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Apontamentos ARF

Sistemas contabilísticos:

• Empresas cotadas utilizam as normas internacionais;


• Restantes empresas (micro entidades e médias empresas por exemplo) utilizam
o sistema de normalização contabilística.

Óticas

Ótica Ativos, passivos e capital próprio Balanço


patrimonial e
Financeira
Demonstração
Ótica Rendimentos, gastos e resultados de resultados
Económica

Ótica de Recebimentos e pagamentos Demonstração


Tesouraria de fluxos caixa

1. Balanço
Composto pelo ativo, passivo e capital próprio mostra a
situação patrimonial da empresa, referindo-se a uma
data específica. No final do ano os valores são
transferidos para o ano seguinte.

Ativo Não Corrente (mais 12 meses)


• AFT: Terrenos; Edifícios fabris, administrativos e
comerciais; Equipamentos fabris, de cozinha;
Restaurantes; Lojas
• Propriedades de investimento: terrenos e edifícios
são usados deles se retirar rendimento direto através
de rendas ou revalorização.
• AI: Marcas adquiridas, software, patentes

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• Investimentos financeiros: ativos que outras empresas emitem para se
financiar. Exemplos: ações, obrigações
• Ativos por impostos diferidos: direito de pagar menos IRC no futuro. Não
está relacionado com a conta corrente do ano atual que aparece refletida no
Estado.

Ativo corrente (menos de 12 meses):


• Inventários: stock de bens que a empresa tem para venda ou transformação na
data de balanço. Este pode incluir mercadorias (bens que a empresa adquire
para posteriormente vender sem transformar), matérias-primas (bens que a
empresa compra para transformar) e produtos (bens que a empresa produziu
para vender).
• Contas a receber: dívidas que terceiros têm para com a empresa. Exemplos:
dívidas de clientes, dívidas do Estado, dívidas dos sócios…
• Outros ativos correntes: incluem acréscimos e diferimentos.
• Caixa e seus equivalentes: caixa, depósitos e aplicações financeiras (de curto
prazo e risco reduzido).

Passivo não corrente (maturidade superior a 1 ano):


• Provisões: são passivos de tempestividade e quantia incerta, isto é, não se tem
a certeza de quando ou quanto se vai ter de pagar. Exemplo: um empregado
coloca a empresa em tribunal. Na data do Balanço a empresa ainda não sabe se
terá de pagar e quanto porque o processo ainda está a decorrer. Caso a
probabilidade de ter de pagar seja superior a 50%, a empresa deverá
reconhecer imediatamente a perda e a correspondente obrigação potencial.
• Empréstimos obtidos: dívidas que a empresa tem perante instituições
financeiras, obrigacionistas… e que só terão de ser pagas a mais de 1 ano.
Normalmente vencem juros.

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Passivo corrente:
• Empréstimos obtidos: dívidas que a empresa tem perante instituições
financeiras e que terão de ser pagas durante o próximo ano. Normalmente
vencem juros.
• Fornecedores: dívidas que a empresa tem perante os seus fornecedores.
• Contas a pagar: outras dívidas que a empresa tem perante terceiros. Exemplos:
dívidas ao Estado, dívidas aos sócios, dívidas ao pessoal…
• Outros passivos correntes: incluem acréscimos e diferimentos.

Capital Próprio
• Capital (Social): não é dinheiro – diz quanto os acionistas financiaram a
empresa.
• Reservas e resultados transitados: resultados de anos anteriores que não
foram distribuídos aos acionistas/sócios. Não há distribuição de dividendos
quando o RL do ano anterior é igual a variação de reservas e resultados
transitados.
• Resultado líquido: resultado do próprio ano, cuja determinação é explicada na
Demonstração de Resultados.
• Interesses sem controlo: parte da empresa filha que a empresa mãe não
controla.

• Acréscimos e Diferimentos

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NOTAS:
• Ativos não correntes espera-se que sejam realizados num período de 12 meses;
• As empresas não querem ter muita quantidade de stocks uma vez que estes
representam dinheiro parado, sendo ideal comprar e vender;
• Diminuição dos AFT acontece ou pela depreciação ou venda;
• Ter muito dinheiro em caixa é negativo, este deve ser investido, uma vez que o
dinheiro se vai desvalorizar devido á inflação;
• Quando os dividendos não são distribuídos, o dinheiro não sai da empresa, mas
pode estar investido no negócio.
• Os resultados transitados não alteram o valor do CP só a composição

Análise do Balanço:
• Atividade da empresa
• Total do ativo
• Análise do ativo: - Estrutura (referir valor com mais peso e menos peso
relativamente a atividade da empresa);
- Evolução (comentar grandes variações em %)
• Financiamento do ativo (passivo e capital próprio)

2. Consolidação
Apresenta as contas de um conjunto de empresas como se fossem uma única entidade
(empresa mãe mais subsidiárias).
A empresa A – participação em C de 25% e participação
25% indireta em C (80x30 = 24%), logo, participação
80% total financeira é de 49%

B C
30%
Só posso consolidar uma empresa que controlo (>50%)

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Tipo Controlo Métodos

Subsidiária Controlo (PF>50%) Consolidação


Empreendimentos
Partilha controlo Equivalência Patrimonial
conjuntos
Associada Influência (20%≤PF≤50%) Equivalência Patrimonial

Outros s/influencia nem controlo Justo Valor

Quando uma empresa mãe compra uma subsidiária sai DR (crédito caixa) e entra
investimentos financeiros (debito)

Grupo: Constituído pela empresa mãe e todas as suas subsidiárias


- Consolidadas: são apresentadas como uma única entidade
- Separadas: As filhas têm as contas separadas da mãe
Perímetro de consolidação: respeita às empresas que vão ser incluídas na consolidação
(empresas filhas?)

