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Módulo 1: Macroeconomia, Contabilidade e Riscos

Disciplina 3: Gestão de Risco


Autor: Prof. Dr. Osvaldo Ramos Tsan Hu
Sumário

Apresentação .................................................................................................................. 4
Dominância Estocástica ................................................................................................. 5
O Princípio da Dominância ............................................................................................. 6
Teoria da Utilidade Aplicado a Risco ............................................................................. 8
Investidores com aversão ao risco .................................................................................. 9
Investidores com neutralidade ao risco ........................................................................... 9
Investidor com propensão ao risco ............................................................................... 10
Aversão ao risco ........................................................................................................... 12
Teoria da Utilidade Esperada x Teoria da Perspectiva ............................................... 14
Gestão de Risco ............................................................................................................ 16
As Ferramentas Básicas para a Gestão de Risco ....................................................... 19
Usando a Planilha Google ............................................................................................ 19
Obtenção de Dados Financeiros com a Planilha Google ........................................... 22
Cálculo do Retorno Diário do Ativo ............................................................................. 26
Cálculo da Variância ..................................................................................................... 28
Cálculo da Volatilidade ................................................................................................. 30
Cálculo da Covariância entre Dois Ativos ................................................................... 32
Cálculo da Correlação entre Dois Ativos..................................................................... 35
Cálculo do Beta ............................................................................................................. 37
Cálculo da Volatilidade Total do Portifólio .................................................................. 41
Cálculo do VaR - Value at Risk ..................................................................................... 47
Cálculo do VaR de uma Carteira .................................................................................. 51
Backtest ......................................................................................................................... 54
Montagem e interpretação do backtest. ........................................................................ 56
Cálculo do Índice de Sharpe ........................................................................................ 58
Cálculo do Índice de Treynor ....................................................................................... 61
Cálculo de Dias Úteis Entre Datas ............................................................................... 63
Investimentos de Renda Fixa ....................................................................................... 66
Títulos Públicos ............................................................................................................ 69
Títulos Pré-Fixado sem Cupom .................................................................................... 70
Títulos Pré-Fixado com Cupons................................................................................... 73
Duration ......................................................................................................................... 76
Duration Modificada ...................................................................................................... 80
Convexidade .................................................................................................................. 84

2
Considerações Finais ................................................................................................... 88
Referências Bibliográficas ........................................................................................... 90
Alguns Endereços de Internet ...................................................................................... 92

3
Apresentação
Em continuação aos estudos, iremos
abordar nesta apostila a gestão de risco.
Para isto será necessário recapitular
alguns pontos da apostila anterior. Serão
indicados os capítulos necessários.

Para efetuar uma gestão de risco será


necessário efetuar cálculos dos
principais indicadores de risco, e avaliar
os seus resultados.

Para efetuar estes cálculos será utilizado


a planilha Google, disponível no Google
Drive. Os motivos do uso desta planilha
são:

1. A planilha é gratuita e disponível a


todos por meio de uma conta no
Google;
2. Tem a maioria das funções do Excel;
3. Tem funções de acesso à bases de
dados financeiros e à consulta a
páginas da internet gratuitamente; O
Excel tem alguns addins que podem
fazer o mesmo, mas podem acarretar
custos de compra e utilização.

No entanto, os alunos podem usar, na


vida profissional, outras ferramentas, se
assim o desejarem. O importante é
aprender, não importa a ferramenta
utilizada. Na disciplina será utilizada a
planilha Google pela facilidade.

4
Dominância Estocástica

Reler o Capítulo da apostila anterior: “Diversificação do risco de uma carteira e o Modelo de


Markowitz”.

Reler o Capítulo da apostila anterior: “Retorno de um Ativo”.

Reler o Capítulo da apostila anterior: “Variância de um Portfólio”.

O conceito de “Dominância Estocástica” vem da estatística e trata da racionalidade dos


agentes econômicos no caso de escolha de várias alternativas, de ordenar suas opções de
forma a ranqueá-las, de acordo com seus objetivos e crenças.

Segundo o princípio da dominância, se uma opção tem características melhores que outra ou
pelo menos iguais, esta opção deve ser a escolhida. É a opção dominante.

Para investimentos, temos como suas principais características a rentabilidade e o seu risco,
que pode ser medido como a volatilidade do ativo.

O Retorno de um Ativo é calculado como a diferença porcentual do preço do ativo entre duas
datas. Iremos calculá-la adiante. Foi exposto no capítulo “Retorno de um Ativo”.

Volatilidade é o termo utilizado no mercado financeiro para o desvio padrão. O Desvio Padrão
é a raiz quadrada da variância, que foi vista no Capítulo da apostila “Variância de um
Portifólio”. Iremos calculá-la adiante. Volatilidade é uma medida de Risco de um ativo.

5
O Princípio da Dominância

O princípio da dominância estocástica afirma que existem três premissas que os agentes
econômicos racionais utilizam, na escolha entre ativos,

A primeira premissa, denominada dominância estocástica de primeira ordem, assume que os


agentes preferem os investimentos que proporcionem o maior retorno esperado.

A segunda premissa, chamado de dominância estocástica de segunda ordem, assume que


os agentes preferem, além do maior retorno esperado, o menor risco.

E a terceira premissa, denominada dominância estocástica de terceira ordem, assume que os


agentes têm aversões ao risco decrescente, com o aumento do retorno.

Na escolha entre dois ativos,

Figura 1: Gráfico da Dominância entre Dois Ativos

Fonte: O autor

O ativo B domina o A, pois tem um retorno maior para o mesmo risco;

6
O ativo D domina o C, pois também tem um retorno maior para o mesmo risco;

O ativo B domina o C, pois tem o mesmo retorno para um risco menor;

Entre B e D não existe dominância, por ao mesmo tempo o retorno e o risco serem maiores.

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Teoria da Utilidade Aplicado a Risco

Reler o Capítulo da apostila anterior: “Utilidade”.

Foi visto na apostila anterior a Teoria da Utilidade, onde foi apresentado a Curva de Utilidade
esperada e foi dado o exemplo de saciabilidade com a escolha entre a água e o biscoito.

Cada investidor, ao analisar uma carteira de investimento, atribui uma função de utilidade,
com base no risco e no retorno de cada investimento. O investidor atribui um valor mais alto
de utilidade quanto mais alto o retorno e um valor mais baixo quanto maior a volatilidade.

Para um investidor que tenha uma determinada aversão ao risco e por conseguinte uma
determinada curva de utilidade (Figura 2) temos o seguinte cenário:

Figura 2: Curva de Utilidade de um Investidor

Fonte: O autor

8
• O investimento A pode ser aceito por estar no canto superior esquerdo, acima da
curva de indiferença.
• O investimento B é indiferente ao investidor, podendo ou não ser aceito.
• O investimento C, apesar de ter um retorno maior que o de A, tem um risco também
maior, o posicionando no lado superior à direita da curva de indiferença. Ele não deve
ser aceito pelo investidor.

Como a curva de utilidade varia de investidor para investidor, esta será avaliada, a seguir,
aplicada a três categorias de investidores:

Investidores com aversão ao risco

Neste caso a curva esta deslocada para cima, o que fará com que os investidores sejam mais
seletivos nas suas escolhas. O investimento B não será escolhido pelos investidores, por estar
a direita da curva. Este tipo de investidores terá preferência aos investimentos isentos ao risco
ou que ofereçam um grande prêmio pelo risco oferecido (Figura 3).

Figura 3: Curva de Utilidade de um Investidor com aversão ao risco

Fonte: O autor

Investidores com neutralidade ao risco

Estes investidores terão uma maior propensão a assumir riscos e o investimento B passa a
ser considerado e provavelmente será o escolhido, por ter uma rentabilidade maior (Figura 4).
A curva se desloca para baixo e para a direita.

9
Figura 4: Curva de Utilidade de um Investidor com aversão neutra ao risco

Fonte: O autor

Investidor com propensão ao risco

Este tipo de investidor aceitará o risco maior em troca do prêmio maior. A curva se desloca
mais ainda para baixo e para a direita. O investimento C provavelmente será o aceito.

Figura 5: Curva de Utilidade de um Investidor com propensão ao risco

Fonte: O autor

A teoria da utilidade admite quatro princípios: cancelamento, transitividade, dominância e


invariância (BERGER & PESSALI, 2022 apud KAHNEMAN & TVERSKY, 1986):

O princípio do cancelamento é quando o investidor, para simplificar sua decisão, elimina as


alternativas que resultem em resultados iguais para às características avaliadas.

10
O princípio da transitividade é a propriedade das pessoas de ordenar as alternativas em uma
ordem decrescente de valores da característica avaliada, isto quando for possível mensurar
valores numéricos para cada característica.

O princípio da dominância foi visto anteriormente, se uma opção é melhor que outras em uma
de suas características, e ao menos igual em outras características, esta é a alternativas é
dominante, e deve ser a escolhida.

O princípio da invariância é quando a preferência entre uma alternativa ou outra independe


de como as características são apresentadas.

11
Aversão ao risco

No capítulo anterior foi apresentado três tipos de investidores, com diferentes níveis de
aversão ao risco. Uma pergunta que se poderia fazer é “Como está distribuído o nível de
aceitação ou aversão ao risco entre os investidores?”

A resposta a esta pergunta foi proposta no artigo de Ferreira M. (2022) “Cross-Country


Differences in Risk Attitudes Towards Financial Investment”.”.

Para o artigo foi utilizada uma pesquisa da ING, sobre o nível de aversão ao risco dos
indivíduos, com a participação de 15.000 pessoas de 15 países diferentes. Nesta pesquisa se
procurou descobrir quais os fatores que afetam às pessoas a assumirem riscos em
investimentos e o quanto estas pessoas são propensas ou avessas a aceitar estes riscos
financeiros.

Ferreira (2022) utilizou no seu trabalho os micros dados da pesquisa “ING International Survey
on Savings” de 2016, onde algumas das perguntas eram sobre um hipotético investimento de
10% do patrimônio total da pessoa, em diferentes produtos financeiros. Foi avaliado a
percepção de cada um sobre os riscos e retornos de cada tipo de investimento. Foi avaliado
a propensão individual ao risco após apresentação de medidas objetivas de rentabilidade e
riscos.

Descobriu-se que as atitudes quanto a risco são diferentes entre os diversos países
participante. Os indivíduos europeus são mais avessos ao risco que os do EUA, Turquia,
Australia e Reino Unido, que tendem a aceitar mais os riscos financeiros (Figura 6).

12
Figura 6: Nível de Aversão / Propensão ao Risco por pais.

Fonte: Ferreira (2022)

Fatores culturais e subjetivos tem influência no nível de aversão ao risco.

O artigo de Ferreira, M. (2022) foi analisado por Alves, T. (2022), no artigo Caçadores de risco
ou avessos ao risco? publicado em 2018 pela CVM.

Outra conclusão é que as percepções subjetivas dos entrevistados são tão ou mais
importantes para eles do que as medidas objetivas de risco, como Volatilidade, Beta etc.

Depois, que um aumento na percepção subjetiva de risco, pelos entrevistados, tem uma
influência maior no aumento na aversão ao risco do que aumentos objetivos na volatilidade
dos ativos.

Por fim o resultado aponta que a maioria da população tem, em média, maior aversão ao risco
do que propensão ao risco. Na Figura 6 é possível ver este comportamento. O valor zero
significa a neutralidade ao risco, valores negativos à aversão ao risco e valores positivos a
propensão ao risco. Estes dados são apresentados por pais e no total.

13
Teoria da Utilidade Esperada x Teoria da Perspectiva

As teorias convencionais como a Teoria da Utilidade, que estudam o comportamento dos


investidores quanto a propensão e quanto à aversão ao risco pressupõe que o investidor é
racional e suas decisões são pautadas na racionalidade.

No entanto, conforme foi visto no capítulo anterior (Aversão ao Risco), o comportamento nos
investimentos da maioria das pessoas não é pautado pela racionalidade.

Esta crítica às teorias convencionais fez surgir um novo ramo de estudo, o de Finanças
Comportamentais. Dois psicólogos, Daniel Kahneman e Amos Tversky publicaram um artigo
em 1974, “Judgment under Uncertainty” que se tornou a base da Teoria da Perspectiva, teoria
esta que foi estendida para a econometria através de artigos publicados em 1979 (críticas ao
modelo racional), 1986 (modelos normativos não fornecem uma base válida para explicar o
comportamento dos investidores) e 1992 (teoria da perspectiva cumulativa).

