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Universidade Agostinho Neto

Faculdade de Economia

Mestrado em Administração e Finanças

Seminário de Finanças e Estratégia

Renato Pereira
renato.pereira@iscte-iul.pt
+351922111922 (WhatsApp)
Programa
 I – Fundamentos Teóricos

 II – Investimento

 III – Financiamento

 IV – Avaliação Financeira
Avaliação
• Teste escrito – 50%

 Nos dias 30 de Junho e 1 de Julho

 Consiste na realização de um teste escrito com


consulta livre de materiais de apoio
 No final da prova, os estudantes enviarão a
prova ao docente por e-mail
 Os estudantes não poderão comunicar com
ninguém durante a realização desta prova, de
dentro ou fora da turma
Avaliação
• Trabalho de grupo – 50%

 Nos dias 27, 28 e 29 de Junho

 Consiste na apresentação e discussão


de um tema de finanças empresariais
ou estratégias financeiras
 I – Fundamentos Teóricos

 II – Investimento

 III – Financiamento

 IV – Avaliação Financeira
Eixos da Problemática
 Multiplicação de recursos financeiros
(através do Investimento)

 Capitalismo vs Economia de mercado

 Risco vs Rendibilidade

 Valor económico vs Valor financeiro


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Contexto Internacional
 Padrão USD na emissão monetária

 Regulação financeira pós-subprime

 Crise das dívidas soberanas

 Elevada especulação nos mercados

7
Política de “dinheiro fácil” (falso?)

8
O que vem a seguir?
Um novo mundo?

9
O que vem a seguir?
As criptomoedas?

10
O que são criptomoedas?
 Redes P2P abertas - permissionless-
public ledgers – baseadas em
tecnologia blockchain

 Potencial enorme de valorização


baseado em:
• A finitude da quantidade de moeda que
pode ser “minerada”

11
O que são criptomoedas?
 Potencial enorme de valorização
baseado em:
• O caráter de activos-refúgio devido às
sucessivas crises financeiras
• A crescente apetência por conteúdo
digital monetizado

12
13
Bancos de criptomoedas?

14
Bancos de criptomoedas?
 A 13 janeiro 2021 os Estados Unidos
concederam a primeira licença
federal de banca digital com o
objectivo de controlar e
regulamentar o sector

 A China está a tentar banir estes


activos, proibindo a mineração no
seu território e institucionalizando-os
a nível nacional 15
Monetização de conteúdo digital
 Jack Dorsey vendeu o primeiro tweet
de sempre por 2.9 m$ a um homem
de negócios da Malásia (22 março
2021) utilizando tecnologia NFT
(tokens baseados em blockchain que
estão ligados a activos digitais)

16
Ficção científica ou
comboio em andamento?
 A 7 de setembro de 2021, El
Salvador tornou-se no primeiro país
no mundo a banir totalmente as
moedas soberanas e a adoptar uma
criptomoeda como moeda official (a
Bitcoin)

 O país tem 1.141 bitcoins nas


reservas do seu banco central e irá
adquirir mais através de FinTechs 17
FinTechs
 São startups tecnológicas que
abordam os serviços financeiros de
maneira inovadora (ou mesmo
disruptiva) através de tecnologias
emergentes
 Têm potencial para mudar
completamente a forma como os
produtos e serviços das instituições
financeiras são criados e distribuídos,
e os seus rendimentos gerados 18
Elementos Macroeconómicos
 Taxa de juro de referência

 Dinâmica da inflação

 Taxa de câmbio

 Nível de fiscalidade sobre o


investimento
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Objectivos Finanças Empresa
 Genérico: Retorno accionista

 Específico: Suportar a estratégia

 Longo Prazo: Sustentar a actividade

 Curto Prazo: Tesouraria ≥ 0

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 I – Fundamentos Teóricos

 II – Investimento

 III – Financiamento

 IV – Avaliação Financeira
Princípios Científicos
 Tempo e Risco (custo de oportunidade)

 Preço vs Valor → Valor > Preço

 Valor Actual Líquido (VAL) dos Cash


Flows futuros gerados pelo Activo ou
conjunto de activos (Projecto)

 VAL = 0 22
Horizonte de Previsão
 Activos Financeiros vs Activos Reais

 Horizonte de previsão = Vida Útil


(Económica) do Activo ou do Projecto

 Na Empresa, a Duração do Projecto é


igual ao Ciclo de Investimento

 Na prática, os projectos são avaliados 23

num horizonte de 5 a 7 anos


Tipos de Projectos Investimento
 Expansão, Produtividade, Inovação

 Expansão → Risco = Empresa

 Produtividade → Risco < Empresa

 Inovação → Risco > Empresa

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Taxa de Actualização
 Retorno exigido pelos capitais
investidos, de acordo com cada uma
das fontes de financiamento

