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Apresentação 3
Conceitos Básicos de Finanças Corporativas 4
Mercados eficientes 6
Utilidade 8
Risco 10
Retorno de um ativo 13
Coeficiente de correlação 17
Teoria do Portfólio 26
Diversificação do risco de uma carteira e o Modelo de Markowitz 29
A fronteira eficiente 32
Portfólio de mínima variância 34
Variância do portfólio 36
Modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model) 39
Coeficiente alfa 45
Modelo APT (Arbitrage Pricing Theory) 47
Sharpe Ratio (SR) 49
Índice de Treynor 50
Índice de Modigliani (M2) 51
Balanço Patrimonial (BP) 54
Demonstração de Resultados no Exercício (DRE) 61
Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) 66
Análise por Índices 72
Índices de Estrutura de Capital 73
Índices de Liquidez 77
Índices de Rentabilidade 79
Glossário 81
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Apresentação
3
Conceitos Básicos de Finanças Corporativas
Devemos nos perguntar: por que pessoas guardam dinheiro? Por que não
comprar logo uma geladeira nova e ir viajar pra praia esse mês?
É fato que nós enquanto seres econômicos temos preferência por liquidez, isso
significa que preferimos gastar hoje os nossos recursos e por isso o tempo
remunera aqueles que são mais pacientes e decidem fazer uma reserva de valor.
4
papel de auxiliar o financiamento produtivo e que irá remunerar a paciência e o
risco tomado pelos agentes superavitários, os investidores.
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Mercados eficientes
Será mesmo?
1. Fraca
Assume que os preços passados não possibilitam prever preços futuros, ou seja, a
análise técnica (gráfica) não geraria valor em longo prazo.
2. Semiforte:
6
Nesse caso, a análise fundamentalista também seria incapaz de gerar alfa
(retornos acima da média do mercado) em longo prazo, pois toda informação já
seria incorporada ao preço.
3. Forte:
Nesse sentido, a teoria dos mercados eficientes se sustenta cada vez menos, à
medida que o tempo passa e novas teorias surgem para contrapor seu argumento.
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Utilidade
Elaboração: Empiricus
8
Vamos usar de exemplo dois bens comuns: água e biscoito.
Bem, se você está com muita sede, provavelmente cederá muitos biscoitos para
ter um pouco de água, entretanto, se você já tomou 5 garrafinhas de água, tenho
certeza que cederá bem menos biscoitos nessa troca, pois mais água não
aumentará seu bem estar.
Fonte: ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor, 7. ed., São Paulo: Atlas, 2014, pág.
229.
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Risco
No mundo real, temos pouquíssima certeza sobre o futuro que nos aguarda, então
é simples chegar à conclusão de que no universo dos investimentos o mesmo
acontece.
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Já os riscos de mercado e liquidez são os chamados riscos sistemáticos, são os
riscos que não conseguimos reduzir, decorrentes dos eventos econômicos que
afetam os preços dos ativos como um todo.
Um exemplo disso foi a pandemia do coronavírus, que levou o Ibovespa dos 120
mil pontos em janeiro de 2020 para os fatídicos 63 mil pontos em março do mesmo
ano.
É fato que os agentes de maneira geral são avessos ao risco, nesse sentido, para
assumir mais risco o retorno também deve ser maior do que uma proporção linear
(duas vezes mais risco exige mais que duas vezes de retorno).
Pense comigo: a chance de uma empresa cair em insolvência é bem maior que a
chance do governo não conseguir pagar suas dívidas.
● U: Utilidade;
● E[X]: Esperança;
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Isto é: a somatória de todas as utilidades vezes a probabilidade delas
ocorrerem.
𝑈𝑈[𝐸𝐸(𝑊𝑊)] < 𝐸𝐸[𝑈𝑈(𝑊𝑊)] → o agente é um risk lover (amante do risco) e tem função
convexa.
Aversão ao risco*
Elaboração: Empiricus
* É por isso que vemos essa curva de indiferença como um “sorrisinho” para cima,
que chamamos de função côncava, isso quer dizer que quanto maior o risco
associado, maior precisa ser o retorno para que se mantenha o mesmo nível de
bem estar do agente.
Consegue perceber?
⅓ 𝑼𝑼(𝑾𝑾) que seria a utilidade equivalente se o agente fosse neutro ao risco - reta
de 45º - é menor que 𝑼𝑼(⅓𝑾𝑾), a utilidade do agente avesso ao risco.
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Retorno de um ativo
Seja 𝑃𝑃0 o preço corrente de um ativo e 𝑃𝑃𝑖𝑖 o preço no fim do período, o retorno
pode ser definido por:
𝑃𝑃𝑖𝑖 − 𝑃𝑃0
𝑅𝑅𝑖𝑖 = (2.2)
𝑃𝑃0
Data PETR4
21/Dez 28,16 (corrente)
22/Dez 28,35
23/Dez 29,00
24/Dez 28,50
27/Dez 27,00
28/Dez 29,00
29/Dez 30,00
13
Data PETR4 Retorno %
21/Dez 28.16 preço corrente
22/Dez 28.35 0.67%
23/Dez 29.00 2.98%
24/Dez 28.50 1.21%
27/Dez 27.00 -4.12%
28/Dez 29.00 2.98%
29/Dez 30.00 6.53%
Onde i = 1,2...t é o período analisado dos retornos e 𝑝𝑝𝑖𝑖 a probabilidade dos retornos
no período i. Explicando de uma forma mais simples, a esperança é uma média
dos retornos esperados, ponderada pela probabilidade destes eventos se
realizarem.