Por estes artigos Kahneman dividiu o Prêmio Nobel de 2002 com Vernon Smith.

Dentre as teorias de decisão racionais sob risco, temos a Teoria dos Jogos, a Teoria de
Portfólio de Markowitz, e o CAPM de Sharpe. Estas teorias estão de acordo com a teoria da
utilidade esperada, elas avaliam a relação entre as rentabilidades e os riscos. Embora sejam
modelos diferentes, suas ideias centrais são idênticas, que os investidores procuram
maximizar o retorno e minimizar a volatilidade ao mesmo tempo. Estas teorias estão de acordo
com a teoria da utilidade.

Como foi visto anteriormente, teoria da utilidade admite quatro princípios, que são:
cancelamento, transitividade, dominância e invariância. Para Kahneman e Tversky (1979),
para integrar a teoria da utilidade esperada à teoria da perspectiva é necessário acrescentar
mais três princípios, o da expectativa, integração com ativos e aversão ao risco.

O princípio da expectativa indica a utilidade esperada na escolha das alternativas. Em


finanças o quanto esperamos de retorno ao escolhermos um investimento.
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O princípio da integração com ativos diz que só faz sentido colocar uma nova alternativa se
esta melhorar a utilidade esperada total. Em finanças só vale a pena colocar um novo
investimento no portfólio se este aumentar o retorno ou se diminuir o risco total da carteira.

No princípio da aversão ao risco, o investidor deve preferir uma alternativa com um resultado
esperado A, a uma alternativa cujo valor esperado é o mesmo A, mas que tenha um risco
maior que a primeira alternativa.

Concluindo, a teoria da perspectiva assume as decisões dos investidores é baseada mais em


comparação de alguma característica dos ativos, sem se preocupar com os possíveis retornos
deles. Esta característica escolhida para balizar a escolha leva em conta as crenças e valores
do investidor, enquanto a teoria da utilidade esperada pressupõe que o investidor toma
decisões puramente racionais.

15
Gestão de Risco

Na apostila anterior foi definido os riscos financeiros. No entanto, risco ocorre em todas as
atividades humanas. Nós corremos risco quando acendemos uma chama no fogão, ou
quando caminhamos na calçada. A ISO 31000:2018 define risco como:

“Efeito da incerteza nos objetivos” sendo que “Efeito é um desvio em relação ao esperado,
que pode ser positivo, negativo ou ambos. Pode abordar, criar ou resultar em oportunidades
ou em ameaças.”

Podemos definir que risco como um problema que ainda não se concretizou. A Gestão de
Risco vai procurar evitar que o problema se concretize ou tentar minimizar o impacto do
problema, se ele ocorrer. A ISO 31000:2018 define a Gestão de Risco como “Atividades
coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que se refere a riscos”.

Em negócios existem métodos e processos que são utilizados para o gerenciamento de riscos
relacionados a empresa, esta estrutura é denominada Enterprise Risk Management (ERM).

Um sistema centralizado de gestão de risco deverá efetuar o seguinte processo:

1. Identificar os fatores de risco;

2. Quantificar a exposição ao risco;

3. Usar inputs para efetuar um cálculo de estimativa de risco (por exemplo, VAR) para as
partes interessadas;

4. Estabelecer procedimentos para identificar e relatar esses riscos;

5. Relatar os riscos para os stakeholders;

6. Monitorar e tomar medidas corretivas quando necessárias;

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7. Garantir o compliance com as políticas de risco.

O mercado financeiro identifica quatro fatores de risco, que estão associados aos
investimentos, que são o Risco de Mercado, o Risco de Crédito, o Risco de Liquidez e o Risco
Operacional. Estes riscos foram abordados na apostila anterior.

Além destes riscos existem outros riscos financeiros que são:

Risco-país é a possibilidade de o governo não pagar seus compromissos, mudar suas


políticas monetária e fiscal e outros fatores que causam perdas.

Risco regulatório quando ocorrem mudanças regulatórias.

Risco legal quando podem ocorrer perdas devido a multas ou indenizações resultantes de
ações legais e de órgãos regulatório.

Algumas das atitudes que podem ser utilizadas na gestão dos riscos financeiros:

Risco de Mercado:

• Decisões Racionais;
o Diversificação com ativos não correlacionados.
o Reavaliação da volatilidade x Rentabilidade da carteira a cada ativo inserido ou
retirado;
o Markowitz
o Cálculo do Var;
o Horizonte de negociação (Duration). Quanto menor o Duration, menor o risco.

Risco de Crédito:

• Uso de empresas de rating para a avaliação dos credores; quanto pior o rating maior
o risco e maior a taxa de juros;
• Limitar a exposição ao risco;
o Nunca ter um devedor único;
o Aumentar e diversificar a quantidade de devedores;
• Marcação a mercado;
o Todos os ativos devem ser marcados a mercado;
• Garantias dadas;
o Obter garantias reais;
o Avaliação justas das garantias dadas;
• Definir padrões de crédito;
• Transferência total ou parcialmente do risco de crédito através de derivativos de crédito
(seguro)

Risco de Liquidez:

• Definição de limites de alocação por classe de ativo;


• Definição da carteira com quantidades de cada ativo compatíveis com o volume médio
diário de negociação do papel no mercado;
• Rebalanceamento periódico da carteira.
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Uma preocupação dos órgãos reguladores é obrigar as instituições financeiras a montar uma
estrutura formal para gerenciar e controlar os riscos. A resolução 2.554/98 do Banco Central
do Brasil visa, principalmente, minimizar os riscos operacionais e legais de uma instituição,
através da implantação de uma estrutura de Controles Internos em todas as instituições.

Artigo 1 da Resolução 2.554/98 (BACEN, 2022)

Determinar às instituições financeiras e demais instituições autorizadas a


funcionar pelo Banco Central do Brasil a implantação e a implementação de
controles internos voltados para as atividades por elas desenvolvidas, seus
sistemas de informações financeiras, operacionais e gerenciais e o
cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis.

Parágrafo 1º: Os controles internos, independentemente do porte da


instituição, devem ser efetivos e consistentes com a natureza, complexidade e
risco das operações por ela realizadas.

Parágrafo 2º: São de responsabilidade da diretoria da instituição:

• A implantação e a implementação de uma estrutura de controles


internos efetiva mediante a definição de atividades de controle para
todos os níveis de negócios da instituição;
• O estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos
mesmos;
• A verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos
procedimentos definidos em função do disposto no inciso II.

A área de Controles Internos deverá definir as responsabilidades de cada área e de cada


funcionário dentro da instituição. Deve definir e controlar a segregação de funções. Quem
solicita não aprova, quem aprova não paga etc. Desta forma minimiza-se os riscos de erros e
de má fé de funcionários.

Outra providência é o chamado Chinese Wall. A tesouraria da instituição financeira não pode
ser a mesma da tesouraria que faz a administração dos recursos dos investidores. Elas têm
que ser distintas para que não ocorram conflitos de interesses. É conveniente que as áreas
fiquem em locais distintos para que ocorra o mínimo contato entre os funcionários das duas
áreas.

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As Ferramentas Básicas para a Gestão de Risco

Usando a Planilha Google

Abra uma nova aba no Internet Chrome. Irá aparecer uma página com o seguinte formato:

Figura 7: Entrando no Google Drive

Fonte: O autor

Clique nos nove pontinhos no canto superior direito. Caso não se esteja logado no Google
será solicitado o seu usuário e senha.

Caso não se tenha um usuário, deverá ser criada uma conta antes de poder usar o Google
Drive.

Após clicar nos nove pontinhos, irá se abrir uma janela. Procure o símbolo do Drive e clique
nele.

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Figura 8: Entrando no Google Drive

Fonte: O autor

O Google Drive é uma pasta nas nuvens que pode guardar qualquer tipo de arquivo. Ele
também tem inúmeros aplicativos do Google Doc, equivalentes ao Excel, Word, PowerPoint
e outros.

Você pode criar pastas e subpastas para organizar como deseja armazenar. Os arquivos
gerados pelos aplicativos do Google Doc são gravados automaticamente no Google Drive.

Figura 9: Dentro do Google Drive

Fonte: O autor

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Clique no botão “Novo” e em seguir escolha “Planilhas Google”.

Figura 10: Abrindo a Planilha

Fonte: O autor

Irá se abrir uma nova aba no Chrome com uma planilha. Esta tem um funcionamento, funções
e comandos similares ao Excel. O salvamento dentro do Google Drive é automático, estando
o computador conectado à internet.

Figura 11: Planilha Google

Fonte: O autor

Esta é a planilha que iremos utilizar. Podemos criar quantas quisermos. É possível criar abas
na planilha, como no Excel.

Sugerimos que se crie uma única planilha para esta disciplina, com várias abas, uma para
cada assunto.

De um nome à planilha na caixa superior esquerda, onde está escrito “Planilha sem Título”.

Verifique se em Arquivo / Configurações / Localidade está escolhido “Brasil” e na caixa de


opções NÃO ESTÁ ESCOLHIDO a opção “Sempre usar os nomes de funções em inglês”.

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Obtenção de Dados Financeiros com a Planilha Google

Após se entrar na planilha Google, será montada a primeira planilha financeira.

Para tanto será utilizada a função “=GOOGLEFINANCE(“Ticker”; “Função”; Data Final; Data
Inicial)”. Na Tabela 1 temos uma relação parcial de Tickers do IBOVESPA. Outros Tickers
podem ser obtidos na internet.

Tabela 1: Relação parcial de Tickers do IBOVESPA.

IBOV Índice IBOVESPA

AALR3 Centro de Imagem Diagnósticos SA

ABCB4 Banco ABC Brasil SA

ABEV3 Ambev SA

AMAR3 Marisa Lojas SA

ARZZ3 Arezzo Industria E Comercio SA

AZUL4 Azul SA

BALM4 Baumer SA Pref

BAUH4 Excelsior Alimentos SA Pref

BBAS3 Banco do Brasil SA

BBDC3 Banco Bradesco SA

BBDC4 Banco Bradesco SA Pref

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BBRK3 Brasil Brokers Participações SA

BBSE3 BB Seguridade Participações SA

BDLL4 Bardella SA Indústrias Mecânicas Pref

Para ações que são cotadas em outras bolsas deve-se usar o “código da bolsa:Ticker”. Com
isso é possível consultar ações das bolsas do mundo inteiro (Tabela 2).

Tabela 2: Ações de outras bolsas de valores

NASDAQ:GOOGL Google na NASDAQ

NYSE:GE GE na Bolsa de Nova York

BME:REP REPSOL na Bolsa Espanhola

O GOOGLEFINANCE tem várias funções. Algumas funções específicas podem não funcionar
nas ações do IBOVESPA. Na Tabela 3 temos listado algumas das funções, mas inúmeras
outras estão disponíveis.

Tabela 3: Relação Parcial das Funções:

name Nome do papel

price Cotação de preços em tempo real, com atraso de até 15 minutos.

priceopen Preço no início do pregão.

High Preço da alta no dia atual.

low Preço da baixa no dia atual.

volume Volume de negociações do dia atual.

marketcap Valor de mercado das ações.

tradetime A hora da última negociação.

datadelay O tempo de atraso dos dados em tempo real.

Para usar a função GOOGLEFINANCE devemos montar a planilha a seguir. Utilizar a


sequência de montagem na Planilha em Branco:
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Em B1 → Símbolo
Em B2 → Número de Dias
Em B3 → Função
Em C1 → BBDC3
Em C2 → 365
Em C3 → price
Em B5 → =GOOGLEFINANCE(C1;"name")
Em B6 → =GOOGLEFINANCE(C$1;C3;HOJE()-C2;HOJE())

Sugere-se que se copie o texto após o símbolo → e se cole na célula indicada da planilha,
tomando cuidado de não deixar espaços em branco antes e depois do texto.

Outra função do GOOGLEFINANCE é a calculadora de taxas de câmbio, que permite calcular


as taxas quase em tempo real.

