade, bem como permitir sua
comparabilidade ao longo do tempo com as demonstrações contábeis de outras
entidades. Os requisitos de divulgação relativos a políticas contábeis, exceto
aqueles que digam respeito a mudança nas políticas contábeis, são estabelecidos
no NBC TG 26, que trata da Apresentação das Demonstrações Contábeis.

https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG23(R2).pdf

127 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Alcance

O NBC TG 23 deve ser aplicado na seleção e na aplicação de políticas contábeis,


bem como na contabilização de:

➠ Mudança nas políticas contábeis

➠ Mudança nas estimativas contábeis

➠ Retificação de erros de períodos anteriores

Os efeitos tributários de retificação de erros de períodos anteriores e de ajustes


retrospectivos feitos para a aplicação de alterações nas políticas contábeis são
contabilizados e divulgados de acordo com o NBC TG 32 (Tributos sobre o Lucro).

128 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Definição

Políticas contábeis ➠ são os princípios, as bases, as convenções, as regras e as


práticas específicas aplicados pela entidade na elaboração e na apresentação de
demonstrações contábeis.

Mudança na estimativa contábil ➠ é um ajuste nos saldos contábeis de ativo ou


de passivo, ou nos montantes relativos ao consumo periódico de ativo, que
decorre da avaliação da situação atual e das obrigações e dos benefícios futuros
esperados associados aos ativos e passivos. As alterações nas estimativas
contábeis decorrem de nova informação ou inovações e, portanto, não são
retificações de erros.

129 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Definição

Material ➠ A informação é material se sua omissão, distorção ou obscuridade pode


influenciar, de modo razoável, decisões que os usuários primários das
demonstrações contábeis de propósito geral tomam como base nessas
demonstrações contábeis. Exemplos na ocultação de informações relevantes:

(a) as informações, transação ou outro evento relevante são divulgadas nas


demonstrações contábeis, mas a linguagem utilizada é vaga ou pouco clara;
(b) as informações relativas ao item, transação ou outro evento relevante estão
dispersas nas demonstrações contábeis;
(c) itens distintos, transações ou outros eventos são agregados de forma inadequada;
(d) itens similares, transações ou outros eventos são desagregados inadequadamente;
e
(e) a compreensibilidade das demonstrações contábeis é reduzida como resultado de
informações materiais ocultas por informações imateriais, na medida em

130 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Definição

Erros de períodos anteriores ➠ são omissões e incorreções nas demonstrações


contábeis da entidade de um ou mais períodos anteriores decorrentes da falta de
uso, ou uso incorreto, de informação confiável que:

(a) estava disponível quando da autorização para divulgação das demonstrações


contábeis desses períodos; e

(b) pudesse ter sido razoavelmente obtida e levada em consideração na elaboração


e na apresentação dessas demonstrações contábeis.

Tais erros incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação de políticas

contábeis, descuidos ou interpretações incorretas de fatos e fraudes.

131 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Definição

Aplicação retrospectiva ➠ é a aplicação de nova política contábil a transações, a


outros eventos e a condições, como se essa política tivesse sido sempre aplicada.

Reapresentação retrospectiva ➠ é a correção do reconhecimento, da mensuração e


da divulgação de valores de elementos das demonstrações contábeis, como se um erro
de períodos anteriores nunca tivesse ocorrido.

Aplicação prospectiva ➠ é a mudança em política contábil e de reconhecimento do


efeito de mudança em estimativa contábil representa, respectivamente:

(a) a aplicação da nova política contábil a transações, a outros eventos e a condições


que ocorram após a data em que a política é alterada; e

(b) o reconhecimento do efeito da mudança na estimativa contábil nos períodos


corrente e futuro afetados pela mudança.
132 Carlos Chelfo
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Definição

Aplicação impraticável ➠ de requisito ocorre quando a entidade não pode aplicá-lo


depois de ter feito todos os esforços razoáveis nesse sentido. Para um período
anterior em particular, é impraticável aplicar retrospectivamente a mudança em
política contábil ou fazer a reapresentação retrospectiva para corrigir um erro se:

(a) os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reapresentação retrospectiva não


puderem ser determinados;

(b) a aplicação retrospectiva ou a reapresentação retrospectiva exigir premissas


baseadas no que teria sido a intenção naquele momento passado;

(c) a aplicação retrospectiva ou a reapresentação retrospectiva exigir estimativas


significativas de valores e se for impossível identificar, objetivamente, a
informação sobre essas estimativas.

