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03/04/2024, 18:42 Finanças – Wikipédia, a enciclopédia livre

Finanças
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
As finanças são a gestão do dinheiro, principalmente Finanças
em relação a empresas, organizações ou governos. Elas
lidam com as questões de como um indivíduo, empresa Mercado financeiro
ou governo adquire o dinheiro necessário - chamado Ações
capital no contexto da empresa - e como eles gastam ou ETFs
investem esse dinheiro. As finanças, por norma, Títulos e Obrigações
dividem-se pelas seguintes categorias principais: Corretoras de Valores
finanças corporativas, finanças pessoais e finanças Forex
públicas. Derivativos
Commodity
Ao mesmo tempo, o financiamento é sobre o "sistema" Direitos de subscrição
geral - isto é, os mercados financeiros que permitem o Comissão de Valores Mobiliários
fluxo de dinheiro, via investimentos e outros Classificação de crédito
instrumentos financeiros, entre e dentro dessas áreas;
esse "fluxo" é facilitado pelo setor de serviços Renda fixa
financeiros. Certificado de depósito bancário (CDB)
CRA
Um foco principal nas finanças é, portanto, o CRI
gerenciamento de investimentos - chamado Debênture
gerenciamento de dinheiro para indivíduos e LC
gerenciamento de ativos para instituições - e o LCA
financiamento inclui as atividades associadas à LCI
negociação de valores mobiliários e corretagem de Tesouro Direto
ações, banco de investimentos, engenharia financeira e
gerenciamento de riscos. Imóveis
FII
Mais abstratamente, o setor financeiro se preocupa com
o investimento e a implantação de ativos e passivos no
Sistema bancário
"espaço e tempo": ou seja, trata-se de realizar avaliação
Banco Central do Brasil
e alocação de ativos hoje, com base no risco e incerteza
Depósito
de resultados futuros, incorporando o valor temporal do
Empréstimo
dinheiro (determinando o valor presente desses valores
futuros, "desconto", requer uma taxa de desconto
apropriada ao risco). As principais teorias financeiras
podem ser amplamente divididas entre as seguintes categorias: economia financeira, finanças
matemáticas e teoria da avaliação .

Como um campo acadêmico, a teoria financeira é estudada e desenvolvida nas disciplinas de


administração, economia financeira, contabilidade e matemática aplicada. Da mesma forma, dada
sua ampla aplicação, existem várias qualificações profissionais relacionadas que podem levar ao
campo.

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Como o debate sobre se o


financiamento é uma arte ou uma
ciência ainda está aberto, houve
esforços recentes para organizar uma
lista de problemas não resolvidos no
setor financeiro.

Contributos das
finanças modernas
Bolsa de Valores de São Paulo: uma modalidade de aplicação
Teoria do portfólio financeira

O artigo de Harry Markowitz de 1952,


Portfolio Selection[1] fundou a teoria da seleção de
carteira, tendo sido um dos precursores da teoria
moderna de finanças.[2][3] Pela primeira vez os
conceitos de risco e retorno são apresentados de
forma precisa. A descrição do retorno e risco através
de indicadores de média e variância, atualmente tão
usada por profissionais de finanças, não era tão
óbvia naqueles dias. Esta façanha de Markowitz
tornou possível a utilização da poderosa álgebra de
matemática estatística nos estudos de seleção de
carteiras.
Problema clássico de finanças

O modelo CAPM
Em 1964, William Sharpe desenvolve um modelo imaginando um mundo onde todos os
investidores utilizam a teoria da seleção de carteiras de Markowitz através tomando decisões
usando a avaliação das médias e variâncias dos ativos.[4] Sharpe supõe que os investidores
compartilham dos mesmos retornos esperados, variâncias e covariâncias. Mas ele não assume que
os investidores tenham todos o mesmo grau de aversão ao risco. Eles podem reduzir o grau de
exposição ao risco tomando parcelas maiores de ativos de menor risco, ou construindo carteiras
combinando muitos ativos de risco.