=GOOGLEFINANCE("CURRENCY:USDBRL" ; "average") = Dólar / Reais

=GOOGLEFINANCE("CURRENCY:BRLUSD" ; "average") = Reais / Dólar

Tabela 4: Relação dos códigos de moedas:

Moeda Código

Reais BRL

US Dollar USD

Japan Yen JPY

Canada Dollar CAD

Indian Rupee INR

Russia Ruble RUB

Euro EUR

Singapore Dollar SGD

Hong Kong Dollar HKD

United Kingdom Poun GBP

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A planilha ficará com as informações da ação solicitada.

Figura 12: Planilha gerada utilizando a função GOOGLEFINANCE

Fonte: O autor

Renomeie a planilha para “Base” clicando no triangulo invertido no canto direito da aba a ser
duplicada e em seguida escolha a opção “Renomear”.

Figura 13: Renomeando a planilha

Fonte: O autor

A planilha poderá ser formatada com grades, tipos de letra, cores etc. como no Excel.

25
Cálculo do Retorno Diário do Ativo

Reler o Capítulo da apostila anterior: “Retorno de um Ativo”.

Após a obtenção dos dados financeiros acima, torna-se necessário calcular o retorno diário
do ativo. Os cálculos de Volatilidade, Correlação, Covariância, Beta, Sharpe, Treynor, VAR
etc. são calculados sobre o retorno diário do ativo. NUNCA CALCULE SOBRE A COTAÇÃO.

Pode-se ver, na planilha, que a data está em ordem crescente. Não adianta inverter os
parâmetros 3 e 4 da função GOOGLEFINANCE, para tentar colocar a planilha em ordem
decrescente, porque no caso de se inverter, a planilha irá fornecer apenas um mês de
cotações (bug do GOOGLEFINANCE).

Como visto na apostila anterior, o cálculo do retorno é dado pela fórmula:

𝑃𝑖 − 𝑃0
𝑅𝐷𝐴 = (1)
𝑃0

Seguir a sequência de montagem na planilha anterior:

Em D6 → Retorno Diário
Em D8 → =SE(ÉNÚM(C8);(C8-C7)/C7;"")

Em seguida copie a célula D8 e cole de D9 até o final dos dados obtidos. Desta forma tem-se
o cálculo dos retornos diários. Formate as células de Retorno Diário em porcentual.

26
Figura 14: Planilha Após o Cálculo do Retorno Diário

Fonte: O autor

27
Cálculo da Variância

Reler o Capítulo da apostila anterior: “Retorno de uma Ativo”.

A Variância é uma medida de dispersão que calcula a distância que os valores se encontram
do valor médio. Este cálculo é feito usando os retornos do ativo, calculados dia a dia.

Retorno Diário do Ativo Médio (𝑅𝐷𝐴)

∑𝑛
𝑖=1(𝑅𝐷𝐴𝑖 )
𝑅𝐷𝐴 = (2)
𝑛

Variância Populacional

∑𝑛
𝑖=1(𝑅𝐷𝐴𝑖 −𝑅𝐷𝐴)
2
𝛔𝟐 = (3)
𝑛

Variância Amostral

∑𝑛
𝑖=1(𝑅𝐷𝐴𝑖 −𝑅𝐷𝐴)
2
𝐬𝟐 = (4)
𝑛−1

Esta grandeza pode ser calculada para uma amostra (variância amostral ou s) ou para a
população (variância populacional ou σ). No caso podemos afirmar que se trata de todas as
cotações diárias de um determinado período, logo é a população. Portanto usaremos a
variância populacional.

Como foi explicado anteriormente, a planilha Google salva automaticamente os dados no


Google Drive. Da próxima vez que se abrir a planilha, ela recalculará com os dados
atualizados das cotações.

28
Como a planilha se atualiza automaticamente, a quantidade de Dias na planilha pode ir se
alterando a cada dia, em função do dia da semana e dos feriados. É uma janela móvel de
tempo em que a cada dia os novos dias vão entrando e os antigos saindo da janela.

Vamos utilizar a coordenada final de 500, pois esta coordenada excede a um ano, e as células
em branco, mesmo que selecionadas, não entram nos cálculos das funções.

Para construir a planilha duplique a aba “Base” clicando no triangulo invertido no canto direito
da aba a ser duplicada e em seguida escolha a opção “Duplicar”. Renomeie a planilha para
“Variância”.

Figura 15: Duplicação da aba “Base”

Fonte: O autor

Seguir a sequência de montagem na planilha anterior:

Em F9 → Variância do Retorno Diário do Ativo


Em H9 → =VARP(D8:D500)

Figura 16: Planilha após o cálculo da variância

Fonte: O autor
29
Cálculo da Volatilidade

Reler o Capítulo da apostila anterior: “Retorno de um Ativo”.

A Volatilidade é a denominação do mercado financeiro para o desvio padrão, que é uma


dispersão em torno da média dos Retornos Diários do Ativo (RDA) de um determinado
intervalo de tempo.

Retorno Diário do Ativo Médio (𝑅𝐷𝐴)

∑𝑛
𝑖=1(𝑅𝐷𝐴𝑖 )
𝑅𝐷𝐴 = (5)
𝑛

Volatilidade (Desvio Padrão Populacional)

∑𝑛
𝑖=1(𝑅𝐷𝐴𝑖 −𝑅𝐷𝐴)
2
𝛔=√ (6)
𝑛

Volatilidade (Desvio Padrão Amostral)

∑𝑛
𝑖=1(𝑅𝐷𝐴𝑖 −𝑅𝐷𝐴)
2
𝐬=√ (7)
𝑛−1

Todos os valores dos Retornos Diários dos Ativos deste intervalo de tempo deverão ser
considerados, sendo aplicada a fórmula de Desvio Padrão Populacional sobre eles.

Este desvio padrão obtido é o desvio para um dia no intervalo. Será necessário converter o
desvio de um dia para o desvio de todo o período. Faz-se isso multiplicando-o pela raiz
quadrada da quantidade de elementos da população.

30
∑𝑛
𝑖=1(𝑅𝐷𝐴𝑖 −𝑅𝐷𝐴)
2
𝝈𝑷𝒆𝒓í𝒐𝒅𝒐 = √ . √𝑛 ( 8 )
𝑛

𝝈𝑷𝒆𝒓í𝒐𝒅𝒐 = 𝝈𝒅𝒊𝒂𝒓𝒊𝒐 . √𝑛 ( 9 )

Para construir a planilha duplique a aba “Base” clicando no triangulo invertido no canto direito
da aba a ser duplicada e em seguida escolha a opção “Duplicar”.

Renomeie a planilha para “Volatilidade”.

Seguir a sequência de montagem:

Em F9 → Desvio Padrão do Retorno Diário


Em H9 → =DESVPADP(D8:D500)
Em F12 → N
Em H12 → =CONT.NÚM(D8:D500)
Em F15 → Desvio Padrão do Período (ou VOLATILIDADE OU VOL)
Em H15 → =H9*RAIZ(H12)

Foi utilizada a função DESVPADP porque existem duas funções de desvio padrão, o
populacional e o amostral.

Depois calculamos o número de elementos da população com a função CONT.NUM. Este


valor será utilizado para ajustar o desvio padrão na próxima formula.

A seguir multiplicamos o desvio padrão pela raiz do número de elementos da população.

Figura 17: Planilha após o cálculo da volatilidade

Fonte: O autor

31
Cálculo da Covariância entre Dois Ativos

Reler o Capítulo da apostila anterior: “Coeficiente de Correlação”.

Covariância ou variância conjunta, é uma medida do grau de interdependência (ou inter-


relação) entre dois conjuntos de variáveis. Seu conceito já foi explanado na apostila anterior.

( 10 )

Para construir a planilha duplique a aba “Base” clicando no triangulo invertido no canto direito
da aba a ser duplicada e em seguida escolha a opção “Duplicar”. Renomear esta planilha para
“Covariância”.

Na nova aba iremos duplicar as colunas “B”, “C”, “D” e “E” nas colunas “G”, “H”, “I” e “J”.

Clique sobre a letra “B” da coluna “B” e sem tirar o dedo do clique arraste o mouse sobre as
letras “C”, “D” e “E”.

As colunas ficarão ““B”, “C”, “D” e “E” ficarão cinzas.

32
Figura 18: Duplicação de Colunas

Fonte: O autor

Tecle <Ctrl> <C>. Na sequência clique sobre a letra G e acione <Ctrl> <V>.

Estamos com dois conjuntos de colunas para a montagem do cálculo da covariância.

33
Figura 19: Cotações de dois ativos

Fonte: O autor

Seguir a sequência de montagem na planilha anterior:

Em C1 → ITUB4
Em C2 → 365
Em H1 → BBDC4
Em H2 → 365
Em K9 → ="Covariância "&C1&" x "&H1
Em N9→ =COVAR(D8:D500;I8:I500)

Após a montagem a planilha deverá ficar da seguinte forma, já devidamente formatada.

Figura 20: Covariância de dois ativos

Fonte: O autor

34
Cálculo da Correlação entre Dois Ativos

Reler o Capítulo da apostila anterior: “Coeficiente de Correlação”.

A correlação entre dois conjuntos de medidas, é expresso em um valor entre -1 e 1. O valor 1


significa que o conjunto está totalmente correlacionado, ou seja, os dois ativos variam na
mesma proporção e com o mesmo sinal, ao mesmo tempo. O valor -1 significa que os dois
ativos variam na mesma proporção, mas com sinal trocado, ao mesmo tempo.

Pode, alternativamente, estar expresso como porcentagem.

𝐶𝑂𝑉(𝑅𝐷𝐴𝑃𝑎𝑝𝑒𝑙 𝐴 ,𝑅𝐷𝐴𝑃𝑎𝑝𝑒𝑙 𝐵 )
𝜌𝑃𝑎𝑝𝑒𝑙 𝐴, 𝑃𝑎𝑝𝑒𝑙 𝐵 = ( 11 )
𝛔𝑃𝑎𝑝𝑒𝑙 𝐴 𝛔𝑃𝑎𝑝𝑒𝑙 𝐵

Para construir a planilha duplique a aba “Covariância” clicando no triangulo invertido no canto
direito da aba a ser duplicada e em seguida escolha a opção “Duplicar”. Renomear esta
planilha para “Correlação”.

Apagar as colunas de K a M

Seguir a sequência de montagem na planilha anterior:

Em K12 → Correlação
Em M12 → =CORREL (D8:D500;I8:I500)
Em K15 → R^2
Em M15 → =M12*M12

35
Após a montagem teremos a seguinte planilha:

Figura 21: Planilha com o cálculo de correlação

Fonte: O autor

Temos o cálculo da correlação. O valor atingido, de 73,76% é alto, perto de 100%, informando
que os dois ativos têm correlação. Este resultado era esperado, pois os dois são do setor
bancos, e são bancos tradicionais.

No cálculo de correlação temos que tomar o cuidado de manter os dois conjuntos de dados
sincronizados data a data. Uma dessincronização acarreta cálculo errado.

Em termos de Risco não é bom ter papeis com alta correlação entre si na carteira. Ou tenha
um papel ou tenha outro.

Foi também calculado o coeficiente de determinação R2.

36
Cálculo do Beta

Reler o Capítulo da apostila anterior: “Modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model)”.

Ele nos permite diferenciar ativos defensivos de ativos agressivos. É um indicador que mede
a sensibilidade das variações de um ativo em relação a variações de um benchmark que
represente o mercado. Para ações é utilizado o IBOV como benchmark.

E é através do índice beta que você poderá separar o nível de risco dos ativos.

Em épocas de crise, por exemplo, é preferível ter ativos mais defensivos em sua carteira de
investimentos.

Sua fórmula é calculada como covariância do ativo com o seu benchmark dividido pela
variância do benchmark.

𝐶𝑂𝑉(𝑅𝐷𝐴𝑃𝑎𝑝𝑒𝑙 𝐴 ,𝑅𝐷𝐴𝐵𝑒𝑛𝑐ℎ𝑚𝑎𝑟𝑘 )
𝛽𝐴 = ( 12 )
𝐕𝐚𝐫(𝑅𝐷𝐴𝐵𝑒𝑛𝑐ℎ𝑚𝑎𝑟𝑘 )

Sendo:

• βa = Beta
• RDAPapel A = Retorno diário do ativo
• RDABenchmark = Retorno diário do benchmark (Também pode ser denominado
RDAm= Retorno diário do mercado)

Basicamente, podemos dividir o Beta em 3 categorias:

Beta Alto: Beta > 1, tem mais risco do que o mercado.

