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Pra contextualizar: o livro fala sobre o coração de Cristo. Quem é ele, de verdade?
O que é mais natural para ele? O que acende dentro dele mais imediatamente quando
ele olha para quem peca e quem sofre? O que sai mais desimpedida e instintivamente
dele?
Foi escrito para os decepcionados, os frustrados, os cansados, os desiludidos, os
cínicos e os vazios. Para os que pensam: “Como pude estragar tudo — de novo?” É para
tratar aquela crescente suspeita de que Deus já está perdendo a paciência conosco. É
para quem sabe que Deus lhe ama, mas suspeita que ele está terrivelmente
decepcionado...
MANSO
A palavra grega traduzida como “manso” aqui ocorre três outras vezes no Novo
Testamento. Na bem-aventurança Mt 5.5; na profecia de Mt 21.5; no encorajamento
às esposas 1Pe 3.4.
HUMILDE
O sentido da palavra “humilde” se sobrepõe ao de “manso”, revelando juntas
uma realidade singular sobre o coração de Jesus. A palavra específica humilde
geralmente se traduz assim no Novo Testamento, como em Tiago 4.6.
A palavra grega se refere não à humildade enquanto virtude, mas à humildade
no sentido de privação ou de ser rebaixado pelas circunstâncias de vida.
Para entrar no abraço de Jesus é simples: abra-se para ele. Mt 11.28
Ele é assim para quem vem a ele, toma o seu jugo, implora por sua ajuda. Mt 11.
21 -24.
A vida cristã vem inescapavelmente com trabalho e labor (1Co 15.10; Fp. 2.12-
13; Cl 1.29). O próprio Jesus deixou isso bem claro no mesmo evangelho (Mt 5.19-20;
18.8-9).
Sua promessa aqui em Mateus 11 é “o descanso para as almas”, não “o descanso
para os corpos”.
O JUGO
A palavra “suave”, na expressão “Meu jugo é suave”, precisa ser entendida com
cuidado. Jesus não está dizendo que a vida será livre de dor e dificuldades. A mesma
palavra em outro lugar é traduzida como “bondoso” — como, por exemplo, em Efésios
4.32: “sede bondosos e tende compaixão uns para com os outros” (cf. Rm 2.4).
Thomas Goodwin nos ajuda a adentrar o que Jesus realmente está dizendo.
Tendemos a pensar que ele, de tão santo, é, portanto, severo e indisposto contra
pecadores, e incapaz de aguentá-los. “Não”, diz ele, “sou manso; a gentileza é a minha
natureza e o meu temperamento.”
Ele é assim. Esse é o próprio coração dele.
O que vemos Jesus declarar em palavras em Mateus 11.29, vemos ele provar em
ações vez após outra em todos os quatro evangelhos. O que ele é, ele faz. Ele não pode
agir de outra maneira. A sua vida comprova o seu coração. Mt 8. 2-3; Mt 9.
A palavra grega para “compaixão” é a mesma em todos esses textos e se refere
mais literalmente ao que sai do cerne mais íntimo de uma pessoa. Duas vezes nos
evangelhos, lemos que Jesus não aguentou e chorou. Em nenhum dos dois casos, ele
está triste por causa de seus próprios problemas. Em ambos os casos, é por causa de
outras pessoas — em um, é Jerusalém (Lc 19.41) e, no outro, é por seu falecido amigo,
Lázaro (Jo 11.35).
Os milagres de Jesus
O teólogo alemão Jürgen Moltmann aponta que os milagres não são uma
interrupção da ordem natural, mas a restauração da ordem natural.