133 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Definição

134 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

POLÍTICAS CONTÁBEIS

As políticas contábeis são os princípios, as bases, as convenções, as regras e as


práticas específicas aplicados pela entidade na elaboração e na apresentação de
demonstrações contábeis.

A legislação societária em conjunto com os NBC’s autoriza a empresa a qualquer


momento alterar a sua política contábil de mensuração dos seus estoques e
propriedades para investimentos. Portanto, nesses casos de mudanças na política
contábil, devemos aplicar a NBC TG 23.

135 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

POLÍTICAS CONTÁBEIS

Exemplo:

A NBC TG 16, que trata de Estoques, e o NBC TG 28, de Propriedades para


Investimentos, autorizam uma empresa a mensurar:

➠ os seus estoques pelo sistema de inventário permanente PEPS ou custo médio


ponderado;

➠ as suas propriedades para investimentos pelo custo ou valor justo.

136 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

POLÍTICAS CONTÁBEIS – Seleção e aplicação

Quando um Pronunciamento, Interpretação ou Orientação se aplicar


especificamente a outro evento, transação ou circunstância, a política contábil
aplicada a esse item deve ser determinada pela aplicação do Pronunciamento,
Interpretação ou Orientação, e considerando quaisquer guias de implementação
relevantes emitidos pelo Conselho Federal de Contabilidade.

137 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

POLÍTICAS CONTÁBEIS – Seleção e aplicação

Os Pronunciamentos, Interpretações e Orientações estabelecem políticas


contábeis que a NBC concluiu resultarem em demonstrações contábeis, contendo
informação relevante e confiável sobre as transações, outros eventos e condições
a que se aplicam.

Essas políticas não precisam ser aplicadas quando o efeito da sua aplicação for
imaterial. Contudo, não é apropriado produzir, ou deixar de corrigir, incorreções
imateriais em relação a eles para se alcançar determinada apresentação da
posição patrimonial e financeira, de desempenho ou dos fluxos de caixa.

138 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

POLÍTICAS CONTÁBEIS – Seleção e aplicação

Na ausência de Pronunciamento, Interpretação ou Orientação que se aplique


especificamente a uma transação, outro evento ou condição, a administração
exercerá seu julgamento no desenvolvimento e na aplicação de política contábil
que resulte em informação que seja:

I. Relevante para a tomada de decisão econômica por parte dos usuários; e

II. Confiável, de tal modo que as demonstrações contábeis:

Confiável = Representar + Refletir + Neutra + Prudente + Completa

139 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

POLÍTICAS CONTÁBEIS – Critério de Mudanças

A entidade deve alterar uma política contábil apenas se a mudança:

I. for exigida por Pronunciamento, Interpretação ou Orientação; ou

II. resultar em informação confiável e mais relevante nas demonstrações


contábeis sobre os efeitos das transações, outros eventos ou condições
acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho ou dos fluxos de
caixa da entidade.

140 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

POLÍTICAS CONTÁBEIS – Critério de Mudanças

Não constituem mudanças nas políticas contábeis:

I. a adoção de política contábil para transações, outros eventos ou condições


que difiram em essência daqueles que ocorriam anteriormente; e

II. a adoção de nova política contábil para transações, outros eventos ou


condições que não ocorriam anteriormente ou eram imateriais.

141 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

POLÍTICAS CONTÁBEIS – Limitação à aplicação retrospectiva

Quando a aplicação retrospectiva de uma nova política contábil for resultante


de adoção inicial de uma nova Norma ou por mudança de uma política na
adoção inicial da Norma, uma mudança na política contábil deve ser aplicada
retrospectivamente, exceto quando for impraticável determinar o período dos
efeitos específicos ou o efeito cumulativo da mudança.

A impraticabilidade de uma nova política contábil está


relacionada com a determinação do período dos efeitos futuros
ou dos efeitos cumulativos resultantes dessa nova política.