Beta Neutro: Beta = 1, tem o mesmo nível de risco que o mercado.

37
Beta Baixo: Beta < 1, tem menos risco que o mercado.

Seguir a sequência de montagem na planilha anterior:

Duplicar a planilha “Covariancia”.

Em C1 → BBDC3
Em C2 → 365
Em H1 → IBOV
Em H2 → 365
Em K12 → Variância do Benchmark
Em M12 → =VARP(I8:I500)
Em K15 → Beta
Em M15 → =M9/M12

Figura 22: Planilha com o cálculo do Beta

Fonte: O autor

Uma forma de encontrar o Beta é plotando um gráfico na planilha:

A seguir tem-se a sequência para a elaboração do gráfico do Beta

Marcar os dois intervalos de D8:D500 e I8:I500


(Para marcar clicar e segurar a tecla <Ctrl> e não solte esta tecla até o fim do processo.
Com o mouse escolha e clique na célula D8 e arraste o mouse até a célula D500. Este
intervalo vai ficar cinza. Solte o clique do mouse e o sem soltar a tecla <Ctrl> clique em
I8 e arraste o mouse até I500. Agora pode soltar a tecla <Ctrl>. Os dois intervalos vão
estar marcados em cinza.

38
Na barra de comandos clicar em Inserir
No menu suspenso Gráficos
Vai ser gerado um gráfico qualquer e vai abrir um menu na lateral direita

No menu na aba “Configurações”


Tipo de Gráfico: Gráfico de Dispersão

Na aba “Personalizar”
Estilo de Gráfico:
Setar opção “Maximizar”

Na aba Títulos
Texto do Título: Dispersão

Na aba Série:
Setar a opção “Linha de tendencia”
Marcador: “Usar Equação”
Setar a opção “R2”

Figura 23: Gráfico de Dispersão com o Beta de 365 dias, BBDC3 em 25/11/2022

Fonte: O autor

Ao gerar o gráfico temos a dispersão entre as variações diárias do ativo e do benchmark. A


reta azul, que é a linha de tendencia, o ângulo desta linha é o Beta. Para Betas maiores que
1 o ângulo desta reta é maior que 45 graus.

A equação que aparece é a equação da linha de tendencias e o R2 é o coeficiente de


determinação, visto na apostila anterior. O valor do Beta aparece no primeiro termo da
equação da linha de tendencia (0,862 * x). Este valor (Beta) é o coeficiente angular da linha

39
de tendencia, que corresponde à tangente do ângulo da linha de tendencia em relação ao eixo
X.

Altere o nome da planilha para “Beta” clicando no triangulo invertido no canto direito da aba a
ser duplicada e em seguida escolha a opção “Renomear”.

40
Cálculo da Volatilidade Total do Portifólio

Foi visto na apostila anterior o capítulo “Portfólio de Mínima Variância”. Para se calcular a
volatilidade (desvio padrão) de dois ativos temos que utilizar a seguinte formula.

𝛔𝒑 = √𝑤𝐴2 𝜎𝐴2 + 𝑤𝐵2 𝜎𝐵2 + 2𝑤𝐴 𝑤𝐵 𝐶𝑂𝑉𝐴,𝐵 ( 13 )

Sendo:

• σn = Volatilidade de cada papel


• wn =Proporção de cada ativo na carteira
• covA,Bn = Covariância entre os ativos

Para três ativos a fórmula passa a ser:

( 14 )

E a equação vai se complicando a cada ativo acrescentado. Imagina calcular uma carteira
com 200 ativos?

A solução está no uso das propriedades das matrizes. A mesma equação, escrita de forma
matricial, ficará da seguinte maneira:

1 ⋯ 𝜌𝐴,𝑛
𝑤𝐴 𝜎𝐴
𝜎2𝑝 = Var(𝑅𝑝) = [𝑤𝐴 𝜎𝐴 ⋯ 𝑤𝑛 𝜎𝑛 ] . [ ⋮ ⋱ ⋮ ] . [ ⋮ ] ( 15 )
𝜌𝑛,𝐴 ⋯ 1 𝑤 𝜎
𝑛 𝑛

41
Sendo:

1 ⋯ 𝜌𝐴,𝑛
[ ⋮ ⋱ ⋮ ] = Matriz de Correlações ( 16 )
𝜌𝑛,𝐴 ⋯ 1

Onde temos uma matriz linha, que tem como elementos a proporção dos ativos na carteira
multiplicada pelas volatilidades deles, multiplicada pela matriz de correlação de todos os ativos
com todos os ativos, multiplicada pela matriz transposta da matriz linha inicial.

Note que está sendo utilizado uma matriz de correlação, não de covariância. Está correto
porque a multiplicação matricial acaba convertendo a covariância em correlação.
Demonstrando:

Resolvendo a equação matricial, para dois ativos, se terá a seguinte equação:

1 𝜌𝐴,𝐵 𝑤𝐴 𝜎𝐴
𝜎2𝑝 = [𝑤𝐴 𝜎𝐴 𝑤𝐵 𝜎𝐵 ] . [ ] . [ 𝑤 𝜎 ] ( 17 )
𝜌𝐵,𝐴 1 𝐵 𝐵

Porém:

𝜌𝐴,𝐵 = 𝜌𝐵,𝐴 = 𝜌 ( 18 )

Substituindo e resolvendo a multiplicação matricial:

𝜎2𝑝 = 𝑤2𝐴 . 𝜎2𝐴 + 𝑤2𝐵 . 𝜎2𝐵 + 2. 𝑤𝐴 . 𝑤𝐵 . 𝜌. 𝜎𝐴 . 𝜎𝐵 ( 19 )

A relação entre a correlação e a covariância é a seguinte:

𝐶𝑂𝑉𝐴,𝐵
𝜌= ∴ 𝐶𝑂𝑉𝐴,𝐵 = 𝜌. 𝜎𝐴 . 𝜎𝐵 ( 20 )
𝜎𝐴 .𝜎𝐵

Logo:

σ𝑝 = √𝑤2𝐴 𝜎2𝐴 + 𝑤2𝐵 𝜎2𝐵 + 2𝑤𝐴 𝑤𝐵 𝐶𝑂𝑉𝐴,𝐵 ( 21 )

Que é exatamente a equação (13).

Construção da Planilha. Adicione uma nova planilha clicando no botão +:

Figura 24: Planilha com as cotações de cinco ativos

Fonte: O autor

42
Altere o nome da planilha para “Vol Port” clicando no triangulo invertido no canto direito da
aba a ser duplicada e em seguida escolha a opção “Renomear”.

Seguir a sequência de montagem na planilha:

Em A1 → Dias de Análise
Em C1 → 360
Em A2 → VALE3
Em A3 → =GOOGLEFINANCE(A2;"name")
Em A4 → =GoogleFinance(A$2;"price";HOJE()-$B$1;HOJE())
Copiar as células A2:A4 nas células
Célula C2
Célula E2
Célula G2
Célula I2
Em C2 → SUZB3
Em E2 → RADL3
Em G2 → ITSA4
Em I2 → ABEV3
Em L2 → =A2
Em L6 → =SE(ÉNÚM(B6);(B6-B5)/B5;"")
Copiar a célula L6 até o final para obter os retornos diários
Formatar esta primeira parte da planilha.

Verifique se as cotações estão sincronizadas e qual é a célula do final da planilha. Note que
se as tabelas não estiverem sincronizadas a correlação não estará correta. Na data de
confecção desta apostila estávamos usando a linha 500 como última linha da tabela, mas se
for outra data, pode ser outra linha. Neste caso use a célula correta.

Figura 25: Planilha com as cotações de cinco ativos

Fonte: O autor

Vamos usar um macete para copiar as fórmulas dos retornos diários quando os dados de
fechamento (close) estão em colunas alternadas.

43
Seguir a sequência de montagem na planilha anterior:

Copiar a coluna “L”, e colar nas colunas “N”, “P”, “R”, “T”
Note que as colunas estão alternadas, isto é para ajustar as coordenadas fazendo a
rotina de copia e cola alternadamente.

Após de feita todas as colagens se retiram as colunas que estão em branco. Desta
forma as fórmulas estão ajustadas corretamente “M”, “O”, “Q”, “S”

Figura 26: Planilha com os cálculos dos retornos diários

Fonte: O autor

Seguir a sequência de montagem na planilha anterior:

S2 → =L2
S3 → =GOOGLEFINANCE(S2;"name")
R8 → % Partic.
S8 → 20%
R10 → Volatilidade
S10 → =DESVPADP(L6:L500)*RAIZ(CONT.NÚM(L6:L500))
R12 → Partic. X Volatilidade
S12 → =S10*S8
S14 → =L$2
R14 → Correlação
R15 → =A$2
R16 → =C$2
R17 → =E$2
R18 → =G$2

44
R19 → =I$2
S15 → =CORREL($L$6:$L$500;L$6:L$500)
S16 → =CORREL($M$6:$M$500;L$6:L$500)
S17 → =CORREL($N$6:$N$500;L$6:L$500)
S18 → =CORREL($O$6:$O$500;L$6:L$500)
S19 → =CORREL($P$6:$P$500;L$6:L$500)
Copiar a coluna “S” nas colunas “T”, “U”, “V”, “W”

Figura 27: Planilha quase pronta

Fonte: O autor

Seguir a sequência final de montagem na planilha:

R21 → Variância =
S21 → =MATRIZ.MULT(MATRIZ.MULT (S12:W12;S15:W19);Y15:Y19)
R22 → Volatilidade =
S22 → =RAIZ(S21)
AD14 → PartXVol
Y15 → =TRANSPOR(S12:W12)
X7 → Soma
X8 → =SOMA(S8:W8)
R25 → Rentabilidade
S25 → =(DESLOC(B5;CONT.NÚM(B5:B500)-1;0)-B5)/B5
T25 → =(DESLOC(D5;CONT.NÚM(D5:D500)-1;0)-D5)/D5
U25 → =(DESLOC(F5;CONT.NÚM(F5:F500)-1;0)-F5)/F5
V25 → =(DESLOC(H5;CONT.NÚM(H5:H500)-1;0)-H5)/H5
W25→ =(DESLOC(J5;CONT.NÚM(J5:J500)-1;0)-J5)/J5
X24 → Carteira
X25 → =SOMARPRODUTO (S8:W8;S25:W25)/SOMA(S8:W8)

45
Figura 28: Planilha completa

Fonte: O autor

46
Cálculo do VaR - Value at Risk

Definimos os tipos de riscos que o mercado financeiro Uma das maneiras de medir este risco
é pela volatilidade, já vista anteriormente. Outra medida é por uma metodologia conhecida por
Value at Risk (VaR).

É uma metodologia que mede a perda percentual que uma carteira de investimentos está
sujeita, devido aos riscos de mercado. É uma estimativa de perda máxima potencial.

Esta metodologia foi desenvolvida pelo banco J.P.Morgan e sua primeira publicação foi em
um relatório, no qual o banco anunciou que a carteira que mantinha em tesouraria tinha um
VaR de 15 milhões de dólares, para variações diárias, com um grau de confiança de 95%.

Isto significa que a perda potencial do fundo é de US$ 15 milhões de um dia para outro. O
banco tem confiança de que em 95% dos dias, esta será a perda máxima. No entanto existe
5% de dias em que pode ocorrer uma perda maior.

Figura 29: Curva Normal das Perdas Diárias

5
%
Valor da Perda
diária
Fonte: O autor

As vantagens de se utilizar o VaR na mensuração do risco são:

47
• A volatilidade, usada na teoria de portifólio de Markowitz, usa o desvio padrão dos
retornos diários do ativo, enquanto o VaR fornece a perda financeira máxima provável;
• A teoria do portifólio é limitada ao risco de mercado enquanto o VaR pode ser adaptado
para cobrir riscos de crédito e de liquidez;
• O VaR pode ser calculado de diversas maneiras, dando flexibilidade ao cálculo, em
função das informações disponíveis;
• É possível utilizar o VaR considerando outros modelos de distribuição, não apenas o
normal;
• Fornece informações mais consistente do que a teoria do portifólio;

As desvantagens são:

• Ele não dá noção do tamanho das perdas que pode ocorrer na cauda da curva;
• O seu cálculo, em carteiras de investimento, tem que utilizar a volatilidade conjunta,
levando-se em consideração a correlação entre os papeis da carteira;
• Existem diferentes métodos de cálculos, cujos resultados não são iguais.

