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MANHÃ

AS SETE PALAVRAS DA CRUZ

As últimas palavras de uma pessoa são sempre interessantes, especialmente quando


se trata de alguém que marcou o seu tempo por tudo o que disse. Agostinho, que
viveu no século IV, declarou: “A cruz onde Cristo foi crucificado e morto foi a cadeira
do Mestre na sua aula final”. O próprio Jesus, ao ensinar a parábola da figueira,
afirmou: “passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”(Mt 24:35).

Como será que estava o coração de Jesus durante suas últimas horas de vida? Em
quem e no que será que Ele pensou naqueles momentos? Ao morrer, da forma como
morreu, nos aproximou mais dEle, e cada vez que chegamos perto da cruz, O amamos
ainda mais.

Foram sete as últimas palavras de Jesus. As três primeiras, proferidas durante as três
primeiras horas de sua crucificação; as outras quatro, Ele as pronunciou numa rápida
sucessão, nos momentos finais de sua agonia.

1. Palavra de Compaixão - A dor que Jesus estava sentindo, não somente na alma,
mas no seu corpo era impossível de ser medida. Afinal, Ele carregava a dor da punição
dos pecados do mundo inteiro. Por ser Deus e nos amar de forma incomensurável, foi
à cruz de maneira voluntária, morrer por cada um de nós, inclusive por Maria, sua mãe
aqui na terra. Jesus não se preocupou apenas com o perdão dos pecados de Maria,
mas com ela integralmente. Nos últimos momentos de vida ele pensou em Maria, teve
compaixão dela e entregou-a aos cuidados de João. Ela não pediu, Ele decidiu cuidar
dela. Ela não exigiu, Ele voluntariamente resolveu agir em favor dela. E para quem Ele
pediu? Para João. Mas logo João que o havia abandonado? João era o discípulo amado,
que na hora do julgamento de Jesus, fugiu. Mas, a cruz sempre gera recomeço. A cruz,
por causa da compaixão de Jesus, produz perdão de pecados e libertação de culpa.
“Mulher aí está o teu filho, filho aí está tua mãe” (Jo 19:26-27) dito, provavelmente, de
maneira ofegante, mostra que mesmo na hora da morte, Jesus manteve o foco nas
pessoas. Existem muitas Marias ao nosso redor para serem cuidados. E não somente
Marias, muitos Marios também. João foi restaurado quando se aproximou da cruz. A
compaixão de Jesus também se estende a você, hoje.

2. Palavra de Perdão – “Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc
23:34). Esta oração é feita por Jesus em um momento de grande crise sob o ponto de
vista humano. Do ponto de vista de Deus era um passo fundamental no cumprimento
de seu plano, para resgate da humanidade. Considerando o contexto desta oração é
possível destacar alguns pontos:
1. Ela é o cumprimento da promessa de que o filho de Deus seria crucificado com
pecadores (Is 53:12);
2. Neste momento Jesus expõe publicamente o pecado dos judeus e ressalta que
eles estão agindo por ignorância;
3. Jesus dá o exemplo de que devemos interceder pelos nossos inimigos diante de
Deus. A intercessão era um habito na vida de Jesus. Os textos abaixo mostram
por quem Ele intercedeu:
 Pelos pecadores – Is 53:12
 Pelos crentes fracos – Lc 22:32
 Pelos inimigos – Lc 23:34
 Para envio do Consolador – Jo 14:16
 Especialmente pela igreja – Jo 17:9

4. Em uma manifestação de profunda compaixão e amor pela humanidade Jesus


nos ensina que devemos retribuir o mal com o bem.