 Dentro de cada uma das fontes –


próprio e alheio – cada financiador
exigirá o seu próprio prémio de risco,
segundo a sua exposição,
maturidade, garantias, entre outros
25
Cash Flow do Projecto
 Cash Flow do Projecto (FCFF) = Cash
Flow Operacional (CFO) –
Investimento em Working Capital
(WC) – CAPEX

 CAPEX = Investimento Activos Fixos


 WC = Fundo de Maneio Necessário,
i.e., Activo de Curto Prazo (corrente
ou circulante) – Passivo de Curto
Prazo (corrente ou circulante) 26
Cash Flow Operacional e
Cash Flow de Exploração
 CFO = RO x (1 – T) + DA

 RO = Resultado Operacional
 T = Taxa de Imposto sobre resultados
 DA = Depreciações e Amortizações

 Cash Flow de Exploração (CFE) = CFO


– WC 27
Cash Flow do Investidor
 Cash Flow do Investidor (FCFE) =
FCFF – I x (1 – T) + ΔD

 I = Custos Financeiros (ou Juros)


 ΔD = Variação da Dívida de
Financiamento (Remunerada)

 FCFF – Free Cash Flow to the Firm


 FCFE – Free Cash Flow to Equity 28
Projecção dos Cash Flows
 Sempre que possível, deverá ser
feita a preços correntes, ou seja,
considerando a actualização
monetária decorrente da inflação

 Não é vulgar incluírem-se Provisões


e Ajustamentos no modo previsional
mas sempre que estes existam
deverão ser considerados
29
Projecção dos Cash Flows
 O WC deverá ser projectado a partir
dos prazos médios previstos para os
stocks de capital dos activos e
passivos de curto prazo, tendo em
conta as condições de mercado

 O CFO bem como CAPEX resultam de


um exercício orçamental clássico
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 I – Fundamentos Teóricos

 II – Investimento

 III – Financiamento

 IV – Avaliação Financeira
Cálculo
 O Financiamento Necessário ao
funcionamento de uma empresa é
igual ao Free Cash Flow to the Firm
(previsional)

 Deverá haver uma política de


distribuição de lucros para quando o
FCFF for positivo, i.e., para quando
houver excedentes de fundos
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Decisões de Financiamento
 Dotar a empresa da melhor estrutura
de capitais possível, i.e., a que
optimize, ao mesmo tempo: (i) o seu
equilíbrio financeiro, (ii) o seu risco
financeiro, (iii) o retorno dos seus
investimentos e (iv) a sua corporate
governance

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Estrutura de Capitais
 Quais os limites ao endividamento?
Teorema de Modigliani-Miller

 Qual o nível desejável de


alavancagem financeira?

 Como se determina o montante ideal


de capital social de uma empresa?
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Custo do Capital
 Os capitais alheios têm um custo
explícito (Rd) igual à taxa de juro all-
in cost exigida por cada entidade
financiadora em cada contrato /
operação

 Os capitais próprios têm um custo


determinável, nomeadamente, a
partir da aplicação do CAPM – Capital
Asset Pricing Model 35
Modelo CAPM
 Modelo desenvolvido para se valorizar
activos financeiros cotados num dado
mercado de capitais
 Re = Rf + βL x (Rm – Rf)

 Re – Retorno do investidor
 Rf – Retorno do activo “sem risco”
 βL – Beta alavancado pela dívida
 Rm – Retorno esperado do mercado
Activo “Sem Risco”
 O activo “sem risco” corresponde ao
activo de menor risco no mercado

 Em princípio, a yield da dívida pública


do país de financiamento determinada
no último leilão de maturidade igual à
do projecto

 Alternativamente, a yield da dívida


pública dos EUA líquida do risco cambial
Beta Alavancado
 O Beta é a medida de sensibilidade
das cotações dos títulos da empresa
às variações de mercado

 O Beta Alavancado, ou Levered Beta,


é o Beta considerando o nível de
endividamento da empresa

 O Beta Desalavancado, ou Unlevered


Beta, é o Beta sem dívida
Cálculo do Beta
 Beta =

 βL = βU x [ 1 + (1 – T) x ]

 βU =
1 + (1 – T) x

 E = Capital Próprio 39
Beta da empresa não cotada
 O Beta das empresas não cotadas é
indeterminável, logo é necessário
procurar um Beta alternativo num
mercado ou utilizar um Beta médio

 No entanto, esse Beta tem que ser


incrementado porque caeteris
paribus o risco de uma empresa não
cotada é sempre superior ao risco de
uma empresa cotada
Retorno do Mercado
 Em princípio, mede-se pela taxa de
rendibilidade esperada do índice do
mercado onde a empresa tiver os
seus títulos cotados

 Quando a empresa não está cotada,


utiliza-se um mercado de referência
e alavanca-se o risco da empresa
pelo facto de estar fora de um
mercado de capitais
41
 I – Fundamentos Teóricos

 II – Investimento

 III – Financiamento

 IV – Avaliação Financeira
Enquadramento
 Seguindo os princípios científicos
anteriormente enunciados, e de
entre as várias metodologias
possíveis, abordar-se-á o método
DCF – Discounted Cash Flows