Ativo X Ativo Y
Retorno Probabilidade Retorno Probabilidade
8% 10% -3% 20%
15% 40% 1% 30%
17.5% 30% 16% 10%
25% 20% 35% 40%
Resolução
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Pela esperança dos retornos podemos dizer que o melhor investimento, que traz
maior retorno para o acionista é o ativo X.
Elaboração: Empiricus
15
Aqui, fazemos a mesma conta realizada acima com os retornos elevados ao
quadrado menos o resultado final dado anteriormente elevado ao quadrado.
e 𝜎𝜎 (𝑅𝑅𝑋𝑋 ) = 4,73%
𝜎𝜎 (𝑅𝑅𝑌𝑌 ) = 15,9%
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Coeficiente de correlação
Seria possível minimizar este risco montando uma carteira de ativos? A resposta é
sim.
Por exemplo, se comprarmos ações de dois bancos diferentes, a chance dos dois
bancos terem rentabilidade abaixo do esperado é menor não é? Mas ainda sim,
são dois bancos, ou seja, estão no mesmo setor, sendo expostos aos mesmos
riscos do mercado bancário.
Então que tal investir em ações de um banco e uma empresa de varejo? Bem, essa
ideia aqui já parece um pouco mais robusta.
Elaboração: Empiricus
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Como não só de achismos vive o economista, existe uma métrica bem interessante
para entender o quanto duas ações estão interligadas, ou seja, o quanto seus
riscos podem estar associados - o coeficiente de correlação:
𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄(𝑿𝑿,𝒁𝒁)
𝜌𝜌𝑿𝑿,𝒁𝒁 = 𝝈𝝈𝑿𝑿 𝝈𝝈𝒁𝒁
(2.7)
Onde:
𝜌𝜌 (rho) é a correlação
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 (𝑋𝑋, 𝑍𝑍)é a covariância entre X e Y
𝜎𝜎𝑋𝑋 é o desvio padrão de X
𝜎𝜎𝑍𝑍 é o desvio padrão de Y
Correlação positiva, mas menor que 1: as variáveis têm associação positiva, mas
em menor intensidade. Ou seja, um movimento de uma variável resulta em um
movimento na mesma direção na outra variável, porém com uma intensidade
diferente.
Correlação negativa, mas menor que -1: as variáveis têm relação oposta, mas em
intensidades diferentes. Ou seja, um movimento em uma das variáveis resulta em
um movimento contrário na outra variável, mas não na mesma proporção.
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Este resultado também é chamado de hedge perfeito, onde você usa um ativo de
posição contrária para segurar suas possíveis perdas no ativo em que espera
receber retornos.
Fonte: ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor , 7. ed. , São Paulo : Atlas, 2014, pg
236
Elaboração: Empiricus
Apenas com uma análise intuitiva do gráfico, podemos supor que a correlação
entre Petrobras e Gol está próxima a 1.
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Para assistir ao cálculo da correlação na HP12C, aponte a câmera do seu
celular para o QR code.
O que significa dizer que, a partir do intervalo analisado, 98% dos movimentos das
ações da Gol são explicados pela variação das ações da Petrobras.
Explico.
Imagine que um investidor tem em sua carteira apenas uma categoria de ativo:
ações de empresas estatais. Aqui, estamos assumindo que as ações possuem uma
covariância positiva e forte, sendo assim, qualquer evento estatal negativo afeta
toda a carteira, ou seja, o risco desse portfólio não está sendo diversificado.
Por outro lado, quando optamos por ativos com covariância negativa, ou seja,
relacionados negativamente (como ações e ouro, numa perspectiva histórica, por
exemplo), o risco tende a ser reduzido, visto que uma queda em determinado ativo
tende a ser compensada pela alta em outro.
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Vamos avançar.
Para saber a resposta, vamos observar a variação das ações em uma semana:
PETR4 GOLL4
Soma: 0,34%
Elaboração: Empiricus
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Agora, substituindo os valores na fórmula, temos a covariância entre as ações.
0,34
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑋𝑋, 𝑌𝑌) = 5−1
= 0,09%
Observe o gráfico abaixo com a variação mensal nos preços das ações da Natura
(NTCO3), Eletrobras (ELET3) e Rumo (RAIL3), entre janeiro e dezembro de 2020.
Observe a tabela abaixo com a média e o desvio padrão dos ativos e da carteira
desse exemplo.
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Ao compararmos a média de retornos dos ativos individualmente com a média da
carteira, concluímos que o retorno de um portfólio é dado pela média dos retornos
esperados, ponderada por suas participações relativas.
É importante ressaltar que nesse exemplo foram utilizadas proporções iguais para
as três ações, mas também poderíamos utilizar proporções diferentes, conforme
veremos no decorrer deste capítulo.
Agora, pegue a sua HP12C e vamos treinar como efetuar os cálculos do retorno e
da variância da carteira de uma forma bem simples.
Onde:
𝑤𝑤𝑎𝑎 , 𝑤𝑤𝑏𝑏 e 𝑤𝑤𝑐𝑐 são as respectivas participações dos ativos na carteira (seu peso).
Ou seja:
23
Assim temos o resultado do mês de janeiro. Você deverá fazer isso para todos os
meses.
Será que ele também é dado pela média ponderada do risco dos ativos
individuais?
Vejamos o cálculo:
24
Isso ocorre, devido ao efeito da diversificação. Em geral, o risco de uma carteira
é menor que a média dos riscos de cada ativo, ponderada pela sua participação
relativa.
