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Análise das demonstrações contábeis

Profa. Maíra Fernandes

INTRODUÇÃO A ANÁLISE DAS


DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Prof° Me. Maíra Fernandes


1. CONTEXTO

• O que são?

• Demonstrações contábeis são a representação


estruturada de informações contábeis históricas,
incluindo notas explicativas relacionadas […] (NBC TA 200).

Prof. Me. Maíra Fernandes


1. CONTEXTO
• -Para que servem?
• No Brasil, [...] destinam-se a fornecer informações a respeito da posição
patrimonial e financeira, desempenho e fluxos de caixa da entidade. (NBC
TA 200).
• “[...] Objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomadas de
decisões econômicas e avaliações por parte dos usuários em geral [...] (CPC
00)
1. CONTEXTO
• -Como são elaboradas?

- Relatório financeiro aplicável, no contexto de leis ou regulamentos relevantes.


- Em conformidade com a estrutura.
- Selecionar e aplicar políticas contábeis apropriadas.
1. CONTEXTO

• -Quais são?
• Para tais estruturas, o conjunto completo de demonstrações contábeis
incluiria balanço patrimonial, demonstração do resultado, demonstração
das mutações do patrimônio liquido, demonstração dos fluxos de caixa e
respectivas notas explicativas. […] (NBC TA 200).
2. RELATÓRIOS CONTÁBEIS
• De acordo com a Lei da Sociedade por Ações ao fim de cada período
social, a diretoria fará elaborar (e deverá publicar), com base na
escrituração contábil as seguintes demonstrações contábeis:
 Balanço Patrimonial (BP)
 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPAc)
 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
 Demonstração do Valor adicionado (DVA)
 E Notas explicativas
2. RELATÓRIOS CONTÁBEIS
O Balanço Patrimonial
Decisões financeiras das Aplicação - Investimentos
empresas
Captação - Financiamento

Para um equilíbrio financeiro é preciso uma adequação entre a maturidade dos


passivos e a capacidade de geração de caixa dos ativos.
Funcionamento das decisões financeiras no Balanço Patrimonial
Juros

Passivo Lucro gerado


Ativo
PL pelos ativos

Remuneração
Princípio financeiro fundamental: a empresa deve oferecer um retorno de seus
investimentos que cubra, pelo menos, a expectativa mínima de ganho dos seus
proprietários (credores e acionistas).

Retorno > custo de capital = criação de valor (riqueza)


Retorno dos Juros e demais
acionistas despesas financeiras
Custo de
Capital = custo dos recursos próprio + custo dos recursos de terceiros

Em situação de certa estabilidade e equilíbrio econômico:


Custo de capital próprio > Custo de capital de terceiros
As despesas financeiras podem
ser abatidas da renda tributável
# Custo de Capital de Terceiros
Curto Prazo vs Longo Prazo

Os custos do LP supera o de CP em razão


dos maiores riscos assumidos pelos
Objetivos das empresas

Mecanismos de atuação mais dinâmicos.


Objetivos próprios Ex.: objetivo de crescimento, maximização
dos lucros, competitividade.
Objetivo no
contexto da
Maximização do valor da empresa no
Administração
mercado.
Financeira

Objetivos econômicos e
sociais Produção de bens e serviços, os quais
promovem naturalmente a satisfação das
necessidades da sociedade.
O objetivo da empresa é obter:

Retorno Risco

A moderna Análise de Balanço deve dar ênfase a este objetivo,


avaliando a relação lucro (retorno) e risco.
Visando relatar:
• a posição econômico-financeira atual;
• as causas que determinam a evolução, e
• as tendências futuras.
Insumos Básicos Relatórios Contábeis

Obrigatórios: Não obrigatórios:


• BP; Ex.: projeções de vendas,
• DRE; desempenho de produtos.
• DMPL;
• DFC;
• DVA (S/A), e
• Ainda: Notas explicativas,
Relatório da diretoria e
Parecer dos auditores.
Esquema básico de análise:

Conhecer a
Relatórios Aplicação
empresa e o Conclusões
Financeiros de técnicas
mercado

•Liquidez;
• Endividamento;
• Rentabilidade e
Lucratividade; e
• Análise de valor.
Usuários da análise de Balanço • fornecedores;
de uma empresa: • clientes;
• intermediários
financeiros;
• acionistas;
• concorrentes;
• governo;
• próprios
administradores.
Demonstrações Contábeis
Balanço Patrimonial
• Apresenta a posição patrimonial e financeira de um empresa em um dado momento.
• A informação que esse demonstrativo fornece é totalmente estática.
• O BP compõe-se de três partes essenciais:

PASSIVO
ATIVO
ATIVO = PASSIVO + PL
PL
Estrutura do Balanço Patrimonial
Demonstração do Resultado do Exercício
• Visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou
prejuízo) auferidos pela empresa em determinada exercício social,
os quais são transferidos para as contas do PL.

