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Licenciatura
Gestão Bancaria e de Seguros
Cadeira Semestral
Analise e Gestão de Risco – 3º Ano
Docente
MSc Rui Malaquias
Modalidade Lectiva
Aulas Teóricas e Praticas
Metodologia de Avaliação
Objectivos
O programa da disciplina de Analise e Gestão de Risco, tem como objectivo
fundamental, prover conhecimento estruturado sobre o risco de aplicação em ativos
financeiros, conhecer as fontes destes riscos, como mensura-los e como mitiga-los para
garantir a máxima segurança (possível) para as decisões de investimento.. Por outro
lado, tenta fornecer um conjunto de ferramentas para avaliação do Portfolio de
Investimentos em Activos Financeiros, de forma a ilustrar o investimento mais vantajoso
(maior retorno e menor risco).
No final do semestre os estudantes deveram ser capazes de:
a. Perceber o conceito de risco associado aos ativos e a carteira de ativos e as suas
condicionantes;
b. Perceber a ligação entre risco e retorno e sua influencia na tomada de decisão
dos investimentos financeiros;
c. Perceber a importância do perfil do investidor e sua influencia na decisão de
investimento:
d. Comparar e avaliar Carteiras de Investimento, através risco e retorno, ter a
capacidade de optar pela melhor opção de investimento.
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Bibliografia
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5. Gestão de Carteiras
Esta parte da matéria será sustentada pela ideia da incorporação do factor risco
ou incerteza às decisões de investimento, portanto trataremos de estudar a interacção
de risco e retorno dos investimentos, dai nos surge a necessidade da especificar uma
metodologia de medição do risco e do retorno de activos contingentes, activos
contingentes são activos que dependem de factores internos e/ou externos.
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O justo valor do activo financeiro pode ser determinado quando são conhecidos
antecipadamente determinados factores, sendo que depois de conhecidos é possível
saber o justo valor ou o valor do activo financeiro. Os factores apara determinação do
justo valor do activo financeiro são:
Neste contexto, caso estes factores não poderem ser conhecidos, estaremos em
presença efectiva de risco ou incerteza sobre os retornos gerados pelo activo financeiro,
ou seja, estaremos perante um activo com risco. Por outro lado, obviamente, estaremos
perante um activo isento de risco quando os factores supra citados forem plenamente
conhecidos.
5.1 Retorno
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Rendimento ou a taxa de rentabilidade que o investidor deixou de obter, caso investisse em determinado activo, pelo facto de ter
escolhido investir no activo em carteira.
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Assim cada estado da natureza, que aqui deverá corresponder a uma etapa ou
período económico, deve ter obrigatoriamente, à si associada, uma probabilidade de
ocorrência conhecida, com um determinado limite temporal, compreendido
normalmente por 1 ano, para cada um destes estados da natureza ou etapas da
economia, deverá existir uma taxa de retorno do activo.
A taxa de retorno esperada equivale ao valor esperado da taxa de retorno dos activos
r
associado à mesma distribuição de probabilidade, é designada por A e será calculada
através do cálculo da média ponderada das taxas de retorno associadas a cada estado
r
da natureza ( Ai), cujo ponderador é igual a taxa de probabilidade de ocorrência deste
p
estado da natureza ( i).
Assim teremos:
Activo A:
RA = (-10%) x 5% + (-7,5%) x 10% + 0% x 20% + (5%) x 30% + (10%) x 20% + (15%) x 10%
+ (25%) x 5% = 5,0%
´
Activo B
RB = (-15%) x 5% + (-5%) x 10% + 0% x 20% + (5%) x 30% + (10%) x 20% + (20%) x 10% +
(40%) x 5% = 6,25%
O valor de uma carteira com dois activos é achado através da peso ou da ponderação
que cada um dos activos têm na carteira, ou seja, a percentagem que cada activo detêm
na carteira, sendo que o somatório deste percentual será o valor total da carteira
perfazendo a unidade ou 100%.
WP = WA + W B
Sendo a ponderação ou peso que cada activo tem na carteira dado por:
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Wa = WA/ WP e Wb = WB/ WP ou Wb = 1 - Wa
Assim sendo teremos: WP = WA + WB + WC + WD+……. WJ,t
Por definição o retorno de uma carteira de activos com risco depende do valor desta
carteira numa data futura, mas tratando-se de uma carteira com activos contingentes,
o seu depende dos estados da natureza especificados.