A fórmula para o cálculo do risco de uma carteira deve considerar não apenas o
desvio padrão e a participação dos ativos, mas também a covariância.
𝜎𝜎𝑝𝑝2 = 𝜎𝜎𝑎𝑎2 . 𝑤𝑤𝑎𝑎 + 𝜎𝜎𝑏𝑏2 . 𝑤𝑤𝑏𝑏 + 𝜎𝜎𝑐𝑐2 . 𝑤𝑤𝑐𝑐 + 2. 𝑤𝑤𝑎𝑎 . 𝑤𝑤𝑏𝑏 . 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑎𝑎,𝑏𝑏 + 2. 𝑤𝑤𝑎𝑎 . 𝑤𝑤𝑐𝑐 . 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑎𝑎,𝑐𝑐 + 2. 𝑤𝑤𝑏𝑏 . 𝑤𝑤𝑐𝑐 . 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑏𝑏,𝑐𝑐
𝜎𝜎𝑎𝑎2 é a variância dos retornos de a quadrado do desvio padrão; 𝜎𝜎𝑏𝑏2 é a variância dos
retornos de b quadrado do desvio padrão e 𝜎𝜎𝑐𝑐2 é a variância dos retornos de c
quadrado do desvio padrão.
Sabemos que estes conceitos podem ser novos para você ou que mesmo
conhecidos não são muito triviais, por isso recomendamos que refaça os exemplos
para compreender seu passo a passo.
“Para o mesmo grau de risco, o investidor seleciona a alternativa que oferece o maior
retorno esperado.” (ASSAF NETO, 2014)
Vamos supor uma carteira com dois ativos de risco, X e Z com seus retornos
seguindo uma distribuição normal e que todo recurso investido é dividido entre os
dois investimentos.
�𝒑𝒑 ) = 𝒂𝒂𝒂𝒂(𝑿𝑿
𝑬𝑬(𝑹𝑹 � ) + 𝒃𝒃𝒃𝒃(𝒁𝒁
� ) (2.9)
26
Exemplo:
Suponha que a média dos retornos seja 10% e a variância seja (12)2 %, qual será a
função densidade de probabilidade dado um retorno de 15%?
𝟏𝟏 𝟏𝟏 𝟎𝟎,𝟏𝟏𝟏𝟏 − 𝟎𝟎,𝟏𝟏 𝟐𝟐
− [ ]
𝒇𝒇(𝟎𝟎, 𝟏𝟏𝟏𝟏) = 𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆 𝟐𝟐 𝟎𝟎,𝟏𝟏𝟏𝟏
𝟎𝟎, 𝟏𝟏𝟏𝟏√𝟐𝟐𝟐𝟐
Isso significa que a probabilidade do retorno do ativo estar entre 15% e 15,1% é de
1,73 𝑥𝑥 0,01 = 1,73%
Bem baixa, não? Dificilmente com um portfólio de ações com uma média de
retornos de 10% e um desvio padrão de 0,12 o investidor receberá 15% de retorno.
Se o conceito de distribuição normal é novo pra você, pode ficar tranquilo, aqui vai
uma explicação bem simples para compreender essa medida tão usada pelos
economistas.
Ela é apenas um dos tipos de distribuição que existem, mas é famosa por
representar, na maioria das vezes, muito bem as probabilidades de eventos no
mundo real (fora do ideal teórico).
27
Para saber a resposta, precisamos pensar nos cenários possíveis para a ação.
Sabemos que o desvio padrão é de 1,5, para cima ou para baixo, portanto, com este
desvio padrão, essa seria a rentabilidade da ação:
Podemos concluir que a rentabilidade da ação estará entre 0,5% e 3,5%, com
aproximadamente 68,26% de confiança.
Assim, a rentabilidade da ação estará entre -1% e 5%, com 95,44% de confiança.
Esse cálculo é representado pela curva a seguir, em que toda a área abaixo da
curva é igual a 100%. À medida que ampliamos o intervalo observado, maior é a
confiança. Observe como com três desvios padrão a confiança chega a 99%.
Fonte: Anbima
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Diversificação do risco de uma carteira e o Modelo de Markowitz
Elaboração: Empiricus
29
Podemos dizer o mesmo sobre o ativo C, que domina A e B.
Ou seja, para definir qual o melhor investimento, nesse caso, precisaríamos saber
o nível de aversão ao risco do investidor.
A carteira com 100% em ações da Eletrobras, por exemplo, destacada pelo ponto
verde, apresentou um retorno de 1,25% e um risco de 15,47%; é a carteira com
menor retorno da série, mas não é a de menor risco.
A carteira com 50% nas ações de cada empresa, destacada pelo ponto preto,
apresenta uma relação de risco-retorno interessante, com 2,93% de retorno e
13,04% de risco, contudo, essa ainda não é a melhor opção.
A melhor opção é a destacada pelo ponto vermelho, que representa uma alocação
de 40% nas ações da Natura e 60% nas ações da Eletrobras. O retorno dessa
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carteira é de 2,59% e o risco é de 12,69%, ou seja, é a carteira que apresenta a
melhor relação entre risco e retorno.
Você estudou no início deste módulo que existem duas medidas de variação
conjunta, a correlação e a covariância.
Ray Dalio também compartilha dessa ideia, para ele a diversificação entre ativos
descorrelacionados é o Santo Graal dos investimentos.
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A fronteira eficiente
A fronteira eficiente é basicamente uma síntese de tudo que falamos até agora, ou
seja, é a melhor alocação de uma carteira ao compararmos o risco e o retorno.