3. Palavra de Certeza – Nesse quadro de sofrimento e dor é possível ver mulheres


chorando, soldados zombando e sorteando a roupa de Jesus, o povo que há pouco
gritara “crucifica-o” observando o que acontecia, autoridades zombando do Mestre, e
uma inscrição que dizia em vários idiomas: “o rei dos judeus”. No meio de tudo isto, o
escritor Lucas dá uma atenção especial a dois criminosos, crucificados um à direita e
outro à esquerda de Jesus. E por algum tempo, o foco do texto se volta para o diálogo
desses dois criminosos com Jesus. Um deles simplesmente zomba. O outro,
reconhecendo sua própria culpa e pecado, mostra sua fé e faz um pedido: “Jesus,
lembra-te de mim quando entrares no teu reino” (Lc 23:42). A resposta de Jesus
oferecia muito mais do que ele, provavelmente, esperava: “Eu lhe garanto: hoje você
estará comigo no paraíso” (Lc 23:43). Com a terceira afirmação de Jesus na cruz
aprendemos várias lições: a)Jesus tem autoridade suficiente para garantir salvação aos
que se chegam a Ele; b)Jesus sempre oferece mais em suas respostas do que
poderíamos esperar; c)a alma dos que morrem em Cristo não ficam vagando, mas vão
diretamente para um lugar de gozo e felicidade; d)Deus está preocupado com todos,
inclusive com os considerados excluídos pela sociedade.

4. Palavra de Angústia – “Eli, Eli, lemá sabactâni, que quer dizer: Deus meu, Deus
meu, por que me desamparaste?” (Mt 27:46). Este brado de abandono ocorreu no
meio das trevas. É ele que nos faz penetrar no mistério do Deus sofredor. O texto
sagrado nos diz que, por um ato divino sobrenatural, o sol se escondeu e, durante três
horas, as trevas cobriram a terra. Naquelas horas de trevas, Jesus se tornou
legalmente culpado por todos os nossos pecados. Pense nisso: legalmente culpado de
imoralidade sexual, de impureza e libertinagem, de abuso de menores, de pedofilia, de
adultério, de idolatria e feitiçaria, de ódio, de discórdias, de ciúmes, de ira, de egoísmo
e inveja, de alcoolismo, de assassinato, de ganância e de coisas semelhantes. Podemos
verificar que, de todos os registros de sua vida e ministério, somente neste momento
Jesus se refere ao Pai como “Deus”. A mudança de tratamento demonstra a quebra de
comunhão entre o Pai e o Filho, e essa era a razão de sua angústia. O abandono do Pai
era o gole mais amargo do cálice que Jesus decidiu beber. O clamor de Jesus ecoa pelo
universo, e Deus permanece em silêncio. Por quê? O abandono é necessário porque a
santidade Deus não poderia conviver com os pecados do mundo, que agora estavam
sobre os ombros de Jesus.

5. Palavra de Sofrimento – Este é um momento de grande sofrimento, Jesus foi


abandonado pelo Pai. De repente ouvimos Sua voz: "Tenho sede". Por que será que o
Homem Deus, Criador dos Céus e da Terra e de todas as fontes das águas, pede de
beber à pobre criatura humana? O que há por trás dessa expressão? O texto completo
de João 19:28 diz: “Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se
cumprir a Escritura disse: Tenho sede!” A sede que acompanhou os seus sofrimentos
físicos na cruz, nos momentos finais de sua missão terrena, também cumpriu profecia
do Antigo Testamento. Encontramos referências a esse respeito no livro de Salmos
capítulo 69, versículo 21, e capítulo 22 versículo 15. A fadiga que o castigava, a tristeza
que sobre Ele se abateu, o calor do dia e a perda de sangue, foram, com certeza, as
causas naturais da sede que Jesus sentiu. Quando na cruz do Calvário exclamou:
“Tenho sede”, Jesus estava expressando sua humanidade plena. A expressão “Tenho
sede!” não era uma reclamação, nem tampouco um pedido, era apenas a simples
afirmação de um fato. A lição óbvia que daí podemos extrair é que Ele era de carne e
osso. Jesus tinha fome e sede como nós, e é por isso que pode nos compreender e
pode se compadecer de nós. Hebreus 4:15-16 diz: “Porque não temos sumo sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas fraquezas... Acheguemo-nos, portanto,
confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos
graça para socorro em ocasião oportuna”. Que curioso, “Tenho sede!” foi um
comovente grito daquele que garantira ao longo de todo seu ministério: “o que crê em
mim, jamais terá sede” - João 6:35; “aquele que beber da água que eu lhe der, nunca
mais terá sede” – João 4:14.