O método paramétrico, conhecido como método de variância-covariância, o VaR é calculado


como uma função da média e da variância dos retornos históricos, assumindo que a
distribuição é normal.

̅̅̅𝑝̅ − (𝑧). 𝜎]. 𝑉𝑝 ( 22 )


𝑉𝑎𝑅 = [𝑅

onde

̅𝑅̅̅𝑝̅ = 𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

(𝑧) = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟õ𝑒𝑠, 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑎𝑛ç𝑎

𝜎 = 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜𝑠 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

𝑉𝑝 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜

O método histórico é calculado se ordenando os retornos diários em ordem crescente e se


toma o percentil mais baixo da série, em relação ao nível de confiança, e observando o maior
desses retornos. Por exemplo, para calcular o VaR mensal com um nível de confiança de 95%
pegamos 100% - 95% = 5%, e calculamos o 5º percentil da distribuição de retorno mensal.

Outro método é o de Monte Carlo, que simula uma grande quantidade de cenários, alterando
parâmetros como inflação, juros, crises econômicas e outras, e simulando uma grande
quantidade de vezes, dez mil é um número típico. E com isto se determina o VaR pela
distribuição estatística dos diferentes resultantes das simulações. Este método não será visto.

Os valores do Var, calculando-se pelos diferentes métodos, dão resultados aproximados, mas
não iguais.

Geralmente se calcula o VaR percentual (VaR %) e depois se multiplica a porcentagem ao


valor investido no ativo (Vp), para se obter o valor em risco.

48
Construção da planilha de cálculo do VaR:

Duplique a aba “Volatilidade” clicando no triangulo invertido no canto direito da aba a ser
duplicada e em seguida escolha a opção “Duplicar”. Renomear a aba para “VaR 1”

Seguir a sequência de montagem na planilha:

C1 → BBAS3
G6 → Média dos Retornos Diários
I6 → =MÉDIA(D8:D500)
G9 → Desvio Padrão dos Retornos Diários
I9 → =DESVPADP(D86:D500)
G12 → Intervalo de Confiança %
I12 → =95%
G15 → Cálculo do Número de Desvios Padrão
I15 → =INV.NORMP(I12)
G18 → VaR % (Método Paramétrico)
I18 → =I6-(I9*I15)
G21 → VaR % (Método Histórico)
I21 → =PERCENTILE.EXC(D8:D500;1-I12)
G24 → Valor Investido
I24 → 100000
G27 → VaR (Método Paramétrico)
I27 → =I18*$I$24
G30 → VaR (Método Histórico)
I30 → =I21*$I$24

A função INV.NORMP fornece o número de desvio padrão, dado o Intervalo de Confiança. Na


Figura 30 é possível ver que para o intervalo de confiança de aproximadamente 95% (0,9495)
temos uma quantidade de desvio padrão (z) de 1,64. A função INV.NORMALP faz a mesma
coisa.

A função PERCENTILE.EXC ordena a série e calcula o percentil. O primeiro parâmetro é a


série e o segundo é a porcentagem de corte, no caso 1 – 0,95 (intervalo de confiança) o que
resulta em 5%.

49
Figura 30: Tabela de distribuição normal padrão acumulada monocaudal.

Fonte: http://me414-unicamp.github.io/aulas/slides/parte16/parte16.pdf

Após a montagem da sequência a planilha ficará desta maneira (Figura 31)

Figura 31: Planilha com o cálculo do Var

Fonte: O autor

50
Cálculo do VaR de uma Carteira

Para se calcular o VaR de uma carteira com vários ativos, será necessário calcular a
volatilidade de cada ativo, considerando o mesmo intervalo de tempo para todos os ativos, e
depois calcular a volatilidade do conjunto, levando-se em consideração a correlação entre
eles, conforme o visto no capítulo Volatilidade Conjunta.

Volatilidade para n ativos:

1 ⋯ 𝜌𝐴,𝑛 𝑤𝐴 𝜎𝐴
𝜎𝑝 = √[𝑤𝐴 𝜎𝐴 ⋯ 𝑤𝑛 𝜎𝑛 ] . [ ⋮ ⋱ ⋮ ] . [ ⋮ ] ( 23 )
𝜌𝑛,𝐴 ⋯ 1 𝑤𝑛 𝜎𝑛

O cálculo do VaR da carteira passa a ser:

̅̅̅𝑝̅ − (𝑧). 𝜎𝑝 ]. 𝑉𝑝 ( 24 )
𝑉𝑎𝑅 = [𝑅

Sendo:

̅𝑅̅̅𝑝̅ = ̅̅̅
𝑅𝐴 . 𝑤𝐴 + ̅̅̅̅
𝑅𝐵 . 𝑤𝐵 + ⋯ + ̅𝑅̅̅𝑛̅. 𝑤𝑛 ( 25 )

̅̅̅̅
𝑅𝑛 = 𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑝𝑒𝑙 𝑛 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

𝑧 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜

𝑉𝑝 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝐶𝑎𝑟𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎

51
Construção da planilha de cálculo do VaR de Carteira:

Duplique a aba “Vol Port ” clicando no triangulo invertido no canto direito da aba a ser duplicada
e em seguida escolha a opção “Duplicar”. Renomear a aba para “VaR 2”

A principal observação que se tem que fazer é referente ao cálculo da volatilidade, no intervalo
de S10:W10. Na planilha Markowitz 1 se faz o ajuste de desvio padrão diário para desvio
padrão do período, multiplicando o desvio padrão diário pela raiz da quantidade de dias uteis
do período.

σ𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑎𝑙 = σ𝑑𝑖𝑎𝑟𝑖𝑜. √n ( 26 )

No entanto como se está calculando o VaR diário, ou seja, o valor em risco em um dia, não
se deve multiplicar o desvio padrão pela raiz de n.

Seguir a sequência de montagem na planilha:

S9 → =DESVPADP(L6:L500)
Copiar S9 para T9:W9
R24 → Média
S24 → =MÉDIA(L6:L500)
Copiar S24 para T24:W24
X24 → =SOMARPRODUTO(S8:W8;S24:W24)/SOMA(S8:W8)
R26 → Intervalo de Confiança %
X26 → 95%
R28 → Cálculo do Número de Desvios Padrões
X28 → =INV.NORMP(X26)
R30 → VaR % (Método Paramétrico)
X30 → =X24-(X28*S22)
R32 → Valor Total da Carteira
X32 → 100000
R34 → VaR (Método Paramétrico)
X34 → =X32*X30

52
Após a montagem a planilha ficará assim:

Figura 32: Planilha com o cálculo do Var da Carteira

Fonte: O autor

53
Backtest

Backtest é um teste feito para validar modelos elaborados pelo gestor de ativos, sem o risco
de perdas reais.

Neste teste, se estabelece uma data base, se calcula o modelo com dados históricos
anteriores à esta data, e com estes resultados se compara e analisa o comportamento dos
ativos nas datas posteriores à data base.

Com isto é possível validar ou não o modelo, verificar as inconsistências e fazer testes com o
mercado sob stress (em datas específicas em que ocorreram crises).

Neste backtest será testado o VaR, mas o teste pode ser utilizado para validação de qualquer
tipo de modelo, seja financeiro, físico, de engenharia etc.

Para a montagem da planilha duplique a aba “VaR 1” clicando no triangulo invertido no canto
direito da aba a ser duplicada e em seguida escolha a opção “Duplicar”.

Renomear a nova aba para “Backtest”.

Seguir a sequência de montagem na planilha:

C1 → ITSA3
B4 → Data Base Teste
C4 → 02/01/2020
B6 → =GOOGLEFINANCE(C$1;C3;C4-C2;C4)
K3 → Data Início do Teste
L3 → 02/01/2020
K4 → Data Final do Teste
L4 → =HOJE()
K6 → =GOOGLEFINANCE(C$1;C$3;L3;L4)
M8 → =SE(ÉNÚM(L8);(L8-L7)/L7;"")
54
Copiar M8 de M9 até o final dos dados da coluna L
O24 → Quant. de cotações
Q24 → =CONT.NÚM(M8:M1000)
O26 → ="Quant. < "&TEXTO(I18;"0.00000%")&" (Param)"
Q26 → =CONT.SE(M8:M1000;"<"&TEXTO(I18;"0.00000%"))
O28 → % de Erros (Param)
Q28 → =Q26/$Q$24
O30 → ="Quant. < "&TEXTO(I21;"0.00000%")&" (Histor)"
Q30 → =CONT.SE(M8:M1000;"<"&TEXTO(I21;"0.00000%"))
O32 → % de Erros (Histor)
Q32 → =Q30/$Q$24
Ajustar a formatação da planilha

Montagem do histograma de frequência:

Marcar os intervalos de M8 até o final dos dados da coluna. Com o mouse escolha e
clique na célula M8 e arraste o mouse até o final dos dados. Este intervalo vai ficar em
marcado em cinza.

Na barra de comandos clicar em Inserir


No menu suspenso Gráficos
Vai ser gerado um gráfico qualquer e vai abrir um menu na lateral direita

No menu, na aba “Configurações”


Tipo de Gráfico: Histograma

Na aba “Personalizar”
Estilo de Gráfico:
Na aba Títulos
Texto do Título: Histograma de Frequência do Retorno Diário

55
Após a montagem a planilha ficará assim:

Figura 33: Planilha com o backtest do Var

Fonte: O autor

Montagem e interpretação do backtest.

Será estabelecido como data base a data de 02/01/2020, sendo calculado o modelo de VaR
com dados de até um ano antes desta data (todo ano de 2019), período que foi anterior à
pandemia, em um ano de crescimento no valor das ações e queda nas taxas de juros da
SELIC e do CDI (Figura 33).
Foi escolhida a ação da Itausa (ITSA3), mas este teste pode ser feito com qualquer ativo
(ações, fundos, renda fixa, bitcoin etc.).

Na coluna “I” temos o resultado do VaR, que foi calculado com data base de 02/01/2020,
“olhando-se para traz”, ou seja, nesta parte do teste, para estes cálculos, não foi utilizada
nenhuma informação posterior à data base. É como se estivéssemos exatamente neste dia.

Nas colunas K em diante já temos informações após a data base. O primeiro teste será feito
com todas as cotações entre 03/01/2020 e 03/12/2022, intervalo em que ocorreram três crises
consecutivas, nos três anos, a pandemia, o retorno da pandemia com nova cepa e a guerra
da Rússia com a Ucrânia. Foi uma época de muito stress para o mercado.

É possível verificar que temos um universo de 724 retornos diários. Destes, no teste
paramétrico, 50 retornos têm variações menores que -2,44181, que é o valor do VaR. Isto
representa 6,91% dos retornos diários. Foi estabelecido que o intervalo de confiança seria de
95%. Logo, apenas 5% dos retornos poderiam ser menores que o VaR.

Se o teste for feito com o VaR histórico o resultado melhora um pouco (6,08), mas continua
sendo superior ao limite estabelecido pelo intervalo de confiança.

56
A conclusão que chegamos é que em um período conturbado por crises, e o mercado sob
stress, o modelo de VaR, para a ação da Itausa, não consegue ser validado.

Poderíamos fazer inúmeros testes, alterando a empresas, em diversos segmentos de


mercado, testando para quais segmentos o modelo é valido e qual não.

Um segundo teste é mantendo-se todos os outros parâmetros constantes, o que é conhecido


em economia pelo termo “ceteris paribus”, alteramos a data de início do teste para 02/01/2021
e a Data Final do Teste para 02/01/2021. Com isto eliminamos duas das três crises, e
desestressamos o modelo.

Neste novo teste é possível ver que desestressando o modelo, este passa a ser valido, pois
os dois VaRs (4,88% e 4,47%) são menores que 5% (Figura 34).

Pode ocorrer que para alguns ativos ele continue invalido.

Figura 34: Planilha com o Novo backtest do Var

Fonte: O autor

57
Cálculo do Índice de Sharpe

O Índice Sharpe, foi criado pelo prêmio Nobel de Economia William Forsyth Sharpe. Suas
principais contribuições foram o Índice de Sharpe e o CAPM.