142 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

POLÍTICAS CONTÁBEIS – Impraticabilidade

Na impraticabilidade de a entidade aplicar a nova política contábil


retrospectivamente, porque não pode determinar o efeito cumulativo da
aplicação da política a todos os períodos anteriores, a entidade deve aplicar a
nova política prospectivamente desde o início do período mais antigo praticável.
Portanto, ignora-se a parcela do ajuste cumulativo em ativos, passivos e
patrimônio líquido correspondente a períodos anteriores. A mudança na política
contábil é permitida mesmo que seja impraticável aplicar a nova política a
qualquer período anterior.

143 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

MUDANÇA NAS ESTIMATIVAS CONTÁBEIS

Mudança na estimativa contábil é um ajuste nos saldos contábeis de ativo ou de


passivo, ou nos montantes relativos ao consumo periódico de ativo, que decorre
da avaliação da situação atual e das obrigações e dos benefícios futuros esperados
associados aos ativos e passivos. As alterações nas estimativas contábeis
decorrem de nova informação ou inovações e, portanto, não são retificações de
erros.

144 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

MUDANÇA NAS ESTIMATIVAS CONTÁBEIS

A aplicação prospectiva de mudança em estimativa contábil representa,


respectivamente, a aplicação da nova política contábil a transações, a outros
eventos e a condições que ocorram após a data em que a política é alterada, e o
reconhecimento do efeito da mudança na estimativa contábil nos períodos
corrente e futuro afetados pela mudança.

145 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

MUDANÇA NAS ESTIMATIVAS CONTÁBEIS

Como consequência das incertezas inerentes às atividades empresariais, muitos


itens nas demonstrações contábeis não podem ser mensurados com precisão,
podendo apenas ser estimados. A estimativa envolve julgamentos baseados na
última informação disponível e confiável.

• créditos de liquidação duvidosa


• obsolescência de estoque
• valor justo de ativos financeiros ou passivos financeiros
• vida útil de ativos depreciáveis ou o padrão esperado de consumo dos
futuros benefícios econômicos incorporados nesses ativos
• obrigações decorrentes de garantias

146 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

MUDANÇA NAS ESTIMATIVAS CONTÁBEIS

A mudança na base de avaliação é uma mudança na política contábil e não uma


mudança na estimativa contábil. Quando for difícil distinguir uma mudança na
política contábil de uma mudança na estimativa contábil, a mudança é tratada
como mudança na estimativa contábil.

147 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Exemplo 1

Em 01/01/2020 a empresa Americana S/A adquiriu o direito de exploração de uma mina de minério
de ferro por 1.485.000,00. Ao realizar a prospecção na mina, a empresa Americana S/A encontrou
uma possança de 30.000 toneladas de minério de ferro, extraindo no exercício de 2020 um
montante de 3.000 toneladas de minério.

Em 01/01/2021, devido ao avanço tecnológico, a empresa realizou uma nova prospecção,


encontrando uma capacidade adicional de 5.000 toneladas. Sabe-se que, no exercício de 2021, a
empresa extraiu 4.500 toneladas..

Assim, o valor contábil da Cia. Americana, deverá apresentar quais alterações em 31/12/2021?

148 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

RETIFICAÇÃO DE ERRO

O erro é decorrente da omissão material ou incorreção material que resulta na


omissão ou a informação incorreta que pode, individual ou coletivamente,
influenciar as decisões econômicas que os usuários das demonstrações contábeis
tomam com base nessas demonstrações. A materialidade depende da dimensão e
da natureza da omissão ou da informação incorreta julgada à luz das
circunstâncias às quais está sujeita. A dimensão ou a natureza do item, ou a
combinação de ambas, pode ser o fator determinante.

149 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

RETIFICAÇÃO DE ERRO

Os erros de períodos anteriores são omissões e incorreções nas demonstrações


contábeis da entidade de um ou mais períodos anteriores decorrentes da falta de
uso, ou uso incorreto, de informação confiável que estava disponível quando da
autorização para divulgação das demonstrações contábeis desses períodos e
pudesse ter sido razoavelmente obtida e levada em consideração na elaboração e
na apresentação dessas demonstrações contábeis.

