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DE RISCOS
Tatiane Antonovz
Harry Markowitz
e o nascimento da
Teoria da Carteira
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A contribuição da Teoria da Carteira ou do Portfólio, de Harry Mar
kowitz, foi essencial para a criação do conceito de maximização do
retorno esperado, considerando o nível aceitável de risco para um
investidor, determinado por seu perfil. Compreender como os ativos
relacionam-se, dados de mercado, situações de performance futura e
como a correlação entre ativos diminui os riscos são questões essenciais
para definir uma carteira ótima de investimentos. Afinal, a diversificação
de ativos dilui o risco individual e satisfaz os interesses de diferentes
perfis de investidores.
Neste capítulo, você verá os conceitos relativos à Teoria da Car-
teira e sua relação com os tipos de risco, além de suas estratégias de
investimento.
Essa teoria tem como base com o entendimento de que é necessário experiência
do observador em relação aos fundos que serão analisados e envolve a avaliação da
performance futura dos títulos da carteira.
A diversificação pode ser compreendida como uma técnica que auxilia na diluição de
riscos e também na maximização de ganhos. Por meio dela, são alocados recursos em
diferentes ativos, com distintas características de risco, buscando evitar que o eventual
desempenho negativo de um determinado ativo traga maiores perdas ao investidor.
Com base nos dados do mesmo período, ou seja, de 1900 a 2008, observa-se
que as letras do Tesouro são aquelas que possuem uma menor variabilidade,
sendo seguidas pelas obrigações do Tesouro e, por fim, pelas ações.
Leia mais sobre o risco de uma carteira no artigo Teoria de Markowitz (Teoria da Carteira)
e a fronteira eficiente disponível no link a seguir.
https://goo.gl/tKCC3k
onde
σ = desvio-padrão;
n = número de títulos.
A Figura 4 apresenta uma situação em que todos os riscos são específicos
à empresa, e na qual a diversificação será capaz de levar o risco para níveis
mais baixos, reduzindo-o significativamente. Note que, quanto maior o número
de títulos, menor o desvio-padrão (que é uma medida de risco).
Nessa situação, caso um investidor tenha seu dinheiro aplicado em uma
única empresa, o risco específico será muito importante e poderá afetar os
retornos de forma expressiva.
O risco específico, também conhecido como risco não sistemático, residual
ou risco diversificável, é aquele decorrente dos perigos que uma empresa está
sujeita de forma individual, e sob os quais ela consegue atuar e agir na busca
por sua redução ou eliminação.
No entanto, existe também o risco que não pode ser evitado, também
chamado de risco de mercado, risco sistemático ou, ainda, risco de negócio
de forma geral.
Essa situação é demonstrada na Figura 5, e é o risco que sobra após a
diversificação. Este é o risco sistemático atribuível a fontes do mercado em
geral, não sendo possível de eliminação por meio da diversificação.
onde:
σ = desvio-padrão;
n = número de títulos.
A Figura 7 demonstra que, quando existe uma considerável fonte de risco
de mercado afetando todas as empresas, mesmo com uma ampla diversificação,
não é possível eliminar todo o risco.
Nessa circunstância, para construir uma carteira ótima, de acordo com a
teoria preconizada por Markowitz, é preciso entender como as incertezas dos
retornos interagem, o que é feito pela covariância e correlação. Essas duas
medidas permitem entender a quantificação da correlação entre os ativos, ou
seja, mensurar o quanto eles são relacionados.
A correlação é uma medida estatística de relação entre séries ou números
que representam dados de qualquer tipo. Variando entre −1 e +1, o coeficiente
de correlação demonstra como um ativo X se comporta frente a um ativo Y:
se ela for zero, significa que não existe relação entre os ativos; se for positiva,
quer dizer que os retornos dos ativos se movimentam na mesma direção; se
for negativa, expressa que os retornos se movimentam em direções opostas.
E, se o coeficiente corresponder a -1 ou +1, diz-se que existe uma correlação
perfeita entre os ativos, ou seja, seus retornos movimentam-se de forma
100% similar ao longo do tempo. Se for −1, os ativos estão negativamente
relacionados, movimentando-se em direção opostas, assim, quando um cai,
o outro sobe.
Para Markowitz, é preciso relacionar o grau de correlação entre os retornos
dos ativos e combinar aqueles que possuem correlações baixas. Afinal, ativos
com correlações baixas possuem uma menor probabilidade de variar na mesma
direção, o que permitiria a formação de uma carteira com um menor desvio-
-padrão e, por consequência, uma diminuição geral do risco.
A covariância, assim como a correlação, visa compreender como deter-
minados ativos covariam ou correlacionam-se. Segundo Assaf Neto e Lima
(2014), elas medem como duas variáveis, X e Y, movimentam-se em relação
aos seus valores médios.
Na fronteira eficiente, deve-se selecionar uma carteira que apresenta, para um de-
terminado retorno, o menor risco envolvido possível. Com isso, cada uma dessas
carteiras com mais de um ativo poderá apresentar diferentes combinações elevando
significativamente o número de carteiras possíveis a serem formadas. Logo, quando
se considera mais ativos em uma carteira, verifica-se uma presença quase infinita de
alternativas de investimentos.
Para Assaf Neto e Lima (2014), essa alocação eficiente pode ser entendida
sob dois aspectos:
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
BREALEY, R. A.; MYERS, S. C.; ALLEN, F. Princípios de finanças corporativas. 10. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2013.
WLADEMIR. Teoria de Markowitz (teoria da carteira) e a fronteira eficiente. [S.l.]: WR Prates,
2016. Disponível em: <http://www.wrprates.com/teoria-de-markowitz-teoria-da-
-carteira-e-a-fronteira-eficiente/>. Acesso em: 16 jan. 2018.
Leituras recomendadas
HIGGINS, R. C. Análise para administração financeira. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
ROSS, S. A. et al. Administração financeira. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
SECURATO, J. R. Decisões financeiras em condições de risco. 2. ed. São Paulo: Saint Paul,
2012.