• O lucro (ou prejuízo) é resultante de receitas, custos e despesas


incorridos pela empresa no período e apropriados segundo o
regime de competência.
Estrutura da DRE
RECEITA BRUTA DE VENDAS E/OU SERVIÇOS
(-) Devoluções, descontos
(-) Impostos sobre vendas
= RECEITA LÍQUIDA
(-) Custos produtos vendidos e/ou serviços prestados
= RESULTADO BRUTO
(-) Despesas operacionais (vendas, Admin., Financeiras),
resultado de equivalência patrimonial
= LUCRO OPERACIONAL
(-) Provisão p/ IR e Contribuição social
= RESULTADO LÍQUIDO ANTES DE PARTICIPAÇÕES E
CONTRIBUIÇÕES
(-) Participações e contribuições
(+) Reversão dos juros sobre o capital próprio
= RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCICIO
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
• Abrange todas as contas do PL, identificando os fluxos ocorridos entre uma conta e
outra e as variações (acréscimos e diminuições) verificados no exercício.

• Para elaboração dessa demonstração são obtidas das fichas de razão as movimentações
contábeis que exerceram influências sobre os saldos das contas do PL.
As variações podem ser:

elevam o PL diminuem o PL não afetam o PL.


Estrutura da DMPL
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
• Esta demonstração analisa a capacidade da empresa em honrar seus compromissos
financeiros, gerar resultados de caixa futuro, e sua liquidez e solvência financeira.

• De acordo com a lei atual, a DFC deve evidenciar, no mínimo, três fluxos financeiros:
a) Das operações;
b) Dos investimentos; e
c) Dos financiamentos.

A legislação permite que a DFC seja elaborada tanto pelo Método Direto como
pelo Método Indireto.
DFC – Método Indireto
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
• Obrigatória para as S/A.
• É a demonstração do quanto a empresa agregou de valor no período relacionado
e informado.

Notas explicativas
• Representam uma complementação das demonstrações contábeis, passando a fazer
parte efetiva do conjunto de publicações previstas na lei das S/A.

• Devem conter informações complementares tais como os critérios de avaliação dos


elementos patrimoniais, os investimentos em outras sociedades, as taxas de juros, os
ajustes de exercícios anteriores, etc.
1. PASSOS PARA A ANÁLISE
• 1: Verificar a posse de todas as demonstrações contábeis (inclusive notas
explicativas), no mínimo de dois períodos comparáveis.
• 2: Averiguar a credibilidade das Demonstrações contábeis
• 3: Preparar as DC de forma conveniente para a análise.
1.1 ROTEIRO PARA AVALIAR A QUALIDADE E
A CREDIBILIDADE DAS DC
• O ideal seria:
• DC publicadas em jornais que atendam aos requisitos legais (LEI das SA)
• Assinadas por contador, com Relatório da Diretoria e Notas Explicativas
Completas
• Parecer da Auditoria

• Situações que requerem cuidados do analista:


• DC em que há Relatório da Diretoria sucinto demais e/ou Notas Explicativas
incompletas, que não atendam aos requisitos legais
1.1 ROTEIRO PARA AVALIAR A QUALIDADE E
A CREDIBILIDADE DAS DC
• Situações que requerem profundo cuidado:
• DC não publicadas em jornais
• DC sem parecer de auditoria ou com ressalva
• DC que NÃO atendam boa parte dos requisitos legais (LEI das SA)

• Situações que não se deveria fazer análise com base nas DC:
• Quando a empresa trabalha à base do lucro Presumido, sem fazer contabilidade.
• Quando há contradições nas DC ou exageros facilmente detectáveis
• Quando é facilmente identificável que a empresa não valoriza a Contabilidade e/ou
as DC não refletem a realidade
2. TRIPÉ DECISORIAL

Análise das demonstrações contábeis


Curso de Ciências Contábeis
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3. Níveis de análise
4. ALGUNS CUIDADOS PARA A ANÁLISE
• Interpretação de índices
Facilitam o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de certas
relações ou percentuais é mais relevante que a observação de montantes.
Exemplo:
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
$ 396.420 $ 198.210

AC/PC = 2,00

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4. ALGUNS CUIDADOS PARA A ANÁLISE
• A) Interpretação de índices (PRECAUÇÕES)
Podem dar falsa imagem de uma situação:
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
X1 100 50 100/50 = 2

X2 51 1 51/1 = 51

Se houvesse pagamento de 49 da dívida.