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Já os pontos abaixo da curva são conhecidos como portfólios subótimos, ou
ineficientes, pois o investidor não encontrará as melhores opções de alocação
nessas regiões.
33
Portfólio de mínima variância
Assim como olhamos para a correlação dos ativos, podemos também minimizar
os riscos pela proporção que cada ativo representa da sua carteira total.
Onde 𝜎𝜎𝑋𝑋 e 𝜎𝜎𝑍𝑍 são os desvios padrão dos ativos X e Z, (𝜎𝜎𝑋𝑋 )2 e (𝜎𝜎𝑍𝑍 )2 sua variância e
𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐(𝑋𝑋, 𝑍𝑍) a correlação entre os dois ativos.
34
A partir dessa proporção podemos encontrar o conjunto de oportunidade de
menor variância, um conjunto de combinações de risco e retorno que gera a
menor variância para uma dada taxa de retorno.
Elaboração: Empiricus
Sabemos que não existe nenhum ativo 100% livre de risco, contudo, a taxa “risk
free” representa a rentabilidade que se espera obter em ativos com baixíssimo
nível de risco.
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Variância do portfólio
𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽(𝑹𝑹𝒑𝒑 ) = ∑𝑵𝑵
𝒊𝒊=𝟏𝟏 ∑𝑵𝑵
𝒋𝒋=𝟏𝟏 𝝎𝝎𝒊𝒊 𝝎𝝎𝒋𝒋 𝝈𝝈𝒊𝒊𝒊𝒊 (2.15)
Onde 𝜔𝜔𝑖𝑖 e 𝜔𝜔𝑗𝑗 são a variância dos ativos i e j e 𝜎𝜎𝑖𝑖𝑖𝑖 a covariância entre eles.
Veja só:
𝐸𝐸(𝑌𝑌) = 0,2 .10 + 0,2 . 8 + 0,2 .8,5 + 0,2 .8,5 + 0,2 .9 = 8,8
𝐸𝐸(𝑅𝑅) = 𝐸𝐸(𝑋𝑋) . 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑋𝑋 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + 𝐸𝐸(𝑌𝑌) . 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑌𝑌 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐
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Retorno
Percentual Percentual
Probabilidad Preço do Preço do Esperado
de X na de Y na
e ativo X ativo Y do Portfólio
carteira carteira
E(R)
0,2 8,5 10 1 0 8
0,2 8,9 8 0,75 0,25 8,2
0,2 8 8,5 0,5 0,5 8,4
0,2 7,6 8,5 0,25 0,75 8,6
0,2 7 9 0 1 8,8
Temos:
Preço Preço
Percentua Percentu
Probabilidad do do (X_i - (Y_i-
l de X na al de Y na E(R)
e ativo ativo E(X))^2 E(Y))^2
carteira carteira
X Y
0,2 8,5 10 1 0 8 0,25 1,44
0,2 8,9 8 0,75 0,25 8,2 0,81 0,64
0,2 8 8,5 0,5 0,5 8,4 0 0,09
0,2 7,6 8,5 0,25 0,75 8,6 0,16 0,09
0,2 7 9 0 1 8,8 1 0,04
𝜎𝜎𝑋𝑋2 = 0,2 .0,25 + 0,2 .0,81 + 0,2 . 0 + 0,2 .0,16 + 0,2 .1 = 0,444
𝜎𝜎𝑌𝑌2 = 0,2 .1,44 + 0,2 .0,64 + 0,2 .0,09 + 0,2 .0,09 + 0,2 .0,04 = 0,460
37
Temos:
Percentua Percentua
Probabilidad Preço do Preço do (X_i - E(X))(Y_i-
l de X na l de Y na E(R)
e ativo X ativo Y E(Y))
carteira carteira
0,2 8,5 10 1 0 8 0,6
0,2 8,9 8 0,75 0,25 8,2 -0,72
0,2 8 8,5 0,5 0,5 8,4 0
0,2 7,6 8,5 0,25 0,75 8,6 0,12
0,2 7 9 0 1 8,8 -0,2
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑋𝑋, 𝑌𝑌) = 0,2 .0,6 + 0,2 . (−0,72) + 0,2 . 0 + 0,2 . 0,12 + 0,2 . (−0,2) = (−0,04)
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉(𝑅𝑅) = 𝜎𝜎𝑋𝑋2 . (𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑋𝑋)2 + 𝜎𝜎𝑌𝑌2 . (𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑌𝑌)2 + 2 . 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑋𝑋 . 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑌𝑌 . 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑋𝑋, 𝑌𝑌)
𝜎𝜎𝑅𝑅 = �𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉(𝑅𝑅)
Então, temos:
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Modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model)
O famoso coeficiente beta (ou índice beta) é uma das medidas que surge a partir
do modelo e mede a sensibilidade de um ativo ao mercado. Essa é uma métrica
importante para mensurar o risco sistêmico dos ativos.
Pensando nessas características, o modelo CAPM pode ser expresso pela fórmula
a seguir, em que a precificação esperada de determinado ativo depende dos
preços de mercado e do ativo de menor risco da economia:
𝜎𝜎
𝐸𝐸𝑅𝑅𝑋𝑋 = 𝑅𝑅𝑓𝑓 + [𝐸𝐸(𝑅𝑅𝑚𝑚 ) − 𝑅𝑅𝑓𝑓 ]. 𝜎𝜎𝑖𝑖𝑖𝑖
2 (2.16)
𝑚𝑚
39
Traduzindo a fórmula, o retorno do ativo arriscado é dado pela soma entre o
retorno do ativo livre de risco mais a diferença entre o retorno esperado da carteira
de mercado e o ativo livre de risco, após isso, multiplicamos a covariância dos
ativos arriscados e carteira de mercado dividida pela variância da carteira de
mercado.