6. Palavra de Vitória – A penúltima palavra de Jesus na cruz foi: “Está


consumado” (Jo 19:30). Jesus foi um vencedor? Apesar de sua vida inteiramente
dedicada à prática do bem e a despeito da enorme popularidade e admiração que
gozava, os quatro narradores da vida de Jesus registraram que Ele morreu como um
criminoso exposto entre dois malfeitores. A julgar pela aparência imediata, sua missão
fracassou. Há uma enorme diferença entre “consumir” e “consumar”. Jesus Cristo
consumiu a sua vida em prol dos outros. Ora uma palavra, ora um toque, ora um
milagre, ora um olhar, sempre uma bênção. Jesus se consumiu para consumar. Cristo
morreu para cancelar nossa dívida impagável com Deus (Cl 2:13-15) e ressuscitou para
nos dar plenitude de vida (Jo 10:10). Nosso desafio é viver na contramão do
desperdício da sociedade consumista. Viver para consumir não é “vida cristã”. Antes o
seguidor de Jesus consome a vida andando nas boas obras que Deus lhe preparou de
antemão (Ef 2:10). Jesus venceu. O que você fará com a sua salvação? Consumir as
bênçãos da vida cristã ou consumar o propósito de Deus para a sua vida? Comece
entregando-se como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Depois entregue seu
esposo ou sua esposa. Entregue também os seus filhos a Deus. Ore para que você e
sua família vivam menos para consumir e mais para consumar.

7. Palavra de Celebração – Os inimigos de Jesus estavam festejando a morte do


falso rei. Mas, na realidade, o que estava acontecendo ali era a vitória do Filho de
Deus. Agora que havia consumado o seu trabalho aqui na terra, podia descansar. Esta
última frase de Jesus era uma frase de vitória. Estas foram suas palavras derradeiras:
“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23:46). É interessante notar que esta
expressão está registrada no Salmo 31. As mães judaicas costumavam ensinar esta
frase para seus filhos quando eles eram pequenos. As crianças repetiam-na antes de
dormir. Há pouco Jesus havia dito: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
Aquele era o momento da separação de Deus, por causa do pecado do mundo. Mas
agora que a missão havia sido concluída, a relação com Deus estava de volta e ele,
então, podia dizer: “Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito”. Era como uma criança
caindo no sono, nos braços seguros do Pai. Com esta frase Jesus ensina duas preciosas
lições: 1) que nas mãos do Pai você pode entregar sua vida, pois ele acolhe, dá
segurança, recebe você do jeito que você é, e está; 2) que Ele estava entregando nas
mãos do Pai o seu espírito, porque o seu corpo seria enterrado dali a pouco, mas o seu
espírito continuaria vivo. Mas assim como fez com Jesus, você pode ter certeza que as
mãos de Deus estão abertas para receber o seu espírito, quando você morrer. Mas o
que fará você ter acesso às mãos de Deus não é o fato de você ser membro de uma
igreja, ou de frequentar os cultos todos os domingos, ou de ter sido batizado nas
águas, ou de praticar o bem ao próximo. As mãos de Deus são abertas por causa da
morte de Jesus em seu lugar. Foi o Senhor Jesus mesmo quem disse: “Eu sou o
caminho a verdade e a vida, ninguém vem ao pai se não por mim”. Assim como no
sacrifício dos animais, para o perdão dos pecados do mundo era necessária a morte de
alguém, puro, sem defeito. Somente Jesus foi assim.