150 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

151 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

RETIFICAÇÃO DE ERRO

A entidade deve corrigir os erros materiais de períodos anteriores


retrospectivamente no primeiro conjunto de demonstrações contábeis cuja
autorização para publicação ocorra após a descoberta de tais erros:

I. por reapresentação dos valores comparativos para o período anterior


apresentado em que tenha ocorrido o erro; ou

II. se o erro ocorreu antes do período anterior mais antigo apresentado, da


reapresentação dos saldos de abertura dos ativos, dos passivos e do
patrimônio líquido para o período anterior mais antigo apresentado.

152 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Reconhecimento

RETIFICAÇÃO DE ERRO

A retificação de erro de período anterior deve ser excluída dos resultados do


período em que o erro é descoberto. Qualquer informação apresentada sobre
períodos anteriores, incluindo qualquer resumo histórico de dados financeiros,
deve ser retificada para períodos tão antigos quanto for praticável.

153 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

154 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Evidenciação

POLÍTICAS CONTÁBEIS – Divulgação das alterações

A divulgação de mudanças nas políticas contábeis pode estar relacionada:

➠ Com a adoção inicial de Pronunciamento, Interpretação ou Orientação;

➠ Com mudanças voluntárias em políticas contábeis;

➠ Quando a entidade não adotar antecipadamente novo Pronunciamento,


Interpretação ou Orientação já emitido.

155 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Evidenciação

POLÍTICAS CONTÁBEIS – Divulgação das alterações

Dessa forma, a entidade na adoção inicial deve divulgar:

➠ o título da norma, interpretação ou comunicado técnico;


➠ quando aplicável, que a mudança na política contábil é feita de acordo com as

➠ disposições da aplicação inicial da norma;

➠ a natureza da mudança na política contábil;

➠ quando aplicável, uma descrição das disposições transitórias na adoção inicial;

➠ quando aplicável, as disposições transitórias que possam ter efeito em futuros;

➠ o montante dos ajustes para o período corrente e para cada período anterior
apresentado, até ao ponto em que seja praticável; etc.

156 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Evidenciação

POLÍTICAS CONTÁBEIS – Divulgação das alterações

Assim, a entidade na mudanças voluntárias deve divulgar:

➠ a natureza da mudança na política contábil;


➠ as razões pelas quais a aplicação da nova política contábil;

➠ o montante do ajuste para o período corrente e anterior; e

➠ as circunstâncias que levaram à existência dessa condição e uma descrição


de como e desde quando a política contábil tem sido aplicada, se a aplicação
retrospectiva for impraticável para um período anterior em particular, ou para
períodos anteriores aos apresentados.

157 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Evidenciação

MUDANÇA NAS ESTIMATIVAS CONTÁBEIS – Divulgação de alterações

A entidade deve divulgar a natureza e o montante de mudança na estimativa


contábil que tenha efeito no período corrente ou se espera que tenha efeito em
períodos subsequentes, salvo quando a divulgação do efeito de períodos
subsequentes for impraticável. Se o montante do efeito de períodos subsequentes
não for divulgado porque a estimativa do mesmo é impraticável, a entidade deve
divulgar tal fato.

158 Carlos Chelfo


Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Evidenciação

RETIFICAÇÃO DE ERRO – Evidenciação de período anterior

A correção dos erros materiais de períodos anteriores, retrospectivamente nas


demonstrações contábeis cuja autorização para publicação ocorra após a
descoberta de tais erros, evidenciará em notas explicativas:

➠ a natureza do erro de período anterior;

➠ o montante da retificação para cada período anterior apresentado, na


medida em que seja praticável:

➠ as circunstâncias que levaram à existência dessa condição e uma descrição de


como e desde quando o erro foi corrigido,

159 Carlos Chelfo


Evento Subsequente

160 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Objetivo

O objetivo da NBC TG 24 (R2) é determinar:

➠ Quando a entidade deve ajustar suas demonstrações contábeis com respeito


a eventos subsequentes ao período contábil a que se referem essas; e

➠ As informações que a entidade deve divulgar sobre a data em que é


concedida a autorização para emissão das demonstrações contábeis e sobre os
eventos subsequentes ao período contábil a que se referem essas
demonstrações.