Onde:
X é o ativo arriscado;
2
𝜎𝜎𝑚𝑚 é a variância da carteira de mercado, ou no caso brasileiro, podemos usar o
Índice Ibovespa (BOVA11) como aproximação dessa composição de carteiras do
mercado brasileiro;
Ou seja, aqui o “preço justo” da ação deveria ser igual ao ativo livre de risco mais a
remuneração de seu risco dado que o mercado onde esse ativo está inserido
também tem um risco próprio.
A quantidade de risco associada é então o beta da equação que pode ser escrito
da seguinte maneira:
𝜎𝜎𝑖𝑖𝑖𝑖
𝛽𝛽𝑋𝑋 ≡ 2 (2.17)
𝜎𝜎𝑚𝑚
Isso significa que o aumento de uma unidade de risco do ativo deve aumentar em
𝛽𝛽 o retorno do mesmo.
Beta menor que 1: indica que as oscilações do ativo (ou da carteira de ativos) são
menores que a do índice de referência do mercado. Observe na representação
abaixo que uma queda de 2% no Ibovespa reflete em uma queda 50% menor na
ação de beta 0,5.
Beta maior que 1: indica que as oscilações do ativo (ou da carteira de ativos) são
maiores que as do índice de referência do mercado. Observe na representação
abaixo que uma queda de 2% no Ibovespa reflete em uma queda 50% maior na
ação de beta 1,5.
Assim podemos concluir que ativos de beta maior que 1 possuem risco superior
ao de mercado, mas isso também indica que os retornos potenciais são maiores
que os do índice de mercado. Em nosso exemplo, utilizamos um cenário de queda,
mas imagine que, em um cenário de alta de 2% do Ibovespa, o ativo de beta 1,5
subiria 3%.
O inverso também é verdadeiro, ações com beta menor que 1 possuem risco
inferior ao mercado, no entanto, seus retornos também são menores. Imagine que,
em um cenário de alta de 2% do Ibovespa, a ação com beta 0,5 subiria apenas 1%.
41
Vamos a um exemplo de cálculo. Considere que um ativo tem as seguintes
características:
𝑅𝑅𝑓𝑓 = 5%
𝛽𝛽 = 1,1
𝑅𝑅𝑚𝑚 = 10%
Um investidor possui uma carteira com 100% investido na ação X. Ele analisa as
ações Y e Z para adicioná-las à sua carteira.
X Y Z
Retorno 12% 10% 11%
Desvio padrão 0,08 0,04 0,06
Beta 1 -0,5 1,5
Correlação com X 0,8 -0,5
A melhor ação para esse investidor reduzir a exposição ao risco sistêmico em sua
carteira seria comprar:
42
Resolução: para reduzir o risco sistêmico de uma carteira só deve-se levar em
consideração o beta das ações, sendo assim, como o beta é a medida da
exposição ao risco sistêmico, a única alternativa que contempla a redução do beta
do portfólio é b.
Elaboração: Empiricus
Qualquer ponto entre o ativo livre de risco e a carteira de mercado (M) apresenta
uma combinação em que um investidor aplica uma parcela de seus recursos em
ativos de risco e o restante no ativo sem risco.
Uma marcação abaixo e à direita da CML representa uma relação ineficiente entre
risco e retorno, pois, neste cenário, sempre haverá uma alocação que proporciona
um melhor retorno para o risco atribuído.
Um beta maior que 1 indica que o ativo possui maior sensibilidade às oscilações
do mercado que a média dos demais ativos; por consequência, este ativo deve
oferecer maiores retornos.
43
Elaboração: Empiricus
Um ativo localizado acima da SML possui maior retorno esperado do que seu nível
de risco, indicando que ele está subavaliado. Caso o ativo esteja abaixo da SML,
ele possui menor retorno esperado dado seu nível de risco, o que indica
sobreavaliação.
Lembre-se, a CML apresenta uma relação eficiente entre risco e retorno para uma
carteira diversificada, considerando o desvio-padrão da carteira de mercado,
enquanto a SML mostra a relação risco-retorno de um ativo individual,
considerando a sensibilidade ao mercado (beta).
Risco de um portfólio
44
Coeficiente alfa
O coeficiente alfa (ou Alfa de Jensen) mede o quanto de valor o ativo, ou a carteira
de ativos, gera a mais que o retorno esperado do CAPM.
Como vimos, quando um ativo possui beta maior que 1, suas oscilações
ultrapassam os movimentos do mercado, tanto de alta quanto de baixa.
→ Quando o alfa é igual a zero, o ativo entregou o mesmo retorno que o mercado,
ou seja, não gerou alfa.
Portanto, o alfa do nosso ativo é de 3,5%, o que significa uma rentabilidade de 3,5%
gerada acima do CAPM.
45
Também é possível medir o alfa de um ativo sem conhecer seu retorno, o cálculo
denominado ex ante considera a expectativa de retorno. Mas lembre-se, quando
trabalhamos com suposições, os resultados são sempre menos precisos.
46
Modelo APT (Arbitrage Pricing Theory)
Na prática, o investidor não está interessado no passado, o que vai gerar riqueza
de fato é o comportamento futuro do ativo.
Onde:
𝑥𝑥 é o número de fatores
47
No modelo APT, o peso maior é dado ao risco sistemático, ou seja, aos fatores que
afetam todo um setor, ou toda a economia. Também podemos adotar como fator
de risco alterações na inflação, na taxa de juros e no prêmio de risco do mercado,
entre outros.