 Para além do Valor do Projecto, as


empresas terão ainda um Valor de
Continuidade ou um Valor Residual
(em caso de extinção)
43
Custo Médio Ponderado Capital
 O método DCF implica abordar a taxa
de actualização do investimento (ri)
através do cálculo do Custo Médio
Ponderado do Capital (WACC), de
acordo com a Proposição II do
Teorema de Modigliani-Miller

 WACC = Re x + Rd x (1–T) x
44
Métodos de Avaliação
 DCFFCFF → Aplicar a fórmula do VAL
anteriormente apresentada e
considerar como taxa de actualização
o WACC calculado segundo os
pressupostos atrás desenvolvidos

 DCFFCFE → DCFFCFF + Activos Extra-


Exploração – Dívida Financiamento

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Evolução dos Pressupostos
 O efeito conjugado da evolução do
target da estrutura de capitais da
empresa e do custo de oportunidade
do capital utilizado, quer por
alteração das taxas de juro quer por
evolução do prémio de risco do
mercado accionista, faz com que se
devam usar diferentes taxas de
WACC ao longo da duração do
projecto 46
Valor da Empresa
 VALOR DA EMPRESA = DCFFCFE + Valor
de Continuidade (VCn) + Valor
Residual dos Activos
 VCn =
 FCFFn+1 = CFOn x (1+g) – WCn x g
 g = Taxa de crescimento do CF na
perpetuidade, estimada normalmente
a partir da taxa de crescimento
prevista para a economia ou da taxa
47

prevista de inflação
Valor Residual
 O Valor Residual corresponde,
normalmente, ao valor de mercado
dos activos de exploração da empresa,
calculado na mesma base do valor dos
activos extra-exploração e da dívida
do financiamento
 Uma alternativa ao valor de mercado é
utilizar o valor líquido contabilístico
desses activos, quando os mesmos se
encontram em fim de vida útil 48
Análise de Sensibilidade
 Quando se executa um exercício de
avaliação financeira, efectua-se
normalmente uma análise de
sensibilidade, ou seja, simula-se uma
dada variação de um ou mais
pressupostos essenciais do projecto
com vista a estimar o respectivo
impacto sobre o valor do
investimento
Margem de Segurança
 A análise de sensibilidade mais
relevante é aquela que estuda a
margem de segurança (MS) do
projecto, ou seja, a distância a que
empresa se encontra do limiar de
rendibilidade operacional, conhecido
por break-even point (Q’, V’),
permitindo definir o intervalo
máximo de variação negativa que a
actividade da empresa poderá sofrer
ou risco económico do projecto
Análise do Break-Even Point
 MS = OU

 Q’ = e V’ = Q’ x pv
 CF – custos fixos operacionais
 m = margem de contribuição unitária
= pv – cvu
 pv = preço de venda
 cvu = custo variável operacional
unitário 51
Análise do Break-Even Point
Valores

Vendas

Custos Totais

V’
Custos Variáveis

Custos Fixos

Q’ Quantidades
Análise do Break-Even Point
Valores

Vendas

Custos Totais

V’
Custos Variáveis

Zona de
Prejuízo Custos Fixos

Q’ Quantidades
Análise do Break-Even Point
Valores

Vendas

Zona de
Lucro
Custos Totais

V’
Custos Variáveis
Zona de Custos Fixos
Prejuízo

Q’ Quantidades
Análise do Break-Even Point
Valores

Vendas

Custos Totais

V’
Custos Variáveis

Custos Fixos

Q’ Quantidades
Análise do Break-Even Point
Valores
Vendas

Zona de
Lucro

Custos Totais

Custos Variáveis
V’
Zona de
Prejuízo Custos Fixos

Q’ Quantidades
Análise do Break-Even Point
Valores

Vendas

Zona de
Lucro
Custos Variáveis =
Custos Totais

Quantidades
Análise do Break-Even Point
Valores

Vendas

Zona de
Lucro

V’
Zona de Custos Fixos =
Prejuízo Custos Totais

Q’ Quantidades
Critérios de Avaliação
 VAL – analisado anteriormente
 TIR – Taxa de actualização que VAL=0
 Índice de Rendibilidade (IR) =

 Índice de Valor Criado (IVC) =


 Pay-Back Period – Tempo necessário
para que o cash flow acumulado do
projecto iguale o investimento inicial
59
Critérios de Avaliação
 Grau de alavancagem operacional =
Margem de Contribuição / Resultado
Operacional

 Grau de alavancagem financeira =


Resultados Antes de Juros e Impostos /
Resultados Antes de Impostos

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Onde Obter os Parâmetros?
 Mercado de Capitais, Banco Central,
Bancos de Investimentos, Bancos
Comerciais, Gabinete de Estudos do
Ministério das Finanças, FMI, Banco
Mundial, Instituto de Estatísticas,
Centros de Investigação,
Universidades, …

 http://pages.stern.nyu.edu/~adamodar/
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