CONCLUSÃO:

1. Você gravou as últimas palavras de alguém que marcou sua vida? O que elas
significaram para você?

2. Porque as palavras de alguém na hora da morte têm tanto valor? E depois


continuam sendo citadas por familiares e amigos?

3. Das sete frases ditas por Jesus na cruz, qual a que mais lhe impressiona? Por
quê?
4. Como você acredita que reagiria se fosse julgado injustamente e condenado à
morte?

5. Em sua opinião Deus havia desamparado a Jesus? Como você analisa a


crucificação?

6. Qual foi o dia em que você mais teve sede na sua vida? Como resolveu o
problema?

7. Como podemos hoje dar de beber a Jesus? Considere Mt 25:34-40

NOITE

ENCONTROS COM O JESUS RESSURRETO

Assim como Jesus marcou a vida de muitas pessoas através de suas últimas palavras
antes de morrer, Ele marcou a vida de muitos com as suas primeiras palavras após
ressuscitar. A ressurreição é a centralidade da nossa fé. Se Jesus não houvesse
ressuscitado, seria vã a nossa fé. Várias são as lições que podemos aprender ao
observarmos os encontros que Jesus teve antes de ascender aos céus.

I - O encontro com Maria – A ressurreição produz alegria – Jo 20:13-18

Maria Madalena e algumas amigas foram, ainda de madrugada, até o jardim para
derramar bálsamo sobre o corpo de Jesus e assim prestar a última homenagem ao
Mestre. Ao chegarem, encontram a entrada do túmulo escancarada, e não vêem o
corpo! Dois anjos se aproximaram e perguntam: ”Mulher, por que você está
chorando?” Depois de ver a vida santa de Jesus se esvair numa cruz entre dois
malfeitores, agora ela está sob o impacto de ver que o corpo de Jesus desapareceu,
possivelmente até terá sido roubado! Então, outra voz lhe pergunta: “Mulher, por que
está chorando? Quem você está procurando?” Esse é Jesus que está ao seu lado, mas
ela o confunde com o jardineiro, e questiona: “Se o Senhor o levou embora, diga-me
onde o colocou e eu o levarei.” Maria está triste, muito triste. É comum a tristeza
profunda de alma tirar a nossa capacidade de enxergar e de ouvir. A dor da perda nos
leva a concluir sempre o pior. A situação fica fora de controle, não vemos saída. Mas o
Cristo vivo está sempre pronto a nos dar vida plena, cuja marca registrada é a alegria.
Mas basta um encontro, neste caso um reencontro: “Maria”; “Mestre”. E num
segundo, Maria viaja da tristeza profunda à alegria extrema. Jesus está vivo, e essa era
a melhor notícia possível. Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: “Eu vi o
Senhor!”

II - O encontro com os 11 – A ressurreição traz paz – Jo 20:19-21

Os discípulos estão numa sala trancada, em algum lugar de Jerusalém. Como um


grupo, eles ainda tem medo. Fugiram por ocasião da prisão de Jesus, e vivem
atemorizados. Jesus, então, vem ao encontro deles e, transpassando portas fechadas,
se apresenta no meio deles, saudando-os com palavras de paz. Não era um fantasma.
Possuía o que Paulo chama de “um corpo glorificado” (ICo 15:44). A palavra paz, que
vem da expressão shalon, tem um sentido maior do que só ausência de guerra. Inclui
qualquer coisa que coopere para a segurança, o bem-estar e a felicidade. Está
relacionada, também, com a idéia de abundância de vida e de harmonia. O propósito
da vinda de Cristo ao mundo, sua morte na cruz e ressurreição era trazer paz. Paz
espiritual com Deus, paz fraternal entre os homens e paz ecológica entre o homem e a
criação. Quando Jesus diz aos seus discípulos: "Paz seja com vocês! Assim como o Pai
me enviou, eu os envio", eles os está enviando como pacificadores, e a nós também.
Pacificadores entre os homens, e pacificadores da criação de Deus.

