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RISCOS
Tatiane Antonovz
Relação risco e retorno
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O entendimento da relação do risco e retorno é essencial para inves-
tidores e organizações financeiras que captam recursos financeiros.
Cabe ao tomador de decisão procurar aquela relação que maximize o
seu valor investido. Para isso, existem diferentes opções no mercado que
combinam risco e retorno e que podem ser compatibilizadas com variados
perfis relacionados ao próprio ciclo de vida pessoal do investidor. Esses
investidores também precisam compreender que é possível e necessário
comparar investimentos, títulos com maior e menor exposição ao risco
e outros fatores essenciais ao processo decisório.
Neste capítulo, você vai estudar a relação risco e retorno. Além disso,
vai discutir os diferentes perfis de investidores e também de investimentos.
Risco e retorno
Você já deve ter observado que no mercado financeiro o risco dos investimentos
é um fator tão importante para os investidores quanto o retorno esperado em
relação aos ativos.
2 Relação risco e retorno
esperado. Dessa forma, se pode decidir qual dos investimentos é o mais atrativo
levando em consideração a relação risco/retorno, conforme a Figura 2.
O processo decisório
A escolha por um investimento é realizada por meio de um processo decisório
que tem diferentes etapas. Por meio dessas etapas, são tratadas questões como a
busca pela diminuição dos riscos e a obtenção dos melhores retornos possíveis.
Para a definição de uma política de investimentos, não basta conhecer apenas
o retorno dos investimentos. É necessário também conhecer o risco envolvido,
como este influencia o valor do investimento ao longo do tempo e, por conse-
quência, as decisões dos investidores, que naturalmente buscam alternativas
para mitigação dos riscos. Afinal, existem diferentes tipos de investimento
disponíveis no mercado, cada um com uma combinação de risco e retorno.
A fim de formar um cenário que permita ilustrar essa situação, Ross et al.
(2015) apresenta o exemplo a seguir (Quadro 1). Esse exemplo é baseado na
rentabilidade média dos retornos anuais ocorridos em determinado período
considerando as cinco principais aplicações do mercado americano e seus
respectivos riscos (desvio padrão).
Alternativas de
investimento Média dos retornos Desvio padrão
Alternativas de
investimento Média dos retornos Desvio padrão
Carteira de ações de 11,8% 20,3
grandes empresas
Letras do Tesouro dos 3,6% 3,1
Estados Unidos
O perfil do investidor
Gitman e Joehnk (2005) criaram um conceito relacionado ao ciclo de vida
para definir o perfil dos investidores. Com base nessa ideia, eles pretendem
mostrar como os investidores se comportam na busca por alternativas de
investimento. Para os autores, é comum que os investidores sigam filosofias
diferenciadas à medida que passam por fases em seu ciclo de vida. Com esse
raciocínio, os investidores tendem a ser mais agressivos quando são jovens e
mais conservadores à medida que envelhecem, como você pode ver no Quadro
3. Assim, pode-se dizer que os investidores passam pelas seguintes fases:
Próximos da
aposentadoria
Jovens Meia idade (de 61 anos
(até 45 anos) (entre 46 e 60 anos) em diante)
Existe ainda outra forma de classificação que liga o perfil dos investidores
a possíveis estratégias. Assim, os investidores são classificados como conser-
vadores, dinâmicos ou agressivos. Porém, você deve se lembrar de que, assim
como no ciclo de vida, tanto o perfil quanto a estratégia podem mudar ao
longo da vida do investidor. Afinal, esses fatores estão atrelados a mudanças
como aumentos de salário, nascimento de filhos, aposentadoria, entre outros.
O perfil de investidor denominado conservador busca segurança para seus
investimentos. Assim, investidores com esse perfil procuram manter um alto
percentual em renda fixa, além de alguma parte do capital em renda variável.
Também costumam apostar em investimentos de curto prazo, considerando
que podem precisar dos recursos e não querem ter perdas motivadas por re-
tiradas antecipadas ou ainda pela carência que existe em algumas aplicações
de longo prazo.
Já o perfil moderado é aquele que busca certo equilíbrio, investindo tanto
em títulos de renda fixa como de renda variável, mas ainda assim buscando
retornos acima da média. Esse investidor busca fundos de investimentos com
risco mínimo a moderado, como aqueles provenientes de renda fixa e fundos
balanceados.
Por fim, o perfil dinâmico, também denominado arrojado ou agressivo, é
aquele em que o investidor concentra a maior parte de sua renda em aplicações
de renda variável, de médio e longo prazo. Essas aplicações têm mais potencial
para gerar maiores retornos – ainda que associados a maiores riscos, mas
podendo proporcionar o rendimento desejado por esse perfil.
Tipos de investimentos
Segundo Gitman e Joehnk (2005), as instituições financeiras competem entre
si pelo uso dos recursos dos investidores. Sai ganhadora aquela que oferecer
melhor benefício do que as concorrentes. Entre esses benefícios estão os
melhores retornos com os menores riscos, entre outras questões que podem
levar um determinado perfil de investidor a decidir positivamente por certo
tipo de investimento.
Porém, você precisa se lembrar de que os investidores são diferentes e
julgam os tipos de investimentos com critérios diferenciados de escolha.
Entre esses investimentos, existem aqueles “praticamente” certos, como a
poupança, que oferece baixo retorno porém com risco quase nulo. Por outro
lado, há aqueles que podem triplicar o valor investido, entretanto com um
risco bastante alto em relação aos recursos. Com isso, pode-se afirmar que
Relação risco e retorno 9
Tipo de
investimento Vantagens Desvantagens
Caderneta de Poupança;
Títulos Públicos;
Certificados de Depósito Bancário (CDB);
Letras de Crédito (LCI e LCA);
Fundos de Renda Fixa;
Debêntures.
A ótica do tempo também pode ser utilizada para a classificação dos investimentos.
Estes podem ser classificados como de curto e longo prazos. Os investimentos de
curto prazo são aqueles que possuem vencimento ou ainda resgate em um período
de até um ano. Os definidos como de longo prazo possuem vencimentos mais longos,
ou em muitos casos não possuem data para sua expiração, como as ações ordinárias,
sem data para seu resgate.
Leituras recomendadas
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
HIGGINS, R. C. Análise para administração financeira. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
SECURATO, J. R. Decisões financeiras em condições de risco. 2. ed. São Paulo: Saint Paul, 2012.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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