O modelo de precificação de ativos financeiros (CAPM, capital asset princing model em inglês)
descreve a relação entre o risco de mercado e as taxas de retorno exigidas.

Tem, como pressupostos, que:

existe a possibilidade de se efetuar investimento em ativos sem risco;


os investidores são maximizadores da utilidade esperada e escolhem os seus investimentos
entre carteiras alternativas com base no seu retorno esperado e respetivo desvio-padrão;
os investidores podem endividar-se a uma taxa de juro igual à que podem emprestar num
montante ilimitado a uma dada taxa de juro isenta de risco (no entanto as taxas de
endividamento, em princípio, são maiores que as taxas de empréstimo);
todos os investidores têm expectativas homogéneas, quer quanto ao retorno esperado, à
variância e covariância do retorno dos ativos;
todos os ativos são perfeitamente divisíveis e líquidos, não existindo custos de transação;

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não há impostos;
o cálculo de betas "futuros" parte do pressuposto de que os dados históricos irão se repetir (o
que sabemos que há incerteza neste princípio);
A linha de mercado de capitais, LMC (capital market line em inglês) descreve a relação risco-
retorno para carteiras eficientes; isto é, para carteiras que consistem numa carteira de mercado
mais um activo isento de risco.

A linha de mercado de títulos (security market line) descreve a relação risco-retorno para títulos
considerados isoladamente. A taxa de retorno exigida para um dado título é igual á taxa de
retorno isenta de risco adicionada de um prémio de risco de mercado , multiplicado
pelo coeficiente beta do título :

O prémio de risco esperado é o prémio de risco de mercado multiplicado pelo beta:

A linha de mercado de títulos pode não ser estável no tempo, pois quer a inflação quer a aversão ao
risco podem alterar-se. Se a inflação aumentar, irá com certeza aumentar a taxa de retorno isenta
de risco, pois a inflação acrescenta um prémio à taxa de retorno isenta de risco e de inflação e faz
deslocar a SML para cima. Se a aversão ao risco aumentar a inclinação da reta representativa da
SML vai inclinar-se mais.

O coeficiente beta do título é a medida do seu risco de mercado. O Beta mede a volatilidade dos
retornos de um título relativamente ao retorno do mercado, isto é, de uma carteira constituída por
todos os títulos do mercado (devidamente diversificada). O coeficiente Beta é medido pela
inclinação da linha característica do título, que é determinada pela reta da regressão entre os
retornos históricos do título face aos retornos históricos do mercado (da carteira diversificada).
Um título com um Beta elevado (>1) é mais volátil de que um título de risco médio, enquanto que
um título com Beta <1 é menos volátil do que a média. Um título de risco igual ao do mercado tem
um Beta = 1, por definição. O Beta de uma carteira é a média ponderada dos Betas dos títulos que
constituem essa carteira. Embora a taxa de retorno esperada de um título seja, em geral, igual à
taxa de retorno exigida, várias coisas podem acontecer para provocar a alteração das taxas de
retorno exigidas, como, por exemplo:

a taxa de retorno isenta de risco pode alterar-se em consequência de alteração da inflação


antecipada;
o coeficiente Beta do título pode alterar-se;
a aversão ao risco dos investidores também pode alterar-se.
Embora o CAPM seja uma ferramenta conveniente no estudo da relação entre risco e retorno, não
pode ser provado empiricamente e os seus parâmetros são difíceis de estimar, pelo que deve ser
utilizado com cautela. O modelo CAPM tem algumas limitações:

Principal problema empírico: Identificação da carteira de mercado relevante.


Eventual instabilidade dos Betas (pressuposto de que os retornos ex-post serão idênticos às
expectativas ex-ante dos investidores.
Principal problema teórico: será que os investidores diferenciam o risco sistemático do risco
não sistemático (risco específico), ou será que os investidores se preocupam é com o risco
total.