Ex.1 Dando seguimento ao exemplo anterior, havendo uma carteira com dois activos A
e B, o retorno da carteira (P), com duração do investimento de 1 ano, tendo carteira sido
criada no momento inicial 0, com os activos com a mesma percentagem na carteira,
Ao passo que o retorno esperada RP, da mesma carteira, será dada pela seguinte
expressão:
Em sentido lato um activo exibe risco sempre que o investimento neste activo seja
susceptível de gerar mais de um resultado, neste caso, a componente incerteza é
fundamental pois, a partir do momento em que há incerteza quanto ao retorno do
investimento no activo estaremos em presença do risco.
Por outro lado, numa óptica menos restritiva, o risco pode definir-se em função da
probabilidade da taxa de retorno num investimento obtida a posteriori se desviar da
taxa de retorno esperada a priori no momento em que o investimento é efectuado.
Para a medição ou quantificação deste risco, para que o investidor tenha noção exacta
do nível de risco do seu investimento, é usada, no âmbito da teoria financeira, uma
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Para a efectiva medição do risco do activo ou amplitude dos desvios do retorno efectivo
Activo A
Tabela 2
1 2 3 4 5
Estados da Natureza pi ra (ra - RA) (ra - RA)² 1x4
1. Recessão Profunda 0,05 -0,10 -0,15 0,02250 0,001125
2. Recessão Moderada 0,10 -0,075 -0,125 0,01563 0,001563
3. Recessão Tímida 0,20 0,00 -0,05 0,00250 0,000500
4. Estagnação 0,30 0,05 0,0 0,00000 0,000000
5. Expansão Tímida 0,20 0,10 0,05 0,00250 0,000500
6. Expansão Moderada 0,10 0,15 0,10 0,01000 0,001000
7. Expansão Acentuada 0,05 0,25 0,20 0,04000 0,002000
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100% 0,00669
Activo B
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aquele seja mais sensível aos estados da natureza extremos, pois vejamos, em recessão
profunda o activo B desvaloriza-se 15% ao passo que o activo A desvaloriza-se 10%, no
extremo oposto, no estado de expansão acentuada o activo B atinge um retorno 40%
enquanto o activo A cifra-se em 25%. Pelo facto do activo B apresentar maior dispersão,
para os dois lados, a sua variação é mais acentuada nos estados da natureza extremos.
O risco de uma carteira com vários activos é calculado depois de ser encontrada a co-
variância (бAB) entre as variáveis ou entre as taxas de retorno dos activos A e B, que é
uma medida do grau relação linear entre as variáveis, ou seja a ela determina se há co-
movimentação das taxas de retorno dos activos e diz-nos também se esta correlação é
positiva, negativa ou nula.
Se as duas variáveis estiverem acima das suas respectivas médias, o que é o mesmo que
dizer que se as o retorno efectivo dos activos estiver acima do retorno esperado então
estaremos em presença de uma correlação ou co-variância positiva. Por outro lado se
uma das variáveis estiver abaixo das sua média e outra acima, estaremos em presença
de uma correlação ou co-variância negativa. A co-variância é nula caso as variáveis
forem independentes entre si.
A fórmula de cálculo da co-variância é a seguinte:
1 2 3 4
Estados da Natureza pi (ra - RA) (rb - RB) 2x3 1x4
1. Recessão Profunda 0,05 -0,15 -0,2125 0,03188 0,00159
2. Recessão Moderada 0,10 -0,125 -0,1125 0,01406 0,00141
3. Recessão Tímida 0,20 -0,05 -0,0625 0,00313 0,00063
4. Estagnação 0,30 0,0 -0,0125 0,00000 0,00000
5. Expansão Tímida 0,20 0,05 0,0375 0,00188 0,00038
6. Expansão Moderada 0,10 0,10 0,1375 0,01375 0,00138
7. Expansão Acentuada 0,05 0,20 0,3375 0,06750 0,00338
100% 0,00875
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Neste contexto o risco de dois ou mais activos financeiros é calculado pela seguinte
expressão:
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Podemos constatar que, por este resultado, o aumento do peso do activo B leva ao
aumento da taxa de retorno a carteira, mas também o seu risco aumenta. Na verdade o
risco da carteira só aumenta devido a co-variância positiva entre as taxas de retorno de
A e B. Pesa o facto das variáveis em questão apresentarem um coeficiente de correlação
Mas apesar de o retorno ter uma relação positiva com a riqueza (acréscimos no retorno
resultam em aumentos na riqueza), ao passo que o risco apresenta uma situação
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inversa, em que mais risco ou incerteza poderá implicar menos riqueza esperada e por
conseguinte menos utilidade. Quanto ao binómio risco e retorno dos activos, a questão
é subjectiva e apenas dependente das preferências dos próprios investidores quanto ao
binómio anterior.