NOTAS:
• Capital social e reservas da empresa subsidiária corresponde ao valor a que a
empresa foi comprada.
• Mesmo se eu não controlar a empresa 100%, registo como se controlasse a 100%
e depois escrevo uma nota a referir a % verdadeira que controlo (interesses sem
controlo)
• Nas contas consolidadas aparecem diferenças entre as contas individuais no
goodwill e nos interesses sem controlo (DR e Balanço)
• RL total = RL da mãe + % Participação Financeira x RL da filha

Temos de eliminar os investimentos financeiros da mãe com o capital próprio da filha

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2.1 GOODWILL
= custo aquisição - % participação x Capital Próprio da empresa na data da participação
(justo valor dos valores contabilísticos identificáveis)

Corresponde aquilo que é pago a mais (do que o justo valor) pela empresa pois acredita-
se que a empresa vale mais do que aquilo que está registado na contabilidade (exemplo:
lista de clientes, marca, equipa de gestores)

Goodwill Positivo:
• Reconhecido no ativo
• Não é amortizado (no SNC é amortizado em 10 anos)
• Têm de se fazer testes de imparidade
• As perdas por imparidade reconhecidas no goodwill nunca podem ser revertidas

Goodwill Negativo:
• Reavaliar a identificação e a mensuração dos ativos e passivos identificáveis
• Reconhecer imediatamente nos resultados (rendimento) qualquer excesso
remanescente após a reavaliação.

NOTAS:
• O goodwill não se amortiza
• Para saber o dinheiro da empresa tenho de ver no ativo, na caixa.
• Ativo = capital próprio apenas na constituição da empresa.
• O capital é sempre o mesmo, mas em vez de estar em dinheiro está aplicado em
equipamentos e outras coisas.
• Quando o resultado líquido é distribuído pelos acionistas, como dividendos, o
capital próprio da empresa diminui.
• Para haver interesses sem controlo e preciso consolidar e que a mãe não tenha
100% da filha.

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2.2 Interesses Sem Controlo
Interesses Sem Controlo
Só existem quando se utiliza o método de consolidação integral e empresa-mãe não
detém 100% da participada.

Interesses sem controlo na Demonstração de Resultados:


Representam a parcela do resultado líquido gerado por empresas que fazem parte do
grupo, mas que não pertence ao grupo, mas sim aos pequenos acionistas que detêm
uma posição minoritária.

Interesses sem controlo no Balanço:


Representam a parcela do capital próprio de empresas que fazem parte do grupo, mas
que não pertence ao grupo, mas sim aos pequenos acionistas que detêm uma posição
minoritária.

2.3 Calcular
1º Determinar se controla
PF>50%

2º Calcular goodwill
Goodwill = Valor aquisição - % aquisição x JV do CPF data de aquisição

3º Somar as rubricas retirando operações internas


Investimentos financeiros = IFM + IFF – Valor aquisição
CP = CPM + CPF data aquisição (separar capital de reservas)

4º Calcular interesses sem controlo:


Na DR – RLF x percentagem que não controla
50%≤PF≤100%
No CP – CPF x percentagem que não controla

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Exemplo:
Empresas X1 e X2 pertencem ao grupo X. A empresa X1 detém 90% da participação
financeira da empresa X2:

Vendas Grupo X

= Vendas diretas para o mercado X1 + X2

Investimentos Financeiros X

= IF em Y de X1 + X2

Valor Contabilístico = Capital Social – Reservas e Resultados Transitados


= Ativo – Passivo + Resultados Líquidos do ano

3. Rácios de financiamento
Rácio: relação entre duas rubricas dos documentos contabilísticos
Existem rácios de financiamento, rentabilidade funcionamento e liquidez e equilíbrio
financeiro

Representa a proporção do ativo que esta a ser financiado pelo Capital Próprio e pelo
Passivo (Capital Próprio + Passivo = 100%). Quando maior o rácio de endividamento
maior será o risco financeiro da empresa.
Existe uma maior vantagem fiscal em se ter mais Passivo do que Capital Próprio, mas à
medida que o passivo vai aumentando o risco também. Tem mais CP apresentada o
menor risco financeiro e uma menor vantagem fiscal.

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Representa a pressão da tesouraria, quanto mais alto for o endividamento corrente
maior a pressão da tesouraria. Este rácio está relacionado com a rubricas passarem de
curto prazo/corrente a longo prazo/não corrente, ou vice-versa. Se passar de CP a LP
diminui-se o rácio de endividamento corrente e aumenta-se o de endividamento não
corrente, levando a uma menor pressão na tesouraria.

O Passivo remunerado é aquele em que se paga juros, esta relacionado com os custos
financeiros uma vez que quantos mais passivos financeiros a empresa tiver mais custos
financeiros terá, ou seja, provavelmente terá maior pagamento de juros. Quanto maior
o rácio de endividamento remunerado maior o risco financeiro.
O passivo remunerado são por exemplo empréstimos bancários, empréstimos
obrigacionistas, financiamentos obtidos, (credores por) locações financeiras, (outros)
passivos financeiros, descobertos bancários etc

(descobertas bancários: quando a empresa tem a conta bancária negativa, ou seja, os


bancos obrigam ao pagamento de juros)

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4. Inventários

Inventários comprados/adquiridos: mercadorias e matérias-primas

Custo de compra = preço de compra + impostos não dedutíveis + custos diretamente


atribuíveis á aquisição (custos de transporte, por exemplo)
• CMVMC = compras + inventário inicial – inventário final (o que ficou por usar)
(apenas se usa nos inventários adquiridos e não os produzidos internamente)

Inventários produzidos: produtos acabados e intermédios, produtos em curso ou


resíduos e os subprodutos e trabalhos em curso
(resultantes da produção, mas que tem valor pequeno e não são o objetivo final)
• Variação da produção = inventário final - inventário inicial
(existe para reconhecer stocks de produtos no balanço, uma vez que não são
comprados, e para transformar custo de produção em custo de venda)

Dentro dos custos não temos apenas os custos da matéria-prima, mas também os
custos de conversão = mão de obra direta (gastos com o pessoal) + gastos gerais de
fabrico (FSE + depreciações))
• Margem Bruta Do Ano = - CMVMC + Vendas + Variação Da Produção – Outros
Custos de Produção
• Resultado Líquido = Margem Bruta do Ano – Custos Administrativos e
Financeiros

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• Compras Inventários: CMVMC + Valor Bruto (x+1) – Valor Bruto(x)

4.1 VARIAÇÃO DA PRODUÇÃO


Têm como objetivo reconhecer o stock de inventários de produtos no balanço e
reconhecer o gasto do inventário quando é vendido.