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O CAPM pode ser utilizado:

1. Para a determinação do custo do capital de uma empresa, na parte que diz respeito ao capital
próprio), o que é relevante, para avaliação de empresas e determinação da estrutura óptima
de capitais.
2. Para a determinação do custo do capital próprio de uma divisão de actividades de uma
empresa com múltiplos negócios, sendo que cada negócio tem o seu próprio nível de risco e
Beta).
3. Para a determinação, na análise da viabilidade de projectos, da remuneração a exigir para o
capital próprio a utilizar no seu financiamento. O Beta da sociedade como um todo só será
válido para um projecto isolado se este tiver um nível de risco equivalente ao da empresa.
As deficiências do CAPM motivaram o aparecimento de outras teorias para análise de modelos de
equilíbrio entre risco e retorno.

Hipótese da eficiência de mercado


Eugene Fama propõe uma teoria, intimamente ligada ao modelo CAPM, se refere à hipótese do
mercado eficiente. Afirma que não há uma simples regra, baseada nos dados e informações
publicamente disponíveis, que possa gerar ganhos extraordinários aos investidores;[5][6] e que os
preços das ações se comportam aleatoriamente. A chave desse desenvolvimento foi o modelo de
passeio aleatório dos preços de ações que, segundo Fama, "diz que o caminho futuro do nível de
preço de um título não é mais previsível do que o caminho de uma série acumulada de números
aleatórios (...) isto insinua que a série de mudanças de preço não tem memória, (...) o passado não
pode ser usado para predizer o futuro de modo significativo".[7]

Proposição de Modigliani e Miller


Outro dos pilares sobre os quais as teorias modernas de finanças se baseiam são as proposições de
Modigliani e Miller (M&M)[8] sobre a estrutura de capital, com a publicação do seu primeiro artigo
sobre custo do capital, finanças corporativas e teoria de investimentos. Para alguns autores esta
proposta de M&M de 1958 terá provocado uma mudança de paradigma no campo acadêmico de
Finanças,[3] porque o processo de "simplificação, matematização e o esquema da arbitragem nas
suas provas, teve um profundo impacto no modo como os economistas financeiros têm procedido
desde então".[2] Tanto as proposições de M&M como o CAPM e a hipótese de eficiência de mercado
tratam do equilíbrio no mercado de capitais e de quais forças atuam quando este equilíbrio é
perturbado.

Precificação derivativos e opções


O trabalho sobre precificação de derivativos e opções foi pioneirista de Merton e Scholes, seguidos
de perto por Fischer Black. Um derivativo é um contrato cujo valor deriva do valor de uma taxa de
referência, do valor de um título, de uma mercadoria (commodity) ou de um índice. A opção, por
sua vez, é um instrumento que dá a seu comprador um direito futuro sobre algo, mas não uma
obrigação, e ao seu vendedor uma obrigação futura, caso a opção seja exercida pelo comprador. A
fórmula de Black-Scholes-Merton diz que o preço de uma opção é função do valor corrente de
mercado do título, do preço futuro, do período até o vencimento e da taxa livre de risco, além da
variância dos retornos deste título.[9] Black, Scholes e Merton mostraram que se os retornos do
ativo subjacente seguissem um passeio aleatório de tempo contínuo, então o padrão de retornos de
uma opção poderia ser reproduzido exatamente por um portfólio continuamente ajustado do ativo
e o título do governo ou em dinheiro. Em um mercado eficiente, então, o preço de uma opção teria
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que ser o custo da replicação do portfólio. Se seus preços divergissem, existiria uma oportunidade
de arbitragem, em outras palavras, haveria um lucro sem risco que pode ser feito comprando o
mais barato e vendendo o mais valorizado dos dois. Como os arbitradores fazem isto, suas compras
aumentariam o preço mais baixo e suas vendas abaixariam o preço mais alto, eliminando qualquer
diferença entre o preço de uma opção e o custo de replicação do portfólio.[3]

Áreas de finanças

Finanças pessoais
Artigo principal: Finanças pessoais

Finanças pessoais são definidas como o planejamento consciente de gastos e economias


monetárias, considerando também a possibilidade de risco futuro.