Esta situação leva-nos ao estudo do chamado perfil de risco dos investidores (será
abordado mais para frente), que deve determinar a combinação de risco e retorno que
cada um dos investidores deverá preferir no acto de criação da sua carteira de
investimento.
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Os investidores podem denotar uma aversão ao risco, em que “temem” o risco, em que
acréscimos de risco ou incerteza nos activos apenas satisfazem, ou levam o investidor a
investir no activo, caso o incremento no retorno esperado for superior ao incremento
do risco.
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Neste sentido o investidor com esse perfil tende a ser atraído pela elevada
probabilidade de taxas de retorno elevadas, distanciadas do retorno médio do mercado,
de tal maneira que entre dois activos com igual retorno, o investidor amante do risco
escolherá o activo de maior risco.
As curvas de indiferença deste perfil serão negativas, ou com perfil negativo, mas estas
curvas serão concavas, onde os níveis de utilidades são constantes ao longo da curva.
Neste caso o investidor estará disposto a aceitar decréscimos de retorno cada vez
maiores para incrementos similares do risco, ou seja, o investidor concorda em ver
reduzido o seu retorno na mesma medida em que o risco do seu investimento aumenta.
Por fim as curvas indiferença mais elevadas também indicam maior retorno e
consequentemente maior utilidade.
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Para este efeito é utilizada a teoria de selecção de carteira que tem como principal
propulsor Harry Markowitz, esta teoria tem como principal objectivo evidenciar o modo
como, num mercado que existam activos com risco, um investidor avesso ao risco
selecciona os seus investimentos no sentido de maximizar a sua utilidade esperada. As
hipóteses subjacentes a esta teoria são as seguintes:
(ii) As preferências do investidor são caracterizadas por funções utilidade definidas para
um horizonte temporal de um período, no qual aquele maximiza a utilidade da riqueza
esperada, à luz da lei da utilidade marginal decrescente;
(v) Retorno e risco são medidos através dos dois primeiros momentos da distribuição de
probabilidade que define o retorno dos investimentos disponíveis – respectivamente, a
média e o desvio-padrão da taxa de retorno;
(vi) O investidor é avesso ao risco, preferindo mais retorno a menos retorno (dado o
risco) e menos risco a mais risco (dado o retorno);
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Por agora devemos prestar a atenção a diversificação da carteira, que tem por detrás a
máxima de “não levar todos ovos no mesmo cesto”, em que a teoria da selecção da
carteira advoga que a combinação de vários activos com risco numa carteira pode
reduzir o risco total desta mesma carteira.
Ora vejamos:
бP = 11,44%
A teoria de diversificação da carteira é valida neste caso, pois o desvio – padrão da
carteira é inferior ao desvio – padrão do activo B, bem como, o desvio padrão da
carteira, ou do retorno da carteira, é inferior à média ponderada dos riscos dos activos
A e B, que é igual a 15% (50% x 11% + 50% x 19%).
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Pela Tabela 4, podemos ver que a medida em que o investidor vai aumentando ou
adquirindo mais do activo B em detrimento de A, ocorre uma variação no retorno
esperado da carteira, bem como no risco da mesma.
O facto de curva ser negativa de P1 a P3 faz com que este trecho não faça parte da
fronteira eficiente, pois a sua inclinação negativa faz com que perca automaticamente
preferência em relação as carteiras acima (de P3 a quase P6), que para o mesmo nível
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de risco têm maior retorno, portanto o nosso investidor deve preferir claramente às
carteiras acima.
Ainda dentro do espírito da diversificação é importante salientar que quanto menor for
correlação (medida pelo coeficiente de correlação) entre os activos em carteira, maior
será o efeito da diversificação, porque se o retorno esperado de um activo estiver abaixo
da sua média, esta baixa será compensada pelo facto do outro activo em carteira
registar um retorno acima da sua média,
É o mesmo que afirmar que sempre que o coeficiente de correlação atingir o mínimo
possível (-1) o efeito da diversificação será o máximo possível e sendo assim, se o
retorno esperado de A estiver abaixo da sua média, automaticamente o valor esperado
de B deverá estar acima da sua média. Em valor absoluto estes desvios devem ser de
amplitude similar.
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