Outro ponto importante é que o modelo não considera que o mercado é eficiente,
o que abre caminho para ativos subavaliados ou sobreavaliados em relação ao
cenário macroeconômico.
48
Sharpe Ratio (SR)
Observe o exemplo da tabela abaixo (assumindo uma taxa de retorno do ativo risk
free de 2,77%):
49
Índice de Treynor
Onde:
𝜎𝜎𝑝𝑝
𝑀𝑀𝑝𝑝2 = 𝑅𝑅𝑓𝑓 + (𝑅𝑅𝑝𝑝 − 𝑅𝑅𝑓𝑓 ) 𝑥𝑥 (2.23)
𝜎𝜎𝑚𝑚
Onde:
O M2 dos fundos utilizados nos exemplos anteriores pode ser observado na tabela
abaixo.
51
Assim como nos índices de Sharpe e de Treynor, quanto maior for o M2 melhor
será a relação entre risco e retorno dos ativos.
Vamos lá?
Para analisar os resultados das atividades de uma empresa, você vai se deparar
principalmente com três demonstrativos:
Elaboração: Empiricus
52
É por isso que dizemos que as informações sobre as empresas de capital aberto
são fáceis de obter, uma vez que a disponibilidade e periodicidade são garantidas
por lei.
53
Balanço Patrimonial (BP)
Imagine a foto das finanças de uma empresa, é assim que o balanço patrimonial
funciona.
Construído por três principais contas, sendo elas, Ativo, Passivo e Patrimônio
Líquido
Para facilitar o entendimento, você pode imaginar o BP como o que o próprio nome
remete, uma balança representada pelo símbolo de igualdade.
O Ativo representa tudo que é um direito, bem ou recurso da empresa e pode ser
dividido em:
54
Ativo Passivo
● Caixa; ● Obrigações;
● Aplicações financeiras ○ Operacionais
de curto prazo; ○ Sociais
Circulante ● Contas a receber; ○ Legais
● Estoques; ● Dividendos;
● Despesas antecipadas ● Empréstimos e
● Tributos a recuperar. financiamentos
● Realizável a longo
● Empréstimos e
prazo;
financiamento de longo
● Investimentos;
prazo;
Não ● Imobilizado;
● Debêntures a pagar;
Circulante ● Intangível, como
● Outros compromissos a
propriedade
pagar de prazo fora do
intelectual, por
exercício atual.
exemplo.
Elaboração: Empiricus
Por último, temos o Patrimônio Líquido (PL) que retrata os recursos financeiros
investidos pelos sócios, de forma matemática é tido pela diferença entre o ativo
total e o passivo exigível.
Antes de te falar sobre a definição desses três, devo dizer que o CPC 00 é uma
base para os demais pronunciamentos do comitê contábil. Funciona como um
guia para que os relatórios financeiros divulgados pelas empresas sejam úteis
aos investidores e todo tipo de credor;
Importante: As informações financeiras divulgadas devem ser relevantes para
a tomada de decisão dos usuários.
Segundo o pronunciamento, “ativo é um recurso econômico presente
controlado pela entidade como resultado de eventos passados.”
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existe se apresentar três características:
● A empresa tem uma obrigação;
● De transferência de recursos econômicos;
● Existe no presente devido a eventos no passado.
56
Nem todos os ativos listados na norma técnica entrarão no balanço das empresas
já que os setores possuem suas especificidades. O mais importante é entender a
lógica de preenchimento utilizada.
Agora, olhando para os ativos não circulantes, contas a receber são ativos que
existem em ambas categorias mas, essas possuem prazo maior que 12 meses ou
um exercício.
Sempre são objetos físicos que estão em utilização no momento, por exemplo,
um galpão onde fica guardado parte do estoque da empresa.
São classificadas dessa forma as propriedades que são mantidas para obtenção
57
de renda (aluguel) e/ou valorização do capital. Devido a isso, geram fluxo de
caixa geralmente independente dos outros ativos.
Distinguem-se ainda das propriedades ocupadas uma vez que estas estão
vinculadas à operação. Se a propriedade está ocupada, é um ativo imobilizado
e não investimento.
Continuando o balanço:
Por ser uma varejista, faz sentido que o pagamento de fornecedores seja a
obrigação que apresenta maior valor dentro do passivo circulante.
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Observe também que no passivo não circulante é auferido até mesmo a provisão
de riscos.
Por fim temos o Patrimônio Líquido (PL), seu valor é encontrado na subtração do
ativo pelo passivo, ele é o que podemos chamar de riqueza da organização, a parte
que pertence aos acionistas.
59
O que foi apresentado nessa parte do balanço do Grupo SBF é muito semelhante
ao definido pela Lei 6404/76, mas você irá notar algumas diferenças ao
estabelecido pela lei. É normal, ela não estabelece uma estrutura rígida obrigatória
mas sim os requisitos mínimos.
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Demonstração de Resultados no Exercício (DRE)
61
Por meio da DRE é possível enxergar como foi formado o resultado líquido da
empresa. As operações dentro das contas patrimoniais são detalhadas,
justificando o valor final em caixa. Ela tem essa cara aqui:
62
Podemos entendê-lo como a representação da capacidade de geração de caixa
operacional de uma empresa. Isto é, quanto uma empresa gera de recursos
através de suas atividades operacionais, sem considerar efeitos de impostos,
investimentos financeiros, depreciação, empréstimos e financiamentos.