Variação positiva do inventário são registados quando produzi, existem mais stocks do
que aqueles que vendi, ou seja, representa rendimentos a compensar os gastos em
excesso.
Variação negativa do inventário representa que produzi menos do que que vendi, ou
seja, representa gastos dos produtos que foram vendidos este ano, mas produzidos em
anos anteriores.

NOTAS:
Custos de produção são registados quando estes são produzidos.
A variação dos produtos só fica igual aos inventários no balanço quando o inventário só
tem produtos.
Uma variação negativa é melhor que uma variação positiva uma vez que significa que a
empresa está a vender stocks.
Variação de produção igual a zero significa que aquilo que vendemos e produzimos foi
o mesmo.
Para poder existir uma variação da produção negativa num determinado ano é
necessário que em anos anteriores tenha havido uma variação da produção positiva.
É avaliada a preços de custo.
A rubrica de inventários é apresentada pelo seu valor líquido de imparidades, caso estas
existam.

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5. Demonstração de resultados
5.1 IVA
O valor das vendas é sempre registado sem IVA (iva liquidado)
Fornecimentos e serviços externos são registados dependendo do IVA:
Iva dedutível – pago, mas recebo de volta (não aparece na DR)
Iva não dedutível – pago, mas não recebo de volta (aparece na DR)

5.2 IRC
O ponto de partida para o cálculo do IRC vai ser o valor da DR sem impostos (não se
calcula o valor final da DR multiplicando o valor da DR sem imposto pelo IRC)
(Rendas e depreciações são tratadas de maneiras diferentes uma vez que as
depreciações não são cash flow (pago o valor do ativo quando o adquiro))

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5.3 Demonstração de resultados reclassificada

• Provisões e Perdas por Imparidade: quando o valor contabilístico > valor


recuperável faz-se uma imparidade. Quando são reconhecidas são um gasto.
• Aumentos/Reduções Justo Valor: Propriedades de investimento, ativos
financeiros
• Resultado líquido (riqueza que acrescentamos este ano para os acionistas) de
qualidade é conseguido através da parte operacional
• Resultados Financeiros: A sua quebra é causada pela redução das taxas de juro
ou aumento dos empréstimos no final do ano.
• Juros Suportados: Quando estes diminuem pode ser devido à diminuição da taxa
de juro.
• CMVMC: as mercadorias vão a custo quando são vendidas e as matérias-primas
vão a custo quando entram na produção

Operacional: Reflete o funcionamento corrente da empresa (coração da empresa)


Extra-Operacional: Refere-se a resultados não recorrentes, situações pontuais
(exemplo: mais e menos valia na venda de património, despedimentos massivos devido
a restruturação da empresa)
Financiamento: Reflete o custos financeiros
Fiscal: imposto sobre rendimento

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6. Rácios de rentabilidade das vendas

(quantos mais altos melhores uma vez que significam mais retorno; estão todos
calculados na demonstração de resultados na coluna que calcula a percentagem de
certo fator face ao total)

• Rentabilidade operativa das vendas antes de amortizações e depreciações


!"#$%&
=
()*+,- ) ./)-0,çõ)- +) -)/(3ç4-

• Rentabilidade operativo das vendas


/)-560,+4 4.)/,03(4 (!"#$ 89:)
=
()*+,- ) ./)-0,çõ)- +) -)/(3ç4-

• Rentabilidade das vendas antes de juros e impostos


!"#$
=
()*+,- ) ./)-0,çõ)- +) -)/(3ç4-

• Rentabilidade das vendas antes de imposto


<&#
=
()*+,- ) ./)-0,çõ)- +) -)/(3ç4-

• Rentabilidade líquida das vendas


<)-560,+4 =í?53+4
=
()*+,- ) ./)-0,çõ)- +) -)/(3ç4-

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Decomposição da RCP – ex. 1

 EBIT   EBIT JS  P 
RCP        1  T 
 A   A P  CP 

RCP = -3,6% = (7,1% + (7,1% - 9,2%) x 5,12) x 1 2016


!"#$
• Rentabilidade do ativo: vai calcular o retorno dos investimentos feitos =
&03(4

RCP = -9,6% = (5,2% + (5,2% - 10,9%) x 2,57) x 1 2017


• Rentabilidade do capital próprio: vai calcular o retorno contabilístico para os
acionistas; dividir o gerado pelos acionistas por aquilo que o acionista tem na
<)-560,+4 =í?53+4
empresa =
@,.30,6 :/ó./34
Análise de Reportes Financeiros / Sílvia Cortês 17

NOTAS:
Ao ter ações numa empresa vou querer receber dividendos destas e que as ações
valorizem.
Um capital próprio negativo significa falência técnica, ou seja, a empresa não tem ativos
suficientes para pagar os seus passivos. Neste caso não se pode calcular a rentabilidade
do capital próprio
Rentabilidade do Ativo
6.1 Decomposição da rentabilidade do ativo
Operacional

EBIT EBIT-OP Vendas EBIT


Rent. Ativo =  x x
Ativo Vendas Ativo EBIT-OP

Margem Volume Extra-op

Se operacional Se operacional
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positivo negativo
Extra-op = 1 nulo nulo
Extra-op >1 + valor - valor
• Margem: Quando maior for melhor; Representa a maior qualidade
• Volume/Rotação dos ativos: Quanto maior for melhor; Quanto mais se vender
face aos ativos existentes maior será a eficiência na utilização dos ativos.
• A margem e o volume dão o impacto operacional, sendo vantajoso para a
empresa ter bons resultados em ambos; se a parte operacional for negativa:
• Se for =1, não tem qualquer impacto
• Se for >1, está a acrescentar valor
• Se for <1, está a destruir valor

6.2 Decomposição da rentabilidade do Capital Próprio

𝑬𝑩𝑰𝑻
• Efeito Investimento: 𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐
quanto mais elevador for maior será o retorno do

capital próprio. (é o mais importante)