III - O encontro com Tomé – A ressurreição produz fé – Jo 20:24-31

Tomé é um tipo de pessoa muito semelhante há muitos de nós, hoje. Tem um


raciocínio lógico, é desconfiado, não aceita qualquer explicação, precisa ver para crer.
Da primeira vez que Jesus aparece aos discípulos Tomé não está presente. Os demais
discípulos contam a ele o acontecido, mas ele imediatamente se posiciona: “Se eu não
vir em suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o meu dedo, e não puser a minha
mão no seu lado, de modo algum acreditarei”. Alguns dias mais tarde, quando os
discípulos estão reunidos, agora com a presença de Tomé, num local com as portas
trancadas, Jesus põe-se no meio deles e diz: “Paz seja convosco”. E demonstrando um
cuidado especial com o discípulo desconfiado diz: “Põe aqui o teu dedo...chega aqui a
tua mão...não sejas incrédulo, mas crente”. Essa experiência elimina toda a dúvida de
Tomé e leva-o a declarar: “Senhor meu e Deus meu”. Duas lições podemos tirar desse
relato: a) O viver pela fé nos leva a uma vida plena em Jesus. B) Não precisamos ver
para crer. Esse encontro termina com uma declaração de Jesus que tem implicação
sobre a nossa vida hoje: “Porque me viste creste? Bem-aventurados os que não viram
e creram”.

IV - O encontro no caminho de Emaús – A ressurreição é cumprimento de promessas –


Lc 24:13-35

Diz o texto que “Dois discípulos saindo de Jerusalém, seguiam a caminho de uma
aldeia chamada Emáus. Enquanto caminhavam, conversavam e discutiam a respeito
dos últimos acontecimentos”. É natural que os discípulos estivessem preocupados e
confusos. Afinal, o resumo dos últimos dias era terrível. Para os que acreditaram em
JESUS e apostaram tudo nele, a crucificação significava o sepultamento definitivo de
suas esperanças. Em plena caminhada, o próprio Jesus se aproxima e anda com eles.
Enquanto os discípulos estão decididos a se afastar, Jesus toma a atitude de se
aproximar. Mas os discípulos não reconhecem quem está ao lado deles. Primeiro não
reconhecem porque, humanamente falando, não havia a menor chance de encontrar
Jesus ali. Depois não reconhecem porque, assim como os demais discípulos, ficaram na
sepultura mais do que o próprio Jesus. Sem considerar os ensinamentos do Mestre,
mantiveram sua mente fixada na morte. Nos nossos dias isso ainda se repete. Muitos
são os que adoram e cultuam o Cristo crucificado. O Cristo que nada pode fazer por
eles, uma vez que está morto.

Mas Jesus não apenas se aproxima. Ele interage com eles quando pergunta: “O que
preocupa vocês, e sobre o que discutem, enquanto caminham?” Ao responderem a
provocação feita por Jesus, deixam escapar seu juízo de valor a respeito do Mestre:
“Foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o
povo”. Ao dizerem isso, demonstram acreditar que o destino de Jesus seria o mesmo
de todos os profetas: a morte. Jesus, então, explica as passagens da Escritura,
evocando Moisés e os Profetas, e chama a atenção deles para as palavras proféticas a
seu próprio respeito e os faz entender que tudo o que tinha acontecido estava
completamente de acordo com as profecias. Ao se aproximarem de seu destino, os
discípulos insistem para que o companheiro de viagem não siga só. “Fica conosco” é o
pedido insistente, dirigido a quem ainda não reconhecem. Jesus entra na casa, e
quando à mesa toma o pão, reparte-o e abençoa-o, então os seus olhos são abertos e
o reconhecem, mas Ele desaparece da presença deles. A morte de Jesus na cruz do
calvário, embora difícil de ser digerida pelos seus seguidores, cumpriu literalmente as
profecias a respeito do Messias.