As finanças pessoais podem envolver o pagamento de educação, financiamento de bens duráveis,


como imóveis e carros, compra de seguros, por exemplo, seguros de saúde e propriedade,
investimento e economia para a aposentadoria .

As finanças pessoais também podem envolver o pagamento de um empréstimo ou obrigações de


dívida.

As principais áreas de finanças pessoais são consideradas renda, gastos, poupança, investimento e
proteção.

As etapas a seguir, conforme descritas pelo Conselho de Padrões de Planejamento Financeiro,


sugerem que um indivíduo entenda um plano de finanças pessoais potencialmente seguro após:

Compra de seguro para garantir proteção contra imprevistos pessoais


Compreensão dos efeitos da gestão de políticas pessoais (subsídios ou multas de impostos)
de finanças pessoais
Compreensão dos efeitos do crédito na capacidade financeira individual
Desenvolvimento de um plano de poupança ou financiamento para grandes compras
(automóveis, educação, casa)
Planejando um futuro financeiro seguro em um ambiente de instabilidade econômica
Em busca de uma conta corrente e / ou poupança
Preparação para aposentadoria / despesas de longo prazo

Finanças corporativas
Artigo principal: Finanças corporativas

O financiamento corporativo lida com as fontes de financiamento e a estrutura de capital das


empresas, as ações que os gerentes executam para aumentar o valor da empresa para os acionistas
e as ferramentas e análises usadas para alocar recursos financeiros. (O capital é de dois tipos no
principal, patrimônio e dívida). Embora seja, em princípio, diferente do financiamento gerencial
que estuda a gestão financeira de todas as empresas, e não apenas das empresas, os principais
conceitos do estudo de finanças corporativas são aplicáveis ​aos problemas financeiros de todos os
tipos de empresas. A gestão financeira de curto prazo é frequentemente denominada " gestão do
capital de giro " e refere-se a caixa, gestão de inventário e devedores. No longo prazo, o

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financiamento corporativo geralmente envolve equilibrar risco e rentabilidade, enquanto tenta


maximizar os ativos de uma entidade, o fluxo de caixa líquido recebido e o valor de suas ações, e
geralmente envolve três áreas principais de alocação de recursos de capital.

No primeiro, "orçamento de capital", a administração deve escolher quais "projetos" (se


houver) a serem empreendidos. A disciplina do orçamento de capital pode empregar técnicas
padrão de avaliação de negócios ou até se estender à avaliação de opções reais; consulte
Modelagem financeira .
O segundo, "fontes de capital" refere-se à forma como esses investimentos devem ser
financiados: o capital de investimento pode ser fornecido por diferentes fontes, como pelos
acionistas, na forma de patrimônio (em particular ou por meio de uma oferta pública inicial),
credores, freqüentemente na forma de títulos e operações da empresa (fluxo de caixa). O
financiamento de curto prazo ou o capital de giro é fornecido principalmente pelos bancos que
concedem uma linha de crédito. O equilíbrio entre esses elementos forma a estrutura de
capital da empresa.
O terceiro, "a política de dividendos ", exige que a administração determine se algum lucro não
apropriado (excesso de caixa) deve ser retido para investimentos futuros / requisitos
operacionais ou, em vez disso, distribuído aos acionistas e, em caso afirmativo, de que forma.
O gerenciamento de risco financeiro , um elemento do financiamento corporativo, é a prática de
criar e proteger valor econômico em uma empresa, usando instrumentos financeiros para
gerenciar a exposição ao risco, particularmente o risco de crédito e o risco de mercado. (Outros
tipos de risco incluem câmbio, forma, volatilidade, setor, liquidez, riscos de inflação, etc.) Ele se
concentra em quando e como fazer hedge usando instrumentos financeiros; nesse sentido, ela se
sobrepõe à engenharia financeira. Semelhante ao gerenciamento geral de riscos, o gerenciamento
de riscos financeiros requer identificar suas fontes, medi-las (consulte: Medida de risco #
Exemplos) e formular planos para abordá-las, podendo ser qualitativo e quantitativo. No setor
bancário em todo o mundo, os Acordos de Basileia são geralmente adotados por bancos
internacionalmente ativos para rastrear, relatar e expor riscos operacionais, de crédito e de
mercado.