A ideia que está por traz deste índice é a de combinar a rentabilidade líquida de um ativo, ou
seja, a rentabilidade do ativo descontada a taxa de retorno de um investimento livre de risco,
e a volatilidade do ativo. Desta forma ele fornece uma medida no qual é possível comparar e
classificar diferentes ativos, principalmente fundos.

É descontada a rentabilidade de um ativo sem risco porque se é possível aplicar na CDI, livre
de risco, por que o investidor deve correr um risco sem obter retorno?

Sua fórmula permite ser utilizada em sistemas de otimização, assim como a de Markowitz, o
que gera portfolios ótimos.

𝑹𝑷𝒂𝒑𝒆𝒍 𝑨 – 𝑹𝑪𝑫𝑰
𝐼𝑺 = ( 27 )
𝝈𝑷𝒂𝒑𝒆𝒍 𝑨

Sendo

R Papel A = Rentabilidade do Ativo

R CDI = Rentabilidade do CDI

σ Papel A = Volatilidade do Ativo

Quanto maior for o valor do índice Sharpe, maior será o retorno do investimento com menor
risco. Isto porque a rentabilidade obtida foi conseguida correndo-se poucos riscos.

Quanto mais próximo de zero, menos interessante é a aplicação. É porque a rentabilidade foi
obtida às custas de muito risco ou porque apesar de baixo risco o investimento tem baixo
retorno.

58
Se o Índice Sharpe for negativo é melhor aplicar no CDI e não no ativo. O retorno (rendimento)
tem que ser maior que a taxa livre de risco.

Ao se analisar dois fundos, apenas pela rentabilidade, corre-se o risco de se escolher um


fundo de muito risco.

Não é aconselhável utilizar o Índice Sharpe para ativos de características diferentes. Ele
funciona bem para comparar performance x risco de ativos similares.

Para a montagem da planilha duplique a aba “Volatilidade” clicando no triangulo invertido no


canto direito da aba a ser duplicada e em seguida escolha a opção “Duplicar”. Renomear a
nova aba para “Sharpe”.

Seguir a sequência de montagem na planilha:

C1 → ITSA3
C2 → 365
F18 → ="Rentab. do período "&C1
H18 → =(DESLOC(C7;H12;0)-C7)/C7

F21 → Rentab. Anual CDI


H21 → 13,65%
F24 → Rentab. período CDI
H24 → =(((H21+1)^(C2/365))-1)
F27 → Sharpe
H27 → =(H18-H24)/H15
Ajustar a formatação da planilha

O ajuste da rentabilidade, na célula H24 é para calcular a taxa de juros equivalente do CDI,
no período especificado na célula C2, para ficar compatível com a rentabilidade da ação
calculada na célula H18.

Após a montagem da planilha, com a devida formatação, ela deverá ficar da seguinte maneira.

59
Figura 35: Planilha com o Índice de Sharpe calculado

Fonte: O autor

60
Cálculo do Índice de Treynor

O Índice Treynor, foi criado pelo Economista Jack Treynor e, da mesma forma que o Índice
de Sharpe ele relaciona a rentabilidade real com o risco. Mas ao invés de usar a volatilidade
como fator de risco, ele utiliza o beta.

𝑹𝑷𝒂𝒑𝒆𝒍 𝑨 – 𝑹𝑪𝑫𝑰
𝐼𝑇 = ( 28 )
𝜷𝑴𝒆𝒓𝒄𝒂𝒅𝒐

Sendo

R Papel A = Rentabilidade do Ativo

R CDI = Rentabilidade do CDI

ΒMercado= Beta do ativo x benchmark

O Beta procura avaliar as variações do retorno diário do ativo em relação à movimentos mais
amplos do mercado, para isso utiliza o Beta.

Um Beta baixo nos informa que o investimento foi menos volátil que o mercado logo o fundo
tem menos risco, mas também menos retorno que o benchmark. Um Beta alto informa que
um investimento tem um risco maior que o mercado, porém tem também um maior potencial
de retorno.

Ao se analisar dois fundos diferentes, um pode ter tido uma rentabilidade superior ao outro,
mas se o Treynor deste fundo também for maior que o do outro, significa que ele tem um nível
de risco maior que o de menor rentabilidade. Fica por conta da política de risco da instituição
e da política de investimento do gestor, a escolha do fundo a aplicar.

Para a montagem da planilha duplique a aba “Beta” clicando no triangulo invertido no canto
direito da aba a ser duplicada e em seguida escolha a opção “Duplicar”. Renomear a nova
aba para “Treynor”.

61
Seguir a sequência de montagem na planilha:

C1 → ITSA3
C2 → 365
K18 → =n
M18 → =CONT.NÚM(D8:D500)
K21 → ="Rentab. do período "&C1
M21 → =(DESLOC(C7;M18;0)-C7)/C7
K24 → Rentab. Anual CDI
M24 → 13,65%
K27 → Rentab. período CDI
M27 → =(((M24+1)^(C2/365))-1)
K30 → Treynor
M30 → =(M21-M27)/M15
Ajustar a formatação da planilha

Após a montagem da planilha ela deverá ficar da seguinte maneira.

Figura 36: Planilha com o Índice de Treynor calculado

Fonte: O autor

62
Cálculo de Dias Úteis Entre Datas

Um dos principais cálculos usados para as finanças é o número de dias uteis entre data. Este
cálculo deve levar em consideração os feriados, que podem ocorrer em dia útil ou não, o que
dificulta ainda mais.

Para tanto usa-se uma calculadora, na planilha google, que leva em conta o calendário de
dias uteis definido pela ANBIMA no site <http://www.anbima.com.br/feriados/feriados.asp>.

Para montá-lo será necessário importar cada uma das tabelas, ou importar o arquivo
“Calendario.txt” fornecido.

A sequência de montagem da calculadora de dias úteis:

Criar uma aba


Nesta nova aba seguir a sequência de comandos
Arquivo / Importar / aba Upload
Arrastar o arquivo “Calendario,txt” para o retângulo da aba Upload
Na opção “Importar Local” escolha a opção “Inserir Novas Páginas”

63
Figura 37: Opção Arquivo / Importar / aba Upload, com o arquivo selecionado

Fonte: O autor

Após a importação a aba criada deverá ter a seguinte imagem.

Figura 38: Importação concluída

Fonte: O autor

Formatar a planilha

A sequência de conclusão da planilha:

E1 → Fonte: http://www.anbima.com.br/feriados/feriados.asp
D3 → Data Inicial
D4 → Data Final
D5 → Dias Uteis
E5→ =DIATRABALHOTOTAL(F3;F4-1;$A$2:$A$763)
D6 → Dias Corridos
E6 → =F4-F3

64
Renomear a aba para “Dias”

A planilha ficará desta maneira:

Figura 39: Planilha de cálculo de feriados

Fonte: O autor

65
Investimentos de Renda Fixa

Investimentos de renda fixa são títulos que tem um retorno fixo (pré-fixado) ou indexado à
algum índice (pós-fixado), após um determinado espaço de tempo.

Estes títulos possuem regras especificas de remuneração, como prazos, pagamentos de juros
em período regulares, indexadores e outras condições.

Quanto a sua emissão eles podem ser classificados como:

• Títulos Públicos, que são emitidos pelos governos federal, estadual ou municipal.
• Títulos Privados, que são emitidos por empresas privadas ou por instituições
financeiras, podendo estas serem privadas, públicas ou de economia mista.

66
O valor do principal do papel, que é o valor que será devolvido ao investidor na data de
vencimento, é chamado de valor de face.

O prazo de vencimento do título é denominado de prazo de maturidade.

Os juros pagos, em prazos intermediários, são chamados de cupons.

Um título de renda fixa, emitido pelo governo ou pela empresa emissora (chamado mercado
primário), é raramente resgatado pelo emissor antes do seu prazo de maturidade. Caso os
investidores precisem resgatá-lo antes do prazo, deverão procurar alguém que queira comprar
o título (chamado mercado secundário).

Marcação na Curva: é o preço do título calculado dia a dia, levando-se em consideração a


taxa de juros que foi negociada no momento da compra do título. Calcula-se utilizando juros
compostos.

O preço de mercado é o valor de compra e de venda que está sendo negociado no mercado
secundário, e é regulado pela lei da oferta e da demanda, e não pelo valor de face do papel
nem pelo valor calculado pela marcação na curva. Dependendo do tipo de título e do prazo
de maturidade a diferença entre estes dois preços varia muito, podendo ter uma volatilidade
comparável com as das ações.

Figura 40: Valor de mercado do Título IPCA + 2035 nos últimos 5 anos

Fonte: https://statusinvest.com.br/tesouro/tesouro-ipca-2035

Os títulos normalmente são vendidos, tanto no mercado primário quanto no secundário, com
deságio, ou seja, por um valor menor que o de face. É neste deságio que estão embutidos os
riscos de mercado, de crédito, de liquidez, operacional e a taxa de juros que o mercado
estipula para o papel. No caso dos títulos pré-fixados a inflação é um dos maiores fatores que
influenciam o valor de deságio.

67
Títulos sem cupons. Neste caso não haverá pagamento de juros intermediários e o retorno
será definido pelo deságio aplicado sobre o valor de face.

Quanto a custódia dos títulos eles devem seguir as seguintes regras:

• Os títulos públicos estaduais e municipais assim como os títulos privados devem ser
custodiados na CETIP (Central de Liquidação e Custódia de Títulos Privados).
• Já os títulos públicos federais devem ser custodiados no SELIC (Sistema Especial de
Liquidação e Custódia).

68
Títulos Públicos

Existem diversos tipos de Títulos Públicos. Iremos descrever aqui apenas dos títulos públicos
federais.

Títulos Pré-fixado / LTN: São títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com uma taxa de juros
anual pré-fixada, sem pagamento de juros intermediários.

Títulos NTN-F: São títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com uma taxa de juros anual pré-
fixada e pagamento de juros semestrais (cupons).

Títulos indexados à taxa de câmbio / NTN-D: São títulos emitidos pelo Tesouro Nacional,
pós-fixado pela variação da cotação de venda do dólar.

Títulos indexados ao Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) / NTN-C: São títulos
emitidos pelo Tesouro Nacional, pós fixado pela variação do IGP-M, acrescido de juros em
base anual.

Títulos indexados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) / NTN-B:


São títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, pós-fixado pela variação do IPCA, acrescida de
juros em base anual.

Títulos indexados à taxa Selic / LFT: São títulos emitidos pelo Tesouro Nacional pós-fixado
pela taxa SELIC.

69
Títulos Pré-Fixado sem Cupom

LTN – Letra do Tesouro Nacional

É um título pré-fixados sem cupom. O valor de face do título é sempre calculado como um
múltiplo de R$ 1.000,00 e o seu resgate, no vencimento, será feito por este valor.

O preço do título a vista é chamado de Preço Unitário (PU). A rentabilidade é definida pelo
deságio conseguido para o PU. Esta rentabilidade é determinada em base anual para ano
com 252 dias úteis.

1.000
𝑃𝑈 = 𝑑𝑢 ( 29 )
(1+i)252

252
1.000 𝑑𝑢
𝑖=( ) ( 30 )
𝑃𝑈

Sendo:

PU = Preço unitário

i = Taxa de juros anual

du = Número de dias úteis entre a base de cálculo da PU e o vencimento

É comum os gestores negociarem a taxa de juros e os pontas de mesa calcularem o PU.

70
Montagem da planilha. Crie uma aba pressionando o botão +. Renomeie para “RF-Sem
Cupom”.

Seguindo a sequência de montagem da planilha:

B2 → Valor de Face
C2 → 1000
B3 → i (taxa de juros)
C3 → 12,75%
B4 → Data de Compra
C4 → 05/12/2022
B5 → Data de Vencim.
C5 → 01/10/2026
B6 → du (días úteis)
C6 → =DIATRABALHOTOTAL(C4;C5-1;Dias!$A$2:$A$763)
B7 → PU (Preço Unit)
C7 → =C2/(1+C3)^(C6/252)

E2 → Valor Face/PU Venda


F2 → 665,22
E3 → PU Compra
F3 → 632,18
E4 → Data de Compra
F4 → 01/08/2021
E5 → Data de Vencim./Venda
F5 → 25/04/2023
E6 → du (días úteis)
F6 → =DIATRABALHOTOTAL(F4;F5-1;Dias!$A$2:$A$763)
E7 → i (taxa de juros)
F7 → =(F2/F3)^(252/F6)-1

Formatar a planilha

A planilha ficará desta maneira:

Figura 41: Planilha de cálculo de Preço Unitário e da Taxa de Juros para títulos sem cupons

Fonte: O autor
71
A rentabilidade na venda de um título LTN sem cupom antecipado é dada pela fórmula:
252
𝑃𝑈𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑑𝑢
𝑖=( ) ( 31 )
𝑃𝑈𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎

Sendo:

PUcompra = Preço unitário de compra

PUvenda = Preço unitário de venda

du = Número de dias úteis entre a compra e a venda

Exemplo: Foi comprado em 05/12/2022, por um investidor, uma LTN de vencimento em 01/10

/2026 por uma taxa de 12,75. Qual o PU de compra?