Para alguns analistas é uma medida falha, pois considera que o pagamento de
juros e impostos não são relevantes ao avaliarmos a performance de uma
companhia.
Já o EBIT, por sua vez, leva em consideração uma parte importante dos custos
recorrentes de companhias, sejam elas companhias de tecnologia ou de capital
intensivo: as depreciações e amortizações, que reduzem o valor dos ativos
(tangíveis e intangíveis) no médio prazo.
Para empresas que têm muitos ativos fixos ou valor focado em intangíveis como
tecnologia e patente, a depreciação destes bens pode ser importante para a
análise da qualidade de sua operação.
Por fim, temos como resultado o lucro líquido, que fará parte do reinvestimento
da companhia (capacidade de crescimento) e do lucro dos acionistas (caso a
empresa distribua dividendos).
63
Fonte: Relações com Investidores - Grupo SBF
Mas e as despesas, não são gastos? São! Entretanto, ela não está ligada à
elaboração do bem por si mesmo, enquanto um custo sempre estará ligado a um
produto.
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Fonte: Relações com Investidores - Grupo SBF
● Receita Bruta: total do que foi vendido ou recebido por serviços prestados;
● Receita Líquida: receita bruta r menos os impostos diretos de venda ou
serviços, como ICMS, ISS e afins;
● Custo da Mercadoria Vendida (CMV): gastos de insumos diretamente
utilizados na mercadoria vendida ou processo produtivo;
● Resultado Bruto: geralmente chamado de Lucro Bruto, é a subtração do
CMV da receita líquida;
● Despesas Operacionais: todos os gastos necessários para que a empresa
consiga realizar suas atividades e que não são diretamente ligados a venda
ou produção;
● Lucro Operacional: o resultado bruto menos as despesas operacionais;
● Saldo Financeiro: composto pela subtração das despesas das receitas,
ambas financeiras;
● Lucro antes do IR: nasce da soma do saldo financeiro ao lucro operacional;
● Resultado Líquido: Lucro/Prejuízo após descontar IR e Contribuição Social.
65
Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
Ao contrário da DRE, esse demonstrativo não lida com previsões, pois apresenta
as movimentações financeiras realizadas naquele exercício.
Periodos
0 2 5 9
1 3 4 6 7 8 10 11
Elaboração: Empiricus
66
As setas vermelhas representam as saídas e as verdes as entradas ao longo do
tempo.
● Fluxo de operações:
Como ele é modelado, pode variar de acordo com o método de elaboração, que
você verá daqui a pouco.
Por enquanto, lembra do lucro líquido obtido na DRE? No método indireto, o valor
inicial apresentado na DFC será somado à depreciação, amortização e outros
ajustes para conciliar o lucro.
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Fonte: Relações com Investidores - Grupo Fleury
● Fluxo de investimentos
Composto pela variação e aquisição de ativos não circulantes que são destinados
à atividade operacional da empresa. Quase sempre são despesas, como por
exemplo, aquisição de ativo intangível ou imobilizado.
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Fonte: Relações com Investidores - Grupo Fleury
● Fluxo de Financiamentos
Agora que você sabe o que é e como é composto o DFC, vamos aos métodos de
elaboração.
1. Direto
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Para simplificar, esse modelo se baseia nas operações de forma bruta e as
atividades devem ser dispostas de maneira que sejam separadas de acordo com
sua natureza, sendo divididas principalmente nas categorias apresentadas no
exemplo:
Ingresso de recursos
( + ) Recebimento de clientes
( - ) Pagamentos a fornecedores
( - ) Despesas administrativas, vendas, geral
( - ) Impostos
( = ) Caixa Líquido da Atividade Operacional
Fluxo de caixa das atividades de Investimento
( - ) Aquisição de bens
( + ) Recebimento de empresas coligadas
( = ) Caixa da Atividade de Investimento
Fluxo de caixa das atividades de financiamento
( + ) Captação de empréstimos e financiamentos
( - ) Pagamento de empréstimos e financiamentos
( - ) Pagamento de juros sobre empréstimos e
financiamentos
( = ) Caixa da Atividade de Financiamento
2. Indireto
Com a explicação do fluxo de operações você já deve ter uma ideia de como o
modelo indireto funciona, nesse método, o demonstrativo parte do lucro do
exercício, que é conciliado com o caixa das operações, assim trabalhando com as
variações do fluxo e não com os lançamentos em si.
70
Muitas vezes o investidor também vai se deparar com o que é chamado de fluxo
de caixa gerencial, ele funciona como um resumo apontando os principais pontos
de interesse.
Exemplo:
O principal motivo para apresentar esses exemplos pra você ao invés de te mostrar
somente as estruturas dos demonstrativos é pelo que vem a seguir.
Notou que todos eles apresentaram outros exercícios além do mais recente? É
obrigatório, além de ser necessário que sejam elaborados com pressuposto de
continuidade, segundo o CPC 26.
71
Análise por Índices
Agora falaremos sobre a análise feita por meio de quatro tipos de índices: Estrutura
de Capital ou Endividamento, Liquidez, Rotatividade e Rentabilidade.
Nesse tipo de análise trabalhamos com valores relativos. Imagine que uma
empresa obteve lucro de R$600.000. Sem maiores informações você não
consegue me dizer se isso é bom ou ruim.
72
Índices de Estrutura de Capital
Antes de apresentar quais são os índices utilizados, preciso te dizer que a estrutura
de capital nada mais é do que o quanto do capital de uma empresa é próprio
(dinheiro dos sócios) ou de terceiros (empréstimos, por exemplo),traduzindo,
representa a estrutura de endividamento.