A gestão financeira se sobrepõe à função financeira da profissão contábil. No entanto, a


contabilidade financeira é o relato de informações financeiras históricas, enquanto, conforme
discutido, a administração financeira se preocupa com a alocação de recursos de capital para
aumentar o valor de uma empresa para os acionistas e aumentar sua taxa de retorno dos
investimentos.

Finanças públicas
Artigo principal: Finanças públicas

As finanças públicas descrevem as finanças como relacionadas a estados soberanos e entidades


subnacionais (estados / províncias, condados, municípios, etc.) e entidades públicas relacionadas
(por exemplo, distritos escolares) ou agências. Geralmente, abrange uma perspectiva estratégica de
longo prazo em relação às decisões de investimento que afetam as entidades públicas. Esses
períodos estratégicos de longo prazo geralmente abrangem cinco ou mais anos. As finanças
públicas dizem principalmente respeito a:

Identificação das despesas necessárias de uma entidade do setor público


Fonte (s) da receita dessa entidade
O processo orçamentário
Emissão de dívida (títulos municipais) para projetos de obras públicas

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Os bancos centrais, como os bancos do Federal Reserve System nos Estados Unidos e o Banco da
Inglaterra no Reino Unido, são fortes players nas finanças públicas, atuando como financiadores
de última instância, bem como fortes influências nas condições monetárias e de crédito na
economia.

Teoria Financeira

Economia financeira
Economia financeira é a área do estudo económico que avalia a relação entre as variáveis
financeiras, como o preço, taxas de juro, ações sobre as componentes econômicas, como bens e
serviços. A economia financeira foca-se na influência das variáveis econômicas sobre as variáveis
financeiras, contrastando com a finança pura. Centrando-se na gestão do risco no contexto dos
mercados financeiros e nos consequentes modelos econômicos ou financeiros. Em suma, explora
como investidores racionais consideram o risco e o retorno numa estratégia de investimento.
Assim sendo, os conceitos de racionalidade e eficiência de mercado conjugados geram a teoria do
portfólio (CAPM) e na teoria de Black-Scholes relativa à avaliação das escolhas possíveis.

Economia financeira, pelo menos teoricamente, considera os investimentos segundos os princípios


da "incerteza" (Teorema da separação de Fisher, Teoria do Valor do Investimento de Modigliani–
Miller) e por isso contribui para a teoria das finanças empresariais. Econometria financeira é o
ramo das finanças econômicas que utiliza técnicas e parâmetros econométricos para caracterizar e
estabelecer as relações acima sugeridas.

Embora intimamente ligados, o estudo econômico e financeiro são bastante distintos. A


"economia" é uma instituição social que organiza a sociedade através de produção, distribuição e
consumo de bens ou serviços, todas estes processos precisam de ser financiados.

Matemática financeira
A matemática financeira é um campo das matemáticas aplicadas que se foca nos mercados
financeiros. A disciplina tem uma relação muito próxima com o ramo da economia financeira.
Geralmente a matemática financeira pretende estender ou criar os modelos matemáticos ou
numéricos sugeridos pela economia financeira. Na prática, a matemática financeira também está
presente no ramo das finanças computacionais (também conhecido como engenharia financeira).
A matemática financeira foca-se na criação de derivadas, embora também diga respeito a outros
subtemas como a matemática associada à previsão do risco e em problemas relacionados com
portfólios financeiros.