Na tabela Cálculo de PU, com os estes dados, teremos o valor da PU de compra de R$ 632,18.

A LTN foi vendida em 25/04/2023 por 665,22; qual foi a taxa de juros obtida?

Com estes dados, na tabela de Cálculo do i, mais a PU de compra de R$ 632,18 temos a taxa
e juros calculada de 14,15%.

Com esta planilha já é possível simular uma característica comum dos Títulos de Renda Fixa:
Quanto maior for a taxa de juros, menor a preço unitário (PU). Se a venda ocorrer antes do
vencimento o investidor vai estar exposto à dois riscos, o de comprar caro e o de vender
barato. Este risco está na categoria de Risco de Mercado.

72
Títulos Pré-Fixado com Cupons

Aumenta-se a complexidade de cálculo do PU ou da taxa de juros, visto que para um cálculo


correto, tem que se trazer a valor presente todos os fluxos de caixa, ou seja, todos os
pagamentos de cupons além do pagamento do principal (valor de face).

𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 1.000+𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚


𝑃𝑈 = 𝑑𝑢1 + 𝑑𝑢2 +⋯+ 𝑑𝑢𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ( 32 )
(1+i) 252 (1+i) 252 (1+i) 252

Cupom = Valor de pagamento dos juros

du1 = Dias uteis entre a data de compra e o primeiro pagamento de cupom

du2 = Dias uteis entre a data de compra e o segundo pagamento de cupom

duvencimento = Dias uteis entre a data de compra e o vencimento do título

i = taxa de juros negociada

O valor dos cupons é calculado em função da taxa de juros nominal do papel. Se o título tiver
uma taxa nominal de 10% ao ano os valores de cupons semestrais serão

73
1
𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 = Valor de Face . (1 + i)2 ( 33 )
1
𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 = 1000 . (1 + 0,10)2 ( 34 )

𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 = 48,8088 ( 35 )

Dada a taxa de juros negociadas no mercado, se chega ao preço unitário construindo-se o


próximo modelo: Para a construção é necessário criar uma aba nova (+). Renomeá-la para
“RF-Com Cupom”.

Seguindo a sequência para a montagem da planilha de cálculo do PU:

A3 → Taxa de Juros Nominal


C3 → 10%
A4→ Data Base
D4 → Principal
F4 → Taxa a.a. (%)
J4 → Preço Compra (PU)
J5 → =SOMA(F7:F36)
A6 → Datas Pag
B6 → # DU
C6 → Cupons
D6 → Principal
E6 → Pagamentos
F6 → VPL
B7 → =SE(A7<>"";DIATRABALHOTOTAL($A$5;A7-1;Dias!$A$2:$A$763);"")
C7 → =SE(A7<>"";(($C$3+1)^(1/2)-1)*$D$5;"")
D7 → =SE(A7<>"";SE(A8="";$D$5;"");"")
E7 → =SE(A7<>"";C7+D7;"")
F7 → =SE(A7<>"";E7/(1+$F$5)^(B7/252);"")
Copiar as células B7:F7 de B8:F8 até B36:F36
Formatar a planilha

Preencher a planilha com os seguintes dados:

Compra de uma NTN-F com vencimento em 01/01/2027.

1) Preencher a Taxa de Juros Nominal com 10%.


2) Papel negociado em 12/12/2022. Campo Data Base.
3) No valor de Principal preencher com 1000.
4) A taxa negociada no momento de compra foi de 13,2180 %.
5) Após a data de negociação (12/12/2022) vencerão 9 cupons, ou seja, nas datas
01/01/2023, 01/07/2023, 01/01/2024, 01/07/2024, 01/01/2025, 01/07/2025,
01/01/2026, 01/07/2026 e 01/01/2027. Preencher com estas datas nas células A7:A15.

74
A planilha irá buscar os feriados automaticamente na aba “Dias”. Repare a referência na
fórmula da célula B7. Após a montagem da planilha a mesma ficará da seguinte forma:

Figura 42: Planilha de cálculo de PU para títulos com cupons

Fonte: O autor

Na planilha é possível ver que para uma taxa praticada pelo mercado de 13,2180% a.a. o
preço unitário de negociação (PU) é de R$ 949,69.

75
Duration

Duration é o tempo médio para que um investidor em renda fixa tenha o retorno do seu capital
aplicado. É o mesmo conceito de Pay Back usado em projetos.

Segundo Macaulay, é uma média ponderada de fluxo e prazo. Sua unidade é tempo, e é a
mesma unidade do prazo usado no cálculo de cada fluxo.

∑ 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 . 𝑑𝑢


𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 = ( 36 )
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑜 𝑇í𝑡𝑢𝑙𝑜

Sendo que:

𝑃𝑎𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑛
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 = 𝑑𝑢𝑛 ( 37 )
(1+i) 252

du = Prazo de pagamento de cada parcela

Pagamento = Valor de cada parcela de juros

Preço do Título = Valor pago na data de cálculo

i = Taxa de juros anual do mercado

Duration é uma medida de risco, visto que quanto menor o prazo, menor o risco. Nesta medida
leva-se em consideração todos os pagamentos intermediários, e seus respectivos prazos.
Este índice pode ser utilizado para comparar diferentes fundos de renda fixa. Os fundos de
menor Durations são os de menores riscos. É também utilizado na gestão de carteiras de
Renda Fixa, por mensurar a sensibilidade desta em relação às flutuações da taxa de juros.

Para títulos que não tem cupons, como as LTN, que não pagam juros intermediários, o
Duration é o prazo final do título. Convencionou-se que o Duration de títulos pós-fixados é
igual a um, pois estes não sofrem de risco de mercado.

76
Para a construção do modelo de cálculo é necessário duplicar a aba “RF-Com Cupom”.
Renomear a aba para “Duration-Com Cupom ”. Seguir a sequência de montagem:

G4 → Ʃ(#DU x VPL)
G5 → =SOMA(G7:G36)
G6 → # DU x VPL
G7 → =SE(A7<>"";B7*F7;"")
Copiar as células G7 de G8 até G36
J6 → Duration (du)
J7 → =SOMA(G7:G36)/SOMA(F7:F36)
J8 → Duration (anos)
J9 → =J7/252
Formatar a planilha

Exemplo de cálculo com a planilha do Duration de uma NTN-F com vencimento em


01/01/2027.

Se for o cálculo de uma data passada deve-se utilizar a taxa negociada de compra do papel
ou, caso não se tenha pode-se consultar na tabela “Taxa de negociação” no site da AMBIMA
(https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/taxas-de-titulos-publicos.htm). Entra-se, na
página inicial, com a data de negociação, no exemplo a data de 12/12/2022. O site só
possibilita o acesso dos últimos 5 dias uteis.

Na tabela apresentada, procurando-se pela data de vencimento do título se chega ao título


desejado (Figura 43). No campo “Taxa a.a. (%)” preencher com o valor obtido do site da
ANBIMA, que é de 13,2180.

Figura 43: Site da ANBIMA

Fonte: ANBIMA (https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/taxas-de-titulos-publicos.htm)

77
A planilha montada ficará assim:

Figura 44: Planilha preenchida com a Duration, para títulos com Cupons

Fonte: O autor

O preço de compra deste título, neste dia e com a taxa de 13,2180 é de R$ 949,69.

O valor da Duration é de 818,97 dias úteis, o equivalente a 3,25 anos. Este é o prazo médio
de retorno do investimento.

Para montar o modelo de Duration para renda fixa pré-fixada, sem cupom, deve-se duplicar a
planilha “Duration-Com Cupom ” e depois renomeá-la para “Duration-Sem Cupom ”.

Seguir a sequência de montagem:

Marcar a planilha da posição A8:G36.


Apagar usando o seguinte comando: Botão direito do mouse
Excluir Células / Excluir Células e deslocar para cima
Marcar a planilha da posição C6:C10
Apagar usando o seguinte comando: Botão direito do mouse
Excluir Células / Excluir Células e deslocar para cima
Marcar a planilha da posição A3:C3
Apagar usando o seguinte comando: Botão direito do mouse
Excluir Células / Excluir Células e deslocar para esquerda

B7→ =SE(A7<>"";DIATRABALHOTOTAL($A$5;A7-1;Dias!$A$2:$A$763);"")
D7→ =SE(A7<>"";$D$5;"")
E7→ =SE(A7<>"";D7;"")
F7→ =SE(A7<>"";E7/(1+$F$5)^(B7/252);"")
G7→ =SE(A7<>"";B7*F7;"")
J5 → =F7

78
J7 → =G7/F7
J9 → =J7/252
Formatar a planilha

Colocando-se os dados usados no capítulo “Títulos Pré-Fixado sem Cupom”.

Data Base: 05/12/2022

Data Pag.: 01/10/2026

Principal: 1000

Taxa: 12,75

Figura 45: Planilha preenchida com a Duration, para títulos sem cupom

Fonte: O autor

É possível ver nesta planilha que o Duration é 963 dias, o mesmo número de dias que o # DU
calculado.

79
Duration Modificada

O Duration modificado vai fornecer uma análise de sensibilidade de quanto que varia preço
unitário (PU) se a taxa de juros do mercado variar um determinado porcentual.

Este valor é aproximado, sendo que as diferenças serão tratadas na convexidade.

Já foi visto que existe uma correlação inversa entre a taxa de juros e o preço, logo para
mudanças positivas na taxa de juros vai diminuir o PU e vice-versa.

𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛
𝐷𝑀 = 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 (𝑎.𝑎,) ( 38 )

𝑃𝑈𝑛𝑜𝑣𝑜 = −𝐷𝑀 𝑥 ∆ 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑥 𝑃𝑈𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 ( 39 )

Sendo:

DM = Duration Modificada

∆ Taxa de Juros = Diferença na taxa de juros, geralmente calculada como 1%.

PUoriginal = Preço Unitário inicial

PUnovo = Novo Preço Unitário

Para a construção do modelo de cálculo é necessário duplicar a aba “Duration-Sem Cupom ”.


Renomear a aba para “Duration Mod-Sem Cupom ”. Seguir a sequência de montagem:

J10 → Duration Mod (%)


J11 → =J9/(1+F5)/100
J12 → = NOVO PU pelo DM

80
J13 → =-J11*100*1%*J5+J5
J14 → ="PU p/ "&TEXTO(F5+0,01;"0.00%")
J15 → =D5/((F5+1+1%)^(B7/252))
J16 → Dif. (R$)
J17 → =J15-J13
Formatar a planilha

A planilha, com os dados já implantados, irá parecer como a da Figura 46. Existe uma
diferença entre o valor pela marcação na curva (J15) e pelo Duration (J13) de R$ 0,45 por
título (J17).

Figura 46: Planilha preenchida com a Duration Modificada, para títulos sem cupom

Fonte: O autor

Fazendo o cálculo manualmente da Duration modificada:

Neste exemplo a LTN estava sendo negociada a 12,75% a.a. Seu valor de mercado (PU) é,
conforme calculado na célula J13:

1.000
𝑃𝑈𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 = 963 = 632,18 ( 40 )
1,1275252

Supondo que a taxa aumente em 1% e passe a 13,75% a.a. O novo valor de mercado passa
a ser, conforme calculado na célula J15:

1.000
𝑃𝑈𝑛𝑜𝑣𝑜 = 963 = 611,20 ( 41 )
1,1375252

A diferença real monetária entre os dois Pus é:

611,20 – 632,18 = -20,98 ( 42 )

81
O cálculo da diferença porcentual entre os dois é:

611,20 − 632,18
𝑥 100 = -3,32% ( 43 )
632,18

No entanto, calculando-se pela Duration modificada temos:

3,82
𝐷𝑀 = 1,1275 /100 = −3,39% ( 44 )

E a diferença porcentual é aproximadamente igual, mas não é exata.