• Efeito Fiscal: (1-t) deve ser alto, ou seja, o t (taxa de imposto) deve ser baixo.
𝑬𝑩𝑰𝑻 𝑱𝒖𝒓𝒐𝒔 𝒔𝒖𝒑𝒐𝒓𝒕𝒂𝒅𝒐𝒔 𝑷𝒂𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐
• Efeito Financiamento: (𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐 - 𝑷𝒂𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐
) × 𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒂𝒍 𝑷𝒓ó𝒑𝒓𝒊𝒐 :

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- Se a empresa não tiver dividas esta parcela é igual a
zero);
- O diferencial (rentabilidade do ativo - custo do passivo
(sempre positivo)) deve ser positivo e quanto mais alto melhor. O que leva ao
seu aumento são os maiores retornos ou as taxas mais baixas. Quando o
diferencial é positivo o endividamento dá mais retorno, mas se o diferencial for
negativo o endividamento dá menos RCP.

6.4 DR por funções


Þ DR por natureza:
Vendas e serviços prestados são iguais;
Custo das vendas e prestações de serviço inclui: CMVMC, variação da produção
e outros gastos de produção

Þ DR por funções
Gastos de distribuição: custos associados á função de venda de bens e serviços
Desaparece RAEFI e passa a ser tudo: custo de financiamento líquidos, que
influenciam negativamente a rentabilidade das vendas
Não se consegue calcular o EBITDA
EXEMPLO:

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7. Revenue Recognition
A Revenue Recognition aplica-se apenas a contratos para a entrega de produtos ou
prestação de serviços a clientes. Exemplos:
• Comprei um bilhete de avião e recebi milhas, mais tarde posso descontá-
las noutras compras.
• Cartões de 10 almoços ao 10º recebo um almoço grátis (direito)
• Vou à Zara e compro 1 camisola e depois vou devolver
A Revenuie Recognition ajuda a entender quando reconhecer o rendimentos e porque
valor reconhecer.
Esta é regulada pela norma IFRS 15 (redito de contratos com clientes) que:
• Aplica-se a contratos para a entrega de produtos ou prestação de serviços
a clientes.
• Exige que a entidade reconheça o rendimento (rédito) quando:
- A obrigação contratual de entregar produtos ou prestar serviços é
satisfeita (quando se reconhece a venda)
- Pelo montante que reflete a contraprestação a que a entidade tem direito
(por que valor ou mensuração)
• “Metodologia das 5 etapas”
• Regime Do Acréscimo: Devemos registar os acontecimentos quando eles
ocorrem independentemente do pagamento e do recebimento.

Metodologia das 5 etapas


Para reconhecer o rendimento aplicam-se 5 etapas:
1) Identificar o contrato com o cliente
2) Identificar as obrigações de desempenho do contrato
- Bens e/ou serviços
Ex: Cartões de fidelidade, devoluções, bundle (direitos e obrigações)
3) Determinar o preço da transação
- Importâncias fixas: quando, no momento da venda, o contrato tem um

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valor fixo
- Importâncias variáveis: descontos, devoluções, prémios, ... (valores
esperados)
- Valores devem ser reavaliados em cada final de ano comercial
- Deve ser muito provável a não-necessidade de reversão de
Rendimento (reconhecer apenas aquilo que eu acho que vou receber)
4) Alocar o preço da transação a cada obrigação de desempenho
- De forma proporcional aos preços de venda individuais (“stand-alone”)
5) Reconhecer o rendimento quando a obrigação de desempenho é satisfeita
- Transferência de controlo para o cliente
- Não necessariamente num momento específico no tempo

8. Funcionamento, Liquidez e FM

8.1 Rácios De Funcionamento

Nota 1: Esta fórmula do prazo médio de inventários só é aplicável a mercadorias e/ou


matérias-primas e afins sendo o “Custo das Vendas” o CMVMC.

Nota 2: Compra de Inventário: OU nota anexa dos inventários


OU valor aproximado = CMVM + Inv. Final – Inv. Inicial

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PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTOS

Quantos dias a empresa demora a receber dos seus clientes. Quanto mais baixo for
melhor, porque isto significa que a empresa está a receber mais cedo. Razões positivas:
1º → Para ter liquidez, deste modo, assim não se tem de pedir empréstimos nem pagar
juros;
2º → Para diminuir o risco – quanto mais tempo a empresa der aos clientes para
pagarem as dividas, mais tempo o dinheiro está sob a sua posse logo à maior risco
financeiro;

Aumentou: "
$
#
Diminui: %
(
'
&

Clientes → Ativo (Balanço) Vendas e Prestação de Serviços → DR

PRAZO MÉDIO DE INVENTÁRIO

Quantos dias tem a empresa de inventários em stock, ou seja, tenho em stocks quantos
dias de inventários. (exemplo: se PMI = 10 então tenho inventários para 10 dias de vendas).
Quanto mais baixo for melhor, no entanto, não pode provocar roturas de stocks pois caso
aconteça a empresa perde os seus clientes para a concorrência.
Razões para ser baixo: 1º Menores custos de armazenamento
2º Risco de inventários se estragarem
3º Risco de inventários de desatualizem (exemplo novo iPhone)
4º Liquidez – se o dinheiro está investidos em inventários é o custo do
dinheiro

Aumentou: "
$
#
Diminui: %
(
'
&

20
PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTOS

Quanto tempo é que a empresa demora a pagar aos fornecedores. Quanto mais alto
melhor, desde que não haja juros nos prazos. Enquanto for gratuito, quanto mais alto
melhor.
Deixa de ser gratuito → quando os nossos fornecedores cobram juros
→ quando no preço base metem uma taxa porque sabem que a
empresa paga tarde
→ a empresa deixa de ter fornecedores porque tem dividas em
atraso

Em Portugal o PMP é alto face a outros países por causa da mentalidade “quanto mais
tarde pagamos melhor” e tendo em conta que o principal consumidor da Economia é o
Estado e se o estado se atrasa a pagar então tudo se torna uma bola de neve.