Finanças experimentais
As finanças experimentais procuram estabelecer condições de mercado e de ambiente
experimentais para que estes possam ser observados de forma crítica, proporcionando uma visão
que pode ser analisada cientificamente através de variáveis como o comportamento dos agentes,
fluxo de negócio, difusão ou agregação de informação, mecanismos de estabelecimento de preço e
processos de retorno. Investigadores na área das finanças experimentais conseguem estudar a
medida em que as atuais teorias de economia financeira fazem previsões válidas e
consequentemente prová-las. Tentam ainda descobrir novos princípios através dos quais as teorias

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atuais podem ser melhoradas e aplicadas a futuras decisões financeiras. Esta pesquisa pode ser
realizada através de simulações de negócio ou através do estudo do comportamento dos agentes
financeiros em situações de mercado concorrencial artificiais.

Finanças comportamentais
As finanças comportamentais têm como principal objetivo identificar e compreender as ilusões
cognitivas que fazem com que pessoas cometam erros sistemáticos de avaliação de valores,
probabilidades e riscos. Consideram que os indivíduos nem sempre agem racionalmente, pois
estão propensos aos efeitos das ilusões cognitivas. A principal temática de pesquisa deste ramo das
finanças consiste na investigação de possíveis interferências de fatores comportamentais e
psicológicos nos movimentos dos investidores e, consequentemente, do mercado.[10] Segundo
Rogers, Ribeiro e Securato (2007)[carece de fontes?], seria possível que erros no processo de tomada
de decisão fossem eliminados se os indivíduos pudessem aprender com os erros e, assim, excluí-los
de todas as decisões em condições de risco. As finanças comportamentais identificaram que
existem características do comportamento humano que limitam o processo de aprendizagem, tais
como a dissonância cognitiva, o excesso de confiança, as discrepâncias entre atitude e
comportamento, o conservadorismo, o arrependimento, a falácia do apostador e a ilusão do
conhecimento.

Ver também
Administração financeira
Matemática financeira
Securitização
Investimentos
Instituições financeiras
Teoria do portfólio
Educação financeira
Planejamento financeiro

Referências
1. MARKOWITZ, H. Portfolio selection. The Journal of Finance, v. 7, n. 1, p. 77-91, 1952.
2. McGOUN, E. G. On knowledge of finance. International Review of Financial Analysis, v. 1, n. 3,
p. 161-177, 1992.
3. [1] (http://ssrn.com/abstract=1389863)IQUIAPAZA, R.A., AMARAL, H.F.; BRESSAN, A.A.
Evolução da Pesquisa em Finanças: Epistemologia, Paradigma e Críticas. Revista O&S:
Organizações & Sociedade, 2009.
4. SHARPE, W. F. Capital asset prices: A theory of market equilibrium under conditions of risk.
The Journal of Finance, v. 19, n. 3, p. 425-442, 1964.
5. FAMA, E. Efficient capital markets: A review of theory and empirical work. The Journal of
Finance, v. 25, n. 2, p. 383-417, 1970.
6. FAMA, E. Efficient Capital Markets: II. The Journal of Finance, v. 46, n. 5, p. 1575–1617, 1991.
7. FAMA, E. The behavior of stock-market prices. Journal of Business, v. 38, n. 1, p. 34-105,
1965.
8. MODIGLIANI, F.; MILLER, M. H. The cost of capital, corporation finance and the theory of
investment. American Economic Review, v. 48, n. 3, p. 261-297, Jun 1958.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Finanças 8/9
03/04/2024, 18:42 Finanças – Wikipédia, a enciclopédia livre

9. BLACK, F.; SCHOLES, M. The valuation of option contracts and a test of market efficiency. The
Journal of Finance, v. 27, n. 2, p. 399-417, 1972.
10. DA FONTE NETO, J. W.; CARMONA, C.U.M. As Finanças Comportamentais e o Mercado
Acionário Brasileiro: Evidências do Efeito Pessimismo em Estudos de Eventos com
Regressões EGARCH. In: 30º Encontro do ENANPAD, 2006.

Ligações externas

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