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4. ALGUNS CUIDADOS PARA A ANÁLISE
• B) base utilizada para o cálculo dos índices.
Lucro Re
X0 $ 5 milhões
- 20%
X1 $ 4 milhões = 16%

X2 $ 4,8 milhões 20%

Houve recuperação de 16% de x1 para x2

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4. ALGUNS CUIDADOS PARA A ANÁLISE
• Reclassificação das demonstrações contábeis
- Significa uma nova classificação, um novo reagrupamento de algumas contas
na DC, sobretudo no BP e na DRE.
- Alguns agrupamentos, podem melhorar a situação da empresa usando-se de
“esperteza”.

- Exemplo 1: Uma empresa dispõe vender um imóvel (classificado imobilizado),


decide classifica-lo na conta ativo circulante ( a situação a curto prazo
melhoraria). O analista terá que reclassificá-lo (realizável a longo prazo).

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4. ALGUNS CUIDADOS PARA A ANÁLISE
• Reclassificação das demonstrações contábeis

- Exemplo 2: Receita Financeira e Despesa Financeira.


Legalmente são operacionais, mas para a análise deveriam estar no grupo
Não Operacional (índices de rentabilidade)

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4. ALGUNS CUIDADOS PARA A ANÁLISE
• Reclassificação das demonstrações contábeis
- Duplicatas descontadas
Deverão ser reclassificadas no Passivo Circulante, pois ainda há o risco
de a empresa reembolsar o dinheiro obtido se seu cliente não liquidar a
dívida no banco.
É sempre bom verificar os critérios de tratamento para todas as empresas e
assim padronizar. Exemplo: Se a empresa A opera com duplicatas
descontadas e a empresa B com Empréstimos bancários(com depósito de
duplicatas como garantia), ambas as empresas terão no PC uma dívida com
terceiros, embora, no caso de duplicatas descontadas, haja apenas a
coobrigação.
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4. ALGUNS CUIDADOS PARA A ANÁLISE
• Reclassificação das demonstrações contábeis
- Duplicatas descontadas Ambas as empresas resolvem recorrer ao mercado financeiro para um
reforço de caixa de $200 mil

EMPRESA A EMPRESA B
AC 2.000 PC 1.000 AC 2.000 PC 1.000

+entrada 200 +entrada 200 empréstimos 200


- Duplicatas (200) Nada
alterou
2.000 1.000 2.200 1.200

A relação era e continua de $2,00 para $1,00 A relação era $2,00 para $1,00 e reduziu para $1,83
para $1,00
4. ALGUNS CUIDADOS PARA A ANÁLISE
• Reclassificação das demonstrações contábeis
- Duplicatas descontadas As peculiaridades das operações levaram a Empresa B ter menor capacidade
de pagamento e maior endividamento em relação à Empresa A

EMPRESA A EMPRESA B
AC 2.000 PC 1.000 AC 2.000 PC 1.000

Duplicatas D. 200

+entrada 200 +entrada 200 empréstimos 200

Nada alterou

2.200 1.200 2.200 1.200

Não é justo dar um tratamento diferenciado para situações financeiras idênticas. Por isso, reclassificamos as duplicatas
para que B fique em condição de igualdade com A
4. ALGUNS CUIDADOS PARA A ANÁLISE
• Reclassificação das demonstrações contábeis
- Despesas antecipadas
No ativo circulante são as únicas que não se converterão em dinheiro,
ou seja, não servem para pagar as dívidas da empresa.
Essa despesa reduzirá o LL do próximo ano, e consequentemente o PL.
Analistas mais conservadores preferem já deduzir do PL aquela despesa
futura.
Porém devemos analisar se tem valor relevante ou não, se for irrisório os
índices não se alteram com a retirada, logo não há necessidade.

Não é justo dar um tratamento diferenciado para situações financeiras idênticas. Por isso, reclassificamos as duplicatas
para que B fique em condição de igualdade com A
5. METODOLOGIA DA ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Após selecionar as Demonstrações contábeis a serem analisadas,
averiguamos a qualidade dessas demonstrações e efetuamos as
classificações das contas ( se houver necessidade).
O passo seguinte é selecionar um conjunto de indicadores que melhor se
ajuste ao tipo de análise.

Após o cálculo dos índices/ indicadores, o correto é comparar esses


indicadores aos de outras empresas do mesmo ramo de atividade.
5. METODOLOGIA DA ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Após selecionar as Demonstrações contábeis a serem analisadas,
averiguamos a qualidade dessas demonstrações e efetuamos as
classificações das contas ( se houver necessidade).
O passo seguinte é selecionar um conjunto de indicadores que melhor se
ajuste ao tipo de análise.

Após o cálculo dos índices/ indicadores, o correto é comparar esses


indicadores aos de outras empresas do mesmo ramo de atividade.
5. METODOLOGIA DA ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Muito Obrigada!

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