Aumentou: %
(
'
&
Diminui: "
$
#

EMPRESAS INDUSTRIAIS

Quando de usa o valor das vendas em vez do custo das vendas o rácio fica subavaliado
→ fica mais pequeno do que é suposto

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CICLO DE CAIXA

Análise para empresas comerciais:


1º Paga-se aos fornecedores

Ciclo de Caixa = PMR + PMI – PMP

CC > 0 → empresa tem de pagar aos fornecedores antes de receber dos clientes "
$
#
CC < 0 → empresa paga aos fornecedores depois de receber dos clientes %
(
'
&

NOTAS:

o Empresa sazonal

Estamos a assumir que os valores de 31 dezembro são representativos da situação


da empresa. Se uma empresa for muito sazonal, por exemplo uma empresa de
cerveja que tem o pico de vendas no verão, a 31 de dezembro a situação não é
representativa daquilo que aconteceu ao longo do ano. É importante que os rácios
não fiquem sub ou sobreavaliados consoante o tipo de sazonalidade.

o Movimentos de final de ano

Exemplo: Existe um fornecedor que nunca dá descontos e em dezembro oferece


um desconto de 30% se comprar X inventários pagando a pronto. Supondo que a
empresa aceita esta proposta. Perante esta situação o PMI irá aumentar.
Aumentou não porque há pior gestão de stocks, mas sim porque houve uma
compra pontual no final do ano.

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Situação Vodafone:

8.2 Liquidez Geral e Fundo de Maneio


Rácio de Liquidez Geral

Ativo Corrente
𝐋𝐢𝐪𝐮𝐢𝐝𝐞𝐳 𝐆𝐞𝐫𝐚𝐥 =
Passivo Corrente

o Quanto maior for o Rácio de Liquidez Geral mais Liquidez a empresa tem. Ou
seja, possui mais ativos que se vão transformar em dinheiro no curto prazo do
que passivos a pagar. Deste modo à menor risco na tesouraria e menor pressão
na tesouraria.
o O Rácio idealmente deve ser > 1, porque há ativos que se vão vencer no curto
prazo maiores do que os passivos que se vão ter de pagar no curto prazo. Com
o dinheiro que se recebe, os ativos conseguem pagar os passivos.

Fundo De Maneio

𝐅𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐧𝐞𝐢𝐨 = Ativo Corrente − Passivo Corrente


𝐅𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐧𝐞𝐢𝐨 = 𝐶𝑃 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠

Se o Rácio de Liquidez Geral < 1 → Fundo de Maneio < 0


Para estar em Equilíbrio Tradicional então: RLG > 1 e o FM > 0

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Necessidades de Fundo de Maneio

𝐍𝐞𝐜𝐞𝐬𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐅𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐧𝐞𝐢𝐨 = Necessidades de exploração − Recursos de Exploração

Necessidade de Fundo de Maneio: > 0 – "


$ - a empresa tem mais financiamentos
#
“automáticos” do funcionamento da empresa
< 0 – %
( a empresa tem menos financiamentos
'
&
“automáticos” do funcionamento da empresa
Necessidades de Exploração: Ativos correntes necessários ao funcionamento da
empresa;
Para a empresa funcionar ela tem de ter inventários,
dívidas (de clientes, do Estado), acréscimos e diferimentos – todas as rubricas do ativo
corrente são necessárias.

Ativos de Tesourarias: Tem haver com os ativos financeiros (caixa, depósitos, aplicações
financeiras, instrumentos financeiros, sendo estes ativos dispensáveis (não essenciais)
ao funcionamento da empresa
Dinheiro que sobra e que a empresa aplica em ativos financeiros
no curto prazo

Passivo de Tesourarias: Passivo remunerado corrente → Empréstimos, passivos por


locações etc

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Recursos de Exploração: Passivos correntes gerados pelo funcionamento na empresa
sendo automaticamente gerado (dividas ao Estado, acréscimo e diferimentos e dividas
a fornecedores)

Equilíbrio Financeiro

Equilíbrio → Tesouraria Líquida > 0

Situação Vodafone

o O rácio de liquidez melhorou ligeiramente de 0,44 para 0,46. No entanto


continua a ser <1.
o Este rácio aumentou, pois, os passivos correntes diminuíram (outras contas a
pagar e fornecedores), e apesar da redução do ativo corrente (cliente).
o Fundo de maneio negativo em ambos os anos ☹
$
#
"
o Mas melhorou devido ao aumento de empréstimos não correntes 😊
(
'
&
%
o Necessidades de FM negativas (quase não tem stocks, fornecedores superiores
a clientes e outras contas a pagar muito significativas) 😊
(
'
&
%
o Está em equilíbrio financeiro em ambos os anos 😊
(
'
&
%
o A tesouraria líquida diminui devido às NFM menos negativas

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9. Mensuração
Mensuração – processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os elementos
das DF devem ser reconhecidos
Mensuração Inicial – quando eu compro um ativo financeiro o que é que eu vou fazer
Mensuração Subsequente – Valor do ativo ao longo do tempo que ele está com a
empresa
ATIVOS FINANCEIROS

Instrumentos Financeiros (correntes: transformar em cash em menos de 1 ano):


• Caixa
• Depósitos
• Aplicações Financeiras: Bilhetes do Tesouro, obrigações, ações, derivados
(opções, swaps)
Investimentos Financeiros (não correntes: transformar em cash em mais de 1 ano):
• Ações (participações noutras empresas)
• Obrigações (compra de títulos de divida que outras empresas emitem)
• Empréstimos concedidos

Existem 3 maneiras de mensurar o ativos financeiros:


o Custo

o Justo Valor

o Equivalência Patrimonial

O método de mensuração das ações depende:


o Da relação entre a investidora e a investida e
o Do tipo de demonstrações financeiras

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Tipo Definição Controlo Métodos
Entidade que é controlada
Subsidiária por outro entidade Controlo (PF>50%) Consolidação
(empresa-mãe)
Empreendimentos
- Partilha Controlo Equivalência Patrimonial
conjuntos
Entidade sobre a qual o
Associada investidor tenha influência Influência (20%≤PF≤50%) Equivalência Patrimonial
significativa
Outros (*) Restantes situações s/Influência nem Controlo Justo Valor ou Custo
(*) Normalmente usa-se o justo valor para ativos cotados