Ainda também estabelece que a entidade não deve elaborar suas demonstrações
contábeis segundo o pressuposto da continuidade se os eventos subsequentes ao
período contábil a que se referem as demonstrações indicarem que o pressuposto
da continuidade não é apropriado.
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG24(R2).pdf
161 Carlos Chelfo
Evento Subsequente
Alcance

A NBC TG 24 deve ser aplicado na contabilização e divulgação de eventos


subsequentes ao período a que se referem as demonstrações contábeis.
Sendo assim, o evento subsequente vem a ser aqueles São aqueles eventos,
favoráveis ou desfavoráveis, que ocorrem entre a data final do período a que se
referem às demonstrações contábeis e a data na qual é autorizada a emissão
dessas demonstrações.

162 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Definição

Evento subsequente ➠ ao período a que se referem as demonstrações contábeis


é aquele evento, favorável ou desfavorável, que ocorre entre a data final do
período a que se referem as demonstrações contábeis e a data na qual é
autorizada a emissão dessas demonstrações, sendo eles:

(a) os que evidenciam condições que já existiam na data final do período a que se
referem as demonstrações contábeis (evento subsequente ao período contábil
a que se referem as demonstrações que originam ajustes);

(b) os que são indicadores de condições que surgiram subsequentemente ao


período contábil a que se referem as demonstrações contábeis (evento
subsequente ao período contábil a que se referem as demonstrações que não
originam ajustes).

163 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

A entidade deve ajustar os valores reconhecidos em suas demonstrações


contábeis para que reflitam os eventos subsequentes que evidenciem condições
que já existiam na data final do período contábil a que se referem as
demonstrações contábeis.

164 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

A entidade deve ajustar os valores reconhecidos em suas demonstrações


contábeis para que reflitam os eventos subsequentes que evidenciem condições
que já existiam na data final do período contábil a que se referem as
demonstrações contábeis.

165 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE SÃO A JUSTADOS PELA ENTIDADE

Os eventos subsequentes que são ajustados estão relacionados com condições


que já existiam na data de encerramento do período contábil a que se referem as
demonstrações contábeis.

166 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE SÃO AJUSTADOS PELA ENTIDADE

Exemplo 1:

Decisão ou pagamento em processo judicial após o final do período contábil a


que se referem as demonstrações contábeis, confirmando que a entidade já tinha
a obrigação presente ao final daquele período contábil. A entidade deve ajustar
qualquer provisão relacionada ao processo anteriormente reconhecida. Decisão
ou pagamento em processo judicial após o final do período contábil a que se
referem as demonstrações contábeis, confirmando que a entidade já tinha a
obrigação presente ao final daquele período contábil.

167 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE SÃO A JUSTADOS PELA ENTIDADE

Exemplo 2:

Obtenção de informação após o período contábil a que se referem as


demonstrações contábeis, indicando que um ativo estava desvalorizado ao final
daquele período contábil ou que o montante da perda por desvalorização
previamente reconhecido em relação àquele ativo precisa ser ajustado.

168 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE SÃO A JUSTADOS PELA ENTIDADE

Exemplo 3:

Descoberta de fraude ou erros que mostram que as demonstrações contábeis


estavam incorretas. As fraudes e os erros já existiam no encerramento do período
contábil, portanto a descoberta dessas fraudes e erros que ocorrer após o
encerramento do período contábil e até a data da autorização das demonstrações
contábeis pela administração é um evento subsequente que deve ser ajustado.

169 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE NÃO SÃO A JUSTADOS PELA ENTIDADE

Atenção, os eventos subsequentes que não são ajustados estão relacionados


com indicadores de condições que surgiram após a data de encerramento do
período contábil a que se referem as demonstrações contábeis.

Se os eventos subsequentes ao período contábil a que se referem as


demonstrações contábeis são significativos, mas não originam ajustes, sua não
divulgação pode influenciar as decisões econômicas a serem tomadas pelos
usuários com base nessas demonstrações.

170 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE NÃO SÃO A JUSTADOS PELA ENTIDADE

A entidade deve divulgar as informações para cada categoria significativa de


eventos subsequentes ao período contábil a que se referem as demonstrações
contábeis que não originam ajustes: (i) a natureza do evento; (ii) a estimativa de
seu efeito financeiro ou uma declaração de que tal estimativa não pode ser feita.