V - O encontro com Pedro – A ressurreição produz liberdade e restauração – Jo 20-


15-17

Os discípulos de Jesus depois da crucificação ficaram desolados. Mais do que


desolados, ficaram desnorteados e perderam o senso de missão. Voltaram a ser
pescadores de peixes. Depois de terem fugido da responsabilidade de uma
identificação com Jesus, veio a culpa. Talvez Pedro fosse o mais culpado. Havia falado
demais. Alguns dias atrás, ele havia dito que poderia até morrer com Jesus, mas na
hora “H”, traiu Jesus. Mas Jesus ressuscitou. E agora o Senhor vai ao encontro de
Pedro no meio do desnorteamento dele. Os discípulos mereciam punição e rejeição.
Jesus, porém, oferece uma refeição que era um sinal – podemos ser íntimos
novamente. Naquela refeição de Jesus com os discípulos, provavelmente a ultima com
eles antes da ascensão, Jesus dá uma atenção especial a Pedro. Aquele que fez uma
traição especial para com Jesus recebe uma atenção especial. A graça restaura, a graça
faz com que possamos nos sentir inteiros novamente. Jesus, não somente perdoa
Pedro, mas volta a confiar nele, a tal ponto que entrega a ele a missão de cuidar da
Igreja. Somente a graça faz com que Deus nos trate baseado em amor e não em
desempenho.

VI - O encontro final com Paulo – A ressurreição traz transformação de vida – At 9:3-5

No relato de I Cor 15:8, a apóstolo Paulo menciona várias pessoas que estiveram com
Jesus após sua ressurreição e diz: “Por último, depois de todos, [Jesus] apareceu
também a mim, como para alguém nascido fora de tempo”. Paulo antes desse
encontro era um homem extremamente religioso. Acreditando ser uma pessoa justa e
piedosa, estava disposto a maltratar, perseguir e consentir na morte de cristãos,
crendo que estava fazendo a vontade de Deus. Porém, este homem que perseguiu a
igreja de Deus, teve um encontro pessoal com o Cristo ressurreto e foi confrontado
com sua própria realidade. Diante da luz da presença de Jesus, ficou evidente quem
Paulo realmente era: um fanático religioso, um malfeitor travestido de doutor da lei,
um pecador que, apesar das aparências, estava afastado da presença de Deus (Rom.
3.23). O encontro com o Cristo ressurreto transformou este homem no maior
missionário de todos os tempos. O homem que respirava ameaças e morte contra os
discípulos do Senhor (Atos 9.1), passou a ser aquele que dizia que para ele “o viver é
Cristo, e morrer é lucro” (Fil. 1.21). Tomar que o encontro com o Cristo ressurreto nos
leve a dizer como Paulo: “já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim”
(Gal. 2.20).
CONCLUSÃO:

1. Você tem informação a respeito de alguma outra religião, onde o líder tenha
ressuscitado após morrer, e aparecido a tantas pessoas, como no caso do cristianismo
e de Jesus?

2. Por que os judeus tiveram, e ainda têm, grande dificuldade para reconhecer
Jesus como o Messias enviado por Deus?

3. Que importância tem para sua fé o fato de Jesus ressurreto ter aparecido a
tantas pessoas, e isso ter sido registrado?

4. É possível ter paz verdadeira longe de Deus?

5. Querer ver para crer sempre é negativo? O que é possível aprender do


encontro de Jesus com Tomé?

6. Você já viveu a situação de encontrar alguém fora do contexto habitual e


demorar algum tempo para reconhecer a pessoa?

7. Que implicações há para a sua vida saber que a morte de cruz que Jesus
experimentou, cumpriu integralmente as profecias a respeito do Messias?

8. O que você mereceria de Deus se Ele estabelecesse um relacionamento


baseado em desempenho?

9. Como é possível dizer que Paulo era um religioso, se ele perseguia os cristãos a
te a morte?

10. Nos nossos dias é possível dizer como Paulo: “já não sou eu quem vive, mas
Cristo é quem vive em mim” (Gal. 2.20)? Que implicações práticas isso produz em
vida?

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