NOTAS:
o Quando a mãe compra a filha compra o seu capital próprio;
o Quando a mãe compra a filha: DO (caixa) diminui e Investimentos Financeiros
aumenta;
o Investimentos Financeiros (mãe) – Percentagem do CP que a mãe tem da filha

9.1 Modelo do Custo


o Registo de Aquisição de Ativo Financeiro por valor financeiro;
→ Valorização: não sofre alteração
→ Desvalorização: deve registar-se uma perda por imparidade
o Ativo financeiro mantém custo de aquisição no balanço ou valor inferior a este
caso de perda por imparidade
o Não há impacto direto quando a participada tiver lucro/prejuízo
o Opção iminente conservadora, objetiva e estável de valorização
o Valor desatualizado do seu valor real
o Recebimento de dividendos: Rendimento e caixa

27
Exemplo 1:

Em 2021 o justo valor é de 51.000 euros.

Exemplo 2:

o Compra
Diminuir DO e Aumenta Investimentos Financeiros
o Valorização
Nada (só ser for para corrigir uma imparidade)
o Desvalorização

28
Constituir uma imparidade (reduz ativo financeiros (CP))
o Dividendos
Filha paga dividendo então a mãe faz: Aumento DO e Aumento Rendimentos
o Lucro/Prejuízo
Se a empresa-filha tem lucro/prejuízo mãe não faz nada
o Reavaliação Ativos
Se a empresa filha reavaliar ativos empresa mãe não faz nada

9.2 Modelo do justo valor


o Registo de Aquisição de Ativo Financeiro por valor financeiro;
→ Valorização: regista-se um ganho
→ Desvalorização: deve registar-se uma perda
o Valor do Ativo Financeiro acompanha o valor considerado justo para esse ativo.
o Não há impacto direto quando a participada tiver lucro/prejuízo
o Recebimento de dividendos: Rendimento e caixa

Exemplo 1:

29
Exemplo 2: Rendimento (Dividendos)

o Compra
Diminuir DO e Aumenta Investimentos Financeiros
o Valorização
Registo o ganho
o Desvalorização
Constituir uma perda por justo valor (reduz ativo financeiros (CP))
o Dividendos
Filha paga dividendo então a mãe faz: Aumento DO e Aumento Rendimentos
o Lucro/Prejuízo
Se a empresa-filha tem lucro/prejuízo mãe não faz nada
o Reavaliação Ativos
Se a empresa filha reavaliar ativos empresa mãe não faz nada

9.3 Modelo da equivalência patrimonial


Relação mais forte → Influência Significativa

o Investimento financeiro dependo do valor do CP da participada:


→ Aumenta-se o valor quando o CP da participada aumenta
→ Reduz-se o valor quando o CP da participada diminui

30
→ Se o valor de mercado ficar inferior ao valor do Balanço tem de se
considerar uma imparidade
o Há impacto nos resultados quando a participada tiver lucro/prejuízo
o Recebimento de dividendos (faz reduzir o CP da participada):
→ Reduz-se o valor do investimento financeiro
→ E há uma entrada em caixa

Exemplo 1:

Nota: Se fosse prejuízo a setas estariam ao contrário e em vez de Rendimentos (na DR)
teríamos gastos

31
Exemplo 2:

Exemplo 3:

o Compra
Diminuir DO e Aumenta Investimentos Financeiros
o Valorização
Não se faz nada
o Desvalorização
Não se faz nada (a não ser que fique abaixo do valor)
o Dividendos
Quando a Filha paga dividendos a mãe regista (é diferente do justo valor e do
custo)
o Lucro/Prejuízo
Se a empresa-filha tem lucro/prejuízo a mãe regista
o Reavaliação Ativos
Se a empresa filha reavaliar ativos a empresa mãe regista

32
Leasing
o é um tipo de locação
o Supondo que alguém que um carro, mas não tem dinheiro:
- 1º opção: Pedir emprestado ao banco e ter uma divida
- 2º opção: Ir ter com uma empresa de leesing e nos pagamos uma renda
à empresa (uma locação)

Locatário: - Nestlé usa o carro e paga rendas à Empresa A


Locador: - Empresa (A) que faz um contrato de Leasing ou locação com a Nestlé (por
exemplo)

Fornecedor: - Cede os carros ao Locador (Empresa A)

LOCAÇÃO FINANCEIRA:
Contrato pelo qual uma das partes se obriga a ceder o gozo temporário de um bem
móvel ou imóvel a outra parte mediante retribuição. No final o locatário tem a opção
de aquisição do bem → Transferência para o Locatário de todos os Riscos e Vantagem
Inerentes ao bem.

33
34
LOCAÇÃO OPERACIONAL:
Contrato de locação, de curta duração, em que o locador cede a sua utilização
temporária a um terceiro, mediante o pagamento de uma renda ou aluguer. Não se
prevê no final do contrato a transferência da propriedade jurídica para o Locatário.
→ Prestação de Serviços de Conservação e Manutenção por conta do Locador.

LOCAÇÃO FINANCEIRA VS LOCAÇÃO OPERACIONAL


Com locação operacional há operações que não ficam registadas no Balanço:

35
o Passivo fica subavaliado → Endividamento mais baixo
o Ativo fica subavaliado → Pode aumentar rentabilidade do ativo

Nova IFRS 16, a aplicar a partir de janeiro de 2019, vai levar as que as locações com prazo
superior a 12 meses sejam todas contabilizadas como financeiras. (automaticamente
estão a meter a responsabilidade dentro do balanço).

Arrendamentos são locações

A IFRS 16 aplica-se às normas internacionais. Não se sabe ainda se/quando vai ser
transporta para o SNC.
Exercício 11

10. Capital Próprio


Capital Próprio:
o Interesse residual nos ativos da empresa, depois de deduzir
todos os seus passivos (CP=A-P)
o O que pertence aos acionistas
o Não é dinheiro

Capital Social: Capital que os acionistas subscreveram, ou seja, meteram


diretamente, pelo valor nominal (na maior parte dos casos).