3,39% ≅ 3,43% ( 45 )

Calculando o novo PU por Duration modificado temo, conforme calculado na célula J13:

𝑃𝑈𝑛𝑜𝑣𝑜 = −3,39%𝑥100𝑥1%𝑥632,18 + 632,18 = −21,43 + 632,18 = 610,75 ( 46 )

A diferença é de:

611,20 – 610,75 = R$ 0,45 ( 47 )

Esta diferença se dá devido à curva de PU x juros do título ser concava e a Duration ser uma
reta tangente a esta curva. Em somente um ponto elas se encontram, no ponto de PUoriginal
(Figura 47).

Figura 47: Curva de PU x juros do título e do Duration

Fonte: O autor

A diferença será tratada no capítulo convexidade.

Para o modelo de Duration modificado para títulos com cupons, basta duplicar o modelo
“Duration-Com Cupom ” e renomear a aba para “Duration Mod-Com Cupom ”. Seguir a
sequência de montagem:

H2 → % var. Taxa
H3 → 1%
H4 → Nova Taxa (%)

82
H5 → =F5+H3
H6 → Novo VPL
H7 → =SE(A7<>"";E7/(1+$H$5)^(B7/252);"")
Copiar a célula H7 de H8 até H36

J10 → Duration Mod (%)


J11 → =J9/(1+F5)/100
J12 → novo PU pelo DM
J13 → =-J11*100*H3*J5+J5
J14 → ="novo PU p/ "&TEXTO(H5;"0.00%")
J15 → =SOMA(H7:H36)
J16 → Dif. (R$)
J17 → =J15-J13
Formatar a planilha

A planilha, com os dados já implantados, irá parecer como a da Figura 48.

Figura 48: Planilha preenchida com a Duration modificada, para títulos com cupons

Fonte: O autor

83
Convexidade

Como visto anteriormente, o cálculo do novo PU, variando-se a taxa de juros, pode ser feito
aproximadamente pela Duration modificada. No entanto, este cálculo é aproximado, visto que
a curva de PU x juros, é concava e a Duration é uma reta tangente à primeira curva.

Para solucionar este problema se usa o cálculo da convexidade, que é a diferença porcentual
da segunda derivada da equação do preço x juros. Esta derivada, para todos os cupons do
investimento de valores iguais, pode ser dada pela equação:

𝑑𝑢 𝑑𝑢
1 𝐹𝐶𝑘 𝑥 ( 𝑘 )𝑥( 𝑘 +1)
𝑛 252 252
𝐶𝑣 = (1+𝑦)2
[∑𝑘=1 𝐹𝐶
] ( 48 )

Sendo:

y = nova taxa de juros de compra

FCk = fluxo de caixa de cada parcela com a nova taxa

du = número de dias uteis entre a data base de cálculo e as datas de pagamento

FC = fluxo de caixa do título original = PUoriginal

Após o cálculo da convexidade é necessário calcular a diferença que ocorreu. Esta diferença
é dada pela fórmula:

𝐶𝑣 𝑥 ∆𝑖% 2 𝑥 𝑃𝑈𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐷𝑖𝑓 = 2
( 49 )

Sendo:

Cv = Convexidade

Δi = Diferença de taxa de juros

PUoriginal = Preço unitário original

84
Para a montagem do modelo será utilizada uma duplicação da aba “Duration Mod-Sem
Cupom”. Após a duplicação renomear a cópia para “Convexidade-Sem Cupom”. Seguir a
sequência de montagem:

H2 → % var. Taxa
H3 → 1%
H4 → Nova Taxa (%)
H5 → =F5+H3
H6 → Novo VPL
H7 → =SE(A7<>"";E7/(1+$H$5)^(B7/252);"")
I6 → VPL x du/252.
I7 → =SE(A7<>"";F7*(B7/252)*(B7/252+1);"")
J18 → Convexidade
J19 → =(1/(H5+1)^2)*SOMA(I7:I36)/J5
J20 → Dif. (Convex)
J21 → =J19*H3^2*J5/2
J22 → PU DM Corrigido
J23→ =J13+J21
Formatar a planilha

A planilha, com os dados já implantados, irá parecer como a apresentada a seguir.

Figura 49: Planilha preenchida com a convexidade, para títulos sem cupons

Fonte: O autor
85
Com os dados do capítulo anterior, para corrigir a diferença de R$ 0,45 se calcula a
convexidade.

963 963
1 632,18𝑥 ( )𝑥( +1)
252 252
𝐶𝑣 = (1+0,1375)2 [ 632,18
] = 14,24 ( 50 )

A seguir se calcula a diferença:

14,24 𝑥 1% 2 𝑥 632,18
𝐷𝑖𝑓 = = 0,45 ( 51 )
2

É possível ver que ainda vai existir um erro na quarta casa decimal.

O cálculo do valor da PU pelo Duration modificada, com correção pela convexidade fica:

𝑃𝑈𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 = 610,75 + 0,45 = 611,20 ( 52 )

Para a montagem do modelo para títulos com cupons iremos duplicar a aba “Duration Mod-
Com Cupom”. Após renomeamos a cópia para “Convexidade-Com Cupom”.

Seguimos a seguinte sequência de alterações na aba.

I6 → Pag x du/252.
I7 → =SE(A7<>"";F7*(B7/252)*(B7/252+1);"")
Copia-se as células I7 para I8 até I36
J18 → Convexidade
J19 → =(1/(H5+1)^2)*SOMA(I7:I36)/J5
J20 → Dif. (Convex)
J21 → =0,5*J19*H3^2*J5
J22 → PU DM Corrigido
J23 → =J13+J21
Formatar a planilha

86
A planilha ficará da seguinte forma:

Figura 50: Planilha preenchida com a convexidade, para títulos com cupons

Fonte: O autor

É possível ver que no campo “PU DM Corrigido” tem o cálculo do novo PU calculado pela
Duration modificada e corrigida pela convexidade, que bate com o valor calculado no campo
“novo PU p/ 14,22%.” Existirá uma diferença na quarta casa decimal.

87
Considerações Finais

Nesta apostila e na anterior foram apresentadas várias técnicas e modelos de análise de


ativos e dos riscos destes. No entanto não foi apresentada a principal técnica a ser aplicada
pelos analistas e gestores, a humildade. Não conhecemos o futuro e as previsões são como
enxergar uma estrada em um dia de muito nevoeiro. As vezes conseguimos ver os obstáculos
a frente, as vezes não.

Para ilustrar temos o caso dos dois ganhadores do prêmio Nobel de 1997, Myron Scholes e
Robert Merton, que desenvolveram junto com Fisher Black o modelo de Black-Scholes, de
precificação de opções, e se uniram para montar um fundo, o LTCM – Long Term Capital
Management (Infomoney, 2022).

Além dos dois laureados, ainda participava da equipe um ex-presidente do Federal Reserve
de Nova York, David Mullins, e um ex-vice chairman do Salomon Brothers, John Meriwether.
Dificilmente se teria uma equipe tão qualificada na gestão de um fundo.

Com esta equipe o fundo passou a ser um dos mais respeitado do mundo, além de obter taxas
de retorno anuais próximas de 40% ao ano, em dólar.

Em 1998 ocorreu a crise Russa, que deu um calote na sua dívida externa. O mercado reagiu
e os investidores procuraram liquidar imediatamente os seus ativos de risco, migrando para
os Treasures (títulos do governo americano), em busca de segurança.

Este movimento derrubou o mercado e o LTCM foi obrigado a liquidar suas posições para
saldar os resgates, o que derrubou ainda mais o mercado. O Fed conseguiu articular um
movimento de recompra de riscos pelos bancos, o que evitou a quebra imediata do fundo,
mas em 2000 o LTCM acabou sendo liquidado.

A pior atitude é o excesso de confiança e a arrogância de imaginar que tudo se sabe. O futuro
não é totalmente previsível, ele pode ser administrável. E no meio tempo pode acontecer
cisnes negros.

Nassim Taleb (2015), no seu livro A Lógica do Cisne Negro, define como Cisne Negro os
eventos não esperados e aleatórios que ocorrem periodicamente.

88
Figura 51: Cisnes Negro na Nova Zelândia

Fonte: Foto do autor

O motivo do termo foi porque na Europa existiam apenas cisnes brancos. Nunca imaginaram
que pudesse existir cisnes negros. Quando a Inglaterra colonizou a Australia e a Nova
Zelândia, descobriu que os cisnes negros existiam. Foi um evento não esperado.

Figura 52: Volatilidade do Índice Dow Jones 1920 – 2020 – 100 anos

VOLATILIDADE DE 252 DIAS - DJIA


70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
12/20
12/24
12/28
12/32
12/36
12/40
12/44
12/48
12/52
12/56
12/60
12/64
12/68
12/72
12/76
12/80
12/84
12/88
12/92
12/96
12/00
12/04
12/08
12/12
12/16
12/20

Fonte: O autor

Segundo Taleb (2015) a normalidade é a ocorrência periódica de crises, como é possível ver
na Figura 52, no gráfico de volatilidade do Índice Dow Jones. A volatilidade foi calculada
diariamente, com a volatilidade diária móvel de 252 dias, pelos 100 anos. Toda vez que
ocorreu um pico de volatilidade, mesmo que pequena, foi porque ocorreu algum cisne negro
(crise).

Os nossos avós já falavam para não por todos os ovos na mesma cesta. E eles estavam
certos. As melhores estratégias são a diversificação de investimentos, selecionando ativos
descorrelacionados, políticas de gestão de risco bem definidas e um controle dos riscos
constante.

89
Referências Bibliográficas

ALVES, T. Caçadores de risco ou avessos ao risco? CVM. Disponível em


https://pensologoinvisto.cvm.gov.br/cacadores-de-risco-ou-avessos-ao-risco/>. Acesso em
21/11/2022.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução nº 2.554. Disponível em <


https://wwwbcb.gov.br/pre/normativos/res/1998/pdf/res_2554_v3_P.pdf>. Acesso em
25/11/2022.

BERGER, B.; PESSALI, H. F. A teoria da perspectiva e as mudanças de preferência no


mainstream: um prospecto Lakatoseano Disponível em
<https://www.scielo.br/j/rep/a/YzzQHMNXdjmX4vNF75fBHQb/?lang=pt&format=pdf>. Acesso
em 21/11/2022.

CAETANO M. A. L. Análise de Risco em Aplicações Financeiras. Editora Blucher. 2017.

DAMODARAN, A. Gestão Estratégica do Risco: Uma Referência para a Tomada de Riscos


Empresariais. Editora LTC. 2007.

DAMODARAN, A. Valuation - Como Avaliar Empresas e Escolher as Melhores Ações. Editora


LTC. 2012.

FERREIRA, M. Cross-country differences in risk attitudes towards financial investment.


Disponível em <https://cepr.org/voxeu/columns/cross-country-differences-risk-attitudes-
towards-financial-investment>. Acesso em 21/11/2022.

INFOMONEY. Personagens do Mercado: Merton e Scholes, o Nobel por trás da queda do


LTCM. Disponível em <https://www.infomoney.com.br/mercados/personagens-do-mercado-
merton-e-scholes-o-nobel-por-tras-da-queda-do-ltcm/>. Acesso em 2022.

ING ING International Survey. Disponível em <https://think.ing.com/consumer/ing-


international-survey>. Acesso em 10/12/2022.

KAHNEMAN D., TVERSKY, A. Prospect Theory: An Analysis of Decision Under Risk, 1979.

90
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2b930a/recent-activity/shares/>. Acesso em 10/12/2022.

TALEB N. A Lógica do Cisne Negro: O impacto do altamente improvável. Editora Best


Business. 2015.

91
Alguns Endereços de Internet

http://www.anbima.com.br

https://www.infomoney.com.br/onde-investir/como-avaliar-os-riscos-de-cada-titulo-do-
https://www.tesourodireto.com.br/mercado-de-titulos-publicos.htm

https://www.tesourotransparente.gov.br/ckan/dataset/taxas-dos-titulos-ofertados-pelo-
tesouro-direto/resource/796d2059-14e9-44e3-80c9-2d9e30b405c1?inner_span=True

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