Por via de regra sempre utilizaremos dados do balanço patrimonial para o cálculo
desses índices, sendo eles:
Em geral, quanto menor for o percentual apresentado, melhor é, pois indica que a
empresa não precisará desembolsar um capital muito grande no curto prazo e
teoricamente não terá uma pressão elevada para gerar recursos rapidamente.
𝑃𝑃𝑃𝑃
𝐶𝐶𝐶𝐶 = ∗ 100
𝑃𝑃𝑃𝑃 + 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸
Em que:
PC = Passivo Circulante
Nota: Muitas vezes o denominador da equação pode ser somente Passivo Exigível
Total, que é justamente a somatória dessas duas variáveis.
73
Endividamento Financeiro sobre Ativo Total (EFSAT): enquanto o CE mostra a
composição da dívida em tempo de realização, o EFSAT serve para medir a relação
entre o ativo total de uma empresa e os recursos provenientes de instituições
financeiras.
DD = Duplicatas Descontadas
IF = Instituições Financeiras
Por via de regra, quanto maior for o resultado desse índice pior é a sua
interpretação, pois indicará maior dependência das instituições financeiras.
Contudo, não saia dessa apostila acreditando que capital de terceiros é ruim.
Aqui estamos falando dos índices separadamente, por isso temos que ter
cuidado com conclusões baseadas em poucas análises
𝑃𝑃𝑃𝑃 + 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 =
𝑃𝑃𝑃𝑃
Em que:
PL = Patrimônio Líquido
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Porque você não pode fazer análises baseadas em poucos fatores?
Já em julho de 2022, esse indicador já havia caído para 2,3x e seus resultados
financeiros mostraram que a empresa obteve um lucro de 182 milhões de reais
no segundo trimestre de 2022.
Continuando, esse índice é útil para medir insolvência, em momento algum ele
deve ser usado como parâmetro para os resultados (lucro/prejuízo) do objeto de
estudo.
O que isso tem a ver com capital de terceiros? Quanto maior a porcentagem de
gasto de uma empresa em ativos não-circulantes, menos dinheiro sobrará para os
ativos circulantes.
É possível encontrar esse índice através da divisão do Ativo Permanente (AP) pelo
Patrimônio Líquido (PL):
𝐴𝐴𝐴𝐴
𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼 = 𝑃𝑃𝑃𝑃
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Você pode interpretar como uma variação do IPL, mas que contabiliza o passivo
não circulante (ELP).
𝐴𝐴𝐴𝐴
𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼 = 𝑃𝑃𝑃𝑃 + 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸
76
Índices de Liquidez
Vale lembrar que isso não significa que a empresa possui um fluxo de caixa capaz
de suprir o capital exigido e sim a capacidade de transformar recursos financeiros
em dinheiro.
𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐
𝐿𝐿𝐿𝐿 =
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶
Nota: Esse resultado também denota se o Capital Circulante Líquido é positivo,
nulo ou negativo.
A Liquidez Seca (LS) é muito semelhante ao índice anterior, mas o estoque não
será contabilizado dentro do ativo circulante já que, por vezes, ele pode não
estar ligado ao patrimônio.
77
Ou seja, é possível encontrar liquidez mesmo se nada do estoque for vendido,
sempre será menor ou igual a LC.
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷í𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣
𝐿𝐿𝐿𝐿 =
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶
Geralmente, esse quociente é mais baixo, porque não é interessante para a
empresa manter tanto capital em caixa, considerando que eles poderiam trazer
rentabilidade para ela.
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Índices de Rentabilidade
Esses índices medem o resultado financeiro das empresas, são diferentes dos que
já foram mostrados para você, porque trabalham com valores apresentados na
DRE e relacionam os investimentos realizados com resultados obtidos.
Margem Líquida (ML): trará a mesma medição a partir do lucro líquido, ele
realmente corresponde a porcentagem de lucratividade nas vendas, indica, em
média, o quanto uma empresa ganha em suas vendas, ou seja, quanto maior o
valor encontrado, melhor para a ela.
𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞
𝑀𝑀𝑀𝑀 =
𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞
Giro do Ativo (GA): através desse índice você encontra a proporção entre as
vendas e os investimentos em uma empresa, nesse caso, o ativo total.
𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞
𝐺𝐺𝐺𝐺 =
𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇
Retorno sobre patrimônio líquido (ROE): é um dos índices de rentabilidade mais
importantes, tendo em vista que mostra qual a proporção de retorno do capital
próprio como lucro líquido, ou seja, ele mede a capacidade da empresa de gerar
valor com seus recursos.
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Possuindo a seguinte fórmula:
𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑙𝑙í𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞
𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝ô𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑙𝑙í𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞
1000000
𝑅𝑅𝑅𝑅𝐸𝐸𝐵𝐵 = 1710000
= 0,5848
Não esqueça que você nunca deve observar um único ponto de estudo e sim olhar
a empresa de uma forma ampla, utilizando as ferramentas que julgar necessárias.
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Glossário
moeda, pois por definição, a moeda é o ativo mais líquido de uma economia - vide que
equilíbrio final.
futuros.
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Proxy → Variáveis proxy são variáveis utilizadas para substituir outra de difícil
mensuração ou que não há disponibilidade de dados, mas que tenta mimetizar o
efeito desejado.
Por exemplo, usamos a variância de um ativo para medir o seu risco uma vez que
é difícil mensurá-lo por si só, entretanto, a variância não é necessariamente a
mesma coisa que risco.
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