36
Prémio de Emissão (2) = Preço de emissão das ações (3) – valor nominal das ações(1)

o Se o preço de emissão é inferior ao valor de mercado há uma transferência de


riqueza dos antigos para os novos acionistas, que estão a comprar barato.
o Se o preço de emissão é superior ao valor de mercado em princípio não há
aumento de capital porque os novos acionistas não estão dispostos a pagar mais
do que o que a empresa vale.

Ações Próprias: Ações que a empresa compra dela própria


o Aparecem a deduzir ao capital próprio
o Limite máximo = 10% das ações emitidas
o Razões que justificam a compra de ações próprias:
- Boa aplicação financeira se as ações estiverem subavaliadas
- Provocar ou reagir contra ações na Bolsa
- Forma de remunerar e incentivar o pessoal através de distribuição de ações
próprias
- Forma de remuneração de acionistas (devido à tributação mais-valias vs
dividendos)

Prestações Suplementares:
o Entradas de dinheiro exigidas aos sócios para reforço do capital próprio da
sociedade
o Não há registo na conta de capital, não obrigando a escritura.
o Podem ser restituídas aos sócios se eles o deliberarem e desde que o capital
próprio não fiquei inferior ao capital social + reserva legal
o Não podem ser remuneradas
o Fazem parte do CP
37
Não confundir com Suprimentos:
Empréstimos de Sócios com possibilidade de vencerem juros → PASSIVO

Resultado Líquido: Apuramento do Resultado de cada exercício (DR)


No início do ano seguinte:
O resultado líquido do ano anterior é transferido para resultados transitados
O valor do CP não é alterado

Na Assembleia Geral: É determinada a aplicação de resultados:


1. Manter em resultados transitados (CP →)
2. Transferir para reservas (CP →)
3. Distribuir como dividendos (CP ↓)

Exemplo 1:

38
Exemplo 2:
a)

b)

Resultados transitados: Conta que vai recebendo os Resultados dos exercícios


anteriores.
O resultado líquido do ano anterior é transferido para resultados transitados (regista-se
creditando resultados transitados e debitando resultado líquido, mantendo o capital
próprio com um valor igual);
Com os resultados transitados a empresa pode escolher: manter em resultados
transitados ou transferir para reservas (regista-se debitando resultados transitados e
creditando reservas, mantendo o CP constante) ou distribuir como dividendos (regista-
se debitando resultados transitados e creditando caixa, diminuindo o valor do CP).

Reservas: Constituídas principalmente por retenção de lucros


o Reservas Legais: obrigatórias por lei. Deverão ser reservados 5% dos lucros
obtidos em cada exercício para a constituição de reserva legal até que esta
atinja 20% do Capital (social). Não podem ser distribuídas como dividendos.

39
o Reservas Livres: constituídas por decisão da Assembleia Geral. Poderão ser
distribuídas mais tarde.

Não são dinheiro


Mas têm como objetivo reter fundos na empresa para reforço da situação
financeira uma vez que a alternativa é a distribuição de dividendos em que sai
dinheiro da empresa

Exemplo 3:
(1) Tirar do Resultado Líquido (-6000)
(2) E colocá-los nos Resultados Transitados (6000) – 5% Reservas Legais (300)
– 20% Reservas Livres (1 200) – 40% Dividendos (2400) = 2100
(3) Acrescentar 300 que vão para Reserva Legal
(4) Acrescentar 1200 que vão para Reservas Livres
(5) O RL diminui 2400 porque foram distribuídos dividendos

Ajustamentos em ativos financeiros: Resultam da utilização do método da


equivalência patrimonial (dentro do capital próprio)

40
Excedentes de Revalorização: Resultam da aplicação do modelo de revalorização
aos ativos fixos (dentro do capital próprio)

Valor Nominal: Parte proporcional do capital social, representado por uma ação:
Capital Social
𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐍𝐨𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥 =
Nº Ações
Nº Ações está sempre na nota anexa

Valor Contabilístico: Valor atribuível a cada ação com base no Capital Próprio do
Balanço. Este valor para todas as empresas e tem regras precisas e especificas.
Capital Próprio
𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐚𝐛í𝐥𝐢𝐬𝐭𝐢𝐜𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐚çã𝐨 =
Nº Ações − Nº Ações Próprias

Valor de Mercado: Valor que indica o montante por que cada ação poderá ser
transacionada. Cotação em Bolsa ou valor atual dos cash flows futuros estimados. Só
existe este valor para as empresas cotadas em bolsa, é um valor subjetivo, mas caso a
empresa seja vendida este valor é o valor de referência.

Demonstração do outro rendimento integral: (Outro Documento)


o Variações ocorridas em capitais próprios não diretamente relacionadas com os
detentores de capital, agindo enquanto tal.
o Compreende itens de rendimentos e de gastos que não são reconhecidos nos
lucros ou prejuízos, mas que vão afetar o capital próprio da entidade.
o Não afetam a demonstração de resultados (pq n podem ser interpretadas como
rendimentos ou gastos desse ano) mas afetam o capital próprio.
Exemplos: - Alterações no excedente de revalorização
- Mensuração dos planos de benefícios dos empregados
- Ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros disponíveis
para venda

41
Aumentos de capital:
o Por entrada de dinheiro

o Por transformação de dívida em capital

42
o Por incorporação de reservas

43
Stock split

Reduções de capital
o Para devolução aos sócios/acionistas

o Para cobertura de resultados transitados negativos

44
11. Demonstração Fluxos de Caixa
Demonstração de Fluxos de Caixa:
o Pertence à ótica de tesouraria (revela a situação de tesouraria)
o Refere-se a um período de tempo
o Composto por: - Recebimentos
- Pagamentos
o Empresas com RL>0, mas sem dinheiros, porque os clientes não lhes
pagavam, ou porque empresas investiram demasiado – A DFC é que
permite avaliar estas situações.