171 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE NÃO SÃO A JUSTADOS PELA ENTIDADE

Exemplo 1:

Combinação de negócios importante após o período contábil a que se referem as


demonstrações contábeis que no encerramento do período contábil não existia, e
que surgiu após esse período e até a data da autorização das demonstrações
contábeis pela administração, é um evento subsequente que não deve ser
ajustado.

172 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE NÃO SÃO AJUSTADOS PELA ENTIDADE

Exemplo 2:

O anúncio de plano para descontinuar uma operação que no encerramento do


período contábil não existia, e que surgiu após esse período e até a data da
autorização das demonstrações contábeis pela administração, é um evento
subsequente que não deve ser ajustado.

173 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE NÃO SÃO A JUSTADOS PELA ENTIDADE

Exemplo 3:

A destruição por incêndio de instalação de produção importante após o período


contábil a que se referem as demonstrações contábeis. As instalações que
sofrerem destruição após o encerramento do período contábil e até a data da
autorização das demonstrações contábeis pela administração é um evento
subsequente que não deve ser ajustado, pois no encerramento do período
contábil essas instalações ainda existiam.

174 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE NÃO SÃO AJUSTADOS PELA ENTIDADE

Exemplo 4:

O anúncio ou início da implementação de reestruturação importante que


ocorreram após o encerramento do período contábil e até a data da autorização
das demonstrações contábeis pela administração é um evento subsequente que
não deve ser ajustado.

175 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

EVENTOS SUBSEQUENTES QUE NÃO SÃO A JUSTADOS PELA ENTIDADE

Exemplo 5:

As alterações nas alíquotas de impostos ou na legislação tributária,


promulgadas ou anunciadas, que ocorreram após o encerramento do período
contábil e até a data da autorização das demonstrações contábeis pela
administração, é um evento subsequente que não deve ser ajustado.

176 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Reconhecimento

CONTINUIDADE

A deterioração dos resultados operacionais e da situação financeira após o


período contábil a que se referem as demonstrações contábeis pode indicar a
necessidade de considerar se o pressuposto da continuidade ainda é apropriado.

É o caso de um evento subsequente que leve à descontinuidade da entidade. Se a


falência do cliente que sofreu a inundação for de tal monta que leva a entidade
credora à total descontinuidade, o balanço não pode ser divulgado sob o
pressuposto da continuidade; assim, o balanço precisará já adotar essa condição
de descontinuidade com todos os ativos reconhecidos ao valor líquido de
realização, bem como devem ser provisionados todos os gastos relativos à
desativação da empresa.
177 Carlos Chelfo
Evento Subsequente
Reconhecimento

DIVIDENDOS

Se a entidade declarar dividendos aos detentores de instrumentos de patrimônio


após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, a entidade
não deve reconhecer esses dividendos como passivo ao final daquele período.

Mas se essa declaração for antes da data da autorização de emissão dessas


demonstrações, esses dividendos não devem ser reconhecidos como passivo ao
final daquele período, em virtude de não atenderem aos critérios de obrigação
presente na data das demonstrações contábeis. Tais dividendos devem ser
divulgados nas notas explicativas.

178 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Evidenciação

Se os eventos subsequentes ao período contábil a que se referem as


demonstrações contábeis são significativos, mas não originam ajustes, sua não
divulgação pode influenciar as decisões econômicas a serem tomadas pelos
usuários com base nessas demonstrações.

Consequentemente, a entidade deve divulgar as seguintes informações para cada


categoria significativa de eventos subsequentes ao período contábil a que se
referem as demonstrações contábeis que não originam ajustes:

(a) a natureza do evento;

(b) a estimativa de seu efeito financeiro ou uma declaração de que tal


estimativa não pode ser feita.

179 Carlos Chelfo


Evento Subsequente
Tratamento para PME

Os conceitos abordados relativos às “políticas contábeis, mudança de


estimativa, retificação de erro e evento subsequente” também são aplicáveis
às entidades de pequeno e médio porte.

Entretanto, ressalta-se que algumas políticas contábeis são distintas para esses
tipos de empresa. Alguns tratamentos contábeis são opcionais apenas às
pequenas empresas, não sendo permitidos às demais sociedades. Já outras
políticas contábeis são vedadas para as pequenas e médias empresas, como a não
amortização de goodwill, a ativação de gastos com desenvolvimento de produtos
etc.

180 Carlos Chelfo


Fontes externa

achelfo

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