Cashflow = Dinheiro que entra – Dinheiro que sai

Resultado = Rendimentos – Gastos

Exemplos de diferenças:
o Investimento e depreciações
o Vendas não recebidas
o Inventários em stocks
o ….

ATIVIDADES OPERACIONAIS (1): - relacionado com o dia a dia das empresas


(recebimentos de clientes, pagamentos a fornecedores, pagamentos ao estado,
pagamentos ao pessoal etc)
- Principais atividades produtoras de rédito da
empresa e outras atividades que não sejam de investimento ou financiamento
Recebimentos:
o Recebimento de clientes
Pagamentos
o Pagamentos a fornecedores
Compras= CMVMC + Inventário final – Inventário incial
Variação Fornecedores é uma conta Passivo
Variação Adiantamento Fornecedores é uma conta Ativo
Pagament. Fornecedores = FSE + Compras – Variação Fornecedores +
Variação Adiantamento Fornecedores

45
o Pagamento ao pessoal → Foi tudo pago se não existir nenhuma dividas e ir de
seguida à DR
o Pagamento do IRC → DR: imposto sobre o rendimento do período
o Pagamento do imposto sobre rendimento (…)

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS (2): - relacionados com os ativos não correntes


(ativos tangíveis, ativos intangíveis, investimentos financeiros, CAPEX), inclui bens
duradouros, quer investimentos como desinvestimentos.
- aquisição e alienação de ativos a longo
prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalente de caixa.
Recebimentos:
o Ativos Fixos Tangíveis
Olhar para diminuições e abates (o que se vendeu) e reduções por
diminuições e abates (depreciações acumuladas), e outros gastos (+/- valia
venda AFT)

+/- valia = PV – VLL


+/- valia = PV – (AFT – Depreciações Acumuladas)

Recebimento pela venda= PV – variação outros devedores (Conta Ativo)


o Ativos Intangíveis
o Investimentos Financeiros
o Subsídios de Investimento
o Juros
o Dividendos (…)
Pagamentos:
o Ativos tangíveis
= Aquisições – variação fornecedores de investimento
Como é saída de dinheiro fica negativo
o Ativos financeiros
= variação de investimentos financeiros
Como é saída de dinheiro fica negativo

46
o Ativos intangíveis
o Investimentos financeiros (…)

ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO (3): - Tudo aquilo que está relacionado com CP


e Passivo Remunerado (Empréstimo e CP)
- Resultam em alterações na dimensão e
composição do capital próprio e nos empréstimos obtidos pela empresa

Recebimentos:
o Empréstimos obtidos
→ Ir ao Balanço a empréstimos obtidos
o Aumentos de capital (…)
= variação Capital – incorporação de reservas + Prémio de emissão
Pagamentos:
o Empréstimos obtidos
o Juros
→ DR: Juros Suportados
o Dividendos
→ Resultados transitado N + reservas = result. Transitados 2019 + RL 2019 - Dividendos
o Reduções de capital (…)

(1) + (2) + (3) = Variação de Caixa e seus Equivalentes

Caixa: Dinheiro em Caixa e Depósitos em Ordem (imediatamente disponível)

Equivalente de Caixa: Investimentos a curto prazo (máximo 3 meses), muito


líquidos e sujeitos a risco insignificante de alterações de valor

o Venda de mercadoria a prazo: Nenhum (porque é a praza e é necessário


receber dinheiro)
o Recebimento de cliente: Operacional

47
o Pagamento de juros: Financiamento
o Pagamento por compra de ativo fixo: Investimento
o Depreciação de ativo fixo tangível: Nenhum
o Aumento de capital por incorporação de reservas: Nada
o Recebimento de dividendos: Investimento
o Pagamento ao pessoal: Operacional
o Reembolso de empréstimo bancário: Financiamento
o Recebimento por venda de ativo fixo: Investimento
ANÁLISAR:

o O fluxo das atividades operacionais é o principal fluxo. Este fluxo deve ser
positivo! Quanto mais elevado melhor. E deve cobrir os juros, os dividendos
pagos e ainda o investimento de substituição (por hipótese considera-se
semelhante às depreciações do ano) (positivo ou negativo? subiu ou desceu e
porquê? consegue ou não cobrir os juros e dividendos pagos e investimentos de
substituição que vão à DR procurar a amortizações e depreciações?)

o O fluxo das atividades de investimento representa o assegurar que a empresa


pode manter-se em laboração competitiva no futuro. Fluxo negativo significa
que a empresa está a investir e como tal geralmente até é um bom sinal.

o Fluxo das atividades de financiamento: permite analisar a evolução das fontes


de financiamento:
o Obtenção ou reembolso de empréstimos?
o Aumento de capital por entrada de dinheiro?
o Juros / Dividendos? ( …)

o Variação de caixa e seus equivalentes deve ser positiva ou negativa? Depende:


o Da origem dos fundos
o Da posição inicial de caixa
Se a variação de caixa for positiva significa que a empresa no final do ano ficou
com mais dinheiro do que no início e se a variação de caixa for negativa significa

48
que a empresa no final do ano está com menos dinheiro que no início (pode ter
feito mais investimento, por exemplo, não sendo negativo obrigatoriamente).

Situação Vodafone

12. Construção DFC


Consegue-se construir a DFC a partir do Balanço e da DR:
o DFC → o que aconteceu durante o ano
o DR → o que aconteceu durante o ano
o Balanço → situação de final do ano → Variações

Existem dois métodos para os Fluxos Operacionais:


o Método direto
o Método indireto

Fluxo Atividade Operacionais (FAO): Método direto


Recebimento de clientes:
o DR: Vendas e PS

49
o Balanço: Variação de todas as rubricas relacionadas com clientes (inclui cliente
e adiantamento a clientes)

Variação Ativo Variação Passivo

Recebimento (clientes) - +
Pagamento (fornecedores) + -

Vendas € = Vendas DR – Clientes + Adiantamento de Clientes

Fluxo Atividades Operacionais (FAO): Método indireto


o Resultado líquido
→ RL que está na DR
o Retirar o que não pertence aos fluxos operacionais
o Retirar o que não é fluxo de caixa
o Corrigir pela variação de FM
Exemplo:

50

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